Governo investiu R$ 4,8mi para prover água a 166 mil pessoas em 2017

Sistema de abastecimento do ‘Água para Todos’ em Indiaroba – Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

As ações da Diretoria de Infraestrutura e Mecanização Agrícola (Dinfra) da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) são voltadas à captação de água subterrânea e da chuva, a partir de barragens e cisternas. Pelo trabalho de suas cinco equipes de perfuração, em 2017, foram perfurados 112 novos poços. Um investimento, na aquisição de materiais e insumos, de R$ 1.712.968,14, beneficiando diretamente 37.521 pessoas nas localidades assistidas. Em toda sua história, a empresa já perfurou 3.791 poços, sendo que 95% destas ações foram direcionadas aos moradores da zona rural, visando à estabilidade do homem no campo.

Neste mesmo ano, foram investidos outros R$ 2.487.019,70 para a Cohidro implantar 40 novos sistemas de abastecimento de água obtida de poços tubulares, beneficiando 42 localidades rurais onde vivem 15.290 pessoas. Em outras 214 interferências das equipes de instalação, recuperação e manutenção de poços da Cohidro, foi mantido o fornecimento de água para 67.500 pessoas, a partir do investimento de R$ 247.347,80, em atendimento e peças de reposição. Serviços de limpeza e teste de vazão foram realizados em poços perfurados pela Cohidro, novos e antigos, beneficiando 23.770 pessoas, onde foram investidos mais R$ 341.462,47, em suprimentos para as duas equipes da Cohidro na função.

Segundo o titular da Dinfra, Paulo Henrique Machado Sobral, são ações continuadas e de diferentes equipes. “A implantação do sistema simplificado de abastecimento de água inicia-se com a visita de um geólogo in loco para realizar a avaliação geológica e locação do poço. Após a demarcação da área é indicada a sonda apta a perfurar a região analisada, sendo essa enviada a campo para executar a perfuração. Após a conclusão da etapa anterior, e com poço produtor, é enviada a equipe de bombeamento para realizar a limpeza do poço e aferir a capacidade de produção do mesmo. Sendo as avaliações de vazão e qualidade de água positivas, haverá a instalação de bombas e implantação da estrutura de armazenamento e distribuição da água. Em casos específicos, há ainda a instalação de dessalinizadores”, ilustrou o diretor.

Em Simão Dias, no Assentamento Maria Bonita, há um poço perfurado pela Cohidro capaz de fornecer 12.100 litros de água por hora, vazão considerada bastante produtiva. Nele, a empresa instalou a bomba, a tubulação que leva água até um reservatório de 10.000 litros, que é suspenso por estrutura de concreto de 6 metros e que segue até as residências, totalizando 1.276m de rede subterrânea de água. Um investimento de R$ 100.000, oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), obtidos via convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). Esse sistema, que beneficia 69 famílias, foi inaugurado pelo governador Jackson Barreto, em 31 de outubro de 2017.

“O governo do Estado está fazendo um investimento de quase R$ 6 milhões em Simão Dias. Nosso sentimento é de muita alegria, de dever cumprido, em poder atender a população de Simão Dias. Como governador de Estado, nunca tivemos tantos investimentos anunciados de uma só vez nesse município”, declarou Jackson Barreto, no dia da inauguração no Maria Bonita, quando também foram entregues galpão, equipamentos, insumos e regularização fundiária para famílias de agricultores; foi inaugurado o novo escritório da Deso e ainda assinado as ordens de serviço para pavimentação e drenagem de vias urbanas e os contratos de investimento pelo Programa Dom Távora.

 

Combate à seca

No atendimento às comunidades rurais, que são providas pela água da chuva em barragens comunitárias escavadas e de uso múltiplo, em 2017 foi realizado trabalho preventivo de limpeza em 13 unidades, retirando o excesso de lama e ampliando a capacidade. Estas aguadas são utilizadas principalmente no período da seca, para dessedentação animal e no último período de chuva acumularam muito mais água, para atender povoações que vivem da pecuária em Canindé de São Francisco, Carira, Cedro de São João, Frei Paulo, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Tobias Barreto e que somam 22.240 pessoas.

José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia, que congrega os produtores rurais da comunidade tradicional da Serra da Guia, em Poço Redondo. Ele relata que depois que o reservatório recuperado pela Cohidro ficou cheio, a água acumulada poderá durar até dois anos, principalmente por que ali não é permitida a captação da água que não seja para o uso da própria comunidade. “Essa obra da barragem chegou em uma boa ora, graças a Deus! A barragem existe há mais de 30 anos e usamos a água tanto para dar ao gado como para a lavagem de roupas”, relata.

O resultado do programa foi positivo, o que foi constatado antes mesmo de uma nova seca começar, comemora o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola. “Uma seca das mais severas da história foi, graças a Deus, suprida por um inverno bastante generoso em quantidade de chuva. Isso garantiu que a maioria das barragens que nós recuperamos no período de estiagem enchesse em sua totalidade. Garantindo, assim, uma maior autonomia e chance de persistência do sertanejo no campo, tendo um tempo maior de uso daquela água. Como sempre digo, a água existe no sertão, em forma de chuva. O que é preciso fazer é investir em meios de guardá-la para usar durante a seca. Isso se faz, principalmente com as barragens e as cisternas, outra atuação que a nossa empresa, em breve, vai voltar a ter também no Estado”, argumentou.

 

Convênio Seidh

Foram investidos, em 2017, um total de R$ 2.000.000 em recursos do Funcep, obtidos pela Cohidro através de convênio com a Seidh. Ações de combate aos efeitos da seca e provimento de água para consumo humano no interior do estado. Das 13 barragens recuperadas em 2017, 12 foram custeadas nesta parceria. Essa parceria financiou também a aquisição de materiais de insumos para perfuração de 20 poços tubulares profundos. Destes, quatro comunidades receberam implantação de sistemas abastecimento de água com distribuição domiciliar, nos municípios de Simão Dias e Lagarto, assistindo 2.075 moradores. No total, o convênio beneficiou 32.770 pessoas no campo.

 

Programa ‘Água para Todos’

Os primeiros sistemas singelos de abastecimento de água financiados pelos recursos federais do ‘Água para Todos’, começaram a ser entregues em setembro de 2016, sendo concluídas no ano seguinte as 24 unidades restantes. Ao todo, são 36 sistemas que atendem 38 comunidades com uma população total de 6.339 pessoas. Um investimento de R$ 2.487.019,70, só na implantação das redes de distribuição e armazenamento de água, beneficiando 4.013 pessoas. Tal ação resulta dos 45 poços perfurados em 40 localidades, realizada em anos anteriores de vigência do programa.

