A equipe de perfuração da Cohidro; formada por Geraldo Miranda, Gilmar Andrade e José Custódio; acaba de concluir um poço produtor de água, com 72 m de profundidade, para atender os cerca de 350 habitantes povoado Deserto, em Simão Dias. Resultado de muito esforço, dedicação e persistência dos operários e da empresa estadual, já que essa foi a terceira tentativa de perfuração para encontrar água naquele chão do semiárido.
Autor: Ana Rute Santos
Agricultores reorganizam cooperativa do perímetro da Cohidro em Canindé
Cooperados já fornecem alimento à doação simultânea e para a merenda escolar do município. Eles agora despertam o interesse da indústria de beneficiamento.

Cooperativismo ressurge no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco (SE) e se torna corriqueiro dos produtores venderem a produção e comprar insumos em conjunto. O incentivo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para que o grupo participasse de programas públicos de aquisição de alimentos da Agricultura Familiar e de contratos com grandes indústrias compradoras, promoveu a organização e reestruturação da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia Ltda. (Coofrucal).
A Coofrucal surgiu em 1999 e como sua razão social diz, é formada por produtores irrigantes atendidos pela irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado, através da Cohidro e tem sua sede social construída em área cedida pela estatal. Depois de passar um extenso período de inatividade, por conta da desmotivação dos agricultores, há cerca de 2 anos e depois que Levi Alves Ribeiro (Sidrack) se tornou presidente, a cooperativa teve suas atividades retomadas. Reformou a sede e seus membros voltaram a comercializar de forma coletiva
“Temos hoje 57 Cooperados, mas que estão produzindo e vendendo são aproximadamente 30 produtores. Pretendemos beneficiar uma maior quantidade de produtores rurais da nossa Cooperativa”, explicou Sidrack. Essa produção dos cooperados será parte destinada à entrega para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mantido e financiado nacionalmente pela Conab, e outra para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE-MEC).
Desde 2008 a Cohidro disponibiliza seus técnicos e infraestrutura para auxiliar as associações e cooperativas fundadas em seus perímetros irrigados, no que tange a formalização dessas entidades e no ato de elaborar os projetos para participar do PAA. Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da companhia, está à frente deste trabalho e expõem que em 10 anos foram 1.461 participações destes irrigantes em 40 projetos, da mesma forma que totalizam 131.731 pessoas listadas como beneficiadas com alimentos, que somaram 3.636.832 quilos plantados e colhidos em quatro dos seis polos de irrigação pública do Estado e que gerou de renda bruta ao produtor R$ 10.880.003,47, em valores corrigidos pelo IGP-M.
Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera fundamental o associativismo e o cooperativismo para que os agricultores irrigantes progridam em suas áreas agrícolas. “Nesses 30 anos recebendo o benefício da água de irrigação fornecida pelo Governo do Estado, o natural é encontrarmos a organização estabelecida de grupos como a Coofrucal, colaborando entre si para que todos possam ganhar mais e ter menos custos para a produção. A nossa empresa, ao sugerir a participação em projetos como o PAA e PNAE, está incentivando eles a se organizarem e fortalecerem esses grupos. Quando não for possível a cooperativa, as associações de produtores. Isso os torna mais independentes dos órgãos estaduais e preparados para desafios maiores”, analisa.
“A Cohidro ao longo dos anos tem dado a maior contribuição para o fortalecimento do Cooperativismo aqui em Canindé. Inclusive, à sede da cooperativa foi cedida pela empresa. Dá apoio técnico e até transporte, quando solicitado”, assinalou Levi Alves. Hoje, seu grupo aguarda liberação da Conab para que eles façam a entrega de 67.432 quilos de alimentos ao PAA, para beneficiar 1.500 pessoas em situação de insegurança alimentar, beneficiando também 25 cooperados, remunerados de R$ 200 mil. Para Sidrack, a cooperação da companhia com a Coofrucal é essencial para dar continuidade a esses projetos atuais e os futuros.
Industrialização

“Precisamos sempre dessa parceria com a empresa Cohidro, para que possamos em um futuro próximo ter a capacidade de produzirmos nossa poupa de frutas, sucos, etc. Objetivando maior valor à produção do produtor rural”, avalia Levi Alves. Ele é um dos dois produtores irrigantes que abrigam campos experimentais de uva em seus lotes, no convênio entre Cohidro e Embrapa no perímetro Califórnia. Já partindo para a terceira colheita comercial do fruto, Sidrack acredita que em breve outros produtores devam aderir ao plantio e haverá muita produção para a cooperativa beneficiar. Sem falar da produção de outros frutos como a acerola, a manga, a goiaba e o maracujá, que também é forte e pode entrar na linha de produtos oferecidos pela Coofrucal.
