Barragem da irrigação pública estadual está em capacidade máxima e anima produtores de leite em Tobias Barreto

Bom nível dos equipamentos contribui para aumento da produção leiteira no estado

Barragem do Jabiberi tem capacidade de acumular 4.300.000m³ de água e verteu, no fim de outubro, pela segunda vez no ano / Foto: Dirir/Coderse

Durante as chuvas moderadas na última semana, a barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi verteu pela segunda vez no ano e está em sua capacidade máxima. Mantido pelo Governo do Estado, em Tobias Barreto, município do centro-sul sergipano, o perímetro tem vocação à pecuária leiteira, a partir da irrigação, que gera alimento para o gado. De janeiro a outubro de 2025, foram produzidos mais de três milhões de litros de leite, número que já supera o resultado de todo o ano de 2024 (2.389.493 litros). A produção foi industrializada no próprio perímetro e gerou R$ 10,6 milhões para a comunidade.

Para os agricultores irrigantes assistidos e a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e que administra o Jabiberi, a barragem cheia representa mais segurança para produzir com irrigação, até o próximo inverno. 

De acordo com o diretor de Irrigação da companhia, Júlio Leite, foi em 21 de maio que a barragem do perímetro Jabiberi verteu pela primeira vez no ano. “As outras quatro barragens para irrigação da Coderse também encheram na mesma época e hoje estão em um patamar próximo ao volume máximo, apresentando uma situação de estabilidade da irrigação, nos seis perímetros estaduais”, disse, ao observar que essa condição não desobriga a empresa do controle permanente ao desperdício de água. 

Ainda segundo ele, é constante o trabalho de acompanhamento, manutenção e reparo das redes de distribuição de água de irrigação nesses perímetros, em tubulações e canais. “Tanto quando é um reparo para retomar a distribuição, ou quando o vazamento não afeta a distribuição”, detalhou Júlio Leite, explicando, ainda, que as reservas são importantes para garantir que o produtor tenha água suficiente para produzir alimentos durante o ano inteiro. 

O diretor exemplifica os reparos recentes nas adutoras de 600 milímetros (mm) e 1.200 mm, do perímetro Jacarecica II, no início deste mês de outubro, com parada programada e concluídos antes do prazo. Também foi realizado conserto emergencial da adutora de 800 mm do perímetro Poção da Ribeira, em Itabaiana, no agreste central sergipano, nesta semana. “O reparo na Ribeira sanou o vazamento, contendo a perda de água, e restabeleceu a distribuição aos 466 irrigantes atendidos pela Coderse”, ressaltou Júlio Leite. 

Presidente da Associação dos Pequenos Criadores do Perímetro Irrigado de Jabiberi, João Sousa Santos trabalha com a produção de leite há seis anos, em um lote do perímetro, e conta com um rebanho de 12 animais em produção. Ele disse que, geralmente, no fim de outubro, o nível da água da barragem já estaria mais baixo. “Neste ano, graças a Deus, está vertendo a barragem. Isso dá tranquilidade para nós trabalharmos e fazer a irrigação dos lotes. É uma benção de Deus. É uma riqueza para nós. A gente depende da água da barragem para irrigar, para nascer capim para os animais”, detalhou João Sousa.

Vocação leiteira 

Diferente dos outros cinco perímetros estaduais, o Jabiberi tem quase a totalidade dos seus 76 lotes dedicada à formação de pastagens irrigadas, onde é adotado o sistema de rodízio de piquetes, ou produzindo material forrageiro de corte para alimentação do gado. A produção parcial deste ano, quando é convertida na fabricação de queijo, corresponde a mais de 321 toneladas do alimento que, ao ser comercializado, gera R$ 10,6 milhões de renda em Tobias Barreto.

A confiança do produtor nos serviços da Coderse contribuiu para o aumento da produção, e mais garantia de água para irrigar e a assistência técnica fizeram aumentar o tamanho do rebanho do Jabiberi. O número de animais saltou de 650 em 2024, para 1.100 vacas em lactação em 2025. Outro incentivo à produção de leite no perímetro neste ano foi a emissão do registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ao laticínio instalado no Jabiberi no início de 2025, que absorve praticamente toda a produção local. O documento emitido pelo Governo do Estado, por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), autoriza o laticínio Serra do Canine comercializar sua linha de produtos em todo território sergipano. Com o SIE, a empresa expandiu o mercado do laticínio e aumentou a demanda pelo leite dos irrigantes.

Irrigação fornecida pelo Governo de Sergipe transforma realidade de produtores de leite do centro-sul

Perímetro Jabiberi garante alimento para o gado, renda estável e expansão da produção leiteira da região, com produção durante todo ano
Foto: Igor Matias

No sítio de oito tarefas (aproximadamente 2,42 hectares), localizado no Perímetro Irrigado Jabiberi, gerido pelo Governo de Sergipe, em Tobias Barreto, centro-sul do estado, o produtor Rogério Fontes dos Santos começa o dia antes do sol nascer. São 15 vacas em lactação, todas alimentadas com capim verde irrigado, que garante uma produção diária de cerca de 140 litros de leite — quantidade que, mesmo na seca, não diminui.  

Segundo ele, se não fosse a água da barragem, não teria produção nenhuma. “Hoje, irrigo o capim quatro vezes por semana e alimento as vacas sem preocupação”, conta Rogério, que vive da pecuária leiteira há 17 anos. Ele explica que utiliza a água do perímetro para também, em alguns períodos, plantar milho para silagem. “Já tenho destino certo para o leite, não preciso me preocupar com a comercialização. Meu plano é chegar a 500 litros por dia”, conta. 

