Quarta colheita de uvas em perímetro irrigado consolida cultura no Sertão

Cohidro e Embrapa promoverão Dia de Campo para disseminar técnicas e vantagens do cultivo da uva na região
Foto: Arquivo Pessoal

Mais uma colheita de uva teve início no Perímetro Irrigado Califórnia, nos campos experimentais implantados pelo convênio de transferência de tecnologia entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Até o final de abril, de Canindé de São Francisco partem as doces e enrubrescidas uvas para as feiras e mercados localizados na extensão que vai do Alto Sertão ao Agreste Sergipano. A cooperativa de produtores busca o aumento do número de viticultores, tornando viável a produção de polpas e sucos.

Para disseminar técnicas e vantagens do cultivo da uva na região, a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes conta que realizará um Dia de Campo com Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), para definir a data. “Para os produtores, a cultura traz a possibilidade de industrializarem os frutos; para a economia do perímetro irrigado e da cidade, a possibilidade de ter uma produção agrícola especializada, de alto valor agregado e que foge dos produtos de ciclos curtos e de baixa rentabilidade, como o quiabo. Além da uva, queremos que o dia de campo trate da produção de pera, que temos aqui em outro campo experimental da Embrapa, já produzindo”, explica.

O irrigante Levi Alves Ribeiro, mais conhecido como Sidrack, é um dos produtores que abrigam em seu lote as videiras experimentais do convênio com a Embrapa, partindo para a sua quarta colheita comercial. Para ter o produto disponível à venda por mais tempo, ele adota o manejo da poda escalonada. É a poda da planta, seguido do uso de insumos adequados para aumentar a sua vitalidade, impulsionando a produção dos cachos. Se esse processo for feito em uma parte do parreiral por semana, de maneira escalonada, a colheita seguirá o mesmo cronograma, oferecendo frutos que amadurecem em períodos diferentes.

Ele se empolga com a possibilidade de o dia de campo angariar mais produtores dispostos a investir na uva. “Precisamos sempre dessa parceria com a Cohidro, para que possamos, em um futuro próximo, ter a capacidade de produzir nossas polpas de frutas, sucos, etc, agregando maior valor à produção”, disse Levi. Atualmente ele também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), por onde seria beneficiada e escoada a produção.

Sidrack e José Leidison dos Santos, outro produtor com campo experimental de uva no Califórnia, têm plantadas as variedades Isabel e BRS Violeta, próprias para sucos e vinhos. Mas em outubro de 2018, eles participaram de uma prática de campo da Embrapa sobre enxertia e produziram mudas da uva de mesa BRS Vitória, para ampliar a multiplicidade de frutas no parreiral. Além deles, o produtor Ozeias Beserra adotou um campo de peras no perímetro da Cohidro; e há mais um registro no perímetro irrigado federal Jacaré-Curituba.

Eles receberam todo o material para a construção dos campos, os sistemas de irrigação por gotejamento, as mudas, os insumos apropriados para o desenvolvimento das plantas e a assistência técnica da Embrapa durante dois anos – tempo de duração do convênio. A partir disso, a orientação aos agricultores está sendo dada pelos técnicos da Cohidro, que acompanharam todas as práticas e visitas ao pólo da Embrapa em Petrolina.

Campo experimental de peras dá seus primeiros frutos em Canindé

Depois de 13 meses desde que as mudas foram plantadas, surgem os primeiros frutos de pera do campo experimental de meio hectare introduzido no lote do irrigante Ozeias Beserra, no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Esta e mais três unidades de produção de uva foram viabilizadas no município pelo convênio de transferência de tecnologia com a Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE). Além de fornecer mudas, estacas, arames, sistema de irrigação e fertirrigação por gotejo, defensivos e fertilizantes, a empresa federal dá assistência técnica por dois anos aos produtores agrícolas.

A Cohidro fornece a água de irrigação durante todo ciclo produtivo da planta, escolhe os seus produtores irrigantes mais adaptáveis à receber estas novas tecnologias de plantio, já acompanha e vai continuar dando assistência técnica com as sua equipe de técnicos agrícolas de forma integral, quando o período da parceria com a Embrapa acabar.

 

Convênio com a Embrapa introduz pera no perímetro da Cohidro em Canindé

O plantio envolveu a participação dos técnicos da Embrapa e Cohidro, além dos estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, estagiando no Perímetro Irrigado Califórnia (Foto acervo Califórnia/Cohidro)

Ontem e hoje, 1 e 2, no Perímetro Irrigado Califórnia teve início o primeiro plantio de mudas de pera em Canindé do São Francisco. A novidade se deu a partir do convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) Semiárido, que antes já trouxe mudas de Petrolina-PE e introduziu outros dois campos experimentais de uva. São variedades dos frutos melhorados e adaptados ao clima do sertão nordestino, a partir da fertirrigação por gotejo, que leva nutrientes e influi nas fases da planta, favorecendo a produção mesmo longe do seu habitat natural de clima temperado.

O técnico agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina, foi quem trouxe e orientou o pessoal de campo do Califórnia deste novo campo de pera, no lote 4 NE-20, no setor 5 do perímetro, do irrigante Ozeas Beserra. Acompanhou tudo de perto o técnico da Cohidro Roberto Ramos (Beto), que ficará responsável pelo manejo da pera, orientar o produtor, demais técnicos e estagiários, quando não estiverem presentes os técnicos ou engenheiros agrônomos da Embrapa em Canindé.

No convênio, a Embrapa presta assistência técnica ao agricultor beneficiado e fornece os insumos necessários à adubação e manutenção das plantas pelo período de dois anos. No início, também incluí o fornecimento de estacas, sistemas de irrigação e as próprias mudas, vindas de viveiros do Sul do País. Em todos os três campos experimentais da Embrapa no perímetro da Cohidro em Canindé, o produtor só está, por enquanto contribuindo com a própria mão de obra, ou arcando o custo na contratação de terceiros.

Última atualização: 26 de outubro de 2020 10:53.

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