[Vídeo] Lote de quiabo irrigado gera renda ao produtor em pouco espaço

Se teve quiabada ou caruru hoje no almoço, muito é pela versatilidade dos agricultores que contam com a irrigação pública em Sergipe. No Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo De Sergipe em Lagarto, é possível aos irrigantes fornecerem muito quiabo ao mercado e durante a maior parte do ano. O produtor Gabriel tem uma pequena área com quiabo e passa seis meses colhendo, em duas safras anuais da lavoura.

O técnico da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe, Jackson Ribeiro, presta assistência técnica ao Gabriel e outros produtores do Perímetro Piauí. Ele ensina a receita bem-sucedida do lote do irrigante. É uma lavoura irrigada por sistema de gotejamento e seguindo as orientações técnicas recomendadas pela companhia. São 0,15 hectares, que produzem entre 200.000 e 240.000 quiabos anualmente. O que lhe dá uma receita, no mesmo período, de aproximadamente R$ 8 mil só nessa fração do seu lote.

Companhia estadual promove Dia da Água para estudantes em perímetro irrigado de Lagarto

Coderse disponibilizou técnicos e maquete do Programa Água Doce para demonstrar aos alunos
Foto: Paulo Ricardo

Já tradicional no calendário de eventos em Lagarto, Centro-Sul sergipano, o Dia da Água promovido pelo Perímetro Irrigado Piauí, foi realizado nesta quinta-feira, 23. A programação voltada à comunidade escolar dos bairros e povoados vizinhos ao polo agrícola, mantido pelo Governo do Estado, contou com apresentações artísticas dos alunos e de artistas convidados. Além de palestras sobre a importância da água, da sua exploração responsável e do perímetro, para o desenvolvimento da atividade agrícola no município.

Ieda Oliveira, professora de Ciências na Escola Municipal Adelina Maria de Santana Souza, em Lagarto, relaciona a participação no Dia da Água no perímetro com a educação teórica feita em sala de aula. “Ajuda na conscientização sobre os cuidados com a água. Como podemos relacionar isso com a escola? Falando da importância da água para as pessoas que plantam, essa irrigação vai fazer girar a economia do município. Como no Verão intenso, que não dá para plantar milho, mas tem aqui um setor que faz a irrigação”, observou.

“Este foi o primeiro Dia da Água que pudemos fazer juntando todos os alunos, depois da pandemia. Ano passado fizemos em grupos e antes tivemos que suspender, por conta do isolamento social. É importante trazer as crianças para aprender e conhecer o nosso perímetro, da água que chega aos lotes para gerar renda e alimentos nessas comunidades”, destacou o gerente do perímetro, Gildo Almeida.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite agradeceu pelo empenho da equipe de Lagarto para realizar o evento. “É um evento simples, mas de uma importância significativa por dar essa orientação aos nossos pequenos, porque a água é algo realmente importante. Nós precisamos em todo momento da água. A instrução, a orientação nesse sentido é sempre favorável, principalmente nessa faixa etária. E queria agradecer ao nosso diretor de Infraestrutura, Ernan Sena, que nos enviou uma maquete e o pessoal para fazer a palestra”, pontuou.

Programa Água Doce
Foi destaque no evento o trabalho de execução do Programa Água Doce (PAD), feito pela Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Nele, a empresa atua com técnicos que fazem parte do Núcleo Estadual, realizando serviços de reparo, manutenção de poços e orientação nas 29 unidades de produção de água dessalinizada do programa, existentes na região semiárida de Sergipe.

“Exibimos a nossa maquete do PAD e trouxemos a geóloga Isabela Soares, da Gerência de Perfuração, ligada à nossa diretoria. Ela explicou o programa, com a nossa maquete e palestrou sobre nosso trabalho com poços e sistemas de abastecimento feito em todo estado. O que inclui a atenção às unidades do Água Doce”, expôs o diretor de Infraestrutura da Coderse, Ernan Sena.

Aluna da professora Ieda, no 6º ano, Roseli da Silva tem 11 anos e é filha de agricultores. No seu dia a dia em família, com o que aprendeu na escola e no evento, ela mostra que sabe o que a água representa para nossa existência e para a geração de renda. “A água é muito importante, principalmente para plantar. E se a pessoa planta, tipo o tomate, ele é alimento para a gente”. O PAD e o processo de transformar água salgada em doce também foi outra novidade para Roseli.