A tranquilidade que Rogério sente para planejar o futuro é fruto de um modelo de produção que transformou a realidade local. Único em Sergipe com estrutura voltada exclusivamente para a pecuária leiteira, o Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado por meio da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), conta com 220 hectares de pastagem irrigada e manejo especializado. 

Os lotes irrigados produzem capim o ano inteiro, alimentando um rebanho de, aproximadamente, 1.100 vacas em lactação, sendo que a principal garantia da produção de leite no Perímetro Irrigado Jabiberi é o abastecimento de água proveniente da barragem do próprio Rio Jabiberi, que atende 75 lotes de produtores irrigantes, sendo que 55 deles já atuam na pecuária leiteira. Assim, a água irriga os pastos, que alimentam o gado e garantem a produção estável de leite durante todo o ano.

De janeiro a julho de 2025, o Jabiberi produziu 2.068.768 litros de leite in natura, faturando R$ 4,96 milhões, com preço médio de R$ 2,40 por litro. Parte desse volume foi processada no laticínio local, que produziu 212,4 toneladas de queijo, movimentando R$ 7,01 milhões, com rebanho de 1.100 vacas. Em 2024, no acumulado anual, foram 2,38 milhões de litros e 271,8 toneladas de queijo, com rebanho de 650 vacas. 

Além de Rogério, outros produtores, como Adriano Santana de Almeida, 49 anos, também colhem resultados positivos com a irrigação. Ele possui um lote de dez tarefas (em torno de 4,356 hectares) no perímetro e áreas de sequeiro (sem irrigação artificial), onde mantém 20 animais. “Ter água o ano inteiro traz tranquilidade. Sempre temos alimento para o gado. Agora, produzo pouco porque preciso me organizar mais, mas aqui tem gente que está produzindo muito bem. O leite que tiro vendo direto para o laticínio, já com destino certo”, afirma.

Ele conta que a atividade é tradicional na família. “Meu pai sempre trabalhou com gado, nunca produzimos outra coisa. Essa parceria com o Governo do Estado é muito boa. Sem irrigação, a situação seria difícil. A água ajuda muito”, relata o agricultor que trabalha com o apoio do filho e pretende aumentar a produção. “Quero mudar para melhor e ampliar o rebanho”, revela.  

O técnico em agropecuária do Perímetro Irrigado Jabiberi, José Reis Coelho, explica que a mudança para a pecuária leiteira começou em 2009, substituindo as hortaliças que eram cultivadas, até então. Ele afirma que o clima e o solo da região favorecem a pastagem, o milho e o sorgo, tornando a pecuária leiteira mais adequada. “Antes, tínhamos muita sazonalidade. Na época da chuva, o solo encharcava e a produção caía; no verão, era difícil manter o cultivo. Com a pecuária leiteira, estabilizamos a produção, pois o capim cresce o ano inteiro com a irrigação. Isso traz segurança financeira e mantém o abastecimento mesmo na seca”, explica.

Destino certo 
A cadeia produtiva se completa na região com o laticínio instalado próximo ao perímetro, que processa parte do leite produzido e garante mercado para os produtores. Por meio do laticínio localizado ao lado da Serra do Canine, fundado em 2020 pelo empresário José Wilson Teixeira, os produtores de leite têm destino certo para a produção. O proprietário relatou que iniciou as atividades quando ainda era produtor de hortaliças no Perímetro Irrigado Jabiberi. Com a liberação da criação de gado, decidiu investir em uma pequena fábrica de queijos para absorver a produção local, que cresceu rapidamente.

Ele começou com 200 litros por dia e, hoje, processa cerca de 11 mil, transformando o leite em muçarela, parmesão, requeijão, queijo coalho, ricota e manteiga. Com o Selo de Inspeção Estadual (SIE) já conquistado, e a obtenção do Selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), emitida pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) em andamento, a meta é expandir a comercialização para outros estados.

“O selo estadual foi uma conquista de seis anos de adequações. Ele garante procedência e abre portas para levar nossos produtos a outros estados. Nossa intenção sempre foi ajudar os pequenos produtores, garantindo destino certo e preço justo para o leite deles”, enfatiza José Wilson que, atualmente, compra leite de 165 pequenos produtores, tanto do perímetro quanto de áreas vizinhas.

O impacto do Perímetro Jabiberi vai além da produção, gera empregos diretos e indiretos, movimenta o comércio local, fortalece a agricultura familiar e transforma Tobias Barreto em referência na pecuária leiteira sergipana. O técnico José Coelho reforça que, com o apoio do Governo de Sergipe, por meio da assistência técnica da Coderse e gestão eficiente da água, o projeto mostra que é possível produzir com qualidade, sustentabilidade e segurança, mesmo nos períodos mais secos do ano. “O produtor tem garantia da produção, da comercialização e de um preço justo. Isso melhora a qualidade de vida de todos os envolvidos”, considera.

Acumulado de chuvas elevam barragens de irrigação do centro-sul sergipano à capacidade máxima

Perímetro Irrigado Piauí produziu 11 mil toneladas de hortaliças, frutas, grãos e material forrageiro em 2024. Já o Jabiberi alcançou produção de 2,4 milhões de litros de leite
Barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, verteu pela primeira vez em 2025 // Foto: Coderse

Como resultado das chuvas que caem em Sergipe há mais de uma semana, a barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, mantido pelo Governo do Estado em Tobias Barreto, município do centro-sul sergipano, chegou à sua capacidade máxima nessa quarta-feira, 21, e verteu. Na mesma microrregião do estado, a barragem do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, desde as primeiras chuvas do ano já vinha cheia. A situação é favorável à segurança hídrica para a irrigação nesses perímetros, e ao abastecimento humano nos municípios, bem como nas cidades de Riachão do Dantas e Simão Dias.

