Sementes produzidas na irrigação pública de Canindé começam a ser beneficiadas

No perímetro Califórnia, pimenta habanero tem sementes extraídas para indústria de insumos. No perímetro Piauí, fruto é cultivado para fábrica de molhos picantes
Processo mecanizado de extração das sementes da pimenta habanero – Foto Perímetro Irrigado Califórnia Coderse

Agricultores de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, estão beneficiando vegetais cultivados com a água de irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Perímetro Irrigado Califórnia, para a produção de sementes. São 15 hectares de lavouras que passaram por um alto padrão de correção de solo e de controle da sanidade das plantas. Tudo para satisfazer o padrão de qualidade que a indústria de sementes exige.

A Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) tem contrato para fornecer sementes à Agristar do Brasil e conta com a parceria da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que administra o perímetro Califórnia. Contribuem com a qualidade da produção de sementes, o corpo de técnicos agrícolas da empresa pública em Canindé, como reforça o presidente da Coofrucal, Levi Ribeiro.

“No Califórnia, tem quiabo, berinjela, pimentas, abóbora e pepino. Na última semana, iniciamos o processo de extração de pimenta [habanero orange] e nesta semana, iremos continuar esse processo de extração de pimenta, berinjela, e já também dando início à extração de semente de abóbora. Queremos agradecer muito o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e da Coderse”, destacou o presidente Levi Ribeiro.

Gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues lembra que o contato entre cooperados do perímetro e a indústria foi firmado em setembro. “A partir do final daquele mês, teve início a plantação mecanizada das áreas de quiabo para extração da semente. Tudo acompanhado de perto por nossos técnicos agrícolas e com a garantia de fornecimento de água de irrigação, através da estrutura da Coderse”, observou.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, considera a produção de sementes como um avanço no agronegócio praticado pelos irrigantes de Canindé. “Os irrigantes têm a liberdade de praticar a venda da produção irrigada, da forma que for mais vantajosa para eles, sem interferência da Coderse. Mas quando surge uma oportunidade como essa, de melhorar a rentabilidade em cada hectare plantado, a gente apoia, orienta o plantio diferenciado e dá o respaldo com a irrigação. Sem dúvida, um grande negócio para esses produtores”, pontuou.

Pimenta habanero
Essa variedade de pimenta é uma das que mais apresenta nível de ardência. Depois de cultivados na irrigação do perímetro Califórnia, os frutos da habanero já passaram pelo processo de extração de sementes, feito pela cooperativa de Canindé. As sementes do vegetal têm mercado em outro perímetro irrigado da Coderse, o Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. Lá, essa pimenta é cultivada e colhida pelos produtores irrigantes, e fornecida à indústria local de molhos picantes.

Projeção de crescimento
Levi Ribeiro anuncia que a parceria com a indústria e Coderse, ainda tem potencial de crescer mais em 2024. “Nós temos uma projeção maior, que é plantarmos 52 hectares. Então, o projeto está consolidado, os produtores estão muito animados e confiantes que vai dar certo. Já deu certo”, comemora o presidente da cooperativa.

Produtores da irrigação pública estadual vão produzir sementes no alto sertão

Serão 12,2ha irrigados produzindo os insumos no perímetro da Coderse. Primeira colheita e beneficiamento de sementes de quiabo acontece daqui a 90 ou 100 dias.
As lavouras para a produção de sementes são feitas a partir de avaliação topográfica e correção de nutrientes a partir da análise de solos. O plantio também é feito de maneira mecanizada

Sementes de quiabo, abóbora, berinjela, pimenta jalapeño e cebola serão os mais novos itens a serem produzidos a partir da irrigação do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. Com a água para irrigação e assistência técnica agrícola fornecida pelo Governo de Sergipe, produtores irrigantes passaram a ser parceiros de indústria de porte nacional.

A Agristar do Brasil fornecerá insumos para o cultivo de 12,2 hectares de lotes de oito irrigantes inseridos no perímetro Califórnia. Levi Ribeiro, presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), explica que já foram plantados 2,5ha de quiabo e que eles estão preparando terreno e insumos para o restante da área.

