Governador garante liberação de recursos para adutora do São Francisco e barragem em Poço Redondo

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges / Fotos: Roque Sá

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges, para tratar da liberação de R$ 10 milhões para finalizar a ampliação da Adutora do São Francisco, responsável por 67,19% do volume produzido para o abastecimento do sistema integrado da Grande Aracaju. Também durante a manhã, Jackson esteve com Marlon Carvalho Cambraia, secretário de desenvolvimento regional para tratar da recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo, e do lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico, o qual ocorrerá próximo dia 07, no Palácio de Despachos, em Aracaju.

A adutora do São Francisco contempla não só a capital sergipana, como os municípios de Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Malhada dos Bois. Os serviços de ampliação foram iniciados em novembro do ano passado e são realizados por meio de convênio com o governo federal no valor de R$ 127.748.027,41, com contrapartida estadual de R$ 12.774.802,74. A obra possui 1/3 de sua extensão executada e, atualmente, uma equipe de 50 pessoas trabalha no local, entre operários e técnicos.

“Essa obra deverá estar concluída dentro de quatro meses e atende mais de um milhão de pessoas. Estamos aguardando somente a liberação dos últimos recursos, que foram assegurados pelo ministro”, declarou Jackson.

O diretor presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Carlos Melo, informou que a ampliação da adutora possibilitou que a Capital não sofresse desabastecimento apesar da seca que atinge o estado. “As obras estão em fase final e, para não paralisarmos, o governador se reuniu com o ministro para fazer a solicitação. A duplicação da adutora do São Francisco vai garantir o abastecimento da Grande Aracaju pelos próximos 20 anos. Temos 90% da obra concluída e alguns pontos em operação, o que garantiu que Aracaju não sofresse rodízio de abastecimento de água nesse período der estiagem”, disse.

Barra da Onça
O governador solicitou, também, a liberação de R$ 1 milhão para recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo. Jackson lembrou que a solicitação foi feita durante visita ao município de Poço Redondo, para entregar material forrageiro e o Centro de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro. Na ocasião, o governador conversou por telefone com o ministro, que solicitou o envio de um projeto sobre a utilização dos recursos.

O Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, edição 2017, já recuperou 12 reservatórios neste ano. Foram executados trabalhos em barragens de Frei Paulo, Poço Redondo, Cedro de São João, Carira, Tobias Barreto, Porto da Folha, Poço Verde, Canindé do São Francisco, Gararu, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes. O investimento para recuperação dos reservatórios foi de R$ 1.240.341,64, recurso oriundo do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

No último dia 22, o governador Jackson Barreto entregou a recuperação e ampliação da Barragem Aningas, situada no povoado que leva o mesmo nome, no município de Nossa Senhora da Glória. Foram investidos mais de R$ 100 mil para limpar, recuperar e ampliar a barragem que abastece, além de Glória, os municípios de Carira, Monte Alegre, e até municípios baianos.

Planejamento
Durante a audiência, o secretário de desenvolvimento regional do Ministério da Integração, Marlon Carvalho Cambraia, anunciou o lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico para o dia 07 de junho, em Aracaju. Com base nesse documento, a gestão estadual norteará as ações públicas desenvolvimento e crescimento econômico.

Acompanharam as audiências o secretário de Estado de Comunicação, Sales Neto, e o superintendente executivo de Sergipe em Brasília, Heleno Silva.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Nota Ascom/Cohidro: Para a Cohidro, se traduz em recursos para recuperar a grande barragem do Povoado Barra da Onça, em Poço redondo, e a construção de outras duas, de médio porte, na localidade. Ações que têm como principal função o reservamento de água das chuvas para a dessedentação animal.

Chuvas garantem normalidade nos perímetros de irrigação do Estado

2 dias de chuva elevaram substancialmente o nível do Jacarecica I – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Chuvas que caíram em Sergipe a partir do dia 22 mudaram a situação crítica dos reservatórios dos perímetros de irrigação pública do Governo do Estado. Administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a barragem do Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, nesse período encheu e verteu. No Jacarecica I e Ribeira, em Itabaiana, reservatórios elevaram o nível da água significativamente, faltando pouco mais de um metro para dar a vazante.

Nos três casos haviam o risco de continuação de racionamento e da paralisação do serviço de abastecimento aos produtores rurais assistidos, caso os índices pluviométricos nessas duas regiões não mudassem. Já em Lagarto (distante 69km de Aracaju), no Perímetro Irrigado Piauí o reservatório começou a captar boa quantidade água já nas primeiras chuvas do ano, atingindo seu ápice em 15 de abril, quando verteu. A barragem do Perímetro Jacarecica II, na região limítrofe entre Malhador, Areia Branca, Riachuelo e distante 50 km da capital, a baixa no nível da reserva hídrica chegou a preocupar, mas os estudos técnicos da Cohidro não chegaram a determinar a necessidade de racionamento.

Jabiberi
A barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi verteu na terça-feira, 23. As chuvas que caíram na bacia hidrográfica da Barragem foi significativa para o enchimento do lago. Assim, teve fim o regime de racionamento que vinha sendo aplicado aos irrigantes desde o início do ano, para poupar o baixo nível da água na barragem que ainda é compartilhada com o abastecimento da sede municipal e povoados, feito pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).

O Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, pondera que o Perímetro volta a funcionar somente quando houver necessidade de irrigar os cultivos. “A barragem já está totalmente cheia, inclusive já está vertendo. E também temos condição já, se houver necessidade, de iniciarmos o processo de irrigação das culturas que lá existem. Mas só em caso de necessidade, procurando sempre manter a barragem com volume de água que dê segurança no verão, para irrigação como também para abastecimento humano, no município de Tobias Barreto”.

Quando às chuvas terminarem no fim deste inverno, a água acumulada voltará a prover a irrigação normalmente no Jabiberi. Neste polo agrícola de Tobias Barreto, que fica há 123 km de Aracaju, foi aplicado o Programa Balde Cheio de produção de leite em 2010. Convênio entre Cohidro e Embrapa de São Carlos-SP, que funciona a partir do uso de sistema rotativo de pastagem irrigadas pelo Perímetro do Governo do Estado. Hoje, a produção normal chega a 3,7 mil litros de leite por dia.

Ribeira
O Perímetro Irrigado da Ribeira, há 50 km da capital, obteve uma significativa elevação no nível de sua barragem depois das últimas chuvas e também afasta o risco da continuidade do racionamento de água para a agricultura, que ocorria desde setembro de 2016 e fez as reservas durarem por mais tempo. Agora, o fornecimento regular aos lotes irrigados deve retornar assim que as chuvas cessarem e for necessário irrigar novamente às plantações. Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, comemora o resultado das chuvas e adianta a retomada da prestação de serviços feitos pela Empresa.

“Essa chuva só trouxe bênçãos. Porque nós estávamos com todas essas barragens, com a capacidade hídrica daquela região, completamente comprometida. Só para você ter uma ideia, a barragem da Ribeira tem uma capacidade, um volume de 16.500.000 m³, ela abastece o Perímetro Irrigado da Ribeira e também serve para dessedentação humana, abastecendo a cidade de Itabaiana, que a Deso capta água nessa barragem. E ela já estava em um volume morto, íamos encerrar as atividades dela essa semana e graças a Deus, com essa chuva, a barragem está completamente cheia e falta 1,5 m, praticamente, para ela verter, ou seja, transbordar. E com isso a gente garante o abastecimento tanto para cidade de Itabaiana, a continuidade aliás, e também para os perímetros irrigados, que lá quase 500 produtores rurais vivem daquilo ali, gerando riqueza para o município de Itabaiana. A mesma coisa Lagarto”, disse o Presidente.

Jacarecica I
No Perímetro Jacarecica I, ainda em Itabaiana e há 65 km de Aracaju, a irrigação que tinha sido suspensa desde 17 e janeiro, pelo baixíssimo nível da barragem, hoje retorna sua capacidade operacional. Em um intervalo de dois dias, devido à chuva que caiu na sua bacia hidrográfica e principalmente na região Agreste, a barragem subiu bastante, estando agora há 1,3 m de atingir o ápice do reservatório e verter.

