Sergipe Mais justo: recuperação de 710 barragens rurais inicia em Poço Verde

Reunião

A edição do “Programa de Recuperação de Barragens” de 2014 foi oficialmente iniciada nesta quarta-feira, 24, em reunião realizada na comunidade da

Barragem do Amargosa, em Poço Verde. A grande construção será recuperada para voltar a armazenar água, através do empenho do Governo do Estado que tem a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) como órgão executor. Uma iniciativa do “Programa Sergipe Mais Justo” que vai investir R$ 1.890.492,53, do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) para recuperar 700 pequenas barragens rurais e outras 10 públicas,em 18 municípios.

Com a intenção de reduzir os efeitos da estiagem e combater a dessedentação animal em zonas onde já foi declarado o “estado de emergência” devido à seca, a iniciativa vem de uma parceria entre as secretarias de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri) e da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides).Nas edições de 2012 e 2013, o Programa beneficiou 1031 pequenos pecuaristas com até 19 cabeças de gado, recuperando suas aguadas e reformou outras quatro grandes barragens de uso coletivo.

Paulo Henrique Sobral, diretor de Infraestrutura da Cohidro, explica de que forma vão atuar as frentes de trabalho do Programa. “O trabalho das máquinas é limpar o leito destas barragens assoreadas pela ação da água, acumulando sedimentos e vegetação. Em 2014 serão, ao todo, 10 equipes atuando simultaneamente: dois grandes comboios de equipamentos para as grandes e médias e oito escavadeiras atuando, uma em cada município, para atender os pequenos pecuaristas”, colocou.

Barragem do Amargosa

Construída em 1986 pelo Governo do Estado, a Barragem do Amargosa em seu projeto original inundaria uma área de 60 hectares e teria uma capacidade de armazenamento de 2.450.000 m³ de água, tendo como fonte de abastecimento um córrego não-perene que foi represado pela obra. José Araújo de Souza diz que viveu a vida toda na região onde foi implantado o lago artificial. “Depois de terminada a obra, ela chegou a encher até a metade da capacidade, mas de lá pra cá ela só veio diminuindo, até que no ano passado ela secou de vez”, conta, informando que já houve ali um projeto de irrigação que parou, quando o nível do reservatório começou a baixar.

O secretário Municipal de Obras, Adauto Justino de Santana, explica qual é principal função da Barragem. “A expectativa pela obra é muito grande, não só da comunidade do Amargosa, mas de toda região, dos municípios vizinhos, pois aqui se pegava cerca de 50 carros de água por dia quando tinha água na represa. O Estado completando esta obra, vai ser excelente, haja vista que a gente mora numa região de clima semiárido.Há quatro anos que não temos uma chuva que supra nossas necessidades e com a barragem nos vamos ter”, relatou.

Prefeito de Poço Verde, Thiago Basilio Doria de Almeida, discursou demonstrando sua confiança e expectativa de melhores dias assim que findada e entregue a reforma do Amargosa. “Minha alegria é de ao entregar esta obra, atender um pedido que é uma vontade não só minha, mas é a de vocês, moradores, que tanto pediram para resolver este pleito. A barragem vai ser limpa, pedir a Deus do Céu para mandar chuva e encher a barragem para nós podermos utilizar desta água para beber, para plantar, tomar banho, como já foi um dia”, esperançou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, também presente no ato de início da obra no Amargosa, relatou aos presentes de que forma teve origem o “Programa de Recuperação de Barragens” promovido pelo Governo do Estado. “Quando teve aquela seca forte em 2012, o saudoso governador Marcelo Déda, teve a sensibilidade de promover este Programa, que já no primeiro ano recuperou 510 barragens, 517 no segundo, sendo quatro de grande porte como esta aqui de vocês. Estamos começando os trabalhos neste ano por aqui, mas pretendemos recuperar, desta vez, 700 pequenas e outras 10 iguais a do Amargosa”, enumerou.

Desde que foi construída, há 28 anos, a Barragem do Amargosa nunca recebeu algum reparo de recuperação e só pela ação do tempo e das chuvas, carecia de passar por reformas que serão feitas conforme explica o engenheiro agrônomo da Cohidro, Luís Carlos Alves Oliveira Netto, encarregado pelo planejamento e fiscalização dos trabalhos da Obra. “Vamos fazer aqui uma limpeza. Conforme acumula água, com o tempo, vai assoreando. A intenção é voltar ao tamanho e capacidade em que ela foi criada e se possível até aumentar o seu volume de água”, explicou.

Lote I
Luís Carlos é também o encarregado pelo Lote I do “Programa de Recuperação de Barragens”, que irá atender os municípios de Tobias Barreto, Poço Verde, Tomar do Geru, Pinhão, Pedra Mole, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida e São Miguel do Aleixo, no pleito que se inicia em 2014.

“Foram investidos, com recursos próprios do Estado, R$ 803.498,48 para contratação de empresa N&V Comércio e Serviços de Locação de Veículos e Máquinas Ltda, que venceu a concorrência e efetuará as obras coordenadas pela Cohidro. Tem-se a previsão de recuperação de 300 reservatórios de água rurais e mais três barragens públicas. Além desta, do Amargosa, serão atendidas as barragens comunitárias dos povoados Alagoinhas, em Tobias Barreto e Jaqueira, em Tomar do Geru”, informou Luís Carlos.

Lote II
Já o engenheiro civil da Cohidro, Valdir Aragão Porto, atua no projeto desde seu início, em 2012. Neste ano ele vai ficar responsável pelo acompanhamento do Lote II do projeto, assistindo a reforma de 400 pequenas barragens rurais e sete barragens públicas, nos municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Gararu, Feira Nova, Graccho Cardoso, Itabi e Nossa Senhora de Lourdes. Em sua área de atuação foram contratados os serviços da empresa Transtop Locadora de Veículos e Máquinas Ltda, vencedora da concorrência pública, pelo valor de R$ 1.086.994,05.

Valdir informa que o compromisso acordado no contrato com a prestadora de serviços é de que serão ao todo, em sua área de atuação, cinco retroescavadeiras para reformar as pequenas aguadas, cada uma em um município e outra equipe maior, com mais equipamentos, cuidando das públicas. “Estas barragens de médio para grande porte que serão reformadas estão localizadas no Assentamento Santa Rita, em Canindé; Povoado Serra do Brijinho, Poço Redondo; Povoado Serra dos Homens de Baixo, Porto da Folha; Povoado Fortaleza, em Glória; Lagoa das Areias, Monte Alegre e Povoado Ouricuri,em Gararu”, listou.