Ao todo, o programa já investiu R$ 4.412.818,16 nos sistemas de abastecimento sergipanos, incluindo a perfuração dos poços. Vale ressaltar que existem unidades de abastecimento em que houve a parceria das prefeituras, das comunidades organizadas ou até por iniciativa dos moradores, para que a infraestrutura hídrica pudesse ser interligada às casas, construídas ou reaproveitando as já existentes. Foi assim nos povoados Curral dos Bois, Encruzilhada e Assentamento Caraíbas, em Japaratuba e nos povoados Bom Viver, Cambuí e Mangabeiras, em Santa Luzia do Itanhy. Há sistemas, como os dos povoados ‘Fazenda de Cima’, em Riachão do Dantas e do Estacada, em Tomar do Geru, que receberão dessalinizadores para o tratamento da água.

No Assentamento 05 de Janeiro, em Indiaroba, um sistema inaugurado pelo Governo do Estado em 17 de novembro, beneficia 128 famílias, ou seja, cerca de 700 pessoas, e correspondeu a um investimento de R$ 298.518,82. Já no Assentamento 27 de Outubro, entregue no mesmo dia, são mais 23 famílias, investimento correspondente a R$ 135.365,31.  “É uma obra social de grande alcance e nossa maior felicidade é ver os sorrisos dessas pessoas que não precisarão mais carregar baldes por longas distâncias ou precisar de carroças para ajudar a pegar água nos tanques ou rios da região”, defendeu o vice-governador Belivaldo Chagas.

Para as moradoras do 27 de Outubro, as agricultoras Maria Beatriz Santos Dória, 68, e Hélia Cardoso, 51, o acesso a água traz facilidades para o dia a dia. “Estou muito feliz e agradeço a Deus por essa água. Antes, precisávamos pegar água no rio ou no assentamento vizinho, mas são mais de 3 km de distância, tínhamos que usar as carroças para ir pegar a água, era difícil”, disse Maria Beatriz. “Agora vai facilitar o dia a dia, a limpeza da casa e até para gente beber”, completou Hélia.

Produtores, Cohidro e BNB se reúnem para viabilizar ‘Balde Cheio’ em Canindé

Produtores irrigantes e a gerência do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, estiveram reunidos com agentes do Banco do Nordeste (BNB), na manhã desta quinta-feira, 11. O encontro, que também contou com a participação dos técnicos agrícolas da Cohidro locais e de Tobias Barreto, serviu para esclarecimentos quanto ao financiamento rural na introdução do programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite no município.

Desde junho do ano passado a Companhia vem realizando um processo de transferência de tecnologia do programa que foi instituído em Tobias Barreto, no perímetro Jabiberi. Desde 2010, o sistema já alcançou uma média diária de 3,7 mil litros de leite com os 40 produtores, 73% a mais do que era gerado no início do ‘Balde Cheio’.  Consiste na divisão do pasto irrigado em pequenos piquetes, aonde o gado leiteiro pasta por um dia ou 12 horas, passando para o seguinte depois da ordenha. Enquanto se alimentam do pasto novo, o anterior recebe água e adubação para estar novamente pronto para receber as vacas, no final do ciclo.

No Califórnia, inicialmente 80 produtores estava interessados no programa, na intenção de diversificar as atividades rurais exercias através da irrigação fornecida pela Cohidro, hoje predominado as culturas do quiabo e da goiaba. Dos inscritos, 13 fizeram um curso de montagem de cercas elétricas para os piquetes. Quem deu a capacitação foi o técnico agrícola do Jabiberi, José Reis Coelho, que acompanha o ‘Balde Cheio’ desde a sua introdução.

A gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, disse que esta reunião de hoje serve para que os produtores e técnicos tirem todas as dúvidas com o BNB, quando a documentação e exigências que a instituição financeira fará para quem tiver interesse de financiar o investimento introdutório do programa.

Belivaldo assina ordem de serviço de R$ 14,8 milhões para ações de preservação de mananciais

Foto Marcelle Cristine (ASN)

O vice-governador Belivaldo Chagas assinou, nesta quinta-feira, 09, uma ordem de serviço no valor de R$ 14.888.322,00 para a realização de ações de preservação e recuperação de mananciais da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. A assinatura ocorreu durante a programação do XIX Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, que prossegue até o dia 10. A ordem de serviço compreende medidas de mobilização, sensibilização, cercamento, reflorestamento, revegetação e manutenção dos rios.

Com a intervenção, serão recuperados, através de recomposição florestal, aproximadamente 220 hectares, além do plantio de 400 mil mudas. As ações tem como objetivo atender a demanda crescente por água, garantindo o aumento da quantidade e da qualidade das águas da Bacia e provendo o abastecimento hídrico para consumo humano nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador, Campo do Brito, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda e Riachuelo. O investimento conta com recursos oriundos do Programa Águas de Sergipe, resultado de financiamento com o Banco Mundial.

“Estamos vivendo um momento verde em homenagem ao planeta, pois a agenda verde tem que estar sempre em pauta. Pensando nisso, o Governo do Estado, através do programa Águas de Sergipe, disponibiliza US$ 117 milhões aplicados em ações ambientais como um todo. Quero dizer da importância que a gente dá ao tema e assinar uma ordem de serviço de quase R$ 15 milhões, uma ação tão importante em um estado tão pequeno como o nosso, em um momento de crise. Serão 400 mil mudas plantadas, para que a gente faça a recomposição florestal. Portanto, mostramos nossa preocupação com nossos mananciais”, afirmou o vice-governador Belivaldo Chagas após a assinatura da ordem de serviço.

O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, ressaltou os esforços do Governo do Estado em prol das bacias hidrográficas de Sergipe. “O fato de estarmos aqui hoje é um símbolo do nosso respeito por este evento. O governo hoje está dando uma ordem de serviço no valor de R$ 14,8 milhões. Não é pouco para um estado pequeno como Sergipe. Se as dificuldades são grandes, a nossa coragem e disposição de enfrentar o desafio é inversamente proporcional. Fazer um investimento dessa natureza na área da bacia do Rio Sergipe é uma demonstração de desprendimento do nosso governo. É compreender a importância de tratarmos os recursos hídricos pensando no presente e no futuro”, disse.

Olivier destacou outras ações que vem sendo empreendidas dentro do programa Águas de Sergipe, como a implantação de uma política de tratamento do esgotos, o desenvolvimento do Plano Estadual de Resíduos Sólidos com quatro consórcios intermunicipais e a recuperação dos perímetros irrigados situados na Bacia do Rio Sergipe.

O coordenador do Fórum Nacional dos Comitês de Bacia Hidrográfica, Luiz Carlos Silva, falou sobre o significado da assinatura da ordem de serviço para Sergipe. “Conheço de perto a Bacia do Rio Sergipe. Esmiucei os quatro cantos dessa bacia conhecendo os 26 municípios que a compõem e vi o quanto ela está degradada. Temos um leque enorme de necessidades na Bacia, e o governo do Estado, tendo uma visão futura em relação à preservação desses mananciais tão importantes, está investindo agora um valor considerável de R$ 14,8 milhões para que a gente possa revitalizar e reflorestar as margens dos rios. Então, a gente só tem a agradecer”, pontuou.