“A barragem do Jacarecica I,que estava praticamente seca, hoje em torno de um 1,30 m, está faltando para ela verter. Nessa condição atual, se houver necessidade de voltar a irrigação, já há condição de se iniciar a irrigação novamente. Mas em função das chuvas, a gente vai segurar o máximo possível até que ela encha totalmente, para que tenhamos condição de operar com tranquilidade e segurança no período do verão, que se inicia num segundo semestre”, acrescentou João Fonseca.

No Jacarecica I são cultivados diversos tipos de hortaliças, com destaque para a batata-doce, o coentro e o amendoim. No momento, a incidência de chuvas dispensa o uso da irrigação para às plantações, mas assim que ela for embora, o polo de irrigação pública estará apto a voltar a funcionar. Apesar de que a paralisação do Perímetro tenha prejudicado às plantações, a baixa no nível do reservatório deu acesso às tomas d’água e, desta vez, possibilitou a instalação das comportas de segurança da captação e da descarga de fundo. Equipamentos que não foram adicionados à época da construção, 30 anos atrás.

 

 

Leite produzido em irrigação pública do Estado tem assistência gerencial do Senar

Primeiro encontro ocorreu no Perímetro Jabiberi – Foto aquivo pessoal José Coelho

Capacitações para 20 produtores de leite de Tobias Barreto ocorreram nesta terça e quarta-feira, 29 e 30. Esse primeiro encontro foi uma Formação Profissional Rural (FPR), que faz parte do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), aplicado no estado pelo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (Senar-SE) e vai durar 2 anos. Ocorreu no Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado no município pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e onde produzem 10 desses pecuaristas, que agora terão mensalmente os cursos e atendimentos individualizados nas propriedades.

 

O Jabiberi focou sua aptidão à criação de gado leiteiro quando, em 2010, a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, a consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Sergipe (Sebrae-SE) e financiamento do Banco do Brasil, inseriram no polo de irrigação o modelo de produção de leite do programa ‘Balde Cheio’, criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em sua unidade de São Carlos-SP. Gerente do Perímetro, José Reis Coelho contabiliza os resultados obtidos.

“Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. No Perímetro, em 2015 foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, salienta Coelho, que ainda defende a capacidade produtiva dos pecuaristas que assiste, justificando eles serem atendidos pela ATeG.

Além de produzir bem, o pecuarista precisa administrar o seu agronegócio para ter renda justa na hora de negociar o leite e não sair no prejuízo. Desta forma, a proposta da ATeG do Senar-SE vem propor a capacitação para um melhor gerenciamento da propriedade rural. Em todo Estado a capacitação está ocorrendo em um total de sete municípios, inclusive atendendo agricultores irrigantes do Perímetro Piauí, em Lagarto, e Califórnia, em Canindé de São Francisco, administrados também pela Cohidro, que é uma empresa subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Segundo Luana Aragão, coordenadora do programa ATeG no Senar-SE, o primeiro FPR em Tobias Barreto tratou de Escrituração Zootécnica. “A primeira instrutora foi Marise Stela Paes de Azevedo, Zootecnista, e faremos uma capacitação FPR de 16h por mês, onde ainda serão tratados assuntos como o manejo nutricional, sanitário, reprodutivo, pastagens, reserva alimentar para o semiárido, dentre outros”. Ela explica que para os criadores fazerem parte do grupo, além da obrigação da assiduidade nesses encontros coletivos, eles ainda tiveram que atender antes alguns critérios.

“O critério foi de o criador ter produção acima de 70 litros de leite por dia para participar, com a obrigatoriedade de possuir DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), CCIR (Certificado de Cadastro do Imóvel Rural) ou NIRF (Número do Imóvel na Receita Federal)”, explicou Luana. A coordenadora defende que “hoje, a maior dificuldade de todos os produtores é a questão de gerenciamento. Muitos produzem e não sabem quanto vale, quanto é o custo de produção do que ele produz. Então nossa assistência é isso: ajudar a gerenciar o produto dele, para não sair perdendo”, completou.

Para José Carlos Felizola Filho, presidente da Cohidro, o programa é bastante abrangente e pode ser um ‘empurrão’ necessário nesses tempos de crise. “Está cada vez mais difícil empreender sem ter prejuízo e o negócio rural, que é a base da cadeia produtiva, é onde fica a menor parte da renda gerada, quase sempre com o produto desvalorizado pela ação da movimentação do mercado financeiro. Saber produzir com eficiência, sem ter prejuízo é uma questão de sobrevivência. Por isso apoio e agradeço essa mão que o Senar-SE está dando aos nossos produtores desses três perímetros inseridos no ATeG”, considera.

Visitas individuais
Annelise Aragão Correa, Zootecnista e técnica do Senar-SE responsável por Tobias Barreto, explica como ocorre o atendimento individualizado dos produtores inseridos na ATeG. “As visitas são individuais e tem a duração de quatro horas. É o acompanhamento da parte de despesas: quanto gasta com o concentrado, quanto gasta de insumo, quanto gasta com adubo. É para ver os pontos em que eles estão gastando mais e o que pode ser melhorado no rebanho, no acompanhamento de peso dos bezerros. É uma assistência técnica mais voltada para o gerenciamento da propriedade e a intenção é que depois de dois anos ele comecem a seguir sozinhos”, conta, expondo que, havendo necessidade, o programa poderá ser renovado por mais 24 meses.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o apoio do Senar-SE, assim como já ocorreu com o Sebrae-SE, é uma parceria que auxilia à Empresa no acompanhamento desses irrigantes. “O foco maior de nossa assistência técnica é a agricultura, é o plantio a partir da irrigação, seja de lavouras, seja de pastagens, como é o caso na maioria das propriedades do Jabiberi. Ter este apoio desses órgãos, fornecendo zootecnistas e veterinários, complementa o trabalho da Companhia nessas especialidades em que somos bastante carentes de pessoal. Da mesma forma que o know-how da Cohidro, de quase 30 anos auxiliando esses produtores, adianta bastante o trabalho destes programas”, conclui.

Governo do Estado busca solução para problema de desabastecimento de água

Dados do Exército demonstram que em Sergipe são 11 municípios atendidos pela Operação Carro-Pipa, sendo eles: Canindé do São Francisco, Feira Nova, Frei Paulo, Monte Alegre de Sergipe, Gararu, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Tobias Barreto e Porto da Folha – Foto:Jorge Henrique/ASN

O abastecimento de água em Sergipe, principalmente no Sertão, foi alvo de discussão nesta sexta-feira, 02, entre Governos do Estado e Federal, municípios, Exército, Ministério Público (MPE/SE) e órgãos estaduais. Com participação do governador Jackson Barreto, a reunião buscou solução para sanar problemas de transporte de água, de modo a reduzir os efeitos da estiagem e não prejudicar agricultores, seus animais e a produção agrícola sergipana. Na ocasião, prefeitos declararam suas preocupações com relação à diminuição da água distribuída pela operação carro-pipa do Exército e solicitaram ampliação do número de moradores atendidos com a iniciativa.

O governador Jackson Barreto comentou que semana passada houve reunião com agricultores, diretores de órgãos estaduais, deputados, federações agrícolas e prefeitos, e que estes manifestaram apreensão com relação ao abastecimento de água. “Os municípios declararam que precisam de mais água, e eu disse que eles tinham que buscar o Exército, pois o governador não tem competência para intervir no trabalho das Forças Armadas. Resolvi, então, convidar o tenente coronel Mariano, responsável pelo assunto, para que o Exército pudesse ouvir os gestores municipais, suas reclamações e angústias, e pudesse mudar sua forma de atuação no sentido de ampliar o abastecimento de água. Agradeço a presença das Forças aqui hoje e tenho certeza que vão buscar soluções”, disse.

Jackson Barreto também destacou que é necessário atender não só o consumo humano, como o abastecimento animal, e lembrou de municípios como o de Glória, que se destaca por sua bacia leiteira que gera renda para os produtores e movimenta a economia local. “Espero que haja melhoria. Caso não aconteça, vou ter que ir a Brasília para tratar com o presidente da República sobre o desabastecimento de água da população que está sofrendo muito”, complementou.

O secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, por sua vez, destacou as iniciativas do Governo de Sergipe no tocante a busca de alternativas a falta de água. “Ressalto o esforço do governador que, desde o ano passado, durante o período de estiagem, mantém um grupo, chamado de Força Tarefa do Semiárido, que conversa regulamente todas as semanas, procurando saídas, acompanhando obras e ações do governo. Isso é bom porque nos oferece estratégia de ação. Com relação ao ato de hoje, isso é fruto de uma mobilização que tivemos há uma semana. Esse é um sinal que o Governo do Estado responde rápido. E saímos satisfeitos, pois tivemos uma reunião produtiva, que é consequência de uma série de ações do governo”, pontuou.

Esmeraldo Leal também declarou que Sergipe possui uma das melhores redes de adutora do Brasil, e que, por isso, o impacto do estado com relação ao consumo de água é bem menor que de outras localidades. “Além disso, destaco que o Governo do Estado está fortalecendo as ações da Deso, melhorando as condições hídricas de modo geral com relação à capacidade de barragens. Como exemplo, foi disponibilizado R$ 3 milhões para revitalizarmos algumas, de modo a beneficiar o consumo humano e animal, principalmente no Alto Sertão sergipano. Existe ainda uma série de investimentos com relação à irrigação e principalmente o uso racional da água. Há perímetros que no momento estão com aspersor [sistema utilizado em irrigação], que gasta muita água, e que passarão para gotejamento, manobra que economiza água. Existem perímetros em que passaremos a usar a estrutura de bombas em períodos que o custo de energia e o consumo de água são menores. Então há preocupação com relação à irrigação, de modo que existe acompanhamento permanente, que proporcionam impactos também no consumo humano”, finalizou.

Presenças
Participaram da solenidade o deputado federal Jony Marcos; procurador geral do Ministério Público, Paulo Lima; diretores presidentes da Cohidro, José Carlos Felizola, da Deso, Carlos Melo, e da Emdargo, Jefferson Feitosa; além dos prefeitos de Poço Verde, Thiago Dória, Tobias Barreto, Dilson de Agripino, Glória, Chico do Correio, Aparecida, Vera Silva, Monte Alegre, Antonio Fernandes e de Porto da Folha, Albino Tavares.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Cohidro recebe mais de R$ 11 milhões em investimentos e melhora vida dos produtores sergipanos

Implementados pelo Governo do Estado, projetos Califórnia, Jabiberi e Piauí, em Canindé, Tobias e Lagarto, respectivamente, recebem recursos do Proinveste para alavancar produção e oferecer qualidade de vida ao sergipano/ Fotos: Victor Ribeiro/ASN

No extremo oeste, Alto Sertão sergipano, município de Canindé do São Francisco, produtores rurais ganham representatividade e se desenvolvem econômica e socialmente por meio da plantação de frutas e hortaliças. Em outra ponta do estado, no Centro Sul, pequenos pecuaristas produzem milhares de litros de leite em Tobias Barreto e cultivam produtos diversos em Lagarto, muitas vezes de forma orgânica [sem uso de agrotóxicos]. Tudo isso é possível por conta dos perímetros irrigados Califórnia, Jabiberi e Piauí, respectivamente. As iniciativas foram implementadas pelo Governo do Estado e são administradas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que recebeu R$ 11 milhões do Proinveste para investimento nos perímetros, aquisição de novos equipamentos que irão auxiliar nos trabalhos de perfuração de poços, além de limpeza e manutenção de barragens e ações de infraestrutura da empresa. Com quase 30 anos de funcionamento, os perímetros recebem R$ 7 milhões para fomentar a produção sergipana e oferecer qualidade de vida ao sergipano.

A água é a alavanca que sustenta os perímetros. Por meio da irrigação, produtores como João Aureliano da Silva, do Califórnia, mudaram a perspectiva de vida. “Meu braço forte é o Estado, que nos traz a água. Antes da implementação do perímetro, era sofrido. Tínhamos que pegar água dos caminhões e de barragem e o trabalho era grande. Nem trator existia. Então nós usávamos arado de boi e na roça você via queimadas. Não havia outras soluções. Depois que o Califórnia começou foi uma maravilha. Nossa renda melhorou e quem sabe controlar o que ganha, não fica sem pão. A diferença do que eu recebia antes e agora é muito grande”, conta Aureliano, que também é o presidente da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai).

Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, o investimento do Estado em irrigação movimenta a economia dos municípios do interior e garante renda para os pequenos produtores sergipanos. “Investir na reestruturação da irrigação pública do Estado é cada vez mais contribuir com um saldo econômico mais positivo. Essa agricultura familiar, que atendemos nos perímetros, gera de riqueza R$ 112 milhões ao ano e pode passar a produzir ainda mais, com o incremento nas instalações e equipamentos, que resultará em melhoria no fornecimento de água”.

Em Sergipe, são 14 mil pessoas beneficiadas diretamente com irrigação. Só no ano passado, foram produzidos 119 mil toneladas de alimentos. Desse total, mais de 40.419 toneladas foram no projeto Califórnia, em Canindé de São Francisco. São 1.360 produtores que trabalham em 333 lotes, 2.788 hectares de área atendida com a irrigação que geram R$ 5 milhões mensais de renda para os trabalhadores rurais, dinheiro injetado na economia do município. O projeto atualmente atende a seis mil pessoas diretas e quatro mil indiretas. Dentre as culturas encontradas na localidade, estão as de goiaba, acerola, manga, maracujá, macaxeira, feijão de corda, milho, tomate, pimentão, alface, coentro, cebolinha e rúcula e hortaliças em geral.

De acordo com o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, o perímetro é responsável por gerar 35% da arrecadação do município. A movimentação econômica também foi comentada por Felizola, que destaca que o projeto proporciona geração de riqueza para a população carente. “Costumamos dizer que Canindé é outro município depois da instalação do Califórnia, pois a usina hidroelétrica gera muito dinheiro para poucos e o perímetro gera muita riqueza para a população de baixa renda. O Califórnia movimenta a economia local em termos de venda de insumos agrícolas, mercadorias e transporte de produtos. E o que a gente quer fazer é agregar valor a esses alimentos, de modo que, estamos incentivando a criação de um centro de distribuição no município, que depois tentaremos levar para outros locais”, afirmou o presidente da Cohidro.

O projeto Califórnia recebe investimento de R$ 4 milhões. O Governo do Estado promove reforma do prédio onde funciona a sede do perímetro, melhorias nos sete quilômetros de canais, sendo que os dois quilômetros mais críticos já estão praticamente concluídos, e destina 37 novas bombas apenas para a localidade. As intervenções pretendem regularizar a capacidade de fornecer água à agricultura e até ampliar a quantidade de terra irrigada, fazendo, por tabela, com que a produção e renda aumentem.

“O Califórnia ofereceu bastante qualidade de vida. Se não houvesse essa iniciativa, o produtor não estaria mais aqui, pois procuraria outra região para trabalhar. Aconteceria que não ia caber tanta gente na cidade, que tem em torno de 28.000 habitantes. Estou aqui desde quando fundaram o projeto e acompanho todo o desenvolvimento desses agricultores. Antes eles andavam em cima de um jegue. Hoje é uma moto, um carro. A qualidade de vida da família melhorou bastante. Por meio dessa assistência técnica, eles já aprenderam bastante a plantar, produzir e a colher em cima do sistema de irrigação. A equipe técnica da Cohidro desenvolve palestras, seminários, cursos e promove visitas individuais”, comenta o gerente do perímetro.

Para aumentar o nível de competitividade dos agricultores irrigantes, o Estado, por meio da Cohidro, firmou parceria com a Embrapa para implementar campos experimentais na região do Califórnia. O resultado desse trabalho é a produção de uva de mesa no sertão de Sergipe, trazendo a tecnologia que já é destaque em Petrolina, Pernambuco. Os produtores entram com a mão de obra e a terra e são acompanhados diretamente pela Instituição Federal. Eles vão lucrar com o parreiral e se transformar em multiplicadores das técnicas empregadas aos outros irrigantes.

