Mais de 5 mil sergipanos têm acesso à água potável por meio do programa Água Doce

São 29 comunidades, em nove municípios, atendidas pelo Governo de Sergipe, que garante água de qualidade

Garantir o acesso à água potável é um compromisso que o Governo de Sergipe tem ampliado à população sergipana com a implantação do Programa Água Doce (PAD). A iniciativa tem transformado a vida de milhares de sergipanos, especialmente nas áreas rurais do semiárido, onde o abastecimento convencional nem sempre consegue chegar.

O Programa Água Doce é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIRD), e, em Sergipe, é gerido pela Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A execução do programa conta com a colaboração da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que presta assistência técnica, e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que capacita as comunidades para o uso sustentável da água. Outras parcerias incluem a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), a Defesa Civil estadual e municipal, além dos próprios moradores das regiões beneficiadas.

Somente neste ano o Governo de Sergipe investiu mais de R$ 380 mil no Programa Água Doce, abrangendo manutenção, monitoramento, apoio à gestão, capacitação de operadores e sustentabilidade ambiental. São mais de cinco mil sergipanos em 29 comunidades, distribuídas por nove municípios, que têm acesso a água potável de qualidade. Segundo o coordenador estadual do Programa Água Doce em Sergipe, Vanderson Carvalho, com um fornecimento diário de 17 mil litros de água potável, o programa é uma política pública permanente que visa a recuperação, implantação e gestão de sistemas de dessalinização, integrando cuidados técnicos, ambientais e sociais.

O gestor falou sobre a importância do programa devido à formação geológica do semiárido, onde a água é predominantemente salina. “Fazemos uma análise prévia para dimensionar o dessalinizador, tratamos a água e realizamos todos os testes necessários”, explicou Vanderson, ao garantir que a água dessalinizada atende a todos os parâmetros de qualidade.

Impacto

Em Nossa Senhora da Glória, alto sertão sergipano, o Programa Água Doce beneficia diretamente as comunidades dos povoados Aningas (122 famílias), Assentamento Fortaleza (90 famílias) e Periquito (30 famílias).

Iranilda Vieira de Andrade Freitas, moradora do Assentamento Fortaleza, destacou a melhoria na qualidade de vida após a instalação do sistema de dessalinização. “A água é muito boa e saudável”, afirmou, ao acrescentar que o problema de dores de barriga causado pela água da cisterna foi resolvido. Iranilda mencionou que a família usa a água dessalinizada para beber e cozinhar, e que a quantidade fornecida é suficiente para suas necessidades diárias.

Residente na mesma comunidade, Estrina Souza Neto compartilhou sua satisfação com a água dessalinizada. “A água tem uma qualidade muito boa e não queremos que falte de jeito nenhum”, disse. Ela explicou que, antes do sistema, as pessoas da localidade dependiam da água da chuva e do Estado, mas agora a nova água é usada para todas as necessidades domésticas, melhorando significativamente a qualidade de vida.

Qualidade da água

Em relação à tecnologia utilizada, o sistema de dessalinização funciona por osmose reversa, tratando a água salina do semiárido e tornando-a potável. A ação consiste num sistema mecânico-hidráulico e elétrico, com bombas e membranas que realizam a osmose. A água dessalinizada é coletada e enviada para o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS) para análise, garantindo que todos os parâmetros de qualidade sejam atendidos.

Vanderson ressaltou a importância da qualidade da água fornecida pelo programa. “Sabemos que a água bruta tem toxinas, alta salinidade e é salobra. Por isso, fazemos uma análise prévia para dimensionar o dessalinizador. Depois, tratamos a água e realizamos todos os testes necessários”, explicou o coordenador. 

O agricultor Ariolando Feitosa de Souza destacou a transformação que o Programa Água Doce trouxe para sua comunidade. “Receber o sistema de abastecimento de água de qualidade foi uma verdadeira bênção”, comentou, ao lembrar dos tempos difíceis, quando dependiam dos caminhões-pipa. Ele disse que a nova água é boa, de qualidade e segura para consumo, eliminando os problemas de saúde que enfrentavam anteriormente.

A comunidade coleta 30 mil litros de água por mês. A ação conta com operadores que são responsáveis por tratar e distribuir a água. O sistema de abastecimento na localidade conta com a gestão compartilhada, envolvendo o Estado, o município, a comunidade e o Governo Federal.

