Batata-doce é o cultivo preferido dos produtores do perímetro irrigado em Lagarto

Assistência técnica da Coderse orientou sobre doença que quase dizimou produção de variedade mais procurada. Primeiro trimestre produziu 124,5T de batata-doce
Foto: Arquivo pessoal

Produtores irrigantes voltaram a investir forte na produção de batata-doce em Lagarto, agora que contam com uma variedade livre de doenças, a ourinho roxa. A produção é fruto de ‘sementes’ com origem nas pesquisas da Embrapa Clima Temperado, que se adaptaram bem às unidades produtivas do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado naquele município. Lá, são cerca de 50 produtores produzindo  batata-doce durante o ano, ocupando continuamente uma área de 30 hectares (ha).

Em 2019, muitos desses agricultores atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), com água de irrigação de assistência técnica, abandonaram a bataticultura por conta da doença causada pela mosca branca na batata ourinho, a mais cultivada e lucrativa na época. As plantas doentes não produziam as raízes que usamos para alimentação, fazendo com que os irrigantes perdessem as safras inteiras. Já neste ano, no primeiro trimestre a produção de batata-doce foi de 124,5 toneladas,  25% maior que no mesmo período de 2022. Colheita que rendeu aos irrigantes R$ 138,6 mil.

Conforme conta o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, a praga tinha infestado as ramas da lavoura anterior e que eram usadas para replantio das lavouras seguintes. “Desde o início, a orientação dos técnicos da nossa empresa foi a de buscar ‘sementes’ novas e que não tivessem origem nas lavouras já contaminadas. A dica foi certeira e esses bataticultores voltaram a plantar, colher, beneficiar e comercializar a batata-doce com todo estado e fora dele. Produto bastante requisitado pela alta qualidade da ourinho roxa”, pontuou.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida, relembra o problema com o carro-chefe da produção de batata-doce, a variedade ourinho tradicional. Mesmo ela tendo um ciclo de produção maior. “A batata-doce ainda é uma das principais culturas aqui. Agora que surgiu esse melhoramento através da Embrapa de Pelotas (RS), a ourinho roxa, é ela que está no auge aqui. Embora precise de 90 dias para colher, ela tem boa qualidade e está a todo vapor a produção aqui. O preço na lavoura agora é R$ 1,50/Kg”, informou.

Luciano Oliveira está plantando a nova variedade de batata-doce e está animado, mesmo tendo tido azar com ourinho branca no passado.”A ourinho roxa é a que o pessoal está mais plantando agora. Quando comecei a plantar batata, fui plantar a branca e não produzi nada. Isso foi há uns 4 anos atrás. Comecei a plantar batata-doce novamente agora recentemente, há uns dois meses e ainda vou colher daqui a 1 mês e já tem comprador. Mas eu acompanho os colegas que estão colhendo, ela é excelente, é boa de lidar”, revelou o produtor que tem 0,33 ha plantados com a ourinho roxa.

Já Helenilson Santos conta que naturalmente está voltando a obter a rentabilidade semelhante à que possuía antes da doença, quando todos lucravam com a ourinho tradicional. “Com a Ourinho roxa não, porém com a ourinho tradicional tivemos problemas demais! Eu parei um bom tempo e voltei ano passado, já com a roxa. Até o momento, graças a Deus, tem produção e saída em grande escala. Está tudo bem aqui agora e chovendo bem, ajuda muito também no controle da mosca branca”, completa o irrigante do perímetro Piauí.

Companhia estadual promove Dia da Água para estudantes em perímetro irrigado de Lagarto

Coderse disponibilizou técnicos e maquete do Programa Água Doce para demonstrar aos alunos
Foto: Paulo Ricardo

Já tradicional no calendário de eventos em Lagarto, Centro-Sul sergipano, o Dia da Água promovido pelo Perímetro Irrigado Piauí, foi realizado nesta quinta-feira, 23. A programação voltada à comunidade escolar dos bairros e povoados vizinhos ao polo agrícola, mantido pelo Governo do Estado, contou com apresentações artísticas dos alunos e de artistas convidados. Além de palestras sobre a importância da água, da sua exploração responsável e do perímetro, para o desenvolvimento da atividade agrícola no município.

