Filhos de irrigantes pela Cohidro buscam qualificação em Canindé

Evento reuniu gente de todas as idades na Secretaria de Agricultura

Driblando a realidade econômica, que na maioria das vezes faz com que os jovens deixem o campo em busca de melhores oportunidades, a B5-Jovem procura a especialização em novas áreas, a fim de diversificar a produção agrícola de suas famílias. Grupo composto pelos filhos dos agricultores da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), esta sendo outra entidade assistida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e formada dentro do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Reunidos na última terça-feira, 7, escolheram as presidentes de ambas organizações.

Com a intenção de ser em breve uma cooperativa, a B5-Jovem foi oficialmente criada no último dia 2, quando recebeu o apoio da Cohidro, Prefeitura e Câmara de Vereadores de Canindé, além do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SE). De início, será ministrado um curso de Empreendedorismo Rural oferecido a uma turma de 20 jovens, na intenção de qualificá-los para a tarefa de comercializar a produção orgânica cultivada pelos pais, para daí oferecer alimentos livres de agrotóxicos em feiras livres e agroecológicas. Aprenderão técnicas de venda, conservação, normas de higiene e exposição dos produtos.

Camila Xavier Costa, Engenheira Agrônoma e instrutora do Senar-SE, explica que o curso tem a intenção de levar ideias para implementar o negócio agrícola existente ou para motivar a criação de novos empreendimentos. “O curso é intitulado ‘Empreender no Campo’ e busca capacitar os jovens que estão sem uma atividade. Pudemos observar que lá os lotes são pequenos, não há muito que fazer para os jovens, mas eles podem trabalhar em atividades que agreguem valor à produção, como no beneficiamento e na comercialização destes produtos.”

A Agrônoma informa que houve uma procura grande logo de início, com 52 inscritos, que vão formar duas turmas e ficarão 12 aguardando compor a terceira, também de 20 pessoas. “Queremos iniciar a primeira turma, com os jovens, no início de agosto. O curso é de 40 horas, com periodicidade semanal, e vai durar quatro semanas. Terminada esta, iniciaremos com os pais, os agricultores, mas para eles temos um segundo curso programado: o NCR (Negócio Certo Rural), voltado só para produtores”, relacionou Camila Xavier, explicando que o Senar-SE já estuda como suprir a demanda da B5-Jovem, que solicitou mais capacitações para eles.

Bastante animada, Márcia da Silva Araújo, 23, foi eleita, na terça-feira, a presidente da B5-Jovem. Ela já ajuda na venda dos produtos orgânicos produzidos pelos pais – Quitéria Silva e José Gonçalves – na Feira Livre de Canindé, aos sábados. Ela não vê a hora de começar o Curso, na intenção de se capacitar ao participar do projeto motivado pela Cohidro e promovido pela Senar-SE. Para ela, a iniciativa vem para combater a falta de trabalho para os filhos dos agricultores, que quase sempre tem que deixar a família na zona rural e procurar oportunidades na cidade.

“É muito importante, porque os jovens estão tendo que se deslocar para outros lugares para trabalhar e com esta atividade fica mais fácil, existindo uma oportunidade a mais para nós”, contou Márcia, que além do interesse por se qualificar, se despontou dentre os líderes do grupo de jovens. A presidente da B5-Jovem também anunciou, na terça-feira, que novas reuniões serão feitas na intenção de mobilizar outras iniciativas que beneficiem o grupo, além dos cursos programados.

Para o Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro, a criação da oferta de cursos para os jovens é parte da assistência que a Cohidro disponibiliza a agricultura familiar. “Esses jovens fazem parte do grupo familiar, logo, são o foco de nosso trabalho também. Precisam ser lembrados quando planejamos as ações de levar as políticas públicas do Governo do Estado aos nossos irrigantes. Não queremos que o esforço em produzir alimentos orgânicos, empregado pelos seus pais, deixe de ser herdado por eles no futuro, caso forem embora do campo”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, lembra que os jovens tem a tendência de serem mais ávidos por novidades que os de mais idade. “Isso casa perfeitamente com o que se está oferecendo a eles. Se o cultivo da terra, agora, não os apetece com o mesmo entusiasmo que o de seus pais, aproveitemos mais deste dinamismo, desta inquietação para atividades extras, que são tanto quanto necessárias para o bom rendimento da plantação, como é o caso de comercializar nas feiras. Levar o produto agrícola direto ao cliente renderá mais do que vender ao atravessador. Minhas congratulações aos técnicos e diretores da Empresa, envolvidos nesse processo”.

Bio5

Técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis apoiou a criação da Bio5 e agora ajuda a B5-Jovem a se constituir. Para ele, esses jovens precisam apenas de incentivos para progredir. “Incentivei a Márcia para ajudar a mãe na feira, onde existe um espaço para a produção orgânica, outra conquista nossa. Seus pais já fazem parte da OCS (Organização de Controle Social), com autorização do Ministério da Agricultura para fazer a venda direta desses alimentos. Mas a agroecologia toma muito tempo, é dedicação exclusiva para quem cuida da plantação. Então, quaisquer das etapas que vêm depois da colheita, podem ser assumidas por estes jovens”, concluiu ele, que além de buscar melhorias para os agricultores, está conquistando espaço também para os mais novos.

A nova presidente da Associação de Orgânicos, Rosângela Oliveira Andrade, está considerando muito positiva a iniciativa dos técnicos da Cohidro e Senar-SE, comentando que o encontro do dia 2 também serviu para que a prefeitura entregasse, à Entidade, uma área anexa ao antigo Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT). “A área tem 22 mil metros quadrados e lá, Bio5 e B5-Jovem, vão fazer o plantio de leguminosas para a adubação orgânica e recuperação de solos degradados. Também queremos nesta área plantar mamona para preparar a torta, sem precisar mais comprar este produto muito usado na preparação de mudas de hortaliças”.