Canindé também é destaque no perímetro pela preocupação com a agricultura orgânica. A Cohidro acompanha um grupo de produtores no processo de conversão agroecológica e na regularização deles em entidades junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para essa produção, a empresa cedeu um lote à Associação de Produtores Orgânicos. Além de atividades de instrução realizadas pelos técnicos agrícolas, os alimentos orgânicos gerados estão sendo vendidos nas feiras semanais e no próprio local, que virou ponto de visitação.

E não só os orgânicos são destinados às feiras livres. Cidades de Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco, além de escolas de municípios diversos, recebem alimentos produzidos no local. Outro modo de venda de alimentos é apor meio da parceria com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que compra a produção para que seja repassada para instituições beneficentes doarem a pessoas em situação de insegurança alimentar ou no preparo de refeições. A proposta do perímetro de Canindé é fornecer 87 toneladas de alimentos.

Lagarto

O perímetro Piauí, em Lagarto, gerou, apenas no ano passado, 8.868 toneladas de alimentos, sendo 1.595 de tomate, 1.400 de mandioca e 1.116 de quiabo. Em valores atualizados pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), foram gerados R$ 15 milhões com a comercialização dessa produção agrícola, que favoreceu em renda 3.515 pessoas diretamente beneficiadas.
Do Proinveste, o perímetro em Lagarto recebe R$ 762.400. Dentre os investimentos previstos para a localidade, há oito novas moto-bombas, equipamento composto de motor elétrico de 75CV e bomba centrífuga, que vão reequipar a Estação de Bombeamento (EB) 02, substituindo os aparelhos antigos, investimento de R$ 189.900. Todas as tubulações que vão servir estas máquinas já foram reformadas por outra demanda atendida pelo Proinveste.

Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida, o perímetro atende a quase 400 produtores e são desenvolvidas 28 culturas, como batata, repolho, couve, pimenta, milho verde, amendoim, batata doce, alface, maçã, macaxeira, pimentão e maracujá. O projeto também incentiva a agricultura orgânica. Uma das pessoas que investe nisso é João Pacheco, que conta que já trabalhou por um tempo com agrotóxicos. “Parei porque não me fazia bem. Então fui atrás da produção orgânica e tenho de tudo um pouco. Além de vender aqui do lado da minha casa, também comercializo na feira em Lagarto. Se não fosse a ajuda do Estado, não estaria aqui”.

O Piauí, assim como o Califórnia, também destina a produção para feiras livres e mantém parceria com o PAA. A Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP) já entregou neste ano 84 toneladas de sua produção agrícola, gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem a 6.860 pessoas. Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, atingindo, ao final, total de 296 toneladas de alimentos doados.

“Para nós, a ajuda do perímetro é uma grandeza, pois além do governo estar contribuindo através do sistema de irrigação, temos a ajuda dos técnicos. Com isso começamos a produzir e há enriquecimento para a comunidade. Essa é uma forma de manter o homem no campo, que é a nossa preocupação. Vemos o desemprego no dia a dia e essa parceria com o governo faz com que o homem tenha segurança e não vá para a cidade”, destaca o presidente da APPIP, Antônio Amorim.

Tobias Barreto

Em Tobias Barreto, ao contrário dos outros dois projetos, o foco é a pecuária. Dos 74 lotes, 45 são para produção de leite. O destaque para o perímetro Jabiberi é que, por meio de associação criada pelos produtores, foi construído um laticínio que está em processo de legalização. O espaço adquire todo o leite do perímetro e processa, em média, entre dois e cinco mil litros por dia. A iniciativa foi possível porque o perímetro adotou o projeto ‘Balde Cheio’, que consiste na divisão dos lotes em piquetes menores, onde o gado pasta por um período e depois é manejado para outro, no qual o capim está maior. Enquanto as vacas se alimentam em um dos cercados, os outros estão recebendo água através da irrigação e adubação para novamente crescer e, no futuro, depois desse período de descanso e recuperação, a área recebe novamente os animais.

Segundo o gerente do Jabiberi, José Reis Coelho, a produção de leite no perímetro em 2015 chegou a 3.679 litros/dia e 1.342.795 litros durante o ano. Em 2009, ano de início do ‘Balde Cheio’, eram 1.087 l/d e 396.755 l/a, respectivamente. Levando em consideração o preço médio atual do leite de R$ 1, ele conta que o perímetro consegue gerar mais de R$ 1,5 milhão em recursos. O produtor modelo da região é Pedro Vidal. Ele começou com 600 litros/mês e chegou a 6.500 l/mês, uma evolução alcançada em apenas dois anos. “A mudança em minha vida foi grande. Antes trabalhava em uma fazenda como empregado. Então fiquei sabendo do projeto ‘Balde Cheio’, acreditei e quis participar. A renda de casa melhorou quase 100%. Deixei de ser empregado para ter meu próprio canto com os animais, e gosto demais de trabalhar com isso”, conta Pedro.

O Governo do Estado investe em modernização no perímetro de Tobias Barreto, a exemplo de iniciativas como implementação de cercas elétricas. Além disso, o diretor-presidente da Cohidro comenta que a intenção é promover mais ações. “Temos muitos investimentos em infraestrutura para fazer em Tobias. Além da limpeza da barragem e perfuração de poços, colocaremos novas tomadas para a água chegar com melhor qualidade e rapidez no lote do produtor. Tem também a questão do calçamento, que está em fase de licitação e perto de ser concluída”, resume. O gerente do Jabiberi complementa que, além disso, haverá a implantação do projeto Dom Távora para construção de 74 reservatórios para cada um dos produtores, atingindo cerca de R$ 700 mil. No total, o perímetro tem R$ 1,2 milhão destinado pelo Proinveste.

Por meio desses investimentos, não só a comunidade do Jabiberi, como a região se desenvolve, de acordo com José Reis Coelho. Ele destaca que, de forma direta ou indireta, todos se beneficiam, seja com a contratação de mão de obra da circunvizinhança, ou na compra do leite produzido no perímetro, que é de qualidade.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Senar-SE e Cohidro buscam parcerias em capacitação técnica e ATeG

Superintendente do Senar-Se foi recebido pelos diretores da Cohidro – Foto Ascom-Cohidro

A fim de disponibilizar o apoio do Senar-SE (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe), propondo a aplicação de convênios para capacitação de técnicos e produtores nos perímetros irrigados estaduais, o superintendente da instituição, Dênio Leite, veio até a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) nesta quarta-feira, 20. Ele foi recebido pelos diretores José Carlos Felizola Filho (presidente) e João Quintiliano da Fonseca Neto (Irrigação de Desenvolvimento Agrário), que expuseram as áreas de atuação da Empresa onde poderiam ocorrer essas parcerias.

No histórico recente da Cohidro, existem pontuais atividades do Senar-SE nos perímetros irrigados. Há um ano atrás, por exemplo, houve a capacitação de 40 jovens em Canindé de São Francisco, na área de Empreendedorismo Rural, seguido da aplicação do NCR (Negócio Certo Rural), curso voltado para os pais desses, que fazem parte da B5-Jovem. Esse grupo é composto pelos adolescentes filhos dos associados à Bio5 (Associação Sergipana de Orgânicos), formada só por irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia adeptos à produção agroecológica.

Mais recentemente, no mês de maio, a coordenadora do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-SE, Luana Aragão, esteve no Perímetro Piauí em Lagarto, avaliando as potencialidades do polo irrigado para uma possível participação na Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). Nesta, o Serviço de Aprendizagem está selecionando municípios sergipanos para o programa, onde grupos de 20 agricultores irão receber, por dois anos, atendimento técnico individualizado e capacitações coletivas, principalmente na gestão técnica econômica de propriedades rurais.

Serão três ramos de produção agrícola os atendidos em Sergipe: o de gado de leite – Programa Sertão Empreendedor em parceria com o Sebrae – o da Citricultura e também na área da Horticultura. Para este último, Lagarto dispõe de número de produtores irrigantes suficientes para compor um destes grupos para a ATeG, tanto na convencional quanto na orgânica. Dênio Leite explicou que a seleção neste programa ainda está acontecendo e as áreas de atendimento da Cohidro são bastante aptas para receber o benefício, mas ele sinaliza que também a aplicação dos cursos de capacitação do Senar-SE pode ser mais frequente nesses perímetros irrigados.

