Oficina na Cohidro de Lagarto trata de plantas medicinais e vai até dia 6

Meirinha ministrando para os participantes da oficina, sobre confecção de remédios naturais – Foto Ascom-Cohidro

Na última terça-feira, 30 de agosto, aconteceu o primeiro dia da Oficina de Fitoterapia e Práticas Integrativas e Populares de Cuidado, no Perímetro Irrigado Piauí, município de Lagarto. O objetivo foi ensinar a teoria e a prática na seleção e manipulação das plantas medicinais para fabricação artesanal de medicamentos. Ocorre no espaço cedido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) para a instalação de uma Farmácia Viva, em parceria como o curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Capacitação está sendo oferecida para 15 pessoas, dentre agentes públicos de saúde, líderes comunitários, estudantes e pessoas ambientadas às práticas de medicina alternativa por meio do uso de plantas medicinais. Além disso, houve a adesão de trabalhadoras rurais do próprio Perímetro Irrigado, que despertaram interesse em aprender a confecção de remédios naturais a partir das plantas que já tem em casa ou que poderão vir a cultivar, nas áreas de plantio da família. Na terça-feira seguinte, 6, será a sequência da Oficina, para a mesma turma.

Quem está ministrando as oficinas é Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, que orientou e ensinou como consumir de forma correta as ervas para a medicina. “O chá deve ser sempre consumido frio e sem açúcar, no máximo com mel ou açúcar mascavo. Já para gripe, morninho”, ressalta. Ela adverte ainda que mesmo sendo feito a partir de partes extraídas de vegetais, na considerada medicina natural há contraindicações como por exemplo o consumo em excesso da mesma substância. “Para o chá tem que tomar entre oito a 10 dias, não pode passar um mês com o mesmo chá, tem que mudar o tipo de planta, ir intercalando”, complementa.

Meirinha é coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto da UFS e é quem mantem ativa a Farmácia Viva no Perímetro Piauí. O espaço é um laboratório a céu aberto para os estudantes ligados à Instituição de Ensino, agricultores irrigantes adeptos da “cura pelas plantas” e ainda serve para a realização de atividades do Movimento Popular de Saúde (Mops), entidade estadual que colabora com o horto medicinal e está atuando co-organização das oficinas.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima acredita no benefício da atividade e prevê que as oficinas terão continuidade, tratando inclusive de outros temas. “Temos que explorar da melhor forma possível esse potencial produtivo que a irrigação pública nos proporciona, seja para produzir o alimento, seja para cultivar plantas medicinais. Nessa Farmácia Viva que temos aqui, são preservadas e estudadas mais de 50 espécies, para ser aplicadas nas aulas da UFS e nesse tipo de qualificação feita aqui hoje. Queremos fazer mais edições dessa oficina e outras, tratando da agricultura orgânica e alimentação natural”, avisou.

Agricultura Orgânica
Uma das participantes foi a agricultora Joselita Maria da Silva Carvalho. Ela já faz uso de alguns produtos naturais obtidos das plantas e conta que a curiosidade de aprender mais, para benefício de sua saúde e da família, fez com que ela participasse dessa e já confirmasse presença na próxima Oficina. “Foi um prazer participar e aprender muito mais sobre o uso de ervas. Há seis meses eu consumo a salsa e o chá cana do brejo, que serve para pedra nos rins, desde então me sinto bastante aliviada, bem melhor do quê fazer cirurgia”, relatou a irrigante do Perímetro Piauí que, embora não tenha ainda a atividade regulamentada, diz já praticar a agricultura sem o uso de agrotóxicos no Perímetro.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, os perímetros irrigados aumentam o grau de utilidade pública quando agregam outras atividades além da produção de alimentos. “É sinal de que estamos no caminho certo quando vemos que além de gerar emprego, renda e garantir comida mais barata (porque é produzida no estado) na mesa do sergipano, também agregamos qualidade de vida ao povo, como a produção orgânica e as plantas medicinais, uma alternativa barata e menos invasiva a saúde das pessoas. Por isso o Governo investe na continuidade da irrigação pública, como vem fazendo nessa etapa em que estamos entregando mais R$ 507 mil em recuperação da eficiência das estações de bombeamento do Piauí”, considera.

A Técnica da Gerência do Desenvolvimento Agrário (Gedea) da Cohidro, Maria Terezinha Albuquerque, também participou do evento na intenção de expor o trabalho da Organização de Controle Social (OCS), um grupo formado por 11 agricultores orgânicos que existe há mais de 10 anos em Lagarto, modalidade agrícola que, para ela, combina perfeitamente ao cultivo de plantas fitoterápicas. “É importante as pessoas aqui do Perímetro conhecerem esse tipo de produção orgânica. O valor às vezes é mais caro, pois é tudo manual, com um trabalho muito minucioso onde envolve toda família. Mas além de cuidar da saúde com ervas medicinais, as pessoas têm que se preocupar com uma boa alimentação, a alimentação saudável, tem que saber escolher os alimentos”, disse Terezinha que conclui que “a alimentação natural é o complemento da medicina alternativa”.

Farmacêutica de formação, Nuccia Farias Albuquerque fez sua especialização acadêmica na alimentação natural e fala que escolher e preparar a comida de modo que se aplique todo seu potencial nutritivo, ela acaba se tornando o remédio para muitas doenças. “Vim no Perímetro e fiquei apaixonada com essa produção orgânica, de alimentos sem agrotóxicos. Pois existem médicos, pesquisadores aqui e no exterior, que afirmam que é possível se alimentar perfeitamente sem ficar doente, aproveitando corretamente os alimentos. Ocorre mudanças no seu corpo conforme você consome um alimento, como o açúcar, que fermenta no sangue e que já comprovadamente é um precursor do câncer. O remédio é a comida”, defende a especialista que participou como convidada à Oficina.

Oficina de Fitoterapia acontecerá no perímetro da Cohidro em Lagarto

Folha-de-Guaco,-utilizada-para-combater-a-tosse-da-gripe – Foto: Ascom/Cohidro

Lambedor de Guaco para combater a tosse da gripe; tinturas, óleos e shampoos com plantas curativas; sabão medicinal para Escabiose e sabonetes de Erva Doce; pomada de Arnica para dores e contusões. Estes são alguns dos produtos que a I Oficina de Fitoterapia e Práticas Integrativas e Populares de Cuidado propõe ensinar a teoria e a prática de feição, em duas terças-feiras de curso, nos dias 30 de agosto e 6 de setembro, na Farmácia Viva de plantas medicinais do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), no município de Lagarto.