Inspeção Municipal

No evento do dia 2 também participou, representando o prefeito Heleno Silva, o Secretário Municipal de Gestão Governamental, Heráclito Oliveira Azevedo e representando a Câmara de Vereadores, o vereador Rildo Joaquim Carvalho da Silva. Recentemente as duas casas municipais promulgaram lei reconhecendo a Bio5 como de Utilidade Pública Municipal, o que vai facilitar a obtenção do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) por parte da Associação, permitindo que os agricultores orgânicos possam beneficiar produtos alimentícios de origem vegetal e animal.

Com seus 29 anos, Rosângela Oliveira também faz parte do grupo que originou a B5-Jovem. Ela pretende atuar nesse beneficiamento dos alimentos orgânicos, a partir da produção de frangos caipiras do pai, Gercino Teles de Andrade, e pretende também processar as frutas que produzem no lote, em forma de polpas. “Já temos a matéria prima, queremos nos organizar para termos mais qualidade e, obviamente, visando ter mais lucro. Esse curso que vamos receber é excelente para abrir a nossa visão de trabalho, que quando é feito de forma organizada, elimina os erros, o que vai ser melhor para todos”, finalizou.

Comunicação da Seagri, Cohidro e Emdagro propõem trabalho de divulgação conjunto

Secretário Esmeraldo recebe assessores e jornalistas

O Secretário de Estado da Secretaria de Estado de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal dos Santos, esteve reunido com assessores de comunicação da Seagri, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O objetivo é integrar e as ações de comunicação das três assessorias criando um único plano de trabalho.

“Com este espírito de que somos uma só equipe de comunicação, podemos dar uma nova dinâmica na divulgação das ações da secretaria e das empresas vinculadas. O governo hoje tem um volume muito grande de ações no setor agropecuário e isto precisa ser mostrado para a sociedade”, disse o secretário.

As equipes de assessoria mostraram como estão funcionando e deram sugestões de produtos de comunicação que podem potencializar o trabalho das assessorias. “Apesar de estarmos vivendo momentos difíceis financeiramente é possível usar a criatividade e a experiência de trabalho para avançarmos”, disse Suzana Leite da Ascom da Emdagro.

Além das propostas para um plano de trabalho unificado, os assessores sugeriram ampliar a reunião com outros órgãos federais e estaduais que trabalham em parceria com a Seagri. O grupo pretende aprofundar e avaliar a informação veiculada na imprensa sobre o setor agropecuário e fortalecer as parcerias.

Além de secretário Esmeraldo Leal participaram os assessores da Seagri Ednilson Barbosa, Luduvice José, Solange Gomes, da Ascom da Cohidro, Fernando Augusto e da Ascom da Emdagro, Carlos Mariz e Suzana Leite.

Ednilson Barbosa Santos
Assessor de Comunicação da SEAGRI

 

CONVITE: Bio5, Cohidro e Prefeitura de Canindé lançam o B5-Jovem

Bio 5

Amanhã, 02, a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5) vai lançar o Projeto B5-Jovem, que tem por objetivo introduzir os filhos dos agricultores orgânicos no processo produtivo que a Entidade desenvolve. A Organização é formada por irrigantes alocados no Perímetro Irrigado Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. Durante o evento, que ocorrerá na Secretaria Municipal de Agricultura, o prefeito Heleno Silva vai dar a autorização à Bio5 para a utilização da área externa do CDT.

O Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) é uma estrutura instalada no Perímetro Califórnia que foi cedida à Prefeitura de Canindé a partir de convênio com a Cohidro. Para o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, com a Bio5 o espaço voltará a ser mais bem aproveitado pelos agricultores. “A intenção dos produtores orgânicos é de utilizar a área de 2,2 hectares para desenvolver experimentos em adubação orgânica, a partir do plantio de espécies de vegetais leguminosas, visando a recuperação de solos degradados”, informou.

Dentre as atividades que o projeto quer desenvolver, em prol dos integrantes do B5-Jovem, está o Curso de Empreendedorismo Rural que o grupo vai receber do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que também vai ser lançado no evento desta quinta-feira. Segundo o técnico agrícola da Cohidro Tito Reis, que acompanha o trabalho do grupo, “a capacitação tem foco no processo de comercialização dos produtos orgânicos cultivados pelos agricultores, preparando estes membros familiares em técnicas de venda, conservação, normas de higiene e exposição de produtos, para feiras livres e agroecológicas”, revelou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, o fator primordial do Projeto está no fato de ser uma iniciativa que está partindo dos orgânicos da Bio5. “São eles que estão correndo atrás destas melhorias. Vêm até nós, procuram o prefeito Heleno Silva, o secretário da Agricultura Esmeraldo Leal, requisitando e cobrando ações que lhes deem meios para produzir mais e com melhor eficiência. Exemplo disso é este espaço que conquistaram com a Prefeitura onde pretendem, por exemplo, plantar e produzir a própria torta de mamona, que hoje eles compram para usar no plantio de mudas de hortaliças”, esclareceu.

O prefeito Heleno Silva lembra que não é a primeira vez que vai atender uma reinvindicação da Bio5. “Mês passado sancionamos a Lei, votada pelos vereadores de Canindé, que reconhece esta Entidade como de Utilidade Pública Municipal e estamos oferecendo todo apoio para que eles recebam a autorização do SMI (Sistema Municipal de Inspeção) para produzir e vender os seus produtos de origem animal. Não é bondade nossa, estamos dando meios para que eles gerem renda dentro do Município, executando este trabalho inovador que só trás benefícios para a alimentação e a saúde do cidadão de Canindé”, concluiu.

