Agricultores de Lagarto produziram quase 11 mil toneladas de produtos agrícolas em 2024, 116,5% a mais que no ano anterior

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe atende, com água de irrigação e assistência técnica, 421 unidades produtivas no perímetro Piauí

Há 38 anos a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) administra o Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado. Nesta sexta-feira, 25, os agricultores irrigantes do perímetro e toda a população rural lagartense teve acesso aos serviços que a empresa oferece em sua sede, em Aracaju, inclusive relacionados a perfuração e instalação de poços tubulares, enquanto os demais lagartenses conheceram mais esse trabalho realizado na irrigação pública, segurança alimentar, infraestrutura hídrica e dessalinização. Isso porque o Governo do Estado transferiu, simbolicamente, a capital de Sergipe para a sede do município por um dia, na 46ª edição do ‘Sergipe é aqui’.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse atende, com água de irrigação e assistência técnica, 421 unidades produtivas no perímetro Piauí. Juntas, elas colheram quase 11 mil toneladas de produtos agrícolas em 2024, aumento de 116,5% em relação ao ano anterior (5.100T). Em lavouras que utilizaram 430 hectares de área irrigada. O valor total dessa produção anual foi de mais de R$ 7,5 milhões, revertidos em renda para os agricultores.

Helenilson Santos é produtor irrigante no perímetro Piauí. Planta milho, feijão-de-corda, amendoim e batata-doce. Animado com o preço de venda desta última, de R$ 3,00 o quilo da raiz, o agricultor pretende fazer um novo cultivo em breve, usando microaspersão na sua propriedade irrigada. Hoje ele aplica os tratos culturais do milho verde que vai colher no período junino.

“A expectativa é muito grande, em parceria com a Coderse e a Secretária de Agricultura do município. Tivemos um movimento, para fazer com que a produção pudesse crescer ainda mais. Vamos com alegria, força e fé para que este ano a gente bata o recorde, mais uma vez, de produção. Além da água, temos todo o apoio técnico do pessoal da Coderse, todo o apoio psicológico; eles nos incentivam. Estamos unidos no campo com a Coderse para melhorar a qualidade de vida do ser humano”, colocou. 

Entre 2023 e 2024, houve um investimento de mais de R$ 2 milhões, em recursos do Estado, na manutenção elétrica, mecânica ou substituição de motores e bombas e dos seis perímetros irrigados administrados pela Coderse. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite considera a irrigação pública como essencial para a segurança alimentar dos sergipanos. “Há vários anos, a cesta básica registrada em Aracaju é a mais barata do país, e o que é produzido nos perímetros do Governo de Sergipe influencia na maioria dos produtos pesquisados. Com irrigação, se produz mais e com maior diversidade. São colheitas o ano inteiro e não há perda por conta da falta de chuvas”, pontuou.  

Segurança alimentar

A assessoria dos técnicos da Coderse refletiu positivamente para que 23 agricultores irrigantes do perímetro irrigado de Lagarto participassem do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na modalidade ‘Compra com doação simultânea’, em 2024. Eles entregaram 83,2 toneladas de alimentos que beneficiaram quatro mil pessoas em situação de insegurança alimentar de General Maynard, no leste sergipano, durante dez meses, repercutindo em R$ 344.995,97 de renda para esses produtores pela comercialização dos alimentos.

“Em 2025, são 65 produtores, de três associações de irrigantes de Lagarto que fizeram proposta para Conab de entregar para o PAA mais de 180 toneladas de Produtos. Alimentos que podem beneficiar até dez mil pessoas carentes. Se forem aceitas as propostas, esses agricultores irão receber, no período de dez meses, quase R$ 975 mil pelo total das entregas de alimentos. Um grande incentivo para produzir usando a irrigação da Coderse”, avaliou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

Infraestrutura hídrica

Em 42 anos de atuação da empresa, são mais de 210 poços perfurados pela Coderse em Lagarto. Nas ações de bombeamento com limpeza e teste de vazão, instalação, recuperação e manutenção de poços, feitas pelas equipes da companhia estadual, foram investidos R$ 72.837,83 em recursos do Governo do Estado, beneficiando cerca de 7,3 mil lagartenses, entre 2023 e 2024. Diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, conta que a novidade do setor são os três sistemas de dessalinização que o Governo do Estado vai entregar em breve.

