Doação Simultânea da Conab chega a Canindé via Cohidro

Os Produtores comparecem à reunião para se ater as regras e obrigações do PAA – foto: Ascom/Cohidro.

Agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), aguardam ansiosos a liberação de recursos federais, na ordem de R$ 192.000, para dar início à entrega de produtos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab. São 24 integrantes da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai) entregando 78 toneladas de alimentos durante um ano, para atender 2.300 pessoas em situação de insegurança alimentar, assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município. Em todo Estado, são quase 24 mil beneficiados em seis projetos.

É a primeira vez que um projeto proposto ao PAA, na modalidade de “doação simultânea”, está sendo deferido pela Conab, tanto no Califórnia, quanto em Canindé. Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, isso é motivo de comemoração. “Esse programa dá garantia de compra ao produtor, que passa a produzir certo de que a cada 15 dias, seu produto tem saída e pagamento seguro, com preço definido na assinatura do contrato. Não só em Canindé, mas nos nossos perímetros de Itabaiana, Lagarto e Malhador, esse benefício ao agricultor só tem sido possível por dois fatores: o total apoio de nossa Gerência de Agronegócios para formular os projetos das associações e ainda a segurança de que vai haver colheita, graças à irrigação pública fornecida durante todo ano”, garante.

Ao todo, o projeto da Assai envolve R$ 192.000 pagos aos produtores em parcelas, conforme explica o gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata. “Todo dinheiro fica depositado em uma conta em nome da associação, bloqueada e que só tem liberação por parte da Conab. Constatada a entrega, a partir da guia de recebimento emitida pela entidade receptora, a parcela referente àquela entrega cai na segunda conta, de livre acesso da Associação, para então repassar aos produtores. Se não houver confirmação de que a entrega foi feita, eles não recebem”, avisa. Ele ainda informa que R$ 1.839.445 é o valor dos seis projetos autorizados pelo PAA no Estado, cinco deles são de associações fazendo entregas, quatro desde abril.

Últimas orientações
No último dia 22, Sandro Prata acompanhou a equipe do PAA e o superintendente regional da Conab em Sergipe, José Resende dos Santos, em visita a Canindé, para uma reunião com os agricultores do Califórnia, proponentes do projeto e conhecer as instalações da Assai e do Cras. Esse encontro tinha por objetivo passar as últimas orientações aos produtores, antes deles começarem a entregar os alimentos à entidade receptora. Os técnicos da Companhia Federal reforçaram a importância do controle nas entregas de alimentos, seguindo sempre à risca o que foi proposto já que, durante o período de vigência do acordo haverá visitas de fiscalização, sem aviso prévio. Também foi momento de anunciar que, em mais tardar em uma semana, será a liberação dos recursos para pagamento das entregas.

“Falta o que? É só questão de aguardar a autorização da unidade Salvador, que é a operadora, para a gente passar para Associação e eles começarem a atender a demanda, fazer a entrega das mercadorias. Provavelmente segunda-feira, terça-feira já teremos uma posição”, disse José Resende. Ele está animado com este primeiro projeto atendendo produtores e pessoas carentes em Canindé. “É muito importante, porque vamos atender o povo e a população que necessita receber essas mercadorias, ação como a de Propriá, como Itabaiana, é do mesmo jeito”, comparou aos outros municípios onde o PAA já atua.

João Aureliano da Silva além de presidente da Assai, é produtor rural que vai entregar alimentos pelo projeto proposto ao PAA. Em seus mais de quatro hectares de área irrigada ele produz cana, milho, quiabo, cebolinha, acerola e macaxeira, estes dois últimos já estarão prontos para colher e logo incluir nas primeiras doações aos assistidos do Cras. Ele conta que, só do tempo participando na diretoria da Associação já se vão mais de 15 anos, antes tesoureiro e há oito anos, presidente. “Vale a pena, é um dinheiro que vai ajudar ao agricultor. Eu mesmo tenho interesse em trabalhar no beneficio de todos e estou animado, estamos provando que é uma Associação organizada e estamos finalizando os preparativos para a primeira entrega, graças a Deus”, agradece.

O presidente da Assai acredita que se o PAA desenvolver bem, mais irrigantes vão se interessar em participar. “Vamos nos reunir, porque somos 253 produtores (familiares) e na Associação só tem regularizado 24 pessoas. Dando certo esses, todo mundo vai se interessar, no outro contrato, todos vão estar, porque vão se animar”. Aureliano acha que o Perímetro, nos primórdios conhecido como “Projeto Califórnia”, não pode ficar sem participar do programa federal. “Um ‘Projeto’ desse é rico, tem um terreno maravilhoso, de tudo que o agricultor plantar vem e vem com força, é uma potência. Eu vejo ‘projeto’ menor que esse e as pessoas são tudo organizadas, e por que esse aqui não pode prosperar?”.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista os projetos que estão em pleno funcionamento nos outros perímetros administrados pela Empresa. “No Piauí (Lagarto) são 69 produtores doando para mais de seis mil pessoas atendidas por seis entidades assistenciais na cidade. Na Ribeira (Itabaiana e Areia Branca) são três associações, dos povoados São José, Lagoa do Forno e Mangueira, que juntas envolvem 104 produtores que vão assistir mais de 11.000 pessoas em entidades da Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Nossa Senhora das Dores e mesmo em Itabaiana. Já na Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador, são 33 produtores que doam para 3,5 mil pessoas inscritas no Cras de Areia Branca”.

Um dos produtores que acreditaram no projeto da Assai, é Maria do Socorro Rodrigues dos Santos. Nos seus também quatro hectares, a goiaba e o quiabo estarão logo no ponto para colher e a área, para plantar o milho de entregar no PAA, já está sendo preparada. Para a agricultora, o Programa trás uma rentabilidade justa ao trabalho desenvolvido pelo irrigante. “Realmente, quando fala em projeto familiar, aí a gente pensa num resultados maior. Espero que dê tudo certo, pra melhorar a situação da gente. O melhor é o preço e a garantia, pois a gente sabe o que vai vender e por que valor”.

Cras de Canindé
Maria Leila dos Santos, Secretária de Bem-Estar Social de Canindé disse que o projeto aceito pelo PAA é de extrema importância para a Cidade e delegou equipes para ir até a Assai receber os alimentos e fazer a entrega à população assistida pela entidade. “A Prefeitura recebe esse projeto com muita alegria, porque a gente sabe da situação de muito beneficiário do Bolsa Família e disso a gente fez um dos critérios para que essas pessoas fossem escolhidas para ir receber o produto. Então, lá vamos nos preparar para fazer a logística e a entrega do produto, para que esse produto chegue da melhor forma possível nas mãos do beneficiários. Já está reservada a Assistência Social do Cras, que vai ficar à frente da tudo”.