“Ainda estamos desenvolvendo as mudas para no próximo mês fazer o transplantio. Também o aporte para compra dos fertilizantes, e outros insumos. Análise de solo e o preparo da terra estão sendo adiantados pela cooperativa, com reembolso na colheita. Toda assistência técnica agrícola continua sendo da Coderse (Companhia de Desenvolvimento de Regional de Sergipe)”, informou Levi Ribeiro.

O presidente da (Coderse), Paulo Sobral, disse que a conquista agrega valor à produção do perímetro administrado pela empresa. “O Governo do Estado mantém o perímetro por 36 anos e o retorno financeiro do agricultor agora é elevado à outra categoria, ao fornecer sementes para o beneficiamento e venda a horticultores de todo Brasil”, avalia o diretor da companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

José dos Santos é um dos irrigantes que já tem 1,3ha do seu lote irrigado ocupado com o plantio de quiabo para a produção de sementes do vegetal. “Eu estou vendo que coisa está boa. Se a pessoa aplicar certinho, eu acho que vai ter um bom resultado. O período de produção é o mesmo do quiabo. A colheita para vender na feira, é verde, mas para colher para semente, tem que ser ele seco, entre 90 e 100 dias”, destacou.

Mercado regional
O quiabo plantado em Canindé é de uma variedade utilizada por irrigantes dos cinco perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado em Sergipe, principalmente o Califórnia, o maior produtor. Já a pimenta jalapeno tem mercado na indústria de molhos e é cultivada pelos agricultores irrigantes assistidos pela Coderse em Lagarto.

“A produção de sementes será com espécies que vão se adaptar bem ao clima e sol abundante do alto sertão e vai ser indispensável a água fornecida pela Coderse. Ao mesmo tempo, vão gerar produtos que são adquiridos por agricultores sergipanos. Dentro e fora dos perímetros irrigados”, colocou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Já plantou um hectare de quiabo e está preparando área de 0,3 ha, a ser ocupada com a pimenta jalapeño, o irrigante do Califórnia, Marcos Vasconcelos. “Na próxima semana eu vou plantar a pimenta, que é para colher as sementes. Pretendo fazer com que dê certo essa parceria e continuar plantando para a produção de sementes. No momento, para mim, é mais viável”, disse.

Perímetro do Alto Sertão adota telas para diminuir custos e paradas

Iniciativa da Cohidro é replicada por produtores irrigantes para melhorar acesso à água de irrigação

[foto – Fernando Augusto]
A Estação de Bombeamento (EB) 02, do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, desde setembro passou a funcionar com o reforço operacional de caixas de tela. Elas fazem a filtragem de todo material que cai no canal de irrigação e reservatório, antes de chegar naquela EB, protegendo assim o complexo de motobombas que atende outras cinco estações e 333 lotes irrigados no Alto Sertão Sergipano. Todo este material flutuante, orgânico ou não, quando chega às bombas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que mantém o Califórnia, causa prejuízo, como entupimentos e quebras que podem paralisar o importante serviço de fornecimento de água, realizado pela subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

A experiência foi bem-sucedida, tanto que os produtores irrigantes do Setor 07 também decidiram juntar esforços com a Cohidro e estão instalando os equipamentos em sua EB. Este é o setor em que a água leva mais tempo para chegar e faz este trajeto por canais. Por este motivo, também fica mais sujeito a sofrer com a sujeira que cai nos canais. “Nos últimos dois anos as ações do Governo do Estado, através da Cohidro, na manutenção de reservatórios de bombas já melhoraram muito, mas continuamos nos trabalhos, nessa parceria que temos da cooperativa com a Cohidro, inclusive na colocação de uma tela, em um dos reservatórios do perímetro. Isso vem dando certo, porque é a proteção para a água que vem do canal, que fica a céu aberto, para que não venha ter problema com a sucção e o bombeamento, chamada de pressurização”, considerou o irrigante do Setor 07, Levi Ribeiro.

