[vídeo] Produção de uva em Canindé chega a nível comercial em 8ª colheita

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

Dois irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foram beneficiados com campos piloto de uva, via cooperação de transferência de tecnologia entre o Governo de Sergipe, através da Cohidro que administra o polo irrigado, e a Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE). Na ação, agricultores receberam mudas, todo equipamento necessário para sustentar e irrigar os parreirais e insumos para as plantas pelo período de dois anos. A Cohidro entrou dando continuidade à assistência técnica inicialmente dada pela Embrapa e no fornecimento da água de irrigação desde o início do projeto.

O Programa Sergipe Rural?, da Aperipê TV, mostrou no sábado (6) que os campos, que eram experimentais, já passaram a produzir em nível comercial, em passando pela sua oitava colheita. Ouvindo o viticultor José Leidison, a reportagem de Patrícia Dantas com imagens de Jorge Henrique relembrou que no lote do agricultor aconteceu, há um ano, um Dia de Campo sobre Uva e Suco, para disseminar a ideia de produzir uva e trazer um método de beneficiamento que agrega ainda mais valor ao produto. Evento organizado também pela Embrapa, Cohidro e Codevasf, que também dá suporte a campo de uva implantado em Poço Redondo na mesma cooperação.

PERÍMETRO CALIFÓRNIA | Peras cultivadas com irrigação em Canindé chegam a pesar mais de meio quilo

Ozeias Beserra [Foto – Fernando Augusto]
Entre dezembro e março é realizada a colheita de pera, que tem uma importante demanda identificada no período de verão. Em Canindé de São Francisco, a pera é cultivada no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Ao todo, 400 pés do fruto se dividem entre a variedade Triunfo e as variedades Princesinha e Santa Maria, melhoradas e adaptadas para o clima do sertão sergipano.

Para Ozeias Beserra, produtor irrigante do Perímetro Califórnia, o ano já começou com uma grande surpresa – literalmente. Nas primeiras colheitas de 2021, as peras em seu lote apresentaram uma média de 600 gramas cada. O irrigante segue em busca de compradores para a sua produção, e demonstra animação com o resultado do cultivo. “Por enquanto, ainda estou buscando mais compradores certos. Estou correndo atrás, mas ainda está tranquilo. Quando a florada aumentar, vou repassar para mais compradores e também entregar nas feiras”, planeja Ozeias.

Para o agricultor, trabalhar com a pereira é fácil, pois seu fruto tem boa aceitação no mercado e, por ser adaptada, tem um ótimo manejo. No ano passado, a colheita foi significativa e a produção ficou em torno de 12 caixas do fruto, que chegavam a pesar até 30 kgs. A expectativa esse ano é um pouco maior, considerando o tamanho e o peso das peras. O agricultor irrigante do Período Califórnia espera que sejam retiradas ao menos 50 caixas.

A inserção da cultura da pera no Perímetro Irrigado Califórnia vem acontecendo desde o ano de 2016, a partir de convênio firmado entre a Cohidro e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido – Petrolina), que viabilizou a transferência da tecnologia necessária ao início da produção, além do fornecimento das mudas, sistema de irrigação e fertirrigação por gotejo, defensivos e fertilizantes, como também a assistência técnica.

Para João Fonseca, diretor de irrigação da Cohidro, a vantagem de ter o cultivo no Califórnia é o seu valor agregado, em relação às culturas tradicionalmente produzidas no perímetro de Canindé. “Com isso, nós passamos a oferecer novas opções de produção e de geração de renda para os nossos agricultores irrigantes, a partir da introdução de duas culturas que até então não eram produzidas: além da pera, também a uva”, disse o diretor.

[vídeo] Estação Agrícola destaca produção de uva e pera em perímetro da Cohidro em Canindé

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

Após três anos seguidos do cultivo de uva e dois de pera em Canindé, produtores fazem balanço positivo. Conforme a reportagem do programa Estação Agrícola, da TV Sergipe, a produção abriu novos mercados, como o fornecimento do produto para a produção de vinho e suco. A tendência é, hoje, de aumento das áreas cultivadas. A implantação das duas culturas agrícolas foi possível através da parceria firmada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido), de Petrolina-PE, e os perímetros irrigados Jacaré-Curituba (Codevasf) e Califórnia (Cohidro), em Sergipe.