Ampliação

A expectativa é que sejam instalados mais 23 sistemas dessalinizadores neste e no próximo ano. Três deles já foram licitados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe, com os demais em processo final de licitação. “Temos um sistema que é em Carira, no Assentamento Luiz Carlos Prestes, que está a 85% de sua fase de conclusão, e os outros em Porto da Folha e em Poço Verde, que vão abastecer mais de 500 famílias também nessas comunidades”, informou.

A expansão do Programa Água Doce vai trazer esperança e melhorias para as comunidades do semiárido sergipano. Vanderson Carvalho frisou que o programa traz uma nova perspectiva, diminui custos e oferece autonomia às pessoas. “É um compromisso do Governo de Sergipe fornecer recursos hídricos seguros e acessíveis para todos”.

Nova variedade de goiaba foi apresentada em dia de campo no perímetro Califórnia

Cultivo da goiaba é consolidado no perímetro irrigado da Coderse e produziu 1.567 toneladas em 2023

Produtores rurais, profissionais e acadêmicos do meio agrícola de Sergipe e Alagoas participaram do Dia de Campo sobre Manejo da Goiabeira, realizado na quinta-feira, 4, em um lote do Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pelo Governo de Estado, em Canindé de São Francisco. Na oportunidade, pesquisadores da Embrapa Semiárido apresentaram a tecnologia de plantio da variedade BRS Guaraçá em Sergipe, mais resistente à praga do nematóide.

Administra o perímetro irrigado, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A empresa assiste, com água de irrigação e assistência técnica agrícola, o irrigante Valmir Matos do Nascimento. Foi em seu lote, no Setor 7 do ‘Califórnia’, que ocorreu o Dia de Campo. Em 2022, ele recebeu 200 mudas e insumos para a criação de pomar da BRS Guaraçá, através do Programa Lagos do São Francisco. No evento, o fruticultor contou sua experiência com a nova variedade.

“Plantei (as mudas) dia 12 de março de 2022. Já tive uma safra agora em fevereiro, fiz a poda e agora estamos aguardando a próxima safra. O rendimento foi bom, deu 160 caixas. Os tratos são os mesmos, ela é ainda mais resistente. Tive problemas com nematóides antes (com outras variedades). Eu acho importante o Dia de Campo, todos trocam experiências, todos são ouvidos e aprendem coisas novas, e repassamos os nossos aprendizados. Eu fui muito consultado também”, relata Valmir Matos, sobre sua experiência com a nova variedade fruteira.

Presidente da Coderse, Paulo Sobral, leva em conta o fortalecimento das parcerias da companhia estadual e a Embrapa. “Esta, da goiaba Guaraça é uma delas. Desta vez trazendo uma solução para uma dificuldade por vezes enfrentada por nossos irrigantes aqui de Canindé, que é o nematóide. A praga prejudica a produção de muitas espécies, mas na goiabeira pode matar as plantas ao ponto do agricultor perder o pomar inteiro”, lamenta.

A goiaba é uma cultura já consolidada no perímetro Califórnia. Em 2023, foram produzidas 1.567 toneladas do fruto, o que rendeu aos produtores irrigantes, R$ 2.674.239,50 a partir da comercialização das duas safras anuais. “Trazendo agora esta solução, já testada pelo irrigante Valmir Matos por dois anos, a Embrapa dá um fôlego a esta atividade fruteira no perímetro, com perspectiva de aumentar a produção. É um culto permanente e que, fazendo os tratos culturais corretos, irrigação da Coderse e o sol do sertão, provém duas colheitas anuais é uma renda garantida ao produtor”, complementa Paulo Sobral.

Pesquisadores da Embrapa Semiárido, de Petrolina/PE; José Egídio e Jony Yuri explicaram o manejo da cultura da goiaba, desde espaçamento, adubação e poda; Diógenes da Cruz, listou quais as pragas e doenças que afetam a BRS Guaraça; e Marcelo Calgaro falou do manejo que tem que ser feito com a água, utilizando a técnica de fertirrigação. Nesta, os fertilizantes chegam até as plantas diluídas na água de irrigação.

Introdução em Alagoas
O Dia de Campo é terreno fértil para o aprendizado dos futuros profissionais do meio agronômico. para Lisley Caetano, estudante de pós-graduação e bolsista do CNpQ no Campus Piranhas do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), essas experiências vão poder ser usadas quando ela atuar na Extensão Rural. “É uma satisfação muito grande, porque essa tecnologia que nós estamos vendo aqui, nós depois vamos poder levar para os produtores de Alagoas”.

