Participantes do Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos elogiam atuação do Estado

Os visitantes destacam sistema de dessalinização da água para abastecimento humano nas comunidades rurais
Foto: Fernando Augusto – Ascom

O Governo do Estado está presente no XXV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que acontece até o dia 24 de novembro no Centro de Convenções AM Malls, em Aracaju. Uma das principais participações se dá durante a Expohidro, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), em exposição por meio da qual são demonstradas as ações no desenvolvimento de recursos hídricos e irrigação pública em Sergipe, incluindo a atuação no programa Água Doce.

No local, foi possível conhecer mais sobre o tema, mostrado na Expohidro pela maquete de uma das 29 unidades de produção de água dessalinizada, existentes no estado. Uma amostra de produtos agrícolas produzidos nos perímetros irrigados estaduais, administrados pela Coderse, informações sobre o uso da água de irrigação para a produção de alimentos o ano todo, geração de renda e incentivo da agricultura familiar, bem como sobre o trabalho realizado pela companhia, na implantação de sistemas de abastecimento, a partir da adução da água subterrânea, entre  outros aspectos disponibilizados durante o evento.

O geógrafo da gerência de geoprocessamento da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Roberto Souza Borges, que participa do 25º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, demonstrou satisfação em visitar o estande da Coderse. “Achei interessantíssimo o projeto de dessalinização de água com a técnica de osmose reversa, porque eu acho que é a solução para levar o saneamento básico para as comunidades isoladas. A gente não pode dar a mesma solução que dá às grandes cidades para as pequenas comunidades. Eu acho que cada uma tem a sua vocação, a sua necessidade, e a gente tem que atender às necessidades de cada um com as tecnologias adequadas para cada área e cada lugar. Esse projeto é fantástico”, destacou, chamando atenção para a articulação do projeto com instituições dos governo federal, estadual e municipal.

O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, reforçou a importância do espaço aberto pelo Governo do Estado para os seus entes públicos durante o evento. “A Coderse, sendo responsável por executar políticas públicas de desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos, principalmente na área rural do nosso estado, não poderia deixar de mostrar suas ações aos visitantes do evento, um portfólio de atuação que está sendo muito bem avaliado pelas pessoas do Brasil e exterior que frequentaram nosso estande”, pontuou Paulo Sobral.

A estudante Maria Heloisa dos Santos Santana, aluna do Ensino Médio do Colégio Estadual Murilo Braga, de Itabaiana, visitou o evento e ficou encantada com o que viu. “Achei muito interessante conhecer como a água é reproduzida até chegar em nossas casas, e a forma como foi apresentada na maquete ficou muito mais fácil pra gente entender”, destacou a jovem, que visitou o estande acompanhada de outros colegas da escola.

O diretor técnico de mineração e Recursos Hídricos da empresa mato-grossense Metamat, Francisco Holandino, chamou atenção para a solução apresentada pelo Governo de Sergipe de dessalinizador para a comunidade de forma integrada com ação produtiva e de água para consumo humano. “Eu acho que dessa forma podemos trazer a viabilidade dos dessalinizadores, para realmente trazer soluções, principalmente para a região Nordeste, onde há um alto índice de poços com salinidade elevada. No Mato Grosso, temos esse mesmo problema de salinidade elevada também, e ficamos muito presos à questão da viabilidade técnica e econômica dos processos de tratamento dessa água”, considerou.

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Oferta de feijão-de-corda nos perímetros irrigados estaduais aumentou 41% nos nove primeiros meses de 2023

Irrigação pública traz competitividade ao produtor dos perímetros; feijoeiro dá grãos e é adubo de fixação de nitrogênio
Clovis Severino vende o feijão, cultivado com a irrigação da Coderse, para Bahia e Alagoas / Foto: Fernando Augusto – Ascom Coderse

De janeiro a setembro de 2023, a produção de feijão-de-corda nos perímetros irrigados do Governo do Estado alcançou as 805 toneladas, o que corresponde a um crescimento de 41% em relação ao mesmo período do ano anterior (570 toneladas). O aumento foi ainda mais significativo quando comparados os valores das produções; enquanto nos nove primeiros meses de 2022 foram aplicados R$ 1,6 milhões em investimentos, no mesmo período de 2023 esse número saltou para R$ 2,8 milhões, refletindo um crescimento de aproximadamente 71%. A alta foi impulsionada pelas produções dos perímetros Califórnia (714 toneladas), em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, e Piauí (36 toneladas), em Lagarto, no centro-sul do estado.

No mês de março, a produção na propriedade do agricultor Helenilson Santos já indicava que o ano seria promissor. Atendido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), ele usa da irrigação do perímetro Piauí no verão, e no inverno chuvoso planta em área sem irrigação. O produtor ainda utiliza os pés de feijão que foram colhidos para adubar a terra nas lavouras seguintes.