Ieda Oliveira, professora de Ciências na Escola Municipal Adelina Maria de Santana Souza, em Lagarto, relaciona a participação no Dia da Água no perímetro com a educação teórica feita em sala de aula. “Ajuda na conscientização sobre os cuidados com a água. Como podemos relacionar isso com a escola? Falando da importância da água para as pessoas que plantam, essa irrigação vai fazer girar a economia do município. Como no Verão intenso, que não dá para plantar milho, mas tem aqui um setor que faz a irrigação”, observou.

“Este foi o primeiro Dia da Água que pudemos fazer juntando todos os alunos, depois da pandemia. Ano passado fizemos em grupos e antes tivemos que suspender, por conta do isolamento social. É importante trazer as crianças para aprender e conhecer o nosso perímetro, da água que chega aos lotes para gerar renda e alimentos nessas comunidades”, destacou o gerente do perímetro, Gildo Almeida.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite agradeceu pelo empenho da equipe de Lagarto para realizar o evento. “É um evento simples, mas de uma importância significativa por dar essa orientação aos nossos pequenos, porque a água é algo realmente importante. Nós precisamos em todo momento da água. A instrução, a orientação nesse sentido é sempre favorável, principalmente nessa faixa etária. E queria agradecer ao nosso diretor de Infraestrutura, Ernan Sena, que nos enviou uma maquete e o pessoal para fazer a palestra”, pontuou.

Programa Água Doce
Foi destaque no evento o trabalho de execução do Programa Água Doce (PAD), feito pela Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Nele, a empresa atua com técnicos que fazem parte do Núcleo Estadual, realizando serviços de reparo, manutenção de poços e orientação nas 29 unidades de produção de água dessalinizada do programa, existentes na região semiárida de Sergipe.

“Exibimos a nossa maquete do PAD e trouxemos a geóloga Isabela Soares, da Gerência de Perfuração, ligada à nossa diretoria. Ela explicou o programa, com a nossa maquete e palestrou sobre nosso trabalho com poços e sistemas de abastecimento feito em todo estado. O que inclui a atenção às unidades do Água Doce”, expôs o diretor de Infraestrutura da Coderse, Ernan Sena.

Aluna da professora Ieda, no 6º ano, Roseli da Silva tem 11 anos e é filha de agricultores. No seu dia a dia em família, com o que aprendeu na escola e no evento, ela mostra que sabe o que a água representa para nossa existência e para a geração de renda. “A água é muito importante, principalmente para plantar. E se a pessoa planta, tipo o tomate, ele é alimento para a gente”. O PAD e o processo de transformar água salgada em doce também foi outra novidade para Roseli.

Além da Adelina Maria, as escolas municipais Eliezer Porto e Monsenhor Jason Barbosa Coelho também participaram, trazendo seus alunos ao evento. O presidente do Sintraf, Evandro Silva, falou no evento sobre a atuação ambiental do sindicato. A Escola de Música Professor Kalil fez apresentação musical e o artista Tarcísio Lima encenou um teatro de bonecos com o tema da educação ambiental.

A organização foi da gerência local do perímetro e dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que administra o perímetro Piauí. Colaboraram com o evento a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), no fornecimento de tenda e copos de água potável, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto (Sintraf), que emprestou cadeiras e a empresa Maratá, que forneceu caixinhas de suco de fruta para o lanche da garotada.

[galeria de fotos] Dia das Mulheres teve homenagem da diretoria executiva e gerências no interior

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe reconhece a relevância da participação da mulher no dia a dia da empresa. Mas elas também fazem valer ainda mais a importância das nossas ações no campo. Mulheres que são responsáveis por produzir, gerar renda e sem nunca deixar de cuidar de toda família.

