Perímetro irrigado de Canindé faz sua primeira colheita de uva em campo experimental

Videiras foram introduzidas via convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa e a Cohidro

Obtiveram sucesso os campos experimentais de uva implementados em Canindé de São Francisco, no Perímetro Irrigado Califórnia. Fruto do convênio de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do polo irrigado onde dois campos tiveram as videiras implantadas há exatamente um ano. A partir de agora e durante um mês, os irrigantes fazem a primeira colheita em nível comercial, com coletas duas vezes por semana. A expectativa é de uma produção total de 8 toneladas nesta primeira safra. Será reflexo disso, a ampliação desses parreirais e adesão de novos viticultores.

Toda tecnologia estudada e implantada pela Embrapa em Petrolina-PE, foi trazida para quatro destes campos experimentais em Canindé, somando aos outros dois no Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Os produtores – escolhidos pelas duas companhias atendendo requisitos de conhecimento técnico e adoção da policultura, ou seja, cultivar a terra com mais de um tipo de plantação simultaneamente – receberam as mudas, os materiais para fazer os parreirais, o sistema de irrigação e os insumos que são utilizados na fertilização das plantas. Insumos estes que terão fornecimento mantido até completar os dois anos de abrangência do convênio, mesmo tempo em que dura a assistência dos técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos da estatal de pesquisa.

O primeiro a colher as uvas foi o produtor irrigante do Califórnia Levi Alves Ribeiro, mais conhecido por Sidrack. Em seu parreiral foram 25 caixas de 20 quilos cada, retiradas nesta quarta-feira, 13. No início da semana, de alguns cachos precoces tirou outras 15, que vendeu para feirantes e mercados da cidade por valores entre R$ 50 e R$ 60, a caixa. “Vou colher duas vezes por semana, por um mês inteiro. Minha expectativa aqui é de colher 4 mil quilos nessa primeira, depois sobe para 7 mil, segundo os técnicos da Embrapa”, acredita. O que ele não vender aos vizinhos e visitantes, ele mesmo vai pôr nas próximas feiras de Itabaiana e de Canindé. “Recebi a visita de um empresário de Alagoas, que quer fazer suco de uva, me comprou duas caixas para experimentar e conversou comigo sobre eu fornecer a uva”.

Sidrack acredita no potencial da uva e quer expandir. Mas para ele, o maior problema de produzir frutas em Canindé é o escoamento da produção, que depende de atravessadores e não conta com indústrias de processamento. “Para ter uma ideia, nesta mesma área eu plantei maracujá antes. A produção foi boa, mas a dificuldade foi escoar, o mercado local não absorve. Quero reorganizar a cooperativa para promover a poupa de fruta, com o excedente que não vender. Vamos buscar recurso, buscar treinamento através do Sebrae e quem sabe em breve possamos pensar em produzir vinho”, aspira o produtor irrigante que acaba de se tornar presidente da cooperativa de produtores do Perímetro Califórnia.

Melhor renda

José Carlos Felizola é presidente da Cohidro e pensa que para melhorar a renda do agricultor, tem que agregar valor ao que saí das lavouras. “Incentivamos muito, em nossos seis perímetros irrigados, as experiências em plantações que não comuns na região. Esse aumento na variedade faz com que o mercado não refute um produto pela superprodução, como já ocorre em Canindé com o Quiabo. E o risco de mudar, como estão fazendo estes produtores de uva novatos, é mínimo, quando se tem o apoio técnico, nosso e da Embrapa, e a infraestrutura do Estado para fornecer irrigação. Outros campos experimentais estão sendo projetados em Canindé e em Lagarto isso já foi feito com a banana prata anã, a pera, a maçã e o caqui”, coloca o diretor, acrescendo que em Canindé, a empresa também apoiou doando o terreno da central de distribuição, que está sendo construída e vai facilitar o escoamento agrícola local.

Quem conhece bem as dificuldades ao vender o quiabo, é o outro agricultor irrigante, com os também meio hectares de uva, José Leidison dos Santos. Como Sidrack, ele recebeu 625 mudas de uva. A maioria da variedade Isabel, de mesa e para vinho, mas com uma parcela menor da Violeta, mais apropriada para sucos. “Vai deixar de plantar um produto desses, que sai por baixo uma caixa por R$ 40, para plantar o quiabo, que tem gente vendendo por R$13 o saco?”, questiona o produtor. “Se der certo, vamos tentar financiamento para aumentar. Pois se arranjar comprador, tem que ter mais. Botar mais um hectare”, acrescenta.

Manejo da uva

A fertirrigação é um sistema em que a água é enriquecida com todos os nutrientes necessários à planta e chega até ela na dosagem correta, através de mangueiras de gotejo. Tal sistema, empregado pela Embrapa nos campos experimentais, facilitou muito o trabalho de José Leidison. “Para mim está bom, trabalhei sozinho, não tive muito custo”, considera. Outra facilidade na operacionalização do parreiral é a poda feita por parcelas, com intervalo de sete dias uma da outra. Isso possibilita ter uva por quatro semanas e fracionar a mão de obra com a colheita que, por acaso, o agricultor fez nesta quinta-feira, 14.