“É um trabalho desenvolvido na região de semiárido, onde tem pouca oferta de água para população rural. Trouxemos para o ‘Sergipe é aqui’, para a população de Lagarto conhecer a maquete de uma unidade do Programa Água Doce, coordenado em Sergipe pela Seagri e executado com as suas empresas vinculadas. Por meio da Coderse, o programa está concluindo a construção de três novos sistemas de abastecimento em Porto da Folha, Poço Verde e Carira. A partir disso, Sergipe terá 32 sistemas de dessalinização e vai atender aproximadamente 6.400 famílias com água potável”, concluiu Ernan Sena.

Safra de quase duas mil toneladas de milho verde abastecerá festejos juninos em Sergipe

Para junho de 2024, produção nos perímetros irrigados do estado terá um aumento médio de 600 toneladas de milho comparado ao mesmo período do ano passado; Governo de Sergipe garante assistência técnica aos produtores
Foto: Igor Matias

As primeiras espigas das lavouras do perímetros irrigados de Sergipe começaram a ser colhidas esta semana e há ainda muita produção, em vários estágios de maturação, para abastecer o mercado sergipano durante os festejos juninos. A Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) informa que este ano Sergipe terá a maior safra registrada nos últimos 12 anos, somente no mês de junho. Com uma estimativa de produção média de 5,7 milhões de espigas de milho, resultando em uma colheita prevista de 1.914 toneladas. Comparado a 2023, quando foram colhidas 1.311 toneladas, a safra deste ano deve registrar 603 toneladas a mais que no ano passado, o que representa um aumento de 46% na produção.

O milho verde é ingrediente base para diversas comidas típicas juninas em Sergipe, sendo um dos protagonistas da época. Diante dos números, haverá fartura de bolos, canjicas, pamonha, milho cozido e assado para abastecer famílias e eventos do mês de junho. Além de movimentar a cadeia econômica e gerar renda para os produtores do estado.

Eduardo Santana Barbosa produz milho verde há cinco anos e é um dos beneficiários da irrigação. Ele ressaltou que a orientação e suporte oferecidos pelo Governo do Estado têm sido cruciais para a qualidade e produtividade da lavoura. “Aqui a gente recebe assistência da Coderse [Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe] quanto à adubação, solo, melhor tipo de semente e irrigação. Eu nunca paro de plantar milho, de inverno a verão, porque tenho irrigação”, destacou.

De acordo com o agricultor, em sua roça terá mais milho do que no ano passado. “Por causa também da ajuda técnica, a plantação tem melhorado ao final de cada safra de milho”, enfatizou. Do milho que Eduardo produz, nada se desperdiça. Na propriedade, o agricultor tem algumas cabeças de gado de corte e fornece alimento para os animais por meio da silagem de milho, produto da conservação via fermentação anaeróbica da planta inteira do milho, sendo um alimento bastante importante na nutrição de ruminantes. “As espigas que são descartadas porque não servem para vender, a gente utiliza na ração e faz silagem com a palha, sabugo e o milho”, explicou.

O produtor de milho Nielson de Oliveira Miranda cresceu inserido na agricultura. Os pais dele sempre lidaram com a terra e nela encontraram um meio de sobrevivência. Ao longo dos anos a cultura do milho e da macaxeira se tornaram seu foco principal e devido ao suporte do Governo do Estado, por intermédio de orientações e irrigação, também conseguiu melhorar a produção. “A cada dia, a gente vai aprendendo e ganhando experiência para melhorar nossa plantação. Além disso, recebemos bastante suporte da Coderse, o que acaba interferindo positivamente na qualidade do que a gente produz aqui”, destacou.

Assistência técnica
Graças ao incentivo do Governo do Estado, os produtores de milho estão colhendo esses bons resultados. De acordo com Gildo Almeida, gerente do Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto, na região centro sul, a Coderse, vinculada à Seagri, presta acompanhamento técnico durante todo o ano. “Os nossos técnicos agrícolas vão até as propriedades para fazer análise e correção de solo, orientar quanto ao melhor milho para ser plantado, como também com relação a irrigação”, informou.