Nos dias 18 e 19 de setembro o Califórnia recebeu visita da Indústria Duas Rodas, multinacional brasileira que tem uma unidade fabril em Estância (SE) e produz ingredientes empregados na produção de diversos alimentos, como sorvetes, biscoitos e doces. “Foi a nossa sucessiva produção de frutíferas a partir da irrigação fornecida pelo Governo do Estado, que despertou o interesse da indústria, que tem intenção de comprar a produção local de acerola”, explica a gerente do perímetro, Eliane Moraes.
Para que o negócio dê certo, os produtores terão que adotar o não-uso de defensivos químicos nas plantas e a colheita será feita com os frutos ainda verdes. Vai intermediar todo o processo, além da assistência da Cohidro, a Coofrucal. “No primeiro dia tivemos reuniões com o representante da indústria, o Emerson, com os agricultores irrigantes da cooperativa e os técnicos da Cohidro, para explicar o projeto. Já no segundo, teve a visitação aos pomares”, relata Eliane.
Alimentação escolar
Esses cooperados já fazem o beneficiamento artesanal de alguns artigos para a comercialização coletiva, como a fabricação de bolos, pão de mel e o próprio mel líquido, extraído de colmeias instaladas também no perímetro Califórnia. Isso porque em maio, a Coofrucal disputou e foi selecionada na chamada pública para a aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar do PNAE, para fornecer à rede pública municipal de educação de Canindé durante o ano letivo de 2018. Segundo Sidrack, o valor estipulado pelo processo licitatório é de R$ 567.849,83, disponível para remunerar os produtores pelo fornecimento desses produtos processados e alimentos in natura, como melancia (60.750 quilos), batata-doce (10.990), tomate (4.380) e cenoura (2.730).
João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, condiciona a valorização dos produtos dos perímetros irrigados à organização dos seus agricultores. “Participando de chamadas públicas e de projetos da Conab, eles conseguem preços de venda superiores aos que eles recebem de oferta nos lotes, vendendo para os intermediários. Com o tempo, uma cooperativa ou associação forte, vai poder negociar os produtos diretamente com o comércio varejista, agregando mais valor ao produto quando entregue direto no ponto de venda ou revenda”, sugere.




Curso sobre qualidade do leite encerram os 2 anos do Sertão Empreendedor no Jabiberi

De 26 a 28 setembro ocorreu uma capacitação extra aos dois anos em que 16 microprodutores de leite do Perímetro Irrigado Jabiberi tiveram o acompanhamento e orientação técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (Senar-SE). Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra este polo leiteiro em Tobias Barreto (SE), o Senar-SE atuou via Programa Sertão Empreendedor, que incluem cursos de formação profissional rural (FPR) como este – sobre a qualidade do leite para à venda – e visitas periódicas e individuais aos lotes irrigados.
Aplicada pela zootecnista Annelise Aragão Correa do Senar-SE, a FPR foi sugerida e requisitada pelos próprios pecuaristas. “Aqui teve a atuação do Sertão Empreendedor, é um programa que atuou em sete municípios e Tobias Barreto foi contemplado. Foram atendidos 20 produtores de Tobias Barreto e o programa já acabou, só que eles pediram que fosse fornecido esse curso porque o laticínio aqui agora vai começar a comprar por qualidade. É para poder saber tirar o leite sem tanta bactéria e fazer o teste do alizarol (que é o teste de acidez do leite). Como eles vão começar a fazer, várias coisas causam acidez. Então, é para o leite deles não ser perdido financeiramente e ser descartado”, explicou.
Eles produzem leite com vacas acomodadas em unidades de produção criadas a partir de outro programa, o ’Balde Cheio’. Inserido no perímetro em 2010, consiste na divisão dos pastos irrigados em 24 piquetes menores. Os animais se alimentam cada dia em uma desses cercados, tendo aquela parcela de capim 24 dias para se recuperar, com boa irrigação e adubação, e servir novamente rebanho depois desse período. “Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa”, salienta José Reis Coelho, técnico agrícola da Cohidro em Tobias Barreto.