São aproximadamente quatro quilômetros de canais trapezoidais de concreto, que ficam situados dentro do Perímetro Irrigado Califórnia. Eles permitem a água chegar até a EB 02 e ser redistribuída para outras cinco EBs secundárias, que por sua vez, fazem a água chegar nos lotes agrícolas. Os canais internos do perímetro, expostos, acumulam material orgânico que cai da vegetação às margens, mas também estão passíveis de sofrer a contaminação de quem faz o descarte de lixo irregular ao trafegar pelo perímetro.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, destaca a dimensão do perímetro irrigado. O que obriga a adoção de alternativas para dinamizar a operação do perímetro. “O perímetro Califórnia tem uma área total de 3.980 hectares, 1.360 somente de área irrigável, com estradas, pessoas e mercadorias circulando”, observou. Segundo ele, cabe à empresa encontrar alternativas de convivência da atividade rural e operação do perímetro, sempre em parceria com o produtor irrigante e o Governo do Estado.

Mecânico e chefe de operação e manutenção da Cohidro, no perímetro Califórnia, José Erlito França destaca que a ação visa aumentar a vida útil do sistema e diminuir os custos do Estado com a manutenção das bombas das EBs. “A tela é para proteger o sistema de sucção. Fazer com que a bomba tenha melhor rendimento e proteger o equipamento para que qualquer objeto não entre na sucção e cause danos ao sistema”, disse. De acordo com ele, é comum chegarem fitas, sacos plásticos, garrafas pet, garrafas de cerveja (que são de um material leve), além de outros materiais que o pessoal joga. “Sempre acontece de a água trazer e pode chegar à sucção. Essa tela é para proteger de tudo isso, para que venha melhorar nosso sistema e não causar danos na sucção. Quando isso acontece, o rendimento da bomba diminui a vazão e vem causar danos para o agricultor, que precisa da quantidade de água. Agora, com essa tela, tem melhorado bastante”, ressaltou.

Canindé passa a produzir uva e pera a partir de parceria entre Embrapa e Cohidro

Após inverno chuvoso e mercado desaquecido na pandemia, produtores reiniciam produção com poda dos pomares

[Foto: Fernando Augusto]
Após três anos seguidos do cultivo de uva e dois de pera em Canindé, produtores fazem balanço positivo. A produção abriu novos mercados, como o fornecimento do produto para a produção de vinho e suco. A tendência é, hoje, de aumento das áreas cultivadas. A implantação das duas culturas agrícolas foi possível através da parceria firmada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido), de Petrolina-PE, e os perímetros irrigados Jacaré-Curituba (Codevasf) e Califórnia (Cohidro), em Sergipe. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe, inicialmente, quatro produtores irrigantes foram selecionados, sendo três no Califórnia, que reservaram meio hectare em seus lotes para receber campos experimentais.

O projeto teve início em 2016, através de uma proposta da Embrapa de introdução dessas duas novas culturas, que já possuíam um resultado positivo em Pernambuco. Clima e baixa demanda por produtos agrícolas, provocada pelo isolamento social na pandemia, desaceleraram produção no último inverno. “Eu fui um dos produtores escolhidos para plantar uva. A produção ainda é um pouco baixa, estamos no terceiro ano de produção. Paramos por um período grande de chuva, com muito frio, mas estamos dando a retomada com a poda de produção. Temos uma média de 7,5 a 8 toneladas por hectare e a tendência é aumentar a produção, até porque há uma boa aceitação nos mercados locais”, destacou o irrigante do Califórnia, Levi Ribeiro. Ele explica que o convênio com a Embrapa era de dois anos, mas após este período continuou a receber a assistência da Cohidro.

“Durante o convênio, nós tivemos acompanhamento feito pela própria Embrapa. Eles Fizeram toda a instrução e acompanhamento junto com os técnicos da Cohidro e, assim que se encerrou o convênio, os técnicos da Cohidro passaram a nos acompanhar e instruir. É importante a produção de uva, porque estamos com mais uma alternativa, além da goiaba e acerola, que também produzo”, acrescentou Levi. Os três irrigantes do perímetro Califórnia, além dessa orientação, receberam da Embrapa mudas frutíferas, todo material para montar os campos e os nutrientes utilizados na adubação durante a vigência do convênio. A Cohidro, subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), vem contribuindo com o fornecimento de água para irrigação, distribuída a Levi e outros 272 lotes como o dele.

Diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca reforça que a uva e a pera oferecem valor agregado, dando maior compensação financeira no investimento de tempo, recursos e na ocupação do lote que recebe irrigação subsidiada pelo Governo do Estado. “A vantagem da introdução dessas culturas é que elas são novas no Califórnia, e entendemos que estamos dando mais opções de renda e de produção aos agricultores, não só com a venda do cultivo do produto in natura, mas também do produto processado, a exemplo da uva, que já vem sendo utilizada para a produção de vinhos aqui em Sergipe. E a Cohidro, como parceira desse projeto junto com a Embrapa, desde o início, selecionou seus técnicos para acompanhar os técnicos da Embrapa na implantação e orientação que estavam sendo dadas aos agricultores”, completou o diretor.

Ozeias Bezerra é o produtor do perímetro Califórnia selecionado para produzir a pera. Ele conta que o fato de ser um produto inédito na região o ajudou a aceitar o desafio. “Eu aceitei cultivar a pereira porque é uma cultura viável e é rara por aqui. Também, por ser numa área experimental, vou poder aprender como se trabalha com a pera, a fim de, no futuro, ampliar essa área. É um fruto muito bom, o mercado aceita muito bem e o preço é praticamente estável, quando aumenta ou diminui, a diferença é pouca. Requer um certo cuidado na sua formação, foram dois anos conduzindo a planta para que ela ficasse com o porte ideal para a produção, e isso não foi desvantagem, visto que toda planta requer cuidados. Para mim, só tem vantagens trabalhar com a pereira”, concluiu.

Perímetro irrigado estadual sedia Dia de Campo sobre produção de suco e uva no Alto Sertão

Atividade técnica avaliou implantação da uva no semiárido, oferecendo método de beneficiamento que agrega valor ao cultivo

Foto: Fernando Augusto

O Perímetro irrigado Califórnia, mantido pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco, recebeu o ‘Dia de Campo sobre a produção de suco e uva’ na última quarta-feira (11). O encontro serviu para a exposição dos resultados positivos alcançados nos quatro campos experimentais de uva implantados há três anos pela Embrapa no Alto Sertão Sergipano – dois situados no perímetro estadual – e para a demonstração prática de como a colheita pode ser processada pelos próprios viticultores alcançando outros mercados, além das vendas ao varejo e para a indústria de vinhos, como já acontece nessas plantações de Sergipe. Os cerca de 80 participantes eram agricultores irrigantes, profissionais e acadêmicos do meio agrícola, cumprindo o objetivo do evento técnico, de promover a produção de uva como alternativa rentável aos cultivos tradicionais no estado.

O irrigante do Califórnia, Leidison dos Santos, recebeu um dos campos experimentais em seu lote. Cultivando há três anos, garante que compensa o plantio das videiras. “Se deu certo isso aqui, por que não pode dar certo em outro lugar?! Estamos tirando para o comércio, produzindo o suco e tirando para fazer vinho em Aracaju. É um lucro a mais, porque esperávamos vender somente para o comércio. Toda roça dá trabalho, mas a gente tem que encarar, e eu estou tendo êxito, graças a Deus”. Levi Ribeiro, também viticultor e presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Califórnia (Coofrucal), ficou satisfeito com o Dia de Campo. “A expectativa era a de mostrar para todo o público que nós temos um potencial aqui para a produção de uva. Estamos iniciando a quinta colheita das variedades Isabel e a Violeta”, pontuou.

Arnaldo Correia produz macaxeira, milho e feijão de corda em seu lote no Califórnia e ficou animado com o que foi apresentado no Dia de Campo. “Dá para ver que é um negócio novo que está chegando aqui. De repente, a gente já pode migrar para uma coisa igual a essa daí, da uva, que seja mais fácil de trabalhar. Não só eu, como vários colegas meus já manifestaram vontade de ter um parreiral desses, para facilitar um pouco a vida”. A implantação dessas unidades demonstrativas de uva foi possível a partir do convênio que a Embrapa firmou com as companhias de desenvolvimento – de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) – administradoras dos perímetros Califórnia e Jacaré-Curituba, respectivamente, onde estão os quatro campos experimentais.