Intervenções

Entre as ações compreendidas pela ordem de serviço está a adequação das propriedades rurais ao novo código florestal no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs). As barragens Jacarecica I e II, Governador João Alves Filho (Poção da Ribeira) e Jaime Umbelino (Poxim Açu), do Açude da Marcela, do rio Poxim-Açú e do riacho Cajueiro dos Veados estão previstas no projeto.

Está prevista ainda a aplicação de técnicas efetivas de manejo do solo e da água, assegurando os projetos de irrigação nos perímetros irrigados de Jacarecica I e II, Ribeira e Açude da Marcela. Essas localidades tem importância fundamental para a economia local, sobretudo em se tratando dos pequenos produtores hortifrutigranjeiros.

O Programa Águas de Sergipe tem como finalidade a melhoria da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Sob coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), o programa conta com a interveniência de órgãos como a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). O investimento total do Águas de Sergipe é de US$ 117,125,000.00, sendo US$ 70,275,000.00 financiados pelo Banco Mundial e US$ 46.850.000,00 de contrapartida do Estado.

Presenças

A assinatura contou com a presença do governador do Conselho Mundial da Água, Lupércio Ziroldo Antônio; do superintendente da Agência Nacional das Águas, Humberto Gonçalves; do ex-deputado Federal e ex-secretário de Estado do Meio Ambiente, Márcio Macêdo; do coordenador do Fórum Nacional dos Comitês de Bacia Hidrográfica, Afonso Henrique de Albuquerque Júnior; do presidente da Cohidro, José Carlos Felizola e do representante da empresa STCP Engenharia de Projetos, Aguimar Ferreira.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Jackson e ministro do Desenvolvimento Social anunciam construção de 3.576 cisternas e aguadas no semiárido sergipano

O governador Jackson Barreto e o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, anunciaram nesta segunda-feira, 18, em Tobias Barreto, investimentos que superam o valor de R$ 19 milhões para implantação de 3.576 cisternas e aguadas em municípios sergipanos (R$ 15 milhões) e para incluir 2 mil famílias sergipanas no Programa de Inclusão Produtiva Rural (R$ 4,8 milhões). Durante a visita ao Centro Sul sergipano, o governador e o ministro também apresentaram os primeiros resultados do Programa Criança Feliz em Sergipe e realizaram a entrega de um veículo doado ao estado pelo Ministério.

O convênio firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e o governo do Estado de Sergipe, por meio da secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), no âmbito do Programa Nacional de Apoio à captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias – Programa Cisternas possibilitará a construção de barreiros (aguadas) e cisternas de placas de 16 mil litros para armazenamento de água para famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca nos municípios do semiárido sergipano.

“Foram mais de R$ 19 milhões anunciados pelo Ministério do Desenvolvimento Social. O que nós estamos fazendo aqui, hoje, é um palanque dedicado ao povo pobre de Tobias Barreto e do estado. Só foram discutidas aqui políticas públicas para os mais pobres de Sergipe, o que condiz com minha história de luta. Nós, governantes, temos obrigação de cuidar de toda a população, mas, como pregou Jesus, cuidar dos que mais precisam, em primeiro lugar. É isso que o papa Francisco tem nos ensinado. Tem ensinado a cuidar dos mais pobres. Estou feliz de participar dessa programação, porque nós também ajudamos a fazer a seleção dos municípios. Quanto as cisternas, somente Tobias Barreto vai receber mais de mil cisternas para enfrentar os desafios da seca. Por outro lado, o ministro veio mostrar sua alegria com o lançamento do Programa Criança Feliz, já que o estado de Sergipe é o primeiro estado do país a fazer a elaboração do programa de forma objetiva e concreta, hoje já envolvendo mais de 70% dos municípios do estado”.

Serão 3.062 cisternas no valor de R$ 10.819.805,66, e 514 barreiros, no total de R$ 4.180.194,33. A contrapartida estadual é de R$ 152 mil. De acordo com o convênio, a execução do Programa para implantação de cisternas e aguadas ficará a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Sergipe.

O ministro Osmar Terra elogiou a gestão de Jackson Barreto e Belivaldo Chagas e afirmou que a destinação dos R$ 15 milhões do Programa Cisternas para o estado se deu devidos a luta de Jackson e do deputado federal Fábio Reis. “Jackson fez uma grande transformação no estado de Sergipe, nas políticas sociais e, com certeza, muito do que é feito por Jackson só é possível porque ele tem o vice-governador, Belivaldo, ao seu lado. Sergipe iria receber R$ 2,5 milhões do dinheiro destinado a este programa pelo governo federal, mas o governador, Fábio Reis e Sérgio Reis me procuraram e expuseram as necessidades do estado e passamos para R$ 15 milhões investidos aqui”.

Osmar Terra explicou que a intenção é que no próximo ano, mais sergipanos sejam contemplados com cisternas. “Vamos zerar o número de cisternas necessárias. Para isso, no início do próximo ano, vamos liberar mais recursos para o estado. Estamos trabalhando para ajudar quem mais precisa”.

Famílias dos municípios de Tobias Barreto, Telha, Simão Dias, São Miguel do Aleixo, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora Aparecida, Monte Alegre e Macambira serão contemplados com cisternas. E receberão barreiros: Tobias Barreto, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Frei Paulo e Macambira.

“São mais de 4 mil famílias de baixa renda beneficiadas com acesso a água, um dos bens mais preciosos da vida. Só em Tobias Barreto são 1.032 cisternas”, expôs o deputado federal Fábio Reis.

O prefeito de Tobias Barreto, Diógenes Almeida, expressou a alegria com os benefícios levados ao seu município. “Recebemos a visita do ministro, que nos trouxe 1.032 cisternas e um carro-pipa. Enfrentamos o maior período de seca visto em Sergipe. Hoje está chovendo, mas não é comum vermos chuva por aqui em setembro. É uma felicidade saber que quando voltarmos ao período de seca nossa população poderá ter água captada em casa”.