Além da Adelina Maria, as escolas municipais Eliezer Porto e Monsenhor Jason Barbosa Coelho também participaram, trazendo seus alunos ao evento. O presidente do Sintraf, Evandro Silva, falou no evento sobre a atuação ambiental do sindicato. A Escola de Música Professor Kalil fez apresentação musical e o artista Tarcísio Lima encenou um teatro de bonecos com o tema da educação ambiental.

A organização foi da gerência local do perímetro e dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que administra o perímetro Piauí. Colaboraram com o evento a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), no fornecimento de tenda e copos de água potável, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto (Sintraf), que emprestou cadeiras e a empresa Maratá, que forneceu caixinhas de suco de fruta para o lanche da garotada.

[Vídeo] Sergipanas incríveis, orgulho da gente – Maria da Piedade

Neste Dia Internacional da Mulher e mês dedicado à elas, a gente começa a contar histórias como da agricultora irrigante Maria da Piedade, 40 anos. Em Lagarto, ela, o esposo e uma filha, vivem e tiram o sustento familiar de uma propriedade rural atendida com água de irrigação e assistência técnica fornecida pela Governo do Estado de Sergipe através da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe. Empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Des. Agrário e da Pesca de Sergipe (Seagri).

Maria da Piedade trabalha direto na lida da roça, no Perímetro Irrigado Piauí, cuida da casa e também participa do processo de vendas. Está ciente dos preços dos seus produtos e negocia direto com os compradores. Como ela, são muitas e muitas mulheres que trabalham, dia a pois dia, nas 1.998 unidades produtivas dos seis perímetros irrigados da da Coderse em todo estado. Sergipanas incríveis, orgulho da gente!

Tomaticultores de Lagarto investem na plasticultura e fertirrigação com gotejamento

As tecnologias aplicadas no perímetro público de Lagarto reduzem a mão de obra, economizam água, fertilizantes e produzem frutos de melhor qualidade

A fertirrigação é feita com mangueras de gotejamento que passam debaixo da lona ‘mulching’ [foto: Fernando Augusto]
Faça chuva ou faça sol, contando com a irrigação pública dos perímetros irrigados estaduais, dá para plantar tomate durante todo ano. E mais, no município de Lagarto, Centro-Sul sergipano, tem agricultor irrigante que aproveita a água fornecida pelo Governo do Estado para trabalhar com tecnologias de cultivo que aumentam a produtividade e diminuem custos. E ainda, faz crescer a renda líquida com a venda das colheitas.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), os produtores lançam mão à plasticultura e a fertirrigação para cultivar o tomate. Gildeon Reis é um deles. Experiente no cultivo de milho, pimentas e quiabo, também usando fertirrigação, ele explica que cada etapa da lavoura exige um tipo de adubação.

“Primeiro fiz um transplante das mudas e depois de uns três dias já entrei com o primeiro adubo na fertirrigação”. Nesta primeira etapa, Gildeon usa um fertilizante sólido, solúvel na água de irrigação e que contém uma alta concentração de fósforo, estimulando o crescimento vegetativo, das raízes e floração. “Com 20 dias eu entro com o fertilizante 18/18/18 NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). E depois de 45 dias, já é outro produto’”.

Na fertirrigação, um mecanismo injeta os fertilizantes necessários para o desenvolvimento da planta diretamente no sistema de irrigação do lote, feito por mangueiras de gotejamento. A tecnologia hoje é amplamente usada em diversos tipos de cultivos agrícolas nos perímetros irrigados de vocação agrícola da Coderse.

Os produtores dos perímetros irrigados têm também a assistência técnica fornecida pelo Estado. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Coderse, Júlio Leite, esse auxílio vem para complementar o que é investido, em recursos públicos, para que chegue água no lote dos irrigantes, gerando renda, empregos e alimentos com preços justos para a população.

“Irrigação, assistência técnica e ainda tem um assessoramento feito para que esses irrigantes participem de programas de ‘compras institucionais’, como o Alimenta Brasil e PNAE. São serviços públicos complementares entre si e que, no conjunto, incentivam o agricultor que está sendo beneficiado em um perímetro da Coderse. Eliminando chances de perda de safras; baixa produtividade e a desvalorização dos produtos, quando a comercialização é feita só com os atravessadores”, avalia Júlio Leite.