“Na verdade nós viemos com a intenção de tentar fazer uma parceria, para levar capacitação para os técnicos e para os produtores de todos os Perímetros: Tobias, Lagarto, Areia Branca Itabaiana e Canindé, certo? Hoje, com a visita de cortesia pra gente conhecer todas instituições, apresentei qual é o nosso programa, principalmente o programa de educação a distância, ensino técnico a distância e o de assistência técnica gerencial”, revelou Dênio Leite, confirmando que o encontro já gerou um novo compromisso conjunto entre as instituições. “Aí a gente já marcou uma visita lá em Canindé, pra o Senar-SE conhecer o Perímetro. E a gente, depois, sentar e firmar um contrato dessa parceria”.

O presidente Felizola considerou oportuna a visita feita pelo superintendente do Senar-SE à Cohidro, abrindo as portas da Empresa para que a instituição possa atuar. “Quanto mais qualificados nossos técnicos e produtores, mais produtiva será a produção agrícola nos nossos perímetros. O mesmo vale para esses projetos de ATeG, trazendo mais tecnologias ao campo. Isso, para o Governo do Estado, se traduz em um melhor aproveitamento no investimento que é feito na irrigação pública e um acréscimo no retorno disso: renda para o agricultor e alimentação com mais qualidade e menor custo, para a população em geral”, analisou, confirmando presença na visita a Canindé.

João Fonseca abriu opções de ação para que o Senar-SE estude formas de aplicar seus programas nos polos da Cohidro. “Em Tobias Barreto, por exemplo, há o Perímetro Jabiberi onde já existe o Balde Cheio e é um local bastante promissor para aplicar a ATeG e capacitações no ramo da produção de leite. Já em Canindé, no Califórnia existe uma forte produção de goiaba e seria de ampla utilidade atividades no ramo da fruticultura. Já Lagarto, no Perímetro Piauí, o destaque é a produção orgânica, habilitada para receber cursos e assistência para produção, gerenciamento rural e comercialização desse tipo de alimento”, colocou.

Agricultores de Gararu fazem visita técnica à Cohidro em Canindé

A visita culminou nos pomares de Goiaba irrigada

Quinta-feira, 7, o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, recebeu a visita de um grupo de oito produtores rurais provenientes de Gararu, ambos municípios localizados no Alto Sertão Sergipano. Pensando em diversificar os tipos de culturas que já trabalham, eles queriam conhecer as principais plantas cultivadas nesse polo agrícola que utiliza tecnologia agrícola e métodos de irrigação adaptados à realidade do clima Semiárido.

A agricultura empregada nos perímetros irrigados da Cohidro serve de modelo para outras áreas agrícolas devido ao empenho de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas que tem a função de coordenar e incentivar a aplicação de métodos aprimorados de produção, buscando fazer valer o investimento público de prover irrigação para mais de duas mil unidades de produção agrícola nos seis polos de irrigação da Empresa. Segundo o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o auxílio dos especialistas vai dos cultivos escolhidos pelos agricultores até os campos experimentais propostos pela Companhia e parceiros.

“Nossos valorosos técnicos e engenheiros ajudam os agricultores irrigantes produzirem melhor aquilo que estão acostumados, ou o cultivo que está sendo mais lucrativo da época, como também estão aptos para orientar a produção nos campos experimentais. Está sendo assim em Lagarto (Perímetro Piauí) com a Pimenta-do-reino e foi com a Maçã, Pera e Caqui, através de convênio com a Embrapa, mesma parceria que vai introduzir, em breve, a Uva no Califórnia. E não podemos esquecer do Programa Balde Cheio (originado na Embrapa São Carlos-SP) de produção leiteira, introduzido com sucesso no Perímetro Jabiberi (Tobias Barreto)”, relacionou o presidente Mardoqueu.

Perímetro Califórnia

No Perímetro Califórnia, foram duas das suas particularidades as mais observadas pelos visitantes: a experiência dos produtores irrigantes com a fruticultura, em destaque a goiaba e as técnicas por eles usadas para conviver com a aridez do clima do Alto Sertão Sergipano, ao qual compreende, igualmente, Gararu. Josias José dos Santos é presidente da Associação de Produtores Rurais de Gararu e um dos produtores que estiveram em Canindé para observar a agricultura assistida pela Cohidro.

“Como a gente já produz, têm irrigação direto do rio ou de cisterna, estamos entrevistando os agricultores, sobre as plantas que cultivam, espaçamento e tipo de adubação. Vamos tentar transferir isso daqui para nós. Eu já vi e gostei da goiaba, estamos tirando foto, catalogando as técnicas usadas. Lá temos condição de produzir, mas não conhecemos. Vamos também levar contatos sobre fornecedores de mudas e usar lá”, relatou Josias José.

Segundo Josias, eles pretendem repassar tudo que viram para os demais produtores das três localidades que enviaram representantes: povoados Monte Santo, João Pereira e Assentamento Nova Esperança. “Cada um vai ser um agente multiplicador, nossa intenção é isso”. Ele e os outros sete agricultores visitantes fornecem alimentos para Prefeitura Municipal através do Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Todos nós somos cadastrados no fornecimento para a merenda escolar e por isso viemos aqui na intenção de diversificar a produção, procurar outras culturas”, acrescentou o produtor do Monte Santo.

O gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro foi quem recepcionou os agricultores e os orientou em toda visita, acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas, também da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto) e Joaquim Ribeiro dos Santos. “Considero como um intercâmbio técnico, é bom a gente mostrar o nosso trabalho para esses agricultores que estão interessados em diversificar os plantios, procurando fazer uma agricultura agroecologia e sustentável, aproveitando a água que está bem próximo dos seus lotes”, expôs o chefe do Perímetro que, como em Gararu, utilizada do Rio São Francisco para irrigação.

“Mostramos para eles desde o histórico do Califórnia, como está hoje, todos os dados técnicos de plantio, a produção e toda infraestrutura do Perímetro. Mostramos a importância econômica do Perímetro Califórnia para o município de Canindé. Depois fizemos a visita ao lote de José Bispo do Nascimento (Zé Branco), produtor de goiaba que é referência aqui. Ainda fomos até a EB-100 (Estação de Bombeamento), onde eu expliquei todo o sistema, como funciona desde a captação até a pressurização nos lotes”, complementou Edmilson, relatando como foi toda a visita que guiou.

Agricultura Familiar e Orgânica

Cleovan de Freitas é o Secretário Municipal de Agricultura de Gararu e estava também na visita ao Califórnia. Ele agradeceu a forma como foi recebido em Canindé. “A gente queria, de início, ressaltar o apoio que teve aqui ao chegar. A equipe da Cohidro atendeu a gente muito bem. A atenção do produtor, Zé Branco, foi muito boa, que atendeu as perguntas que a gente fez sobre adubação, mudas e poda da goiaba”, avaliou. Ele disse ainda que esses agricultores, além de fornecer para a merenda escolar, participam da Feira da Agricultura Familiar da Cidade, conduzida em parceria com a Seidh (Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos).

Feirante assídua na Feira da Agricultura Familiar é a agricultura Neusa Soares Poderoso Santos. Ela também atravessa o São Francisco para levar, os alimentos que produz com o Marido no Povoado João Pereira, em mais duas feiras no Estado de Alagoas e ainda fornece para o Penae. Mesmo com sua rotina corrida na lavoura, vendas e ainda cuidar da família, arranjou tempo de participar da visita ao Califórnia. Do que viu, chamou mais atenção a goiaba, embora também quisesse saber mais da Agricultura Orgânica praticada no Perímetro de Canindé.