Já o prefeito de Nossa Senhora da Glória, Chico do Correio, um dos municípios beneficiados, falou que as cisternas e aguadas serão a garantia de água para os agricultores no período de seca. “Qualquer ação do governo federal, juntamente com o governo do estadual, para melhorar a convivência com a seca é de extrema importância. Portanto, nós estamos recebendo recursos para a construção de 229 cisternas que perfaz um total de R$ 229 mil. Recursos que vão se somar às ações que o município já fez e que o governo do Estado realizou no governo de Marcelo Déda e no governo de Jackson Barreto, com relação água encanada para as comunidades”.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Estudantes do IFS conhecem o ‘Balde Cheio’ na Cohidro de Tobias Barreto

Mesmo a passeio, a seriedade com que se deve levar o assunto é a mesma da sala de aula – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Vindos do Campus São Cristóvão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS), 35 alunos do Curso Técnico de Agropecuária estiveram sexta-feira, 25, visitando as instalações e lotes de pecuarista do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. Foram conhecer uma experiência bem-sucedida de criação de gado em sistema de piquetes rotacionados, chamado de ‘Balde Cheio’. Introduzido em 2010, pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro),o método possibilitou a esses pequenos pecuaristas, a produção média 1,3 milhões de litros de leite anualmente e agora está sendo expandido, pela Empresa, para a sua implantação também em Canindé de São Francisco.

Quem orientou a visita ao perímetro, distante 123km de Aracaju, foi a Professora Doutora em Zootecnia Mônica Alixandrina Silva Santos, que leciona a disciplina de Bovinocultura aos alunos do 3º ano do curso técnico.“Eu conheci o ‘Balde Cheio’ há uns três anos atrás.Me encantei com esse projeto e comecei a ler e sempre divulguei isso para os meus alunos. Alguns deles são filhos de produtores rurais, então eles ficavam as vezes me perguntando: ‘Professora, como que a gente produz em pouca área?’ Então eu senti a necessidade de mostrar um exemplo real, trazer esses meninos que tem essa vontade para conhecer e criar uma esperança de que pode produzir em uma pequena extensão”, descreveu a docente que contou com o apoio do auxiliar técnico, também do IFS, Jucelino Cortes.

O Técnico em Agropecuária da Cohidro, José Reis Coelho recebeu a turma no Jabiberi. Ele acompanhou a introdução do programa no perímetro de Tobias Barreto desde o início e hoje é a pessoa mais recomendada para falar do processo de conversão e seus efeitos. “Iniciado em 2010, após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do ‘Balde Cheio’ foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem, juntos, uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. Num dos melhores anos de produção, 2015, foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, explicou ele que primeiro fez uma palestra aos alunos, depois os levou até o campo para conhecer a aplicação do sistema.

Para a professora Mônica Alixandrina, foi satisfatória a visita em Tobias Barreto, principalmente por que foi possível confirmar que o método de produção é viável. “Quando você alia a técnica ao esforço do produtor, não tem como dar errado, tem que trabalhar junto.Os meninos estão na academia pra trabalhar justamente essa técnica, muita coisa que o Coelho falou, a gente viu isso lá, realmente, na escola. Só que o que falta pra gente é a prática, a vivência do produtor, conhecer e ver que deu certo”, avalia.

No lote de Pedro Vidal, que tem dois sistemas ‘Balde Cheio’ implantados e ao todo 18 vacas, os estudantes se deparam a pastagem em recuperação e oito animais produzindo leite. Durante o verão passado, o nível da barragem do Jabiberi caiu muito e como esse reservatório é compartilhado com o abastecimento de água potável da sede municipal e povoados de Tobias Barreto, a distribuição no perímetro foi racionada, ficando deficitária principalmente na irrigação dos pastos. Tal fato é motivo de lamento por parte do produtor irrigante, que teve que diminuir o rebanho para a criação suportar o período de seca. “E foi como falei pra ele, problemas vai ter, de fato, então você tem que preparar os meninos, você tem que preparar o produtor rural para saber que você pode ter 10 anos de sucesso, mas pode vir seis meses de fracasso, então, você tem que está preparado pra isso”, conforta a professora Mônica.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o produtor é exemplo para todos os demais e o sucesso que alcançou e está servindo como molde no processo de transferência de tecnologia do programa para outros perímetros. “Pedro Vidal foi capaz de obter o resultado de 6.500 litros de leite em um mês. É, sem dúvida, o mais bem sucedido dos que optaram pelo ‘Balde Cheio’ do Perímetro. Portanto, é nele que levamos (em 8 de junho) os nossos técnicos de Canindé, na intenção de implantar o programa no nosso Perímetro Califórnia. Em pleno Semiárido, o sistema tem muita chance de dar certo, pela disponibilidade de água que é maior do que em Tobias e pela própria aptidão do Serão Sergipano, que é a de produção de leite, aproveitando principalmente as áreas ociosas que existem nos lotes e com isso diversificar as atividades do Perímetro Califórnia”, comenta.

O sistema
No ‘Balde Cheio’ a área destinada ao pasto é dividida em pequenos piquetes, onde a quantidade de pasto mantem o rebanho, a depender do tamanho do piquete e do número cabeças, pastando por 24 horas ou 12, caso o produtor possuía 48 piquetes ao invés do usual, que são 24. De forma que, enquanto o gado parte para outro piquete, o anterior e já pastado, se recupera com muita irrigação e adubo, a fim de estar pronto para novamente receber o gado dentro de 24 dias.

“Os nossos perímetros irrigados, até para poder acomodar um número maior de agricultores familiares, foram projetados para atender pequenos lotes ou somente parte de áreas maiores, levando em conta a vazão de distribuição de água do sistema de irrigação. Por este motivo, em Tobias Barreto ou em Canindé, o ‘Balde Cheio’ se adapta perfeitamente, pois foi criado aproveitar pequenas propriedades rurais que dispõe de irrigação o ano inteiro. Havendo esta transferência de tecnologia para o Califórnia, aumenta a variedade de produtos oferecidos pelo Perímetro e a versatilidade do produtor em se adaptar à demanda do mercado. Tem tudo para dar certo e os produtores sabem disso, tanto é que hoje mais de 40 deles, lá em Canindé, já foram cadastrados para a seleção que começamos a fazer”, afirmou o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola.

Um dos estudantes que esteve no Jabiberi, na sexta, foi o formando Mateus Menezes. Para ele, a viagem valeu a pena e supriu a demanda que tinham de conhecer o método diferente do que é visto em outras regiões produtores de leite, onde geralmente a criação de gado é extensiva.“Agente não conhecia esse sistema, não tão bem como conhecemos agora.É um sistema muito interessante, porque a gente vê que a viabilidade é bem melhor do que os outros e realmente, é eficaz, dá lucro ao produtor e deixa ele satisfeito. Vamos usar o termo da área, uma suplementação para gente, de formação. Um conhecimento que a gente não tinha e agora a gente vem tendo”, analisou.

Governo do Estado amplia fornecimento de água para sergipanos na zona rural

Inve

Sistemas de abastecimento instalados em poços da Cohidro solucionaram carência por água potável em regiões fora do alcance redes de distribuição

stimentos realizados pelo Governo do Estado estão garantindo maior acesso à água no interior sergipano. Seja em comunidades rurais ainda sem fontes de abastecimento, ou em regiões afetadas pela seca e sem reservas hídricas para o gado, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste ano dispôs de R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), para investir na compra de materiais de perfuração para 20 poços, instalação de quatro sistemas de abastecimento e a recuperação de 12 barragens de médio porte, beneficiando cerca de 20.000 pessoas em 22 municípios sergipanos.