A Cohidro foi uma das organizadoras do Dia de Campo e compartilhou com a Embrapa a apresentação das unidades de observação das uvas. A companhia fornece a água necessária à irrigação desses dois campos, em que seus técnicos agrícolas prestam a assistência periódica à produção. Paulo Sobral, presidente da Cohidro, acredita que foi extremamente importante a parceria que viabilizou a produção de uva no Califórnia, prevendo a melhoria na qualidade de vida para o produtor rural. “Dá uma nova possibilidade ao irrigante, com uma cultura que permite uma rentabilidade maior. Por isso, estamos buscando esses mecanismos para ampliar as produções de uva, para que a gente consiga viabilizar economicamente cada vez mais esse perímetro, dando condição para ampliação da produção para outros lotes”, acrescentou.

No início, a Embrapa forneceu todos os insumos para o plantio e, agora, trouxe os equipamentos para os viticultores assistidos produzirem o suco de uva integral. “Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos, porque conseguimos produzir, agora nós temos que ajustar para melhorar essa produtividade. Nossa meta é ampliar esse trabalho com as uvas sem sementes também, variedades da Embrapa com tolerância maior à de doenças com grande possibilidade de produção aqui”, adiantou o pesquisador da Embrapa Semiárido, Paulo Roberto, responsável pelo processo de transferência de tecnologia da uva de Petrolina-PE para Sergipe. Seu grupo de engenheiros fez a demonstração do uso dos equipamentos de extração do suco, aquecendo a uma temperatura de 180ºC, e o seu envasamento em garrafas de vidro.

Cohidro e Embrapa realizam I Dia de Campo sobre a produção de uvas e suco em Canindé de São Francisco

Viabilizados em convênio entre as duas empresas públicas para a introdução da cultura agrícola no Alto Sertão Sergipano, os campos foram iniciados em dezembro de 2016, com o plantio das primeiras mudas

No próximo dia 11 de março, o Governo de Sergipe e a Unidade Semiárido [Petrolina-PE] da Embrapa realizam o ‘I Dia de Campo Sobre a Produção de Uvas e Suco’, em Canindé de São Francisco. O evento de capacitação é gratuito e aberto a todos os públicos, para além do setor agrícola e da comunidade acadêmica, e acontecerá em um dos campos experimentais de produção de videiras do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Viabilizados em convênio entre as duas empresas públicas para a introdução da cultura agrícola no Alto Sertão Sergipano, os campos foram iniciados em dezembro de 2016, com o plantio das primeiras mudas.

Após três anos, a viticultura foi consolidada nesses dois lotes, que partem para a quinta colheita comercial do fruto, agora sob a orientação técnica da Cohidro. A Embrapa propôs essa nova etapa da expansão do cultivo na região do Semiárido Nordestino, oferecendo também a capacitação para o beneficiamento da uva. Um investimento em equipamentos e mão de obra que pode ser feito pelos próprios agricultores ou outros investidores, criando um novo produto de origem agrícola e agregando valor à produção no estado. Levi Ribeiro é um desses produtores pioneiros na produção de uva e também presidente Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal). Parara ele, o dia de campo é de suma importância, era uma programação já aguardada por eles, onde também será uma ocasião para apresentar os resultados positivos alcançados por eles.

o Produtor Levi Alves Ribeiro

“A Cooperativa estará dando todo o apoio para esse dia de campo. Uma oportunidade, em primeiro lugar, de estar conhecendo o potencial que temos para produzir as frutíferas, a exemplo da própria uva. Em segundo lugar, nós estaremos fazendo, junto da equipe técnica da Embrapa, o processamento do suco de uva natural. E por último a degustação, com a própria produção do que temos no Califórnia. Nós temos a certeza de que após esse processamento, nós estaremos já garantindo um valor a mais e isso resulta em uma maior rentabilidade aos produtores de uva. O objetivo nosso, na cooperativa, é de continuar divulgando esse trabalho positivo que a equipe técnica, da Embrapa e da Cohidro, vem fazendo e o resultado já alcançado, para que todos os produtores também possam estar produzindo a uva Isabel e a uva Violeta, que nós temos aqui no perímetro irrigado”, relatou Levi Ribeiro.