A capacitação é voltada para agentes públicos de saúde, líderes comunitários, estudantes e pessoas ambientadas às práticas de medicina alternativa por meio do uso de plantas medicinais. A organização é iniciativa da gerência do Perímetro Piauí, da Associação de Moradores “Maria José dos Santos” do Povoado Brejo e do Movimento Popular de Saúde Sergipe (Mops). Segundo o Técnico Agrícola da Cohidro, Marcos Emílio Almeida, as vagas são limitadas e a distribuição dará preferência à comunidade abrangida pelo polo de irrigação.

“As inscrições estão sendo feitas no site da Cohidro e são abertas para qualquer pessoa, mas ao menos metade das 25 vagas estarão sendo destinadas as pessoas que residem e trabalham nos povoados Moita Redonda, Fazenda Grande, Brejo e adjacências. O restante das vagas será destinado aos demais inscritos”, explicou Marcos Emílio, informando que os interessados poderão se inscrever até a véspera, 29 de agosto, o que pode ser feito clicando aqui.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão em Farmácia no Campus de Lagarto da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela é responsável pelo horto de plantas medicinais criados pelo convênio entre a Cohidro e a Instituição de Ensino e vai ministrar a Oficina. Além da transmissão do conhecimento para lidar com as ervas medicinais, a intenção dela com a capacitação é envolver mais pessoas da comunidade em que ela também vive, o Povoado Brejo e redondezas, nas práticas integrativas.

“A partir destas duas terças-feiras, vamos criar um grupo de estudos e pesquisas com as mulheres deste Perímetro, o que é até mesmo uma forma de geração de renda”, explicou Meirinha. Segundo ela, embora sejam dois dias de atividades, cada um deles terá atividades diferentes um do outro. “Serão dois dias a oficina e vamos emitir certificado, para quem participar dos dois dias”, complementou, lembrando que se trata de uma realização que conta com o apoio da própria UFS, da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Ministério da Saúde.

Farmácia Viva
Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, a Farmácia Viva foi criada para desenvolver o hábito da cura pelas plantas no Perímetro Piauí. “A Empresa contribuiu doando o espaço, insumos, materiais de construção e diariamente fornece água de irrigação, além da atenção dada pelos nossos técnicos agrícolas. Ali os agricultores irrigantes participam, procurando espécies medicinais que poderão plantar em seus lotes, mas os próprios produtores levam também as plantas que eles conhecem, para enriquecer a coleção de plantas, contribuindo com os estudos e disseminação deste conhecimento popular, que assim permanece vivo”, avaliou.

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, esclarece que “como já é constante a visitação de estudantes nos lotes, em nossa Estação Meteorológica e nas estações de Bombeamento, acaba que este é mais um espaço, dentro do Perímetro Piauí, que contribui com o conhecimento acadêmico. Os estudantes desses cursos complementares e universitários da UFS usam desse acervo de plantas para estudo e realização de pesquisas”, concluiu.

Cohidro recebe mais de R$ 11 milhões em investimentos e melhora vida dos produtores sergipanos

Implementados pelo Governo do Estado, projetos Califórnia, Jabiberi e Piauí, em Canindé, Tobias e Lagarto, respectivamente, recebem recursos do Proinveste para alavancar produção e oferecer qualidade de vida ao sergipano/ Fotos: Victor Ribeiro/ASN

No extremo oeste, Alto Sertão sergipano, município de Canindé do São Francisco, produtores rurais ganham representatividade e se desenvolvem econômica e socialmente por meio da plantação de frutas e hortaliças. Em outra ponta do estado, no Centro Sul, pequenos pecuaristas produzem milhares de litros de leite em Tobias Barreto e cultivam produtos diversos em Lagarto, muitas vezes de forma orgânica [sem uso de agrotóxicos]. Tudo isso é possível por conta dos perímetros irrigados Califórnia, Jabiberi e Piauí, respectivamente. As iniciativas foram implementadas pelo Governo do Estado e são administradas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que recebeu R$ 11 milhões do Proinveste para investimento nos perímetros, aquisição de novos equipamentos que irão auxiliar nos trabalhos de perfuração de poços, além de limpeza e manutenção de barragens e ações de infraestrutura da empresa. Com quase 30 anos de funcionamento, os perímetros recebem R$ 7 milhões para fomentar a produção sergipana e oferecer qualidade de vida ao sergipano.

A água é a alavanca que sustenta os perímetros. Por meio da irrigação, produtores como João Aureliano da Silva, do Califórnia, mudaram a perspectiva de vida. “Meu braço forte é o Estado, que nos traz a água. Antes da implementação do perímetro, era sofrido. Tínhamos que pegar água dos caminhões e de barragem e o trabalho era grande. Nem trator existia. Então nós usávamos arado de boi e na roça você via queimadas. Não havia outras soluções. Depois que o Califórnia começou foi uma maravilha. Nossa renda melhorou e quem sabe controlar o que ganha, não fica sem pão. A diferença do que eu recebia antes e agora é muito grande”, conta Aureliano, que também é o presidente da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai).

Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, o investimento do Estado em irrigação movimenta a economia dos municípios do interior e garante renda para os pequenos produtores sergipanos. “Investir na reestruturação da irrigação pública do Estado é cada vez mais contribuir com um saldo econômico mais positivo. Essa agricultura familiar, que atendemos nos perímetros, gera de riqueza R$ 112 milhões ao ano e pode passar a produzir ainda mais, com o incremento nas instalações e equipamentos, que resultará em melhoria no fornecimento de água”.

Em Sergipe, são 14 mil pessoas beneficiadas diretamente com irrigação. Só no ano passado, foram produzidos 119 mil toneladas de alimentos. Desse total, mais de 40.419 toneladas foram no projeto Califórnia, em Canindé de São Francisco. São 1.360 produtores que trabalham em 333 lotes, 2.788 hectares de área atendida com a irrigação que geram R$ 5 milhões mensais de renda para os trabalhadores rurais, dinheiro injetado na economia do município. O projeto atualmente atende a seis mil pessoas diretas e quatro mil indiretas. Dentre as culturas encontradas na localidade, estão as de goiaba, acerola, manga, maracujá, macaxeira, feijão de corda, milho, tomate, pimentão, alface, coentro, cebolinha e rúcula e hortaliças em geral.