E nunca é demais falar mais uma vez sobre o Dia Internacional das Mulheres. Elas merecem! Tanto que neste 8 de março, os diretores executivos e gerentes de perímetros da Coderse, distribuíram botões de rosa para as funcionárias da sede da companhia e nas unidades do interior.

Muito além do que não deixar passar em branco a data comemorativa, o ato simboliza o reconhecimento pela força, dedicação e amor pela empresa. Qualidades que as nossas colegas demostram em todos os dias do ano. Parabéns!

Parabéns a todas as mulheres em seu dia!

08 de março, Dia Internacional das Mulheres

Tomaticultores de Lagarto investem na plasticultura e fertirrigação com gotejamento

As tecnologias aplicadas no perímetro público de Lagarto reduzem a mão de obra, economizam água, fertilizantes e produzem frutos de melhor qualidade

A fertirrigação é feita com mangueras de gotejamento que passam debaixo da lona ‘mulching’ [foto: Fernando Augusto]
Faça chuva ou faça sol, contando com a irrigação pública dos perímetros irrigados estaduais, dá para plantar tomate durante todo ano. E mais, no município de Lagarto, Centro-Sul sergipano, tem agricultor irrigante que aproveita a água fornecida pelo Governo do Estado para trabalhar com tecnologias de cultivo que aumentam a produtividade e diminuem custos. E ainda, faz crescer a renda líquida com a venda das colheitas.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), os produtores lançam mão à plasticultura e a fertirrigação para cultivar o tomate. Gildeon Reis é um deles. Experiente no cultivo de milho, pimentas e quiabo, também usando fertirrigação, ele explica que cada etapa da lavoura exige um tipo de adubação.

“Primeiro fiz um transplante das mudas e depois de uns três dias já entrei com o primeiro adubo na fertirrigação”. Nesta primeira etapa, Gildeon usa um fertilizante sólido, solúvel na água de irrigação e que contém uma alta concentração de fósforo, estimulando o crescimento vegetativo, das raízes e floração. “Com 20 dias eu entro com o fertilizante 18/18/18 NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). E depois de 45 dias, já é outro produto’”.

Na fertirrigação, um mecanismo injeta os fertilizantes necessários para o desenvolvimento da planta diretamente no sistema de irrigação do lote, feito por mangueiras de gotejamento. A tecnologia hoje é amplamente usada em diversos tipos de cultivos agrícolas nos perímetros irrigados de vocação agrícola da Coderse.

Os produtores dos perímetros irrigados têm também a assistência técnica fornecida pelo Estado. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Coderse, Júlio Leite, esse auxílio vem para complementar o que é investido, em recursos públicos, para que chegue água no lote dos irrigantes, gerando renda, empregos e alimentos com preços justos para a população.

“Irrigação, assistência técnica e ainda tem um assessoramento feito para que esses irrigantes participem de programas de ‘compras institucionais’, como o Alimenta Brasil e PNAE. São serviços públicos complementares entre si e que, no conjunto, incentivam o agricultor que está sendo beneficiado em um perímetro da Coderse. Eliminando chances de perda de safras; baixa produtividade e a desvalorização dos produtos, quando a comercialização é feita só com os atravessadores”, avalia Júlio Leite.

Técnico agrícola da Coderse, Williams Domingos atua na assistência à produção agrícola a partir da irrigação. “A gente orienta o produtor no manejo de irrigação adequado, introduzindo certos equipamentos novos, como a fertirrigação, como a irrigação por gotejamento. Que antigamente era a aspersão convencional. Orientando o uso de agrotóxicos na época e na forma adequada, sem o uso indiscriminado, respeitando os períodos de carência da cultura quando ele for colher”.