A uva produzida nos lotes do perímetro da Cohidro em Canindé já serve de matéria-prima para a produção de vinho artesanal numa pequena indústria em Aracaju. Também existem outros viticultores independentes no estado – em Itabaiana e, mais recentemente, outros dois em Lagarto – estes, assistidos pelo governo do Estado através do serviço de irrigação ofertado no Perímetro Piauí, bem como pela assistência técnica agrícola dos técnicos da Cohidro.

 

Perímetro Irrigado Califórnia
O Perímetro Califórnia fornece água ininterruptamente para a agricultura e pecuária em 333 lotes. Isso permite a produção de alimentos durante todo o ano, com destaque para o quiabo e a goiaba, as maiores produções, mas também existem cultivos de permanentes de acerola, banana, manga, graviola; e temporários de abóbora, aipim, amendoim, feijão de corda, milho, coentro, maracujá, pimentão, tomate e outros. Junto da uva, o convênio com a Embrapa propiciou um terceiro campo experimental de pera, que está em sua primeira safra.

Outra transferência de tecnologia, dessa vez com o Perímetro Irrigado Jabiberi, também mantido pela Cohidro, introduziu uma unidade piloto do projeto Balde Cheio, de produção de leite com sistema de rotação de pastagem irrigada. As estações de bombeamento do Califórnia atualmente estão em processo de revitalização, com recursos e mão de obra próprios da Cohidro, com duas unidades concluídas e mais uma em reta final de conclusão.

[vídeo] Uva irrigada pela Cohidro em Canindé é matéria na TV Alese

Os parreirais de Canindé de São Francisco, no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, já passaram por quatro colheitas comerciais e os produtores agora partem, organizados em cooperativa, para o beneficiamento, produzindo vinho e suco a partir da uva sergipana.

A reportagem do programa Cultivos e Criações, da TV Alese, mostrou que as videiras foram introduzidas em convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa Semiárido e a Cohidro há três anos e hoje os técnicos agrícolas da empresa estadual prestam assistência para que a cultura tenha continuidade e seja replicada para outros lotes irrigados do Califórnia.

Na matéria gravada no lote do irrigante Levi Ribeiro apareceram alguns dos agentes que serão fundamentais para essa proliferação da viticultura nos perímetros irrigados do Alto Sertão. São os estudantes do curso em Técnico Agrícola do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo. Muitas turmas de formandos fazem o estágio curricular no escritório da Cohidro em Canindé e, sob a supervisão dos técnicos da empresa, têm aprendido todos os detalhes da cultura da uva.

Assistidos pela Cohidro visitam produção de uva, pera e indústria em Petrolina

Os agricultores irrigantes do perímetro da Cohidro em Canindé de São Francisco, Oséias e Levi Ribeiro, acompanhados do técnico agrícola da empresa, Roberto  Ramos, na quinta-feira, 9, participaram de um dia de visitação ao polo de agricultura irrigada em Petrolina-PE, conhecendo a unidade Semiárido da Embrapa, fazendas inseridas naquele perímetro de irrigação e uma indústria de beneficiamento de suco de uva.

Foram recebidos pelo engenheiro agrônomo Paulo Roberto e o técnico agrícola Guy Guimarães, da Embrapa. A empresa federal atende estes produtores irrigantes sergipanos na parceria de transferência de tecnologia com a Cohidro, em que três campos experimentais, de uva (dois) e pera, foram implantados no Perímetro irrigado Califórnia, do Governo de Sergipe. O lote de Levi abriga um campo de videiras, que está em sua quarta produção comercial, o agricultor já produz mudas por enxertia e caminha para fornecer uvas para a produção de vinhos e sucos. Oséias tem uma plantação de pereiras que começaram a produzir frutos.

“Foi uma excelente visita. O técnico agrícola Guy que nos mostrou o desenvolvimento e cultivo de culturas, como uva e pera. Visitamos também uma fazenda que cultiva e faz o suco da uva. Vimos diversos cultivos de variedades diferentes dessas frutas e observamos o comportamento e os resultados expostos com relação de materiais resultantes de enxertia de mudas”, listou o técnico agrícola Roberto, da Cohidro. Outro agricultor irrigante do perímetro Califórnia, José Leidison, possui o segundo campo de videiras em Canindé e também foi atendido no convênio com a Embrapa.