Leia mais em: https://coderse.se.gov.br/?p=19580

Canindé passa a produzir uva e pera a partir de parceria entre Embrapa e Cohidro

Após inverno chuvoso e mercado desaquecido na pandemia, produtores reiniciam produção com poda dos pomares

[Foto: Fernando Augusto]
Após três anos seguidos do cultivo de uva e dois de pera em Canindé, produtores fazem balanço positivo. A produção abriu novos mercados, como o fornecimento do produto para a produção de vinho e suco. A tendência é, hoje, de aumento das áreas cultivadas. A implantação das duas culturas agrícolas foi possível através da parceria firmada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido), de Petrolina-PE, e os perímetros irrigados Jacaré-Curituba (Codevasf) e Califórnia (Cohidro), em Sergipe. De acordo com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe, inicialmente, quatro produtores irrigantes foram selecionados, sendo três no Califórnia, que reservaram meio hectare em seus lotes para receber campos experimentais.

O projeto teve início em 2016, através de uma proposta da Embrapa de introdução dessas duas novas culturas, que já possuíam um resultado positivo em Pernambuco. Clima e baixa demanda por produtos agrícolas, provocada pelo isolamento social na pandemia, desaceleraram produção no último inverno. “Eu fui um dos produtores escolhidos para plantar uva. A produção ainda é um pouco baixa, estamos no terceiro ano de produção. Paramos por um período grande de chuva, com muito frio, mas estamos dando a retomada com a poda de produção. Temos uma média de 7,5 a 8 toneladas por hectare e a tendência é aumentar a produção, até porque há uma boa aceitação nos mercados locais”, destacou o irrigante do Califórnia, Levi Ribeiro. Ele explica que o convênio com a Embrapa era de dois anos, mas após este período continuou a receber a assistência da Cohidro.

“Durante o convênio, nós tivemos acompanhamento feito pela própria Embrapa. Eles Fizeram toda a instrução e acompanhamento junto com os técnicos da Cohidro e, assim que se encerrou o convênio, os técnicos da Cohidro passaram a nos acompanhar e instruir. É importante a produção de uva, porque estamos com mais uma alternativa, além da goiaba e acerola, que também produzo”, acrescentou Levi. Os três irrigantes do perímetro Califórnia, além dessa orientação, receberam da Embrapa mudas frutíferas, todo material para montar os campos e os nutrientes utilizados na adubação durante a vigência do convênio. A Cohidro, subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), vem contribuindo com o fornecimento de água para irrigação, distribuída a Levi e outros 272 lotes como o dele.

Diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca reforça que a uva e a pera oferecem valor agregado, dando maior compensação financeira no investimento de tempo, recursos e na ocupação do lote que recebe irrigação subsidiada pelo Governo do Estado. “A vantagem da introdução dessas culturas é que elas são novas no Califórnia, e entendemos que estamos dando mais opções de renda e de produção aos agricultores, não só com a venda do cultivo do produto in natura, mas também do produto processado, a exemplo da uva, que já vem sendo utilizada para a produção de vinhos aqui em Sergipe. E a Cohidro, como parceira desse projeto junto com a Embrapa, desde o início, selecionou seus técnicos para acompanhar os técnicos da Embrapa na implantação e orientação que estavam sendo dadas aos agricultores”, completou o diretor.

Ozeias Bezerra é o produtor do perímetro Califórnia selecionado para produzir a pera. Ele conta que o fato de ser um produto inédito na região o ajudou a aceitar o desafio. “Eu aceitei cultivar a pereira porque é uma cultura viável e é rara por aqui. Também, por ser numa área experimental, vou poder aprender como se trabalha com a pera, a fim de, no futuro, ampliar essa área. É um fruto muito bom, o mercado aceita muito bem e o preço é praticamente estável, quando aumenta ou diminui, a diferença é pouca. Requer um certo cuidado na sua formação, foram dois anos conduzindo a planta para que ela ficasse com o porte ideal para a produção, e isso não foi desvantagem, visto que toda planta requer cuidados. Para mim, só tem vantagens trabalhar com a pereira”, concluiu.

Pera irrigada é cultivada como alternativa de renda no Alto Sertão Sergipano

Perímetro irrigado da Cohidro em Canindé abriga campo experimental com mais de 400 plantas, para testar viabilidade de três variedades do fruto
O irrigante Ozeias Beserra [Foto: Fernando Augusto]

A pera tem se mostrado uma produção inovadora no Alto Sertão Sergipano, dando bons frutos de diferentes variedades. No Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco [infraestrutura mantida pelo Governo do Estado para fornecer irrigação e assistência técnica agrícola para 333 lotes agrícolas], chama a atenção um pequeno pomar com quase 400 pereiras, campo experimental fruto da parceria entre a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A mesma cooperação de transferência de tecnologia também levou a Canindé a produção de uva, criando modelos de alternância de culturas, no perímetro, economicamente favoráveis à geração de renda para os agricultores.