Quem explica bem como é isso, é o técnico em agropecuária da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto). “Depois que poda, tem 95 a 100 dias para uma nova colheita. Assim, dá para ter três colheitas por ano. A poda feita para esta colheita foi entre os dias 29 de julho e 30 de agosto. Pelo escalonamento da poda de produção que foi feita, segundo o técnico da Embrapa, é para que tenha uva em ponto de colheita durante o mês de dezembro inteiro”, explica o técnico que vem acompanhando a introdução da cultura no Califórnia desde o começo. Acompanhando os técnicos da Embrapa nas visitas aos parreirais e vendo de perto o crescimento das plantas, hoje têm atuado como um suporte, da parte da estatal sergipana, na assistência técnica aos viticultores.

Aprendizado

Não é só Beto que faz dos novos parreirais uma escola. Segundo a gerente do perímetro irrigado, Elieane de Moura Moraes, está sendo terreno fértil para o aprendizado dos estudantes técnicos em agropecuária. “Mandei, com os nossos técnicos Joaquim Ribeiro, Tito Reis e Edmilson Cordeiro, os nossos estagiários para ajudar na colheita. Aqui todo mundo trabalha. Para eles que estão acompanhando o plantio de uva desde o começo, quando os visitavam com os professores do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, é uma experiência enriquecedora e, provavelmente, serão eles mesmos que vão cuidar dessas videiras, se a atividade realmente se consolidar e crescer no futuro”.

Pera e maçã

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, já foi introduzido um campo experimental de pera no Perímetro Califórnia e em breve terá outro de maçã. “Nos dias 1 e 2 de novembro, no lote do agricultor irrigante João Fernandes dos Santos, foram plantadas 384 mudas, totalizando uma área de 0,19 hectares com uma variedade de pera já testada em Petrolina. O técnico agrícola da Embrapa, Guy Rodrigues, informou que por enquanto eles só dispõem de mudas de pera, mas em seguida será a vez da maçã em outro campo, assim que forem adquiridas. Da mesma forma com que foi as uvas, estes dois outros campos terão o mesmo tipo de assistência e custeio para o produtor. Sem custos, eles só contribuem com a mão de obra”, completa.

Mutirão de limpeza e reparos nas EBs do Califórnia

Produtores atendidos pela EB-07 também fizeram mutirão – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Em mais um Dia do Rio a paralisação do sistema do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, serviu para que os agricultores irrigantes atendidos pelas estações de bombeamento (EBs) 7 e 3, fizessem mutirão de limpeza nos reservatórios destas instalações e na última, os técnicos da Cohidro iniciaram um trabalho para a troca dos crivos, que será repetido nas outras 5 unidades de bombeamento.

Os crivos são como ‘peneiras’ postas à ponta da tubulação que capta a água que chega às moto-bombas, para ser bombeada aos lotes irrigados. A limpeza dos leitos e margens nas barragens e canais – o que vem sendo feito por mutirões dos próprios agricultores – diminui o acúmulo de impurezas que entopem estas peças, principalmente algas e plantas aquáticas. A substituição agora ocorre para tirar as peças antigas, instaladas na época de implantação do perímetro irrigado, há cerca de 30 anos.

Feitos de metal, os crivos antigos já se encontravam bastante enferrujados e rompidos, ineficientes no trabalho de evitar que as bombas e os aspersores de irrigação sejam danificados ou entupidos por materiais sólidos. Os novos são de PVC, fabricados pelos próprios técnicos da Cohidro em Canindé, utilizando tubos de 200mm.

Prorrogação
Em resolução publicada ontem, no Diário Oficial da União, a Agência Nacional de Águas (ANA) determina que as captações de água na bacia hidrográfica do Rio São Francisco permaneçam suspensas às quartas-feiras até o dia 30 de abril de 2018, quando a utilização for para a agricultura, indústria e mineração, denominada ‘Dia do Rio’.

Belivaldo se reuniu com agricultores de perímetros irrigados em Canindé

Belivaldo também entrega ambulâncias e leva Ceac Itinerante para a cidade

Foto: Marcelle Cristinne/ASN

O vice-governador Belivaldo Chagas reservou a terça-feira, 28, para ir ao município de Canindé do São Francisco, Alto Sertão Sergipano, entregar ambulâncias e levar uma série de serviços à população através do Ceac Itinerante. Na oportunidade, Belivaldo se reuniu com agricultores de perímetros irrigados e assentados do MST, no intuito de discutir  melhorias para região.

“A gente veio aqui, atendendo a um pedido das lideranças, do prefeito do município, dos vereadores, enfim, é uma ação de Estado em benefício da população. Portanto, foi um dia extremamente proveitoso em que pudemos trazer para a população de Canindé diversos serviços, entregamos ambulâncias e discutimos assuntos de interesse, principalmente, as questões relacionadas aos perímetros irrigados, em especial, o Califórnia. Assim como, ouvimos também as reivindicações e sugestões dos representantes dos assentamentos da região para melhorar cada vez mais as condições de vida dessas pessoas”, explicou o vice-governador.