 

Serviço:
O que: Lançamento do Projeto B5-Jovem e autorização de uso de área no CDT do Califórnia
Onde: Na Secretaria Municipal de Agricultura de Canindé de São Francisco
Quando: 2 de julho, quinta-feira, a partir das 9h

PAA – Frutos da Terra: Cohidro assessora CMDS de Lagarto em novo projeto

Alimentos são recolhidos pelas entidades proponentes e entregues às socioassistenciais

Nesta quarta-feira, 17, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Social (CMDS) de Lagarto reuniu representantes de entidades representativas, de produtores rurais, e de assistência comunitária, na intenção de discutir projeto proponente ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Frutos da Terra), administrado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) participou do encontro, onde o seu chefe da Divisão de Agronegócios, Sandro Luiz Prata, prestou uma consultoria ao grupo.

O técnico da Cohidro foi requisitado pelo CMDS devido ao seu trabalho realizado nos perímetros irrigados administrados pela Empresa. Sandro Prata é responsável pela elaboração dos projetos proponentes ao PAA – Frutos da Terra, que desde 2008 já comprou a produção de 934 agricultores irrigantes pela Cohidro, o que gerou de renda R$ 3,8 milhões para estas famílias do campo. “Fui até Lagarto prestar uma assistência que nos foi solicitada pelas associações. Levei os modelos dos formulários, documentos e até o software para simular o a formalização do projeto”, expôs.

Mas além de beneficiar a agricultura familiar, através da compra da produção rural, o PAA praticado nos perímetros da Cohidro – e que também será aplicado no projeto viabilizado pelo CMDS – é na modalidade “doação simultânea”, onde os alimentos são repassados a pessoas em situação de insegurança alimentar. “Durante a vigência do projeto aprovado, que geralmente é de 12 meses, a Conab paga pelos alimentos que o produtor vai entregar à sua associação representativa, que é a entidade proponente. Esta, por sua vez, vai os repassar às entidades socioassistenciais relacionadas no projeto”, completou Sandro Prata.

Para o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o PAA – Frutos da Terra é incentivado pela Empresa devido a este benefício mútuo. “Nos perímetros irrigados da Cohidro, durante estes seis anos de aplicação do Programa, foram mais de duas mil toneladas de alimentos adquiridos pela Conab que as associações de produtores entregaram às entidades beneficiadas. Estas repassaram os alimentos às famílias ou prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. São assistidas associações de moradores, de portadores de necessidades especiais, asilos, hospitais e centros culturais comunitários”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera valiosa esta experiência adquirida pela Companhia durante este período em que atuou no Programa. “Se temos este ‘tesouro’, que é a prática que nossos técnicos contraíram elaborando projetos para nossos agricultores irrigantes, dentro do possível, vamos compartilhar com nossos companheiros agricultores de Lagarto que não estão alocados no Perímetro Piauí. Lá, por exemplo, atualmente se conclui um projeto que vai comprar a produção de 69 irrigantes e durante 12 meses vai fornecer 296 toneladas de alimentos para seis entidades, também de Lagarto, que fornecerão alimento para 6.860 pessoas. R$ 551.450 vai pago por estes produtos pela Conab, só nesse contrato”, listou.

Proponentes

Segundo o presidente do CMDS, João (Buraco) Francisco Rodrigues, o Conselho é representado por integrantes escolhidos pelas cinco regionais que o Município é dividido, além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Prefeitura e Câmara municipais, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), associações comunitárias e de produtores rurais. Ao todo são 14 membros, em Lagarto, e para eles a reunião serviu para orientação quanto ao funcionamento do PAA-Frutos da Terra.

“Vai ser levada a proposta aos produtores rurais e vai ser feita uma reunião com o prefeito, com a participação deste mesmo grupo, para que se destravem algumas burocracias. A gente sempre vai solicitar a presença de Sandro Prata, porque é um cara que está sempre acompanhando os projetos do PAA”, relatou João Buraco, sobre a solicitação que fez à Cohidro para a presença do Técnico. Ele acredita que a proposta seja interessante para muitos agricultores familiares de Lagarto, principalmente nos assentamentos de reforma agrária assistidos pelo MST, entidade que ele representa no CMDS.

Na reunião ficou acertado que os produtores rurais, com suas Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) regularizadas, poderão ser fornecedores através da filiação à Cooperativa da Agricultura Familiar de Lagarto (Cooperaf), entidade que será a proponente e formalizadora do projeto. Presente ao encontro, o presidente e o vice da Organização, Manoel Messias do Nascimento e Manoel Messias dos Santos, aceitaram a proposta do CMDS, abrindo as portas para os novos associados, assumindo o compromisso de reunir a documentação necessária para iniciar o processo.

Sandro Prata esclareceu ao grupo que será vantagem uma cooperativa ser a entidade proponente. “Desde que se comprove que todos os fornecedores são cooperados, a Cooperativa terá de 1% a 2% em encargos federais, descontados no valor a ser pago no projeto, enquanto que em associações de produtores os encargos sobem para 5,85%. Aconselho agora é que eles fiquem bem atentos nesta fase de planejamento, não visando somente a aprovação do projeto, mas sim pensando na execução, fazendo as escolhas corretas de quem pode fornecer e quem poderão ser as entidades recebedoras”, alertou o técnico da Cohidro.