De acordo com o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, o perímetro é responsável por gerar 35% da arrecadação do município. A movimentação econômica também foi comentada por Felizola, que destaca que o projeto proporciona geração de riqueza para a população carente. “Costumamos dizer que Canindé é outro município depois da instalação do Califórnia, pois a usina hidroelétrica gera muito dinheiro para poucos e o perímetro gera muita riqueza para a população de baixa renda. O Califórnia movimenta a economia local em termos de venda de insumos agrícolas, mercadorias e transporte de produtos. E o que a gente quer fazer é agregar valor a esses alimentos, de modo que, estamos incentivando a criação de um centro de distribuição no município, que depois tentaremos levar para outros locais”, afirmou o presidente da Cohidro.

O projeto Califórnia recebe investimento de R$ 4 milhões. O Governo do Estado promove reforma do prédio onde funciona a sede do perímetro, melhorias nos sete quilômetros de canais, sendo que os dois quilômetros mais críticos já estão praticamente concluídos, e destina 37 novas bombas apenas para a localidade. As intervenções pretendem regularizar a capacidade de fornecer água à agricultura e até ampliar a quantidade de terra irrigada, fazendo, por tabela, com que a produção e renda aumentem.

“O Califórnia ofereceu bastante qualidade de vida. Se não houvesse essa iniciativa, o produtor não estaria mais aqui, pois procuraria outra região para trabalhar. Aconteceria que não ia caber tanta gente na cidade, que tem em torno de 28.000 habitantes. Estou aqui desde quando fundaram o projeto e acompanho todo o desenvolvimento desses agricultores. Antes eles andavam em cima de um jegue. Hoje é uma moto, um carro. A qualidade de vida da família melhorou bastante. Por meio dessa assistência técnica, eles já aprenderam bastante a plantar, produzir e a colher em cima do sistema de irrigação. A equipe técnica da Cohidro desenvolve palestras, seminários, cursos e promove visitas individuais”, comenta o gerente do perímetro.

Para aumentar o nível de competitividade dos agricultores irrigantes, o Estado, por meio da Cohidro, firmou parceria com a Embrapa para implementar campos experimentais na região do Califórnia. O resultado desse trabalho é a produção de uva de mesa no sertão de Sergipe, trazendo a tecnologia que já é destaque em Petrolina, Pernambuco. Os produtores entram com a mão de obra e a terra e são acompanhados diretamente pela Instituição Federal. Eles vão lucrar com o parreiral e se transformar em multiplicadores das técnicas empregadas aos outros irrigantes.

Canindé também é destaque no perímetro pela preocupação com a agricultura orgânica. A Cohidro acompanha um grupo de produtores no processo de conversão agroecológica e na regularização deles em entidades junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para essa produção, a empresa cedeu um lote à Associação de Produtores Orgânicos. Além de atividades de instrução realizadas pelos técnicos agrícolas, os alimentos orgânicos gerados estão sendo vendidos nas feiras semanais e no próprio local, que virou ponto de visitação.

E não só os orgânicos são destinados às feiras livres. Cidades de Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco, além de escolas de municípios diversos, recebem alimentos produzidos no local. Outro modo de venda de alimentos é apor meio da parceria com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que compra a produção para que seja repassada para instituições beneficentes doarem a pessoas em situação de insegurança alimentar ou no preparo de refeições. A proposta do perímetro de Canindé é fornecer 87 toneladas de alimentos.

Lagarto

O perímetro Piauí, em Lagarto, gerou, apenas no ano passado, 8.868 toneladas de alimentos, sendo 1.595 de tomate, 1.400 de mandioca e 1.116 de quiabo. Em valores atualizados pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), foram gerados R$ 15 milhões com a comercialização dessa produção agrícola, que favoreceu em renda 3.515 pessoas diretamente beneficiadas.
Do Proinveste, o perímetro em Lagarto recebe R$ 762.400. Dentre os investimentos previstos para a localidade, há oito novas moto-bombas, equipamento composto de motor elétrico de 75CV e bomba centrífuga, que vão reequipar a Estação de Bombeamento (EB) 02, substituindo os aparelhos antigos, investimento de R$ 189.900. Todas as tubulações que vão servir estas máquinas já foram reformadas por outra demanda atendida pelo Proinveste.

Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida, o perímetro atende a quase 400 produtores e são desenvolvidas 28 culturas, como batata, repolho, couve, pimenta, milho verde, amendoim, batata doce, alface, maçã, macaxeira, pimentão e maracujá. O projeto também incentiva a agricultura orgânica. Uma das pessoas que investe nisso é João Pacheco, que conta que já trabalhou por um tempo com agrotóxicos. “Parei porque não me fazia bem. Então fui atrás da produção orgânica e tenho de tudo um pouco. Além de vender aqui do lado da minha casa, também comercializo na feira em Lagarto. Se não fosse a ajuda do Estado, não estaria aqui”.

O Piauí, assim como o Califórnia, também destina a produção para feiras livres e mantém parceria com o PAA. A Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP) já entregou neste ano 84 toneladas de sua produção agrícola, gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem a 6.860 pessoas. Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, atingindo, ao final, total de 296 toneladas de alimentos doados.

“Para nós, a ajuda do perímetro é uma grandeza, pois além do governo estar contribuindo através do sistema de irrigação, temos a ajuda dos técnicos. Com isso começamos a produzir e há enriquecimento para a comunidade. Essa é uma forma de manter o homem no campo, que é a nossa preocupação. Vemos o desemprego no dia a dia e essa parceria com o governo faz com que o homem tenha segurança e não vá para a cidade”, destaca o presidente da APPIP, Antônio Amorim.

Tobias Barreto

Em Tobias Barreto, ao contrário dos outros dois projetos, o foco é a pecuária. Dos 74 lotes, 45 são para produção de leite. O destaque para o perímetro Jabiberi é que, por meio de associação criada pelos produtores, foi construído um laticínio que está em processo de legalização. O espaço adquire todo o leite do perímetro e processa, em média, entre dois e cinco mil litros por dia. A iniciativa foi possível porque o perímetro adotou o projeto ‘Balde Cheio’, que consiste na divisão dos lotes em piquetes menores, onde o gado pasta por um período e depois é manejado para outro, no qual o capim está maior. Enquanto as vacas se alimentam em um dos cercados, os outros estão recebendo água através da irrigação e adubação para novamente crescer e, no futuro, depois desse período de descanso e recuperação, a área recebe novamente os animais.