Ozeias Beserra é técnico em agropecuária e produtor rural irrigante no Califórnia. Com o convite para participar do experimento da Embrapa, enxergou na pera uma nova oportunidade de renda e melhoria da sua produção no campo. “Eu apostei na pera por ser uma cultura nova. Eu não conhecia, nem nunca tinha visto o pé da pereira, porque é uma planta que não tem tantos produtores. Eu, praticamente, sou exclusivo aqui no município. Resolvi apostar pra ter uma cultura nova, na expectativa de uma renda a mais, além do que consigo com as outras culturas que já venho trabalhando. Até agora, está sendo muito tranquilo de trabalhar, não vi dificuldades no manejo dela e dá pra ter um controle das pragas e insetos”, relata o produtor que, após a colheita no início de ano, fez uma pausa estratégica no ciclo de produção no pomar.

Ao mesmo tempo em que aplicou um tratamento fitossanitário para eliminar, com sucesso, uma doença fúngica, Ozeias quis atrasar a próxima colheita, para evitar colocar a produção no mercado em meio à pandemia e arriscar prejuízo. Agora, após induzir a quebra da dormência e a poda, que influenciam na produção, o processo de frutificação tem sido promissor e as plantas já estão florescendo. Em breve, haverá colheita nova. No pomar de 0,2 hectare, introduzido no final de 2017, há quase 400 pés de pera. A variedade Triunfo ocupa mais da metade da produção, enquanto as variedades Princesinha e Santa Maria ocupam o resto do cultivo – melhoradas e adaptadas para o clima do sertão nordestino.

O agricultor planeja gerar divisas para a fruta produzida em Canindé, escoando sua colheita para outras regiões, a fim de melhorar o rendimento financeiro do pomar. “Tenho planos de expandir essa produção para os municípios vizinhos, para a CEASA. A depender do tamanho que for a colheita, acredito que o mercado local não irá comportar, por isso, penso em expandir as vendas para outras regiões”, conta Ozeias. Na parceria, a Embrapa forneceu ao produtor toda a estrutura de fertirrigação por mangueiras de gotejamento, espaldeiras, mudas e nutrientes especiais para as plantas. A Cohidro, através do perímetro Califórnia, fornece a água de irrigação e os técnicos agrícolas que prestam assistência, em cooperação com os especialistas de Petrolina, que fazem visitas periódicas aos campos experimentais em Canindé.

Técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos acompanhou, desde o início, a introdução dos pomares de pera e uva no Califórnia. “A gente sabe que é uma cultura nova e fica com uma expectativa muito boa de que essa área de pera sirva como vitrine, para que os outros produtores possam observar o que está sendo feito, a maneira que está sendo cultivada e, dentro dos resultados alcançados, queiram levar para os seus lotes. Quem sabe assim, mais tarde, a gente não tenha uma área bem maior de pera aqui na região?”, torce. Para ele, a experimentação de novas culturas expande o potencial econômico do perímetro. “É uma cultura resultante de uma enxertia por borbulhia, que leva um ano e meio para começar a produzir. O sistema de irrigação é o mesmo que se utiliza na área de uva, com duas mangueiras com gotejadores, cada um com uma vazão de um litro por hora. É o modelo que vai ter uma eficiência maior para esse tipo de cultura”, conclui.

CANINDÉ | Produção de quiabo contabiliza 33 anos de história no Perímetro Irrigado Califórnia

A capital baiana, Salvador, é o principal destino da volumosa produção do Alto Sertão Sergipano

Marcado na história como um dos cultivos pioneiros nos lotes do Perímetro Irrigado Califórnia – projeto de irrigação pública implantado em 1987 pelo Governo de Sergipe em Canindé de São Francisco –, o fruto do quiabeiro tem presença forte na tradição culinária dos brasileiros e ainda é nutritivo, tem alta concentração de fibras, sais minerais e das vitaminas A e B1. O quiabo se dá bem em solo argiloso e clima quente e seco, motivo pelo qual a produção ganhou espaço nas áreas irrigadas do Alto Sertão Sergipano que reúnem essas características. Só no Califórnia, a produção anual supera a média das 12 mil toneladas e chega a movimentar em torno de R$ 12 milhões com a venda da produção, no mesmo período.