Gildo explicou ainda que a irrigação permite o cultivo de milho durante todo o ano. Para garantir o alimento no São João e no São Pedro, os agricultores começaram o plantio no início de abril. “Os produtores de milho do perímetro irrigado plantaram no período de estiagem porque são beneficiados pela irrigação. Eles apostaram para vender e ter mais lucro”, disse.

O técnico agrícola, William Domingos, explicou como funciona o suporte do Governo de Estado aos beneficiários dos perímetros irrigados do estado. “A Coderse orienta com relação a irrigação e o uso correto da água. E, hoje, já modificamos o nosso sistema de irrigação, o que gera economia de água e já faz a adubação direto também com a fertirrigação e mangueiras de gotejo. Além disso, explicamos com relação a melhor semente a ser usada, essa por exemplo consumida nos festejos juninos é um milho de colheita precoce e que tem uma espiga maior”, informou.

Perímetros Irrigados em Sergipe
Além do Perímetro Irrigado do Piauí, em Lagarto, Sergipe conta ainda com o Jabiberi, em Tobias Barreto; o Jacarecica I, em Itabaiana; o Jacarecica II, que abrange os municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo; e o Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, que engloba Areia Branca e Itabaiana.

O milho produzido pelos agricultores do Perímetro Irrigado Piauí, por exemplo, abastece a população de Lagarto, municípios do entorno e a Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju, que distribui para todo Sergipe e até estados vizinhos.

[vídeo] Batata-doce no perímetro irrigado estadual de Lagarto no Balanço Geral

A retomada na produção de batata-doce no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, foi destaque no programa Balanço Geral Manhã, da   Tv Atalaia. A produção do alimento está presente nos cinco perímetros irrigados do governo do Estado com aptidão agrícola.

Em Lagarto, depois de quase cessar a produção da batata-doce, a assistência técnica agrícola da Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) que administra os perímetros estaduais, orientou a opção pelo uso de novas ‘sementes’. A partir de uma variedade criada pela Embrapa, a produção foi retomada e já produziu, no primeiro trimestre, 25% a mais que no mesmo período de 2022.

Batata-doce é o cultivo preferido dos produtores do perímetro irrigado em Lagarto

Assistência técnica da Coderse orientou sobre doença que quase dizimou produção de variedade mais procurada. Primeiro trimestre produziu 124,5T de batata-doce

Foto: Arquivo pessoal

Produtores irrigantes voltaram a investir forte na produção de batata-doce em Lagarto, agora que contam com uma variedade livre de doenças, a ourinho roxa. A produção é fruto de ‘sementes’ com origem nas pesquisas da Embrapa Clima Temperado, que se adaptaram bem às unidades produtivas do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado naquele município. Lá, são cerca de 50 produtores produzindo  batata-doce durante o ano, ocupando continuamente uma área de 30 hectares (ha).

Em 2019, muitos desses agricultores atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), com água de irrigação de assistência técnica, abandonaram a bataticultura por conta da doença causada pela mosca branca na batata ourinho, a mais cultivada e lucrativa na época. As plantas doentes não produziam as raízes que usamos para alimentação, fazendo com que os irrigantes perdessem as safras inteiras. Já neste ano, no primeiro trimestre a produção de batata-doce foi de 124,5 toneladas,  25% maior que no mesmo período de 2022. Colheita que rendeu aos irrigantes R$ 138,6 mil.

Conforme conta o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, a praga tinha infestado as ramas da lavoura anterior e que eram usadas para replantio das lavouras seguintes. “Desde o início, a orientação dos técnicos da nossa empresa foi a de buscar ‘sementes’ novas e que não tivessem origem nas lavouras já contaminadas. A dica foi certeira e esses bataticultores voltaram a plantar, colher, beneficiar e comercializar a batata-doce com todo estado e fora dele. Produto bastante requisitado pela alta qualidade da ourinho roxa”, pontuou.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida, relembra o problema com o carro-chefe da produção de batata-doce, a variedade ourinho tradicional. Mesmo ela tendo um ciclo de produção maior. “A batata-doce ainda é uma das principais culturas aqui. Agora que surgiu esse melhoramento através da Embrapa de Pelotas (RS), a ourinho roxa, é ela que está no auge aqui. Embora precise de 90 dias para colher, ela tem boa qualidade e está a todo vapor a produção aqui. O preço na lavoura agora é R$ 1,50/Kg”, informou.