Segundo o gerente do Jabiberi, José Reis Coelho, a produção de leite no perímetro em 2015 chegou a 3.679 litros/dia e 1.342.795 litros durante o ano. Em 2009, ano de início do ‘Balde Cheio’, eram 1.087 l/d e 396.755 l/a, respectivamente. Levando em consideração o preço médio atual do leite de R$ 1, ele conta que o perímetro consegue gerar mais de R$ 1,5 milhão em recursos. O produtor modelo da região é Pedro Vidal. Ele começou com 600 litros/mês e chegou a 6.500 l/mês, uma evolução alcançada em apenas dois anos. “A mudança em minha vida foi grande. Antes trabalhava em uma fazenda como empregado. Então fiquei sabendo do projeto ‘Balde Cheio’, acreditei e quis participar. A renda de casa melhorou quase 100%. Deixei de ser empregado para ter meu próprio canto com os animais, e gosto demais de trabalhar com isso”, conta Pedro.

O Governo do Estado investe em modernização no perímetro de Tobias Barreto, a exemplo de iniciativas como implementação de cercas elétricas. Além disso, o diretor-presidente da Cohidro comenta que a intenção é promover mais ações. “Temos muitos investimentos em infraestrutura para fazer em Tobias. Além da limpeza da barragem e perfuração de poços, colocaremos novas tomadas para a água chegar com melhor qualidade e rapidez no lote do produtor. Tem também a questão do calçamento, que está em fase de licitação e perto de ser concluída”, resume. O gerente do Jabiberi complementa que, além disso, haverá a implantação do projeto Dom Távora para construção de 74 reservatórios para cada um dos produtores, atingindo cerca de R$ 700 mil. No total, o perímetro tem R$ 1,2 milhão destinado pelo Proinveste.

Por meio desses investimentos, não só a comunidade do Jabiberi, como a região se desenvolve, de acordo com José Reis Coelho. Ele destaca que, de forma direta ou indireta, todos se beneficiam, seja com a contratação de mão de obra da circunvizinhança, ou na compra do leite produzido no perímetro, que é de qualidade.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

PAA: irrigação pública estadual produzirá alimentos para doar a 24 mil pessoas carentes em 2016

Na APPIP os agricultores entregam os produtos que são pesados, registrados e no mesmo dia são recolhidos pelas entidades beneficentes – Foto Ascom-Cohidro

A Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Sergipe visitou associações de agricultores em Lagarto e Malhador. Eles tanto são irrigantes atendidos pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), quanto vendem sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade “doação simultânea”. Em reuniões e entrevistas, o Órgão Federal visou orientar fornecedores e receptores nesses dois projetos que permitem a doação de alimentos para mais de três mil famílias carentes.

Dentro dos perímetros irrigados da Cohidro atualmente estão em andamento, na etapa de entrega de alimentos, quatro projetos do PAA e existem outros dois analisados e em fase de homologação e pagamento pela Conab, na Superintendência Regional de Sergipe. Nestes já aprovados, são 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar recebendo, até o final do ano, um total de 648 toneladas (ton) de alimentos fornecidos por 171 produtores, remunerados com recursos federais em R$ 1.367.445,00 de forma parcelada, uma parte a cada entrega. Para tanto, 13 órgãos públicos ou entidades sem fins lucrativos intermediarão as doações nas comunidades que atendem em Lagarto, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Pedra Mole e Itabaiana.

Em Lagarto, o superintendente Estadual da Conab, Emanuel Carneiro, explicou que é função da Companhia fazer visitas aos projetos em andamento ou que ainda serão implantados. “Nós solicitamos essa reunião para que fosse discutido o PAA, na sua essência. Se funciona, quais são as atribuições dos produtores, quais são as obrigações do recebedor, toda a normativa para que o projeto possa transcorrer da melhor forma possível e atender os objetivos, que é justamente atender a comunidade carente que necessita de uma complementação da alimentação”, considerou.

Emanuel tem avaliado como muito boa a atuação dos agricultores dos perímetros irrigados no PAA. “O presidente (da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP) é um parceiro nosso já há alguns anos, mas também a Cohidro é fundamental nesses projetos dos perímetros irrigados. Em Canindé do São Francisco, inclusive, nós já estamos analisando o projeto e vamos visitá-los ainda neste ano”, disse o superintendente, se referindo a proposta ao Programa feita por 24 irrigantes do Perímetro Califórnia, para fornecer 77 ton de alimentos. ”Eu acredito que nos próximos 30 dias esse projeto esteja já funcionando”.

O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, expõe que nos dois projetos, propostos pelas associações dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) e dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa Do Forno, eles assumem fornecer quase 160 ton de alimentos para 5,8 mil pessoas em insegurança alimentar, assistidas pelos centros de referência de Assistência Social (CRAS) de Canindé, de Nossa Senhora das Dores e no Hospital e Maternidade São José, em Itabaiana. Neste último caso, as doações serão para o preparo de refeições aos pacientes.

“São 59 produtores irrigantes dos perímetros Califórnia e Ribeira inscritos em dois projetos aguardando homologação e o pagamento de R$ 472 mil (R$ 8 mil para cada), pela venda garantida de produção durante um ano. Dos aprovados, além da APPIP, temos outras duas associações de Itabaiana, no perímetro da Ribeira e mais a Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador. Todos fazendo entrega para o PAA”, assinalou Sandro Prata.

Lagarto
“Esse projeto da APPIP, se comparado aos que nós temos em funcionamento, é o maior que a Conab tem hoje no Estado de Sergipe. Atendendo 69 produtores e várias entidades. A Cohidro é um parceiro importantíssimo nesse contexto, se não fosse a Cohidro aqui, não teríamos este êxito. Nós sabemos das dificuldades que o produtor tem, o agricultor não é comerciante, ele é agricultor, então ele necessita de apoio técnico e a Cohidro tem feito isso de uma forma excelente em todos os perímetros que ela atua”, relatou o superintendente Emanuel Carneiro. A Conab investe nesses agricultores do Perímetro Piauí R$ 551.450,00, para que produzam 296 ton de alimentos, doados para 6.860 pessoas assistidas por seis instituições socioassistenciais de Lagarto.

Participou da reunião, realizada na sede recreativa da APPIP no dia 12, a coordenadora do CRAS 1 de Lagarto, Marta Catarina Dantas de Almeida. Ela foi convidada pela Associação para divulgar aos produtores o trabalho que a entidade faz, falando “sobre o que é o papel do CRAS, de estar distribuindo os alimentos para as famílias. Vim passar para os agricultores mais uma força, um incentivo”, relata, confirmando a função social no PAA, ao justificar que as doações chegam sim até as pessoas. ”Falei da importância dos alimentos para essas famílias, do quanto está sendo bom para elas”.