Estudantes da Bahia escolhem Perímetro Califórnia para estágio

Gerente do Perímetro Edimilson Cordeiro, estagiários Gilmar e Luanda, técnicos agrícolas da Cohidro Roberto Ramos e Joaquim Ribeiro – Foto: Acervo Edmilson Cordeiro

Eles estão concluindo o curso de Engenharia Agronômica na Faculdade do Nordeste da Bahia (FANEB), no 10º período e na hora de optar por uma instituição para cursar a disciplina de estágio obrigatório, escolheram a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), mais precisamente o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela empresa em Canindé de São Francisco. O período de experiência tem duração de dois meses e meio, onde Luanda Laura Calazans Carvalho Santos e Gilmar Bispo Dos Santos vão aprimorar seus conhecimentos sobre a agricultura irrigada em clima Semiárido, mas também pretendem repassar o que aprenderam no meio no auxílio ao trabalho dos agricultores.

Eles são moradores do município baiano de Coronel João Sá, na divisa com os municípios sergipanos de Carira e Pinhão. A proximidade e o clima semiárido em comum facilitou pela opção, mas os estudantes escolheram o Perímetro Califórnia pela diversidade de plantios que são cultivados pelos 333 agricultores, onde é praticada aquelas culturas mais convencionais à região, como o milho e o feijão-de-corda, mas se expande para a fruticultura da goiaba, maracujá e acerola. Sem falar que o mais colhido no polo agrícola é o quiabo, 15.560 toneladas em 2015, tendo justamente a capital da Bahia, Salvador, o principal destino dessa produção.

Outra atividade que vem tomando forma na unidade da Cohidro é a agricultura orgânica, onde horticultores já possuem autorização do Ministério da Agricultura para plantar e comercializar agroecológicos. Esses produtores mantem uma área comum, cedida pela Empresa e anexo do escritório local, para aprender com os técnicos agropecuários que lhes prestam assistência, mas tudo que eles produzem ali, de forma comunitária, é vendido tanto na feira livre semanal de Canindé, como também no próprio local, onde o cliente pode tanto escolher, no pé, o alimento que ele quer levar, como também é possível dele mesmo experimentar a sensação de tirar o próprio alimento da terra.

Com tecnologia “importada” justamente das zonas irrigadas também pelo Rio São Francisco na Bahia, como é o caso do Califórnia, nos próximos dias o Perímetro Irrigado vai receber dois campos experimentais de cultivo de uva de mesa. Um experimento de transferência de tecnologia desenvolvido pela Embrapa em que mudas, insumos, equipamentos de irrigação e treinamento serão fornecidos pela empresa de pesquisa e o agricultor entra com a área de terra e a mão de obra. A Cohidro, além de fornecer a água para que o cultivo funcione através da fertirrigação, também dará o acompanhamento diário de seus técnicos em agropecuária, da mesma forma treinados nessa parceria entre as instituições.

José Carlos Felizola Filho, presidente da Cohidro, dá às boas-vindas aos estudantes, certo de que a experiência adquirida no Califórnia será fundamental quando forem atuar na profissão de agrônomo. “O Perímetro impressiona em tamanho, em infraestrutura para levar a água lá do São Francisco até a altitude da nova Canindé. É a maior de nossas áreas de atuação e absorve a maior parte de nossa mão de obra em técnicos e operadores de bomba, pois só lá temos sete Estações de Bombeamento. Além de experimentarem tudo que colhido, todo dia nas plantações, eles ainda vão presenciar um pouco processo de recuperação que estamos aplicando no Perímetro, onde obras de reformas de canais, prédios e instalação de novas 37 bombas, estão praticamente reinaugurando o polo irrigado”, considera.

Governo do Estado busca solução para problema de desabastecimento de água

Dados do Exército demonstram que em Sergipe são 11 municípios atendidos pela Operação Carro-Pipa, sendo eles: Canindé do São Francisco, Feira Nova, Frei Paulo, Monte Alegre de Sergipe, Gararu, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Tobias Barreto e Porto da Folha – Foto:Jorge Henrique/ASN

O abastecimento de água em Sergipe, principalmente no Sertão, foi alvo de discussão nesta sexta-feira, 02, entre Governos do Estado e Federal, municípios, Exército, Ministério Público (MPE/SE) e órgãos estaduais. Com participação do governador Jackson Barreto, a reunião buscou solução para sanar problemas de transporte de água, de modo a reduzir os efeitos da estiagem e não prejudicar agricultores, seus animais e a produção agrícola sergipana. Na ocasião, prefeitos declararam suas preocupações com relação à diminuição da água distribuída pela operação carro-pipa do Exército e solicitaram ampliação do número de moradores atendidos com a iniciativa.

O governador Jackson Barreto comentou que semana passada houve reunião com agricultores, diretores de órgãos estaduais, deputados, federações agrícolas e prefeitos, e que estes manifestaram apreensão com relação ao abastecimento de água. “Os municípios declararam que precisam de mais água, e eu disse que eles tinham que buscar o Exército, pois o governador não tem competência para intervir no trabalho das Forças Armadas. Resolvi, então, convidar o tenente coronel Mariano, responsável pelo assunto, para que o Exército pudesse ouvir os gestores municipais, suas reclamações e angústias, e pudesse mudar sua forma de atuação no sentido de ampliar o abastecimento de água. Agradeço a presença das Forças aqui hoje e tenho certeza que vão buscar soluções”, disse.

Jackson Barreto também destacou que é necessário atender não só o consumo humano, como o abastecimento animal, e lembrou de municípios como o de Glória, que se destaca por sua bacia leiteira que gera renda para os produtores e movimenta a economia local. “Espero que haja melhoria. Caso não aconteça, vou ter que ir a Brasília para tratar com o presidente da República sobre o desabastecimento de água da população que está sofrendo muito”, complementou.

O secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, por sua vez, destacou as iniciativas do Governo de Sergipe no tocante a busca de alternativas a falta de água. “Ressalto o esforço do governador que, desde o ano passado, durante o período de estiagem, mantém um grupo, chamado de Força Tarefa do Semiárido, que conversa regulamente todas as semanas, procurando saídas, acompanhando obras e ações do governo. Isso é bom porque nos oferece estratégia de ação. Com relação ao ato de hoje, isso é fruto de uma mobilização que tivemos há uma semana. Esse é um sinal que o Governo do Estado responde rápido. E saímos satisfeitos, pois tivemos uma reunião produtiva, que é consequência de uma série de ações do governo”, pontuou.

Esmeraldo Leal também declarou que Sergipe possui uma das melhores redes de adutora do Brasil, e que, por isso, o impacto do estado com relação ao consumo de água é bem menor que de outras localidades. “Além disso, destaco que o Governo do Estado está fortalecendo as ações da Deso, melhorando as condições hídricas de modo geral com relação à capacidade de barragens. Como exemplo, foi disponibilizado R$ 3 milhões para revitalizarmos algumas, de modo a beneficiar o consumo humano e animal, principalmente no Alto Sertão sergipano. Existe ainda uma série de investimentos com relação à irrigação e principalmente o uso racional da água. Há perímetros que no momento estão com aspersor [sistema utilizado em irrigação], que gasta muita água, e que passarão para gotejamento, manobra que economiza água. Existem perímetros em que passaremos a usar a estrutura de bombas em períodos que o custo de energia e o consumo de água são menores. Então há preocupação com relação à irrigação, de modo que existe acompanhamento permanente, que proporcionam impactos também no consumo humano”, finalizou.