 

Assentamentos

Em Canindé, o vice-governador Belivaldo discutiu com representantes de assentamentos da região e agricultores do perímetro irrigado Califórnia, soluções para algumas dificuldades enfrentadas pelos agricultores da localidade. Na pauta, a ampliação do abastecimento de água pelos carros-pipas, regularização fundiária, entre outros.

De acordo o secretário estadual da Agricultura, Esmeraldo Leal, o governo do Estado estar atento as demandas da localidade.  “Já há um esforço do governador para ajudar no problema que afeta os moradores, principalmente, do semiárido, que sofre com a estiagem. Nesse sentido, o governo já sinalizou com a Defesa Civil para que de forma isso possa ser ampliado. Desta forma, vamos seguindo no esforço grande para tentar amenizar o sofrimento desses moradores”.

Já o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, explicou que no encontro foram discutidas algumas reivindicações relativas a algumas obras que estavam paradas e que serão retomadas.  “Nós ouvimos algumas reivindicações dos nossos irrigantes, é bom frisar que em Canindé, nós temos mais de 500 lotes irrigados com ação da Cohidro, do governo do Estado, levando riqueza, desenvolvimento, gerando emprego. Uma dessas reivindicações diz respeito à conclusão de uma das obras que estão sendo retomadas em pouquíssimo tempo, e com isso a gente pode dar uma melhor condição a nossa infraestrutura. Além disso, Belivaldo Chagas determinou que nos fizéssemos um estudo junto com os produtores e com a chefia do perímetro aqui em Canindé, no sentido de atender as reivindicações dos produtores e com isso, chegar a um denominador comum, tanto no que diz respeito ao interesse do Estado que é manter o perímetro funcionando muito bem, também com a realidade socioeconômica dos nossos produtores. Vamos fazer esses ajustes, e fazer cada vez mais forte nesse perímetro”, informou.

Segundo Belivaldo, será realizada uma reunião em Aracaju, envolvendo diversos órgãos para discutir as diversas questões que foram levantas durante o encontro. “Vamos procurar o Exército para ver a possibilidade de ampliar o fornecimento de mais carros-pipa, porque há tanto a reclamação de água para consumo humano como também para consumo animal. O exército insiste em só distribuir água para consumo humano, mas quem tem seu animal em casa quer ter seu problema resolvido também. O município sozinho não tem condições de resolver isso, nem o estado sozinho. Portanto, estamos em uma ação conjunta, Governo Federal, governo do Estado e município, juntos, de mãos dadas para que a gente possa amenizar esse sofrimento”.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

 

Leia a matéria completa em: http://agencia.se.gov.br/noticias/governo/belivaldo-entrega-ambulancias-e-leva-ceac-itinerante-para-caninde-de-sao-francisco

Convênio com a Embrapa introduz pera no perímetro da Cohidro em Canindé

O plantio envolveu a participação dos técnicos da Embrapa e Cohidro, além dos estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, estagiando no Perímetro Irrigado Califórnia (Foto acervo Califórnia/Cohidro)

Ontem e hoje, 1 e 2, no Perímetro Irrigado Califórnia teve início o primeiro plantio de mudas de pera em Canindé do São Francisco. A novidade se deu a partir do convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) Semiárido, que antes já trouxe mudas de Petrolina-PE e introduziu outros dois campos experimentais de uva. São variedades dos frutos melhorados e adaptados ao clima do sertão nordestino, a partir da fertirrigação por gotejo, que leva nutrientes e influi nas fases da planta, favorecendo a produção mesmo longe do seu habitat natural de clima temperado.

O técnico agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina, foi quem trouxe e orientou o pessoal de campo do Califórnia deste novo campo de pera, no lote 4 NE-20, no setor 5 do perímetro, do irrigante Ozeas Beserra. Acompanhou tudo de perto o técnico da Cohidro Roberto Ramos (Beto), que ficará responsável pelo manejo da pera, orientar o produtor, demais técnicos e estagiários, quando não estiverem presentes os técnicos ou engenheiros agrônomos da Embrapa em Canindé.

No convênio, a Embrapa presta assistência técnica ao agricultor beneficiado e fornece os insumos necessários à adubação e manutenção das plantas pelo período de dois anos. No início, também incluí o fornecimento de estacas, sistemas de irrigação e as próprias mudas, vindas de viveiros do Sul do País. Em todos os três campos experimentais da Embrapa no perímetro da Cohidro em Canindé, o produtor só está, por enquanto contribuindo com a própria mão de obra, ou arcando o custo na contratação de terceiros.

Canindé recebeu Dia de Campo da Cohidro sobre goiaba

A goiaba é o segundo produto mais colhido no Califórnia, perdendo somente para o quiabo – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Dia de Campo em Canindé de São Francisco, há 213 Km de Aracaju, propôs aperfeiçoamento tecnológico na cultura da goiaba aos fruticultores, técnicos agropecuários e estudantes da região. O evento organizado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em seu Perímetro Irrigado Califórnia na última quinta-feira, 28 de setembro, reuniu cerca de 120 pessoas e teve como instrutor técnico e palestrante o Dr. José Egídio Flori, pesquisador da Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE.