Técnico agrícola da Coderse, Williams Domingos atua na assistência à produção agrícola a partir da irrigação. “A gente orienta o produtor no manejo de irrigação adequado, introduzindo certos equipamentos novos, como a fertirrigação, como a irrigação por gotejamento. Que antigamente era a aspersão convencional. Orientando o uso de agrotóxicos na época e na forma adequada, sem o uso indiscriminado, respeitando os períodos de carência da cultura quando ele for colher”.

A fertirrigação traz praticidade, diminuindo a necessidade de contratar mão de obra ou máquinas para fazer a adubação diretamente na planta. “O adubo é misturado na água (da irrigação) e vai para a planta. Em dez minutos eu já adubei uma área de mil pés. Depois que plantar, eu sozinho resolvo. Só tem um rapaz que vai aplicar na planta (o defensivo químico) com a bomba costal”, expôs o produtor Gildeon, que mesmo sendo pessoa com deficiência, sem parte de uma das pernas, não tem dificuldade para operar o sistema de fertirrigação.

Plasticultura
Os agricultores irrigantes, incluindo Gildeon Reis, investem no uso de lonas ‘mulching’. O plástico especial retém a água de irrigação no solo, diminuindo a evaporação; cobre o solo de tal forma, que elimina o nascimento de ervas daninhas e ainda protege os frutos do contato e contaminação do solo. Isso aumenta a qualidade e o valor agregado da produção colhida, repercutindo em maior renda ao irrigante. A plasticultura substitui o método de estaquia, em que as plantas crescem verticalmente amarradas em uma vara.

As vantagens de usar a tecnologia de cultivo protegido, dão segurança até para o agricultor arriscar a plantar em épocas em que o clima não favorece. “Ninguém planta mais na vara com cordão, porque é muito trabalho. E o pessoal faz o plantio sempre em setembro, outubro, novembro. Eu estou plantando em uma época já de final. É meio perigoso, porque pode chegar o inverno cedo e eu estou fazendo a colheita. O que não é bom”, apontou o irrigante Gildeon.

“Faz a leira antes de colocar o ‘mulching’; com uma adubação de fundação e o sistema de irrigação, que é o gotejo. É uma tecnologia que deu certo. Tanto para o pessoal do tomate, como o da pimenta e hoje tem plantação de quiabo usando o ‘mulching’, porque reduz a mão de obra. Você não tem problema de capinar aqui em cima, não tem mato em cima dele. Ele garante também que o tomate cresça aqui em cima e não apodreça, porque ele não tem contato com o solo”, completou o técnico Williams.

 

[Vídeo] Plantio de tomate no perímetro de Lagarto usa tecnologia que agrega valor à produção

O programa Sergipe Rural do último sábado (25), exibido pela Aperipê TV, mostrou o processo de plantio de mudas de uma lavoura de tomate que usa métodos inovadores. Tecnologias que somente funcionam se forem associadas à irrigação. No exemplo mostrado, a água de irrigação é a fornecida pelo Governo do Estado de Sergipe em Lagarto.

Tal feito dos produtores rurais acontece no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe naquele município. Com a oferta da água, que chega em cada um dos 421 lotes assistidos, os agricultores investem no uso de lonas mulching. O plástico especial retém a água de irrigação no solo, diminuindo a evaporação; cobre o solo de tal forma que elimina o nascimento de ervas daninhas e ainda protege os frutos do contato e contaminação do solo. Aumentando a qualidade e valor agregado da produção colhida. repercutindo em maior renda ao agricultor irrigante.

A outra tecnologia empregada na lavoura mostrada é a fertirrigação. Ela é aplicada hoje em diversos tipos de cultivos nos perímetros irrigados de vocação agrícola da Coderse. Consiste em um mecanismo que injeta os fertilizantes (necessários para o desenvolvimento da planta) diretamente no sistema de irrigação do lote.

O tipo de irrigação mais apropriado para esta método é o feito por mangueiras de gotejamento. A principal vantagem da fertirrigação está na diminuição da mão de obra, antes necessária para adubar planta por planta e várias vezes durante o ciclo de vida da lavoura.