São recursos oriundos do convênio entre o órgão e a Secretaria de Estado Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). O trabalho nas barragens foi concluído e agora estes reservatórios estão acumulando água das chuvas de inverno, para uso no próximo período de estiagem nessas áreas onde, em 2016, foi decretado estado de emergência devido à seca e que atendem, principalmente, a dessentação animal, em rebanhos que são a geração de renda para 9.978 moradores da zona rural.

No último dia 9, o vice-governador Belivaldo Chagas, em Simão Dias assinou ordem de serviço para começo das obras que vão construir quatro sistemas de armazenamento e distribuição de água para consumo humano no Assentamento Maria Bonita e no Povoado Sítio Alto, naquele município, atendendo 217 pessoas. O mesmo vai acontecer nos povoados Saco Grande e Piabas, em Lagarto. Neste último, a infraestrutura vai poder também abastecer a comunidade vizinha de Candeal das Cajazeiras, totalizando o benefício para cerca de 800 pessoas no município.

“Quando a gente investe no campo, a gente tem a garantia de desenvolvimento do estado, afinal de contas, quando falamos dos pequenos agricultores, os agricultores da agricultura familiar, são eles que produzem os alimentos que levamos à mesa em nossas casas. Então é preciso que a gente dê condições de trabalho para eles. Quando trabalhamos em benefício do campo, também fazemos com que o município como um todo tenha desenvolvimento. Porque o que se produz lá gera uma cadeia produtiva e, além, de ajudar os agricultores, ajudamos a economia local e do estado”, disse Belivaldo, no ato em que distribuiu 28 mil quilos de sementes de feijão e milho, material forrageiro para pequenos criadores e a reforma do Terminal Rodoviário de Simão Dias.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a atuação da Empresa tem se adaptado à realidade de cada município, buscando parcerias, como esta na Seidh e com as prefeituras. “Nos dois sistemas de abastecimentos em Simão Dias, as obras incluem a implantação de tubulação que vai ampliar e interligar a uma rede pré-existente, permitindo com que a água chegue até as casas dos moradores desses povoados”, informou. Complementando que os recursos do Funcep ainda vieram por contribuir na perfuração de 20 poços comunitários em Poço Redondo, Lagarto, Simão Dias, Moita Bonita, Umbaúba, Neópolis, Rosário do Catete, Siriri, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Santa Luzia do Itanhy, Boquim, assistindo aproximadamente 10 mil pessoas.

Programa de Recuperação de Barragens

As reformas ocorreram nos povoados Alagadiço, em Frei Paulo; Serra da Guia e Queimadas, em Poço Redondo; Poço dos Bois, em Cedro de São João; Mancinha, em Carira; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu. E também nos assentamentos Paulo Freire, em Porto da Folha; Francisco José dos Santos, em Poço Verde; João Pedro Teixeira, em Canindé do São Francisco e na sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

As barragens recuperadas pela Cohidro neste ano dão sequência às ações iniciadas em 2012, quando foi lançado o Programa de Recuperação de Barragens. Antes, foram mais 1.800 dessas aguadas recuperadas, incluindo barragens particulares de pequenos criadores de gado que assinaram termo de compromisso, de compartilhar a água com os vizinhos, para poder receber o benefício. Mas também, nestes quatro anos anteriores, ocorreram obras em 20 barragens de médio porte, iguais às 12 reformadas em 2017. José Carlos Felizola, diretor-presidente da Companhia, acredita que essa ação garante maior autonomia ao homem do campo, dando uma sobrevida à criação que é seu sustento.

“No Sertão, quando as chuvas vão embora, a água dos pequenos barreiros, que todo criador abre no lote, logo acaba. Essas barragens maiores e coletivas criam uma reserva emergencial de água para que o vaqueiro leve seu gado lá ou puxe água de carroça. Muitas vezes a assistência vai para longe, outro município e não muito raro esses reservatórios, que nós recuperamos, abastecem até regiões da Bahia, como nos foi revelado em Glória e Carira. Em outros casos, o uso da água é múltiplo, como em Cedro de São João, onde a Barragem do Algodão abastece as criações, casas, serve para pescar e atrai gente de longe, para o lazer”, assinalou Felizola.

Nas obras, o trabalho das máquinas consiste em limpar os sedimentos depositados no fundo das barragens, assoreadas pela erosão e pela terra trazida pelas enxurradas. Barreiras de proteção são reforçadas e também, quando é possível, há a retirada de terra para aumentar o leito do reservatório. O conjunto de ações sempre amplia e muitas vezes até dobra a capacidade de acúmulo, fazendo com que esses depósitos emergenciais água durem por um maior período assistindo o sertanejo.

Assentado no Paulo Freire desde 2001, José da Silva Pereira cria 80 cabeças de gado em seu lote e disse que todos na comunidade utilizam da barragem reformada pela Cohidro para a dessedentação animal. “Quando tem água aqui, é a fonte mais certa. Aqui é assim, quando está chovendo, todo mundo utiliza as barragens pequenas dos terrenos, né? Mas aí quando o verão pega, todo mundo vem para cá. Alguém de fora pega, mas é para gado também. Eu estou achando muito bom (a obra), aqui está aumentando muito a barragem e como vai encher agora, vai durar mais para secar, né? Um dos benefícios maiores que a gente está recebendo aqui, nesse período seco. Uma barragem grande, é muito viável aqui para gente”, afirmou.

 

Cohidro estuda transferência de tecnologia de produção de leite entre Tobias Barreto e Canindé

Visitação ocorreu em um período em que as pastagens se recuperam de uma das piores secas – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Quinta-feira, 8, foi dia de visita em que técnicos do Perímetro Califórnia e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), em Canindé de São Francisco, visitaram os colegas e conheceram a estrutura e modelo produtivo do Jabiberi, em Tobias Barreto. Ambos polos agrícolas são atendidos pela infraestrutura de irrigação do Governo do Estado, administrada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A intenção é a transferência de tecnologia do programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite, implantado no Centro Sul Sergipano desde 2010, para o Alto Sertão.

O Perímetro Irrigado Jabiberi, que fica 123 Km ao sudoeste de Aracaju, focou sua aptidão à criação de gado leiteiro quando, em 2010, a assistência técnica e a irrigação pública da Cohidro, a consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Sergipe (Sebrae-SE) e financiamento do Banco do Brasil, possibilitaram a implantação do modelo de produção de leite do ‘Balde Cheio’, criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em sua unidade de São Carlos-SP. Técnico agrícola da Cohidro que acompanha o projeto desde o início, José Reis Coelho contabiliza os resultados obtidos.

“Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. Num dos melhores anos de produção, 2015, foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, salienta Coelho. Ele e o gerente do Perímetro, José Fernandes de Oliveira, receberam os visitantes com uma palestra que ilustrou todos os aspectos técnicos do programa, seguido de uma visita até dois produtores que aderiram ao sistema de produção e o conservam até hoje.

A essência do sistema de manejo do Balde Cheio consiste em dividir a área de pastagem irrigada em pequenos piquetes, onde os animais pastam por 12 ou 24 horas, a depender do tamanho do rebanho e deste cercado. No turno seguinte, este mesmo gado é realocado noutro espaço em que o capim está alto e pronto para o pastejo. O pasto antes usado para alimentar as vacas, vai repousar por cerca de 12 dias até novamente servir de alimento, tempo em que recebe irrigação diária e adubação para se recuperar. Fora isso, há orientações que envolvem a disponibilidade de água em tempo integral e uso de alimentação complementar à base de proteína encontrada na gliricídia, planta arbórea que, se plantada na área comum ao gado, ainda serve de sombra, outro fator obrigatório no programa de produção de leite.

Técnico agrícola do Cohidro em Canindé, distante 213 Km da Capital, Joaquim Ribeiro ficou animado com a possibilidade do ‘Balde Cheio’ ser implantando também no Alto Sertão. “Sim, é possível sim, é uma boa alternativa para os pequenos agricultores lá do Califórnia, porque eles sentem muitas dificuldades com a comercialização com os produtos que eles produzem lá no perímetro e o leite é muito bom a comercialização é muito fácil, que nem foi dado depoimento dos produtores aqui do Jabiberi, que não tem dificuldade nenhuma de vender o leite, sempre comercializam tudo que tem”, avaliou.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, a introdução do programa em Canindé tem tudo a ver com a característica da região. “A aptidão de todo Alto Sertão Sergipano, quando se fala da atividade rural, é a pecuária e mais precisamente, a que envolve a produção de leite. Embora o Perímetro Califórnia tenha sido projetado para a produção vegetal (fruticultura e horticultura), a possibilidade de um sistema de produção leiteira, sem aquela necessidade de vastas áreas de terra, a partir dos piquetes irrigados, pode ampliar a renda ao homem do campo. Ao diversificar os produtos gerados em sua área irrigada, ele dispõe de maior retorno financeiro”, defende.

Lenaldo Soares da Silva, mais conhecido por Galego, defende que o programa trouxe benefícios aos produtores que aderiram, no Jabiberi. “Compensa, é muito bom o Balde Cheio, antes eu produzia 20 litros, 30, disso para trás.Hoje, eu já alcancei 200 litros, que foi do começo do Balde Cheio, aquilo foi uma maravilha para mim. Agora ‘descambou’ um pouco, mas que o projeto foi bom para nós, foi sim. Hoje eu estou com 70 e poucos litros, mas eu sei que lá na frente eu vou conseguir um objetivo maior. Foi por causa da seca, das águas que não tivemos. Como você está vendo, está bom agora, mas há um mês atrás, era tudo seco”, recorda.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explicou que a partir de dezembro passado, em face do baixo nível hídrico da Barragem do Jabiberi, a prioridade do ficou sendo apenas com a dessedentação animal, isso para poder garantir reservas para a captação feita pela Deso, que fornece água potável à sede municipal e povoados. “Antes que não fosse possível nem matar a sede do gado, foi decidido interromper o fornecimento da água usada para irrigar a pastagem, mantendo o fornecimento somente duas vezes por semana. E isso durou até o início das chuvas, em abril, quando a barragem foi recarregada, até verter”, justificou. Para ele, “a importância dessa visita técnica é a possibilidade de implantarmos o projeto em Canindé visando oferecer mais uma atividade econômica aos produtores, bem como um melhor aproveitamento dos lotes irrigados, diversificando suas atividades”.

A viabilidade em Canindé
Vereador de Canindé e irrigante do Califórnia, Adriano de Bonfim acompanhou os técnicos da Cohidro e Emdagro na visita a Tobias Barreto, tanto para conhecer o método, pensando em modificar a forma como cria seu gado, como também foi representando a Câmara e a população canindeense, que viria a ser beneficiada, caso seja implantado em seu município o programa. “Bom, muito bom, é uma experiência, uma oportunidade que poucos produtores têm. Isso é um avanço, Canindé está precisando não ficar naquela rotina do quiabo, tem de ter uma mudança, e isso aí é uma solução para a bacia leiteira no Alto Sertão”.

Eliane de Moura Moraes, gerente do perímetro da Cohidro em Canindé, foi quem organizou a visita e avalia qual foi o retorno da viagem técnica. “Foi importantíssima, porque a gente viu a viabilidade de implantar esse projeto lá no Califórnia.E hoje, eu já estou considerando isso uma realidade, porque você viu o produtor que veio, o Adriano de Bonfim, vereador da cidade e também os técnicos aqui. Viu o entusiasmo e eles é que vão fazer essa implantação.E a gente fica feliz, isso vai melhorar a condição do produtor, a condição econômica e financeira do produtor, que as vezes fica limitado a uma cultura e que vai abrir horizontes”, considerou.

 

Gestora da Emdagro de Canindé, Rita Selene Quixadá Bezerra participou da visita a Tobias Barreto para conhecer o Balde Cheio.“Foi fantástico, tudo foi muito valido e é um projeto que eu acredito que dê muito certo”, considera. Sua instituição é responsável pela assistência técnica à pecuária em todo Estado e ela, também Médica Veterinária, vê possibilidade de sua equipe contribuir na implantação do projeto no Alto Sertão. “Com certeza, a parceria é boa com a Cohidro, com Eliane, e eu acredito que a gente vai dar bem certo. Como sou técnica da Emdagro, tem a parte vegetal, mas tem a animal, principalmente quando entra na parte de saneamento animal, na parte de manejo, de boas práticas na produção de leite”.

Presenças
Também participaram da visita ao Jabiberi os técnicos agrícolas do Califórnia Edmilson Cordeiro, Roberto Ramos (Beto) e Tito Reis; os auxiliares técnicos da Cohidro, Andrea Santtos, do Califórnia e Jonathas Bruno, da Gerência de Desenvolvimento Agrícola (Gedea).

Governador garante liberação de recursos para adutora do São Francisco e barragem em Poço Redondo

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges / Fotos: Roque Sá

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges, para tratar da liberação de R$ 10 milhões para finalizar a ampliação da Adutora do São Francisco, responsável por 67,19% do volume produzido para o abastecimento do sistema integrado da Grande Aracaju. Também durante a manhã, Jackson esteve com Marlon Carvalho Cambraia, secretário de desenvolvimento regional para tratar da recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo, e do lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico, o qual ocorrerá próximo dia 07, no Palácio de Despachos, em Aracaju.