Desde 2016 os produtores do Jabiberi estavam inseridos em um programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) promovido pelo Senar-SE, que incluem os cursos e as visitas periódicas ao produtor. “Os cursos, eles são pedidos ou via CNPJ Rural ou se todos tivessem DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), mas precisa um mobilizador ter esse CNPJ Rural. E como eles são antigos produtores do programa e têm associação, eles pedem via associação”, acrescentou Annelise Aragão.
Um desses produtores de leite no Jabiberi é Antônio Meneses de Almeida. Criador de gado de leite (20 vacas) há cerca de 10 anos, ele acredita no benefício da capacitação, que vai influenciar diretamente na renda obtida na venda do produto. “Vendo para o laticínio aqui. É bom, porque quem não sabe, aprende, (entender) o que fazer para render o leite. Se trabalhar certinho muda sim, para (o laticínio) pagar o leite pela qualidade dele”, relatou ele, que participou da capacitação do Senar-SE que finaliza o Sertão Empreendedor no Jabiberi.
Transferência de tecnologia
Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto conhece tanto a produção de leite no perímetro de Tobias Barreto, como também foi conferir a sua ‘replicação’, feita pela transferência de tecnologia para o perímetro de Canindé de São Francisco, também administrado pela empresa. “O Balde Cheio é um sistema que deu certo no Jabiberi, que é um projeto de irrigação pequeno, de 75 lotes irrigados atendidos pelo Governo do Estado. No Califórnia, temos bem mais lotes atendidos (333) e se alguns aderirem à pecuária, vão diversificar os tipos de produtos (leite e derivados), que saem de lá e com isso haverá menos concorrência, esta que só favorece aos compradores”. O gestor expõe que no momento, existem dois processos licitatórios em curso para investir em melhorias nos dois polos irrigados.
“São recursos do Proinveste. Quase R$ 550 mil para recuperar e ampliar os reservatórios que têm cada lote do perímetro Jabiberi, aumentando a autonomia do produtor para resistir aos períodos de estiagem”, explica Carlos Melo. Em Tobias Barreto, a água para irrigação da Cohidro é distribuída por gravidade, em canais, e que chega nestes depósitos para então ser bombeada pelo produtor para irrigar os campos. “No Califórnia é bem diferente, são sete estações que fazem a água do São Francisco chegar com pressão suficiente para irrigar os lotes. Para lá, temos a outra licitação (prevista em R$ 3.368.539,34) para recuperação da estrutura, reposição de peças e montagem de equipamentos acoplados às 37 novas bombas, também adquiridas pelo mesmo financiamento, outro investimento de R$ 318 mil”, finalizou.
Melhoramento do rebanho
Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, com a irrigação fornecendo alimento para o gado de leite, a tendência é dos produtores investirem mais nas criações. “Mesmo eles contando com pouco espaço, em lotes com tamanho médio de um hectare, eles conseguem manter muito mais animais, com a irrigação e capim separado por piquetes (Balde Cheio), do que se eles estivessem criando em sistemas de sequeiro. Esse incentivo da irrigação favorece a eles investirem em melhoramento do rebanho e inseminação artificial para a renovação dos plantéis. Isso já se tornou realidade no Jabiberi e agora avançam mais um passo, aprendendo a trabalhar com a qualidade final do leite, para vender dentro das normas sanitárias e com valor agregado, traduzindo em mais renda por litro de leite entregue”, argumenta.
Pedro Vidal é um dos pequenos criadores do Jabiberi que mais bem se adaptou à melhoria que a irrigação e o sistema de rotação de pastagens do Balde Cheio trouxeram à produção de leite. Participante do curso que finalizou o Sertão Empreendedor, ele acredita que a capacitação vai trazer mais benefícios ao seu negócio. “Sempre traz, quanto mais conhecimento melhor, para a produção do leite e a qualidade. E o preço vai melhorar, pois terá qualidade e irá aumentar no mínimo uns 15 a 25 centavos por litro. Durante dois anos eu tive um assistente para direcionar (ATeG), mas já terminou, daí teve esse curso aqui e com certeza vai ajudar mais ainda”, concluiu.




Irrigação pública cria oportunidades de negócio em Itabaiana

Givanilson Andrade Menezes, mais conhecido por Zezelo, é um agricultor de Itabaiana (SE) que herdou somente um pedaço de terra do pai e que, de 6 anos para cá, sua visão empreendedora o transformou em um empresário. Seus negócios prosperam quando ele identificou que poderia atender à demanda de outros produtores por mudas de hortaliças prontas para plantar. Hoje ele comercializa uma linha completa de insumos agrícolas e tem cerca de 200 clientes fiéis que, como ele, cultiva as plantações em lotes do Perímetro Irrigado da Ribeira, recebendo água de irrigação e assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).