A meta alcançada em Tobias Barreto era a mais importante para segurança hídrica estadual, em barragens de irrigação, para 2025. No início do mês de fevereiro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac) havia declarado situação de atenção para o nível da barragem do Perímetro Irrigado de Jabiberi, que estava entre 50% e 30% do seu volume útil. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) é a responsável por administrar o Jabiberi. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, comemorou o resultado das chuvas no perímetro. Segundo ele, isso evitou que pequenos produtores assistidos com irrigação, tivessem prejuízos na sua produção.

“Se a situação não se revertesse, com a recarga da barragem através das chuvas, e a barragem chegasse a uma situação de alerta, seria necessário implementar um regime de racionamento e restrição na produção agropecuária do Jabiberi, que é a vocação do perímetro. A água de irrigação é utilizada para a produção de material forrageiro e pasto, que alimenta vacas leiteiras. A importância desta produção  — quase 2,4 milhões de litros em 2024 — é tamanha, que permitiu a instalação de um laticínio dentro do perímetro para beneficiar exclusivamente o leite desses pecuaristas, produzindo em torno de 272 toneladas de queijo no mesmo período”, avaliou Júlio Leite.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse está ciente das condições climáticas que dificultam a recarga do reservatório. Há cerca de dois anos, a Coderse reduziu o tempo de distribuição de água no perímetro Jabiberi de nove para cinco horas diárias. Isso foi possível graças à parceria da Coderse com irrigantes, construindo reservatórios de 100 metros cúbicos (m³), o suficiente para atender toda a demanda diária de cada lote.

Em Tobias Barreto, é constante também o serviço de reparo das placas que compõem os canais de irrigação e a limpeza da vegetação, para evitar vazamentos. Ainda foi incentivado, a partir de banco de sementes, o cultivo de palma forrageira e gliricídia, mais resistentes à seca, para atender às criações de gado do perímetro em períodos de racionamento.

Outros perímetros
A partir do monitoramento periódico feito oficialmente pela Semac, em cooperação técnica com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), e com a medição feita pelos técnicos de campo, a Coderse acompanha o nível das barragens em cinco, dos seus seis perímetros de irrigação. “Além das barragens Jabiberi e perímetro Piauí, as outras três barragens estão com o nível normal, com a expectativa de que a partir de junho, como é de costume, cheguem à capacidade total e vertam”, completou o diretor Júlio Leite.

Laticínio que processa leite da irrigação pública recebe registro estadual no último dia de Sealba Show

Perímetro Jabiberi produziu 2.389.493 litros de leite em 2024, 7% a mais que no ano anterior

Foto: Fernando Augusto / Ascom Coderse

Para incentivar a produção de leite a partir da irrigação pública, o Governo do Estado fez a entrega oficial de mais um registro do Serviço de Inspeção Estadual (SIE), neste sábado, 8, último dia da Sealba Show 2025, feira do agronegócio que acontece, desde o dia 5, em Itabaiana, no agreste sergipano. 

O governador Fábio Mitidieri e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, entregaram o documento que autoriza a operação do laticínio que absorve o leite produzido pelos 76 produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, mantido pelo Governo do Sergipe, em Tobias Barreto, no centro-sul do estado.

“A certificação pelo SIE é uma conquista significativa para as empresas do setor de produtos de origem animal em Sergipe. Com isso as empresas não apenas garantem a segurança alimentar dos consumidores, mas também fortalecem a credibilidade do setor como um todo”, destacou o secretário de de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Zeca da Silva.

No Jabiberi, a vocação é pela pecuária. Os irrigantes usam a irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Seagri, para cultivar pastagens e outros materiais forrageiros que servem de ração às vacas leiteiras. O perímetro público de irrigação, em 2024,  produziu 2.389.493 litros de leite, o que corresponde a 7% a mais do que no ano anterior. No total, esses produtores geraram R$ 249 milhões em renda a partir da comercialização desta produção junto aos laticínios. 

Diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral confia que com o maior comprador desse leite registrado, a produção do perímetro ganhe um maior valor agregado, prevendo também um aumento de demanda.

“Não é só a irrigação para produzir o alimento das vacas de leite, mas no Jabiberi a gente fornece água para o gado beber, tão importante quanto. Basta dizer que a dessedentação animal é o principal motivador para o Governo do Estado estar construindo a ‘Adutora do Leite’, no alto sertão, onde está a maior bacia leiteira de Sergipe. A Coderse também fornece assistência técnica agrícola e isso se torna essencial para a produção da ração animal em Tobias Barreto, que faz parte da parte semiárida do estado”, considerou Paulo Sobral.

Indústria de laticínios
O Laticínio Serra do Canine tem capacidade operacional para processar seis mil litros de leite por dia, para produzir os queijos parmesão, meia cura, mussarela, coalho, coalho pré-cozido e a manteiga. Com o registro do SIE, esses produtos terão autorização do poder público para a venda em estabelecimentos comerciais. Para o proprietário, José Wilson Teixeira, os produtores irrigantes são também beneficiados por ter seu leite certificado por este serviço de inspeção.

“Alem disso, já há algum tempo os produtores vêm sendo acompanhados pelo veterinário, da própria indústria. Melhorou em muita coisa, antes a gente não tinha acesso ao supermercado para vender nosso produto e agora não, graças a Deus, com o SIE, em todo o estado de Sergipe a gente pode vender o produto, tranquilo”, comemora José Wilson.