A fertirrigação traz praticidade, diminuindo a necessidade de contratar mão de obra ou máquinas para fazer a adubação diretamente na planta. “O adubo é misturado na água (da irrigação) e vai para a planta. Em dez minutos eu já adubei uma área de mil pés. Depois que plantar, eu sozinho resolvo. Só tem um rapaz que vai aplicar na planta (o defensivo químico) com a bomba costal”, expôs o produtor Gildeon, que mesmo sendo pessoa com deficiência, sem parte de uma das pernas, não tem dificuldade para operar o sistema de fertirrigação.

Plasticultura
Os agricultores irrigantes, incluindo Gildeon Reis, investem no uso de lonas ‘mulching’. O plástico especial retém a água de irrigação no solo, diminuindo a evaporação; cobre o solo de tal forma, que elimina o nascimento de ervas daninhas e ainda protege os frutos do contato e contaminação do solo. Isso aumenta a qualidade e o valor agregado da produção colhida, repercutindo em maior renda ao irrigante. A plasticultura substitui o método de estaquia, em que as plantas crescem verticalmente amarradas em uma vara.

As vantagens de usar a tecnologia de cultivo protegido, dão segurança até para o agricultor arriscar a plantar em épocas em que o clima não favorece. “Ninguém planta mais na vara com cordão, porque é muito trabalho. E o pessoal faz o plantio sempre em setembro, outubro, novembro. Eu estou plantando em uma época já de final. É meio perigoso, porque pode chegar o inverno cedo e eu estou fazendo a colheita. O que não é bom”, apontou o irrigante Gildeon.

“Faz a leira antes de colocar o ‘mulching’; com uma adubação de fundação e o sistema de irrigação, que é o gotejo. É uma tecnologia que deu certo. Tanto para o pessoal do tomate, como o da pimenta e hoje tem plantação de quiabo usando o ‘mulching’, porque reduz a mão de obra. Você não tem problema de capinar aqui em cima, não tem mato em cima dele. Ele garante também que o tomate cresça aqui em cima e não apodreça, porque ele não tem contato com o solo”, completou o técnico Williams.

 

Feijão-de-corda irrigado gera renda e adubo nitrogenado em perímetro estadual

Irrigação fornecida pela Coderse permite colheitas fora da estação chuvosa
Feijão-de-corda tem boa aceitação na mesa do sergipano e em estados vizinhos [foto: arquivo pessoal]
Mais do que atender a preferência que o nordestino tem por esta variedade, o feijão-de-corda é usado como cultura de rotação no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. Depois de colhidas, as plantas servem de adubação verde, rica em nitrogênio, e que diminui o custo de produção dos próximos cultivos agrícolas. Lá foram colhidas 10,4T do alimento em 2022.

No perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), esse feijão, também conhecido como fradinho ou caupi, é cultivado fora de época, no verão. “A produção de alimentos no período de estiagem se torna possível graças ao sistema de irrigação interligado, pelo Governo do Estado, às 421 propriedades agrícolas de Lagarto”, destacou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Helenilson Santos, 35 anos, produtor irrigante do perímetro Piauí, atende a demanda de mercados e feiras de Lagarto, nesse período em que não se encontra o produto cultivado em sistema de sequeiro. Ele usa o feijão no auxílio a outras culturas agrícolas com maior custo-benefício ao produtor irrigante, como a batata-doce, o milho e o quiabo.

“Eu sempre planto (feijão-de-corda) com o intuito de fazer rotação de cultura, e também porque minha mãe vende na feira. A própria semente sou eu mesmo que produzo. Já deixo reservada e tenho colheita para o ano todo. Quando chega no inverno eu planto na parte não irrigada e no verão eu planto na irrigada, mas eu sempre tenho”, apontou o agricultor que mantém a família, com três filhos e esposa, a partir da renda das plantações.