Os produtores do perímetro atendem diariamente, com envio de comboios de caminhões carregados de vegetais folhosos, os mercados das capitais sergipana e baiana. E Zezelo também quis investir nas hortaliças logo de início. Foi quando ele notou que nessas plantações, de ciclos bem curtos, a reposição das plantas era constante e que o replantio direto nos canteiros dava muita perda de qualidade no produto. “A gente começou plantando alface e exigia muitas mudas, e estava dando muitos problemas plantando as sementes no chão. Aí resolvi botar uma (estufa) para mim, depois ficou a procura crescendo e conforme a demanda, a gente vai esticando…”, conta o produtor.
Em pouco tempo os vizinhos viram o seu sucesso com os viveiros e passaram a encomendar suas mudas. A procura cresceu e conforme a demanda de pedidos, ele foi expandindo o negócio, que sazonalmente tem períodos de maior ou menor produção. “A gente vai pelo tempo, agora está mais pouco, dá umas duas mil bandejas por mês, mas tem época que aumenta. (Aumenta) de agora para frente, vamos pegar o pico de verão, para tentar dobrar os pedidos”, relata o agricultor. Hoje, Zezelo tem seis estufas, totalizando 2.340 m² de área protegida, onde as plantinhas germinam em bandejas de plástico ou isopor para evitar contato com o solo, recebem irrigação constante e têm, com o telado, proteção ao sol, insetos e outros animais.
Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, em visita aos viveiros de Zezelo constatou a dedicação com que o produtor irrigante tem para com as mudas que comercializa. “É tudo muito bem cuidado pelo Givanilson e os seus dois funcionários. Espantosa é a variedade de plantas que ele tem, desde hortaliças, legumes até as espécies frutíferas. Com esse negócio, ele facilita muito a vida de outros irrigantes que querem fazer o cultivo de hortaliças, mas não tem como investir em uma estufa própria. É uma infraestrutura que relativamente não é barata e exige um conhecimento superior ao de plantar diretamente no lote. Uma parceria que, pelo visto, deu muito certo e todos lucram”, analisa. O gestor informa que é estimado em torno de 5.500 pessoas beneficiadas diretamente pela irrigação pública fornecida pela empresa em Itabaiana.
A grande diversidade de mudas nos viveiros de Givanilson não é aquilo que ele planta e oferece, mas sim parte dos pedidos feitos pelos clientes. Se a encomenda é de plantas com semente disponível no mercado, ele produz e vende. Isso quando não é semente híbrida de segunda geração (F2), colhida pelo agricultor, o que aumenta o leque de espécies e de variedades produzidas nessas estufas. “O nosso carro chefe aqui é a alface, aí entra a couve, cheiro verde, pimentão, tomate e enfim, o que o pessoal pedir a gente faz. A gente pede 30 dias para entregar a muda com qualidade excelente para o campo, tudo semente selecionadas com qualidade. Às vezes o cliente trás semente F2, mas é uma questão do cliente”, argumenta ele, que vende as bandejas com mudas a partir de R$ 8.

Augusto Cesar Rocha Barros, gerente da Ribeira, observa que são vários negócios e postos de trabalho abertos e também supridos pela própria comunidade inserida no perímetro. “Além do Zezelo, que planta em seu lote e produz mudas, existem outros irrigantes que (a partir desta produção garantida pela irrigação da Cohidro) investiram capital para eles mesmos escoarem a própria produção e a dos vizinhos parceiros. Diariamente partem ao menos cinco caminhões para Salvador (BA), para abastecer principalmente o Mercado das Sete Portas e muitas outras ‘mercedinhas’ vão fazer entregas nas feiras de todo estado de Sergipe e mercados públicos de Aracaju (SE)”, informa. Ele acrescenta que hoje são 15 povoados nas adjacências do perímetro, implantado há 31 anos, que prosperaram ou foram criados motivados pela pujança econômica e empregos gerados.
Irrigação pública
O produtor e empresário na produção de mudas, considera que mesmo que não dependesse da água oferecida através da rede de adutoras do perímetro da Ribeira, não haveria mercado para quem vender seu produto. “A água, ela é excelente e a Cohidro é quem dá o suporte. A gente pode até produzir, porque temos reservatório e o gasto aqui é pouco, mas a gente não teria a quem vender. (Se não fosse a Cohidro) não existia, a região não produziria. É tanto que, agora, a gente quer que melhore mais”, deseja Givanilson .