“Eu Planto quiabo, melancia, milho, coentro, alface e pimentão, que forneço para a merenda escolar e trabalho na feira livre também, uma em Gararu, uma em Traipu (AL) e uma em Giral (do Ponciano-AL). Há 15 anos na luta, trabalhando no campo, consigo sustentar a família e boto o filho ainda na faculdade, um está formado e o outro está formando e tudo isso é fruto da agricultura”. Embora estudem, Ela diz que todos em casa têm que ajudar. “Eu só boto funcionário quando eu vou colher, mas para produzir e trabalhar somos nós quatro, é só a gente mesmo”, relatou Neusa.

Embora a Agricultora não tenha certificação, trabalha coma produção orgânica baseada na confiança que seus produtos conquistaram e já tem freguesia certa. “Procuram muitos produtos orgânicos, eles gostam muito. – Olha o pessoal que não usa veneno! Aí todo mundo chega para cá. É tudo na confiança. É você ver a qualidade né? Há anos a gente trabalha e dizem: – Ah, eu comprei seu Coentro e não apodreceu na geladeira, comprei na outra banquinha e apodreceu. São mais duradouros, mas é difícil de plantar, a gente perde muito”, justifica Neuza Soares, o motivo dos Agroecológicos custarem mais nas feiras livres.

Novo recorde: Irrigação Pública Estadual colheu 119 mil ton/ano em Sergipe

Aumento na produção de tomate foi destaque nos perímetros da Cohidro em 2015. Foto: Bruno Noz

Levantamento feito nos seis perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado e administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), mostrou uma produção anual na ordem de 119.049 toneladas de alimentos em 2015, novo recorde que supera em quase 4 mil toneladas a do ano passado, uma alta de 3,28%. O Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, continua sendo o que mais produz: 40.419 toneladas, mas o maior aumento percentual foi registrado no Perímetro Piauí, de Lagarto, 11,5% a mais de alimentos gerados. Neste último, a alta que mais se destacou foi na produção de quiabo: 1.116 toneladas, 216 a mais em um ano.

Embora 2015 tenha sido um ano de crise econômica, a produção dos seis perímetros irrigados foi avaliada como positiva, com um valor aproximado de R$ 112 milhões, R$ 7 milhões acima do registrado em 2014. Se este valor fosse igualmente dividido entre os 14.355 trabalhadores rurais, empregados e familiares, ou seja, toda população diretamente envolvida, seria extraída a rentabilidade de R$ 7.810 per capita/ano, sem considerar os custos de produção. Mas analisando que o maior dos custos, para estes produtores, é a contratação de mão de obra complementar à familiar, é possível prever que quase a totalidade desta riqueza gerada se converta em renda direta.

O sistema de irrigação pública possibilita uma produção agrícola que tanto é continuada, onde se planta durante todo ano, quanto de baixo custo para o agricultor irrigante. Isso reduz o preço final dos alimentos e reflete diretamente no bolso da população sergipana, conforme o último estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), publicado em dezembro. Segundo o informe, em Aracaju se adquire a cesta básica mais barata (R$ 291,80) dentre as 18 capitais pesquisadas pela instituição no Brasil, posição que a cidade ocupa desde 2009.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que, para o agricultor irrigante, o risco para plantar nos perímetros irrigados é mínimo, diante de toda estrutura disponibilizada para tal. “Mesmo que ele passe a custear os 50% dos gastos de energia elétrica para o bombeamento de água para irrigação, o que estamos propondo aos produtores para 2016. Ainda assim existe toda uma estrutura física e de pessoal para atendê-lo, seja na parte da engenharia hídrica, seja na assistência técnica rural. E isso quem mantêm é o Governo do Estado, como forma de incentivo à agricultura irrigada”.

Assistência técnica

Além do acompanhamento técnico de todos os irrigantes, a Empresa beneficia produtores por meio de convênios, com campos experimentais para introduzir frutas exóticas ao nosso clima como a Pera, o Caqui e a Maçã em Lagarto, ou ainda Banana-Prata Anão, no Alto Sertão. Mas no Centro-Sul a Cohidro também tem incentivado a rentável atividade da produção Pimenta-do-Reino, a Hidroponia, métodos de cultivos protegidos e cedeu espaço físico, irrigação e assistência técnica para projeto de Farmácia Viva de plantas medicinais, junto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Perímetro Irrigado Piauí.

Estima-se ainda que das 119 mil toneladas geradas em 2015, ao menos mil sejam certificadas como alimentos produzidos sem o uso de agrotóxicos por 24 agricultores orgânicos organizados e regularizados pela Cohidro. Segundo a Gerente de Desenvolvimento Agrário da Companhia, Sonia Maria Souza Loureiro, são metas e prioridades estabelecidas, pelo Governo do Estado, fundamentar a atividade humana coletiva através de associação, cooperativas e parcerias dentro destes perímetros.

“Nesse sentido, é necessário orientar e executar ações solidárias destinadas a promover o desenvolvimento das comunidades rurais, envolvendo todos os segmentos do poder público e irrigantes. Tal medida oferecerá às populações rurais melhores condições de atuarem no processo de produção, objetivando aumentar a renda dos agricultores familiares e dar reais condições de inclusão e competição no mercado sergipano”, estabeleceu Sônia Loureiro, também Engenheira Agrônoma da Cohidro. Ela informa ainda que nas quase 1,2 mil visitas técnicas realizadas aos lotes irrigados no ano, foram emitidos 553 Receituários Agronômicos e 48 Boletins Agrometeorológicos, via às estações de medição nos perímetros.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, os resultados alcançados na produção dos perímetros irrigados são mais do que números positivos. “É a prova de que é possível gerar riqueza apesar da economia em crise para todos os setores e ainda, no caso do agricultor Sergipano, da estiagem que já interfere na produção em todo Nordeste. Isso nos faz perceber que estamos no rumo correto e a partir destas informações, fica mais fácil irmos atrás da captação recursos para a agricultura familiar, parcerias e convênios para beneficiar o homem do campo. Muito obrigado, aos nossos técnicos e colaboradores, diretamente responsáveis por este atendimento a estas pessoas, estão fazendo um ótimo trabalho”.

Lagarto

A posição de sétimo produtor nacional de Mandioca, auferido ao município de Lagarto pelo IBGE, também repercute na produtividade do Perímetro Piauí. Em 70 hectares foram colhidos 1,4 mil toneladas da raiz e a produção é praticamente toda beneficiada nas mais de 20 casas de farinha instaladas na área do pólo agrícola irrigado. Embora a produtividade do Quiabo tenha crescido quase 20% em um ano, foi o Tomate o responsável pelo maior volume produzido no Perímetro: 1.595 toneladas em 29 hectares de plantio, 18% das 8,8 mil toneladas de alimentos geradas com a irrigação da Cohidro nesta das suas unidades.

Para a Gerente Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, é o investimento em tecnologia que está contribuindo com o alto rendimento de culturas como o Tomate. “São alimentos de difícil manejo de produção, por não resistir ao ataque de diversas doenças, pragas e frágil para muita chuva ou sol. Mas o que é dificuldade para alguns, acaba sendo um diferencial para outros, que aproveitam a demanda do mercado para investir em métodos que vão desde lavouras forradas de lonas plásticas que impedem o contato do fruto com o solo, até plantações inteiras cercadas de telas de proteção que barram os insetos, raios UV e diminuem o impacto da chuva nas plantas”.

Alto Sertão

No Perímetro Irrigado da Cohidro em Canindé a produção anual, que superou as 40 mil toneladas em 2015, ainda tem como maiores responsáveis o Quiabo e a Goiaba, juntos os vegetais correspondem a 61,7% do total, ocupando 1.154 hectares de plantio irrigado. Porém, ganhou destaque no mesmo período o cultivo de Feijão de Corda, com uma área 165 hectares maior teve colheita de 2.140 toneladas, 30% acima do registrado em 2014. Outros produtos bastante cultivados no Califórnia, como o Aipim e o Milho em espiga, continuam tendo aumento na produtividade, chegando as 7.100 e 2.930 toneladas respectivamente, 5,4% a mais em um ano.