Presenças
Participaram da solenidade o deputado federal Jony Marcos; procurador geral do Ministério Público, Paulo Lima; diretores presidentes da Cohidro, José Carlos Felizola, da Deso, Carlos Melo, e da Emdargo, Jefferson Feitosa; além dos prefeitos de Poço Verde, Thiago Dória, Tobias Barreto, Dilson de Agripino, Glória, Chico do Correio, Aparecida, Vera Silva, Monte Alegre, Antonio Fernandes e de Porto da Folha, Albino Tavares.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Comitê do Semiárido estuda recuperação de barragens no Alto Sertão

Foto: Pritty Reis

O Comitê do Semiárido realizou visita técnica nos municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo nesta quinta-feira, 28, para viabilizar estudos de recuperação de barragens para dessedentação animal, em benefício dos produtores do Alto Sertão sergipano. Criado pelo Governo de Sergipe, o Comitê integra técnicos do Departamento Estadual de Defesa Civil (Depec/SEIDH), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sermarh), da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), da Secretária de Estado da Agricultura (Seagri) e da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).

Bate Lata e Chapéu de Couro, em Poço Redondo; e Cuiabá, em Canindé de São Francisco, foram as barragens que receberam a visita, e deverão ser recuperadas para suprir as necessidades da região de abastecimento de água para o consumo animal. “O Comitê do Semiárido foi criado pelo governador Jackson Barreto para buscarmos soluções estruturantes com foco no abastecimento de água. Hoje, estamos visitando essas barragens e iremos elaborar um relatório com o objetivo de captar recursos e estudar possibilidades para recuperá-las”, explicou o coordenador Estadual da Defesa Civil da Seidh, coronel Erivaldo Mendes.

Os serviços de engenharia podem solucionar problemas de erosão, problemas no sangradouro, questões relacionadas a drenagem e assoreamento, existentes nas barragens de Poço Redondo e Canindé. “Essas barragens são estratégicas para essa região, porque são específicas para o consumo animal. Para consumo humano, a Deso consegue suprir bem, além da Operação Pipa da Defesa Civil, que ajuda a atender às necessidades da comunidade. Mas o animal acaba sofrendo no período de estiagem, e estamos percebendo que é possível recuperar essas barragens e trazer tranquilidade para todos da região no período de seca”, disse o engenheiro agrônomo e assessor do Gabinete da Seagri, José Azevedo Dias.

Carlos Melo, diretor-presidente da Deso, explica que todos os órgãos do Estado que compõem o Comitê do Semiárido estão empenhados na recuperação dessas barragens para consumo animal. “Temos uma cobertura de abastecimento humano muito satisfatória, conseguimos atender todo o Estado através da Deso, mas temos uma carência para o abastecimento animal e muitas vezes a população utiliza a água tratada da Deso para matar a sede dos animais. Por esse motivo, estamos buscando soluções através de recuperação de barragens e poços artesianos. Importante salientar que todas as secretarias envolvidas com o projeto estão extremamente comprometidas em solucionar essa problemática”, disse Carlos Melo.

O superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Ailton Rocha, destaca que pontos de barramentos foram identificados e podem ser recuperados através de serviços de engenharia. “Essa visita é muito importante para a identificação e solução dos problemas para o armazenamento de água. É possível recuperar essas barragens de Poço Redondo e Canindé, que estão danificadas e, num futuro próximo, vamos identificar pontos acessíveis de novos barramentos para aumentar a segurança hídrica no semiárido sergipano”, pontuou.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, as barragens que não estão desativadas estão subaproveitadas e, por isso, é essencial a sua recuperação, para que voltem a servir à população. “A nossa intenção é fazer um estudo técnico e reformar as barragens Bate Lata, Chapéu de Couro e Cuiabá, para atender os pequenos criadores dos municípios de Poço Redondo e Canindé do São Francisco. Por isso é importante essa parceria da Defesa Civil (Seidh), da Deso, da Seagri, da Semarh e da Cohidro para resolvermos a questão hídrica da região do semiárido sergipano”, concluiu.

 

Texto: Ronald Dória
Edição: Rebecca Melo
Fotos: Pritty Reis
Fonte: Ascom/Seidh

 

Nota Ascom/Cohidro: Na sequência, o grupo da Cohidro (o presidente Felizola, o diretor de Infraestrutura, Paulo Henrique Machado Sobral e o gerente de Instalação e Manutenção de Poços, Roberto Wagner) ainda esteve no Assentamento Gualté, onde o Comitê do Semiárido também sinalizou para a instalação de poços que atendem pequenos agricultores e pecuaristas de povoados e assentamentos. “Seja com bombas movidas por energia elétrica, eólica ou solar, a intenção é de levar água para o consumo humano, dos rebanhos e irrigação. São 14 casas de bomba. Destas, nove estão prontas”, expôs Paulo Sobral.

Veja o Álbum completo de fotos da visita, no site da Seidh, clicando aqui

 

PAA: irrigação pública estadual produzirá alimentos para doar a 24 mil pessoas carentes em 2016

Na APPIP os agricultores entregam os produtos que são pesados, registrados e no mesmo dia são recolhidos pelas entidades beneficentes – Foto Ascom-Cohidro

A Superintendência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Sergipe visitou associações de agricultores em Lagarto e Malhador. Eles tanto são irrigantes atendidos pela Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe), quanto vendem sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade “doação simultânea”. Em reuniões e entrevistas, o Órgão Federal visou orientar fornecedores e receptores nesses dois projetos que permitem a doação de alimentos para mais de três mil famílias carentes.

Dentro dos perímetros irrigados da Cohidro atualmente estão em andamento, na etapa de entrega de alimentos, quatro projetos do PAA e existem outros dois analisados e em fase de homologação e pagamento pela Conab, na Superintendência Regional de Sergipe. Nestes já aprovados, são 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar recebendo, até o final do ano, um total de 648 toneladas (ton) de alimentos fornecidos por 171 produtores, remunerados com recursos federais em R$ 1.367.445,00 de forma parcelada, uma parte a cada entrega. Para tanto, 13 órgãos públicos ou entidades sem fins lucrativos intermediarão as doações nas comunidades que atendem em Lagarto, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Pedra Mole e Itabaiana.

Em Lagarto, o superintendente Estadual da Conab, Emanuel Carneiro, explicou que é função da Companhia fazer visitas aos projetos em andamento ou que ainda serão implantados. “Nós solicitamos essa reunião para que fosse discutido o PAA, na sua essência. Se funciona, quais são as atribuições dos produtores, quais são as obrigações do recebedor, toda a normativa para que o projeto possa transcorrer da melhor forma possível e atender os objetivos, que é justamente atender a comunidade carente que necessita de uma complementação da alimentação”, considerou.