Das colheitas realizadas toda semana no perímetro, sem falta, o escoamento é quase sempre feito para Salvador e Feira de Santana, na Bahia, segundo afirma Manoel Cassiano. Agricultor irrigante do Califórnia, onde cultiva hortaliças há 30 anos, ele reservou parte da sua propriedade para plantar o quiabo durante o ano inteiro. Conforme conta o produtor, cerca de 30 sacos são colhidos por semana na sua área. “Essa quantidade pode variar, assim como os preços. Tudo depende da época”, afirma o produtor, que é atendido pela irrigação pública e assistência técnica agrícola fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que opera o perímetro público.

Ainda de acordo com o produtor Manoel Cassiano, na Semana Santa, por exemplo, a venda do produto é mais rentável, mesmo que durante os poucos dias que antecedem o feriado religioso. Esse aumento nas vendas se deve à tradição culturalmente mantida no Nordeste, que guarda em seu rol de sabores diversos pratos típicos utilizando o quiabo como um dos ingredientes principais, em datas comemorativas. O mesmo acontece com o Dia de São Cosme e Damião, em 27 de setembro. “Quando chega em setembro, dá uma nova alta no preço, por causa do caruru”, completa Cassiano. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permitir coletas semanais por até 3 meses, o quiabo é a plantação preferida dos irrigantes.

É o que aponta o técnico agrícola da Cohidro, Luís Roberto Vieira. “O quiabo aqui se tornou tradicional, pois há 33 anos, desde o início do perímetro Califórnia, que o fruto vem sendo cultivado, levando o posto de produção pioneira, entre as vistas pela região. Mas assim como toda cultura, existem os prós e contras em relação ao seu cultivo – com o quiabo não seria diferente. Seguindo as recomendações técnicas dadas por nós, da Cohidro, os agricultores precisam tomar cuidado com a praga do Nematoide, que pode danificar o plantio. Por isso, o uso de inseticidas é essencial, desde que assistido pelos técnicos profissionais”, orienta o técnico Luís Roberto, alocado na unidade da Cohidro em Canindé.

Ocupando anualmente de 500 a 600 hectares dos lotes do perímetro, a produção do quiabo é tão grande que a Cohidro se preocupa em sempre incentivar a adoção de novos negócios rurais pelos irrigantes, a fim de que tenham menos concorrência e consequente rentabilidade maior. Para estimular o cultivo, por exemplo, de goiaba, uva, pera, amora e até mesmo a produção de leite, a empresa tem implantando projetos pilotos e dias de campo, com a ajuda da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e do outro perímetro da Cohidro situado em Tobias Barreto, o Jabiberi. “Todos plantando a mesma coisa ou optando por plantios que têm pouco rendimento na venda, como é o caso aqui com o quiabo, acaba trazendo pouca rentabilidade para o agricultor e é até uma subutilização de toda essa infraestrutura que o Governo do Estado está oferecendo a eles. Por isso incentivamos produções alternativas sempre”, argumenta a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes.

[vídeo] Dia de Campo sobre uvas e suco foi destaque no Sergipe rural

O programa Sergipe Rual, da Aperipê TV, esteve em Canindé de São Francisco no último dia 11 de março, para fazer cobertura do ‘Dia de Campo sobre a produção de uvas e suco‘, promovido e sediado pela Cohidro, no seu Perímetro Irrigado Califórnia. Como coorganizadoras, a Condevasf Sergipe e a Embrapa Semiárido, de Petrolina.

Um dos quatro lotes experimentais com videiras – introduzidos no Alto Sertão Sergipano a partir da transferência de tecnologia entre Embrapa e as duas companhias há três anos – foi palco para as práticas de campo, demostrando como é feito o manejo dos parreirais e a produção do suco natural, utilizando método de cozimento à 180ºC.

O Dia de Campo serviu também para a Embrapa anunciar que, em sequência ao investimento feito para introdução dos campos de uva nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe e Codevasf, entregou para a Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) uma suqueira que permite aos viticultores a produção de suco natural aos moldes do que foi ensinado no evento técnico.