A recepção dos participantes, para cadastramento e café da manhã, foi na sede do perímetro irrigado, seguida de palestra teórica com o Dr. Egídio. Foi momento para o pesquisador expor a forma com que é feito o plantio e manejo da goiabeira nos projetos de irrigação de Petrolina-PE, contrapondo com as perguntas e explanações feitas pelos participantes. Na maioria eram agricultores irrigantes, mostrando a realidade encontrada no Califórnia, mas também teve ampla participação dos estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, do município vizinho de Poço Redondo.

“A gente conseguiu absorver as deficiências que a goiabeira tem, que o nematoide consegue devastar uma produção. Observar também qual é a proposta que o agricultor tem para se manter, de acordo com o que os técnicos orientam e ele vai e segue. Com muitos aqui não fazem isso, muitas vezes a produção não chega de acordo com o que ele investe na propriedade. Conseguimos aprender, de maneira prática, que o objetivo maior é a produtividade, é o lucro e quando ele faz um investimento desse, ele quer o retorno. A gente vai conseguir aprimorar cada vez mais, com a aula que o professor Egídio está dando para a gente, muito boa né? A gente só têm à agradecer a oportunidade que a Drª. Eliane e Cohidro nos deu”, relatou José Geovani Santana, estudante do 4º módulo do técnico em Agropecuária do D. José Brandão de Castro.

Eliane de Moura Morais, gerente do perímetro, abraçou a sugestão da Diretoria de Irrigação para realizar um Dia de Campo sobre Goiaba e organizou com a sua equipe em Canindé tendo respaldo da direção da Cohidro, que lhe deu o suporte necessário. “Esse foi o primeiro de uma série de eventos, com a intenção de preparar o agricultor para produzir mais e melhor, tendo uma produção mais racional, uma coisa mais sistemática. Então, nós trouxemos um técnico para capacitar o produtor, para que ele obtenha um melhor resultado do seu esforço, de plantar e de organizar sua produção”, justificou ela, expondo a pretensão de outros dias de campo. Os próximos serão para falar das demais culturas de destaque no polo irrigado, como a acerola, o quiabo e também sobre a transferência de tecnologia do programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite, atualmente ocorrendo entre duas unidades de irrigação pública do Governo do Estado: do Jabiberi, em Tobias Barreto, para o Califórnia.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto é responsável por coordenar a atuação da assistência técnica aos agricultores dos perímetros irrigados do Governo do Estado e administrados pela Companhia. “Estamos trazendo o conhecimento técnico aos produtores, aos nossos técnicos agrícolas e aos estudantes, daqui de Canindé São Francisco, sobre a goiaba. E o técnico que está aqui, é o Dr. Egídio, especialista em goiaba. Esclarecendo dúvidas, dando orientações técnicas sobre o plantio, sobre adubação, sobre tratos culturais e manejo da goiaba. Então, é de suma importância esse evento, que é o primeiro evento que estamos fazendo aqui, para melhorar a qualidade da assistência técnica e o apoio aos produtores”, considera.

José Egídio Flori, o especialista convidado, objetivou fazer uma ponte entre Canindé e a fruticultura de ponta, orientada pela Embrapa Semiárido em Pernambuco. “A gente vem trazer um pouco da tecnologia que é desenvolvida, principalmente em Petrolina e trazer também novidades. Como a variedade que está sendo testada em Petrolina que é a Cortibel, desenvolvida no Espirito Santo. Essa goiaba tem uma característica muito semelhante com a Paluma, plantada aqui, com a vantagem de durar mais depois de colhida. Então, a Paluma é uma goiaba muito perecível, você colhe hoje e amanhã está madura. Isso impede, por exemplo, abrir canais de exportação”, avalia o doutor em Agronomia.

Para a Cohidro, o evento foi considerado um sucesso. Diretor-presidente da Empresa, José Carlos Felizola diz ter acertado, ao dispor os meios para a realização do Dia de Campo. “Ajudamos bastante, mesmo sendo dentro das nossas possibilidades, para que o evento acontecesse. Com divulgação, infraestrutura, com a logística e não nos arrependemos. A equipe da Cohidro em Aracaju e em Canindé, chefiada por Drª. Eliane, está de parabéns. Faço votos de que este espírito colaborativo e de assistência especializada aos agricultores perdure, com novas atividades semelhantes”, afirma.

Aplicação prática
Depois da palestra ocorrida pela manhã, todos seguiram para o lote do produtor irrigante do Perímetro Califórnia Levi Alves Ribeiro, mais conhecido como Sidrack. Lá, o Dr. Egídio Flori explicou técnicas de poda, adubação e como identificar uma moléstia que ataca a raiz da planta, fazendo-a perder nutrientes e condenando a goiabeira. “Nós estamos aqui, numa área que você observa o ataque do Nematoide, essas plantas amareladas, de baixa produção, estão doentes. O manejo dessa doença é complicado, não há cura para ela. Para a convivência com essa doença, nós da Embrapa, trabalhamos um porta-enxerto para a raiz da goiaba”, anunciou.