O feijão-de-corda é uma leguminosa de família botânica que tem como característica a fixação biológica de nitrogênio, para o uso da própria planta. Mas esse nutriente permanece nos restos do feijoeiro depois de colhido e serve para o desenvolvimento da próxima lavoura que vier a ocupar aquela roça. “Ao ser misturado ao solo, os restos da cultura agem como adubo orgânico”, justifica Helenilson.

Gerente do perímetro de Lagarto, Gildo Almeida destaca que o uso de uma leguminosa como rotação de cultura tem boa adesão entre os irrigantes. “Outro cultivo muito usado para esta finalidade é o amendoim. No perímetro Piauí temos irrigantes que plantam e cozinham, atendendo compradores dentro e fora do estado. Mas ele também tem essa mesma utilidade que o feijão, de servir de adubação verde”, confirmou.

Segundo o gerente do perímetro, neste verão são cerca de 10 produtores que usam a irrigação do perímetro para produzir o feijão-de-corda. “Além da irrigação que a Coderse oferece, em cada propriedade, para eles produzirem o ano inteiro, também tem a assistência técnica agrícola, que faz a orientação para eles produzirem mais e melhor, incluindo a adoção de culturas de rotação. Em 2022, foram 10,4 T de feijão-de-corda produzidas no perímetro, rendendo R$ 42 mil aos irrigantes”, informou Gildo Almeida.

A família de Helenilson Santos já tinha a propriedade quando surgiu o perímetro Piauí, que tem a mesma idade do agricultor. “Não acompanhei a implantação. Mas todo o conhecimento vem do pessoal que trabalha aqui. Os técnicos agrícolas sempre dão suporte à gente e à irrigação, para você ter o produto de inverno a verão, desde as formas de plantio, até os estudos para poder ter sempre a melhor produção. Porque hoje a gente consegue sobreviver do próprio plantio”, revelou.

Feijão o tempo inteiro
Para não deixar de ter feijão-de-corda para vender, Helenilson mantém mais de uma área com o cultivo. “Eu planto aqui mais ou menos um hectare. Para ter a colheita sempre farta e suprir a feira, eu estou colhendo agora a metade e tem outra metade já começando a colocar flor”. Na feira, ele comercializa o feijão por R$ 8 a lata (de 1L de óleo de soja), valor que varia conforme a oferta e a demanda.

Colhido ainda verde, o feijão-de-corda tem melhor preço de venda, acelera o ciclo da lavoura e a entrada da cultura seguinte, onde os feijoeiros servirão de adubo. Mas é do grão seco, também comercializado por Helenilson, que ele tira a semente e garante a continuidade das novas safras. “Do plantio até a colheita são de 80 a 90 dias, e a gente passa entre 30 a 40 dias colhendo. A colheita é rápida”, completou.

Vantagens e aplicação
O mais nordestino entre os feijões está no acarajé, no abará, no baião de dois e no feijão tropeiro; pode ser consumido cozido, em caldo, ou nas saladas frias. Mas em relação ao feijão carioca, o mais consumido no país, o feijão-de-corda tem três vezes menos carboidratos, que são os açúcares. Assim, o corda é mais indicado para o consumo dos diabéticos e nas dietas de emagrecimento, já que também tem menos da metade das gorduras totais encontradas do que o carioca.

Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe leva mais qualidade de vida e infraestrutura ao campo

Coderse surge para desenvolver novas políticas públicas que atendam outras necessidades do meio rural, além da carência hídrica [foto: Fernando Augusto]
Ao se transformar em Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), a antiga Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) ganhou status de atuação em todos os 75 municípios, abrindo diálogo e mecanismos para captação de recursos das esferas municipal, estadual, federal e até internacional, a fim de desenvolver novas políticas públicas que atendam outras necessidades do meio rural, além da carência hídrica que a Cohidro já supria.

A mudança também favorece o diálogo com os poderes Executivo e Legislativo, de onde recursos originários de fundos, programas e emendas parlamentares possam dar o empuxo necessário à promoção de meios de geração de emprego, renda, produção de alimentos e qualidade de vida para a mulher e o homem do campo.