A fala de Zezelo, ao querer melhorias na condição da irrigação na Ribeira, é influenciada pelo panorama vivenciado nos lotes do perímetro irrigado nesse momento, onde obras licitadas através do Programa ‘Águas de Sergipe’, estão modernizando as estrutura de irrigação das lavouras de lá e do Jacarecica I, outro perímetro da Cohidro também instalado em Itabaiana. Segundo João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da companhia, essa troca de equipamentos vai trazer um maior equilíbrio hidráulico em todo o perímetro além de uma economia de 60% no uso de água e 50% da energia elétrica consumida pela irrigação, gerando mais sustentabilidade às reservas hídricas e viabilizando a sobrevivência econômica ao serviço público oferecido pelo Governo do Estado.
“A partir de um investimento de R$ 14,3 milhões, financiados pelo Banco Mundial, estamos trocando o sistema de irrigação de todas as lavouras. Eles estão recebendo tudo novo e sem custos: os novos microaspersores, tubulações, válvulas de regulagem de pressão e registros automatizados. Ou seja, um controlador computadorizado vai irrigar as parcelas do lote de maneira uniforme, mudando de uma área para outra quando forem supridas as necessidades da planta da parcela anterior”, esclarece João Fonseca. Ele complementa informando que um total de R$ 33 milhões serão investidos pelo PAS só nas áreas de atuação da Cohidro, melhorando a infraestrutura, oferecendo segurança e adequação ambiental às barragens que abastecem os dois perímetros.
Governo do Estado moderniza irrigação pública em Itabaiana
Todos os 592 lotes da Ribeira e do Jacarecica I, estão recebendo kits de irrigação localizada e automatizada, que estabilizarão a distribuição de água, economizando 60% no consumo e reduzindo 50% na conta de eletricidade dos perímetros.

Produtores agrícolas atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana, já reconhecem a melhoria no sistema de irrigação que a empresa está implantando em todos os lotes. Na sequência, o Jacarecica I será a unidade no mesmo município que vai receber também os microaspersores, mangueiras, tubulações, válvula de controle de pressão, hidrômetro e controlador que automatiza a distribuição de água em cada parcela do lote. Tudo novo, e adquirido pelo Governo do Estado através do Programa Águas de Sergipe (PAS) e financiado pelo Banco Mundial, um investimento de R$ 14.334.110,64.
Dona Josefa Santos Bispo (57 anos), é atendida pela irrigação fornecida pela Ribeira desde o início do perímetro e criou os cinco filhos com o trabalho na lavoura. Faziam 15 dias desde que as equipes da empresa licitada tinham instalado os novos equipamentos em seu lote de 1 hectare (ha). “Estou achando ótimo, não tenho do que reclamar. Planto amendoim, coentro, rama (batata-doce), e está muito boa, não tenho o que reclamar da irrigação. Eu estou com a Cohidro já vai completar 31 anos e só tenho a agradecer, graças a Deus. Não tem como não dar lucro, só se a pessoa não souber trabalhar”, reforçou a agricultora familiar. Hoje, é da plantação irrigada que ela tira o seu sustento e também daqueles que lhe ajudam a tocar a roça: a filha, o genro e o irmão do genro.
Passados esses quase 31 anos, desde que esses perímetros iniciaram a captar água bruta das suas barragens para irrigação dos 592 lotes agrícolas compreendidos nos dois projetos, várias mudanças foram sendo feitas nos equipamentos que cada agricultor dispunha para irrigar, assim como as áreas irrigadas acabaram sofrendo imperceptíveis aumentos de tamanho e mudanças no tipo de uso, já que hoje o que domina é a produção de hortaliças folhosas, exigindo mais água do que as culturas de ciclos mais longos, como a batata-doce, o milho e amendoim, antes mais comuns. E por todos estarem consumindo mais, os lotes mais distantes das estações de bombeamento (EBs) recebiam a água com menos pressão e por menos tempo do que os mais próximos.