Governo dá início à obra do Proinveste em Canindé

Canindé de São Francisco testemunhou, nesta terça-feira, 23, solenidade que ocorreu no escritório regional da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), onde a Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri) anunciou e assinou contrato para dar início – no dia seguinte, 24 – da para a recuperação e cobertura dos 1,8 quilômetros de canal de irrigação que cortam a cidade. A obra faz parte dos investimentos do Governo do Estado realizados na reestruturação da Empresa Estatal, via recursos do Proinveste, que somam R$ 11 milhões, R$ 4 milhões só para o Perímetro Irrigado Califórnia.

Abastecido pelas águas do Rio São Francisco, o Perímetro Califórnia fornece irrigação para 252 unidades da agricultura familiar em Canindé, possibilitando a produção de uma grande variedade de alimentos em pleno Semiárido Nordestino, desde goiaba, acerola, milho e quiabo – as principais culturas – até a horticultura orgânica. Fundado 1987, a crescente urbanização cidade povoou a área onde passa o seu canal principal (C-01) que abastece o sistema de irrigação, sendo necessário implantar a cobertura em concreto armado da estrutura, para a segurança da população e o evitar desperdício, além de priorizar a qualidade da água, ameaçada pela poluição urbana.

Manuel Goês, conhecido como “Seu Manuca”, é agricultor irrigante e está no Perímetro Califórnia desde sua fundação. Na cerimônia ele foi escolhido para dar seu depoimento representando os produtores rurais e falar da importância obra. “Jogam lixo, carcaça de animais mortos e as pessoas usam o canal para tomar banho e isso preocupava muito a gente que usa dessa água nas nossas propriedades. Realmente esta obra vai ser a mais importante e a que a mais reclamávamos para ser feita aqui”, comemora ele que produz goiaba, acerola, maracujá, feijão-de-corda e outros alimentos em sua área irrigada.

O gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro Bezerra, confirma a prioridade do empenho que o evento deu a partida para a construção. “A discussão sobre a necessidade da obra já vem de algum tempo e só foi neste Governo que se deu a devida importância para o problema que afeta o produtor rural, que fica em dúvida quanto a qualidade da água que vai por em suas plantações e, por sua vez, ter contato direto no manuseio. Na verdade são dois problemas resolvidos com a cobertura do canal, pois a população da cidade também reivindicava uma solução à prefeitura de Canindé”, comenta.

Solenidade

A assinatura do contrato com a Empresa Líder Engenharia, a qual garantiu o início imediato das obras de cobertura do canal, foi prestigiada com a presença de autoridades da esfera estadual, municipal e federal. Além do secretário de Estado da Agricultura, Francisco Dantas e do presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, compuseram a mesa de representantes os diretores da Companhia; o prefeito de Canindé, Heleno Silva; o secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano, Carlos Fernandes de Melo Neto; presidente da Câmara de Vereadores de Canindé, Francisco de Assis Oliveira Machado; presidente da Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Pronese), João Hora e o ouvidor Geral do Estado de Sergipe, Luiz Eduardo Costa.

Mardoqueu Bodano reiterou a importância da obra, lembrando que a cobertura do canal é só uma parte dos benefícios que o Proinveste trouxe para o Perímetro de Canindé. “Esta é a realização de um sonho, não só de nós da Cohidro, mas dos produtores também, que confiaram quando Governo do Estado deu a ordem de serviço, ocasião em que também foi dada a garantia para a recuperação dos outros canais secundários de irrigação, reformas nas sete estações de bombeamento da Companhia – incluindo a troca de bombas e reposição de peças – além da reforma do escritório do Perímetro Califórnia”, listou o presidente da Empresa Estatal.

O prefeito Heleno Silva também falou sobre o Proinveste, relembrando a dificuldade enfrentada para ser aprovado o financiamento. “Esta obra já era para ter acontecido se não fosse a dificuldade política, da má política, imposta ao Governo do Estado, para fazer o empréstimo com a União. É uma data histórica para gente, pois o Governo teve uma visão estratégica, ao destinar cerca de R$ 4 milhões do Proinveste para salvar o Califórnia, com a cobertura do canal, recuperação de canais e troca de bombas. Quero ainda fazer uma adendo, já que a empresa que ganhou a licitação de duas destas obras é de Canindé, o que significa que são as pessoas daqui que irão trabalhar e o dinheiro vai circular por aqui,” considerou.

Francisco Dantas informa que incluindo as obras realizadas no Perímetro Irrigado, o município tem recebido bastante atenção do Governo do Estado através da Seagri. “Nossa Secretaria participa muito da vida de Canindé. Hoje aqui também terá início o Programa de Recuperação de Barragens, igualmente gerido pela Cohidro, que no Assentamento Santa Rita vai reformar a barragem pública que atende a povoação. Estão previstas outras nove barragens desse tipo a serem recuperadas, sete só aqui no Alto Sertão. Serão ao todo 700 barragens voltando a acumular água, atendendo povoados e pequenos pecuaristas em todo Estado, combatendo os efeitos da seca e a dessedentação animal. Convênio nosso com a Seides e custeado pelo Funcep, em um investimento do Governo de quase R$ 1,9 milhões”, relatou o secretário.

O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, confirma que serão gastos – com os recursos do Proinveste – R$ 1.545.040,11 na cobertura do canal, atendendo a reivindicação dos irrigantes e população de Canindé. “Há estudos que indicam que com a obra de cobertura do C-01 e com as demais reformas, reposição de equipamentos e outras obras de infra-estrutura, vai aumentar a disponibilidade de água para a irrigação no Califórnia, regularizando o fornecimento àqueles irrigantes que sofriam com alguma deficiência no sistema e até possibilitando que eles aumentem suas áreas cultivadas, gerando assim um produção ainda maior no Califórnia, que já é recordista dentre os perímetros assistidos pela Companhia”, concluiu.

Embrapa e Cohidro iniciam a produção de pera, caqui e maçã em Lagarto

Produção de Pêra

Com intenção de mostrar os resultados do projeto experimental, para produzir maçã, pera e caqui no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) convidou os técnicos e diretores, dos órgãos parceiros da iniciativa, para uma visita às “unidades de observação” na última quinta-feira, 22. A Companhia de Desenvolvimento Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é quem administra o pólo de irrigação que abriga as plantações e presta assistência técnica direta através de seu quadro funcional.