Emanuel tem avaliado como muito boa a atuação dos agricultores dos perímetros irrigados no PAA. “O presidente (da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP) é um parceiro nosso já há alguns anos, mas também a Cohidro é fundamental nesses projetos dos perímetros irrigados. Em Canindé do São Francisco, inclusive, nós já estamos analisando o projeto e vamos visitá-los ainda neste ano”, disse o superintendente, se referindo a proposta ao Programa feita por 24 irrigantes do Perímetro Califórnia, para fornecer 77 ton de alimentos. ”Eu acredito que nos próximos 30 dias esse projeto esteja já funcionando”.

O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, expõe que nos dois projetos, propostos pelas associações dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI) e dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa Do Forno, eles assumem fornecer quase 160 ton de alimentos para 5,8 mil pessoas em insegurança alimentar, assistidas pelos centros de referência de Assistência Social (CRAS) de Canindé, de Nossa Senhora das Dores e no Hospital e Maternidade São José, em Itabaiana. Neste último caso, as doações serão para o preparo de refeições aos pacientes.

“São 59 produtores irrigantes dos perímetros Califórnia e Ribeira inscritos em dois projetos aguardando homologação e o pagamento de R$ 472 mil (R$ 8 mil para cada), pela venda garantida de produção durante um ano. Dos aprovados, além da APPIP, temos outras duas associações de Itabaiana, no perímetro da Ribeira e mais a Astrapicica (Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II), em Malhador. Todos fazendo entrega para o PAA”, assinalou Sandro Prata.

Lagarto
“Esse projeto da APPIP, se comparado aos que nós temos em funcionamento, é o maior que a Conab tem hoje no Estado de Sergipe. Atendendo 69 produtores e várias entidades. A Cohidro é um parceiro importantíssimo nesse contexto, se não fosse a Cohidro aqui, não teríamos este êxito. Nós sabemos das dificuldades que o produtor tem, o agricultor não é comerciante, ele é agricultor, então ele necessita de apoio técnico e a Cohidro tem feito isso de uma forma excelente em todos os perímetros que ela atua”, relatou o superintendente Emanuel Carneiro. A Conab investe nesses agricultores do Perímetro Piauí R$ 551.450,00, para que produzam 296 ton de alimentos, doados para 6.860 pessoas assistidas por seis instituições socioassistenciais de Lagarto.

Participou da reunião, realizada na sede recreativa da APPIP no dia 12, a coordenadora do CRAS 1 de Lagarto, Marta Catarina Dantas de Almeida. Ela foi convidada pela Associação para divulgar aos produtores o trabalho que a entidade faz, falando “sobre o que é o papel do CRAS, de estar distribuindo os alimentos para as famílias. Vim passar para os agricultores mais uma força, um incentivo”, relata, confirmando a função social no PAA, ao justificar que as doações chegam sim até as pessoas. ”Falei da importância dos alimentos para essas famílias, do quanto está sendo bom para elas”.

O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, estabelece que além das pessoas que recebem o alimento, o produtor também se beneficia no PAA. “É um preço fixo por cada produto e que não varia com o mercado. Se um preço cair, o que é bastante recorrente, o produtor não leva prejuízo como acontece quando ele vende para os atravessadores. Isso facilita muito o planejamento das suas plantações, ele pode programar sua produção durante toda vigência do contrato com a Conab sabendo que receberá seu repasse, toda vez que fizer uma entrega à doação simultânea”, argumentou.

Josileide Martins de Carvalho Nascimento (Dona Dicuri) reconhece essa vantagem no PAA. Ela é agricultora irrigante no Perímetro Piauí e entrega coentro, couve e alface e diz que já contabilizou mais de 300 quilos de alimentos à doação, cerca de 40 por semana. “Essa é a primeira vez que participo e digo que compensa, vale apena”, contou. Na reunião com a Conab, considerou importante ter esse tipo de encontro. “É bom porque a gente fica sabendo mais ainda, ficou por dentro do assunto. Eu sei que está tudo certo, guardo os documentos numa pastinha, é bom ter o controle. O pagamento está indo bem, entrego numa semana e recebo na outra”, completou.

Para o presidente da APPIP, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), a reunião serviu para melhorar o conhecimento que tinham do PAA e reforçar a importância do Programa. “A partir de agora todo mundo vai se organizar mais, vai procurar colocar mais produtos, produzir mais. É uma alegria muito grande receber o superintendente da Conab do Estado aqui na nossa Associação, pela primeira vez. Ele veio esclarecer nossas duvidas e nós ficamos agora tranquilos, todo mundo está consciente do seu papel”, avaliou, reforçando estarem recebendo os pagamentos corretamente, após cada entrega.

José Carlos Felizola Filho, diretor-presidente da Cohidro, considera que a cooperação dada pela Empresa, ao PAA, vá além do auxílio técnico para a elaboração dos projetos. “Para produzir com a variedade e quantidade de alimentos que esses agricultores se propõe à Conab e durante um ano, em Sergipe não há como plantar sem irrigação. A irrigação pública, oferecida pelo Governo do Estado, propicia essa garantia para esses pequenos produtores, de que eles podem assumir o compromisso com o Conab e com as entidades beneficentes que, por sua vez, poderão se comprometer com as pessoas que atendem, de que esse alimento vai chegar nas suas mesas”, relevou.

De Malhador para Areia Branca
Cerca de 750 famílias em situação de insegurança alimentar em Areia Branca estão recebendo alimentos doados pelo PAA. Doações que são produzidas por agricultores da Astrapicica, de Malhador. Eles são todos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II e repassam os produtos para coleta realizada pelo CRAS do município vizinho. Raine Costa é coordenadora da entidade beneficente e acompanhou a Conab na visita feita à a Associação, no dia 15.

“O projeto é bastante organizado e vem beneficiando famílias carentes. Ele contribui bastante para essas pessoas que estão numa situação nutricional delicada. A gente que trabalha na Secretaria de Assistência Social conhece de perto a realidade dos habitantes de Areia Branca”, destacou, acrescentando que a doação é feita priorizando os mais necessitados. “Nós procuramos primeiro ir aos povoados, que tem uma maior necessidade. A gente entrega praticamente na porta de cada um e como a Associação nos repassa produtos de ótima qualidade, a população dá um bom retorno, eles estão bastante satisfeitos com o projeto”, reforçou Raine Costa.