A adutora do São Francisco contempla não só a capital sergipana, como os municípios de Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Malhada dos Bois. Os serviços de ampliação foram iniciados em novembro do ano passado e são realizados por meio de convênio com o governo federal no valor de R$ 127.748.027,41, com contrapartida estadual de R$ 12.774.802,74. A obra possui 1/3 de sua extensão executada e, atualmente, uma equipe de 50 pessoas trabalha no local, entre operários e técnicos.

“Essa obra deverá estar concluída dentro de quatro meses e atende mais de um milhão de pessoas. Estamos aguardando somente a liberação dos últimos recursos, que foram assegurados pelo ministro”, declarou Jackson.

O diretor presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Carlos Melo, informou que a ampliação da adutora possibilitou que a Capital não sofresse desabastecimento apesar da seca que atinge o estado. “As obras estão em fase final e, para não paralisarmos, o governador se reuniu com o ministro para fazer a solicitação. A duplicação da adutora do São Francisco vai garantir o abastecimento da Grande Aracaju pelos próximos 20 anos. Temos 90% da obra concluída e alguns pontos em operação, o que garantiu que Aracaju não sofresse rodízio de abastecimento de água nesse período der estiagem”, disse.

Barra da Onça
O governador solicitou, também, a liberação de R$ 1 milhão para recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo. Jackson lembrou que a solicitação foi feita durante visita ao município de Poço Redondo, para entregar material forrageiro e o Centro de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro. Na ocasião, o governador conversou por telefone com o ministro, que solicitou o envio de um projeto sobre a utilização dos recursos.

O Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, edição 2017, já recuperou 12 reservatórios neste ano. Foram executados trabalhos em barragens de Frei Paulo, Poço Redondo, Cedro de São João, Carira, Tobias Barreto, Porto da Folha, Poço Verde, Canindé do São Francisco, Gararu, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes. O investimento para recuperação dos reservatórios foi de R$ 1.240.341,64, recurso oriundo do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

No último dia 22, o governador Jackson Barreto entregou a recuperação e ampliação da Barragem Aningas, situada no povoado que leva o mesmo nome, no município de Nossa Senhora da Glória. Foram investidos mais de R$ 100 mil para limpar, recuperar e ampliar a barragem que abastece, além de Glória, os municípios de Carira, Monte Alegre, e até municípios baianos.

Planejamento
Durante a audiência, o secretário de desenvolvimento regional do Ministério da Integração, Marlon Carvalho Cambraia, anunciou o lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico para o dia 07 de junho, em Aracaju. Com base nesse documento, a gestão estadual norteará as ações públicas desenvolvimento e crescimento econômico.

Acompanharam as audiências o secretário de Estado de Comunicação, Sales Neto, e o superintendente executivo de Sergipe em Brasília, Heleno Silva.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Nota Ascom/Cohidro: Para a Cohidro, se traduz em recursos para recuperar a grande barragem do Povoado Barra da Onça, em Poço redondo, e a construção de outras duas, de médio porte, na localidade. Ações que têm como principal função o reservamento de água das chuvas para a dessedentação animal.

Chuvas garantem normalidade nos perímetros de irrigação do Estado

2 dias de chuva elevaram substancialmente o nível do Jacarecica I – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Chuvas que caíram em Sergipe a partir do dia 22 mudaram a situação crítica dos reservatórios dos perímetros de irrigação pública do Governo do Estado. Administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a barragem do Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, nesse período encheu e verteu. No Jacarecica I e Ribeira, em Itabaiana, reservatórios elevaram o nível da água significativamente, faltando pouco mais de um metro para dar a vazante.

Nos três casos haviam o risco de continuação de racionamento e da paralisação do serviço de abastecimento aos produtores rurais assistidos, caso os índices pluviométricos nessas duas regiões não mudassem. Já em Lagarto (distante 69km de Aracaju), no Perímetro Irrigado Piauí o reservatório começou a captar boa quantidade água já nas primeiras chuvas do ano, atingindo seu ápice em 15 de abril, quando verteu. A barragem do Perímetro Jacarecica II, na região limítrofe entre Malhador, Areia Branca, Riachuelo e distante 50 km da capital, a baixa no nível da reserva hídrica chegou a preocupar, mas os estudos técnicos da Cohidro não chegaram a determinar a necessidade de racionamento.

Jabiberi
A barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi verteu na terça-feira, 23. As chuvas que caíram na bacia hidrográfica da Barragem foi significativa para o enchimento do lago. Assim, teve fim o regime de racionamento que vinha sendo aplicado aos irrigantes desde o início do ano, para poupar o baixo nível da água na barragem que ainda é compartilhada com o abastecimento da sede municipal e povoados, feito pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).

O Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, pondera que o Perímetro volta a funcionar somente quando houver necessidade de irrigar os cultivos. “A barragem já está totalmente cheia, inclusive já está vertendo. E também temos condição já, se houver necessidade, de iniciarmos o processo de irrigação das culturas que lá existem. Mas só em caso de necessidade, procurando sempre manter a barragem com volume de água que dê segurança no verão, para irrigação como também para abastecimento humano, no município de Tobias Barreto”.

Quando às chuvas terminarem no fim deste inverno, a água acumulada voltará a prover a irrigação normalmente no Jabiberi. Neste polo agrícola de Tobias Barreto, que fica há 123 km de Aracaju, foi aplicado o Programa Balde Cheio de produção de leite em 2010. Convênio entre Cohidro e Embrapa de São Carlos-SP, que funciona a partir do uso de sistema rotativo de pastagem irrigadas pelo Perímetro do Governo do Estado. Hoje, a produção normal chega a 3,7 mil litros de leite por dia.

Ribeira
O Perímetro Irrigado da Ribeira, há 50 km da capital, obteve uma significativa elevação no nível de sua barragem depois das últimas chuvas e também afasta o risco da continuidade do racionamento de água para a agricultura, que ocorria desde setembro de 2016 e fez as reservas durarem por mais tempo. Agora, o fornecimento regular aos lotes irrigados deve retornar assim que as chuvas cessarem e for necessário irrigar novamente às plantações. Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, comemora o resultado das chuvas e adianta a retomada da prestação de serviços feitos pela Empresa.

“Essa chuva só trouxe bênçãos. Porque nós estávamos com todas essas barragens, com a capacidade hídrica daquela região, completamente comprometida. Só para você ter uma ideia, a barragem da Ribeira tem uma capacidade, um volume de 16.500.000 m³, ela abastece o Perímetro Irrigado da Ribeira e também serve para dessedentação humana, abastecendo a cidade de Itabaiana, que a Deso capta água nessa barragem. E ela já estava em um volume morto, íamos encerrar as atividades dela essa semana e graças a Deus, com essa chuva, a barragem está completamente cheia e falta 1,5 m, praticamente, para ela verter, ou seja, transbordar. E com isso a gente garante o abastecimento tanto para cidade de Itabaiana, a continuidade aliás, e também para os perímetros irrigados, que lá quase 500 produtores rurais vivem daquilo ali, gerando riqueza para o município de Itabaiana. A mesma coisa Lagarto”, disse o Presidente.