O engenheiro agrônomo Saniel Carlos, atua como técnico agrícola no IFAL
Piranhas. Para ele, a prática de cultivo da BRS Guaraçá “é um tecnologia que
vem ajudar esses produtores dessas áreas irrigadas,  do sertão de Alagoas e
de Sergipe, que está se firmando no mercado e vai ajudar os produtores,
principalmente nessa área onde tem muita infestação dos nematóides”, considerou. 

Lagos do São Francisco
O Projeto Lagos do São Francisco é uma parceria que envolve Eletrobras; Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf); Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Embrapa e Seagri; e já beneficiou aproximadamente 100 agricultores de Canindé, com o fornecimento de insumos, sementes, matrizes e ração para criatórios da galinha Canela-Preta. Através deste esforço conjunto, o perímetro da Coderse recebeu as novas goiabeiras e foi realizado o dia de campo, como complementação da introdução das suas tecnologias.

Governo do Estado auxilia irrigantes de Canindé a acessar crédito rural

Equipe da assistência técnica orienta produtores a elaborar projetos contemplados com financiamento

Agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia, localizado em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano, recorrem à assistência técnica oferecida pelo Governo do Estado para acessar crédito rural. Com a orientação dos técnicos, eles elaboraram projetos aprovados para obter crédito no Banco do Nordeste (BNB), que englobam financiamento para investimento ou custeio de empreendimentos, como sistemas de irrigação, aquisição de vacas leiteiras e criação de pequenos negócios no meio rural. Somente em 2023, a movimentação financeira a partir das safras do perímetro injetou cerca de R$ 46 milhões na economia de Canindé.

Esse trabalho é parte do extensionismo rural desenvolvido nos perímetros irrigados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que identifica quais irrigantes possuem condições de alavancar suas unidades produtivas a partir da aquisição de financiamentos.

Ao mesmo tempo, os técnicos agrícolas buscam, em conjunto com o Banco do Nordeste, as melhores linhas de crédito para cada situação. Segundo o técnico agrícola da Coderse Luiz Roberto Vieira, primeiro o extensionista analisa o potencial do lote e do agricultor,  depois assessora o produtor na formalização dos documentos necessários para contrair o financiamento. Caso o agricultor seja contemplado, a Coderse o orienta e o auxilia para que ele aplique o crédito corretamente no objeto financiado.

“Os grupos B e Variável do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) são determinantes para qualquer agricultor ou agricultora que atenda às exigências do programa ter acesso a crédito adequado e suficiente aos empreendimentos econômicos desejados. Fizemos uma parceria a nível institucional, para criar projetos de financiamento no perímetro e estudos de viabilidade das atividades”, detalhou Luiz Roberto.

Ele completa que o Pronaf B tem taxas de juros bem acessíveis e prazo para pagamento a depender da atividade, que pode ser de até três anos com parcelas semestrais ou anuais para quitar o financiamento. O empréstimo pode ser renovado e, a depender do perfil do agricultor familiar, o financiamento tem juros subsidiados. “A Coderse identifica os irrigantes habilitados e com interesse no financiamento, que são assessorados quanto a documentação necessária para formalizar os projetos”, completa o técnico agrícola da Coderse.

Inicialmente, existem 12 financiamentos a serem liberados pelo BNB no perímetro Califórnia, que contemplam a construção de reservatórios, aquisição de matrizes de bovinos e caprinos, custeio para iniciar novos plantios, pomares, modernizar sistemas de irrigação ou montar pequenos negócios no campo.

A produtora Luzanira dos Anjos Santos, do Setor 6 do perímetro Califórnia, aderiu a um financiamento de R$ 12 mil para a aquisição de uma vaca leiteira, ração e construção de uma cocheira. A família da agricultora usa a irrigação para manter pomar de goiabeiras. “Estamos satisfeitos com o atendimento da Coderse. Estou sendo beneficiada como pioneira”, comemorou a primeira agricultora contemplada com o Pronaf B no perímetro Califórnia, em 2024.

“O crédito rural é uma forma de evitar que o agricultor precise do auxílio dos atravessadores para custear as novas lavouras, que diminui a renda do agricultor, que fica à mercê dos preços determinados por esses negociantes,” complementa o gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues.