O público que acompanhou o Dia de Campo até o fim, nesta segunda etapa foi dividido em dois grupos menores para facilitar a locomoção até os pomares e também para uma melhor explicação do especialista. Um deles foi o produtor José Bispo do Nascimento, popularmente conhecido como Zé Branco. Ele tem um pomar irrigado no Califórnia com 1.050 pés de goiaba e considerou satisfatória a participação no evento. “Achei boa a palestra. A pessoa tem que saber manejar a coisa, não é só chegar e plantar e deixar.Tem que saber da adubação, a vitamina boa, tem que tratar do plantio. Aprendi muita coisa, eu vi a palestra e achei bom. A gente aprende assim, vendo os outros, ninguém aprende por si só”, estabelece.

Laboratório
Independente do Dia de Campo, os professores do D. José Brandão de Castro e de outras instituições, utilizam das áreas plantadas no perímetro para aplicação de aulas práticas aos alunos, especialmente a de Sidrack. “A gente consegue observar aqui, dentro dessa propriedade, apenas o Nematoide, mas o restante das pragas ele está conseguindo combater, através da análise de solo que ele faz, através do controle de pragas que ele faz também, periodicamente, a poda adequadamente. Por a gente está aqui hoje, nesse momento, é de grande proveito. Para nós, o lucro é de conhecimento, o que a gente recebeu hoje é impagável”, complementou o estudante Geovani Santana, já conhecedor das características do lote irrigado.

Prorrogação

O Dia de Campo da quinta-feira, teve um prolongamento até amanhã de sexta. Dessa vez, só com os técnicos agrícolas da Cohidro recebendo orientações técnicas específicas do Dr. José Egídio. Esta ‘aula extra’ servirá para que esses servidores tenham um melhor preparo em orientar os agricultores irrigantes do perímetro no cultivo da goiaba, quando esses forem aplicar das novas tecnologias e manejos aprendidos no Dia de Campo.

Presenças
Participam ainda do evento e da mesa diretiva, o diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima; o secretário Municipal de Agricultura de Canindé, Rildo Joaquim Carvalho; a gestora da Emdagro em Canindé, Rita Selene Quixadá Bezerra; Roberto Ramos, representando os técnicos agrícolas da Cohidro, João Aureliano da Silva, presidente da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai); servidores, agricultores irrigantes e outros representantes de associações de produtores.

Veja o álbum completo de fotos do Dia de Campo clicando aqui.

Caruru de São Cosme e Damião é com quiabo sergipano

O São Cosme e Damião comemorado hoje, tanto em Sergipe como na Bahia, tem a tradição de preparar o caruru como oferenda às divindades das religiões afro-brasileiras e o consumo dos simpatizantes, no 27 de setembro. Sendo o quiabo, o ingrediente usado em maior quantidade no preparo da tradicional receita.
Mas na capital baiana, muito do quiabo encontrado nas feiras (como a tradicional Sete Portas) e mercados municipais, é sergipano, produzido mais precisamente no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Nesse polo agrícola do Governo do Estado, de onde partem periodicamente caminhões carregados direto para a Salvador, foram produzidas 13.920 toneladas de quiabo em 2016.
Somando toda a produção dos demais perímetros irrigados da Cohidro, foram 16.976 toneladas do vegetal em 2016, para compor o caruru, feito nos dois estados nordestinos que muito seguem a tradição de Cosme e Damião.

Cohidro realiza ‘Dia de Campo sobre Goiaba’ em Canindé

Evento ocorre dia 28 de setembro, em Canindé

O Perímetro Irrigado Califórnia, polo agrícola do Governo do Estado administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, organiza um ‘Dia de Campo sobre Goiaba’, para ocorrer no dia 28 de setembro, com início ás 8h no escritório local da Empresa. O foco do evento de instrução técnica e gratuito, são os agricultores irrigantes do município e região, estudantes, técnicos agrícolas e contará com o Dr. José Egídio Flori, pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), como palestrante.

Segundo a gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, a intenção é levar o conhecimento tecnológico do cultivo de goiaba aos agricultores assistidos pela Cohidro no município, há 213km de Aracaju. “Além da irrigação, fornecida em cada um dos 333 lotes que formam o perímetro irrigado, temos a missão de fornecer a assistência técnica rural, a partir da atuação dos nossos técnicos. Trazendo esse evento, vamos transmitir aos nossos produtores as técnicas atualizadas, aplicadas lá em Petrolina, área de atuação da Embrapa, onde a fruticultura irrigada é referência mundial. Aprendendo mais sobre a cultura da goiabeira, melhor vão produzir e fazer render a agricultura familiar”, acredita.

O palestrante Egídio Flori possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, mestrado em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras e doutorado em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz. De 1993 até o presente momento, vem trabalhando como pesquisador III da Embrapa no Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido, em Petrolina-PE. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em fruticultura tropical nas culturas de goiabeira, maracujazeiro, bananeira, pupunheira e aspargo. Atua como propagador de temas relevantes nas culturas citadas, como controle fitossanitário de pragas e doenças, nutrição de plantas, manejo de adubação e irrigação.