Feijão-de-corda irrigado gera renda e adubo nitrogenado em perímetro estadual

Irrigação fornecida pela Coderse permite colheitas fora da estação chuvosa
Feijão-de-corda tem boa aceitação na mesa do sergipano e em estados vizinhos [foto: arquivo pessoal]
Mais do que atender a preferência que o nordestino tem por esta variedade, o feijão-de-corda é usado como cultura de rotação no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. Depois de colhidas, as plantas servem de adubação verde, rica em nitrogênio, e que diminui o custo de produção dos próximos cultivos agrícolas. Lá foram colhidas 10,4T do alimento em 2022.

No perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), esse feijão, também conhecido como fradinho ou caupi, é cultivado fora de época, no verão. “A produção de alimentos no período de estiagem se torna possível graças ao sistema de irrigação interligado, pelo Governo do Estado, às 421 propriedades agrícolas de Lagarto”, destacou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Helenilson Santos, 35 anos, produtor irrigante do perímetro Piauí, atende a demanda de mercados e feiras de Lagarto, nesse período em que não se encontra o produto cultivado em sistema de sequeiro. Ele usa o feijão no auxílio a outras culturas agrícolas com maior custo-benefício ao produtor irrigante, como a batata-doce, o milho e o quiabo.

“Eu sempre planto (feijão-de-corda) com o intuito de fazer rotação de cultura, e também porque minha mãe vende na feira. A própria semente sou eu mesmo que produzo. Já deixo reservada e tenho colheita para o ano todo. Quando chega no inverno eu planto na parte não irrigada e no verão eu planto na irrigada, mas eu sempre tenho”, apontou o agricultor que mantém a família, com três filhos e esposa, a partir da renda das plantações.

O feijão-de-corda é uma leguminosa de família botânica que tem como característica a fixação biológica de nitrogênio, para o uso da própria planta. Mas esse nutriente permanece nos restos do feijoeiro depois de colhido e serve para o desenvolvimento da próxima lavoura que vier a ocupar aquela roça. “Ao ser misturado ao solo, os restos da cultura agem como adubo orgânico”, justifica Helenilson.

Gerente do perímetro de Lagarto, Gildo Almeida destaca que o uso de uma leguminosa como rotação de cultura tem boa adesão entre os irrigantes. “Outro cultivo muito usado para esta finalidade é o amendoim. No perímetro Piauí temos irrigantes que plantam e cozinham, atendendo compradores dentro e fora do estado. Mas ele também tem essa mesma utilidade que o feijão, de servir de adubação verde”, confirmou.

Segundo o gerente do perímetro, neste verão são cerca de 10 produtores que usam a irrigação do perímetro para produzir o feijão-de-corda. “Além da irrigação que a Coderse oferece, em cada propriedade, para eles produzirem o ano inteiro, também tem a assistência técnica agrícola, que faz a orientação para eles produzirem mais e melhor, incluindo a adoção de culturas de rotação. Em 2022, foram 10,4 T de feijão-de-corda produzidas no perímetro, rendendo R$ 42 mil aos irrigantes”, informou Gildo Almeida.

A família de Helenilson Santos já tinha a propriedade quando surgiu o perímetro Piauí, que tem a mesma idade do agricultor. “Não acompanhei a implantação. Mas todo o conhecimento vem do pessoal que trabalha aqui. Os técnicos agrícolas sempre dão suporte à gente e à irrigação, para você ter o produto de inverno a verão, desde as formas de plantio, até os estudos para poder ter sempre a melhor produção. Porque hoje a gente consegue sobreviver do próprio plantio”, revelou.

Feijão o tempo inteiro
Para não deixar de ter feijão-de-corda para vender, Helenilson mantém mais de uma área com o cultivo. “Eu planto aqui mais ou menos um hectare. Para ter a colheita sempre farta e suprir a feira, eu estou colhendo agora a metade e tem outra metade já começando a colocar flor”. Na feira, ele comercializa o feijão por R$ 8 a lata (de 1L de óleo de soja), valor que varia conforme a oferta e a demanda.

Colhido ainda verde, o feijão-de-corda tem melhor preço de venda, acelera o ciclo da lavoura e a entrada da cultura seguinte, onde os feijoeiros servirão de adubo. Mas é do grão seco, também comercializado por Helenilson, que ele tira a semente e garante a continuidade das novas safras. “Do plantio até a colheita são de 80 a 90 dias, e a gente passa entre 30 a 40 dias colhendo. A colheita é rápida”, completou.