Produtores de castanha e amendoim de Itabaiana ganham incentivo fiscal

Isenção do ICMS dá ao povoado Carrilho melhores condições de competitividade no mercado nacional


Comprometido com a política de desenvolvimento econômico do estado, o governador Fábio Mitidieri assinou nesta segunda-feira,  1°, no povoado Carrilho, em Itabaiana, o Decreto que concede incentivo no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre castanha in natura e amendoim produzidos na região. Isso significa que os comerciantes poderão vender a matéria-prima para as unidades de beneficiamento sem precisar recolher o ICMS. Com a isenção, os produtores do Carrilho, que representam 80% da população do povoado, estarão em condições de competir no mercado nacional. 

Por meio do decreto, os produtores que comercializam para as unidades de beneficiamento não precisarão mais recolher o ICMS, o que favorece a cadeia produtiva, uma vez que as indústrias sergipanas conseguirão ampliar a sua rede de fornecedores e adquirir a matéria-prima com preços mais competitivos. Com o incentivo, as indústrias de beneficiamento da castanha e amendoim ficarão responsáveis pelo recolhimento do imposto, devido apenas no momento da venda para terceiros. 

“O Estado abre mão de R$ 1 milhão por ano em ICMS, não por mera ajuda, mas por retribuição por tudo que Itabaiana produz e beneficia Sergipe, seja com o ouro, com o caminhão, com a castanha. Com essa condição de competitividade, na verdade, quem lucra somos todos nós, com o retorno econômico que isso nos trará”, considerou Mitidieri, reiterando a importância de estímulo da economia, por meio de incentivos fiscais.

O deputado estadual Luciano Bispo, ex-prefeito de Itabaiana, prestigiou a solenidade e agradeceu a iniciativa. “Com essa medida, nós ganhamos competitividade. Toda a família do Carrilho se beneficia. Está sendo feita história aqui hoje”, pontuou.

Outros incentivos

O Governo do Estado tem se debruçado em apoiar e fortalecer também outros setores, a exemplo da elevação do teto de valor de compra de veículos para pessoa com deficiência (PcD), ratificado em  convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em janeiro deste ano.

Com a medida, o teto de R$ 100 mil para isenção parcial do ICMS para aquisição de veículos automotores destinados às PcDs sobe para R$ 120 mil. A decisão busca ampliar as possibilidades de obtenção de veículos para este público, permitindo que ele possa usufruir de carros mais adaptados às suas necessidades. Com a ampliação, mais de 50 automóveis passam a ser enquadrados no novo teto.

De acordo com o decreto em vigor, a PcD poderá adquirir veículos automotores, cujo preço de venda sugerido pelo fabricante, incluídos os tributos incidentes, seja de até R$ 120 mil. A cobrança do ICMS será feita apenas sobre o que ultrapassar R$ 70 mil, também conforme norma estabelecida pelo Confaz.

Governo do Estado investe R$ 12 mil na manutenção de dois sistemas do ‘Água Doce’ no alto sertão

Com a implantação de mais três novas unidades de dessalinização, serão 32 sistemas funcionando em Sergipe

Somente no mês de junho, quase 140 famílias da zona rural do alto sertão sergipano já foram beneficiadas com a manutenção no fornecimento de água dessalinizada. A equipe do Núcleo Estadual do Programa Água Doce (PAD) trocou seis membranas do sistema de abastecimento no povoado Areias, em Poço Redondo, e no Assentamento Mandacaru I, em Canindé de São Francisco, consertou a bomba auxiliar e ajustou o dessalinizador. Só em peças, o investimento com recursos próprios do Governo do Estado foi de aproximadamente R$ 12 mil.

De acordo com a equipe técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), devido ao desgaste em seu funcionamento, as membranas de osmose reversa são itens do grupo de máquinas e equipamentos do dessalinizador que têm que ser trocados quando deixam de fazer a filtragem. O sistema de abastecimento do povoado Areias beneficia 93 famílias. Participaram do serviço o coordenador estadual do programa, Vanderson Carvalho, e o componente de serviço em dessalinizador, Claudinier Rodrigues.

“Fizemos a troca utilizando as membranas fornecidas pela Coderse. As peças são o coração do sistema, fazem a filtragem da água salina, coletada dos poços tubulares profundos, separam o concentrado e fornecem água potável para o consumo humano. Mas a unidade de produção de água dessalinizada é formada de muitos itens, como reservatórios, tanques de contenção, tubulação, e o poço. Todos são componentes que carecem de manutenção e reparo feitos pelas comunidades, Coderse, prefeituras ou em parceria entre eles”, pontuou Vanderson Carvalho.