Perímetro irrigado estadual sedia Dia de Campo sobre produção de suco e uva no Alto Sertão

Atividade técnica avaliou implantação da uva no semiárido, oferecendo método de beneficiamento que agrega valor ao cultivo
Foto: Fernando Augusto

O Perímetro irrigado Califórnia, mantido pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco, recebeu o ‘Dia de Campo sobre a produção de suco e uva’ na última quarta-feira (11). O encontro serviu para a exposição dos resultados positivos alcançados nos quatro campos experimentais de uva implantados há três anos pela Embrapa no Alto Sertão Sergipano – dois situados no perímetro estadual – e para a demonstração prática de como a colheita pode ser processada pelos próprios viticultores alcançando outros mercados, além das vendas ao varejo e para a indústria de vinhos, como já acontece nessas plantações de Sergipe. Os cerca de 80 participantes eram agricultores irrigantes, profissionais e acadêmicos do meio agrícola, cumprindo o objetivo do evento técnico, de promover a produção de uva como alternativa rentável aos cultivos tradicionais no estado.

O irrigante do Califórnia, Leidison dos Santos, recebeu um dos campos experimentais em seu lote. Cultivando há três anos, garante que compensa o plantio das videiras. “Se deu certo isso aqui, por que não pode dar certo em outro lugar?! Estamos tirando para o comércio, produzindo o suco e tirando para fazer vinho em Aracaju. É um lucro a mais, porque esperávamos vender somente para o comércio. Toda roça dá trabalho, mas a gente tem que encarar, e eu estou tendo êxito, graças a Deus”. Levi Ribeiro, também viticultor e presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Califórnia (Coofrucal), ficou satisfeito com o Dia de Campo. “A expectativa era a de mostrar para todo o público que nós temos um potencial aqui para a produção de uva. Estamos iniciando a quinta colheita das variedades Isabel e a Violeta”, pontuou.

Arnaldo Correia produz macaxeira, milho e feijão de corda em seu lote no Califórnia e ficou animado com o que foi apresentado no Dia de Campo. “Dá para ver que é um negócio novo que está chegando aqui. De repente, a gente já pode migrar para uma coisa igual a essa daí, da uva, que seja mais fácil de trabalhar. Não só eu, como vários colegas meus já manifestaram vontade de ter um parreiral desses, para facilitar um pouco a vida”. A implantação dessas unidades demonstrativas de uva foi possível a partir do convênio que a Embrapa firmou com as companhias de desenvolvimento – de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) – administradoras dos perímetros Califórnia e Jacaré-Curituba, respectivamente, onde estão os quatro campos experimentais.

A Cohidro foi uma das organizadoras do Dia de Campo e compartilhou com a Embrapa a apresentação das unidades de observação das uvas. A companhia fornece a água necessária à irrigação desses dois campos, em que seus técnicos agrícolas prestam a assistência periódica à produção. Paulo Sobral, presidente da Cohidro, acredita que foi extremamente importante a parceria que viabilizou a produção de uva no Califórnia, prevendo a melhoria na qualidade de vida para o produtor rural. “Dá uma nova possibilidade ao irrigante, com uma cultura que permite uma rentabilidade maior. Por isso, estamos buscando esses mecanismos para ampliar as produções de uva, para que a gente consiga viabilizar economicamente cada vez mais esse perímetro, dando condição para ampliação da produção para outros lotes”, acrescentou.

No início, a Embrapa forneceu todos os insumos para o plantio e, agora, trouxe os equipamentos para os viticultores assistidos produzirem o suco de uva integral. “Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos, porque conseguimos produzir, agora nós temos que ajustar para melhorar essa produtividade. Nossa meta é ampliar esse trabalho com as uvas sem sementes também, variedades da Embrapa com tolerância maior à de doenças com grande possibilidade de produção aqui”, adiantou o pesquisador da Embrapa Semiárido, Paulo Roberto, responsável pelo processo de transferência de tecnologia da uva de Petrolina-PE para Sergipe. Seu grupo de engenheiros fez a demonstração do uso dos equipamentos de extração do suco, aquecendo a uma temperatura de 180ºC, e o seu envasamento em garrafas de vidro.