Vantagens e aplicação
O mais nordestino entre os feijões está no acarajé, no abará, no baião de dois e no feijão tropeiro; pode ser consumido cozido, em caldo, ou nas saladas frias. Mas em relação ao feijão carioca, o mais consumido no país, o feijão-de-corda tem três vezes menos carboidratos, que são os açúcares. Assim, o corda é mais indicado para o consumo dos diabéticos e nas dietas de emagrecimento, já que também tem menos da metade das gorduras totais encontradas do que o carioca.

Apoio do Estado à agricultura familiar garante renda para produtores e diversidade de alimentos na mesa dos sergipanos

Assistência técnica, modernização, investimentos no desenvolvimento regional e programas específicos são algumas das ações do Governo de Sergipe que têm fomentado a agricultura familiar no Estado

Irrigação possibilita maior diversidade de culturas e rentabilidade [foto: Arthuro Paganini]
Em aproximadamente 20 dias, o amendoim plantado por Luciano Oliveira estará pronto para ser colhido. Do povoado Limoeiro, no município de Lagarto, no centro-sul de Sergipe, o produto vai parar nas feiras da região e até na capital, Aracaju, chegando à mesa de várias famílias sergipanas.

Segundo dados consolidados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), de 2017, cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são compostos por agricultores familiares. No estado, como em todo o Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para consumo da população.

Em Sergipe, os agricultores familiares contam com o apoio do Governo de Sergipe, por meio de diversos programas mantidos, principalmente, pelas secretarias de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), da Assistência Social e Cidadania (Seasc), assim como da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese) e a Companhia do Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), antiga Cohidro.

Por meio da Pronese, por exemplo, o governo do Estado implementa o Programa Nacional de Crédito Fundiário em parceria com o governo federal, que possibilitou o acesso à terra para mais de 2 mil famílias. Enquanto a Emdagro tem uma atuação importante no interior, com 36 escritórios por todo o estado, prestando assistência técnica rural e fomento à produção. Também são realizados programas para o agricultor familiar, como Programa de Distribuição de Sementes; de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro (IATF); apoio à regularização das queijarias, dentre outros. O seguro Garantia Safra, a operação do Programa Alimenta Brasil (PAB) e o Programa de Regularização Fundiária são algumas das ações diretas da Seagri. Já a Coderse atua na modernização e gestão de seis perímetros públicos irrigados, na construção de sistemas de abastecimento de água, limpeza e abertura de pequenas, médias e grandes barragens nos municípios.

Diversidade e produtividade
O terreno de duas tarefas onde Luciano e seu pai, Agnobaldo Nascimento, também produzem verduras, amendoim, batata doce, mandioca, macaxeira e milho faz parte do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pela Coderse, em Lagarto. Além da irrigação pública, os agricultores contam com a assistência técnica do Estado, o que possibilita maior diversidade de culturas e rentabilidade.

“É fundamental o auxílio que recebemos. Depois da irrigação, melhorou muito, principalmente o lucro. Com a irrigação, a gente consegue ter até três safras por ano. E com a assistência técnica da Coderse também conseguimos, no banco, um financiamento para o kit de irrigação para a lavoura nova, o que vai aumentar nossa produção, pois vamos trabalhar com equipamentos mais novos e modernos e investir um pouco mais na qualidade do produto, usar um adubo melhor e uma semente de melhor qualidade”, disse Luciano.

De acordo com o agricultor familiar, o apoio do Estado e dos demais parceiros vai permitir uma maior produtividade no seu terreno. “Quero ter um aumento de 20% a 30% na produção neste ano”, afirmou o filho de Agnobaldo, acrescentando que o lucro obtido com a lavoura é a principal fonte de renda da família, formada por cinco pessoas.

Em 2022, nos seis perímetros irrigados mantidos pela Coderse, foram produzidas 132.601 toneladas de alimentos. “O lote com a irrigação consegue tirar até três safras em um ano. Sem a irrigação, eles produziam praticamente só mandioca e esperavam mais de um ano para colher. Já o amendoim, milho verde, batata doce têm um ciclo pequeno de produção, e o retorno financeiro é mais rápido. Sempre trabalhamos para melhorar a produção, por meio do acompanhamento técnico. A gente também corre atrás de projetos para eles participarem dos programas dos governos estadual e federal. A gente se preocupa muito com isso, para que possam escoar a produção, para que produzam e tenham como escoar”, explicou o gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima.