A Associação Comunitária do Povoado Quilombo se fez presente à reunião pelo seu presidente, Carlos José Santana dos Santos. A intenção do representante era a de pleitear a participação dos agricultores da localidade como fornecedores do projeto ao PAA que será proposto à Conab pelo grupo. “Lagarto tem uma população em que 49% reside no campo e é preciso ações como essa, voltadas para estas pessoas”, considerou o jovem líder comunitário. O primeiro projeto pretende reunir 49 produtores fornecedores, a serem remunerados por um valor total de projeto estimando em R$ 400 mil.

Recebedoras

Representando o MST, esteve o diretor estadual da entidade em Lagarto, Joaldo Vieira dos Santos. Segundo ele são 13 assentamentos de reforma agrária no município em que a Entidade tem atuação direta e a intenção é fazer com que todas as associações tenham participação ativa no projeto do PAA. “Uma parte vai participar como fornecedora, como proponente, e as outras queremos cadastrar como receptoras”, colocou ele, levando em conta o tempo de formação dessas colônias agrícolas e da situação social das suas populações.

Outro representante comunitário presente na reunião foi José Alfredo Vieira Santos, do Povoado Pocinhos, uma localidade onde os produtores rurais concentram suas atividades na pecuária de corte e leite, mas há uma parcela da população que ainda carece de atenção. “Queremos que participem, como beneficiária a nossa Associação, pois temos lá 19 famílias em situação de insegurança alimentar. Nossas entidade está regulamentada e estamos correndo atrás destas melhorias”, constatou ele que considera de grande importância a iniciativa do CMDS.

O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (CMSAN), foi representado pelo seu presidente, Augifranco Patrick, que expôs o quadro do município quanto o acesso à alimentação. “Hoje se estima uma faixa de cinco mil famílias em situação de insegurança alimentar em Lagarto. Nosso conselho acompanha e viabiliza soluções para os agricultores, no sentido de que eles possam fornecer seus produtos, sem que venham perder a sua produção. Assim como assistimos e acompanhamos os trabalhos desenvolvidos pelas entidades assistenciais em suas comunidades”, relatou ele sobre a intenção do grupo, que pretende suprir uma dieta diária para cinco mil pessoas com o novo projeto.

BIO5 recebe nova área da Cohidro e é reconhecida como Utilidade Pública

Já é notável o entusiasmo dos produtores que serão beneficiados

Agricultores da Bio5, técnicos da Cohidro e Defesa Civil do Estado visitam nova área

Os produtores da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5) – alocados no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco – receberam oficialmente, no último dia 10, a autorização da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) para o uso de uma área de terra como uso coletivo. O objetivo do grupo de agricultores irrigantes é o de implementar cultivos orgânicos em carácter experimental.

Em tempo, os produtores também receberam do prefeito Heleno Silva o documento que sanciona a Lei que reconhece a BIO5 como sendo uma entidade de Utilidade Pública Municipal, que lhes dará benefícios como a isenção de impostos e autorização do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), para comercializar produtos orgânicos de origem animal e alimentos processados, como doces e saladas prontas.

Para o gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro, o projeto só trará benefícios. “Os agricultores orgânicos do Projeto Califórnia, irão ter mais uma produção próxima à área urbana, assim beneficiando a população com a compra desses produtos. Da mesma forma que com a autorização de comercialização possibilitada pelo SIM, eles vão poder conquistar mais mercados, além da venda dos animais vivos. Isso vai incentivar outros produtores a aderirem à criação por métodos agroecológicos”, opinou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, agradeceu à Câmara de Vereadores de Canindé e ao Prefeito pela aprovação da Lei, que reconheceu a Bio5 como de “Utilidade Pública Municipal”. “O Companheiro Heleno e os nobres vereadores, sem dúvida, já devem ser grandes conhecedores deste importante trabalho realizado por estes agricultores orgânicos. Nós da Empresa fazemos o possível para favorecer e ajudar nessa iniciativa, como fizemos ao ceder a área para o trabalho deles. Gostaríamos até de poder contar com mais recursos, para poder ajudar ainda mais estas famílias de produtores que estão crescendo economicamente e fornecendo alimento saudável à comunidade”, reforçou.

Nova área

Entusiasmado o tesoureiro da Associação, Glicério Caetano Filho, revelou que “Todos estamos empenhados por causa do terreno, domingo iremos começar a arrumá-lo. Todo mundo vai trabalhar em prol das hortaliças orgânicas”, informa. O terreno que a Bio5 recebeu da Cohidro será um campo experimental não só para os orgânicos, mas também na criação de frango no modelo agroecologico.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, justificou ser merecida a concessão da área, junto a cede do Perímetro, para a Associação de Orgânicos. “A Bio5, antes de tudo, elaborou um completo projeto explicando os fins e objetivos de requerer o uso da área. Nós da direção da Empresa entendemos que seria válido o aproveitamento deste espaço para um fim produtivo e que vai favorecer bastante o trabalho do Grupo. Esses irrigantes estão trabalhando e progredindo na agricultura orgânica e noutras atividades produtivas a cada dia, não resta dúvida do empenho e dedicação dessas famílias”, concluiu.

Segundo Tito Reis, técnico agrícola da Cohidro que acompanha o trabalho da Bio5, uma das funções da área solicitada, será plantar mamona, gliricideas, capim guandu, leucemia e outras culturas, que vão servir como adubo orgânico, para recuperação dos solos muito saturados, nas áreas dos produtores orgânicos. “Na área também serão plantadas hortaliças com experimentos que caso deem certo já serão aplicados nos lotes. O local também servirá de visitação dos canteiros que irão construir em regime de mutirão”, explicou.