“Ao ser misturado ao solo, os restos da cultura agem como adubo orgânico. Eu sempre planto [feijão-de-corda] com o intuito de fazer rotação de cultura, e também porque minha mãe vende na feira. A própria semente sou eu mesmo que produzo. Já deixo reservada e tenho colheita para o ano todo”, conta Helenilson. Em todo perímetro irrigado da Coderse, a área colhida até setembro foi de 12 hectares, e a renda gerada pela comercialização do produto foi de mais de R$ 203 mil.

De acordo com o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, o ciclo produtivo nos perímetros irrigados é contínuo e integrado devido ao fornecimento de irrigação. “É um círculo virtuoso. Os restos culturais servem de adubo, no caso das leguminosas, como o feijão-de-corda, e vão servir de fixação de nitrogênio ao solo para a próxima lavoura, que logo vai ser plantada. Os restos da batata-doce tanto servem de semente, como podem ser utilizados como ração animal. Do mesmo modo que os do milho”, explica.

Competitividade 

Com a água fornecida pela Coderse no semiárido, os produtores do perímetro Califórnia têm preço competitivo para enviarem suas safras para estados vizinhos. Nos nove primeiros meses deste ano, os irrigantes já geraram mais de R$ 2,4 milhões de renda a partir da comercialização do feijão-de-corda. O valor médio do quilo comercializado em Canindé no período foi R$ 3,41, safra que ocupou área total de 119 hectares. O irrigante Clovis Severino conta que, em sua plantação irrigada de 0,33 hectare, começou a colher após dois meses de plantio, e que deve passar cerca de 45 dias catando as vagens. 

“É feijão-de-corda de vagem vermelha. É o preferido do povo aqui de Canindé. Vendo aqui na região, e mando também para Salvador/BA e para Alagoas. Minha esposa vende na feira, minha filha vende na banca e eu mando lá para a feira de Salvador. Graças a Deus, tenho essa via de ajuda”, relatou Clovis Severino.

Segundo o diretor Júlio Leite, o auxílio não se dá somente por meio da irrigação, mas também com apoio da equipe técnica da Coderse, que acompanha o andamento das produções. “Nossos técnicos agrícolas acompanham as lavouras irrigadas dos perímetros. Mensalmente, fazem o levantamento do que está ocupando as áreas das unidades produtivas. Com base na data de plantio e tempo que cada espécie leva para ser colhida, eles contabilizam a produção mensal de cada produto, área colhida, área plantada a ser colhida e o valor da produção, e também com base nos relatos das vendas que esses irrigantes fazem”, complementou.

Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe recupera acesso a lotes de assentamento atendido por Perímetro Irrigado, em Malhador

Durante o ano, empresa realizou serviços coletivos e individuais para favorecer a produção dos lotes irrigados

A estrada de acesso vai facilitar o acesso aos lotes produtivos irrigados do assentamento Marcelo Déda // Foto: Fernando Augusto / Foto : Ascom/ Coderse

Com máquina e investimento próprios, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) acaba de concluir a ampliação da estrada de acesso a 12 lotes produtivos do Assentamento Marcelo Déda, em Malhador. A área é atendida com a irrigação do Perímetro Irrigado Jacarecica II, do Governo de Sergipe, e agora ficou mais fácil dos agricultores se deslocarem da agrovila até as áreas de produção agrícola, transportar insumos, máquinas e escoar a produção.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse administra o Jacarecica II, no fornecimento de água de irrigação e assistência técnica agrícola. Atende 344 lotes produtivos situados nos municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca. Nele, são beneficiadas diretamente 2.965 pessoas que tiram o sustento familiar da atividade agrícola. De Janeiro a setembro, esses lotes produziram 6,2 mil toneladas de alimentos.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite; o coordenador Operacional da Dirir, Roberto Marques; e o gerente do Jacarecica II, Jairson Cardoso, visitaram a etapa de execução da obra. “São só cerca de um quilômetro de estrada, mas pela topografia acidentada e vegetação que cresceu às margens da via, era difícil para o produtor, com veículo ou trator, ir até o lote para realizar o preparo da terra ou plantio, o manejo e a colheita. Tivemos a preocupação de melhorar esse acesso para que os lotes sejam melhor aproveitados a partir nossa irrigação”, destacou o diretor Júlio.

Produtor irrigante do Marcelo Déda, José Roberto disse que a estrada recuperada vai favorecer a produção. Cessando uma dificuldade que o produtor tinha para, principalmente, escoar as safras da irrigação. “Nós agradecemos primeiramente a Deus e na verdade, não tem nem como pagar a Coderse, só tenho a agradecer. Era um sofrimento aqui. Há 4 ou 5 anos nessa vida aqui, carregando caixa na cabeça com maracujá, banana, tudo”, recordou.