Luiz Barbosa dos Santos também é um dos beneficiados pela irrigação pública. “Sem a irrigação, a gente não trabalharia aqui. Eu produzo tomate e pimenta. Nesta safra, estamos com uma produção de aproximadamente 1.500 caixas de tomate. Esse tomate vai para as Ceasas de Itabaiana e Aracaju”, informou o produtor do povoado Várzea dos Cágados.

Mais renda
Conforme Luiz, a produção também gera renda para trabalhadores da região. “Estamos agora no período de colheita, e são quase 40 pessoas que contratamos dois dias por semana, nas três semanas da colheita, para catar e também para separar os tomates”.

Daniela dos Santos Souza é uma das pessoas contratadas para a colheita. Para ela, o serviço é motivo de orgulho. “Sou de família de agricultores. Minha mãe e meu irmão também estão trabalhando aqui hoje. É um tipo de trabalho que a gente faz com muito amor e carinho, porque gosta. Gosto muito de trabalhar na colheita do tomate e em outras, como a seleção de pimenta. Tem que ter os colhedores [antes] para os tomates chegarem, depois, até as pessoas”, argumentou.

A jovem destacou, ainda, a oportunidade ofertada pela produção agrícola local. “Eu moro aqui em Lagarto com minha filha. Então, eu tenho que ter o meu sustento e o dela. Também é bom para a maior parte do pessoal, que, quando está desempregado, encontra mais trabalhos assim por aqui”, pontuou Daniela.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

[vídeo] Sergipe Rural mostrou que barragens cheias trazem produção certa para irrigação pública

As chuvas de dezembro de 2022, foram suficientes para completar o nível dos cinco reservatórios que atendem os perímetros irrigados da Cohidro. As barragens cheias, conforme informou a reportagem do programa Sergipe Rural da Aperipê TV, dão garantias de um verão com disponibilidade de água para os agricultores irrigantes produzirem. Sem riscos de desabastecimento.

Colabora com esta situação tranquila, o desassoreamento feito na barragem do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, o que tem mais demanda por uso da água para a finalidade de abastecimento humano. Com a limpeza feita no leito do reservatório, houve um aumento na capacidade de acúmulo da água.

[vídeo] AgroSE: Chuvas fazem barragens verterem em cinco perímetros irrigados da Cohidro

Programa Agro SE, da Tv Atalaia divulgou nesta quarta-feira (07) que as chuvas que caem em todo estado de Sergipe desde o início da última semana, completaram o nível das cinco barragens da Cohidro. Nos perímetros irrigados Jacarecica I e Poção da Ribeira, em Itabaiana; Jacarecia II, entre Areia Branca, Malhador e Riachuelo; Jabiberi, em Tobias Barreto e Piauí, em Lagarto.

As chuvas, do fim de novembro e início de dezembro fizeram todas, as barragens verterem. Anunciando um verão – época de muita demanda do mercado e sol propício para as plantas crescerem bem – com água suficiente para atender às necessidades dos agricultores irrigantes atendidos pelo Governo do Estado nestes perímetros públicos, até o próximo inverno.

A barragem do perímetro da Ribeira, é um reservatório de importância estratégica, pois sua água tem múltiplos usos. Além da irrigação dos 466 lotes do polo irrigado, serve ao abastecimento urbano de quatro municípios do Agreste Sergipano, incluindo a grande Itabaiana. Para recuperar a sua capacidade original e até ampliar sua capacidade de acúmulo de água, no início do ano a barragem do perímetro da Ribeira recebeu obras de limpeza e desassoreamento, via Programa Pró-Campo, do Governo de Sergipe.

[vídeo] Com capim capiaçu irrigado e outros restos culturais, irrigante mantem rebanhos de leite e corte

O programa Sergipe Rural, da Aperipe TV, foi até o Perímetro Irrigado Piauí, mantido pela Cohidro em Lagarto, Centro-Sul Sergipano; para mostrar a propriedade agrícola de Gival Souza. Ele experimenta um certo grau de autossuficiência na criação de bovinos, caprinos e ovinos. Em um ciclo virtuoso, o pequeno agropecuarista utiliza a variedade de capim BRS Capiaçu e restos culturais como ração para a criação de animais que, por sua vez, geram esterco para a adubação destas plantações. O sistema funciona durante todo ano, a partir da água fornecida pelo serviço de distribuição pública estadual do Perímetro Irrigado Piauí.

Última atualização: 19 de dezembro de 2022 14:46.

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