O proprietário do Serra do Canine também relata a vantagem do laticínio operar dentro do Jabiberi. “A produção do perímetro irrigado é constante. Mesmo no tempo da época da seca, ela ajuda muito. Se você depender só da área de sequeiro, vai ter tempo que a fábrica pode parar. E no perímetro tem leite durante 365 dias ao ano. Maior garantia de tudo”, comemorou.

Serviço de Inspeção Estadual
O Serviço de Inspeção Estadual (SIE) é um setor da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) que executa serviços de inspeção de produtos de origem animal, com a finalidade de oferecer ao consumidor final um alimento com garantia de qualidade, além de permitir a comercialização destes produtos entre os diversos municípios Sergipanos. 

A empresa fiscaliza a atividade de inspeção em estabelecimentos de carnes, pescados, ovos, leite, produtos de abelhas e seus derivados, de armazenagem e de produtos não comestíveis. Realiza vistorias técnicas e emite laudos. Analisa projetos para construção de estabelecimentos e, em conjunto com outras instituições, realiza fiscalizações ao comércio varejista e atacadista de produtos de origem animal.

Ações da Coderse beneficiaram mais de 90 mil sergipanos do campo em 2024

Administrados pela empresa, Ceasa Aracaju e perímetros irrigados geram segurança alimentar e renda no abastecimento das cidades 

Da perfuração à instalação de poços, manutenção de dessalinizadores, doação de equipamentos, até o fornecimento de água para irrigação, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) atendeu mais de 90 mil pessoas com seus serviços e ações neste ano. Além das 122 mil toneladas de produtos agrícolas e os 2,4 milhões de litros de leite produzidos nos seus seis perímetros irrigados em 2024. A tendência é que os atendimentos mais do que dobrem nos próximos anos, com a construção dos 108 km da Adutora do Leite e de 14 novas unidades do Programa Água Doce.

A principal atividade da empresa, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), é a operação e manutenção dos perímetros irrigados. São cinco perímetros agrícolas, em que a produção de hortaliças, frutas e grãos, em 2024, superou em 11% o resultado do ano anterior (110 mil toneladas). Já o perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, tem vocação pecuária e produziu 2.389.493 litros de leite, 7% a mais que no ano anterior. No total, esses irrigantes geraram R$ 249 milhões em renda na comercialização da produção.

A maior produção nos perímetros continua sendo a da batata-doce. Presente nos cinco perímetros agrícolas, foram colhidas cerca de 19 mil toneladas da raiz. Quase empatados na segunda e terceira colocação, estão as produções de milho verde e quiabo, com 6,3 e 6,1 mil toneladas colhidas, respectivamente. Destaque para as altas na produção do maracujá, com 184 toneladas e 162% a mais do que o ano anterior; e o feijão-de-corda, que superou a expectativa para o ano e gerou mais de mil toneladas do alimento, com 35% de aumento em relação a 2023.

Abastecimento

São beneficiadas diariamente 14 mil pessoas, com água bruta para irrigação, fornecida pela Coderse em 1.826 unidades produtivas rurais, em sete municípios sergipanos. As mais de 50 culturas agrícolas exploradas, nos seis perímetros, não poderiam ser cultivadas nas regiões mais secas do estado, ou durante todo o ano, sem poder contar com a irrigação. Abastecimento que gera segurança alimentar para a população e renda no campo, em lugares ou épocas antes improdutivas. 

Marcilio Rezende, do assentamento Mário Lago, em Riachuelo, é atendido com a água do Perímetro Irrigado Jacarecica II. No próximo ano, ele vai abastecer o mercado consumidor, colhendo inhame durante a entressafra da raiz. “Com essa água da Coderse, a gente está plantando agora no verão, para ter uma plantação irrigada diferente. No agreste, só se planta inhame no inverno”, conta. 

Desde maio de 2024, a Coderse passou a administrar a Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju. Segundo o presidente da empresa, Paulo Sobral, a iniciativa partiu de decisão judicial e aumentou a participação do Governo do Estado no processo de escoamento da produção e abastecimento da população.

“Parte considerável da produção irrigada e de sequeiro de Sergipe, o que inclui o que é produzido nos 41 lotes do Platô de Neópolis, também da Coderse, é levada à Ceasa para abastecer a população, através do comércio varejista de muitas cidades. Assumimos a administração e estamos reestruturando a Ceasa, para que essa função seja executada com mais eficiência, realizando reformas, ampliação e implantação de novos serviços. Além disso, vamos adotar mecanismo de tarifação e controle de entrada e saída de produtos, para que a Ceasa também se mantenha autossustentável”, anuncia Paulo Sobral.

Poços tubulares

Elencadas como ações contínuas da Coderse, em 2024 foram perfurados 40 novos poços tubulares profundos. Serviço complementar à perfuração ou adotado para a recuperação dos poços antigos, houve a realização de 54 bombeamentos de limpeza, com teste de vazão no mesmo período. No total, as duas ações atenderam 23,5 mil pessoas, a partir do investimento conjunto de R$ 1.352.580,68 em recursos do Governo do Estado. Realizados em 28 municípios sergipanos, esses trabalhos também contaram com a cooperação das administrações municipais.

Foram instalados 15 novos poços em 2024. No mesmo ano, a Coderse executou 122 ações de manutenção e 32 recuperações em bombas submersas, caixa de força, tubulação, fiação e reservatórios de sistemas de abastecimento de água. Um total de 54 mil pessoas foram atendidas com essas três modalidades de serviços, a partir de um investimento, com recursos próprios, de R$ 233 mil, mais a contrapartida da maioria dos 34 municípios, onde as ações ocorreram.

Água Doce

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação realizada em parceria com o Governo Federal, através do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), para implantação de sistemas de dessalinização, a partir de poços. Em Sergipe. Hoje são 29 unidades em funcionamento, beneficiando 6 mil pessoas do semiárido sergipano com a produção de 17.400 litros de água potável por dia.