Itabaiana

Jacarecica I e Poção da Ribeira são os dois perímetros irrigados administrados pela Cohidro no município. Em ambos, existe grande atividade na produção de hortaliças que abastecem boa parte do mercado interno e diariamente chega à capital baiana Salvador. Principalmente a Alface e o Coentro, que tiveram 10.812 e 4.644 toneladas colhidas respectivamente durante o ano em ambos. A Batata-doce é outro alimento produzido em larga escala nos dois pólos de irrigação, somando 7.740 toneladas produzidas, 3,5% a mais que em 2015. No somatório de todas as culturas, a irrigação pública propiciou uma colheita superior a 29 mil toneladas de alimentos em Itabaiana.

Na busca de manter o potencial produtivo destas unidades sem que elas sejam afetadas pela gradativa redução da água disponível para a agricultura, uma completa reestruturação dos dois perímetros irrigados está sendo possibilitada pelo Programa Águas de Sergipe (PAS). Todo sistema de irrigação será trocado para um modelo mais eficiente e econômico: a Microaspersão e serão instaladas válvulas 100% automatizadas, que restringem o uso abusivo de água na irrigação. Sem esse controle o problema ocorre com frequência, segundo o Engenheiro Agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis.

“Hoje, com o uso da Aspersão Convencional, o consumo mensal de água no Perímetro da Ribeira, por exemplo, é de 3.200 metros cúbicos por hectare. Com a implantação da Irrigação Localizada (Sistema de Microaspersão), esse consumo diminui para 1.200. Todo processo vai promover uma folga de vazão nos sistemas de bombeamento, da ordem de 44,35% na Ribeira, e de 27,71% em Jacarecica I”, conta Luiz Gonzaga sobre o PAS, que investirá R$ 12 milhões, financiados pelo Banco Mundial, nas ações que envolvem a Cohidro.

Leite

Em Tobias Barreto o Perímetro Jabibieri focou sua aptidão à criação de gado leiteiro, quando, em 2010, a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, consultoria do Sebrae e financiamento do Bando do Brasil, inseriram no Pólo De Irrigação o modelo de produção de leite do “Programa Balde Cheio”, criado pela Embrapa. Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 produtores que aderiram ao sistema, segundo o Gerente do Perímetro, Jose Reis Coelho.

“Hoje eles produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa”, contabilizou Coelho. A produtividade, ano a ano, só tem crescido e em 2015 foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a mais que no ano anterior. Ainda segundo o Técnico da Cohidro, o investimento em melhoramento genético do rebanho e a qualificação das práticas adotadas pelos criadores têm influenciado nessa melhoria.

Diferente do Poção da Ribeira, Jacarecica I, Piauí e Califórnia, no Perímetro de Tobias Barreto a irrigação pública vai da Barragem no Rio Jabiberi até os lotes por meio da gravidade, sem consumir eletricidade. De canais de concreto os produtores, por contra própria, bobeiam a água que irriga o capim do gado leiteiro.

Jacarecica II
Outro perímetro irrigado da Cohidro em que não há custos com o bombeamento da água para o Estado é o Jacarecica II, onde seus 25 quilômetros adutoras atendem produtores dos municípios de Riachuelo e Malhador. É a segunda unidade mais produtiva da Companhia, alcançando as 39.238 toneladas colhidas em 2015. Destas, 34.720 foram provenientes do cultivo de cana-de-açúcar, em seus 12 lotes empresariais. No restante das áreas atendidas, 609 famílias assentadas em projetos de reforma agrária produziram principalmente o Inhame, o Aipim e a Batata-doce, 1.240, 660 e 450 toneladas no ano, respectivamente.

Irrigantes da Cohidro em Tobias Barreto reduzem custo do leite

As palestras serviram para os produtores revisarem aquilo que eles aprenderam durante a consultoria

Palestras e prática de campo na última quinta-feira, 10, encerraram os quatro meses de consultorias aplicadas em 20 pequenas propriedades de produção leiteira no Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em Tobias Barreto. Correção de solo, orientações em Zootecnia e Veterinária promoveram melhorias na qualidade do rebanho, leite e reduziram custos na criação. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe (Sebrae-SE) custeou 80% da assistência pelo SebraeTec. Ano que vem outros 20 micro-pecuaristas também querem ser atendidos.

Desde 2010, o Perímetro Irrigado focou sua aptidão à criação de gado leiteiro, quando a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, consultoria do Sebrae e financiamento do Bando do Brasil, inseriram no Jabiberi o modelo de produção de leite do “Programa Balde Cheio”. No sistema, criado pela unidade de São Carlos-SP da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as vacas tem diariamente acesso a pastagem de qualidade, a partir da subdivisão do pasto em piquetes. Enquanto um deles recebe os animais, os outros são irrigados e se regeneram para logo voltarem a servir de alimento, em um ciclo contínuo.

Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 produtores que aderiram ao sistema, segundo o Gerente do Perímetro, Jose Reis Coelho. “Hoje eles produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. A Cohidro faz um acompanhamento contínuo e muito do que foi repassado aos 20 produtores que participaram da capacitação, será revisto por nós e servirá de parâmetro de atendimento aos demais pecuaristas, já que a realidade deles é bastante semelhante e têm os mesmos objetivos”, relatou o também Técnico Agrícola, um dos palestrantes do evento que ocorreu no Escritório da Companhia no Jabiberi.

Palestras

“Falei para os produtores sobre o Estresse Térmico, mostrando a partir de exemplos práticos de fotografias, que o gado de leite carece de proteção ao sol, visto que sempre procura a sombra ou a água para se refrescar depois da ordenha, momento em que se eleva muito a temperatura corporal da vaca. O produtor tem que se atentar a isto e se o pasto não possui árvores adequadas para abrigar os animais, é necessário investir em coberturas artificiais, feitas seguindo especificações técnicas de tamanho, altura e posição geográfica”, alertou José Coelho da Cohidro.

A outra palestrante do dia foi a Médica Veterinária Rebeca dos Santos Souza. Ela foi um dos profissionais responsáveis pelo atendimento realizado nestes quatro meses de consultoria aos produtores e aproveitou a oportunidade para falar mais da Sanidade Animal na Produção de Leite. “A orientação geral dada na consultoria e reafirmada nesta palestra, era de ter muito cuidado com o carrapato, para evitar a Tristeza Parasitária Bovina, que causa anemia, fraqueza e toda doença que possa ocasionar a redução da produção de leite”, explicou a Doutora do Instituto Eaquitas, contratado pelo Sebrae-SE para a consultoria.

“Fizemos de quatro a cinco visitas a cada um dos 20 produtores, onde se trabalhou muito com o manejo reprodutivo, como saber se a vaca estava prenha ou não. No geral, não encontramos nenhum caso que atentasse à qualidade sanitária dos rebanhos atendidos, que na média estava boa”, considerou Rebeca Souza. Ela assinalou também a boa receptividade dos produtores à consultoria.

Helenilson de Jesus Oliveira, Analista Técnico de Agronegócio e Empreendedorismo do Sebrase-SE, explica o SebraeTec – Inovação e Tecnologia. “Nele o produtor entra com 20% do custo da consultoria, não é nada de graça. E a gente traz veterinários, agrônomos, que fazem um diagnóstico da propriedade, começando pelo solo e manejo, ainda contando com os recursos do equipamento de ultrassom para acompanhar a prenhes. Nesse Perímetro é bom o trabalho porque tem um Técnico em Agropecuária que acompanha que é o José Coelho, é como um a consultoria continuada”, disse, informando que é de interesse dois outros 20 pecuaristas, no Balde Cheio, também receber a consultoria no próximo ano.

O Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, comemora mais um ano em que o Perímetro Jabiberi supera o ano anterior em produção de leite, findando 2015 com o balanço de 1.342.795 litros. “Foram 118 mil litros a mais, um ganho de 9% de um ano para o outro nessa micro-bacia leiteira, criada com base na irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado. Se estão produzindo cada vez mais, isso muito se deve a iniciativa dos criadores em elevar a qualidade do rebanho, investindo em melhoramento genético e agora que estão atendendo às orientações dos valorosos técnicos deste convênio com Sebrae-SE, sempre nosso parceiro”, considerou.