Presente nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais, o PAD é uma ação do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e, em Sergipe, é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). As suas vinculadas, Coderse e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), são as executoras do programa. São 29 unidades em operação no estado, e também por meio da Coderse, outros três sistemas atualmente estão sendo implantados em Carira, Poço Verde e Porto da Folha.

Morador do povoado Areias, Cleiton Rodrigo Vieira dos Santos ficou feliz com o conserto no dessalinizador da comunidade, que agora voltou a filtrar a água salina corretamente. “Estou tão satisfeito que o programa vem atendendo a gente, a água está super maravilhosa. Eu só tenho que agradecer. Nunca deixam a gente sem ser acolhido. Água é muito importante para a gente. A água agora está 83% mineral. É uma benção de Deus e só temos a agradecer”, destaca o usuário, com base na leitura do grau de salinidade feita pela equipe do PAD ao concluir a troca das membranas.

Mandacaru I
Outra beneficiária, Maria Auxiliadora, moradora do Assentamento Mandacaru fala o quanto o sistema de dessalinização é importante. “São cerca de 40 famílias, e a gente depende muito dessa água. É uma água saudável, sadia, tratada, muito boa”, elogiou Maria Auxiliadora.

O serviço, também realizado pela equipe da Coderse inserida no ‘Água Doce’, consertou a bomba auxiliar, que potencializa a capacidade de processamento, da água salgada para a doce. “Essa bomba é para dar um reforço na bomba principal do dessalinizador. Também regulamos o dessalinizador, para melhor fazer a produção de água potável”, concluiu Vanderson Carvalho.

Mais de 14 mil sergipanos são diretamente beneficiados por tecnologia de irrigação ofertada pelo Governo do Estado

Ao todo, seis perímetros irrigados instalados em sete municípios sergipanos produzem desde quiabo a maracujá, entre outras culturas.

É a primeira vez que Duda produz maracujá | Foto: Erick O’Hara

Mais uma época de safra no perímetro irrigado sergipano. A tecnologia do Governo do Estado, gerenciada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse),  beneficia 1.826 lotes irrigados, o que significa dizer que 14.003 pessoas de Canindé do São Francisco, Itabaiana, Lagarto, Malhador, Areia Branca, Riachuelo e Tobias Barreto são diretamente beneficiadas pelas irrigação e colhem os frutos do investimento nas áreas antes consideradas improdutivas por conta da seca. Por meio dos seis perímetros irrigados do Estado, os produtores tiveram sua forma de produção modificada.

Basicamente, o mecanismo do perímetro irrigado funciona por meio do fornecimento de água, que chega por tubulações aos lotes e propriedades através de bombeamento ou gravidade, adutoras e canais. Os técnicos agrícolas da Coderse disponibilizam a assistência técnica agrícola aos irrigantes, fazendo visitas periódicas às lavouras irrigadas ou quando são consultados nos escritórios dos perímetros. No perímetro de Canindé do São Francisco, no sertão sergipano, produtores como José Celso declararam que suas vidas foram modificadas após a chegada da tecnologia. “Comecei a ser assistido em 1988. Minhas goiabas vão para todas as regiões de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Vivo exclusivamente da produção. É com o que sustento minha esposa e meus dois filhos. Inclusive, uma delas faz faculdade em Recife com os recursos da minha roça. Minha esposa e um funcionário que contrato por temporada me ajudam na lida”, disse o produtor.

Produção
Entre as culturas oriundas do perímetro irrigado nos municípios contemplados estão o feijão-de-corda, o milho verde, aipim, hortaliças, batata-doce, entre pelo menos mais 15 espécies no estado. Em sua propriedade, José dos Santos, que prefere ser chamado de Duda, como é mais conhecido, produz quiabo há anos, mas desta vez decidiu introduzir o maracujá. “É daqui que tiro o sustento de minha família. Sou casado e tenho um filho. Tudo que produzo vendo para Aracaju. É a primeira vez que estou produzindo maracujá. O quiabo já tenho mais experiência”, informou o agricultor, que contrata um funcionário no período de safra para auxiliá-lo na colheita. “Antes do perímetro ninguém produzia nada aqui, porque só passou a ter água depois da tecnologia. Antes isso aqui tudo era seco”, recordou.