Espaço cedido pela Cohidro usa novo modo de comercialização de hortaliças

Consumidor pode colher seu próprio alimento – Foto: acervo Tito Reis

Na conversão à Agricultura Orgânica, muito daquilo que o agrotóxico fazia antes agora vai ser substituído pela mão de obra mais incisiva nos cultivos. Esse aumento da permanência na plantação, de cara, pode parecer que prejudique e diminua o tempo que o produtor tem para ir vender o que colhe. Mas por outro lado, possibilita novas formas de fornecer o alimento para aquele cliente fiel ao consumo de agroecológicos. A área da plantação, antes restrita ao agricultor, implementos e insumos, agora virou local de visitação daqueles que só acreditam vendo e, porque não, de quem quer ter o prazer de arrancar a própria comida da terra, pagar só pelo trabalho de quem plantou e cuidou, para preparar o almoço de logo mais.

Isso já está acontecendo na área coletiva utilizada pelos integrantes da Associação dos Produtores Orgânicos de Sergipe (Bio5), instalados no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Eles investiram em um espaço cedido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do polo irrigado, onde esses agricultores são acompanhados pelos técnicos da Empresa e aprendem como trabalhar a terra sem usar agroquímicos na prática, utilizando métodos alternativos de controle de pragas, doenças e adubação natural. O excedente do que produzem no treinamento e não é levado para casa, eles mesmos vendem no local.

Elisângela Santos Barros, uma ou duas vezes por semana tem ido até a horta comprar. “Estou fazendo isso já há uns quatro meses. É um produto fresquinho, sem agrotóxico, sem veneno. É bom demais. Só compro aqui mesmo, depois que eles começaram”. A dona de casa tem uma família grande e se preocupa com a qualidade do alimento que põe na mesa, tanto que a mudança de hábito de compra tem chamado a atenção. “O pessoal nota e diz: seu coentro não apodrece, eu digo: é dos meninos ali da Cohidro”, disse ela quando veio à horta da Bio5 levar 15 molhos de coentro, 10 pés de alface, mais pimenta-de-cheiro e cebolinha, cinco molhos de cada.

Edmilson Cordeiro, gerente do Perímetro Califórnia conta que inicialmente eram os servidores da Cohidro, os interessados em comprar os produtos da horta da Bio5. “Agora é frequente o acesso de outras pessoas, de crianças, de famílias que vêm ter a experiência de comprar direto no pé, colher ou escolher o alimento que vai adquirir. Quando o espaço foi cedido à Bio5, sabíamos que era para também uma exploração comercial, já que são 2,2 hectares de terra irrigada. Talvez a característica única do Projeto Califórnia, de ser próximo da cidade e a poucos metros do centro, tenha facilitado a ideia desses produtores”, avaliou ele.

O que os produtores como Gercino Teles de Andrade aprendem na área coletiva, eles querem aplicar em suas próprias hortas, com a intenção de em breve serem registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e fazer parte da Organização de Controle Social (OCS) que funciona paralelo e é composta por membros da Bio5. “Queremos tão logo fazer parte da OCS. A partir do documento de inscrição que nos é dado, podemos vender direto ao cliente, produtos com o nome de orgânicos. Por agora, só podemos vender aquilo que estamos mostrando fazer aqui no lote comunitário, onde a gente, nossas famílias trabalham e andam sem se preocupar com nenhum risco de ficar exposto a veneno, porque não usamos nada disso”, garantiu.

Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, observa que a iniciativa desses produtores supera ao menos três dificuldades enfrentadas por todo agricultor orgânico. “Primeiro é a questão de encontrar espaço nas feiras para comercializar esses alimentos, já que a concorrência com os produzidos de forma convencional dificulta muito a venda, porque são quase sempre mais baratos. O outro problema está em ir para as feiras, muitas vezes em outras cidades, gastando muito do tempo em que poderiam cuidar das plantações. Mas o melhor desta ideia está em mostrar para o cliente como é feita a produção, de forma que o convencimento, do não-uso de agrotóxicos, fica bem mais fácil do que com o produto já colhido e exposto em uma banca de feira”, analisa.

Na horta coletiva dos produtores da Bio5, o consumidor pode acompanhar e até participar do processo de plantio. Antônio Dantas Costa Junior ficou sabendo do espaço pelo amigo, que trabalha na Cohidro. “Quando eu morava no interior, eu tive a curiosidade de fazer um canteiro de coentro e hoje eu estou tendo aquela mesma sensação, de trinta anos atrás, de você sentir realmente o que é uma cultura orgânica, a natureza próxima a você, que isso aqui vai trazer saúde para a sua família, considerou. Para ele, existe “um apelo comercial muito grande, de produzir em larga escala, sem estar preocupado com o benefício à saúde humana, né? Quando você consegue ter um equilíbrio tudo fica legal, tudo fica saudável, tanto para a natureza como para o ser humano”.

Quem toma conta destes iniciantes na produção orgânica é o Técnico em Agropecuária Tito Reis, da Cohidro. Ele explica que no local repassa as técnicas de plantio das hortaliças, mas também fabrica com os produtores os insumos. “Desenvolvemos um biofertilizante a base de esterco bovino, tronco de bananeira e a nova torta de mamona artesanal. Plantamos aqui também a pimenta ‘dorset naga’, a mais ardida que existe. Com o extrato dela e de uma planta chamada melão de São Caetano, além do sabão de coco derretido, controlamos as pragas. Tratamento que fizemos de pulverização e vacinação. A berinjela, por exemplo, saiu limpa assim, sem manchas no fruto e nas folhas”, informou.

Na horta ainda são cultivados quatro tipos de alface, rúcula, couve, pimentão, quiabo, coentro, cebolinha, salsa, repolho, pimenta-de-cheiro e a pimenta malagueta. “Medindo o pH, os níveis de fertilidade e os índices de condutividade elétrica do solo e da água, fica fácil identificar prováveis situações de falta de nutrientes e aí vamos lá e corrigimos. O resultado pode ser visto aqui, tipo os pés de alface, grandes e limpos, sem pragas e doenças”, reforçou o servidor responsável por acompanhar todos os agricultores orgânicos do Perímetro. Ele acredita que o potencial da horta coletiva ainda pode ser maior. ”Com o tempo, esse espaço poderá ser até uma atração turística, sendo Poço Redondo, Canindé e Piranhas-AL, polos de turismo ecológico”, antevê Tito Reis.

Visitação

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, considera que a área que a Empresa cedeu aos agricultores contribui também nas atividades da Companhia. “No Califórnia é frequente a visitação de estudantes do ensino regular, de cursos técnicos em agropecuária e até universitários da área agrícola. Um espaço plantado e bem cuidado, anexo à nossa sede local, ajuda muito. Depois de uma apresentação ou palestra no escritório o local de visitação está ao lado, sem que seja preciso deslocar um veículo e técnico para o campo”, concluiu ele, lembrando da recente ida, ao Perímetro, da turma de alunos agrotécnicos do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo, quando fizeram aula prática na horta.