“Do mês de julho a outubro, além da estrada do Marcelo Déda, teve a abertura de drenos e a limpeza de lotes e abertura de tanques. Atendendo também aos assentamentos Mário Lago, Santa Maria e Colônia Penha, em Riachuelo”, acrescentou o coordenador operacional Roberto Marques.

Seu Luiz também é irrigante do Marcelo Déda e, da mesma forma, não gosta de lembrar de quando não tinha o acesso ao lote facilitado pela nova estrada. “É rapaz, eu mesmo tenho 4 anos que sofri aqui carregando, já estou com o pescoço torto. Aqui a gente não tinha acesso para trabalhar e é de hoje que a gente luta, corria para um lado, corria para o outro e não conseguia. Hoje, nós temos esse objetivo aqui, Com fé em Deus, vamos andar mais para a frente”.

Tomaticultura na irrigação estadual do sertão cresceu 84% de janeiro a setembro  

Coderse atende 373 lotes em Canindé. Produção irrigada beneficia diretamente quase duas mil pessoas

Produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia tem como vantagem a baixa incidência de pragas. Cultivo do tomate rasteiro, direto no solo, é o mais empregado – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

Cultivado no semiárido de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, a produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia totalizou 294,5 toneladas nos nove primeiros meses de 2023, o que representa um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Os agricultores que cultivam no local têm irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado e, a cada ano, investem mais na produção.

Em 2023, esses irrigantes estão adotando novas tecnologias de irrigação e variedades mais adaptadas ao clima para aumentar a produtividade e valor de mercado. No comparativo, o valor desta colheita é 53,7% maior (R$ 744.128,96), acompanhando a área colhida de 6,65 hectares, que dobrou. Contudo, pela soma das áreas plantadas com o fruto em outubro (15 hectares), a estimativa é que a produção total deste ano se distancie ainda mais do resultado anterior, que chegou a 344,4 toneladas em 2022.

Segundo o técnico agrícola do Califórnia, Flamarion Déda, a equipe do perímetro orienta o cultivo de tomates híbridos pela sua adaptabilidade ao solo, ao clima, tolerância e resistência a pragas e doenças. “São altamente produtivos, com frutos que têm uniformidade, variando entre 180 e 220 gramas, podendo chegar até a 400 gramas por unidade. Os produtores já chegaram a colher 47 toneladas por hectar desse tomate, com uma irrigação por gotejamento, que minimiza o uso da água e diminui a incidência de pragas”, explicou.

Emprego e renda

De Ribeirópolis, Fábio Menezes produz tomate no Califórnia com irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). “A gente decidiu vir aqui para Canindé devido aos custos de produção. Aqui tem água com abundância. Estamos na produção de tomate e também gerando emprego e renda”, contou o produtor.

Produção

Os técnicos agrícolas da Coderse que atendem o perímetro irrigado registraram, de janeiro a setembro de 2022, a colheita de 160,1 toneladas de tomate em uma área de 3,33 hectares e produção que teve o valor estimado em R$ 484.147,20. Já os mesmos resultados registrados neste ano foram 294,5 toneladas (+84%), 6,65 hectares (+100%) e R$ 744.128,96 (+53,7%), respectivamente.

“Investimos na regularidade do serviço de abastecimento de água no perímetro Califórnia, fazendo manutenção, recuperação de bombas, motores e tubulações com a meta de diminuir as interrupções no fornecimento, no menor tempo possível. Também distribuímos mangueiras de irrigação que fazem o produtor consumir menos água, uniformizando a distribuição em todo sistema”, explicou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Mais investimento

Ao investir em novas variedades de tomate, o produtor tem resultados na qualidade e no valor de mercado. Flamarion Déda conta que no lote irrigado do produtor irrigante Genilson Cunha, está sendo experimentada uma variedade que já demonstra suportar as altas temperaturas de Canindé, mantendo uma produtividade de 12 toneladas a cada mil pés plantados.

“Aqui está um híbrido que tem um tempo de prateleira muito bom, o que faz com que os produtores optem por esse tipo de tomate, para ser comercializado sem que haja dano e mantendo a qualidade do fruto com os padrões iniciais”, complementou Flamarion Déda.

Segundo o irrigante Genilson Cunha, a produção tem sido bem-sucedida, pois a irrigação e a assistência técnica da Coderse diminuem custos. “O custo aqui é menor. Tem muita água. Na mão de obra, é mais fácil de cuidar aqui. Não tem pragas”, avalia o produtor, que está colhendo um hectare de tomate.