É a Seagri que coordena o programa em Sergipe e tem as suas empresas vinculadas como executoras. Através da Coderse, em 2024 houve o monitoramento e manutenção desses 29 sistemas localizados em nove municípios do semiárido sergipano, aplicando R$ 70 mil em recursos do PAD.

Em 2024 também foram iniciadas as obras de construção de três novas unidades do PAD. Atualmente, em 85% da sua execução, irão atender aproximadamente 500 famílias em Porto da Folha, Carira e Poço Verde, a partir do investimento de R$ 1.093.799,63, via Coderse. 

Foi em Sergipe que ocorreu, no último mês de novembro, o IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce, com participação dos 10 estados integrantes do PAD. Entre os compromissos assumidos pelo MIDR no evento, R$ 9 milhões foram destinados para o Governo do Estado implantar 11 novos sistemas de dessalinização em Sergipe, a partir de 2025.

Equipamentos

Ainda em 2024, a Coderse iniciou a aquisição para doação de equipamentos que desenvolvem atividades produtivas no interior de Sergipe. A Associação dos Pequenos Produtores e Trabalhadores das Pedreiras (Aspeed), de Tomar do Geru, recebeu um compressor de ar sobre rodas, fruto de emenda parlamentar do então deputado estadual Jorginho Araújo, no valor de R$ 317.333,33. Foram beneficiadas cerca de 250 famílias dos trabalhadores, que passarão a perfurar as rochas de granito em cinco minutos por metro, serviço que levava mais de três horas, sem o novo equipamento.

Adutora do Leite

A Coderse licitou, em 2024, e está fiscalizando os trabalhos da empresa de engenharia, que vai entregar os estudos e projetos para a construção da Adutora do Leite. São previstos 108 km de adutora, desde a captação, em Canindé de São Francisco, até Nossa Senhora da Glória, a partir de um investimento total de R$ 250 milhões.

“Para o próximo ano, está prevista a entrega do projeto para realização da obra, a partir de quando poderemos licitar a construção. Estamos montando esse plano de ação a quatro mãos, Governo e empresa de engenharia, mas também estamos recebendo, em Aracaju, e visitando a população que será assistida pela obra. Para que eles também opinem nas decisões”, reforçou o presidente Paulo Sobral.

A Adutora do Leite fornecerá água bruta para aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos. A região é uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste e a dessedentação animal é uma reivindicação antiga dos produtores. A expectativa é que a produção leiteira dos cinco municípios dobre, quando a adutora passar a fornecer água, a partir de reservatórios e pontos de abastecimento na área rural.

Ações da Seagri contribuem para qualidade do leite e derivados produzidos na irrigação do Jabiberi

Vacinação contra Brucelose mantém saúde do rebanho leiteiro. Boas Práticas de Fabricação dos derivados do leite zela qualidade. O próximo passo é implantar boas práticas na ordenha do leite em lotes irrigados

Ações da Seagri contribuem para qualidade do leite e derivados produzidos na irrigação do Jabiberi // Foto: Ascom /Coderse

Palestra sobre ‘Boas Práticas de Fabricação’ foi ministrada aos funcionários do laticínio que funciona no Perímetro Irrigado Jabiberi, mantido pelo Governo do Estado em Tobias Barreto, centro sul sergipano. A atividade aconteceu nesta quarta-feira, 06. Entre os meses de setembro a novembro, veterinários da Emdagro foram ao Jabiberi fazer vacinação contra Brucelose, contribuindo com a qualidade do leite produzido com a irrigação pública.

São ações possíveis a partir da cooperação entre as vinculadas Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que disponibiliza sua equipe de técnicos médicos veterinários e da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que administra o perímetro Jabiberi. Neste, a maioria dos 76 lotes produtivos são voltados à criação de gado leiteiro, alimentado pelo material forrageiro irrigado. 

A palestra, na quarta, foi proferida pela médica veterinária da Coordenadoria de Veterinária da Emdagro, Izildinha Dantas. Ela abordou os principais aspectos da prevenção e proteção dos produtos alimentícios à contaminantes. Proporcionando o consumo seguro dos alimentos pela população. “As ‘Boas Práticas de Fabricação’, que são os cuidados para evitar a contaminação com bactérias, vírus, fungos, por químicos ou física. Passa pela  limpeza e higienização, não só dos equipamentos e materiais de fabricação, mas do vestuário, equipamentos de proteção individual (EPIs) e higiene pessoal do funcionário”,  destacou a veterinária.  

Gionária Goes trabalha na limpeza do laticínio. Ela diz que já tem alguma experiência em boas práticas, trabalhou muitos anos em cozinha industrial  e até chama a atenção dos colegas para a importância de evitar a contaminação do ambiente. ”Acho que aprendi mais com as dicas que ela deu. Tem coisas que as pessoas têm dúvidas ou acham que é besteira fazer. Eu achei interessante, muitas coisas novas. Às vezes até já vimos, mas pode ter esquecido e é muito importante dar continuidade a tudo que a gente viu”. 

Gerente do  perímetro Jabiberi, José Reis Coelho, explica que será uma série de palestras, com as ‘boas práticas’ no laticínio e depois as ‘boas práticas’ na ordenha do leite. “E o que que a gente ganha, é um leite de qualidade, que vai melhorar o preço do produto para o produtor. Melhora a qualidade do queijo, com leite de qualidade.  Com essa palestra de boas práticas, vai melhorar também a qualidade do leite dentro do laticínio e o consumidor final vai ganhar um produto também de mais qualidade”, pontuou.