Utilidade pública Municipal

Tito Reis também revela a importância, para os agricultores da Bio5, da Lei sancionada pela Administração Municipal. “Agora eles vão poder abater, seguindo as normas sanitárias e sob a fiscalização do SIM, os frangos que eles já criam seguindo métodos agroecológicos. Poderão comercializar com segurança os ovos da mesma forma. Tem ainda a produção de doces caseiros e as saladas processadas que agora terão a certificação necessária pra alcançar novos mercados”, explicou.

Para o também produtor Gercino Teles, a qualidade dos alimentos, principalmente a do frango abatido será notável. “A nossa carne agora será diferenciada, terá mais qualidade, e é muito bom poder levá-la para a mesa do consumidor. Eu tenho certeza de que vai dar tudo certo, foi Deus quem mandou a BIO5 pra cá. Agradeço muito à Cohidro por estar também nos apoiando,” completou o agricultor que agora vai criar galinha caipira orgânica, para comercializar o produto já processado, além dos ovos, quando tiver o SIM.

Para o prefeito de Canindé, Heleno Silva, o motivo de aprovar a Lei votada na Câmara de Vereadores, vem do cunho social já exercido pela Bio5. “Nestes pouco mais de um ano de existência, esta Associação tem se mostrado verdadeiramente de ‘utilidade pública’, ao mudar as perspectivas dessas famílias rurais. Esses novos ramos de negócios abertos com o apoio insistente da Cohidro, através da agricultura orgânica, estão fazendo com que os produtores melhorem sua condição social. Com isso, ganha o Município com a geração de renda e ainda mais com o aumento da qualidade dos alimentos que eles produzem e que tem no mercado local sua principal demanda”, enfatizou.

 

Secretaria da Agricultura integra ato de combate à desertificação

Solenidade enfatiza somação de esforços de organismos do governo por um Sergipe melhor

 

A palestra

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), promoveu na manhã da terça-feira, 17, um encontro para acompanhamento das ações Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos efeitos da seca em Sergipe lançado pelo Governo do Estado, no auditório da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise), em Aracaju. Fazendo parte da comemorações pelo Dia Mundial de Combate à Desertificação, o evento contou também com a participação da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

O evento foi aberto pelo titular da Semarh, Olivier Ferreira das Chagas que falou sobre o compromisso e perspectiva da Secretaria no combate à Desertificação para 2015, enfatizando a necessidade de somação de todos os organismos na promoção de alternativas que venham corroborar com a necessidade de planificar atitudes que estimulem a consciência de todos os sergipanos para o problema que tem se intensificado no Brasil em decorrência do mau uso dos recursos naturais, somados a uma tendência existente sobre a desertificação em Sergipe

Olivier sinalizou que o Estado está entre as 11 unidades federativas onde existem áreas apontadas por pesquisas com propensão clara à desertificação, onde a seca tem se apresentado contundente exigindo assim intervenções que possam minimizar os efeitos dos problemas que se mostraram fortemente reais nos últimos anos quando a estiagem deixou técnicos ligados à agropecuária extremamente preocupados com o sofrimento de agricultores e criadores para a manutenção do processo produtivo em razão inclemência da seca.

O Secretário Olivier agradeceu a presença de todos e sugeriu a somação de esforços das Secretarias e vinculadas com ligações com o meio ambiente e com a agropecuária sergipana. Ele anunciou a palestra do Secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal Santos sobre “Desafios e Perspectivas da Agricultura para o alto Sertão”.

Esmeraldo Leal parabenizou inicialmente o grupo que tem feito um acompanhamento do problema de desertificação em Sergipe e o Secretário Olivier Chagas e todos que se somam e venham a se somar na busca de soluções racionais e práticas que oportunizem a minimização dos efeitos que ocorrem no Semiárido, região que envolve o maior acervo produtivo de Sergipe em grãos e onde floresce com destaque a pecuária leiteira.

O secretário enfatizou o trabalho das vinculadas da Seagri: Emdagro e Cohidro, respectivamente atendendo e assistindo agricultores familiares nas áreas de sequeiro e em perímetros irrigados, disseminando tecnologia para aumento da produção e perfurando poços que possibilitem minimizar os efeitos da estiagem. “É um trabalho árduo, para criar condições de convivência com a seca, realizando pesquisas pois está no Semiárido o impacto na agropecuária, pois é objetivo do Governo de Sergipe através de seus organismos específicos vinculados à Seagri, que apontem alternativas que permitam e promovam condições de minimizar o máximo possível a problemática da seca pois, o problema não envolve apenas o aspecto da produção agropecuária, mas também todo o contexto do aspecto social, pois a maior parte da área produtiva agropecuária está inserida na região semiárida”, pontuou Esmeraldo.

O Secretário discorreu sobre o esforço do governo estadual em manter os perímetros irrigados, que permitem produzir independente da estação, mas lembrou do trabalho técnico redobrado para que não aconteça salinização nas áreas produtivas em razão de estudos apontarem essa premissa em razão da especificidade do solo desses perímetros administrados pela Cohidro, o que representa também a demanda de cuidados especiais na conscientização dos irrigantes, exigindo monitoramento diuturno dos técnicos da empresa.

Esmeraldo deu ênfase especial ao destacar que é preciso trabalhar sem crucificar o sertanejo que vive do seu trabalho na terra e precisa produzir, daí ser necessário discernimento interpretativo correto no que diz respeito às áreas de preservação ambiental sem prejuízos para o trabalhador que depende da terra para produzir e viver com a família, no caso de Sergipe deve-se julgar cada caso específico, a exemplo da Bacia Leiteira sergipana, encravada no sertão, ser uma das mais importantes do País, o que torna o leite, o produto mais importante para o sertão e o sertanejo, e para o desenvolvimento da região.