Para José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, a iniciativa do Perímetro Califórnia motiva o produtor a continuar investindo na fruticultura. “O ‘Dia de Campo sobre Goiaba’ está sendo uma ação louvável da Diretoria de Irrigação da Empresa e da Gerente Eliane e sua equipe. Estamos contribuindo com tudo que nos é acessível, para que o evento aconteça. A produção frutícola continua sendo o talento principal da agricultura irrigada no Semiárido. O calor e falta de chuva, que na maioria das plantações só atrapalha, nesse caso só contribui com a produção de frutos precoces, de boa qualidade e aspecto superior aos cultivados em lugares mais úmidos.”, articulou.

No Califórnia são hoje 336 hectares de área irrigada cultivada com goiabeiras, que geraram em 2016 a produção de 8.400 toneladas do fruto, repercutindo na renda de R$ 10.080.000 a esses produtores. Há muitas safras a goiaba é o segundo alimento mais produzido no perímetro irrigado de Canindé, só perdendo para o quiabo, em que no mesmo ano foram quase 14 toneladas colhidas.

A expectativa da Cohidro é de que participem do Dia de Campo cerca de 200 pessoas que, inicialmente, terão uma palestra técnica na sede do perímetro e depois seguirão para as plantações de goiaba existentes. “Nos pomares, será possível mostrar, na prática, as técnicas de manejo como podas além dos cuidados fitossanitários e métodos de indução à produção, nos mesmos moldes do que é aplicado lá em Petrolina. Quem planta, já plantou ou tem vontade de plantar goiaba irrigada no Sertão, não pode perder esta oportunidade de qualificação técnica. E isso vale também aos estudantes de área agrícola. Boa oportunidade de adquirir conhecimentos”, conclui o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Reunião no Califórnia define projetos do PAA para 2018

Foto Andrea Santos

Na terça-feira, 12, ocorreu uma Reunião do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no Perímetro Irrigado Califórnia, entre Cohidro, Centro de Referência de Assistência Social de Canindé (Cras) e associação de produtores Assai, para desenvolver as propostas de ‘doação simultânea’ à Conab, que serão apresentadas para vigorar em 2018. Na sede do Perímetro, os gerentes da Cohidro, Sandro Luiz Prata (Agronegócios) e Eliane de Moura Morais (Perímetro Califórnia), juntos dos técnicos agrícolas do perímetro irrigado, receberam os representantes do Cras e os agricultores irrigantes que compõem a Assai.

Atualmente esta associação tem um contrato vigente com o PAA da Conab, onde 24 produtores tem que entregam um total de 103 toneladas de alimentos para serem doados para 2.300 pessoas carentes, quinzenalmente. Para tanto, serão remunerados pela União, até o final do ano e do projeto, em R$ 192.000. Esse encontro de hoje serviu para que as duas partes, produtores (proponentes) e Cras (entidade receptora), representando à população em situação de insegurança alimentar no município, definam o novo projeto à ser proposto à Conab e vigorar a partir de janeiro.

Segundo Sandro Prata, o debate tem que ser incessante e outras reuniões devem acontecer, já o Governo Federal tanto cortou recursos para o financiamento do PAA, quanto impôs novas regras para ‘ranquear’ as propostas, afim de selecionar as que melhor se adequam nos novos critérios. São favorecidos os projetos como o menor valor e um menor número de agricultores fornecedores. Em contrapartida, projetos com um percentual maior de fornecedoras mulheres, assentados de reforma agrária e de produtores orgânicos, são também melhor pontuados.

Foto Andrea Santos
Foto Andrea Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

Primeira poda das uvas e início da produção de pera no Perímetro Califórnia

No Califórnia, já existe produção de cachos de uva perfeitos. Poda visa promover uma produção homogenia em dezembro – foto Andrea Santtos(Califórnia-Cohidro)

A poda estimula a videira na produção de novas brotações a partir de gemas dormentes, o que vem a gerar novos frutos. A expectativa é de que o manejo realizado nesta terça e quarta-feira, 29 e 30 de agosto, vá resultar na primeira colheita à nível comercial das uvas em dezembro, nos dois campos alocados em lotes de irrigantes do Perímetro Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. A Embrapa – Semiárido instalou quatro experimentos no município, via convênio de transferência de tecnologia, e já se prepara para trazer também a pera e a maçã, ao polo irrigado do Governo do Estado.

Uva já é uma cultura consolidada em Petrolina-PE – há 468km de Canindé que, por sua vez, fica distante 213km da capital sergipana – muito graças às pesquisas feitas pela unidade da Embrapa alocada no município pernambucano. De lá vieram engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, mudas e insumos, via convênio que ainda integra a Codevasf, administradora do Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba. Este fica situado entre Canindé e Poço Redondo e é onde outros dois campos experimentais foram implantados, recebendo a mesma assistência que os do Califórnia, gerido pela Cohidro.

Todo custo, que inclui a assistência técnica da Embrapa, mudas, nutrientes utilizados na fertirrigação e o próprio sistema de irrigação, são custeados pelo convênio durante dois anos e o produtor rural só entra com o a área de plantio e a mão de obra. Um deles, do grupo assistido pela Cohidro, é Levi Alves Ribeiro (Sidrack), que plantou 684 mudas da variedade Isabel, em meio hectare.Terça-feira recebeu um técnico da Embrapa e quatro da companhia sergipana.“Essa é a hora de maior importância. É claro que toda condução e orientação da videira é de suma importância, porém, agora estamos iniciando a poda de produção”, valoriza.