Luciano Oliveira está plantando a nova variedade de batata-doce e está animado, mesmo tendo tido azar com ourinho branca no passado.”A ourinho roxa é a que o pessoal está mais plantando agora. Quando comecei a plantar batata, fui plantar a branca e não produzi nada. Isso foi há uns 4 anos atrás. Comecei a plantar batata-doce novamente agora recentemente, há uns dois meses e ainda vou colher daqui a 1 mês e já tem comprador. Mas eu acompanho os colegas que estão colhendo, ela é excelente, é boa de lidar”, revelou o produtor que tem 0,33 ha plantados com a ourinho roxa.

Já Helenilson Santos conta que naturalmente está voltando a obter a rentabilidade semelhante à que possuía antes da doença, quando todos lucravam com a ourinho tradicional. “Com a Ourinho roxa não, porém com a ourinho tradicional tivemos problemas demais! Eu parei um bom tempo e voltei ano passado, já com a roxa. Até o momento, graças a Deus, tem produção e saída em grande escala. Está tudo bem aqui agora e chovendo bem, ajuda muito também no controle da mosca branca”, completa o irrigante do perímetro Piauí.

Companhia estadual promove Dia da Água para estudantes em perímetro irrigado de Lagarto

Coderse disponibilizou técnicos e maquete do Programa Água Doce para demonstrar aos alunos

Foto: Paulo Ricardo

Já tradicional no calendário de eventos em Lagarto, Centro-Sul sergipano, o Dia da Água promovido pelo Perímetro Irrigado Piauí, foi realizado nesta quinta-feira, 23. A programação voltada à comunidade escolar dos bairros e povoados vizinhos ao polo agrícola, mantido pelo Governo do Estado, contou com apresentações artísticas dos alunos e de artistas convidados. Além de palestras sobre a importância da água, da sua exploração responsável e do perímetro, para o desenvolvimento da atividade agrícola no município.

Ieda Oliveira, professora de Ciências na Escola Municipal Adelina Maria de Santana Souza, em Lagarto, relaciona a participação no Dia da Água no perímetro com a educação teórica feita em sala de aula. “Ajuda na conscientização sobre os cuidados com a água. Como podemos relacionar isso com a escola? Falando da importância da água para as pessoas que plantam, essa irrigação vai fazer girar a economia do município. Como no Verão intenso, que não dá para plantar milho, mas tem aqui um setor que faz a irrigação”, observou.

“Este foi o primeiro Dia da Água que pudemos fazer juntando todos os alunos, depois da pandemia. Ano passado fizemos em grupos e antes tivemos que suspender, por conta do isolamento social. É importante trazer as crianças para aprender e conhecer o nosso perímetro, da água que chega aos lotes para gerar renda e alimentos nessas comunidades”, destacou o gerente do perímetro, Gildo Almeida.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite agradeceu pelo empenho da equipe de Lagarto para realizar o evento. “É um evento simples, mas de uma importância significativa por dar essa orientação aos nossos pequenos, porque a água é algo realmente importante. Nós precisamos em todo momento da água. A instrução, a orientação nesse sentido é sempre favorável, principalmente nessa faixa etária. E queria agradecer ao nosso diretor de Infraestrutura, Ernan Sena, que nos enviou uma maquete e o pessoal para fazer a palestra”, pontuou.

Programa Água Doce
Foi destaque no evento o trabalho de execução do Programa Água Doce (PAD), feito pela Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Nele, a empresa atua com técnicos que fazem parte do Núcleo Estadual, realizando serviços de reparo, manutenção de poços e orientação nas 29 unidades de produção de água dessalinizada do programa, existentes na região semiárida de Sergipe.

“Exibimos a nossa maquete do PAD e trouxemos a geóloga Isabela Soares, da Gerência de Perfuração, ligada à nossa diretoria. Ela explicou o programa, com a nossa maquete e palestrou sobre nosso trabalho com poços e sistemas de abastecimento feito em todo estado. O que inclui a atenção às unidades do Água Doce”, expôs o diretor de Infraestrutura da Coderse, Ernan Sena.

Aluna da professora Ieda, no 6º ano, Roseli da Silva tem 11 anos e é filha de agricultores. No seu dia a dia em família, com o que aprendeu na escola e no evento, ela mostra que sabe o que a água representa para nossa existência e para a geração de renda. “A água é muito importante, principalmente para plantar. E se a pessoa planta, tipo o tomate, ele é alimento para a gente”. O PAD e o processo de transformar água salgada em doce também foi outra novidade para Roseli.