“É em função desse significado produtivo para o Estado que aumenta a responsabilidade do técnico, pois o nosso Semiárido está se expandindo, revelado pela estiagem que vivenciou também o litoral do Estado que teve necessidade de carros pipas para abastecimento de águia, algo que até então não se cogitava acontecer em Sergipe.Desta forma ratifico minhas homenagens a todos que tornaram possível esse evento que oportunizou promover um alerta chamando a atenção para a necessidade de somar esforço todos, em prol de Sergipe e de quem trabalha a aterra e produz, para que o nosso Estado possa superar essa apreensão sem permitir que se torne uma realidade cruel que venha a atingir a necessidade do Estado crescer e ampliar sua produção na proporção que se amplia a população que depende dos trabalhadores do campo que têm, na desertificação uma impactante ameaça na condução da produção e no aspecto social por solapar ganhos conseguidos a duras penas na busca da melhoria de vida e, consequentemente da dignidade”, concluiu Esmeraldo Leal.

Na sequência o Superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Ailton Rocha, fez apresentação do Programa “Água Doce de Sergipe”. Outros temas foram apresentados ainda durante o evento que objetivou reunir no mesmo espaço organismos ligados aos problemas ambientais e produtivos de Sergipe, para que em oportunidades outras as questões que envolvem as perspectivas de desertificação em Sergipe sejam convenientemente enfocadas e discutidas, para a busca de soluções conjuntas que não favoreçam incompatibilidades entre ações técnicas e a produção agropecuária sergipana no Semiárido de Sergipe.

Fonte: Ascom/Seagri
FOTOS: Paulo Costa (Ascom/Semarh

Olivier Ferreira das Chagas
Esmeraldo Leal

 

 

 

 

 

 

Cohidro e Banco Mundial definem últimos ajustes para o “Águas de Sergipe”

Diretores, técnicos da Cohidro e o representante do BIRD

Foi realizada na quarta-feira, 27, reunião na Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para discutir os últimos detalhes do projeto de implantação de sistema de irrigação localizada nos perímetros irrigados da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana. Será uma das ações do “Programa Águas de Sergipe”, o qual destinou à Cohidro R$ 21 milhões para iniciativas de recuperação e conservação da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe (BHRS) e é financiado pelo Banco Mundial (BIRD).

Participou da reunião, além de diretores e técnicos da Cohidro, o consultor do Banco e especialista da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), Luis Loyola, enviado especial à Sergipe para avaliar o andamento do projeto que envolve outras empresas públicas e secretarias do Governo do Estado, a partir do empréstimo com o Banco Mundial no valor total de US$ 70,275 milhões.

Também neste componente, além do novo sistema de irrigação nos dois pólos de irrigação, serão recuperadas as áreas de preservação permanente das barragens de Jacarecica I, II e Ribeira, bem como serão elaborados manuais de segurança de barragens.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, a troca do sistema trará economia. “A intenção é diminuir o impacto ambiental causado pelo uso da água dos rios que abastecem as barragens usadas na captação de água para a irrigação nestes perímetros. Trocando pelo sistema de microaspersão, que usa muito menos água do que outros aspersores convencionais, o consumo será bem menor. A economia será tanta que vai permitir que mais água siga seu curso natural e de quebra, outros agricultores possam ter irrigação em seus lotes”, colocou.

O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca, adiantou que o saldo da reunião foi bastante positivo, o que propiciou o andamento do projeto. “O representante do Banco considerou a reunião muito proveitosa e podemos estipular que em no máximo 150 dias, a compra dos equipamentos será licitada. Todos os aspersores serão trocados, recolhendo os modelos convencionais usados. Vale lembrar que além de água, o consumo da eletricidade será bem menor com o novo sistema, contribuindo muito com a redução dos gastos que o Governo do Estado tem com a manutenção dos dois perímetros”, concluiu.

Mardoqueu e Loyola
Luis Loyola
João Quintiliano

 

 

 

 

Na Semana dos Orgânicos, irrigantes da Cohidro dão exemplo em Lagarto

Meio a Semana dos Alimentos Orgânicos (SAO) agricultores orgânicos assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, dão lição de cidadania: produzem alimentos livres de agrotóxicos, colaboram uns com os outros, fazendo visitas coletivas pra troca de experiências, e agora estão se organizando para realizar mutirão no início de junho.

Pacheco, Tal, Delfino e seu irmão Raimundinho

Eles fazem parte da Organização de Controle Social do Centro-Sul Sergipano (OCS-CSS), grupo em que os membros são cadastrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), dando permissão para que possam comercializar seus produtos orgânicos diretamente ao consumidor, em feiras livres ou na própria lavoura. Segundo a Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, os agricultores estão agora se organizando para compor um Sistema Participativo de Garantia (SPG), modalidade que permite também a venda para atacadistas e supermercados.

Gilvanete já vislumbra a continuidade da iniciativa do escritório da Cohidro em Lagarto, de aproximar estes produtores da OCS.“Agora, toda terça-feira fazem visitas em grupo e na primeira terça de junho eles vão fazer um primeiro mutirão no sitio de Tal (José Edmilson dos Santos), para trabalhar em seu lote. Na outra terça vão para outro lote, repetindo todo ciclo depois de dois meses”, colocou a Gerente do Piauí, que avalia ser bastante positivo este movimento de união dos produtores.