“Envolve todos os procedimentos que são utilizados, desde a entrada do leite no laticínio, passando pela parte de embalagem, até o envio para o consumidor. Os, EPIs são o fardamento completo, com touca. A máscara e luvas são utilizadas na etapa de embalagem do produto”, reforçou a veterinária Izildinha Dantas.

Vacinação Contra brucelose

A brucelose é uma doença contagiosa que pode afetar, tanto o leite, quanto a saúde humana. Por este motivo, a gerência do Jabiberi teve a iniciativa de orientar os pequenos produtores atendidos para a importância da vacinação. Inclusive, fazendo a mobilização para  que, em grupo, eles consigam adquirir as vacinas por um preço menor. Ao mesmo tempo em que buscou na Emdagro, o médico veterinário para vacinar. 

“Estamos em cerca de 1.200 cabeças de gado vacinadas e todas produzem leite no Jabiberi, para o laticínio no próprio perímetro. O resultado disso são gados mais saudáveis, que produzem um leite saudável, que produz um queijo também saudável. Tudo isso para consumo humano, para que não haja perigo de contaminação do gado pela Brucelose. Com o gado vacinado estão livres dessa probabilidade de ter essa doença”, complementou José Coelho.

Também veterinário da Emdagro, Nei Pires Ferreira Junior esteve em mais de uma ocasião fazendo a vacinação dos rebanhos contra a Brucelose. “Estamos utilizando a cepa RB51, que é utilizada em fêmeas de três meses ao animal adulto. A vida útil dela coloca-se ao redor de 6 anos. Então, praticamente toda a vida útil do animal é trabalhada na utilização dessa cepa e o custo benefício dela fica superior à anteriormente praticada”, argumentou. 

Acrisio de Jesus Nascimento,  produtor irrigante do Jabiberi, considera a Coderse como parceira. Fornecendo água de beber e irrigação, trabalhando a saúde dos animais e até aconselhando métodos alternativos da nutrição do rebanho.  “A gente aprendeu mais tecnologia, inserimos o sorgo e foi tão bom que agora estamos procurando outro local pra comprar, porque aqui não estamos achando mais. A Coderse está nessa parceria conosco, e juntos a gente chega lá, né?”, relatou o micro-pecuarista que tem um rebanho de 40 animais, retirando uma média de 330 litros de leite por dia.

Nei Pires Ferreira Júnior também alerta da importância da vacina ser aplicada por um veterinário. “Essa vacina é uma vacina viva, então ela tem um potencial contaminante alto. Pela legislação a utilização dela ,a nível de campo, deve ser usada por médico veterinário treinado para que justamente essa possível contaminação não venha a alargar o quadro de Brucelose Humana, pelo efeito da utilização dela no rebanho, ou seja, por contaminação no trabalho com a dita vacina”, concluiu.

Secretaria de Agricultura e empresas vinculadas consolidam ações nesse dia de governo itinerante em Tobias Barreto 

Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) levaram até a população do centro-sul sergipano serviços e benefícios voltados aos agricultores
Foto: Fernando Augusto

A 15ª edição do ‘Sergipe é aqui’, realizada pelo Governo do Estado no município de Tobias Barreto nesta sexta-feira, 17, mais uma vez contou com as ações da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Ambas vinculadas à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), as empresas levaram até a população do centro-sul sergipano serviços e benefícios voltados aos agricultores. Os atendimentos à população foram  realizados no estande da Agricultura, próximo ao Colégio Estadual Abelardo Barreto do Rosário.

A Coderse ofertou uma série de serviços e ações extensa em Tobias Barreto durante a 15ª edição do ‘Sergipe é aqui’. A Coderse é executora de ações de infraestrutura hídrica em poços das unidades de abastecimento de água dessalinizada do programa ‘Água Doce’, instalados e em funcionamento nos povoados Macacos, Saquinho, Borda da Mata e Candeias. A Coderse também é responsável pela administração do Perímetro Irrigado Jabiberi, fornecendo água para produção de alimento para o gado leiteiro. De janeiro a outubro, foram produzidos quase 1,9 milhão de litros de leite no Jabiberi.

Fonte: Notícias do Governo de Sergipe

Governo de Sergipe intensifica ações para garantir segurança das barragens sergipanas

Acompanhamento é feito por meio de monitoramento, fiscalização e operações preventivas

Governo de Sergipe intensifica ações para garantir segurança das barragens sergipanas – Barragem Jabiberi / Foto: Arquivo/ Semac

Toda vez que há uma alta precipitação pluviométrica, os reservatórios tendem a acumular um grande quantitativo de água. Quando estes alcançam sua capacidade máxima, há a possibilidade do processo de vertimento, que se dá quando o excesso de água acumulado é extravasado pela barragem. Esse processo é algo normal, realizado com a finalidade de conduzir a água de forma segura por meio de uma barreira, servindo como sistema de escape. O acompanhamento desse procedimento faz parte das ações desenvolvidas pelo Governo de Sergipe, no intuito de garantir a segurança das barragens e da população localizada às margens. Essas ações envolvem o monitoramento, como também a fiscalização, além de operações preventivas, seja no período de altas pluviométricas ou de estiagem.

Sergipe conta atualmente com os seguintes reservatórios: Três Barras, de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), localizado no município de Graccho Cardoso; Sindicalista Jaime Umbelino de Souza, conhecido como Poxim, de responsabilidade da Deso, localizado no município de São Cristóvão; Governador João Alves Filho, localizado nos municípios de Campo do Brito e Itabaiana; Governador Dionísio Machado, de responsabilidade da Coderse, localizado no município de Lagarto; Jabiberi, de responsabilidade da Coderse, localizado em Tobias Barreto;  Jacarecica I, localizado no município de Itabaiana; Jacarecica II, de responsabilidade da Coderse, situado nos municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo.