Distante 8 km, desde a captação na barragem feita pela EB-01, fica o lote de Genilson (do Burro) Bispo dos Santos. Enquanto os técnicos e operários da Construtora Heca montavam o novo sistema, que vai regularizar a pressão da água em seu e nos lotes dos vizinhos, ele fazia queixa da condição que a irrigação estava até então. “A gente vem sofrendo muito com essa irrigação aí. Dizem que (a mudança) será boa, mas eu não sei ainda porque falta testar, eu só poderei falar quando tiver uma semana de trabalho com ela. Se for que nem me falaram, será muito bom. (O serviço da equipe de instalação) é 1000%, estou gostando demais”, avaliou o produtor. Em seu 1,5 ha de lote irrigado, para ter maior rentabilidade o uso da terra é contínuo, com uma lavoura substituindo a outra sem interrupções, e consumo de água equivalente. “Aqui se planta muitas variedades; batata-doce, amendoim, quiabo, coentro. Quando vemos que a plantação está boa, a gente planta, porque se não o prejuízo é grande”.
Esse gradativo e desigual aumento de demanda de água para irrigação nos perímetros ainda contrasta, no caso da Ribeira, com o compartilhamento do seu reservatório com o consumo humano das cidades vizinhas ao polo irrigado, a partir da captação feita pela Deso. Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o projeto sendo executado hoje em Itabaiana era de grande prioridade, para evitar um colapso no serviço prestado à esta população agrícola, que hoje supera o número de 5.500 pessoas que dependem exclusivamente da atividade.
“Já estava sendo frequente a necessidade de racionamento ou da suspensão da água de irrigação, como ocorreu em 2016, quando que até a barragem do Jacarecica I esvaziou. Ou diminuímos urgentemente o consumo da água para agricultura, ou teríamos que conviver com cada vez mais longos períodos de interrupção no fornecimento de água. Seja por termos que dar preferência à captação de água da Deso, que tem a prioridade total no abastecimento humano, ou simplesmente por não ter mais nível útil de água nas barragens, para que as nossas bombas possam fazer a captação”, alerta João Fonseca. O estudo técnico realizado pela sua equipe de engenheiros e que gerou o plano de ação adotado pelo PAS, estipula que a diminuição no consumo de água nos lotes irrigados será de 60%, após todos os kits serem implantados.
Energia elétrica
Outro gargalo que vem dificultando a continuidade do serviço público ofertado aos agricultores é consumo de energia elétrica que aumenta junto com o uso da água. Já neste quesito, o projeto de modernização da irrigação dos perímetros para o PAS, calcula que os novos equipamentos vão trazer uma economia de 50% nos custos com as tarifas elétricas que hoje o Governo do Estado tem com esses perímetros. Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, os recursos governamentais empregados para esses produtores continuarem irrigando, ainda podem ser menores, fazendo sobrar verbas para serem aplicadas os em outras demandas desse mesmo serviço.

“Essa está sendo a maior intervenção realizada em favor de melhorias nesses perímetros desde que eles foram inaugurados em 1987, investimento de quase R$ 28 milhões nesta e em outras ações de modernização, segurança nas barragens e recuperação ambiental, elencadas no programa. Para depois da irrigação ser toda modernizada, a gente já inseriu como uma das ações do ‘Águas de Sergipe’, o projeto básico para licitar a automação do bombeamento e distribuição de água, para ser implementada a irrigação noturna. Um horário alternativo em que a tarifação elétrica é bem menor e ainda consome menos água, já que sem o sol a água evapora menos, dobrando mais água para fazer uma irrigação mais efetiva”, destacou o presidente da Cohidro.
Carlos Melo é engenheiro civil dos quadros da Deso, onde foi também diretor-presidente por mais de 3 anos, trouxe de lá a experiência bem-sucedida de quando implementou a automação das estações de captação de água. Ele faz uma projeção de que a automatização das EBs daCohidro liberará também os funcionários – hoje imbuídos do trabalho de ligar, desligar e monitorar as bombas – para outras operações hoje deficitárias nos perímetros irrigados. “Vamos remanejar recursos e pessoal, investindo mais na manutenção dessas redes e na fiscalização de possíveis abusos no uso da água, eliminando desperdícios e gerando cada vez mais economia”, tenciona o diretor.
Evolução nos métodos de irrigação
“A evolução dos métodos de irrigação de 30 anos atrás para hoje foi enorme, antes utilizava-se a aspersão, com desperdício de água e encharcamento do solo. A pressão era suficiente para 10 aspersores”, esclarece João Fonseca. “Com o novo sistema de microaspersão que tem também válvula reguladora de pressão, injetor de fertilizantes, todo os dois Perímetros estarão trabalhando com menos desperdício de água e menor consumo de energia elétrica e um sistema automatizado que diminui a mão de obra”, complementa o diretor.