Coderse leva serviços para agricultores do Perímetro Irrigado Jacarecica II durante ‘Sergipe é aqui’ em Riachuelo

Além de capacitação, capacidade produtiva do perímetro foi exposta à comunidade presente ao Governo Itinerante.
Governador Fábio Mitidieri e diretoria da Coderse entregou mangueiras aos irrigantes – Foto Vieira Neto – Ascom Seagri


Em Riachuelo, nesta sexta-feira, dia 20, ocorreu o primeiro ‘Sergipe é aqui’ em um município beneficiado por um perímetro irrigado do Governo do Estado. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) organizou uma roda de conversa com os agricultores do perímetro Jacarecica II, sobre a ‘irrigação localizada’, fez a entrega de mangueiras de irrigação localizada e ainda teve uma exposição de produtos que são cultivados, por meio desta irrigação pública, durante esta 13ª edição do programa de Governo Itinerante.

“Todos os serviços que tradicionalmente a empresa leva, recebendo as demandas da comunidade para a perfuração, instalação, manutenção de poços comunitários e a exposição do nosso trabalho no Programa Água Doce, por meio de maquete, continuaram na tenda que compartilhados com a Seagri [Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca], a quem somos vinculados, e com as coirmãs Emdagro e Pronese”, informou o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

O diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que foi preparada uma tenda exclusiva para receber os agricultores irrigantes. “Tivemos uma roda de conversa sobre a adoção da irrigação localizada nos lotes produtivos do Perímetro Jacarecica II, com o doutor em Irrigação Luiz Gonzaga Reis, da Coderse, momento em que faremos a entrega de mangueiras específicas para esse sistema e assim, incentivar ainda mais a adesão à tecnologia que economiza água e é mais eficiente, dois pontos essenciais para que todo o perímetro funcione bem”, avaliou.

Uma amostra do que é produzido nos lotes da porção riachuelense do perímetro irrigado foi feita durante o ‘Sergipe é aqui’. “São produtores rurais que convidamos para mostrar o que eles produzem com a irrigação e assistência técnica fornecida pelo Governo do Estado, por meio da Coderse”, acrescentou Júlio Leite. Ao todo, o Jacarecica II atende 344 lotes irrigados, onde quase três mil pessoas são beneficiadas, ao incluir as localidades rurais em que o serviço de irrigação pública chega aos municípios vizinhos de Areia Branca e Malhador.

Rosinete Oliveira é agricultora irrigante do Jacarecica II no Assentamento Colômbia Penha. Ela trouxe para expor no ‘Sergipe é aqui’ a sua produção de cebolinha, coentro, alface, mamão, maracujá, milho verde e batata-doce. Ela considera importante a oportunidade de mostrar aos usuários do ‘Sergipe é aqui’ o que colhe em seu lote irrigado.

“Vocês estão vendo, vão reconhecer o trabalho que a gente tem na roça”, enfatizou Rosinete Oliveira. Ela vende em casa e na feira de Maruim, o que cultiva com a irrigação fornecida pela Coderse. Para ela, é essencial para a agricultura. “Porque se não tiver água não tem como colher. É necessário para levar a vida. Serve para tudo”.

Irrigação Localizada
“Viemos aqui hoje para prestigiar o evento, fazendo identidade, saúde para mulher, no Outubro Rosa. Agradecemos muito ao nosso governador Fábio Mitidieri. Agradecemos muito a Coderse, que dá sustentação para a gente”, avaliou o também irrigante Adeilton de Oliveira, do Assentamento Mário Lago.

Ele participou da Roda de Conversa sobre Irrigação Localizada e recebeu um rolo de mangueira própria para instalar a tecnologia no seu lote. “A Coderse ajuda muito em nosso perímetro Jacarecica II.  A mangueira vai ajudar muito, tendo um terreno maior, sai esticando. Fica melhor porque as terras encharcaram um bocado no inverno, mas vai dar muita coisa no verão”, completou Adeilton de Oliveira.

Produtores da irrigação pública estadual vão produzir sementes no alto sertão

Serão 12,2ha irrigados produzindo os insumos no perímetro da Coderse. Primeira colheita e beneficiamento de sementes de quiabo acontece daqui a 90 ou 100 dias.
As lavouras para a produção de sementes são feitas a partir de avaliação topográfica e correção de nutrientes a partir da análise de solos. O plantio também é feito de maneira mecanizada

Sementes de quiabo, abóbora, berinjela, pimenta jalapeño e cebola serão os mais novos itens a serem produzidos a partir da irrigação do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. Com a água para irrigação e assistência técnica agrícola fornecida pelo Governo de Sergipe, produtores irrigantes passaram a ser parceiros de indústria de porte nacional.

A Agristar do Brasil fornecerá insumos para o cultivo de 12,2 hectares de lotes de oito irrigantes inseridos no perímetro Califórnia. Levi Ribeiro, presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), explica que já foram plantados 2,5ha de quiabo e que eles estão preparando terreno e insumos para o restante da área.