Canal de irrigação da Cohidro passa por reformas em Canindé

FAs equipes trabalharam também no dia de São Pedro, aproveitando o período sem correr água no canal

Obra iniciada em 15 de junho, a recuperação dos pontos críticos do Canal N1 do Perímetro Califórnia se encontra 55% concluída e sendo realizada com urgência, inclusive com as equipes trabalhando nos feriados, para que os períodos de interrupção do fornecimento de água não prejudiquem os agricultores irrigantes de Canindé de São Francisco, assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a administradora do polo irrigado. A obra tem a previsão licitatória para terminar dia 5 de agosto, mas pela forma que está sendo executada, é esperado que o fim ocorra antes.

A reforma ocorre com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh), graças ao convênio com a Semarh (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), que garantiu, à execução da obra emergencial, R$ 199 mil. O Perímetro Califórnia possui 78 quilômetros entre canais e tubulações por onde a água corre até chegar às lavouras irrigadas. Destes, 7.987 metros são do Canal N1. Segundo o engenheiro civil da Cohidro, Clayton Araújo, todo canal vai passar por reformas, mas a realizada atualmente compreende os 1.579 metros mais críticos.

“O N1 compreende os canais trapezoidais (CTs) 02, 03 e 04. No CT-02 existia um trecho ao qual chamávamos de ”pontos críticos”, com rachaduras significativas, vazamentos intensos que já comprometiam o sistema de irrigação, sendo que o volume da água que chega ao ponto final não está mais de acordo com o previsto. Havia a necessidade de se efetuar os trabalhos de recuperação em uma ‘urgência urgentíssima’”, relatou Clayton, informando que está sendo executado, por empresa licitada, a retirada da vegetação às margens do canal e a substituição das placas de concreto danificadas, principalmente pela ação das raízes dessas plantas.

Segundo o diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola (Dinfra) da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, o restante do N1 e ainda o CT-01, também vão passar por obras. “Apesar de estarem na mesma região, os locais e serviços a efetuar são distintos. Os cerca de seis quilômetros restantes do CT-02 também serão recuperados, mas são em um menor grau de urgência e dificuldade e serão custeados pelos recursos do Proinveste. Também por este programa, receberão uma cobertura de concreto os 1,8 quilômetros do CT-01, canal que hoje fica dentro da área urbana da cidade de Canindé e sofre a interferência da poluição das residências e comércio em sua volta”, assinalou, referenciando também a economia de água com o canal coberto, ao evitar a evaporação.

Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, considera serem urgentes, essas obras de recuperação dos perímetros. “São quase 30 anos, desde que foram entregues à população, que esses sistemas de irrigação não recebem incentivos desse porte. Só no Califórnia serão R$ 4 milhões do Proinveste em obras e equipamentos para suplantar essa lacuna nos investimentos. Em todos os seis perímetros irrigados, o Proinveste destinou mais de R$ 7 milhões e ainda seremos beneficiados com R$ 33 milhões do “Águas de Sergipe”, para modernizar a irrigação dos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, além das adequações ambientais nas barragens destes e nos perímetros Jacarecica II, Piauí e Jabiberi”, listou sobre os programas em que o Governo de Sergipe faz financiamento junto à União e ao Banco Mundial, respectivamente.

Irrigação não pode parar

Segundo o gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro, a obra no N1 ocorre quando não há água passando para as estações de bombeamento (EBs) e persiste até esvaziarem os seus reservatórios. “As EBs 05, 06 e 07 são abastecidas pelo CT-02, onde ocorre a obra. Os três estoques estão durando em torno de quatro dias, após isso temos que religar para novamente abastecer e interromper a reforma. Por isso as equipes, da empresa contratada, tiveram que trabalhar no dia de São João e de São Pedro, pois coincidiu com o período em que a água poderia ficar interrompida”, informou, revelando ainda que o tempo chuvoso tem ajudado, diminuído o uso da irrigação e assim os intervalos, no uso do canal, serem maiores.

PAA em Lagarto vai doar 296 ton. de alimentos via Perímetro da Cohidro

Entrega às entidades socioassistenciais – Foto: arquivo Gildo Almeida

Com objetivo de fornecer uma dieta balanceada e composta por alimentos saudáveis e naturais, com origem no próprio estado e destinada a populações em situação de insegurança alimentar, o Governo Federal, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desenvolve a modalidade “doação simultânea”, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Deste modo, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, já entregou 84 toneladas de sua produção agrícola gerada pela irrigação pública do Governo do Estado, a seis entidades socioassistenciais do município, que juntas atendem 6.860 pessoas.

Foram cinco entregas quinzenais desde abril e a APPIP vai continuar a entregar por mais nove meses, quando terá que atingir as 296 toneladas de alimentos doados. Para participar, as entidades representativas dos agricultores propõem à Conab um projeto onde dizem o quanto podem fornecer, em produtos, durante um ano. Baseado neste volume, eles identificam o tamanho da população que podem beneficiar, por meio das doações e então definem as entidades, legalmente aptas a receber, que se enquadram neste perfil. Um planejamento complexo, onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro de Lagarto, auxilia os irrigantes do Piauí e dos seus outros polos irrigados.

Obedecendo a uma tabela regional, o PAA remunera esses produtores a cada nova remeça de alimentos. Dinheiro que antes de começar a vigorar o contrato, é depositado em conta-conjunta bloqueada, como uma certeza de recebimento ao produtor. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ser agricultor assistido pela Companhia Estadual, é uma segurança a mais ao Programa. “Para a Conab, nossos irrigantes são mais confiáveis de que vão cumprir o que foi proposto pelo projeto, graças à água ofertada pela irrigação pública. Uma garantia de produzir alimentos durante todo ano, ininterruptamente”, avalia.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445,00, como revela o Chefe da Divisão de Agronegócios da Empresa, Sandro Luiz Prata. “Além dos projetos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos, para entrar em vigência já em 2016: outro do Perímetro Irrigado Piauí de Lagarto, no Jacarecica II, em Malhador e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

Somadas todas as entregas realizadas pela APPIP neste acordo, R$ 551.450,00 serão divididos entre os 69 fornecedores inscritos. Uma garantia de compra da produção agrícola e por valores que não sofrem as variações provocadas pela especulação dos atravessadores. Mas ainda existe uma recompensa além da renda para esses agricultores: a de poder participar de um acordo que beneficia pessoas carentes. Para o presidente da Associação de Produtores, Antônio Cirilo Amorim (Toinho), “está sendo uma benção. Comunidades que nunca tinham visto um projeto desses, agora estão numa alegria só. Estão radiantes com a qualidade dos produtos que estamos entregando”, relatou o dirigente da entidade que está executando seu quinto ano de participação no PAA, o 11º contrato em que tanto produtores irrigantes do Piauí, como a população carente de Lagarto, estão sendo contemplados.

É o que está acontecendo com os atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social José Francisco Rodrigues (Cras I) de Lagarto, onde a coordenadora da instituição, Marta Catarina Dantas de Almeida, elenca o perfil da população que recebe os alimentos quinzenalmente. “São pessoas muito carentes, que a gente já acompanha. Muitas são famílias que vivem só do Bolsa Família, em extrema pobreza. Isso levando em conta atender os locais mais próximos, para facilitar que eles tenham acesso”, explicou enumerando que são 1.300 pessoas dos bairros Jardim Campo Novo, Albano Franco, Loyola I e II, os assistidos com a doação de um total de 56 toneladas de alimentos e onde “o resultado está sendo positivo, a população está muito satisfeita”, completou.