Antes, enquanto Cohidro, a companhia estava restrita a administrar os seus seis perímetros irrigados, limitados a setores de sete municípios; cuidar e fiscalizar os contratos de concessão do Platô de Neópolis (que também abrange Japoatã) e da Central de Abastecimento (Ceasa) de Aracaju; e a perfurar, instalar e recuperar poços, barragens e cisternas.

Segundo o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, serão ampliados os serviços que a antiga Cohidro fazia, mas outras ações de infraestrutura, aquisição de equipamentos e saneamento rural farão parte do leque de atuação da nova companhia. Para tanto, o diretor informa que vários processos licitatórios estão em andamento acelerado.

“A Coderse chegou, e chegou de verdade. Terão comunidades rurais em que a gente vai poder trabalhar a parte de calçamento, de esgotamento, e também adquirir máquinas e implementos para fortalecer a cadeia produtiva das localidades, melhorando a infraestrutura e gerando qualidade de vida, com mais saúde e renda para quem vive no campo”, destacou Paulo Sobral, ao observar que a Coderse vai fazer essa ação direta e concreta com os municípios, em parceria com as comunidades e associações rurais.

Para ele, com a Coderse, um ciclo de ações governamentais será promovido para elevar os níveis de desenvolvimento humano no meio rural, refletindo no ambiente urbano. “Isso é a base. Se você produz água, se você produz qualidade de vida para o homem do campo, automaticamente você dá condições para que ele produza comida. Você está fechando um ciclo de extrema importância para o estado”, complementou o presidente da companhia estadual.

Captação de recursos

A maior parte das novas políticas públicas encabeçadas pela Coderse, em vista de promover qualidade de vida à população rural, partirá da Diretoria de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola. O diretor Ernan Sena considera importante a mudança, para favorecer a captação de recursos e promover serviços e obras. “Sabemos que um dos limitadores da Cohidro era a falta de recursos. Com a mudança no estatuto para Coderse, teremos uma melhor condição de captação financeira, viabilizando a exploração do grande potencial que essa empresa tem e cumprindo a sua função social. A expectativa é muito boa, vamos trabalhar duro para conseguir aumentar o número de realizações da empresa”, avisou Ernan Sena.

Reestruturação

Diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Coderse, Júlio Leite destaca que com a companhia maior e mais aberta à captação de recursos do que era a Cohidro o seu setor poderá melhorar os serviços oferecidos nos seis perímetros irrigados, e até ampliar a sua atuação.

“A intenção é recuperar mais da infraestrutura dos perímetros, construída em meados dos anos 80, ao mesmo tempo em que queremos ampliar essa atuação para mais localidades rurais. A irrigação é, sem dúvida, essencial à atividade agrícola e também à pecuária, na maior parte do nosso estado, em regiões onde a chuva é bastante irregular, quando não é escassa”, pontuou Júlio Leite.

Recursos humanos 

O diretor Administrativo e Financeiro (Diraf) da Coderse, Thomas Jefferson da Costa, falou da expectativa de crescimento das ações da empresa. “Sinto-me feliz e honrado por fazer parte deste momento tão importante da instituição. Eu conheço o trabalho da Cohidro há muito tempo e, apesar do pouco tempo no cargo, posso dizer que agora como Coderse ela reúne todos os elementos para dar um grande salto nos próximos anos”.

Será na Diraf que muitas das novas funções da Coderse irão tomar forma, nos setores de recursos humanos, licitações e financeiro. “Além do quadro de profissionais competentes, temos todo o respaldo do nosso secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, e do nosso governador Fábio Mitidieri”, completou Thomas Jefferson da Costa.

Conselho de Administração empossa três novos diretores da Coderse

Equipe pretende contribuir com a reestruturação da empresa no processo de transição com foco no desenvolvimento regional

[foto: Fernando Augusto]
O Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) empossou os novos diretores Administrativo e Financeiro; de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola; e de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Companhia. Indicados pelo governador Fábio Mitidieri, os novos dirigentes têm o desafio de contribuir com a reestruturação da empresa, que deixou de ser de Irrigação e Poço e passou para Desenvolvimento Regional.