“A gente vê que esta troca de experiências deles vai acontecer de duas formas: na teoria, pela observação e dicas dadas uns aos outros, e na prática, um aplicando suas técnicas de manejo orgânico na plantação do outro, quando ocorrerem os mutirões. A ajuda vai muito além da força, pois cada um tem tanto o que ensinar quanto aprender”, completou a Gilvanete Teixeira, destacando do que a ideia do mutirão foi uma iniciativa dos agricultores.

Conhecimento

Tal já é produtor orgânico já há 15 anos, atualmente produz em seu lote alface, coentro, cebolinha, couve, rúcula, brócolis, couve-flor, macaxeira, coentro, feijão de vagem, milho, hortelã e agrião. Para ele, o intercâmbio vai trazer mais conhecimento para os produtores do grupo “Aqui é tudo plantado de maneira orgânica, usando defensivos naturais e tem também a criação de galinha, que produz carne e ovos orgânicos. Visitando, estamos adquirindo mais experiência, aprendendo uns com os outros”, relatou José Edmilson.

Não existe segredo sobre as técnicas que cada um usa em sua lavoura orgânica, tanto que Tal, por exemplo, faz questão de contar como são suas receitas de defensivos e fertilizantes agrícolas alternativos e naturais que usa, a partir de ingredientes como o nim, álcool, alho, variedades de pimenta e urtiga. Ele explica até a receita, de origem japonesa, de captura de microrganismos eficientes (ME) produzidos no arroz cozido e fermentado, que pode ser usado no fortalecimento solo, nas plantas, na água da irrigação e na das criações.

“Misturo pimenta-do-reino, álcool e alho para fazer um bom inseticida pra pulverizar a couve, mas uso também o ‘extrato de nim’ com pimenta malagueta e álcool, como inseticida em todas as plantas. A urtiga bem cortadinha e com pouca água, depois de 30 dias descansando, põe 50 ml misturado em cada 20 litros de água para pulverização. O arroz cozinha com água e sem sal, enterra por 15 dias numa garrafa pet, lava e põe pra fermentar por mais 15 dias num tonel com respirador mergulhado num balde com água”, detalhou o agricultor Tal.

Guardião de sementes

Dos mais experientes e havidos produtores orgânicos do Piauí, João Pacheco conta que já cultiva, por exemplo, o hábito de conservar e trocar sementes há algum tempo, uma forma de intercâmbio que realiza até com os colegas orgânicos de outras praças. “Eu tenho uma semente de feijão preto que inclusive já foi plantada lá no Perímetro (Califórnia) de Canindé de São Francisco e está se dando bem lá. Foi uma semente crioula que adquiri, na visita que fizemos a Embrapa de Petrolina (PE)”, informou.

Para Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro o conhecimento será a nova fronteira agrícola a ser transposta neste Século. “São nessas coisas simples, fáceis de fazer, que está toda a diferença na qualidade dos alimentos que são produzidos. É essa tecnologia de baixo custo que os agricultores orgânicos usam e compartilham, uns com os outros, que pode baratear os gastos não só para plantar, mas diminui o preço alto que se paga, quando não respeitamos a sustentabilidade ambiental, preocupação que todos nós devemos ter”, completou.

Sala de aula

Sua lavoura já foi, muitas vezes, usada como sala de aula para ensinar os estudantes das instituições de ensino superior de Sergipe que tem cursos na área agrícola. Delfino Batista planta e vende muitos produtos orgânicos nas três feiras de Lagarto, na Feira da Agricultura Familiar de Aracaju e ainda, toda semana, está na sede da Cohidro trazendo seus produtos agroecologicamente cultivados, que são comercializados com os servidores.

“Tenho maracujá, quiabo, banana, macaxeira, milho, coentro, rúcula, espinafre, couve,repolho, pimentão, tomate, tudo orgânico”, relacionou Delfino que também tem sua receita de fertilizante natural que aplica em suas hortaliças, o segredo para a vistosidade dos seus produtos que muitos já conhecem. “É bem simples: ponho o mato, nascido solto, em qualquer lugar, com esterco fresco e deixo num tambor por 60 dias. O líquido que sai desta mistura pulverizo na fração de um litro pra cada 20 litro de água”, explicou.

Mais receitas

Raimundo Batista do Nascimento é outro experiente produtor orgânico do Perímetro Piauí que tem, como carro-chefe, a produção de Bata-doce, maracujá, mandioca, macaxeira e coentro. Ele também não fica para trás na inovação, com sua receita de fertilizantes. “É o ‘biogel’. Pega castanha-de-caju, pisa e bota com álcool. Em 15 dias coa e pulveriza na lavoura com água”, explicou o agricultor que também já usava a pimenta malagueta com álcool e nim, de Tal e o esterco com terra e mato, de Delfino.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, reconhece o empenho dos produtores em buscar se aperfeiçoar no cultivo agroecológico, mas sem deixar de lembrar da contribuição dos técnicos e agrônomos da Companhia. “Nosso pessoal faz visitas frequentes aos lotes familiares, passando toda orientação técnica da melhor forma de plantio, estimulando a conversão para a agricultura orgânica, que tem um forte potencial na agricultura familiar nos nossos perímetros”, explica, ressaltando que a Empresa também arca com as despesas de manutenção e de operação dos Perímetros irrigados.

SAO

Amanhã, 28, como parte da programação da Semana de Orgânicos, organizada pelo MAPA, ainda acontece palestra sobre a “Situação e potencialidades da produção de orgânicos”, o V Simpósio Brasileiro Pós-Colheita de Frutas, Hortaliças e Flores e o VIII Encontro Nacional Sobre Processamento Mínimo de Frutas e Hortaliças, no Mercure Aracaju Del Mar Hotel, às 10h.