Os técnicos da Coderse orientam os produtores quanto ao cultivo mais apropriado em cada época ou estação do ano, levando em conta o clima, o mercado local, as safras de outros polos de produção, a potencialidade do solo e tecnologia de irrigação empregada.

“A Divisão de Agronegócio assessora os grupos associativos na formalização das entidades e na composição de projetos/propostas aos Programas de Aquisição de Alimentos (modalidade doação simultânea) e PNAE. Durante a vigência dos contratos de fornecimento de alimentos, os técnicos agrícolas auxiliam no planejamento das safras para atender o que foi acordado nas propostas e a Divisão de Agronegócio auxilia na prestação de contas de cada entrega”, elucidou Paulo Sobral.

Edileide Martim produz acerola e quiabo. “Envio tudo para Aracaju. Demos uma parada agora, por causa do período chuvoso”. Ivonaldo Lima gerencia uma propriedade de abóboras, em Canindé. “Às vezes variamos para quiabo. Com a introdução do perímetro irrigado muito ajudou na produção. Mudou nossa forma de trabalhar. Ficou mais fácil. Tem como molhar a terra em pouco tempo. Ficou mais eficiente”, elogiou Ivonaldo, acrescentando que as safras acontecem a cada quatro meses. “Colhemos 18 mil quilos por safra”, comemorou. 

Auxílio
A Coderse auxilia os produtores com todo pessoal operacional e de assistência técnica; transporte; bombeamento de água; manutenção de bombas, adutoras, canais, estradas e infraestrutura civil, e o agricultor contribui com uma tarifa d’água. Em programas e projetos pontuais, por iniciativa do próprio Governo do Estado ou em cooperação com outros entes públicos ou até com os próprios agricultores, são feitas obras de recuperação de estações de bombeamento, a modernização de todo sistema de irrigação nos lotes, a construção de reservatórios nos lotes, o fornecimento de insumos agrícolas e de equipamentos, análises de solo para iniciar plantações, cursos, dias de campo, visitas técnicas, participação em exposições, assessorias técnicas de longo período e palestras.

Produção de macaxeira da irrigação pública estadual para período junino cresceu 11%

A expectativa é que este mês sejam colhidos 21 hectares de macaxeira, com uma produção esperada de 375 toneladas

A macaxeira tem a procura elevada em junho por fazer parte de muitas receitas típicas dos festejos juninos Foto: Paulo Ricardo

No período junino a macaxeira é bastante procurada por ser matéria-prima de muitas receitas típicas. Nos perímetros irrigados estaduais de Sergipe, onde é possível plantar a raiz no período de estiagem para colher em junho, os agricultores investem para atender essa demanda que cresce a cada ano. A expectativa é que os irrigantes colham, em junho, 375 toneladas de macaxeira, 11% a mais que no mesmo período de 2023.

Nielson de Oliveira Miranda é um dos agricultores assistidos no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano, que investem no cultivo da macaxeira com foco no aumento da procura no mês de São João. Ele destaca que é um produto versátil, está na receita de doces, salgados e também é muito apreciado se preparado cozido ou frito. “Aqui fazemos bolo, puba, pé de moleque, malcasado, que vão para os restaurantes das cidades vizinhas. Com a irrigação aqui do perímetro, a gente planta fora de época e dá, com uma boa qualidade. Isso aqui é uma das riquezas que gera renda para minha família e emprego para outras pessoas”, relatou. 

A expectativa dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que administra os perímetros irrigados, é que em junho sejam colhidos 21 hectares de macaxeira, produzindo 375 toneladas. Em 2023, foram colhidas 337 toneladas em uma área plantada de 18,5 hectares. O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, explica que a irrigação fornecida pelo Governo do Estado é essencial para os primeiros meses de desenvolvimento da macaxeira, colhida entre seis a nove meses.

“A produção da macaxeira é maior no perímetro irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, com previsão de 240 toneladas durante o mês de junho. Por a incidência de chuva ser menor, o agricultor pode controlar a quantidade de água que a planta vai receber. Ele evita as perdas por excesso de umidade e pode garantir colheita de raízes precoces, com menos tempo de plantio e, por sua vez, mais macias”, explicou o presidente da Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

PAA e PNAE
No perímetro Irrigado Jacarecica II, entre os municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo, em junho é esperado produzir 100 toneladas da raiz. Fora do São João e São Pedro, esses irrigantes têm demanda ainda maior ao participarem dos programas Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e de Aquisição de Alimentos (PAA). Fonte saudável de carboidratos, a macaxeira tem destaque ao compor as dietas alimentares da merenda ou das propostas de compra com doação simultânea. O produtor entrega por um período prolongado, com preço fixo e acima do valor de mercado. 