Thomas Jefferson assumiu a diretoria Administrativa e Financeira; Júlio Cezar Sandes Leite a de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola; e Ernan Sena a de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola.

Além de dar continuidade ao processo de reestruturação que a empresa pública vem passando nos últimos quatro anos, os novos dirigentes têm o desafio de promover, junto ao atual diretor-presidente, Paulo Sobral, o processo de transição da antiga Companhia de Irrigação e Poços (Cohidro), para a de Desenvolvimento Regional (Coderse). De acordo com o presidente, a empresa está preparada para receber novos investimentos e, com isso, ampliar a gama de serviços à população do meio rural.

Gestor público, Thomas Jefferson França da Costa atuou no Tribunal de Contas e na Assembleia Legislativa de Sergipe, foi superintendente estadual da GEAP e diretor institucional em Sergipe da União das Instituições de Autogestão em Saúde. “Estar à frente da Diraf desta importante instituição é uma responsabilidade enorme. Mesmo com toda a experiência que adquiri nos lugares por onde passei, sei que terei muitos desafios pela frente e estou pronto para encará-los e, até mesmo, aprender com eles. Neste sentido, estou chegando para somar, conduzindo a Diretoria Administrativa e Financeira da Coderse com dinamismo, dentro de uma agenda que fortaleça a sua atuação e dê grandes resultados para a população”, afirmou.

Ernan de Araujo Sena é advogado, foi assessor jurídico no Tribunal de Justiça de Sergipe e na Procuradoria Geral do Município de Aracaju, com passagem também pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Sedurbi) e na 1ª Vara Civil de Itabaiana. Agora, na diretoria que desempenha trabalhos em sistemas de abastecimento, barragens e cisternas em todos os municípios sergipanos, Ernan Sena está animado com a expectativa de encontrar bastante trabalho na nova função.

“A Dinfra tem um papel social muito importante, levando água para comunidades no interior. Espero poder usar da minha experiência pessoal e profissional para modernizar, equipar e otimizar os trabalhos da Dinfra. Queremos alcançar mais comunidades que necessitam dos nossos serviços”, pontuou.

O veterinário Júlio Cezar Sandes Vieira Leite foi secretário municipal de Riachuelo nas pastas da Agricultura e de Governo, tendo atuação profissional e especializações técnico-acadêmicas em Medicina Veterinária, na área de reprodução animal. Ele agradeceu ao governador Fábio Mitidieri pela indicação para assumir a diretoria de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola. “Acredito que a missão de conduzir a Dirir (responsável por seis perímetros irrigados, mais o gerenciamento e fiscalização dos contratos de concessão do Platô de Neópolis) seja desafiadora, mas, ao mesmo tempo, gratificante. Seja pelo suporte dado ao desenvolvimento da agricultura familiar nos lotes dos perímetros e o apoio ao agronegócio sergipano ou pelo trabalho que propicia a produção de alimentos, contribuindo com a diversidade daquilo que chega à mesa do sergipano, em qualidade e melhor preço”, apontou Júlio Leite.

O presidente do Conselho de Administração da Coderse, Alberto Santos Melo, desejou uma boa gestão para os novos diretores, pedindo que se dê continuidade aos avanços já iniciados. “A gestão de Paulo Sobral tem sido muito evolutiva. Ao visitar os perímetros, por exemplo, vão ver que tem muita coisa por fazer. Mas muita coisa já foi feita, como a estação de bombeamento que nunca tinha sido recuperada e um canal de irrigação do tempo em que foi entregue o perímetro, que nunca tinha sido limpo”, reforçou.

Última atualização: 3 de março de 2023 16:56.

Acessar o conteúdo