Na maior parte destes reservatórios, a água armazenada se destina ao atendimento das demandas do abastecimento público e de perímetros públicos irrigados. A gestão desses reservatórios é de responsabilidade dos empreendedores, o que significa que eles angariaram recursos para a construção dessas estruturas, como também é responsabilidade a operação, dados e segurança das barragens que estão nesses reservatórios.

Monitoramento
Já a Secretaria do Meio Ambiente e ações Climáticas (Semac) atua como órgão gestor dos recursos hídricos no estado, monitorando os recursos acumulados em reservatórios (lagos, lagoas, açudes), como também aqueles que estão em rios e poços. Desde 2018, a secretaria, por meio da Diretoria de Recursos Hídricos, em parceria com a Agência Nacional de águas e Saneamento Básico (ANA), tem conduzido o monitoramento do nível e do volume d’água dos reservatórios de Sergipe. A atividade é de extrema importância para a gestão de recursos hídricos, visto que permite a tomada de decisões relacionada aos aspectos da segurança das barragens e da segurança hídrica, por meio do estabelecimento de quatro estágios: normal, atenção, alerta e emergência.

O monitoramento se dá a partir da leitura diária do nível de água nas réguas (chamadas de estações limnimétricas) instaladas nos reservatórios, realizados por observatórios locais.  Os observadores inserem os valores lidos no sistema de Gerenciamento de Dados Hidrológicos (GDH), da ANA. No momento, está em fase de transição para um novo sistema, o HidroOberva, por meio do qual será possível inserir as leituras do nível d’água, a partir dos aparelhos celulares dos próprios observadores. Posteriormente, na Semac, as leituras desses níveis  inseridas no sistema são transformadas em volume, através das chamadas curvas “cotax área x volume” dos reservatórios. As informações resultantes são publicadas semanalmente no Boletim de Monitoramento do Volume dos Reservatórios.

De acordo com a engenheira civil da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Ana Paula Ávila Barbosa, a depender do estágio em que os reservatórios se encontram, os gestores poderão realizar ações específicas, tais como a diminuição do período diário de irrigação, suspensão temporária das outorgas de diário de uso de recursos hídricos destinados a usos não prioritários e racionamento da água para consumo humano. “A importância desse monitoramento é fundamental para o gestor público conhecer a quantidade de água que está acumulada. Então, esse monitoramento tem o aspecto para a segurança hídrica, no que diz respeito ao volume de água acumulada para o gestor tomar as decisões com mais precisão e segurança. A grande maioria dessas barragens serve tanto para irrigação como também para abastecimento humano. É interessante, por exemplo, havendo a possibilidade de período prologado de seca, para a adoção de algumas ações previamente, antes que o período se instale”, explicou a engenheira. 

Outra ação regular é relacionada à análise de dados, que envolve o monitoramento constante das informações coletadas nas barragens, como níveis de água, pressão, temperatura, entre outros parâmetros relevantes, para identificar possíveis anomalias.

Segurança
Além disso, o acompanhamento e fiscalização das barragens são medidas fundamentais para garantir a segurança dessas estruturas. Isso envolve a adoção de diversas ações por parte do Governo de Sergipe, como as inspeções regulares, realizadas periodicamente nas barragens para identificar possíveis problemas estruturais, erosões, infiltrações, desgastes, entre outros.

Para melhor coordenar essas ações, o Governo de Sergipe instituiu por meio do decreto nº 298 de 28 de abril de 2023, o Grupo de Trabalho para Estudos de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água. O GT é constituído por especialistas das secretarias de Estado do Meio Ambiente (Semac), Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Sedurbi), da Superintendência Estadual de Proteção e Defesa Civil (Supdec), e das companhias de Saneamento de Sergipe (Deso) e de Desenvolvimento Regional (Coderse). O objetivo é promover a segurança das barragens existentes; e incrementar a articulação entre o órgão fiscalizador do Estado, o órgão estadual de Proteção e Defesa Civil e os empreendedores, para o desenvolvimento das ações da Política Nacional de Segurança de Barragens.

O grupo está sob a coordenação da Semac e da Sedubi. Com isso, rotineiramente é realizada uma série de reuniões para discutir uma agenda de visitas e medidas a serem adotadas. O intuito é estabelecer um Plano de Segurança de Barragens, com diretrizes e medidas para prevenir riscos e garantir a eficiência operacional, além de padronizar protocolo para situações de emergência.

De acordo com o geólogo da Semac, João Carlos Santos da Rocha, os órgãos estão trabalhando para padronizar as ações para que todos atuem de forma conjunta para promover a segurança dessas barragens. “A ideia é que cada empreendedor, a cada seis meses, ao menos, visite a barragem para fazer um Relatório de Inspeção de Segurança Regular, para garantir que ela está funcionando de acordo, e não tenha nenhum problema que possa prejudicar a segurança dessas estruturas”, declarou João Carlos.

Dessa forma, o Governo do Estado tem trabalhado com objetivo de estabelecer a implementação de ações de manutenção regular e preventiva, visando mitigar riscos e garantir a integridade das barragens. “Em períodos em que estamos passando com altas precipitações, quase todas as barragens estão vertendo. Então, a preocupação é que ela tem que ter uma quantidade de água que esteja passando pelo vertedor foi dimensionado pelo projeto. A gente costuma dizer que a barragem é uma obra viva, com o tempo, ela vai sofrendo muitas alterações e a gente tem que acompanhar essa estrutura, que é de responsabilidade dos empreendedores. Então eles têm que garantir a segurança dessas obras. A Semac fiscaliza para verificar se esses empreendedores estão cuidando dando bem dessas barragens”, frisou o geólogo.