Além da Adelina Maria, as escolas municipais Eliezer Porto e Monsenhor Jason Barbosa Coelho também participaram, trazendo seus alunos ao evento. O presidente do Sintraf, Evandro Silva, falou no evento sobre a atuação ambiental do sindicato. A Escola de Música Professor Kalil fez apresentação musical e o artista Tarcísio Lima encenou um teatro de bonecos com o tema da educação ambiental.

A organização foi da gerência local do perímetro e dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que administra o perímetro Piauí. Colaboraram com o evento a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), no fornecimento de tenda e copos de água potável, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto (Sintraf), que emprestou cadeiras e a empresa Maratá, que forneceu caixinhas de suco de fruta para o lanche da garotada.

[galeria de fotos] Dia das Mulheres teve homenagem da diretoria executiva e gerências no interior

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe reconhece a relevância da participação da mulher no dia a dia da empresa. Mas elas também fazem valer ainda mais a importância das nossas ações no campo. Mulheres que são responsáveis por produzir, gerar renda e sem nunca deixar de cuidar de toda família.

E nunca é demais falar mais uma vez sobre o Dia Internacional das Mulheres. Elas merecem! Tanto que neste 8 de março, os diretores executivos e gerentes de perímetros da Coderse, distribuíram botões de rosa para as funcionárias da sede da companhia e nas unidades do interior.

Muito além do que não deixar passar em branco a data comemorativa, o ato simboliza o reconhecimento pela força, dedicação e amor pela empresa. Qualidades que as nossas colegas demostram em todos os dias do ano. Parabéns!

Parabéns a todas as mulheres em seu dia!

08 de março, Dia Internacional das Mulheres

Feijão-de-corda irrigado gera renda e adubo nitrogenado em perímetro estadual

Irrigação fornecida pela Coderse permite colheitas fora da estação chuvosa
Feijão-de-corda tem boa aceitação na mesa do sergipano e em estados vizinhos [foto: arquivo pessoal]
Mais do que atender a preferência que o nordestino tem por esta variedade, o feijão-de-corda é usado como cultura de rotação no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. Depois de colhidas, as plantas servem de adubação verde, rica em nitrogênio, e que diminui o custo de produção dos próximos cultivos agrícolas. Lá foram colhidas 10,4T do alimento em 2022.

No perímetro administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), esse feijão, também conhecido como fradinho ou caupi, é cultivado fora de época, no verão. “A produção de alimentos no período de estiagem se torna possível graças ao sistema de irrigação interligado, pelo Governo do Estado, às 421 propriedades agrícolas de Lagarto”, destacou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Helenilson Santos, 35 anos, produtor irrigante do perímetro Piauí, atende a demanda de mercados e feiras de Lagarto, nesse período em que não se encontra o produto cultivado em sistema de sequeiro. Ele usa o feijão no auxílio a outras culturas agrícolas com maior custo-benefício ao produtor irrigante, como a batata-doce, o milho e o quiabo.

“Eu sempre planto (feijão-de-corda) com o intuito de fazer rotação de cultura, e também porque minha mãe vende na feira. A própria semente sou eu mesmo que produzo. Já deixo reservada e tenho colheita para o ano todo. Quando chega no inverno eu planto na parte não irrigada e no verão eu planto na irrigada, mas eu sempre tenho”, apontou o agricultor que mantém a família, com três filhos e esposa, a partir da renda das plantações.

O feijão-de-corda é uma leguminosa de família botânica que tem como característica a fixação biológica de nitrogênio, para o uso da própria planta. Mas esse nutriente permanece nos restos do feijoeiro depois de colhido e serve para o desenvolvimento da próxima lavoura que vier a ocupar aquela roça. “Ao ser misturado ao solo, os restos da cultura agem como adubo orgânico”, justifica Helenilson.

Gerente do perímetro de Lagarto, Gildo Almeida destaca que o uso de uma leguminosa como rotação de cultura tem boa adesão entre os irrigantes. “Outro cultivo muito usado para esta finalidade é o amendoim. No perímetro Piauí temos irrigantes que plantam e cozinham, atendendo compradores dentro e fora do estado. Mas ele também tem essa mesma utilidade que o feijão, de servir de adubação verde”, confirmou.