Além da Cohidro, compareceram técnicos e diretores da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), parceira da Embrapa no mesmo projeto em outros campos experimentais, como os de Petrolina-PE, onde se originou o plantio das primeiras mudas frutíferas e também fica a unidade “Semiárido” da Empresa de Pesquisa. Também compareceram à visita técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), interessados na novidade que inseriu estas culturas ao leque de variedades agrícolas produzidas no Estado.

Como é de frequência, o engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa-Semiárido, veio de Petrolina-PE para visitar os sete pomares instalados nas “unidades de observação” dos agricultores irrigantes. Além de coletar dados sobre o experimento, ele orienta os produtores sobre o manejo das frutíferas,poda,adubação e controle de pragas e doenças. “As plantações estão indo bem, com o desenvolvimento correndo dentro do esperado. A maçã está melhor que a pera e o caqui, mas isso não quer dizer que ela se adapte melhor ao clima de Lagarto, é mais uma questão de cuidado, dedicação que cada produtor dá ao seu plantio. São produtores diferentes para cada cultura e é esperada esta diferença”, comentou ele que trouxe os parceiros no projeto de transferência de tecnologia, demostrando os resultados parciais.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, acompanha de perto estes resultados por meio da assistência que a Companhia Sergipana também dá ao projeto. “A novidade que o Paulo Roberto quis mostrar, aos representantes dos outros órgãos envolvidos neste experimento, é o resultado preliminar que prova a eficiência e o resultado das técnicas empregadas. Desde o transplante das mudas – que ocorreu de agosto há novembro de 2013 – até agora, em que os agricultores já se preparam para a colheita das frutas com volume de produção comercial – a partir do final do ano e início do próximo–confirmam ser possível produzir estas variedades, de clima temperado, também em Sergipe. Estes parceiros agora poderão usar o modelo implantado aqui em Lagarto para disseminar esta nova proposta de produção por todo Estado,fomentando com isso a diversificação de culturas em nossa agricultura,o que permite novas oportunidades de negócios aos agricultores”, comentou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, também compareceu à visita técnica e se diz “maravilhado” com o que os produtores, Embrapa e Cohidro estão desenvolvendo no Perímetro Piauí. “O que mais me deixa satisfeito é o fato de serem estes agricultores familiares os agraciados pela iniciativa. Os pequenos produtores irrigantes são o público alvo principal das ações da nossa Companhia e garantir a eles o pioneirismo no mercado interno de frutas, os primeiros a poder oferecer pera, caqui e maçã, será um incremento significativo na capacidade de geração de renda por meio do trabalho deles na própria terra”, comentou, também lembrando de agradecer ao empenho do senador Antônio Carlos Valadares, que em 2012 propôs a emenda parlamentar destinando R$ 300 mil para viabilização do projeto.

Fruticultores

Produtor orgânico de hortaliças, João Pacheco foi um dos agricultores inseridos no Perímetro Irrigado e escolhido para acolher, em seu lote, uma das plantações de caqui do projeto. Para ele a falta de familiaridade com a planta vem a ser a maior dificuldade enfrentada até agora. “A gente não conhece o desenvolvimento da planta, às vezes desanimo, tipo quando caem as folhas, mas ai elas rebrotam de novo e a gente fica novamente contente”, desabafou ele. Diz também que, segundo o agrônomo da Embrapa, está fazendo o manejo correto dos seus 500 caquizeiros. Seu pomar já deu frutos e agora passam por um período de recuperação para nova produção, conforme orientação técnica.

Técnico agrícola da Cohidro, William Domingos Silva é responsável por acompanhar diariamente os sete pomares em Lagarto. Para ele, as visitas da Embrapa e a viagem que fez à unidade Semiárido da Empresa em Petrolina-PE, fazem parte do aprendizado para entender o desenvolvimento das frutíferas, que até o início do projeto eram inéditas em Sergipe. “Este manejo tende a imitar o processo natural das plantas em seu habitat original que são as regiões de clima frio e temperado, onde as estações do ano são bem definidas. Diferente daqui, onde há pouca diferença no clima de uma estação para a outra, nisso entra a irrigação e o manejo adequado às nossas condições climáticas oferecendo às plantas condições ideais de produção,mesmo na nossa região,”explicou.

Jânio Gonçalves dos Santos é outro agricultor irrigante do Perímetro Piauí atendido pela assistência técnica do projeto por abrigar 1000 pés de pera, das variedades “hossui” e “packham’striumph”. Na visita do agrônomo Paulo Roberto da Embrapa, recebeu a orientação para a poda e amarração dos galhos das pereiras. Este manejo tende a formar pequenas árvores de copa larga, para abrigar mais frutos e também de estatura média, facilitando a colheita. “Uma coisa que a gente não conhece fica difícil de lidar sem este acompanhamento de um especialista. Por sorte William está sempre aqui dando assistência, ele como técnico da Cohidro pode nos orientar melhor”, comentou o produtor que plantou seu pomar em novembro de 2013 e foi orientado que, aos um ano e quatro meses, terá uma produção mais plena das frutíferas.

Satisfeito com a primeira colheita, o irrigante José Josemir de Souza tem um pomar com 1000 macieiras e já fez sua primeira colheita há 20 dias. “Aos 15 dias de plantadas, as mudas já começaram a produzir esporadicamente frutos pequenos, fomos até orientados a descartar para ajudar a planta se desenvolver melhor. Mas agora em agosto, menos de um ano de plantadas às mudas, o pomar deu uma produção impressionante, com frutas em tamanho comercial, próprias pra consumo em que eu tirei 15 baldes grandes de maçã”, comemora ele que diz que agora espera outra produção maior e mais consistente, depois da poda de suas macieiras das variedades “princesa” e “julieta”, como foi orientado a fazer nesta visita do agrônomo Paulo Roberto.

Gilvanete Teixeira, gerente do perímetro irrigado da Cohidro em Lagarto, é outra que tem comemorado os resultados obtidos pelos produtores inseridos no projeto. “Isso é só o começo. A previsão é para que no final do ano se colha uma safra que se aproxime às 35 toneladas, em cada um destes sete campos de duas tarefas (0,6 hectares) destas frutas e em 2015, ao completar os dois anos, se espera o dobro disso”, informa ela que ainda comenta sobre outra vantagem do plantio das frutíferas. “Os irrigantes podem utilizar da mesma terra – e do sistema de irrigação fornecido pelo projeto – para plantar outras culturas no intervalo de três metros entre uma linha e outra de árvores, desde que elas não façam nenhum tipo de sombra. Aqui já foram experimentadas com sucesso as pimentas malagueta, biquinho, jalapeño e de cheiro; feijão-de-corda; tomate; couve-flor e até brócolis”.