Investimento no homem do campo

Recentemente, o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, pode ver de perto o trabalho de recolhimento e aferição do volume e qualidade dos produtos entregues pelos produtores, filiados da APPIP. “São mobilizações que justificam tudo que foi e ainda é investido, de recursos do Governo do Estado, na agricultura e irrigação pública. Forma consciência no agricultor de que é preciso se organizar, planejar, e ainda entender que aquilo que produzem serve também para combater a fome daqueles que são mais necessitados. Soube que em Sergipe, o acompanhamento realizado pela equipe da nossa Empresa é modelo de organização, exemplo a ser seguido nos projetos fora da nossa área de atuação. Tenho que parabenizar esses dedicados técnicos pelo trabalho que nos orgulha”, considerou.

Um dos que são assistidos pela Cohidro é Jodeclan Silva Santos, produtor rural no Perímetro Piauí que pela segunda vez que entrega para um projeto do PAA da APPIP. Para ele, o Programa auxilia na rentabilidade do agricultor. “Está ajudando bem. O que muda é que aqui na entrega é o preço, que está garantido. No atravessador todo dia muda o preço”, avaliou o irrigante que tem fornecido, em todo dia de entrega de produtos, uma média de 500 quilos de batata-doce, 60 de cebolinha, 80 de couve e 40 de alface. Ainda pela manhã ele chega à sede da Associação com alimentos que colhe bem cedo, fazendo com que as entregas às entidades, no início da tarde, sejam de produtos sempre fresquinhos.

Essa ajuda à população rural vai além da renda. Há casos em que o PAA auxilia no fornecimento de alimentos a famílias residentes no campo e em situação emergencial, sem acesso à suplementação alimentar necessária. É o caso dos povoados Boieiro, Barro Vermelho e Quilombo, também em Lagarto. Segundo Sandro de Oliveira Chagas, presidente da Associação Comunitária e Produtiva do Boieiro, nas localidades o solo e pedregoso, até para o pasto da criação de gado, principal atividade rural praticada no local. “A criação depende tudo de ração. 90% trabalham na roça própria, mas na nossa comunidade se plantar, não dá”, justificou.

O dirigente considera importante o apoio da Cohidro à APPIP, a quem primeiro procurou por ajuda e a Conab, por terem beneficiado Lagarto com este Programa, que diz só ter elogios. “Esta sendo conforme foi elaborado no projeto: no horário estabelecido e os produtos de boa qualidade, produtos de primeira. Não tem esse que viesse estragado, vem tudo organizadinho. A gente só tem a agradecer esse projeto maravilho e queremos ver se a conseguimos renovar de novo”, frisou Sandro Chagas, que representa os 1.960 moradores que vão receber, até o final do contrato, 84.564 quilos de alimentos.

Gerente do Perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, diz ser constante a atuação dos produtores em projetos de garantia de compra, como o PAA. “Temos a APPIP, mas também existe a Cooperativa de Produtores e a Associação de Produtores Orgânicos que sempre fornecem alimentos tanto nesta modalidade, de doação simultânea como no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), via Prefeitura. A Cohidro incentiva e está aqui para auxiliar e intervir em favor deles”, estabeleceu ele, informando que, no projeto em vigência, ainda são favorecidos o Cras 2, o Povoado Olhos D’água e adjacências, a Pia União dos Pobres de Santo Antônio e a Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância, todos em Lagarto.

Veja um álbum de fotos completo abaixo:

Felizola e diretores da Cohidro visitam produtores e obras no Califórnia

Agricultores irrigantes estão depositando votos de confiança na gestão de Felizola na Cohidro

Semana passada, a diretoria da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) esteve presente em Canindé de São Francisco cumprindo agenda de reuniões com agricultores assistidos pela Empresa, no Perímetro Irrigado Califórnia, visitando obras de recuperação de canais, casas de bomba e findando com uma visita ao prefeito municipal, Heleno Silva. O presidente José Carlos Felizola Filho além de constatar o avanço nas ações de infraestrutura, pôde prestar contas, aos irrigantes, destas melhorias ao polo agrícola e dos seus novos equipamentos de bombeamento, que já começaram a chegar hoje, 21.

Ao chegar ao escritório do Perímetro Irrigado, Felizola, acompanhado dos diretores da Cohidro: João Quintiliano do Fonseca Neto (Irrigação e Desenvolvimento Agrícola) e Paulo Henrique Machado Sobral (Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola), já era aguardado por um grupo formado por cerca de 20 agricultores irrigantes. Eles queriam a confirmação do que foi anunciado em reunião no dia 27 de maio, quando o presidente garantiu a reforma dos pontos críticos no canal de irrigação N1 e a chegada de 36 bombas, para suplantar a carência de equipamentos novos na estrutura do Califórnia. Os três primeiros destes aparelhos, que chegaram hoje, já partiram no mesmo dia para o Alto Sertão.

“Passei o dia visitando o Perímetro Califórnia, onde inspecionei as obras de limpeza e recuperação dos canais que são abastecidos com as águas do Velho Chico, melhorias que foram iniciadas na semana passada. Aproveitei e conversei com produtores e líderes de movimentos sociais, onde anunciamos a chegada de novas bombas, melhorando a distribuição e vazão de água. Em breve começaremos a instalação de 36 novos equipamentos, onde melhoraremos os serviços ofertados e nos adequaremos às exigências ambientais”, explicou Felizola, quando esteve em Canindé no dia 15.

Paulo Sobral explica que a obra que está sendo realizada no canal N1, prevê a recuperação da estrutura no ponto mais danificado: 1.579 metros, dos mais de 7 mil que toda a estrutura tem de extensão. “Em convênio com a Semarh (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), conseguimos R$ 199 mil em recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Funerh). Haverá a troca de placas aonde ocorrem vazamentos, o que tanto causa perda de água como diminui a vazão do sistema. Outra etapa é a limpeza periférica, eliminando as raízes que, com o tempo, vieram a danificar a estrutura de concreto, na sua procura subterrânea por água”, relacionou o diretor, sobre a construção de quase 30 anos de uso.

Já o diretor João Fonseca, informa que as bombas que irão chegar ao Perímetro, adquiridas com os recursos do Proinveste, serão para repor as em uso, desgastadas pelo tempo de operação também próximo dos 30 anos. “São bombas que frequentemente quebram, devido ao tempo de uso avançado, acabam por prejudicar a distribuição de água aos agricultores e consequentemente prejudica a oferta de água a todos os lotes do Perímetro Califórnia”, avaliou. As três bombas de 250 cavalos, que acabaram de chega a Sergipe, irão para a Estação de Bombeamento (EB) 02 em Canindé, a que realimenta as outras cinco EBs secundárias do polo irrigado.