O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, estabelece que além das pessoas que recebem o alimento, o produtor também se beneficia no PAA. “É um preço fixo por cada produto e que não varia com o mercado. Se um preço cair, o que é bastante recorrente, o produtor não leva prejuízo como acontece quando ele vende para os atravessadores. Isso facilita muito o planejamento das suas plantações, ele pode programar sua produção durante toda vigência do contrato com a Conab sabendo que receberá seu repasse, toda vez que fizer uma entrega à doação simultânea”, argumentou.

Josileide Martins de Carvalho Nascimento (Dona Dicuri) reconhece essa vantagem no PAA. Ela é agricultora irrigante no Perímetro Piauí e entrega coentro, couve e alface e diz que já contabilizou mais de 300 quilos de alimentos à doação, cerca de 40 por semana. “Essa é a primeira vez que participo e digo que compensa, vale apena”, contou. Na reunião com a Conab, considerou importante ter esse tipo de encontro. “É bom porque a gente fica sabendo mais ainda, ficou por dentro do assunto. Eu sei que está tudo certo, guardo os documentos numa pastinha, é bom ter o controle. O pagamento está indo bem, entrego numa semana e recebo na outra”, completou.

Para o presidente da APPIP, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), a reunião serviu para melhorar o conhecimento que tinham do PAA e reforçar a importância do Programa. “A partir de agora todo mundo vai se organizar mais, vai procurar colocar mais produtos, produzir mais. É uma alegria muito grande receber o superintendente da Conab do Estado aqui na nossa Associação, pela primeira vez. Ele veio esclarecer nossas duvidas e nós ficamos agora tranquilos, todo mundo está consciente do seu papel”, avaliou, reforçando estarem recebendo os pagamentos corretamente, após cada entrega.

José Carlos Felizola Filho, diretor-presidente da Cohidro, considera que a cooperação dada pela Empresa, ao PAA, vá além do auxílio técnico para a elaboração dos projetos. “Para produzir com a variedade e quantidade de alimentos que esses agricultores se propõe à Conab e durante um ano, em Sergipe não há como plantar sem irrigação. A irrigação pública, oferecida pelo Governo do Estado, propicia essa garantia para esses pequenos produtores, de que eles podem assumir o compromisso com o Conab e com as entidades beneficentes que, por sua vez, poderão se comprometer com as pessoas que atendem, de que esse alimento vai chegar nas suas mesas”, relevou.

De Malhador para Areia Branca
Cerca de 750 famílias em situação de insegurança alimentar em Areia Branca estão recebendo alimentos doados pelo PAA. Doações que são produzidas por agricultores da Astrapicica, de Malhador. Eles são todos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II e repassam os produtos para coleta realizada pelo CRAS do município vizinho. Raine Costa é coordenadora da entidade beneficente e acompanhou a Conab na visita feita à a Associação, no dia 15.

“O projeto é bastante organizado e vem beneficiando famílias carentes. Ele contribui bastante para essas pessoas que estão numa situação nutricional delicada. A gente que trabalha na Secretaria de Assistência Social conhece de perto a realidade dos habitantes de Areia Branca”, destacou, acrescentando que a doação é feita priorizando os mais necessitados. “Nós procuramos primeiro ir aos povoados, que tem uma maior necessidade. A gente entrega praticamente na porta de cada um e como a Associação nos repassa produtos de ótima qualidade, a população dá um bom retorno, eles estão bastante satisfeitos com o projeto”, reforçou Raine Costa.

Senar-SE e Cohidro buscam parcerias em capacitação técnica e ATeG

Superintendente do Senar-Se foi recebido pelos diretores da Cohidro – Foto Ascom-Cohidro

A fim de disponibilizar o apoio do Senar-SE (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe), propondo a aplicação de convênios para capacitação de técnicos e produtores nos perímetros irrigados estaduais, o superintendente da instituição, Dênio Leite, veio até a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) nesta quarta-feira, 20. Ele foi recebido pelos diretores José Carlos Felizola Filho (presidente) e João Quintiliano da Fonseca Neto (Irrigação de Desenvolvimento Agrário), que expuseram as áreas de atuação da Empresa onde poderiam ocorrer essas parcerias.

No histórico recente da Cohidro, existem pontuais atividades do Senar-SE nos perímetros irrigados. Há um ano atrás, por exemplo, houve a capacitação de 40 jovens em Canindé de São Francisco, na área de Empreendedorismo Rural, seguido da aplicação do NCR (Negócio Certo Rural), curso voltado para os pais desses, que fazem parte da B5-Jovem. Esse grupo é composto pelos adolescentes filhos dos associados à Bio5 (Associação Sergipana de Orgânicos), formada só por irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia adeptos à produção agroecológica.

Mais recentemente, no mês de maio, a coordenadora do programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-SE, Luana Aragão, esteve no Perímetro Piauí em Lagarto, avaliando as potencialidades do polo irrigado para uma possível participação na Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). Nesta, o Serviço de Aprendizagem está selecionando municípios sergipanos para o programa, onde grupos de 20 agricultores irão receber, por dois anos, atendimento técnico individualizado e capacitações coletivas, principalmente na gestão técnica econômica de propriedades rurais.

Serão três ramos de produção agrícola os atendidos em Sergipe: o de gado de leite – Programa Sertão Empreendedor em parceria com o Sebrae – o da Citricultura e também na área da Horticultura. Para este último, Lagarto dispõe de número de produtores irrigantes suficientes para compor um destes grupos para a ATeG, tanto na convencional quanto na orgânica. Dênio Leite explicou que a seleção neste programa ainda está acontecendo e as áreas de atendimento da Cohidro são bastante aptas para receber o benefício, mas ele sinaliza que também a aplicação dos cursos de capacitação do Senar-SE pode ser mais frequente nesses perímetros irrigados.

“Na verdade nós viemos com a intenção de tentar fazer uma parceria, para levar capacitação para os técnicos e para os produtores de todos os Perímetros: Tobias, Lagarto, Areia Branca Itabaiana e Canindé, certo? Hoje, com a visita de cortesia pra gente conhecer todas instituições, apresentei qual é o nosso programa, principalmente o programa de educação a distância, ensino técnico a distância e o de assistência técnica gerencial”, revelou Dênio Leite, confirmando que o encontro já gerou um novo compromisso conjunto entre as instituições. “Aí a gente já marcou uma visita lá em Canindé, pra o Senar-SE conhecer o Perímetro. E a gente, depois, sentar e firmar um contrato dessa parceria”.