 

Ascom/Cohidro com informações do MAPA

Governador discute Programa Águas de Sergipe com missão do Banco Mundial

Na tarde desta segunda-feira, 25, o governador Jackson Barreto se reuniu com representantes do Banco Mundial (BIRD) para debater a execução do Programa Águas de Sergipe, que é financiado pela instituição bancária internacional. Thadeu Abicalil, diretor e coordenador do Programa no Banco, comunicou ao governador que nos últimos meses o Águas de Sergipe sofreu um incremento e passou a operacionalizar as ações e processos de forma mais rápida e eficiente. O governador ficou satisfeito ao ouvir as observações do representante do Banco Mundial, e afirmou que não admite que um estado pobre como Sergipe, que precisa ampliar suas ações, perca recursos fundamentais para o seu desenvolvimento e para solucionar problemas graves como o uso correto da água.

O Programa Águas de Sergipe atua em três eixos: Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Institucional; Água e Irrigação; e Água e Cidades. Ainda neste semestre será iniciada uma mudança de todo o sistema de irrigação dos perímetros irrigados da Ribeira e Jacarecica I, para que possam ter um sistema de mais eficiência e economia, com a possibilidade da ampliação das suas áreas irrigadas. Nestas e também em Jacarecica II serão recuperadas as áreas de preservação permanente das barragens, bem como a elaboração dos manuais de segurança que serão distribuídos para os beneficiários. O investimento dessas ações será na ordem de R$ 11 milhões.

A COHIDRO juntamente com a EMDAGRO estão responsáveis pela realização das obras, que tem como objetivo realizar intervenções físicas na Bacia do Rio Sergipe com ênfase aos perímetros irrigados e nas áreas de agricultura familiar.

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Cohidro promove intercâmbio entre orgânicos de Lagarto

Na propriedade de Tal as bananeiras produzem o fruto e servem de barreira de produção natural

Produtores orgânicos assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado

Piauí, escolheram as terças-feiras para promoverem visitas nos lotes um dos outros, de forma a atender as recomendações dos órgãos reguladores das Organizações de Controle Social (OCS) e fazer um intercâmbio de conhecimento entre eles. No último dia 19, os agricultores percorreram, em grupo, os plantios de cinco deles, por intermédio da Gerência da Empresa em Lagarto.

Foi uma oportunidade para os irrigantes aprenderem novas técnicas e também ficarem sabendo o que de diferente tem para mostrar cada um dos parceiros que compõe a OCS. Cada agricultor integrante, deste grupo, é responsável pela qualidade do seu lote mas também pela fiscalização do trabalho feito nas plantações dos demais parceiros, conforme explicou diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

“Durante visita da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), realizada no ano passado, foi dada a recomendação de que produtores orgânicos do Perímetro Irrigado precisavam trabalhar de forma mais organizada e coletiva, como tem que acontecer em uma OCS. Indo até a área dos seus parceiros para fiscalizar, trocam conhecimentos e juntos crescerem, com produtos de mais qualidade e de maior valor de mercado”, colocou João Quintiliano.

Agora o resultado do posicionamento do Ministério da Agricultura está aparecendo e outras terças-feiras já foram marcadas para novas visitas, conforme conta a Gerente do Piauí, Gilvanete Teixeira. “Estamos incentivando os produtores orgânicos a fazerem este intercâmbio, primeiramente todos estes cinco visitando juntos os lotes de cada um deles, para tanto fazerem observações sobre o método de trabalho dos colegas, quanto para também aprenderem, com os outros, algo que ainda não tenha aplicado em seu lote”, explicou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano parabenizou os irrigantes orgânicos pela iniciativa, deixando claro que a Empresa sempre incentivou a motivação pela união dos agricultores. “Por mais que o atendimento dos nossos técnicos agrícolas seja individualizado, de lote em lote, de plantação em plantação, é sempre bom poder contar com este tipo de grupo forte e unido, disposto a aprender junto e em conjunto tanto assimilar as novidades das ciências agrárias, como também para correr atrás de benefícios em bloco”, enfatizou.

O primeiro agricultor a ser visitado foi José Edmilson dos Santos, o Tal. Produtor orgânico já há 15 anos, ele relata que tanto tem coisas novas para mostrar em seu lote, como também pode aprender muito com os outros. “Notei que ninguém tem, como eu, a bananeira plantada com barreira de vento, que também produz a fruta natural, mas vi os amigos plantando maracujá orgânico. Vou então plantar umas cinco carreiras, encostadas na bananeira”, contou Tal.

Produtor Orgânico veterano, João Pacheco tanto considera importante essa troca de experiências, como também garante a procedência dos seus produtos. “É importante essa união. Eles iam sempre me visitar, mas tinham deixado de ir e agora estão voltando. Tem que se verem mais vezes, um ajudar o outro, trocado o que sabe, porque quem trabalha errado, não fica no mercado. Quem oferece na feira um produto orgânico sem ser, logo é descoberto. Eu não vejo problema em vir visitar minha horta, porque sei que estou trabalhando correto”, destacou.

Raimundo Batista do Nascimento é outro experiente produtor orgânico do Perímetro Piauí que tem como carro-chefe a produção de Bata-doce, maracujá, mandioca, macaxeira e coentro. Sobre a iniciativa de visitar os outros produtores, Raimundinho ficou animado. “Vai indo um na roça do outro, aprendendo, isso é importante. Vamos agora também planejar pra trabalhar na roça um do outro, toda terça-feira. Eu mesmo, por exemplo, achei mais bonito foi o ‘tratorzinho’ que faz as leiras, os canteiros. que Tal está usando no lote dele. Deu vontade de comprar um também” relatou.

Última atualização: 15 de janeiro de 2018 09:38.

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