Agricultora do Jacarecica II, Tamara Santos Cruz faz parte da Cooperativa de Produção Prestação de Serviço Auto Consumo e Economia Solidária (Coopesa), em Malhador. “Minha rotina é limpar a roça de macaxeira, adubar. Quando vai arrancar, a gente vai cortar as manaíbas e eu descasco, ajudo a limpar e empacoto”, detalhou. Ao passar a trabalhar na cooperativa, que fornece produtos à rede estadual de educação, ela complementou a renda familiar. “Hoje está melhor, porque eu produzo e também coloco aqui, isso é bom”, concluiu.

Feira Junina da Ceasa Aracaju acontece de 8 a 29 de junho

Aumento na oferta e na procura de produtos juninos motiva realização do evento

Tradicionalmente realizada durante o mês junino, este ano a Feira Junina da Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju, ocorrerá entre os dias 8 e 29 de junho, de segunda a sexta-feira, das 5h às 17h, e no sábado, de 5h às 16h. Aos sábados, também serão realizadas apresentações de trios pé de serra e de quadrilhas juninas, sempre de 9h às 13h. Uma estrutura de tendas, com mais de 100 bancas comercializando todo tipo de comida típica, música, quadrilha e decoração junina, será montada no espaço do estacionamento interno da Ceasa.

O volume de cargas de milho verde já tinha se intensificado no mês de maio, com uma média semanal de 20 caminhões carregados, com até seis toneladas do produto. Contudo, o mês de junho já iniciou a primeira semana ampliando o número de veículos carregados com espigas, agora com uma expectativa de 30 a 40 caminhões por semana. O volume só aumenta, ao ritmo em que também cresce a demanda dos consumidores, ao se aproximarem os dias festivos de São João, no dia 24, e de São Pedro, 29. A Feira Junina da Ceasa surgiu para facilitar o escoamento deste e de outros produtos da culinária junina, in natura, processados ou no preparo de quitutes prontos para o consumo.

Vai ter milho verde in natura ou descascado, ralado, canjica, pamonha, bolo, mingau e outros pratos feitos com milho. O amendoim, cozido ou na composição de outros pratos prontos para o consumo, a macaxeira (aipim ou mandioca), processada ou no preparo de receitas típicas, o coco seco e outras frutas reforçam a variedade de produtos. Já virou tradição, inclusive, o café da manhã na Feira Junina da Ceasa, com todos esses pratos típicos para consumir ainda fresquinhos.

Nova gestão
A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), administra a central de abastecimento desde 1º de maio de 2024. Uma conciliação judicial atendeu a demanda do Ministério Público Estadual de Sergipe e determinou que a companhia pública, proprietária do espaço comercial, deveria substituir a associação de usuários na gestão, que vinha sendo feita desde a década de 1990 pela entidade. Ficou acordado na Justiça e passou a ser o modelo de gestão do Governo do Estado, o mínimo possível de interferência no cotidiano da Ceasa. E isso passa pela manutenção da feira junina, realizada há muitos anos.

Governo do Estado instala dessalinizadores do ‘Água para Todos’ em povoados de Riachão e Poço Verde

Coderse completa sistemas em poços salinos com dessalinizador, reservatórios extra e tanque de contenção através do programa federal

Dois poços perfurados para atender sistemas de abastecimento do ‘Programa Água para Todos’ nos povoados Barragem, em Poço Verde e Lagoa da Canafístula, em Riachão do Dantas, foram equipados com dessalinizadores. Já em funcionamento, eles fornecem água potável para mais de 80 famílias. Nesta segunda etapa do programa federal, em Sergipe, o Governo do Estado concluiu oito, dos 20 sistemas que serão implantados, para beneficiar 740 famílias residentes nas localidades.