“Ainda estamos desenvolvendo as mudas para no próximo mês fazer o transplantio. Também o aporte para compra dos fertilizantes, e outros insumos. Análise de solo e o preparo da terra estão sendo adiantados pela cooperativa, com reembolso na colheita. Toda assistência técnica agrícola continua sendo da Coderse (Companhia de Desenvolvimento de Regional de Sergipe)”, informou Levi Ribeiro.

O presidente da (Coderse), Paulo Sobral, disse que a conquista agrega valor à produção do perímetro administrado pela empresa. “O Governo do Estado mantém o perímetro por 36 anos e o retorno financeiro do agricultor agora é elevado à outra categoria, ao fornecer sementes para o beneficiamento e venda a horticultores de todo Brasil”, avalia o diretor da companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

José dos Santos é um dos irrigantes que já tem 1,3ha do seu lote irrigado ocupado com o plantio de quiabo para a produção de sementes do vegetal. “Eu estou vendo que coisa está boa. Se a pessoa aplicar certinho, eu acho que vai ter um bom resultado. O período de produção é o mesmo do quiabo. A colheita para vender na feira, é verde, mas para colher para semente, tem que ser ele seco, entre 90 e 100 dias”, destacou.

Mercado regional
O quiabo plantado em Canindé é de uma variedade utilizada por irrigantes dos cinco perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado em Sergipe, principalmente o Califórnia, o maior produtor. Já a pimenta jalapeno tem mercado na indústria de molhos e é cultivada pelos agricultores irrigantes assistidos pela Coderse em Lagarto.

“A produção de sementes será com espécies que vão se adaptar bem ao clima e sol abundante do alto sertão e vai ser indispensável a água fornecida pela Coderse. Ao mesmo tempo, vão gerar produtos que são adquiridos por agricultores sergipanos. Dentro e fora dos perímetros irrigados”, colocou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Já plantou um hectare de quiabo e está preparando área de 0,3 ha, a ser ocupada com a pimenta jalapeño, o irrigante do Califórnia, Marcos Vasconcelos. “Na próxima semana eu vou plantar a pimenta, que é para colher as sementes. Pretendo fazer com que dê certo essa parceria e continuar plantando para a produção de sementes. No momento, para mim, é mais viável”, disse.

Programa disponibiliza água de qualidade para cinco mil sergipanos em povoados no estado

Em Sergipe, 29 comunidades, em nove municípios, são beneficiadas pelo Programa Água Doce e a expectativa é que mais 23 sistemas sejam instalados neste e no próximo ano

Foto: Arthuro Paganini

Cerca de cinco mil pessoas são beneficiadas com a produção de 17.400 litros/dia de água do Programa Água Doce (PAD) em Sergipe. No Assentamento Carlos Lamarca, no município de Simão Dias, região centro sul do estado, o sistema de dessalinização mantido pelo Governo de Sergipe atende a aproximadamente 120 pessoas de 31 famílias, proporcionando o acesso, por mês, a 24.800 litros de água potável àquela comunidade. Cada família pode pegar até 40 litros de água dessalinizada por dia em cinco dias da semana, o que equivale a 200 litros por semana ou 800 litros disponibilizados mensalmente.

Na casa da família de Edvaldo de Jesus, a água disponibilizada pelo programa é consumida por ele, sua esposa e seus seis filhos. “Pego água aqui duas vezes ao dia, nós usamos para beber e cozinhar. Tenho água encanada, mas sai salgada e a daqui é doce, que a gente usa para beber e cozinhar”, conta. Para o agricultor, a água representa também mais saúde para sua família. “A gente usava água da cisterna, da chuva”, afirma Edvaldo.

O Programa Água Doce visa o estabelecimento de uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na recuperação, implantação e gestão de sistemas de dessalinização, prioritariamente em comunidades rurais do semiárido. Em Sergipe, 29 comunidades são beneficiadas em nove municípios: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre de Sergipe, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória, Carira, Simão Dias, Poço Verde e Tobias Barreto.

“O programa traz uma nova perspectiva nessas comunidades, diminui custos e oferece autonomia a essas pessoas. A gente já instalou 29 sistemas e a expectativa, agora, é de instalar mais 23 sistemas neste e no próximo ano. Destes, três, inclusive, a gente já licitou aqui pela Coderse e os demais, via recurso federal, estamos finalizando o processo licitatório para iniciar os dez primeiros neste ano para concluir no próximo”, informa o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), Paulo Sobral.

O gestor explica que, devido à formação geológica do semiárido, a água produzida, em sua maioria, é salina, por isso a atuação do programa é essencial para qualidade de vida dos moradores dessas localidades. “O programa, basicamente, busca potabilizar essa água salina, a partir da perfuração do poço, adução, bombeamento, reserva e dessalinização por osmose reversa. Essa perspectiva é fundamental para levar água para a comunidade onde a água é, de fato, salina”, esclarece Paulo Sobral.