Segundo o gerente do perímetro, neste verão são cerca de 10 produtores que usam a irrigação do perímetro para produzir o feijão-de-corda. “Além da irrigação que a Coderse oferece, em cada propriedade, para eles produzirem o ano inteiro, também tem a assistência técnica agrícola, que faz a orientação para eles produzirem mais e melhor, incluindo a adoção de culturas de rotação. Em 2022, foram 10,4 T de feijão-de-corda produzidas no perímetro, rendendo R$ 42 mil aos irrigantes”, informou Gildo Almeida.

A família de Helenilson Santos já tinha a propriedade quando surgiu o perímetro Piauí, que tem a mesma idade do agricultor. “Não acompanhei a implantação. Mas todo o conhecimento vem do pessoal que trabalha aqui. Os técnicos agrícolas sempre dão suporte à gente e à irrigação, para você ter o produto de inverno a verão, desde as formas de plantio, até os estudos para poder ter sempre a melhor produção. Porque hoje a gente consegue sobreviver do próprio plantio”, revelou.

Feijão o tempo inteiro
Para não deixar de ter feijão-de-corda para vender, Helenilson mantém mais de uma área com o cultivo. “Eu planto aqui mais ou menos um hectare. Para ter a colheita sempre farta e suprir a feira, eu estou colhendo agora a metade e tem outra metade já começando a colocar flor”. Na feira, ele comercializa o feijão por R$ 8 a lata (de 1L de óleo de soja), valor que varia conforme a oferta e a demanda.

Colhido ainda verde, o feijão-de-corda tem melhor preço de venda, acelera o ciclo da lavoura e a entrada da cultura seguinte, onde os feijoeiros servirão de adubo. Mas é do grão seco, também comercializado por Helenilson, que ele tira a semente e garante a continuidade das novas safras. “Do plantio até a colheita são de 80 a 90 dias, e a gente passa entre 30 a 40 dias colhendo. A colheita é rápida”, completou.

Vantagens e aplicação
O mais nordestino entre os feijões está no acarajé, no abará, no baião de dois e no feijão tropeiro; pode ser consumido cozido, em caldo, ou nas saladas frias. Mas em relação ao feijão carioca, o mais consumido no país, o feijão-de-corda tem três vezes menos carboidratos, que são os açúcares. Assim, o corda é mais indicado para o consumo dos diabéticos e nas dietas de emagrecimento, já que também tem menos da metade das gorduras totais encontradas do que o carioca.

Apoio do Estado à agricultura familiar garante renda para produtores e diversidade de alimentos na mesa dos sergipanos

Assistência técnica, modernização, investimentos no desenvolvimento regional e programas específicos são algumas das ações do Governo de Sergipe que têm fomentado a agricultura familiar no Estado

Irrigação possibilita maior diversidade de culturas e rentabilidade [foto: Arthuro Paganini]
Em aproximadamente 20 dias, o amendoim plantado por Luciano Oliveira estará pronto para ser colhido. Do povoado Limoeiro, no município de Lagarto, no centro-sul de Sergipe, o produto vai parar nas feiras da região e até na capital, Aracaju, chegando à mesa de várias famílias sergipanas.

Segundo dados consolidados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), de 2017, cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são compostos por agricultores familiares. No estado, como em todo o Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para consumo da população.

Em Sergipe, os agricultores familiares contam com o apoio do Governo de Sergipe, por meio de diversos programas mantidos, principalmente, pelas secretarias de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), da Assistência Social e Cidadania (Seasc), assim como da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese) e a Companhia do Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), antiga Cohidro.

Por meio da Pronese, por exemplo, o governo do Estado implementa o Programa Nacional de Crédito Fundiário em parceria com o governo federal, que possibilitou o acesso à terra para mais de 2 mil famílias. Enquanto a Emdagro tem uma atuação importante no interior, com 36 escritórios por todo o estado, prestando assistência técnica rural e fomento à produção. Também são realizados programas para o agricultor familiar, como Programa de Distribuição de Sementes; de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro (IATF); apoio à regularização das queijarias, dentre outros. O seguro Garantia Safra, a operação do Programa Alimenta Brasil (PAB) e o Programa de Regularização Fundiária são algumas das ações diretas da Seagri. Já a Coderse atua na modernização e gestão de seis perímetros públicos irrigados, na construção de sistemas de abastecimento de água, limpeza e abertura de pequenas, médias e grandes barragens nos municípios.