Sidrack explica que, ao fazer esse manejo de estimulo à produção das videiras, uma parte do parreiral por semana, facilitará fazer colheitas em dias diferentes, podendo ofertar frutos frescos, ao comércio, por um por período maior. O lote “será dividido em quatro parcelas de poda. A primeira, que foi hoje e a cada sete dias outra. Quarta-feira próxima iremos podar outra parte. A ideia da poda em parcelas, é trabalhar a comercialização”, conclui ele que, junto de José Leidison dos Santos, foram selecionados pela Cohidro a receber os campos experimentais, pela dedicação aos seus cultivos anteriores e a excelente assimilação que têm às orientações técnicas.

Essa etapa da assistência aos produtores foi feita por intermédio do Técnico Agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina. Ele reforça o uso do método que divide o lote em parcelas, explicando que outras ações precisarão ser feitas no parreiral até chegar a colheita. “Na poda de produção, a gente fez escalamento de poda, para que a gente possa colher o mês de dezembro inteiro. Então, essa poda de hoje, o objetivo é já colher frutos para daqui a 95 ou 100 dias, aproximadamente. Tem outros manejos, como a condução da rama. Mas previsível, só acompanhando mesmo a cultura, para ir monitorando ela”, condiciona ele que avaliou positivamente a atuação dos irrigantes donos dos parreirais em Canindé.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto orienta aos produtores dessas variedades frutíferas, exóticas à fruticultura da região, que é necessário estar aberto para orientação dos técnicos e agrônomos que fazem a assistência.“Há muitos procedimentos que dependem de uma avaliação profissional da situação da planta. Da poda à amarração dos ramos e orientação das gavinhas, adubação e período de irrigação. Para isso, os nossos técnicos estão sempre a postos, seja em Canindé, seja em Lagarto, onde existem campos experimentais de pera, caqui e maçã”, esclarece.

Pera e maçã
Técnico Agrícola do Califórnia, Roberto (Beto) Ramos está acompanhando o procedimento de transferência de tecnologia junto dos colegas de perímetro e esclarece que, até o momento, uma área foi preparada para receber mudas de pera em Canindé, mas é esperado a criação de campo experimental de maçã também. “Nós técnicos da Cohidro, juntamente com o técnico da Embrapa, estivemos no lote e ficou tudo certo para a implantação da referida cultura, com o casal de produtores Creusa e Charles Roberto. Serão 500 mudas plantadas, no espaçamento de 4 por 1,25 metros”, informou sobre o novo lote.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, acha que todo empenho para ampliar a gama de produtos ofertados nos perímetros irrigados, é válida para promover a geração de renda do agricultor familiar. “Se ele oferecer o que a maioria não tem, ele se sobressai com melhores preços de mercado, vai disputar preço com o produto de outros estados, com baixo custo de frete e gerar renda. O melhor disso tudo ainda é que, embora poucos produtores tenham recebido subsídios para plantar essas frutas, os outros produtores, dentro do perímetro ou não, poderão ir ver e se espelhar nessas tecnologias para produzir também, sem se aventurar em algo que ninguém sabia, até agora, se dava certo na região”, defende.

Guy Rodrigues informou ainda que, por enquanto, a Embrapa – Semiárido só dispõe de mudas de pera para trazer para Canindé, mas em seguida será a vez da maçã, em outro campo, assim que forem adquiridas. “A primeira é a cultura da pera, que o produtor já está com o solo pronto. Eu creio que dentro de 30 dias, deva haver o plantio dela”, completa o técnico que nas visitas aos campos do Perímetro Califórnia, tem sido sempre acompanhado pelos colegas da Cohidro: Joaquim Ribeiro, Edmilson Cordeiro, Tito Reis e o próprio Beto. Eles aprendendo, na intenção de continuar dando assistência aos produtores irrigantes após os dois anos de vigência do convênio.

Estudantes do IFS conhecem o ‘Balde Cheio’ na Cohidro de Tobias Barreto

Mesmo a passeio, a seriedade com que se deve levar o assunto é a mesma da sala de aula – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Vindos do Campus São Cristóvão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS), 35 alunos do Curso Técnico de Agropecuária estiveram sexta-feira, 25, visitando as instalações e lotes de pecuarista do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. Foram conhecer uma experiência bem-sucedida de criação de gado em sistema de piquetes rotacionados, chamado de ‘Balde Cheio’. Introduzido em 2010, pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro),o método possibilitou a esses pequenos pecuaristas, a produção média 1,3 milhões de litros de leite anualmente e agora está sendo expandido, pela Empresa, para a sua implantação também em Canindé de São Francisco.

Quem orientou a visita ao perímetro, distante 123km de Aracaju, foi a Professora Doutora em Zootecnia Mônica Alixandrina Silva Santos, que leciona a disciplina de Bovinocultura aos alunos do 3º ano do curso técnico.“Eu conheci o ‘Balde Cheio’ há uns três anos atrás.Me encantei com esse projeto e comecei a ler e sempre divulguei isso para os meus alunos. Alguns deles são filhos de produtores rurais, então eles ficavam as vezes me perguntando: ‘Professora, como que a gente produz em pouca área?’ Então eu senti a necessidade de mostrar um exemplo real, trazer esses meninos que tem essa vontade para conhecer e criar uma esperança de que pode produzir em uma pequena extensão”, descreveu a docente que contou com o apoio do auxiliar técnico, também do IFS, Jucelino Cortes.