Segundo o coordenador estadual do Programa Água Doce, Vanderson Carvalho, o processo elimina 90% das impurezas da água. “Depois que a água bruta entra no sistema de dessalinização, não passa nada pela membrana, nem vírus, nem bactérias, apenas 1% dos sais. Temos todo um cuidado. Recentemente fizemos a análise da água bruta e da água doce e esse acompanhamento garante a qualidade da água”, destaca.

Um dos fundadores do assentamento, José Hamilton de Araújo confirma a qualidade do recurso disponibilizado para a comunidade. “É uma água muito boa, livre de bactérias, das coisas que a gente não vê a olho nu. No meu caso, uso só para beber, pois para cozinhar utilizo a da cisterna, já que passa por fervura. Levo essa água para toda a minha família beber”, revela.

Água Doce
O PAD é uma ação do Governo Federal, sediada no Ministério do Meio Ambiente, que em Sergipe é coordenada pela Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Para a execução do programa, a Seagri firmou termo de cooperação técnica com a Coderse, que, ainda, presta assistência técnica ao Água Doce no Estado. A Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) também é parceira da iniciativa e atua na capacitação da comunidade para o uso da água. O programa conta, ainda, com o apoio da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Defesa Civil estadual, Defesa Civil dos municípios e moradores dos municípios das regiões beneficiadas. Somente neste ano, o Governo de Sergipe investiu mais de R$ 380 mil para o PAD, na manutenção e monitoramento; apoio à gestão; capacitação de operadores e sustentabilidade ambiental.

De acordo com o coordenador estadual do PAD, o programa tem uma metodologia que vai além da obra de implantação dos sistemas de dessalinização. “São aplicados alguns componentes, que são a dessalinização; a mobilização – a partir de reuniões e acordos de gestão com a comunidade; e a sustentabilidade ambiental, a exemplo, do cadastramento das famílias, levantamento socioambiental por comunidade e oficinas de sustentabilidade ambiental, que são práticas que mostram desde a coleta, transporte até o armazenamento da água dessalinizada, pois depois do tratamento, a população tem uma água isenta de contaminantes, mas se a coleta é feita com um vaso contaminado não adianta”, pontua Vanderson Carvalho.

Maria Virgínia Santos é uma das moradoras capacitadas para operar o sistema no Carlos Lamarca e relata que a reativação do dessalinizador na comunidade só trouxe benefícios ao seu cotidiano. “É maravilhosa, foi uma benção essa água para nós. Antes, a gente usava a água da cisterna, quando Deus mandava a benção de encher. Mas já aconteceu de vir caminhando de Simão Dias para trazer água ou ter que vir caminhão-pipa”. No lado externo ao sistema, a água captada também é ofertada à população em sua forma bruta. “Eu uso a água bruta daqui bastante também, para os animais que crio”, completa a agricultora.

Governo de Sergipe promove evento alusivo ao Dia internacional da Mulher Rural em perímetro irrigado em Malhador

As agricultoras do Perímetro Irrigado Jacarecica II aprenderam novos métodos de utilizar batata-doce

Palestra ‘Melhor aproveitamento da batata-doce’, com a empresária, nutricionista e gastróloga Tácia Fontes – Foto: Fernando Augusto


Mulheres da agricultura familiar atuantes no Assentamento Marcelo Déda, em Malhador, no agreste sergipano, tiveram um dia com palestras e rodas de conversa no I Encontro da Mulher Rural, realizado nesta terça-feira, 17. O evento foi promovido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), em alusão ao Dia Internacional da Mulher Rural, celebrado em 15 de outubro.

A programação incluiu atividades de incentivo ao autocuidado e à saúde da mulher, contemplando também ações da campanha de Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção ao câncer de mama e colo do útero. Na oportunidade, as mulheres puderam ouvir depoimentos de superação de Ana de Cássia Alves e Rosália Deaquino, integrantes da Associação Mulheres de Peito; assistir à palestra ‘Melhor aproveitamento da batata-doce’, ministrada pela empresária , nutricionista e gastróloga Tácia Fontes; e participaram de uma roda de conversa com a equipe da SPM.

Segundo a diretora de Empreendedorismo Feminino e Inclusão Produtiva da SPM, Adriana Mallezan,o I Encontro de Mulheres Rurais do perímetro irrigado teve como objetivo aproximar as políticas públicas dessas mulheres. “A secretária Danielle Garcia fala muito que nenhuma mulher pode ficar sem ser vista pela nossa atuação na secretaria. Este primeiro evento é de extrema importância justamente para essa nossa missão, para abraçar e olhar todas e suas necessidades específicas”, detalhou.