Práticas de campo
Zootecnista que fez a consultoria aos produtores do Jabiberi, Thiago dos Santos Almeida encerrou o evento aplicando práticas de diagnóstico das principais doenças associadas à produção de leite, incluindo a aplicação de testes com reagentes à amostra de leite e ubre das vacas, na intenção de reafirmar aquilo que foi passado de forma individual, durante os quatro meses em que esteve orientando os micro-pecuaristas.

“Na área nutricional, o principal foi a formulação de dietas conforme a prioridade de cada lote, priorizando a redução de custos. Inclusive na introdução de um alimento que eles não utilizavam que é o sorgo, existe produção na região e pode substituir o milho. Foi recomendada também a correção do solo via adubação e assim ter os nutrientes necessários para o pasto crescer, ter volume suficiente para nutrir o animal, unindo quantidade e qualidade, um equilíbrio pra suprir o animal”, relatou Thiago Almeida, Especialista também ligado ao Instituto Eaquitas.

Primeiro a ser atendido pela consultoria em setembro, Pedro Vidal reconhece que a ajuda surtiu bons resultados na produção. “Com certeza teve benefício. O mais importante foi a o atendimento veterinário e na formulação da ração. Também foi a parte reprodutiva das vacas, que agora estão emprenhando no tempo certo”, contou animando o Produtor, que atualmente tem 13 vacas em período de lactação e duas fora, entrando uma para parir em breve.

Quanto ao custo de produção, o Produtor não tem dúvida de que houve mudança. “A redução aconteceu. A Gente diminuiu a soja, que é o mais caro, e entrou com a uréia na composição da ração, que agora é feita com a soja, a uréia, o milho e torta de algodão”, completou o micro-pecuarista que hoje produz 250 litros de leite por dia, contra os 190 do início do atendimento. Muito embora Pedro Vidal tenha crescido um pouco o rebanho, a melhoria na produção também ocorreu.

A Associação dos Pequenos Criadores do Perímetro Irrigado Jabiberi (APCPIJ) foi quem firmou o acordo com o Sebrae-SE para viabilizar a consultoria. O presidente da Entidade, Acrisio Jesus Nascimento, considerar bem sucedido o projeto, pois constatou a mudança tanto em sua propriedade como na dos companheiros produtores. “O povo tava até meio desanimado com a produção, mas o custo da ração diminuiu e com isso aumenta o lucro do leite. A gente aprendeu mais tecnologia, inserimos o sorgo e foi tão bom que agora estamos procurando outro local pra comprar, porque aqui não estamos achando mais”, relatou o micro-pecuarista que tem um rebanho de 12 vacas no Perímetro, 10 em lactação.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto ratifica o sucesso desse Programa de Produção Leiteira em Tobias Barreto. “Garante aos produtores irrigados excelentes produtividades em pequenas áreas, garantindo aumento significativo da renda e disseminando essa tecnologia a outras propriedades do nosso Estado”, avaliou. Ele afirma ainda que “com a parceria com o Sebrae, os produtores recebem assistência técnica específica da atividade, que melhora o manejo, a produção e reduz custos, aumentando a renda dos produtores”, finaliza.

Perímetro da Cohidro recebe Caravana Agroecológica do Sertão Ocidental

Participantes da Caravana visitam lotes irrigados do Perímetro Piauí – Foto AFPNCL

Quinta-feira, 26, a Caravana Agroecológica do Território do Sertão Ocidental chegou até o Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em Lagarto. O evento itinerante, organizado pelo Território da Cidadania do Sertão Ocidental, nos dias anteriores promoveu encontros em Tobias Barreto, Simão Dias e Poço Verde e terminou na sede da Associação dos Futuros Produtores do Nordeste da Cidade de Lagarto (AFPNCL), situada no Povoado Tapera do Saco, abrangida pelo Pólo de Irrigação.

Segundo o presidente da AFPNCL, Fábio Santos Souza, o encontro serviu para reafirmar as intenções dos cerca de 100 associados com o grupo. “Nossa Associação é formada por jovens, de até 29 anos, que estão se preparando para iniciar em suas próprias hortas nos lotes da família. E a nossa intenção é de sermos produtores orgânicos, trabalhando para conseguir o cadastrono Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), para autorizar a venda desses produtos”, revelou.

A entidade que Fábio preside surgiu em 1988. Até o período atual, não vinham realizando atividades com frequência, mas seus sócios sempre estão acompanhando outros eventos e reuniões. Agora, segundo ele, “estamos querendo expandir ainda mais a visão. É um trabalho simples, mas enriquecedor nos objetivos”, disse o líder titular da AFPNCL, que recebeu a Caravana Agroecológica, reunindo cerca de 50 pessoas. Para os integrantes do grupo, um meio de adquirir mais conhecimento sobre o assunto.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, participou do evento e considera válidas as iniciativas de organização dos integrantes das agro-famílias irrigantes. “Esses grupos, entidades, associações vêm para complementar o apoio dado por nós, do Governo do Estado, a estes produtores. Muitas vezes o que lhes faltam é tão somente a motivação correta, como é o caso dos que atendemos fornecendo água para irrigação e assistência técnica”, comentou.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, soma-se mais uma iniciativa de produção orgânica, aos grupos que já desenvolvem a atividade há algum tempo nos perímetros. “Sempre estamos incentivando a criação e regularização de associações que propõe esta agricultura sem uso de agrotóxicos. É bom para quem come um alimento mais saudável. É bom para saúde de quem trabalha, despreocupado com o risco de uma contaminação. E é bom para as famílias, quase sempre vivendo muito próximo das áreas de plantio, e ficam livres do risco que os defensivos oferecem à água, ao ar e alimentos”.

Território da Cidadania do Sertão Ocidental

O Território da Cidadania do Sertão Ocidental abrange 19 municípios: Nossa Senhora Aparecida, Carira, Macambira, Moita Bonita, Pinhão, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, Simão Dias, Tobias Barreto, Areia Branca, Campo do Brito, Frei Paulo, Itabaiana, Lagarto, Malhador, Pedra Mole, Poço Verde, São Domingos e São Miguel do Aleixo. Segundo Arlinda Oliveira, Técnica Agropecuária do Centro de Formação em Agropecuária Dom José Brandão de Castro (CFAC), o grupo é gerido por um colegiado, formado por 119 representantes da sociedade civil e do poder público.

“Estou na assessoria de políticas publicas do Território do Sertão Ocidental, que se reúnem para discutir o desenvolvimento territorial. O grupo tem um núcleo diretivo, várias câmaras temáticas e tem os assessores, que dão o suporte ao colegiado”, relatou Arlinda. Sobre a função da organização do Território, ela esclareceu que “o foco principal é o desenvolvimento territorial no campo: agricultores familiares, assentados e quilombolas”. Ela esclareceu que o Governo do Estado tem representatividade nos Territórios, em Sergipe, a partir da participação da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) nos colegiados.

Caravana Agroecológica

As caravanas agroecológicas são realizadas objetivando pautar a Agroecologia como uma estratégia de desenvolvimento que valorize a diversidade socioambiental e cultural e dar visibilidade para algumas experiências existentes no Território. Arlinda Oliveira conta que quem participou desta visita, são os outros agricultores e técnicos que atuam no Sertão Ocidental. “Vieram pra cá conhecer os membros desta Associação que estão no Perímetro. A gente faz um trabalho no Território, experiências que fomos visitar durante a Caravana”, concluiu, se referindo a AFPNCL e a preparação visando a produção orgânica.

Orgânicos no Perímetro

No Perímetro Piauí já atuam 10 produtores inseridos na Organização de Controle Social do Centro-Sul Sergipano (OCS-CSS), grupo em que os membros são cadastrados junto ao MAPA, dando permissão para que possam comercializar seus produtos orgânicos diretamente ao consumidor, em feiras livres ou na própria lavoura. São produções livres de uso de agrotóxicos que tiveram sua regulamentação realizada pelo Órgão Federal. Assim, munidos de documentos de registro, vendem duas produções agroecológicas em feiras especializadas em Lagarto e Aracaju, principalmente nas Feiras da Agricultura Familiar promovidas pelo Governo do Estado.

Última atualização: 18 de outubro de 2017 11:13.

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