De acordo com o operador e usuário do sistema da Lagoa da Canafístula, José Adilson de Jesus, a quantidade de pessoas beneficiadas com a água potabilizada supera o número de famílias (46) que residem na comunidade. Segundo ele, moradores de povoados mais distantes vêm fazer a coleta da água para consumo humano. “Está ajudando muito no dia a dia do morador, porque aqui era muito sofrimento. Agora com a água, é só riqueza, todos estamos felizes e agradecidos à Coderse (Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe). A água é de primeira qualidade. Antes, quem tinha usava a água de cisterna, mas muitos, como eu, usava a dos tanques (escavados) no barro”, lembrou José Adilson.

O programa é executado através de convênio entre o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Esta executa o ‘Água para Todos’ em Sergipe, por meio de sua vinculada, a Coderse. O investimento federal é de R$ 2,5 milhões, mais a contrapartida do Estado.

Diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena informa que são 20 sistemas nessa etapa do ‘Água para Todos’, beneficiando 740 famílias dos municípios de Itaporanga d’Ajuda, Santo Amaro das Brotas, Estância, Indiaroba, Cristianópolis, Neópolis, Riachuelo, Pirambu, Umbaúba, Pacatuba, Japaratuba, Poço verde, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Riachão do Dantas e Carmópolis. Sempre em localidades distantes e que não podem ser atendidas pelas redes de distribuição da Deso ou SAAEs.

“O trabalho inicia com nossos geólogos determinando o ponto onde devemos fazer a perfuração, que a Coderse licita e fiscaliza a obra do começo ao fim. Após, é feita a análise laboratorial da água. Existe um critério de qualidade que o comitê gestor do programa determina para que seja autorizado a instalação de um sistema de abastecimento. Quando há um nível de salinidade que pode ser corrigido, como nos casos dos povoados Barragem e Lagoa da Canafístula, o ‘Água para Todos’ contempla a instalação de dessalinizadores”, explicou Ernan Sena.

Os dessalinizadores usam a tecnologia de filtros de osmose reversa. Os seus sistemas de abastecimento têm bomba, reservatório de água coletada do poço e chafarizes — comuns aos 20 sistemas — e contam ainda com reservatório de água potável, resultantes da filtragem do primeiro. Cerca de 50% da água salina é potabilizada e por isso há também um terceiro reservatório e o tanque de contenção do concentrado. Ali, parte evapora e outra é levada à uma destinação ecologicamente correta.

Fábio Francisco Cirilo, usuário do sistema do Lagoa da Canafístula, fala que a importância da água aumenta no verão, quando acaba a água da chuva coletada nas cisternas. “No inverno não, que chove bastante. Para nossa comunidade foi muito importante. A água é boa, porque percebemos que quando sai do poço ela tem um sal, mas com o sistema ela ficou 100% separada. Dá para beber tranquilo. Antes usávamos o tanque, mas com o sistema melhorou tudo”, disse. 

Histórico 

A primeira fase do ‘Água para Todos’ foi concluída em 2018, também via Seagri e Coderse. Foram beneficiadas 37 localidades rurais, em 18 municípios sergipanos, com a distribuição de água de qualidade para mais de 6.300 pessoas, a partir de investimentos, à época, de mais de R$ 4,3 milhões. Diante do sucesso nas duas fases do programa, o MIDR já sinaliza com a possibilidade de continuidade do convênio para construir mais sistemas de abastecimento.

[galeria de fotos] Palestra Maio Amarelo – A paz no transito começa por você

Palestra realizada na manhã desta segunda-feira (27), na sede da Coderse em Aracaju, levou aos funcionários da empresa a conscientização da campanha do Maio Amarelo, de Segurança no Trânsito. Foi momento para os participantes aprenderem e tirarem dúvidas sobre como o motorista, motociclista, ciclista e pedestre — cada qual com seus direitos e deveres — devem se comportar no trânsito.

As informações passadas pelo palestrante Jackson Alves, serviram para os motoristas e motociclistas profissionais, que operam veículos leves e pesados na Coderse. Mas ao mesmo tempo passou o conhecimento geral de trânsito útil a todo cidadão. A atividade foi organizada pelas divisões de Saúde e Segurança do Trabalho (Dissa) e de Bem-estar Social (Dibem), ligadas à Diretoria Administrativa e Financeira (Diraf).

Jackson Alves é formado em Logística e Gestão em Trânsito, pós-graduado em Direito de Trânsito e Direito Público. No Serviço Social do Transporte (SEST) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), é instrutor de trânsito e de cursos especializados da resolução do CONTRAN; de operação de guindauto e empilhadeiras.

Última atualização: 6 de junho de 2024 11:17.

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