Durante o evento, a palestrante Tassia Fontes apontou as diversas funcionalidades da batata-doce no dia a dia. “A batata-doce é um dos alimentos mais completos na nutrição. Eu, como nutricionista, a utilizo como um todo, desde a casca até a folha. Ela pode ter um aproveitamento incrível até para gerar renda para elas. Buscamos criar receitas práticas, saudáveis e que acrescentem tanto no cardápio do dia a dia quanto para gerar renda para elas, o que será muito importante”, indicou.

A Associação Mulheres de Peito se mantém a partir de doações e conta com mais de 300 pacientes oncológicas associadas, para quem oferece atendimento com nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, além de disponibilizar sala de fisioterapia, assessoria jurídica e promover bazares beneficentes.

De acordo com a vice-presidente da instituição, Ana de Cássia, a conversa ocorrida no I Encontro de Mulheres Rurais teve como objetivo estimular o cuidado com a saúde e o bem-estar. “Trabalhamos o cuidado com a própria saúde, em relação ao câncer de mama e a todos os tipos de câncer, a valorização delas próprias”, detalhou.

Segundo Josefa Freitas, moradora do assentamento Marcelo Déda, eventos como esse possibilitam a divulgação de informações pertinentes à comunidade. “A gente precisa muito desse apoio, e eu agradeço muito a Deus por todos vocês que vieram. Todos os assuntos foram maravilhosos e serviram para nos atualizar”, afirmou.

Jacarecica II
O assentamento em Malhador integra as comunidades atendidas pelo Perímetro Irrigado Jacarecica II, mantido pelo Governo do Estado e que abrange também localidades rurais dos municípios de Riachuelo e Areia Branca. A Coderse administra o fornecimento de água de irrigação e assistência técnica para 336 lotes da Agricultura Familiar, o que beneficia diretamente quase três mil pessoas.

“É indiscutível a contribuição da mulher em todas as etapas da produção agrícola nos perímetros irrigados estaduais. Elas administram suas próprias plantações ou trabalham nos lotes familiares e ainda atuam como mão de obra essencial. Não poderíamos deixar esta data importante passar sem um evento com essas mulheres. Agradecemos à SPM e esperamos que sejam realizadas ainda muitas outras ações como esta”, ressaltou a diretora administrativa e financeira da Coderse, Patrícia Moura.

A presidente da Associação de Cooperação Agrícola Zumbi dos Palmares, no Assentamento Marcelo Déda, Gislene Reis, destacou o encontro como forma de as mulheres terem acesso a políticas de incentivo. “Para nós que somos mulheres agricultoras é um evento muito importante, pois a gente espera que as políticas cheguem até a mulher do campo. Somos produtoras e queremos comercializar nosso produto para gerar mais renda para nossa família”, pontuou, chamando atenção ainda para o potencial de desenvolvimento das mulheres no perímetro irrigado.

O diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite, chamou atenção para a atuação da mulher rural no Jacarecica II, visto que grande parte delas concilia as atividades diárias com o trabalho na colheita e beneficiamento da batata-doce.

Ana Maria Pacheco, agricultora irrigante do assentamento Mário Lago, foi ao assentamento Marcelo Déda para participar do encontro. “Eu acho muito proveitoso. Espero que tenha outras vezes, porque a gente precisa muito que as pessoas venham nos orientar”, enfatizou.

Produção de quiabo é a principal atividade do perímetro irrigado estadual de Canindé

Com irrigação do Governo do Estado, irrigantes produzem durante todo o ano, suprindo mercado interno e de estados vizinhos
Quiabo é o alimento mais produzido no perímetro Califórnia – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

O quiabo é o alimento mais produzido no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Quando comparada à do ano passado, a produção do quiabo de janeiro a agosto de 2023 aumentou em 5%, e a área plantada, em 13%, o que demonstra que a produção anual deve ser ainda maior este ano.

O caruru de São Cosme e Damião, em setembro, e as moquecas da Semana Santa são oportunidades para que os irrigantes vendam um maior volume de produtos. Essa produção, em pleno semiárido, é possibilitada pela irrigação fornecida pelo Governo do Estado durante todos os meses do ano, permitindo que sempre haja colheita de quiabo no Califórnia. São carregamentos periódicos que seguem, em sua maior parte, para a capital baiana, Salvador, mas o estado de Alagoas e os demais municípios sergipanos também compram o vegetal produzido em Canindé.

Neste ano, os irrigantes do Califórnia já produziram 4.411 toneladas de quiabo até o mês de agosto, superando a produção de 2022 (4,2 mil toneladas). Gerente do perímetro irrigado, Anderson Rodrigues indica que os 333 lotes são atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

“Os agricultores do Califórnia recebem o abastecimento de água contínuo, de inverno a verão. A nossa equipe também dá assistência técnica ao produtor, na questão de adubação da planta, na colheita e na forma de irrigar. Neste período de agora e na Semana Santa é quando há maior demanda e saída do quiabo para Salvador”, apontou Anderson Rodrigues.