Convite à imprensa: Programa de Recuperação de Pequenas Barragens é retomado nesta terça

Multirões

Nesta terça-feira, 23, a Secretaria de Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Sergipe (Seagri) em convênio com a Secretaria da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) retoma o “Programa de Recuperação de Pequenas Barragens”, uma das ações do Programa Sergipe Mais justo, do Governo do Estado. O início das obras será marcado por cerimônia em Canindé de São Francisco, com a presença do secretário de Agricultura Francisco Dantas e do presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano. Nesta edição do programa, iniciado em 2012, serão reformadas 700 pequenas barragens rurais e outras 10 grandes barragens públicas.

Nas edições de 2012 e 2013 o empenho – que tem a Cohidro como órgão executor e fiscalizador – beneficiou 1031 pequenas propriedades rurais e reformou 4 grandes barragens públicas. Neste ano, o Programa vai atender criadores inscritos no NIS, portadores de DAP e que possuam até 19 cabeças de gado nos municípios de Tobias Barreto, Poço Verde, Tomar do Geru, Pinhão, Pedra Mole, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida e São Miguel do Aleixo, que compõem a frente de trabalho I. Com recursos do Funcep na ordem de R$ 803.498,48 para contratação de empresa de locação de máquinas, tem-se a previsão de recuperação de 300 reservatórios de água e mais 3 grandes barragens públicas.

A frente de trabalho II atuará em Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Gararu, Feira Nova, Graccho Cardoso, Itabi e Nossa Senhora de Lourdes. O contrato de locação de máquinas para o empenho foi de R$ 1.086.994,05 com fundos do Funcep. Se prevê a reforma de mais 400 pequenas e 7 grandes barragens públicas só nesta etapa da edição 2014 do programa que tende a minimizar os efeitos dos períodos de seca na zona rural, assim como da dessedentação animal.

A cerimônia se dará no Assentamento Santa Rita, a partir das 10 horas e 30 minutos. No local será feita a reforma da barragem pública e comunitária que abastece todo povoado. Antes disso, às 10 horas, diretores da Cohidro e Seagri comparecem ao ato de início da obra de cobertura do canal de irrigação C1, na Sede Municipal de Canindé. Esta ação foi financiada pelos recursos do Proinveste e licitada em R$ 1.545.040,11, parte dos quase R$ 4 milhões investidos pelo Governo do Estado só no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia Sergipana.

Serviço
O quê: Retomada do Programa de Recuperação de Pequenas Barragens
Quando: Terça-feira, 23 de setembro, às 10h
Onde: Canal da Cohidro e no Assentamento Santa Rita – Canindé de São Francisco/SE

Irrigantes da Cohidro vão produzir galinha orgânica no Alto Sertão

Mutirões

Após conquistarem a “Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado à OCS (Organização de Controle Social)”, para produzirem e comercializarem produtos agrícolas sob a denominação de “orgânicos”, os irrigantes pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado Califórnia, estão diversificando sua produção com a introdução da “galinha de capoeira”,criada pelo sistema agroecológico e com a orientação técnica da Empresa em Canindé de São Francisco.

Eles fazem parte da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5) e da OCS que foi oficializada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no último dia 28 de agosto. A partir dessa regulamentação, os agricultores ficam autorizados à comercialização dos produtos orgânicos que plantam, por meio da venda direta ao consumidor, ou pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab) e ainda através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), este gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A novidade surgiu quando o grupo inicial de cinco produtores – o qual motivou o nome fantasia “BIO5” para a associação – acolheu uma sexta integrante: Valdenice de Jesus Meneses, que com o marido, Thiago dos Santos Araújo, já tinham uma concepção agroecológica de produção, no manejo das aves criadas no fundo do quintal. “A alimentação delas era feita com milho, restos de culturas, restos de frutas. Também colocava na água de beber o limão, alho e arruda, para previr doenças, isso o tempo todo, não esperava aparecer a doença para usar”, conta a agricultura que influenciou os demais integrantes da BIO5. Agora todos usam da experiência dela, associada a novas tecnologias que estão buscando, para diversificar a produção orgânica.

Capacitação

Evento anual promovido pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão, a III Semana de Agroecologia foi realizada de 19 a 22 de agosto, teve a participação dos agricultores da BIO5, assistindo palestras, debates e participando de minicurso sobre avicultura orgânica. O grupo também tem ido conhecer outras áreas de produção de galinha de capoeira, através de intercâmbios técnicos no Perímetro Piauí da Cohidro, em Lagarto. Também fizeram visitas a produtores de Ribeirópolis e Olho D’Água do Casado, em Alagoas, sob a coordenação dos técnicos da Companhia.

O Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Bezerra Cordeiro, conta que o sucesso das ações desenvolvidas é fruto de um trabalho integrado da equipe da Cohidro e dos agricultores. “Objetivando qualificar esses agricultores na atividade orgânica, de forma que eles enxerguem sua área agrícola como um empreendimento rural, a Empresa vem buscando parcerias com oferta de capacitações que atendam a demanda dos agricultores familiares e o apoio da Secretaria Municipal da Agricultura de Canindé, que está contribuindo na realização de algumas demandas dos agricultores, fortalecendo com isso as atividades do grupo“, informou.

Para a gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, Sônia Loureiro, este interesse dos agricultores por qualificação é consequência do trabalho de assistência técnica executado pela Cohidro. “Em cada perímetro colocamos um técnico especificamente para acompanhar as atividades diárias durante a fase de implantação das unidades produtivas, como na elaboração de receitas de produtos alternativos para combater pragas e doenças, preparação de compostos, biofertilizantes, práticas de conservação de solo, implantação das barreiras vivas. Este resultado está sendo muito gratificante, só me faz ver que aquela semente da agroecologiaque plantamos em Canindé, já faz algum tempo, frutificouna BIO5”,numerou Sônia.

Benfeitorias

Iniciando pela criação de galinhas de Valdenice de Jesus como projeto piloto, a BIO5 está promovendo mutirões para construção dos piquetes que serão usados para a produção de frangos em ambiente controlado, como explica o técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis, que acompanha e orienta o grupo. “Na propriedade de Valdenice serão quatro piquetes de 1.080 metros quadrados cada, onde haverá um abrigo circular coberto para a dormida das aves e outras quatro coberturas menores para abrigar os cochos. Cada piquete terá capacidade para 550 galinhas, mas buscando o conforto e acesso farto ao alimento, só irão ser postas 100 aves por piquete”, relata.