Diversidade e produtividade
O terreno de duas tarefas onde Luciano e seu pai, Agnobaldo Nascimento, também produzem verduras, amendoim, batata doce, mandioca, macaxeira e milho faz parte do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pela Coderse, em Lagarto. Além da irrigação pública, os agricultores contam com a assistência técnica do Estado, o que possibilita maior diversidade de culturas e rentabilidade.

“É fundamental o auxílio que recebemos. Depois da irrigação, melhorou muito, principalmente o lucro. Com a irrigação, a gente consegue ter até três safras por ano. E com a assistência técnica da Coderse também conseguimos, no banco, um financiamento para o kit de irrigação para a lavoura nova, o que vai aumentar nossa produção, pois vamos trabalhar com equipamentos mais novos e modernos e investir um pouco mais na qualidade do produto, usar um adubo melhor e uma semente de melhor qualidade”, disse Luciano.

De acordo com o agricultor familiar, o apoio do Estado e dos demais parceiros vai permitir uma maior produtividade no seu terreno. “Quero ter um aumento de 20% a 30% na produção neste ano”, afirmou o filho de Agnobaldo, acrescentando que o lucro obtido com a lavoura é a principal fonte de renda da família, formada por cinco pessoas.

Em 2022, nos seis perímetros irrigados mantidos pela Coderse, foram produzidas 132.601 toneladas de alimentos. “O lote com a irrigação consegue tirar até três safras em um ano. Sem a irrigação, eles produziam praticamente só mandioca e esperavam mais de um ano para colher. Já o amendoim, milho verde, batata doce têm um ciclo pequeno de produção, e o retorno financeiro é mais rápido. Sempre trabalhamos para melhorar a produção, por meio do acompanhamento técnico. A gente também corre atrás de projetos para eles participarem dos programas dos governos estadual e federal. A gente se preocupa muito com isso, para que possam escoar a produção, para que produzam e tenham como escoar”, explicou o gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima.

Luiz Barbosa dos Santos também é um dos beneficiados pela irrigação pública. “Sem a irrigação, a gente não trabalharia aqui. Eu produzo tomate e pimenta. Nesta safra, estamos com uma produção de aproximadamente 1.500 caixas de tomate. Esse tomate vai para as Ceasas de Itabaiana e Aracaju”, informou o produtor do povoado Várzea dos Cágados.

Mais renda
Conforme Luiz, a produção também gera renda para trabalhadores da região. “Estamos agora no período de colheita, e são quase 40 pessoas que contratamos dois dias por semana, nas três semanas da colheita, para catar e também para separar os tomates”.

Daniela dos Santos Souza é uma das pessoas contratadas para a colheita. Para ela, o serviço é motivo de orgulho. “Sou de família de agricultores. Minha mãe e meu irmão também estão trabalhando aqui hoje. É um tipo de trabalho que a gente faz com muito amor e carinho, porque gosta. Gosto muito de trabalhar na colheita do tomate e em outras, como a seleção de pimenta. Tem que ter os colhedores [antes] para os tomates chegarem, depois, até as pessoas”, argumentou.

A jovem destacou, ainda, a oportunidade ofertada pela produção agrícola local. “Eu moro aqui em Lagarto com minha filha. Então, eu tenho que ter o meu sustento e o dela. Também é bom para a maior parte do pessoal, que, quando está desempregado, encontra mais trabalhos assim por aqui”, pontuou Daniela.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

[vídeo] Com capim capiaçu irrigado e outros restos culturais, irrigante mantem rebanhos de leite e corte

O programa Sergipe Rural, da Aperipe TV, foi até o Perímetro Irrigado Piauí, mantido pela Cohidro em Lagarto, Centro-Sul Sergipano; para mostrar a propriedade agrícola de Gival Souza. Ele experimenta um certo grau de autossuficiência na criação de bovinos, caprinos e ovinos. Em um ciclo virtuoso, o pequeno agropecuarista utiliza a variedade de capim BRS Capiaçu e restos culturais como ração para a criação de animais que, por sua vez, geram esterco para a adubação destas plantações. O sistema funciona durante todo ano, a partir da água fornecida pelo serviço de distribuição pública estadual do Perímetro Irrigado Piauí.