O presidente Felizola considerou oportuna a visita feita pelo superintendente do Senar-SE à Cohidro, abrindo as portas da Empresa para que a instituição possa atuar. “Quanto mais qualificados nossos técnicos e produtores, mais produtiva será a produção agrícola nos nossos perímetros. O mesmo vale para esses projetos de ATeG, trazendo mais tecnologias ao campo. Isso, para o Governo do Estado, se traduz em um melhor aproveitamento no investimento que é feito na irrigação pública e um acréscimo no retorno disso: renda para o agricultor e alimentação com mais qualidade e menor custo, para a população em geral”, analisou, confirmando presença na visita a Canindé.

João Fonseca abriu opções de ação para que o Senar-SE estude formas de aplicar seus programas nos polos da Cohidro. “Em Tobias Barreto, por exemplo, há o Perímetro Jabiberi onde já existe o Balde Cheio e é um local bastante promissor para aplicar a ATeG e capacitações no ramo da produção de leite. Já em Canindé, no Califórnia existe uma forte produção de goiaba e seria de ampla utilidade atividades no ramo da fruticultura. Já Lagarto, no Perímetro Piauí, o destaque é a produção orgânica, habilitada para receber cursos e assistência para produção, gerenciamento rural e comercialização desse tipo de alimento”, colocou.

PAA em Lagarto vai doar 296 ton. de alimentos via Perímetro da Cohidro

Entrega às entidades socioassistenciais – Foto: arquivo Gildo Almeida

Com objetivo de fornecer uma dieta balanceada e composta por alimentos saudáveis e naturais, com origem no próprio estado e destinada a populações em situação de insegurança alimentar, o Governo Federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desenvolve a modalidade “doação simultânea”, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Deste modo, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, já entregou 84 toneladas de sua produção agrícola gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem 6.860 pessoas.

Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, quando terá que atingir as 296 toneladas de alimentos doados. Para participar, as entidades representativas dos agricultores propõem à Conab um projeto onde dizem o quanto podem fornecer, em produtos, durante um ano. Baseado neste volume, eles identificam o tamanho da população que podem beneficiar, por meio das doações e então definem as entidades, legalmente aptas a receber, que se enquadram neste perfil. Um planejamento complexo, onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro de Lagarto, auxilia os irrigantes do Piauí e dos seus outros polos irrigados.

Obedecendo a uma tabela regional, o PAA remunera esses produtores a cada nova remeça de alimentos. Dinheiro que antes de começar a vigorar o contrato, é depositado em conta-conjunta bloqueada, como uma certeza de recebimento ao produtor. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ser agricultor assistido pela Companhia Estadual, é uma segurança a mais ao Programa. “Para a Conab, nossos irrigantes são mais confiáveis de que vão cumprir o que foi proposto pelo projeto, graças à água ofertada pela irrigação pública. Uma garantia de produzir alimentos durante todo ano, ininterruptamente”, avalia.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445,00, como revela o Chefe da Divisão de Agronegócios da Empresa, Sandro Luiz Prata. “Além dos projetos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos, para entrar em vigência já em 2016: outro do Perímetro Irrigado Piauí de Lagarto, no Jacarecica II, em Malhador e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

Somadas todas as entregas realizadas pela APPIP neste acordo, R$ 551.450,00 serão divididos entre os 69 fornecedores inscritos. Uma garantia de compra da produção agrícola e por valores que não sofrem as variações provocadas pela especulação dos atravessadores. Mas ainda existe uma recompensa além da renda para esses agricultores: a de poder participar de um acordo que beneficia pessoas carentes. Para o presidente da Associação de Produtores, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), “está sendo uma benção. Comunidades que nunca tinham visto um projeto desses, agora estão numa alegria só. Estão radiantes com a qualidade dos produtos que estamos entregando”, relatou o dirigente da entidade que está executando seu quinto ano de participação no PAA, o 11º contrato em que tanto produtores irrigantes do Piauí, como a população carente de Lagarto, estão sendo contemplados.

É o que está acontecendo com os atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social José Francisco Rodrigues (Cras I) de Lagarto, onde a coordenadora da instituição, Marta Catarina Dantas de Almeida, elenca o perfil da população que recebe os alimentos quinzenalmente. “São pessoas muito carentes, que a gente já acompanha. Muitas são famílias que vivem só do Bolsa Família, em extrema pobreza. Isso levando em conta atender os locais mais próximos, para facilitar que eles tenham acesso”, explicou enumerando que são 1.300 pessoas dos bairros Jardim Campo Novo, Albano Franco, Loyola I e II, os assistidos com a doação de um total de 56 toneladas de alimentos e onde “o resultado está sendo positivo, a população está muito satisfeita”, completou.

Investimento no homem do campo

Recentemente, o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, pode ver de perto o trabalho de recolhimento e aferição do volume e qualidade dos produtos entregues pelos produtores, filiados da APPIP. “São mobilizações que justificam tudo que foi e ainda é investido, de recursos do Governo do Estado, na agricultura e irrigação pública. Forma consciência no agricultor de que é preciso se organizar, planejar, e ainda entender que aquilo que produzem serve também para combater a fome daqueles que são mais necessitados. Soube que em Sergipe, o acompanhamento realizado pela equipe da nossa Empresa é modelo de organização, exemplo a ser seguido nos projetos fora da nossa área de atuação. Tenho que parabenizar esses dedicados técnicos pelo trabalho que nos orgulha”, considerou.

Um dos que são assistidos pela Cohidro é Jodeclan Silva Santos, produtor rural no Perímetro Piauí que pela segunda vez que entrega para um projeto do PAA da APPIP. Para ele, o Programa auxilia na rentabilidade do agricultor. “Está ajudando bem. O que muda é que aqui na entrega é o preço, que está garantido. No atravessador todo dia muda o preço”, avaliou o irrigante que tem fornecido, em todo dia de entrega de produtos, uma média de 500 quilos de batata-doce, 60 de cebolinha, 80 de couve e 40 de alface. Ainda pela manhã ele chega à sede da Associação com alimentos que colhe bem cedo, fazendo com que as entregas às entidades, no início da tarde, sejam de produtos sempre fresquinhos.

Essa ajuda à população rural vai além da renda. Há casos em que o PAA auxilia no fornecimento de alimentos a famílias residentes no campo e em situação emergencial, sem acesso à suplementação alimentar necessária. É o caso dos povoados Boieiro, Barro Vermelho e Quilombo, também em Lagarto. Segundo Sandro de Oliveira Chagas, presidente da Associação Comunitária e Produtiva do Boieiro, nas localidades o solo e pedregoso, até para o pasto da criação de gado, principal atividade rural praticada no local. “A criação depende tudo de ração. 90% trabalham na roça própria, mas na nossa comunidade se plantar, não dá”, justificou.