João Carlos tranquiliza ainda a população em relação a qualquer risco de rompimento das barragens, destacando que elas estão sendo monitoradas regularmente e em plenas condições de segurança. “Não há risco. Por isso que a gente trabalha fazendo esse acompanhamento rotineiro, no intuito de garantir essa segurança. Esse monitoramento é muito importante porque as barragens estão muito próximas de núcleos habitacionais. Então esse cuidado é fundamental porque, além de ser uma obra em que que foram investidos milhões na estrutura, ela atende à população e perímetro irrigado. Então, essas ações envolvem dois aspectos importantes: a segurança hídrica e da estrutura da barragem”, pontuou o geólogo da Semac.

Fonte: Notícias do Governo

Governo do Estado instala modernas estações meteorológicas em perímetros irrigados

Com dados climáticos agricultor sabe quando plantar, irrigar e tomar contramedidas para evitar perda de lavoura
Instalação da estação tele pluviométrica no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé [foto: arquivo pessoal / Coderse]

Quatro estações tele-pluviométricas automatizadas foram instaladas para contribuir com a atividade agropecuária intensiva praticada nos perímetros irrigados do governo do Estado. Os equipamentos informam a quantidade de chuva, umidade, temperatura, vento, pressão, radiação solar e evaporação; essenciais para determinar quando e o quanto de irrigação deve ser usado na plantação. As informações serão divulgadas e compartilhadas, em tempo real, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac).

Ao todo, a Semac instalou seis estações, hoje em fase de calibração e interligação com o seu Centro de Meteorologia. Nos municípios de Canindé de São Francisco, Itabaiana, Lagarto e Tobias Barreto, as estações estão nos escritórios da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Outros dois grupos de equipamentos foram instalados pela Semac nos municípios de Estância e Gararu.

“São estações tele-pluviométricas de primeira ordem, automáticas. Elas processam, coletam e transmitem os dados via satélite para a nossa plataforma. Daí nós recepcionamos e conduzimos as análises climáticas, com a finalidade também da previsão. As informações oriundas deste monitoramento são voltadas, especialmente, para o setor agrometeorológico, bem como para a gestão dos recursos hídricos, visto que elas contribuem para a estimativa de quanto que as bacias daquela região receberam de chuva”, destacou o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Semac, Overland Amaral, que coordena a implantação das estações automáticas.

Medidas fitossanitárias
O produtor agrícola Ozeias Bezerra cultiva frutas e hortaliças, como pera, uva e brócolis, no perímetro irrigado Califórnia, administrado pela Coderse, em Canindé. Para ele, as informações meteorológicas são importantes quando a cultura agrícola pode ser prejudicada por excesso de chuvas, na fase de maturação, colheita e favorece a ocorrência de doenças fúngicas. O que força o agricultor a tomar medidas fitossanitárias. “A meteorologia ajuda muito, principalmente na cultura do melão, que estou plantando. Precisa sempre ver o clima”, argumentou o irrigante.

Estações analógicas
O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral avalia positivamente a parceria com a Semac, que segundo ele, vem quando se faz necessária a modernização da estrutura agrometeorológica dos perímetros. “Temos estações meteorológicas analógicas na maioria dos nossos escritórios, onde é necessário um funcionário fazer a leitura diária dos instrumentos, fazer relatórios e enviar para a nossa sede e para Semac. Esse procedimento dificulta o envio das informações em tempo hábil para o agricultor e outros setores da sociedade que precisam. Ficamos gratos, pela maioria das novas estações estarem nos nossos escritórios e pela confiança depositada na nossa empresa”, ressaltou.

Contudo, Overland Amaral não diminui a importância das antigas estações meteorológicas dos perímetros da Coderse, após a instalação das tele-pluviométricas. “Elas têm utilidade no sentido de aferir as automáticas. Sendo que as analógicas precisam de observador, para registrar, fazer planilha. Já as automáticas registram a variável (chuva, insolação, vento, pressão, radiação, umidade) e passam diretamente para o nosso sistema”, explicou o meteorologista.

Compartilhamento de dados
A forma como as novas estações foram geograficamente posicionadas beneficiou todos os seis perímetros irrigados do Governo do Estado, especialmente a instalada no Jacarecica I, em Itabaiana, que colhe os dados climáticos que influenciam os perímetros vizinhos Poção da Ribeira e Jacarecica II. Segundo o diretor de Recursos Hídricos da Semac, Ailton Rocha, o sistema deverá ser espelhado, para que a Coderse também receba os dados. “Isso sendo automático, não fica dependendo da nossa interlocução. Hoje nós precisamos de informações imediatas, porque as mudanças e a dinâmica climática são muito intensas. Você precisa ter aquilo a tempo e na hora, de forma online e rápida”, finalizou Ailton.

[vídeo] Sergipe Rural mostrou que barragens cheias trazem produção certa para irrigação pública

As chuvas de dezembro de 2022, foram suficientes para completar o nível dos cinco reservatórios que atendem os perímetros irrigados da Cohidro. As barragens cheias, conforme informou a reportagem do programa Sergipe Rural da Aperipê TV, dão garantias de um verão com disponibilidade de água para os agricultores irrigantes produzirem. Sem riscos de desabastecimento.

Colabora com esta situação tranquila, o desassoreamento feito na barragem do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, o que tem mais demanda por uso da água para a finalidade de abastecimento humano. Com a limpeza feita no leito do reservatório, houve um aumento na capacidade de acúmulo da água.

Última atualização: 26 de janeiro de 2023 19:24.

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