Por se tratar de uma produção orgânica, estão sendo buscadas alternativas sustentáveis para as instalações, como a utilização de bambu nas cercas que dividem os piquetes e nos abrigos, mas a adaptação acontece também com anutrição das aves. “Nos cercados vai ser plantado capim para auxiliar na alimentação das galinhas, que já era baseada em milho e restos culturais do cultivo orgânico da propriedade. Uma área irrigada com milho orgânico já está preparada. A intenção é utilizar só dois dos quatro piquetes por vez, enquanto um recebe as aves, que se alimentam do pasto, o outro estará em período de repouso, fazendo a troca de piquete a cada 30 dias”, complementa Tito Reis.

Segundo os estudos feitos pelo grupo, vai levar de quatro a cinco meses para as aves crescerem até o abate, tempo muito superior dos até 39 dias que leva um frango de granja.Isso está relacionado pela não opção por raças melhoradas e técnicas que priorizem somente o ganho de peso, a exemplo do uso de aviários climatizados e ração enriquecida com aditivos químicos industriais.“Mas não vamos dispensar as tecnologias, eu mesmo faço a produção de pintinhos usando a chocadeira e vou criar – a partir de agora – as galinhas em cercados para poder controlar melhor o que elas comem e facilitando o recolhimento do esterco orgânico, que vai ser usado na horta”, esclareceu a produtora Valdenice.

Valor agregado

Por si só, a galinha rústica, de quintal, já oferece vantagens popularmente aceitas em relação àquela de granja comercial – de postura ou de engorda – seja pelo sabor mais acentuado ou pela rigidez, cor e textura do produto. Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera este diferencial algo fundamental no projeto da BIO5. “Todos sabem que o frango e os ovos de capoeira são bastante requisitados pela clientela e até permitem que o seu valor de venda seja superior aodos produzidos em escala industrial. O que os produtores da BIO5 querem é oferecer alimentos que reúnam todas as vantagens já culturalmente reconhecidas na criação caipira, associada à segurança do produto orgânico, autenticada pela OCS formada por eles”, opinou.

Presidente da BIO5, Marli Soares dos Santos Pereira, disse que os outros cinco produtores da Associação e pertencentes a OCS estão entusiasmados com o projeto que teve início na criação de Valdenice. “Até agora a gente só produzia e vendia hortaliças e frutas, mas queremos ampliar nossa oferta com agalinha orgânica e de capoeira, criada com técnicas sustentáveis e sem aditivos químicos. A gente está confiando muito na produção, usando métodos agroecológicos e com os pastejos rotativos.A certidão da OCS ajudará muito, a gente vai ter como dizer que é orgânico na hora de vender, por um preço mais justo, porque só a palavra não convence”, justificou Marli.

Cohidro tem estande e dá palestras na Exposição Agropecuária de Lagarto

Ornamentais

A exposição agropecuária anual, realizada em Lagarto pela Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese) de 3 a 7 de setembro, conta mais uma vez com a participação da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que no Parque de Exposições Nicolau de Almeida tem estande fixo para demonstrar o trabalho realizado no Perímetro Irrigado Piauí, situado no mesmo município. Nesta edição da Feira, a Empresa também deu palestras temáticas nos dias 4 e 5, tratando dos temas: “Receituário Agronômico para Agrotóxicos” e “Agroecologia”.

No estande, painéis temáticos, vídeos e impressos expõem o trabalho realizado pelos técnicos e servidores da Cohidro, dando assistência aos agricultores irrigantes pelo Perímetro Piauí, mas também os visitantes podem conhecer uma amostra de tudo aquilo que é produzido no campo, com a exposição de hortaliças orgânicas e plantas ornamentais, onde os técnicos da Companhia explicam aos visitantes de que forma são produzidas. Neste ano, também estão sendo mostradas variedades de ervas medicinais cultivadas a partir do projeto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que aplica um curso sobre o tema aos produtores de Lagarto, alunos que também estarão mostrando ao público o que estão aprendendo.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, conta que a expectativa é de que a maior ocorrência de público se dará no fim de semana e que o estande da Cohidro, por sua gama de atrações, é sempre o mais visitado, contando com mais novidades para esta edição da Feira. “É muito movimentado, chegamos a receber a visita de turmas de alunos das escolas públicas de Lagarto para conhecer e receber uma explicação de nossos técnicos e dos produtores que iniciam o trabalho com as plantas medicinais. Construímos um canteiro em forma de ‘mandala’, separando nossos principais cultivos e ao lado nosso lago, simbolizando a represa do Perímetro, que recebeu seis exemplares de tambaqui doados pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão”, revelou.

Serão cinco dias de Exposição, que também abriga a “51ª Exposição de Animais da Região Centro Sul”. Taynã Matos faz parte da coordenação do evento e expõe a Feira em números. “São aproximadamente 150 bovinos, 250 cabeças – entre caprinos e ovinos – além de mais 45 equinos, expostos para competições e comercialização. A expectativa é que sejam negociados, durante a Exposição, um volume de R$ 600 mil em negócios, entre a venda de animais, máquinas, implementos e insumos”, relata ela sobre o Evento, que tem expectativa de um público superior aos 50 mil visitantes do ano passado.

Para o presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano, a Exposição é uma ótima oportunidade para a Companhia mostrar à sociedade suas realizações, além de espaço onde é possível conhecem as novidades do mercado agrícola. “Serve como uma prestação de contas ao público que visita a Feira, que pode ver pessoalmente uma pequena amostra daquilo que é possível produzir graças à irrigação e assistência técnica agrícola fornecida – pelo Governo do Estado – aos 421 lotes de produtores e que gera anualmente, em média, 7 mil toneladas de produção agrícola. Além das oportunidades de fazer negócios, os agricultores recebem instrução em palestras realizadas pela nossa Empresa e outros parceiros do Evento”.

Receituário Agronômico

Arício Resende Silva, engenheiro agrônomo da Cohidro, proferiu palestra sobre a obrigatoriedade do “Receituário Agronômico” para uso e compra de agrotóxicos. “Venho expor o ponto de vista legal, sobre a necessidade de receita que é um trabalho que vem sendo feito pelo Governo do Estado também através da Cohidro. O produtor quer ir comprar sem receita e acha quem venda, sem se preocupar com as restrições que não são só quanto as leis infringidas. O uso irregular, sem proteção, em excesso e descartando as embalagens usadas de forma errada, pode causar prejuízos a saúde do agricultor e da família, além dos danos ao meio ambiente”, explicou, alegando que só com o documento emitido por um profissional técnico autorizado, o agricultor estará amparado e instruído dos cuidados que deve tomar no uso do agroquímico.