Um dos produtores que conseguiram enviar o quiabo para a capital baiana no dia de São Cosme e Damião foi o irrigante Abel Santana. Sua lavoura, de meio hectare, tem 60 dias com uma semente de variedade precoce, e já lhe permitiu colher quatro vezes em uma semana, totalizando dez sacas. “Eu sempre gosto de plantar em Cosme e Damião e na Semana Santa. A procura é maior. Não é sempre que eu tenho o quiabo. Às vezes eu planto em outras épocas, mas é muito difícil”, conta.

Diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que o quiabo está presente em todos os cinco perímetros irrigados do Governo do Estado com vocação agrícola, do total de seis polos agrícolas administrados pela empresa pública.

“Em Itabaiana, Riachuelo, Malhador, Areia Branca e Lagarto, plantam o quiabo com a irrigação e a assistência técnica fornecida pela companhia, atendendo à demanda interna dos estados vizinhos, mas é em Canindé onde a produção do quiabo supera todas as outras culturas agrícolas; o plantio ocorre durante todo o ano”, detalhou Júlio Leite.

Produção de batata-doce nos perímetros irrigados estaduais em 2023 já superou todo o ano de 2022

Polos de Itabaiana lideram a produção, com 11 mil toneladas; irrigação da Coderse facilita plantio em qualquer época do ano
Produção de batata doce no Perímetro Irrigado Jacarecica – Fernando Augusto – Ascom Coderse

A batata-doce representa uma boa alternativa de renda para o agricultor, e o momento tem sido favorável para o cultivo do tubérculo em Sergipe. Somente entre janeiro e julho de 2023, os cinco perímetros irrigados de vocação agrícola do Governo de Sergipe já produziram 13,56 mil toneladas, superando em 23,27% toda a produção do ano anterior, que foi de 11 mil toneladas.

Com o fornecimento de água administrado pelo Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), os perímetros irrigados também contam com a assistência técnica oferecida pela empresa pública.

De acordo com informações da Coderse, devido ao baixo custo de produção e à curta duração do ciclo, que propicia um fluxo regular de capital e maior produtividade, o sistema de produção e beneficiamento da batata-doce em Sergipe envolve mais de 600 famílias nos perímetros irrigados.

Nas feiras livres e mercados públicos, a comercialização do produto ainda gera renda para mais famílias, conforme destaca o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva. “Nos sete primeiros meses de 2023, o valor de produção anual está estimado em R$ 25 milhões, 66,7% maior do que o de todo ano de 2022, que foi de R$ 15 milhões. Isso demonstra a importância social e econômica da cultura no estado”, detalha Zeca da Silva.

No Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado, Luciano Oliveira cultiva uma nova variedade de batata-doce, e compartilha seu entusiasmo com a produção. “A ourinho roxa é a que o pessoal mais está plantando agora. Com essa nova variedade, já na penúltima safra, superei a meta de produção de 120 quilos por tarefa”, comemorou o agricultor, que também produz amendoim e milho na irrigação pública. “É uma batata excelente e boa de lidar. Com água em abundância, fica favorável para nós, agricultores”, considerou.

Perímetros produtivos
A maior produção de batata-doce em Sergipe está nos perímetros irrigados administrados pela Coderse em Itabaiana, no agreste sergipano. Em 2023, de janeiro a julho, o Poção da Ribeira produziu 7,97 mil toneladas e o Jacarecica I, 2,88 mil toneladas.

O Perímetro Irrigado Jacarecica II também não fica para trás. Situada entre os municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca, até julho deste ano, a região teve uma produção de 2,2 mil toneladas de batata-doce. É nele que a família de Allysson Junior da Silva tem um lote assistido pela Coderse. O que chama a atenção em sua plantação de batata-doce é a produtividade e a organização da lavoura, dividida em parcelas de plantio com idades diferentes.

“Cresci trabalhando com meu pai e, de uns três anos para cá, ele me deu esta área onde estou produzindo. Ele sempre gostou dessa excelência em qualidade, e eu tento seguir os passos dele”, conta Allysson Junior, e revela que um dos segredos do sucesso da família no plantio da batata é a adubação com esterco de gado.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que, atualmente, a batata-doce é o item de maior destaque quando somadas as produções dos perímetros (11 mil toneladas em 2022), e a tendência é que o saldo ainda seja superado este ano. “Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A própria rama da batata colhida vai servir no plantio da próxima lavoura. O produtor não tem custo com sementes. O ciclo produtivo, de três a quatro meses, também é rápido, se comparado ao inhame e à mandioca”, explicou Júlio César Leite.

Última atualização: 19 de dezembro de 2023 09:28.

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