Cohidro e Embrapa realizam I Dia de Campo sobre a produção de uvas e suco em Canindé de São Francisco

Viabilizados em convênio entre as duas empresas públicas para a introdução da cultura agrícola no Alto Sertão Sergipano, os campos foram iniciados em dezembro de 2016, com o plantio das primeiras mudas

No próximo dia 11 de março, o Governo de Sergipe e a Unidade Semiárido [Petrolina-PE] da Embrapa realizam o ‘I Dia de Campo Sobre a Produção de Uvas e Suco’, em Canindé de São Francisco. O evento de capacitação é gratuito e aberto a todos os públicos, para além do setor agrícola e da comunidade acadêmica, e acontecerá em um dos campos experimentais de produção de videiras do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Viabilizados em convênio entre as duas empresas públicas para a introdução da cultura agrícola no Alto Sertão Sergipano, os campos foram iniciados em dezembro de 2016, com o plantio das primeiras mudas.

Após três anos, a viticultura foi consolidada nesses dois lotes, que partem para a quinta colheita comercial do fruto, agora sob a orientação técnica da Cohidro. A Embrapa propôs essa nova etapa da expansão do cultivo na região do Semiárido Nordestino, oferecendo também a capacitação para o beneficiamento da uva. Um investimento em equipamentos e mão de obra que pode ser feito pelos próprios agricultores ou outros investidores, criando um novo produto de origem agrícola e agregando valor à produção no estado. Levi Ribeiro é um desses produtores pioneiros na produção de uva e também presidente Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal). Parara ele, o dia de campo é de suma importância, era uma programação já aguardada por eles, onde também será uma ocasião para apresentar os resultados positivos alcançados por eles.

o Produtor Levi Alves Ribeiro

“A Cooperativa estará dando todo o apoio para esse dia de campo. Uma oportunidade, em primeiro lugar, de estar conhecendo o potencial que temos para produzir as frutíferas, a exemplo da própria uva. Em segundo lugar, nós estaremos fazendo, junto da equipe técnica da Embrapa, o processamento do suco de uva natural. E por último a degustação, com a própria produção do que temos no Califórnia. Nós temos a certeza de que após esse processamento, nós estaremos já garantindo um valor a mais e isso resulta em uma maior rentabilidade aos produtores de uva. O objetivo nosso, na cooperativa, é de continuar divulgando esse trabalho positivo que a equipe técnica, da Embrapa e da Cohidro, vem fazendo e o resultado já alcançado, para que todos os produtores também possam estar produzindo a uva Isabel e a uva Violeta, que nós temos aqui no perímetro irrigado”, relatou Levi Ribeiro.

A uva produzida nos lotes do perímetro da Cohidro em Canindé já serve de matéria-prima para a produção de vinho artesanal numa pequena indústria em Aracaju. Também existem outros viticultores independentes no estado – em Itabaiana e, mais recentemente, outros dois em Lagarto – estes, assistidos pelo governo do Estado através do serviço de irrigação ofertado no Perímetro Piauí, bem como pela assistência técnica agrícola dos técnicos da Cohidro.

 

Perímetro Irrigado Califórnia
O Perímetro Califórnia fornece água ininterruptamente para a agricultura e pecuária em 333 lotes. Isso permite a produção de alimentos durante todo o ano, com destaque para o quiabo e a goiaba, as maiores produções, mas também existem cultivos de permanentes de acerola, banana, manga, graviola; e temporários de abóbora, aipim, amendoim, feijão de corda, milho, coentro, maracujá, pimentão, tomate e outros. Junto da uva, o convênio com a Embrapa propiciou um terceiro campo experimental de pera, que está em sua primeira safra.

Outra transferência de tecnologia, dessa vez com o Perímetro Irrigado Jabiberi, também mantido pela Cohidro, introduziu uma unidade piloto do projeto Balde Cheio, de produção de leite com sistema de rotação de pastagem irrigada. As estações de bombeamento do Califórnia atualmente estão em processo de revitalização, com recursos e mão de obra próprios da Cohidro, com duas unidades concluídas e mais uma em reta final de conclusão.

[vídeo] Campo experimental produz peras com irrigação do Governo do Estado no Alto Sertão

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou no último sábado o campo experimental de peras introduzido em Canindé de São Francisco no lote do irrigante Ozeias Bezerra, em cooperação entre a Embrapa Semiárido [Petrolina-PE] e a Cohidro. É a primeira safra das pereiras plantadas em novembro de 2017 e o produtor está bastante otimista com o resultado. Na parceria, a Embrapa entrou com toda a estrutura de fertirrigação por mangueiras de Gotejamento, espaldeiras, mudas e nutrientes especiais para as plantas e a Cohidro, através do seu Perímetro Irrigado Califórnia, fornece a água de irrigação e os técnicos agrícolas que prestam assistência ao fruticultor.

Última atualização: 8 de junho de 2020 15:55.