O dirigente considera importante o apoio da Cohidro à APPIP, a quem primeiro procurou por ajuda e a Conab, por terem beneficiado Lagarto com este Programa, que diz só ter elogios. “Esta sendo conforme foi elaborado no projeto: no horário estabelecido e os produtos de boa qualidade, produtos de primeira. Não tem esse que viesse estragado, vem tudo organizadinho. A gente só tem a agradecer esse projeto maravilho e queremos ver se a conseguimos renovar de novo”, frisou Sandro Chagas, que representa os 1.960 moradores que vão receber, até o final do contrato, 84.564 quilos de alimentos.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, diz ser constante a atuação dos produtores em projetos de garantia de compra, como o PAA. “Temos a APPIP, mas também existe a Cooperativa de Produtores e a Associação de Produtores Orgânicos que sempre fornecem alimentos tanto nesta modalidade, de doação simultânea como no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), via Prefeitura. A Cohidro incentiva e está aqui para auxiliar e intervir em favor deles”, estabeleceu ele, informando que, no projeto em vigência, ainda são favorecidos o Cras 2, o Povoado Olhos D’água e adjacências, a Pia União dos Pobres de Santo Antônio e a Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância, todos em Lagarto.

Veja um álbum de fotos completo abaixo:

Diretores da Cohidro ouvem produtores em reunião no Perímetro Piauí

Gildo Almeida, João Fonseca, José Carlos Felizola e o técnico Marcos Emílio da Cohidro

Cumprindo agenda de visitas aos perímetros irrigados, o presidente da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), José Carlos Felizola Filho, retornou nesta quarta-feira, 08, a Lagarto para uma reunião com os irrigantes, que ocorreu na sede recreativa da Associação dos Produtores do Perímetro Piauí (Appip). Acompanhado do recém-empossado gerente do polo agrícola, Gildo Almeida Lima e do diretor de Irrigação da Empresa, João Quintiliano da Fonseca Neto. Ele ouviu os agricultores e expôs as intenções da gestão de sua equipe de trabalho.

Um dos pontos questionados pelos irrigantes incide nas reformas e reestruturação do Perímetro. Os diretores tranquilizaram os produtores com a informação de que o projeto não está parado. “A compra das novas bombas já foi feita e estamos esperando o fabricante entregar. Serão 08 novas só aqui no Piauí, para substituir as antigas e que não estão mais com o mesmo desempenho de quando foram instaladas, isso há quase 30 anos. Serão equipamentos modernos, mais eficientes e econômicos quanto ao consumo de eletricidade. Isso vai incidir diretamente no valor das tarifas de energia elétrica pagas à concessionária, ou seja, depois que elas estiveram funcionando, o valor deve diminuir”, informou o Diretor-presidente.

A aquisição das bombas e a reforma das duas EBs (estação de bombeamento) do Piauí, fazem parte do Proinveste, financiamento federal, realizado pelo Governo do Estado, em que a Cohidro foi contemplada com R$ 11 milhões para investir em sua infraestrutura. Só para a irrigação em Lagarto, são R$ 572,5 mil investidos nas obras de recuperação predial e mais R$ 241 mil, para a compra dos equipamentos de bombeamento. “Na EB-02 foi reformada toda estrutura mecânica, tubulações, válvulas, estando pronta para receber as novas bombas. Na EB-01 está para iniciar a recuperação da estrutura civil e a intenção da Empresa é de que a obra ocorra o mais breve possível. Com essas intervenções, vai estabilizar a captação e bombeamento de água, aumentar a nossa eficiência e melhorar as condições de trabalho e produção, de nossos servidores e agricultores”, afirmou João Fonseca.

Sendo um dos seus primeiros compromissos públicos, o gerente Gildo Almeida foi bem recebido pelos irrigantes na reunião, principalmente pelo fato de ser um colega do grupo. Ele possui um lote no Perímetro e há bastante tempo está engajado na causa de defesa da agricultura familiar. “Vamos fazer o melhor para Cohidro, quero retribuir a confiança depositada em mim pela diretoria da Empresa que está disposta em colaborar com esse trabalho. Prova disso está aqui hoje, com a chegada da caminhonete que solicitei na semana passada. Nossa primeira vitória!” comemorou.

Solicitada pelo novo administrador, na visita que José Carlos Felizola fez ao perímetro na semana passada, o novo veículo de cabine dupla comporta cinco passageiros além do motorista. Tem o dobro da capacidade de carga do veículo anteriormente usado para levar os produtores orgânicos até as feiras da Agricultura Familiar em Aracaju. “Agora vamos poder levar mais irrigantes e mais produtos para as feiras. Isso quer dizer que eles também vão poder produzir mais e aumentar a sua renda”, completou Gilton. Após a reunião, o gerente levou o presidente da Cohidro até a EB-01, onde está para ser feita a reforma via Proinveste.

Felizola visita perímetro de Lagarto e dá posse ao novo gerente local

João,Felizola, o Técnico Agrícola do perímetro Marcos Emílio e Gildo

Dando sequência a sua programação de visitas no interior o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), José Carlos Felizola Filho, esteve hoje no Perímetro Irrigado Piauí, unidade da Empresa Em Lagarto. O Diretor foi conhecer a estrutura do polo agrícola e também dar posse ao novo gerente administrativo local, Gildo Almeida Lima.

Agricultor irrigante do Perímetro, Gildo conhece o funcionamento do Piauí, sabe das carências e anseios dos seus colegas produtores rurais. Já em sua primeira recepção aos diretores da Cohidro, João Quinliano da Fonseca Neto (Irrigação e Desenvolvimento Agrário) e o presidente Felizola, comunicou o resultado de seu levantamento preliminar estrutural do escritório que passou a administrar desde terça-feira, 31. Na ocasião da visita, também fez as solicitações mais urgentes, que exigem o bom andamento do trabalho de técnicos agrícolas e demais servidores.

“Solicitamos um veículo maior do que temos hoje aqui, que usamos para levar os agricultores nas feiras orgânicas de Aracaju e demais serviços de manutenção do Perímetro. De pronto o presidente Felizola deferiu nossa requisição. Já, para a semana, está vindo para cá uma caminhonete de cabine dupla que pode levar mais carga do que a outra, o motorista e mais cinco pessoas”, comemorou Gildo Almeida, animado com o novo desafio de administrar o perímetro irrigado onde também é um dos beneficiários.