Agricultores familiares precisam estar formalizados para participar do Alimenta Brasil

Cohidro orienta produtores dos perímetros irrigados na preparação para o envio de propostas de entrega de alimentos ao programa

Foto: arquivo pessoal

Agricultores familiares de todo o país estão na expectativa para que o Governo Federal abra o prazo para o recebimento de propostas para o Programa Alimenta Brasil (PAB). No final de julho, a Medida Provisória 1130/22 autorizou a liberação de R$ 500 milhões para o programa, que atua na aquisição de alimentos da Agricultura Familiar. Em Sergipe, a equipe da assistência técnica que atua nos perímetros irrigados estaduais presta assessoria às associações e cooperativas de irrigantes, para que estejam formalizadas e aptas à participação no PAB; e também no envio e execução das propostas.

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) calcula que, em 14 anos, os perímetros irrigados estaduais movimentaram mais de R$ 10,6 milhões através dos quase 1.700 projetos aprovados, somando a entrega de 4,2 mil toneladas de alimentos produzidos por agricultores irrigantes ao PAB (antes chamado Programa de Aquisição de Alimentos – PAA). Na modalidade ‘Compra com Doação Simultânea’, o programa realiza a doação dos alimentos adquiridos a entidades que atendem pessoas socialmente vulneráveis. O quantitativo é suficiente para alimentar, pelo período médio de um ano, 155.701 pessoas em situação de insegurança alimentar.

O técnico da Diretoria de Irrigação da Cohidro, Sandro Prata, explica que tanto o agricultor quanto as entidades representativas, que farão as propostas, precisam estar formalizadas. “Primeiro o produtor precisa atualizar a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) para a pessoa física junto à Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe). Este documento atesta a condição de agricultor familiar, que é necessária para participar do Alimenta Brasil. A partir dessa DAP individual, as associações e cooperativas emitem a DAP de pessoa jurídica. Também é necessário que estas instituições façam o cadastro institucional e de seus integrantes no Sican (Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais, Público do Programa Alimenta Brasil, Cooperativas, Associações e demais agentes), para que na hora de enviar as propostas, por este mesmo sistema, elas serem reconhecidas”, explica.

Andressa Moraes é tesoureira da Associação Comunitária e Produtiva dos Moradores do Povoado Fazenda Grande e Adjacências, que está atualizando sua documentação para participar do PAB. “Estamos encaminhando toda a documentação após a DAP jurídica ter sido aprovada, para que a gente possa participar do Alimenta Brasil. A Cohidro tem nos ajudado muito, com orientação a respeito de como fazer a Declaração de Aptidão, fazendo o acompanhamento técnico aqui junto aos produtores. É muito importante ter esse acompanhamento, e o gerente está sempre à disposição para nos ajudar”, relata.

Irrigante do perímetro Piauí, Elvis Barbosa está fazendo a DAP pela primeira vez, também com o auxílio da Cohidro. “A palestra sobre a formalização da DAP foi muito boa, porque tivemos muita informação. O pessoal foi bem minucioso, passou a documentação necessária que a gente precisa. Foi bem detalhado. Essa regularização de documentos vai me ajudar a abrir muitos caminhos até o financiamento de minha produção”, pontua o produtor. Para ele, participar do Alimenta Brasil “é uma oportunidade para fazer um bom escoamento da produção, pois o preço é bem melhor do que o da região”.

Em reunião realizada em agosto, agentes de crédito do Banco do Nordeste apresentaram a linha de crédito rural ‘Agroamigo’ aos produtores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Durante o encontro, os técnicos da Cohidro expuseram os benefícios de ter a DAP, que também é necessária ao cadastro deste tipo de financiamento para a Agricultura Familiar. “Falamos sobre a DAP jurídica e sobre a importância dos produtores participarem da associação, porque alguns deles ainda não sabiam. Os incentivamos a participar, porque segundo o Governo Federal, está para sair este dinheiro para comprar produtos da agricultura familiar através da Conab”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

Última atualização: 7 de novembro de 2022 18:45.

Acessar o conteúdo