Jacarecica I
No Perímetro Jacarecica I, ainda em Itabaiana e há 65 km de Aracaju, a irrigação que tinha sido suspensa desde 17 e janeiro, pelo baixíssimo nível da barragem, hoje retorna sua capacidade operacional. Em um intervalo de dois dias, devido à chuva que caiu na sua bacia hidrográfica e principalmente na região Agreste, a barragem subiu bastante, estando agora há 1,3 m de atingir o ápice do reservatório e verter.

“A barragem do Jacarecica I,que estava praticamente seca, hoje em torno de um 1,30 m, está faltando para ela verter. Nessa condição atual, se houver necessidade de voltar a irrigação, já há condição de se iniciar a irrigação novamente. Mas em função das chuvas, a gente vai segurar o máximo possível até que ela encha totalmente, para que tenhamos condição de operar com tranquilidade e segurança no período do verão, que se inicia num segundo semestre”, acrescentou João Fonseca.

No Jacarecica I são cultivados diversos tipos de hortaliças, com destaque para a batata-doce, o coentro e o amendoim. No momento, a incidência de chuvas dispensa o uso da irrigação para às plantações, mas assim que ela for embora, o polo de irrigação pública estará apto a voltar a funcionar. Apesar de que a paralisação do Perímetro tenha prejudicado às plantações, a baixa no nível do reservatório deu acesso às tomas d’água e, desta vez, possibilitou a instalação das comportas de segurança da captação e da descarga de fundo. Equipamentos que não foram adicionados à época da construção, 30 anos atrás.

 

 

Leite produzido em irrigação pública do Estado tem assistência gerencial do Senar

Primeiro encontro ocorreu no Perímetro Jabiberi – Foto aquivo pessoal José Coelho

Capacitações para 20 produtores de leite de Tobias Barreto ocorreram nesta terça e quarta-feira, 29 e 30. Esse primeiro encontro foi uma Formação Profissional Rural (FPR), que faz parte do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), aplicado no estado pelo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (Senar-SE) e vai durar 2 anos. Ocorreu no Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado no município pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e onde produzem 10 desses pecuaristas, que agora terão mensalmente os cursos e atendimentos individualizados nas propriedades.

 

O Jabiberi focou sua aptidão à criação de gado leiteiro quando, em 2010, a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, a consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Sergipe (Sebrae-SE) e financiamento do Banco do Brasil, inseriram no polo de irrigação o modelo de produção de leite do programa ‘Balde Cheio’, criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em sua unidade de São Carlos-SP. Gerente do Perímetro, José Reis Coelho contabiliza os resultados obtidos.

“Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. No Perímetro, em 2015 foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, salienta Coelho, que ainda defende a capacidade produtiva dos pecuaristas que assiste, justificando eles serem atendidos pela ATeG.

Além de produzir bem, o pecuarista precisa administrar o seu agronegócio para ter renda justa na hora de negociar o leite e não sair no prejuízo. Desta forma, a proposta da ATeG do Senar-SE vem propor a capacitação para um melhor gerenciamento da propriedade rural. Em todo Estado a capacitação está ocorrendo em um total de sete municípios, inclusive atendendo agricultores irrigantes do Perímetro Piauí, em Lagarto, e Califórnia, em Canindé de São Francisco, administrados também pela Cohidro, que é uma empresa subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Segundo Luana Aragão, coordenadora do programa ATeG no Senar-SE, o primeiro FPR em Tobias Barreto tratou de Escrituração Zootécnica. “A primeira instrutora foi Marise Stela Paes de Azevedo, Zootecnista, e faremos uma capacitação FPR de 16h por mês, onde ainda serão tratados assuntos como o manejo nutricional, sanitário, reprodutivo, pastagens, reserva alimentar para o semiárido, dentre outros”. Ela explica que para os criadores fazerem parte do grupo, além da obrigação da assiduidade nesses encontros coletivos, eles ainda tiveram que atender antes alguns critérios.

“O critério foi de o criador ter produção acima de 70 litros de leite por dia para participar, com a obrigatoriedade de possuir DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), CCIR (Certificado de Cadastro do Imóvel Rural) ou NIRF (Número do Imóvel na Receita Federal)”, explicou Luana. A coordenadora defende que “hoje, a maior dificuldade de todos os produtores é a questão de gerenciamento. Muitos produzem e não sabem quanto vale, quanto é o custo de produção do que ele produz. Então nossa assistência é isso: ajudar a gerenciar o produto dele, para não sair perdendo”, completou.

Para José Carlos Felizola Filho, presidente da Cohidro, o programa é bastante abrangente e pode ser um ‘empurrão’ necessário nesses tempos de crise. “Está cada vez mais difícil empreender sem ter prejuízo e o negócio rural, que é a base da cadeia produtiva, é onde fica a menor parte da renda gerada, quase sempre com o produto desvalorizado pela ação da movimentação do mercado financeiro. Saber produzir com eficiência, sem ter prejuízo é uma questão de sobrevivência. Por isso apoio e agradeço essa mão que o Senar-SE está dando aos nossos produtores desses três perímetros inseridos no ATeG”, considera.

Visitas individuais
Annelise Aragão Correa, Zootecnista e técnica do Senar-SE responsável por Tobias Barreto, explica como ocorre o atendimento individualizado dos produtores inseridos na ATeG. “As visitas são individuais e tem a duração de quatro horas. É o acompanhamento da parte de despesas: quanto gasta com o concentrado, quanto gasta de insumo, quanto gasta com adubo. É para ver os pontos em que eles estão gastando mais e o que pode ser melhorado no rebanho, no acompanhamento de peso dos bezerros. É uma assistência técnica mais voltada para o gerenciamento da propriedade e a intenção é que depois de dois anos ele comecem a seguir sozinhos”, conta, expondo que, havendo necessidade, o programa poderá ser renovado por mais 24 meses.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o apoio do Senar-SE, assim como já ocorreu com o Sebrae-SE, é uma parceria que auxilia à Empresa no acompanhamento desses irrigantes. “O foco maior de nossa assistência técnica é a agricultura, é o plantio a partir da irrigação, seja de lavouras, seja de pastagens, como é o caso na maioria das propriedades do Jabiberi. Ter este apoio desses órgãos, fornecendo zootecnistas e veterinários, complementa o trabalho da Companhia nessas especialidades em que somos bastante carentes de pessoal. Da mesma forma que o know-how da Cohidro, de quase 30 anos auxiliando esses produtores, adianta bastante o trabalho destes programas”, conclui.

Última atualização: 16 de outubro de 2017 10:28.