Este é o segundo perímetro irrigado em que Felizola faz uma visita. Na sexta-feira, 27 de maio, esteve em Canindé de São Francisco, onde ouviu os irrigantes do Perímetro Califórnia em reunião. Na próxima quarta-feira, 7, pretende voltar a Lagarto para um encontro do mesmo porte, onde quer ouvir e saber o que esperam, os agricultores do Piauí, de sua administração na Cohidro. Quinta e sexta-feira planeja ainda conhecer os perímetros irrigados que atendem Itabaiana, Areia Branca, Malhador e Riachuelo.

“É mais do que importante ir conhecer de perto cada perímetro irrigado, quero e vou fazer isso agora no comecinho do mês. Não só saber como funciona e receber o parecer técnico dos administradores. Mas também vou ouvir o que têm a dizer os servidores e principalmente aqueles a quem a Empresa serve: os agricultores irrigantes. O motivo principal, para que o Governo do Estado forneça irrigação pública em nossos seis perímetros, é dar meio de sustento a essas famílias do campo, por isso temos a obrigação de toda nossa atenção”, considerou o presidente Felizola.

Cohidro e BNB levam evento de microfinanças verdes a Lagarto

As árvores foram o abrigo para o evento – Fotos: Ascom/Cohidro

Rende mais um fruto o acordo de cooperação firmado em janeiro, no qual a Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) passou a fazer a assistência técnica rural (Ater) aos projetos de financiamento pelo Agroamigo, do Banco do Nordeste (BNB). A intenção agora é a de reunir os produtores dos perímetros irrigados para levar palestras de interesse desses públicos, tratando do aprimoramento dos tratos culturais, da captação de empréstimos, do empreendedorismo e da saúde do trabalhador.

Para tanto, os escritórios locais da Cohidro e BNB poderão contar com apoio de parceiros como o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf), profissionais liberais, associações de produtores e os organismos de controle social (OCS), constituídos por agricultores orgânicos, atendidos pela Companhia nos polos agrícolas.

Assim foi no primeiro desses encontros, ocorrido no último dia 17 em Lagarto, no Perímetro Irrigado Piauí. Batizado de “Microfinanças Verdes – Agricultura Familiar 2016”. Da parte do BNB, o evento teve por finalidade oferecer serviços financeiros voltados aos microempreendimentos rurais, mas que levem em consideração a preocupação ambiental, como é bem o caso da Agroecologia. Desta vez foi no lote do irrigante João Pacheco, experiente agricultor orgânico e que faz parte da OCS-Centro Sul. O evento era destinado aos 11 orgânicos desta entidade, mas também incluiu outros produtores interessados à conversão.

Como convidada da Cohidro, palestrou a farmacêutica Nuccia Farias Albuquerque, que tem 25 anos de experiência em projetos de implantação de farmácias vivas, empresas de alimentos, programas de boas práticas de fabricação e Legislação Sanitária. “Quis trazer para eles o conhecimento científico do que esse tipo de alimento pode causar para saúde. Investindo nos orgânicos, eles estão com o remédio vivo na mesa, só não sabem ainda manipular isso para tornar uma coisa gostosa e que atenda a nossa memória afetiva”, propôs a especialista que difunde a prática culinária só usando métodos de preparo naturais e ingredientes saudáveis.

Em seguida, do Cerest de Lagarto, palestrou a enfermeira do trabalho Adriana Lopes Santos Santana e o técnico em segurança do trabalho Jean Carlos Batista Barroso, falando sobre a promoção é prevenção da saúde do trabalhador no uso do agrotóxico. “Já que às vezes tem que usar, melhor que se proteja corretamente com o EPI (Equipamentos de Proteção Individual). Mas o que tem que priorizar é essa nova era dos que não usam. Os benefícios disso, à longo prazo, são muitos e o organismo humano agradece”, relatou a profissional de saúde, lamentando o quanto é difícil conscientizar o trabalhador rural dos malefícios pelo mau uso de agroquímicos.

Complementando o que foi dito pelos agentes do Cerest, falou o presidente do Sintraf de Lagarto, Ginaldo Correia de Andrade. Ele relata que na atividade rural, são muitos os casos de pessoas prejudicadas pelo uso incorreto dos pesticidas. “O número de pessoas que vão ao Sindicato pedindo ajuda para fazem o requerimento de Auxílio-doença é bem maior que os pedidos de aposentadoria”, argumentou.

Representou a Cohidro Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerência de Desenvolvimento Agrário (Gedea) da Empresa. Ela faz parte da Comissão Estadual da Produção Orgânica, grupo formado por representantes das instituições governamentais e sociedade civil para a fiscalização dos orgânicos. “São três formas do agricultor regulamentar a produção orgânica: pagando por órgãos certificadores, a mais cara. Por entidades inscritas no Ministério da Agricultura, como as Opac’s (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade), onde agricultores e outros agentes da sociedade fazem controle da produção e ainda as OCS’s, formadas só por agricultores. Porém, nesta última só é permitida a venda direta ao consumidor”, explicou aos presentes.

Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho avalia como positiva as atividades desenvolvidas com parceiros que venham trazer mais conhecimento e benefícios aos produtores. “O BNB colabora bastante com o agricultor irrigante, pois não só fornece subsídios para a produção com suas linhas de crédito, é um banco público que se preocupa com o desenvolvimento do projeto e faz convênios com as empresas de assistência técnica rural, como a Cohidro, para garantir isso”, defendeu, comentando ainda que essa preocupação do Banco com a agricultura sustentável, só contribui com o trabalho da Companhia nos perímetros irrigados.

Banco do Nordeste
Encerraram o evento os agentes de microcredito do BNB, Cristiano Santana e Eraldo Nascimento da Silva, que avaliou como bastante produtivo o encontro. Para o Técnico, o produto que estão oferecendo vai além do financiamento. “A gente não financia dinheiro, a gente oferece transformação de vida”, persuadiu, ainda agradecendo a presença de todos os palestrantes, incluindo a gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, co-organizadora do evento e todos os agricultores.

Outro aspecto explorado na palestra de Eraldo encaixa perfeitamente com a realidade do agricultor familiar e suas dificuldades encontradas por produzir. “O BNB está com uma política de financiar mais de uma atividade por vez, isso pensando no caso de se uma não der certo, a outra vai dar”, defendeu o Assessor de Microcrédito, informando ter hoje, a agência do Banco em Lagarto, 1.300 contratos com produtores rurais, incluindo os clientes de Riachão do Dantas e Salgado, o que justifica existirem os acordos de cooperação com as empresas de Ater, como a Cohidro.

Última atualização: 29 de novembro de 2018 14:48.

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