Haroldo Araújo Fontes é produtor irrigante no Perímetro da Cohidro em Lagarto e participou da palestra sobre o receituário agronômico, nesta quinta-feira, 4. Ele conta que faz o possível para não usar, mas quer estar ciente da legislação quando for necessário a aplicação em suas plantações. “Usei recentemente para a lagarta no milho, mas produzo macaxeira e comecei também a cultivar pimenta-do-reino sem usar nenhum agrotóxico nelas. Vim pegar conhecimento sobre o uso do agrotóxico, sobre a legislação e normas. Só quando não tem jeito, mesmo assim evito usar”, comenta ele que também cultiva batata-doce.

Agroecologia

Na sexta-feira, 5, o cultivo agrícola de produtos orgânicos será tratado em palestra proferida pelo técnico agrícola da Cohidro José Raimundo Pereira de Matos. Ele é responsável, no Perímetro Piauí, pelo acompanhamento e assistência técnica aos irrigantes agroecológicos, principalmente aqueles que fazem parte da Organização de Controle Social (OCS) e tem autorização do Ministério da Agricultura para produzir e comercializar – diretamente ao consumidor e aos programas governamentais – produtos de origem orgânica. Em sua explanação, quer apresentar aos agricultores que visitam a Feira, tudo aquilo que usa como orientação para com os produtores que assiste.

“Vou falar da agroecologia, mas para os produtores agrícolas em geral que venham à Exposição, buscando orienta-los para que tenham mais preocupação com a saúde e com a natureza na hora de produzir alimentos. Aproveitarei para ensinar a fazer fungicida e inseticida natural, adubação líquida, composto orgânico, substrato e explicar a utilidade da construção de barreiras naturais para proteção do cultivo agroecológico. São ações que os agricultores assistidos por mim estão familiarizados, mas quem não faz parte do Perímetro Irrigado, talvez nem saiba que existam estas formas de produzir, sem apelar aos insumos comerciais e quimicamente tóxicos”, complementou José Raimundo.

Irrigantes da Cohidro são autorizados à venda de orgânicos em Canindé

Quinta-feira de mais uma conquista para a Associação Sergipana de Orgânicos – BIO5. Nestes 28 de agosto, na Secretaria Municipal de Agricultura de Canindé de São Francisco, seis agricultores irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia – da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) -receberam do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a “Declaração de Cadastro”, que os autoriza à venda direta de produtos orgânicos. Participaram da solenidade, diretores da Cohidro, Mapa, Secretária de Agricultura e o prefeito Heleno Silva.

Agora eles fazem parte de uma Organização de Controle Social (OCS), entidade que também adquiriu certificado de registro junto ao Mapa na ocasião. Com o documento individual, a ser apresentado no ponto de venda, esses produtores orgânicos tem seus produtos autenticados como sendo de origem agroecológica, cultivados sem o uso de agrotóxicos e sob o controle de pragas e doenças usando técnicas alternativas e sustentáveis à vida no campo e com o meio ambiente.

Os agricultores e as pessoas de seu grupo familiar poderão comercializar em feiras, em suas propriedades, de porta em porta e ainda poderão participar do regime especial -para produtos orgânicos – nos Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Frutos da Terra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e também para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), onde tem acréscimo de 30% sobre o preço do produto convencional. Para o chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa, André Barretto Pereira, alguns fatores foram essenciais para possibilitar que a BIO5 fosse aceita como uma OCS.

“Eles terem uma assistência técnica avaliza a produção orgânica.Também tem o fato de estarem organizados em uma associação ea regra para esta associação é ter um estatuto, constatado pelo Mapa, um plano de manejo orgânico e todos teremo cadastro de produtor familiar, que é a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf)”, relata André Barretto, considerando como critério o amparo dado pela Cohidro à BIO5, que tanto motivou sua fundação, como prestou o auxílio tecnológico para possibilitar a conversão das produções para o método agroecológico.

Sônia Loureiro, gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro, declarou que “foi em Canindé a primeira semente plantada por nós quanto à produção orgânica, isso antes de existir OCS. Lagarto, merecidamente, se destacou entre os perímetros da Cohidro neste quesito, mas foi aqui, anos atrás, que tudo começou e agora se qualificam, tem o trabalho reconhecido e estão preparados para comercializar seus produtos orgânicos”, revelou, garantindo às autoridades presentes, que as medidas de controle agroecológico foram tomadas pelos agricultores que assiste. “Todos tem sua barreira de proteção natural implantada, já que vão conviver com a realidade dos produtores vizinhos, de produção convencional e usando agrotóxicos”, informa.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabeniza os produtores pela conquista, confiante no crescimento do movimento agroecológico em Canindé. “Tenho conhecimento que a Associação BIO5 começou, como o nome diz, com cinco produtores, hoje já somam 10 e tem mais irrigantes querendo participar. Seis destes estavam preparados para receber este documento do Mapa que os garante a venda como orgânicos. Logo, logo mais pessoas verão vantagem em produzir sem o uso de agrotóxicos, que é o mais correto quando estamos falando da agricultura familiar onde, quase sempre, são lavouras associadas às moradias”.

Pioneira agricultura, que utiliza métodos agroecológicos para produzir hortaliças em Canindé, é Maria Aparecida Nascimento Santana, mais conhecida como Cida. Ela foi um dos produtores que receberam o certificado de cadastro de inclusão à OCS. Para ela, o documento vem por atestar definitivamente o trabalho que já vinha fazendo. “Eu já tinha aqueles clientes que nos conhecem e sabem que o produto é natural, mas agora o povo vai confiar mais na gente mesmo sem precisar ir ver como a gente trabalha. Produzir sem agrotóxico é mais difícil, a gente tem muita perda e por isso o preço também tem que ser diferente”, argumenta.

Marli Soares dos Santos Pereira, escolhida pelo grupo para ser a primeira presidente da recém-criada BIO5, reforça a questão do valor agregado que ganhará seus produtos orgânicos com o documento que ela também recebeu. “Pretendo conseguir uma renda melhor, um preço mais justo, pois não compensa produzir como orgânico e vender como convencional. Agora a gente vai ter como dizer para quem compra que é orgânico, pois só a palavra não convence.Com o certificado isso é diferente”, comentou a agricultura que hoje produz agroecologicamente hortaliças e frutas, mas que pretende implantar, assim como os outros produtores da Associação, a criação de galinhas caipiras orgânicas.

Técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi o principal motivador para a criação da BIO5 e este reconhecimento documentado pelo Mapa.Na cerimônia ele falou da importância e mérito que tem a agricultura para o País. “O povo de outros países do mundo tem líderes políticos, militares para se espelhar. No Brasil, temos que nos espelhar no trabalho daqueles que contribuem para essa produção agrícola prosperar, me refiro aqui a esses produtores orgânicos, agora certificados, e nos colegas que trabalham comigo na Cohidro”, relatou.

Espaço para comercialização

Secretário de Agricultura de Canindé, Heráclito Oliveira, considera uma conquista não só para os produtores, mas para o agronegócio de Canindé e disse que pretende interferir, através de sua Pasta, para auxiliar os produtores orgânicos. “Começa aqui uma nova era para agricultura do município, uma iniciativa que vai por no mercado produtos de maior qualidade. Nossas ações de apoio serão a introdução da feira de orgânicos e a comercialização pelo PAA”, comentou, citando o Programa da Conab que a partir de suas novas resoluções, dependerá de uma atuação muito maior das administrações municipais.

Heleno Silva, prefeito de Canindé, reforça este compromisso e até anuncia novos espaços para a comercialização dos produtos orgânicos. “É muito importante este trabalho que a Cohidro vem desenvolvendo em nosso município, sobre a valorização dos produtos orgânicos. Nós vamos criar um espaço na feira livre, só para este pessoal apresentar seus produtos e também em uma área que vamos criar aqui de artesanato, de doces, voltada para os turistas. Esta iniciativa é muito importante, por parte da Cohidro, do Governo do Estado, que tem como objetivo principal a saúde pública e a gente quer parabenizar por este trabalho”.

Cohidro presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) esteve presente no Encontro de Agricultores Orgânicos de Sergipe, representada pelos seus irrigantes e técnicos. O Evento aconteceu nesta sexta-feira, 22, no Instituto Federal de Sergipe (IFS) no Campus de São Cristóvão. Com a cooperação do Sebrae e apoio da Cohidro, a Instituição reservou este dia para reunir e motivar a troca de experiências entre os produtores e fez parte da “III Semana de Agroecologia”, que desde o dia 20, vinha realizando palestras, debates, oficinas e minicursos, voltados aos acadêmicos, técnicos e agricultores.

Presidente da comissão organizadora da III Semana, a Professora Msc. Marisa Borin da Cunha revelou que o Encontro de Agricultores ocorreu dentro das expectativas de público e alcançou seus objetivos. “Dentre agricultores, técnicos e estudantes que também tiveram interesse de participar, foram cerca de 70 pessoas. A intenção era de que os produtores orgânicos tivessem espaço para expor suas experiências, suas conquistas e reivindicar – aos representantes dos órgãos públicos presentes – suas necessidades. Pela quantidade desses produtores que vieram dar seus relatos e o outro quantitativo que se dispus a fazer perguntas, acreditamos que conseguimos. Nos demais dias de evento, participaram das atividades outros 185 inscritos”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considerou bastante produtiva a participação da Cohidro no evento realizado pelo IFS e Sebrae, garantindo que a Companhia está sempre disposta a colaborar e participar de eventos do setor agrícola. “Se buscam beneficiar e levar a experiência para o produtor orgânico e a agricultura familiar, estão caminhando para o mesmo rumo tomado por nós, que temos como principal foco contribuir com o pequeno produtor. Esta conversão do uso do agrotóxico na produção convencional, para o método agroecológico é uma briga já comprada por nós há algum tempo em nossos perímetros irrigados, onde frequentemente novos produtores aderem à ideia por meio do incentivo de nossos técnicos e agrônomos”.

PAIS

Pela manhã, o Encontro foi destinado a exposição de resultados e debate sobre o projeto de Produção de Alimentos Integrada e Sustentável (PAIS) do Sebrae, que forneceu os kits para a montagem de 300 unidades em todo Estado, 99 destes em cooperação com a Cohidro, nos lotes de produtores alocados nos seus perímetros irrigados. Maria Terezinha Albuquerque é quem coordena o Projeto na Companhia de Irrigação. “Baseado em sistema de produção agroecológico e voltado à agricultura familiar, o PAIS tem todos os requisitos para o cultivo de alimentos orgânicos e corresponde ao método adotado pela maioria dos produtores do gênero em Sergipe”, revelou.

José Raimundo Pereira de Matos é técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto e trouxe ao Evento os agricultores irrigantes Delfino Batista e João Pacheco, dois dos mais bem sucedidos produtores orgânicos que atuam nesta unidade da Companhia. “Aqui eles podem trocar conhecimento, as experiências que deram certo e que tem resultados diferentes de região para região no Estado. Em Lagarto, por exemplo, o que mais deu certo foi adaptar o PAIS para a produção de galinhas caipiras. Fomos os primeiros a receber os kits, como já fazem mais de quatro anos, as galinhas de postura originais já foram substituídas por estas raças mais rústicas e apresentaram bons resultados”.

Delfino Batista deu seu relato – no Encontro – de como se sucedeu essa adaptação do PAIS a sua realidade no Perímetro Piauí. “Crio perto de 100 galinhas caipiras, por isso eu e outros produtores tivemos que aumentar o galinheiro do PAIS, em alvenaria, para também evitar os roubos. Não é mais aquele galinheiro redondo rodeado pelos canteiros, mas segue o mesmo estilo: o adubo servindo para horta que depois ajuda a alimentar as galinhas”, conta o produtor que também integrou a plantação a criação de ovelhas. Um dos pioneiros, ele cultiva alimentos orgânicos e vende em feiras agroecológicas em Lagarto e na capital Aracaju, inclusive na sede da Cohidro.

OCS

Organização de Controle Social (OCS) é o instrumento criado, por Decreto Federal, que elimina a necessidade dos pequenos produtores orgânicos terem que arcar com os altos custos dos institutos de certificação orgânica. André Barretto Pereira é coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe (CPOrg-SE) e chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa. Ele expos os dados de que já são 20 OCS em Sergipe, presentes em 16 municípios e compostas por 228 produtores orgânicos. A mais nova delas é a BIO5, formada por agricultores irrigantes da Cohidro no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco que já estão cadastrados no Mapa e recebem seus certificados na próxima quinta-feira, 28, em cerimônia na Secretaria de Agricultura do município, a partir das 9 horas.

Presidente da BIO5 e representando os agricultores orgânicos do Perímetro Califórnia, Marli Soares dos Santos Pereira reiterou, no Encontro, o apoio da Companhia de Irrigação para o surgimento da nova OCS em Canindé. “A Cohidro está sempre lá contribuindo com a gente, com a presença dos técnicos, como Tito Reis, Terezinha Albuquerque e a Drª. Sônia Loureiro. Não imaginava que existia esse apoio como o da Cohidro nos dando o ‘sombrite’ para construir nossas estufas, que todos nós já temos para produção de mudas e construídas por meio de mutirões entre produtores”, relatou.