Irrigante de Setor Sete do Califórnia, Nelson Oliveira Araújo Filho planta goiaba em seus 4 hectares de terra. Ele encabeçou a comissão de produtores que estiveram à espera dos diretores da Cohidro. Ele cobra da Empresa a efetivação das ações anunciadas pelo Proinveste, que reservaram R$ 4 milhões para recuperar a infraestrutura do perímetro. “A gente já começa a ver agora não é? Com essa nova gestão os resultados efetivamente estão acontecendo. Deixam-nos muito satisfeitos e agraciados pela a atenção que essa nova equipe, que essa nova gestão tem nos dado. A gente já vem há aproximadamente 25 dias falando com o doutor Felizola. Ele sempre nos recebe, sempre nos atende. Nos deixa muito satisfeitos a gente ver hoje, efetivamente, o reinício das obras”, avaliou.

Prefeito Heleno

Após se encontrar com os agricultores, visitar as obras no canal e a EB-100 do Perímetro Irrigado, acompanhados do vereador municipal Rildo Joaquim e do gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, os diretores da Cohidro estiveram com o prefeito Heleno Silva. Além de relatar tudo que foi acordado com os produtores e as melhorias que estavam ocorrendo no Califórnia, foi ocasião para anunciar um benefício à cidade de Canindé. “Aproveitamos a oportunidade para garantir a cessão de uma área do Califórnia, para a instalação de um centro de distribuição de alimentos que fortalecerá os agricultores e agregará valor aos alimentos produzidos nos perímetros irrigados do município”, reforçou Felizola.

Heleno Silva comemora a conquista da administração municipal que, em uma parceria público-privada, irá construir uma estrutura que servirá de entreposto comercial para toda a produção agrícola do município, diminuindo a intermediação e favorecendo a distribuição mais eficiente das safras locais, para outros municípios e até para fora de Sergipe. “Será um benefício para a produção do agricultor, para a economia do município e também para o Estado, que cria utilidade para esta área do Governo”, reiterou o prefeito, sobre o terreno pertencente à Cohidro.

Álbum completo de fotos abaixo:

Pernambucanos fazem visita acadêmica em perímetro da Cohidro

Técnico Beto da Cohidro, segundo da esquerda, com os professores e estudantes do IFPE (foto do acervo de Edmilson Cordeiro)

Estudantes do Curso Técnico em Meio Ambiente, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), estiveram nesta terça-feira, 07, no Perímetro Irrigado Califórnia, no município de Canindé de São Francisco-SE. No polo agrícola administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a visita acadêmica tinha por objetivo o estudo dos impactos ambientais na agricultura, o empreendedorismo e uma aula prática de hidrometria, medindo a vazão do canal de irrigação.

Eles estudam no campus do IFPE em Garanhuns, município do Agreste Pernambucano. Os 19 alunos e três professores percorreram 215 quilômetros até chegar ao Califórnia. Segundo o professor e doutor em Engenharia Agrícola Rogério Oliveira de Melo, desde 2013, esta é a quarta vez que ele traz seus alunos ao Perímetro de Canindé. “Sou responsável pelas disciplinas Gestão dos Recursos Hídricos e Geoprocessamento. A visita à região é multidisciplinar e estavam comigo outros dois professores: a Mayara Dalla Lana, Engenheira Florestal e o Emmanuel Freitas, Tecnólogo em Gestão Ambiental. Eles são professores de Estudo de Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas”, disse o docente há cinco anos no Instituto.

A agricultura está diretamente relacionada às questões ambientais. Conforme especificou o professor Rogério, estas viagens complementam a carga teórica do curso e têm ainda por objetivo acostumar os futuros profissionais aos espaços em que vão atuar depois de formados. “Como se trata de Técnicos em Meio Ambiente, acreditamos na importância da vivência prática como formadora do conhecimento. Dentro da proposta pedagógica do nosso curso, a parte de visitas técnicas têm uma importância fundamental, pois são elas que complementam aquilo visto em sala de aula. Além disso, estamos demostrando áreas de atuação, criando uma rede de contatos, formando ideias sobre as questões ambientais: quais os problemas? O que fazer para solucioná-los?”, propôs.

Gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro recebeu, mais uma vez, os estudantes pernambucanos no Perímetro. Para ele, se faz reconhecida a importância do trabalho que faz junto dos seus técnicos agrícolas. “É sempre uma satisfação recebe-los aqui. Prova de que tanto dentro como fora de Sergipe, nosso projeto de irrigação é conhecido. A importância econômica é indiscutível, agora cada vez mais vemos ter também o interesse do meio acadêmico. Se serve de convite, estamos de ‘porteiras’ abertas para receber alunos de escolas e universitários dispostos a aprender mais e aplicar isso depois de formados”, considerou ele, que destacou o Técnico em Agropecuária da Cohidro, Antônio Roberto Ramos, para acompanhar os visitantes até o canal de irrigação CT-01.

O CT-01 é o principal canal do sistema de irrigação do Califórnia e foi objeto de estudo na visita acadêmica, onde o professor Rogério e seus alunos fizeram a medição da vazão da água que corre na estrutura. “Está ligado diretamente à disciplina de Gestão dos Recursos Hídricos, onde fazemos uma prática de hidrometria no canal”, acrescentou o Doutor, que disse querer voltar com outros estudantes para conhecer e estudar o Perímetro, pois sempre têm turmas novas. “A frequência é semestral. Pretendemos voltar ainda esse ano”, já avisou.

Aspectos socioeconômicos

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, são muitos os aspectos à serem estudados em um perímetro irrigado, pois envolve desde a governança, por ser um projeto de irrigação pública, até o impacto social que provoca na comunidade. “Sem dúvida, nossos perímetros transformam o conceito de agricultura, aonde for que eles estejam implantados. No Agreste, no Sertão, no Sul e Centro Sul é visível a importância econômica para as cidades, dá emprego para muita gente e movimenta o comércio local. Hoje 4,6 mil famílias são diretamente beneficiadas com a geração de renda provocada só por ter água no lote desses produtores”, avaliou.

A organização do trabalho à terra em um perímetro irrigado e como foram criadas estas relações também foi objeto de estudo na aula dada aos estudantes pernambucanos no Califórnia. “A escolha do perímetro se dá pela própria história do projeto. Como eles têm a disciplina de Gestão e Empreendedorismo e nela eles veem a parte de cooperativismo. Acreditamos que esta realidade aqui do projeto (de irrigação), mesmo que não seja o foco principal, pode ser contemplada”, concluiu o professor Rogério Oliveira. Depois de Canindé, ele seguiu sua viagem acadêmica, levando seus alunos para conhecer o Viveiro Florestal de Xingó, projeto da Chesf no município de Piranhas-AL e na sequência, o complexo de usinas hidroelétricas e a estação de piscicultura de Paulo Afonso-BA.

Última atualização: 17 de outubro de 2017 10:05.