O Técnico em Agropecuária da Cohidro, José Reis Coelho recebeu a turma no Jabiberi. Ele acompanhou a introdução do programa no perímetro de Tobias Barreto desde o início e hoje é a pessoa mais recomendada para falar do processo de conversão e seus efeitos. “Iniciado em 2010, após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do ‘Balde Cheio’ foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem, juntos, uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. Num dos melhores anos de produção, 2015, foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, explicou ele que primeiro fez uma palestra aos alunos, depois os levou até o campo para conhecer a aplicação do sistema.

Para a professora Mônica Alixandrina, foi satisfatória a visita em Tobias Barreto, principalmente por que foi possível confirmar que o método de produção é viável. “Quando você alia a técnica ao esforço do produtor, não tem como dar errado, tem que trabalhar junto.Os meninos estão na academia pra trabalhar justamente essa técnica, muita coisa que o Coelho falou, a gente viu isso lá, realmente, na escola. Só que o que falta pra gente é a prática, a vivência do produtor, conhecer e ver que deu certo”, avalia.

No lote de Pedro Vidal, que tem dois sistemas ‘Balde Cheio’ implantados e ao todo 18 vacas, os estudantes se deparam a pastagem em recuperação e oito animais produzindo leite. Durante o verão passado, o nível da barragem do Jabiberi caiu muito e como esse reservatório é compartilhado com o abastecimento de água potável da sede municipal e povoados de Tobias Barreto, a distribuição no perímetro foi racionada, ficando deficitária principalmente na irrigação dos pastos. Tal fato é motivo de lamento por parte do produtor irrigante, que teve que diminuir o rebanho para a criação suportar o período de seca. “E foi como falei pra ele, problemas vai ter, de fato, então você tem que preparar os meninos, você tem que preparar o produtor rural para saber que você pode ter 10 anos de sucesso, mas pode vir seis meses de fracasso, então, você tem que está preparado pra isso”, conforta a professora Mônica.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o produtor é exemplo para todos os demais e o sucesso que alcançou e está servindo como molde no processo de transferência de tecnologia do programa para outros perímetros. “Pedro Vidal foi capaz de obter o resultado de 6.500 litros de leite em um mês. É, sem dúvida, o mais bem sucedido dos que optaram pelo ‘Balde Cheio’ do Perímetro. Portanto, é nele que levamos (em 8 de junho) os nossos técnicos de Canindé, na intenção de implantar o programa no nosso Perímetro Califórnia. Em pleno Semiárido, o sistema tem muita chance de dar certo, pela disponibilidade de água que é maior do que em Tobias e pela própria aptidão do Serão Sergipano, que é a de produção de leite, aproveitando principalmente as áreas ociosas que existem nos lotes e com isso diversificar as atividades do Perímetro Califórnia”, comenta.

O sistema
No ‘Balde Cheio’ a área destinada ao pasto é dividida em pequenos piquetes, onde a quantidade de pasto mantem o rebanho, a depender do tamanho do piquete e do número cabeças, pastando por 24 horas ou 12, caso o produtor possuía 48 piquetes ao invés do usual, que são 24. De forma que, enquanto o gado parte para outro piquete, o anterior e já pastado, se recupera com muita irrigação e adubo, a fim de estar pronto para novamente receber o gado dentro de 24 dias.

“Os nossos perímetros irrigados, até para poder acomodar um número maior de agricultores familiares, foram projetados para atender pequenos lotes ou somente parte de áreas maiores, levando em conta a vazão de distribuição de água do sistema de irrigação. Por este motivo, em Tobias Barreto ou em Canindé, o ‘Balde Cheio’ se adapta perfeitamente, pois foi criado aproveitar pequenas propriedades rurais que dispõe de irrigação o ano inteiro. Havendo esta transferência de tecnologia para o Califórnia, aumenta a variedade de produtos oferecidos pelo Perímetro e a versatilidade do produtor em se adaptar à demanda do mercado. Tem tudo para dar certo e os produtores sabem disso, tanto é que hoje mais de 40 deles, lá em Canindé, já foram cadastrados para a seleção que começamos a fazer”, afirmou o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola.

Um dos estudantes que esteve no Jabiberi, na sexta, foi o formando Mateus Menezes. Para ele, a viagem valeu a pena e supriu a demanda que tinham de conhecer o método diferente do que é visto em outras regiões produtores de leite, onde geralmente a criação de gado é extensiva.“Agente não conhecia esse sistema, não tão bem como conhecemos agora.É um sistema muito interessante, porque a gente vê que a viabilidade é bem melhor do que os outros e realmente, é eficaz, dá lucro ao produtor e deixa ele satisfeito. Vamos usar o termo da área, uma suplementação para gente, de formação. Um conhecimento que a gente não tinha e agora a gente vem tendo”, analisou.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:03.

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