III Semana de Agroecologia

Na quinta-feira, 21, 15 agricultores irrigantes, alocados no Califórnia, em Canindé participaram – dentro da “III Semana de Agroecologia” – do minicurso “Criação de Galinhas Caipiras”, ministrado pelo Professor Dr. Claudson Oliveira Brito, da UFS. O técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis foi quem promoveu a vinda destes produtores, tanto neste dia como ao Encontro de Produtores na sexta-feira, quando também relatou um pouco da sua atuação para formação da OCS no Perímetro. “Atualmente auxiliamos os produtores da BIO5 à compra de alguns equipamentos para medir a acidez e condutividade elétrica do solo e da água de irrigação, para quando haver necessidade, ser feita a devida correção do PH por formas alternativas e agroecológicas”, expôs.

Aspoagre

Manuel Messias, conhecido como Seu Lelé, pratica a agricultura utilizando métodos agroecológicos desde 1985 em sua propriedade atendida pelo Perímetro Irrigado da Ribeira, em Areia Branca. Essa experiência contou muito para a formalização, em 2006, da Associação Dos Produtores Orgânicos do Agreste (Aspoagre), que reúne ainda produtores de Itabaiana e Malhador, instalados no Perímetro Jacarecica II, também da Cohidro. Para o agricultor, que por meio da Entidade tem sua produção orgânica garantida em instituto certificador, nunca é demais buscar experiências em encontros como o realizado pelo IFS.

Diretoria vai à Bahia conhecer as obras do “Água para todos”

Mardoqueu Bodano (Presidente) e Paulo Henrique Sobral (Infraestrutura)

Os diretores da Cohidro, Mardoqueu Bodano (Presidente) e Paulo Henrique Sobral (Infraestrutura) partem nesta quarta-feira, 13, em uma viagem de 4 dias percorrendo o estado baiano, visitando e conhecendo as obras realizadas pela Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb) através do programa federal “Água para Todos”, o qual a Companhia Sergipana é o órgão executor em nosso Estado no tocante a perfuração, recuperação e instalação de sistemas de distribuição de água em poços tubulares.

Foi um orientação do Ministério da Integração Nacional, gestor do “Água para Todos”, como intenção de Sergipe conhecer e seguir o exemplo do estado vizinho, que há mais tempo – desde 2007 – faz parte do programa federal e já possui etapas concluídas. Até 2010, a Cerb realizou, com estes recursos da União, a perfuração de 2.523 poços tubulares e a ampliação de 673 sistemas de abastecimento de água. Em Sergipe serão 107 desses sistemas – poço, bomba e reservatório – novos, distribuídos na zona rural de 28 municípios sergipanos.

Para tal, foram destinados pelo Governo Federal R$ 13.680.000 e o Governo de Sergipe entrou com a contrapartida de R$ 720 mil. Estes recursos estão sendo empregados na perfuração de novos poços com toda estrutura de armazenamento e distribuição água, atendendo comunidades rurais em todo Estado. Serão 40, na primeira fase do Programa, que termina em agosto e vão fornecer 280 mil litros de água por dia a 1.600 famílias.

Cohidro e irrigantes limpam 6 km de canais de irrigação em Canindé

Mutirão envolvendo funcionários e agricultores irrigantes mobilizou o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A ação conjunta tinha como objetivo a limpeza de seis quilômetros de canais secundários de escoamento e de uso comum a todos produtores, pois levam a água para as subestações de pressurização.

Esses canais secundários, depois de abastecidos pelo canal principal (C-01), fazem o escoamento até as estações de bombeamento (EBs) 05, 06 e 07, que redistribuem a água para irrigação através dos outros canais terciários. Visando uma melhor qualidade da água que vai chegar aos lotes e também prevenindo entupimentos e quebra das bombas, o mutirão contou com a atuação de quadro funcional do Perímetro da Cohidro e de 25 agricultores irrigantes, que em 4 dias de trabalho concluíram toda a extensão dos quatro canais.

Proinveste

Segundo o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro Bezerra, paralelo a esta ação local de agricultores e servidores, obras que estão sendo realizadas – com recursos do Proinveste – em todo Perímetro e vão recuperar a estrutura de canais, além das EBs, adquirindo bombas e peças de reposição dos equipamentos. Para ele, o comprometimento do Governo do Estado, Cohidro, servidores e agricultores estão transformando, para melhor, a estrutura deste Pólo de Irrigação em Canindé.

“Estamos fazendo nossa parte nesse empenho de reformar o Perímetro. Já que pudemos contar com este envolvimento do Governo do Estado, em garantir o repasse de verba do Proinveste para o Califórnia, nada mais justo do que contribuirmos – nós servidores da Cohidro e estes agricultores que se propuseram a ajudar de forma voluntária – melhorando o estado de conservação dos canais e até facilitando o trabalho das empresas que ganharam a licitação dos serviços”, comenta Edmilson.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, agradece o envolvimento de servidores e irrigantes, enaltecendo o papel transformador que está sendo feito pelo Proinveste no Perímetro Califórnia. “Lá serão investidos R$ 4 milhões, da parcela de R$ 11 milhões repassadas à nossa Companhia através do empréstimo que o Governo de Sergipe fez junto a União. Tudo pensando no período de mais de duas décadas que esta unidade da Empresa não vê um investimento sólido em melhorias estruturais. Isso agora se efetiva graças ao empenho de todos nossos funcionários, sejam aqueles que fizeram o projeto propondo este investimento, ou então destes que estão colaborando com esta transformação do Califórnia”, considerou.

O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, reforça a carência que o Perímetro tinha por estas reformas estruturais e lista a ações que já começaram a ser feitas no Califórnia. “A obra mais aguardada é a que vai recuperar e cobrir o canal de irrigação C-01. Ele é o canal principal do Perímetro e como passa dentro da cidade, precisa ser protegido do uso irregular pela população e da poluição urbana. Serão recuperadas sete EBs, o canal N1 e construção de pontilhão de concreto no canal CT02. Ainda é previsto, pelo Proinveste, a reforma da infraestrutura de apoio administrativo da Cohidro, incluindo o escritório, garagem, oficina e almoxarifado em Canindé”, classificou, salientando também a importância dessa parceria com os agricultores para limpeza dos canais.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.

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