 

 

Novidades na produção de uvas no perímetro irrigado de Canindé

Reportagem do periódico digital Web TV Velho Chico, foi até o Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, em Canindé de São Francisco, mostrar a produção de uva que é fruto do termo de cooperação entre a Embrapa Semiárido [Petrolina-PE] e a empresa sergipana.

A matéria mostra que passados os três anos desde que as primeiras mudas de videiras foram plantadas e em plena quarta colheita comercial nos dois lotes irrigados pela Cohidro, a produção ainda trás novidades: enviou carregamento de frutos para a indústria de vinhos e sucos e em breve haverá no mercado unidades desses produtos originários dos parreirais de Canindé.

Quarta colheita de uvas em perímetro irrigado consolida cultura no Sertão

Cohidro e Embrapa promoverão Dia de Campo para disseminar técnicas e vantagens do cultivo da uva na região

Foto: Arquivo Pessoal

Mais uma colheita de uva teve início no Perímetro Irrigado Califórnia, nos campos experimentais implantados pelo convênio de transferência de tecnologia entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Até o final de abril, de Canindé de São Francisco partem as doces e enrubrescidas uvas para as feiras e mercados localizados na extensão que vai do Alto Sertão ao Agreste Sergipano. A cooperativa de produtores busca o aumento do número de viticultores, tornando viável a produção de polpas e sucos.

Para disseminar técnicas e vantagens do cultivo da uva na região, a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes conta que realizará um Dia de Campo com Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), para definir a data. “Para os produtores, a cultura traz a possibilidade de industrializarem os frutos; para a economia do perímetro irrigado e da cidade, a possibilidade de ter uma produção agrícola especializada, de alto valor agregado e que foge dos produtos de ciclos curtos e de baixa rentabilidade, como o quiabo. Além da uva, queremos que o dia de campo trate da produção de pera, que temos aqui em outro campo experimental da Embrapa, já produzindo”, explica.

O irrigante Levi Alves Ribeiro, mais conhecido como Sidrack, é um dos produtores que abrigam em seu lote as videiras experimentais do convênio com a Embrapa, partindo para a sua quarta colheita comercial. Para ter o produto disponível à venda por mais tempo, ele adota o manejo da poda escalonada. É a poda da planta, seguido do uso de insumos adequados para aumentar a sua vitalidade, impulsionando a produção dos cachos. Se esse processo for feito em uma parte do parreiral por semana, de maneira escalonada, a colheita seguirá o mesmo cronograma, oferecendo frutos que amadurecem em períodos diferentes.

Ele se empolga com a possibilidade de o dia de campo angariar mais produtores dispostos a investir na uva. “Precisamos sempre dessa parceria com a Cohidro, para que possamos, em um futuro próximo, ter a capacidade de produzir nossas polpas de frutas, sucos, etc, agregando maior valor à produção”, disse Levi. Atualmente ele também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), por onde seria beneficiada e escoada a produção.

Sidrack e José Leidison dos Santos, outro produtor com campo experimental de uva no Califórnia, têm plantadas as variedades Isabel e BRS Violeta, próprias para sucos e vinhos. Mas em outubro de 2018, eles participaram de uma prática de campo da Embrapa sobre enxertia e produziram mudas da uva de mesa BRS Vitória, para ampliar a multiplicidade de frutas no parreiral. Além deles, o produtor Ozeias Beserra adotou um campo de peras no perímetro da Cohidro; e há mais um registro no perímetro irrigado federal Jacaré-Curituba.

Eles receberam todo o material para a construção dos campos, os sistemas de irrigação por gotejamento, as mudas, os insumos apropriados para o desenvolvimento das plantas e a assistência técnica da Embrapa durante dois anos – tempo de duração do convênio. A partir disso, a orientação aos agricultores está sendo dada pelos técnicos da Cohidro, que acompanharam todas as práticas e visitas ao pólo da Embrapa em Petrolina.

Última atualização: 5 de agosto de 2021 17:32.