“Está muito boa. Eu estava em dúvida no início, o espaçamento antes era ‘mais pouco’, mas agora está aprovado. Estou muito satisfeito”, relata Claudemir Ribeiro dos Santos, após constatar a eficácia da irrigação utilizando microaspersores com distância de 4 metros um do outro. Isso ocorre quando são utilizados desses difusores de aspersão com vazão equivalentes à pressão do sistema, que em cada lote é regulada pela válvula instalada no novo kit. Por ter um quadro de controle automatizado, a irrigação, que é toda fixa, vai ocorrer de forma parcelada e sem a intervenção do trabalhador, molhando todo lote por um igual período de tempo. O agricultor planta quiabo, coentro e batata-doce, no seu lote de quase 2 ha, que de adquiriu há 3 anos.











Cohidro participa de chamada pública de eficiência energética

Em setembro, representou a Cohidro no Workshop da Chamada Pública de Eficiência Energética, os engenheiros Ricardo Luiz Lima (Eletricista), Caio Francisco Silva Santos (Mecânico) e o estagiário Felipe Carvalho dos Santos (Elétrica), todos da Gerencia de Engenharia (Geng) da companhia. O evento faz parte da Chamada Pública para Projetos de Eficiência Energética – CPP do Grupo Energisa, na qual a equipe de técnicos apresentou projeto prospectando investimentos no sistema elétrico da empresa, voltados à diminuição do consumo de energia elétrica no sistema de irrigação da Cohdiro.
A CPP contempla projetos de diferentes segmentos de mercado, disponibilizando recursos financeiros para estas classes de clientes concorrendo ao recurso disponível. No segmento da Cohidro, a chamada pública tem disponíveis R$2,3 milhões e que, segundo o projeto dos engenheiros da Cohidro, podem ser empregados no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco.
São recursos que não exigem contrapartida financeira da Cohidro e se destinariam à substituição de 60 motores, melhorando assim a eficiência das bombas d’água, gerando economia e maior eficiência na irrigação aos 333 lotes da agricultura familiar atendidos em Canindé pela companhia estadual.
Alunos do IFPE fazem visita técnica ao perímetro da Cohidro pela quinta vez

Pelo quarto ano consecutivo, estudantes do curso técnico em Meio Ambiente do Campus Garanhuns do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) tiveram, nesta segunda-feira (3), aulas práticas sobre a gestão de recursos hídricos e meio ambiente, nas dependências do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia e Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Lá, eles não dispõem de um projeto de irrigação ao porte do sergipano, mas existe a necessidade de estarem aptos em trabalhar com essa tecnologia agrícola que contrapõe o clima nordestino. Isso faz com que o modelo implantado pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco há 30 anos, sirva de base para o conhecimento.
A principal atividade executada pelos alunos é orientada pelo professor e doutor em Engenharia Agrícola Rogério Oliveira de Melo, da disciplina de Gestão de Recursos Hídricos e consiste em aplicar métodos científicos para mensurar a vazão do canal de irrigação principal do Califórnia, ou seja, identificar o quanto de água chega por minuto nas subestações do perímetro e vão parar nos lotes dos agricultores irrigantes. “A gente se preocupa em abordar uma série de aspectos, desde os aspectos legais de gerenciamento do recurso, como também a parte mais voltada às questões técnicas que a determinação de vazão. É o forte dessa parte técnica da disciplina Gestão de Recursos Hídricos”, destacou.
São vários os aspectos elencados pelo professor Rogério, que fizeram com que o perímetro da Cohidro fosse contemplado nesta, que já é a quinta visita técnica. “A gente vive numa região bem interessante no que se refere a disponibilidade hídrica, que é Garanhuns, mas com relação ao canal de irrigação, essa realidade que a gente vive aqui em Canindé de São Francisco, a gente não encontra. Então trazer eles aqui nessa parte que eu julgo muito importante e muito interessante, que é aprender a determinar uma vazão em um canal de irrigação e adicionalmente a isso, vivenciar a realidade do projeto Califórnia. A Eliane e o Roberto, são bem receptivos e naturalmente isso acabou influindo”, complementou. Na continuação da viagem, o grupo pernambucano esteve no Viveiro Florestal de Xingó, projeto da Chesf em Piranhas-AL e na sequência, o complexo de usinas hidroelétricas e a estação de piscicultura de Paulo Afonso-BA.
Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, as técnicas que os estudantes foram aprender no Califórnia têm aplicabilidade na gestão e manutenção do perímetro. “Para eles que vêm de outro estado, quando forem trabalhar com sistema de irrigação parecido com o nosso, principalmente quando ele for ser introduzido, é importante saber a quantidade de água disponibilizada para poder estabelecer o tamanho da área que poderá ser irrigada durante o período em que este sistema estiver funcionando. Para nós, se faz necessária essa mensuração periodicamente, isso inclusive mede a eficiência do sistema e pode identificar possíveis falhas, como vazamentos durante o percurso, que não são visíveis a olho nu”, justifica.
A visita ao campo foi guiada pelo técnico da Cohidro, Antônio Roberto Ramos, que faz um retrospecto completo do que acontece lá, a função do perímetro irrigado e no que ele reflete no cotidiano do último município do Alto Sertão Sergipano. O clima Semiárido presente em Canindé, que encontrou no Califórnia uma solução pontal à escassez de chuva, também é presente no estado de onde vêm os estudantes Saber de que forma ocorreu a introdução deste projeto e como ele ainda se desenvolve depois de 30 anos, são informações que dão embasamento para até outras disciplinas do curso técnico em Meio Ambiente, como é o caso dos professores Mayara Dalla Lana, Engenheira Florestal e o Emmanuel Freitas, Tecnólogo em Gestão Ambiental, que acompanharam também o grupo de estudos e respectivamente lecionam ‘Recuperação de Áreas Degradadas’ e ‘Estudo de Impacto Ambiental’.
“Quando fazemos o estudo de impacto ambiental e o respectivo clima, sempre se busca a viabilidade ambiental do empreendimento. Aqui é um exemplo de que vai se gerar um impacto ambiental, mas existe um custo benefício importante para sociedade. E aí essa a viabilidade ambiental e que ela deve ser buscada e alcançada no processo de licenciamento, equilibrando os benefícios com a mitigação (da seca) e a compensação dos impactos ambientais. Então, os meninos têm nesse momento uma vivência do custo benefício. Muita gente acha que o licenciamento ambiental é um entrave, mas ele é um meio de utilizarmos adequadamente, de maneira que a gente possa minimizar os impactos, mitigar o que precisar ser mitigado, compensar o que não for possível mitigar e tentando achar um equilíbrio nisso. Essa é a grande chave da boa política pública ambiental nessa área”, discorreu o professor Emmanuel.
Esta viabilidade ambiental logo foi identificada pela aluna do IFPE, Inês Alessandra Alves de Melo, satisfeita com a visita feita ao Califórnia. “A gente está achando muito interessante, porque o projeto visa ajudar as pessoas. Então, saber que esse trabalho está indo adiante, tem prosperidade e que vem incentivando as pessoas a visitar, para ver como é bom esse projeto, é uma experiência sensacional”, avalia. Para ela, que está no quarto e último ano do curso integrado e que logo entrará no mercado de trabalho, a visita vai refletir no seu currículo da profissional. “Vai ajudar, porque a gente trabalha sobre vazão, sobre os recursos hídricos. Eu acho essencial para o meu curso, porque como técnico do meio ambiente é meu dever saber disso e dessas propriedades da natureza”.
Campo de pesquisas

O diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, acredita que os perímetros irrigados são um amplo espaço de pesquisas para diversos ramos do ensino técnico. “É fundamental a preparação de novos técnicos capazes de diagnosticar a situação em que se encontra um sistema de irrigação e seus impactos ambientais. Eles ficam mais preparados para trabalhar com a irrigação em larga escala, como é a nossa, que só em Canindé tem sete estações de bombeamento (EBs), compreendendo 63 bombas e atendem 333 lotes, irrigando 3.190 hectares. Estão de parabéns os mestres que identificaram o nosso perímetro para campo de estudo. São mais de 30 anos em plena atividade, levando a água do São Francisco até os agricultores, produzindo uma média anual de 40.000 toneladas, beneficiando quase de 1.400 pessoas”, complementa.
Para Weslei Bezerra do Nascimento, do quarto ano subsequente do técnico em Meio Ambiente do IFPE, essas visitas técnicas são uma complementação à teoria. “É interessante, porque a prática sempre acaba mostrando a realidade do que a gente aprende em sala de aula. Então, sempre acrescenta no aprendizado e com certeza uma viagem é uma experiência única que a gente leva para vida toda”. O estudante, que logo vai se formar, a partir da vivência no curso, faz planos de que em área poderá atuar em breve. “Eu penso em fazer consultoria, geoprocessamento mesmo, é uma coisa que me chama bastante atenção. E essa área de recuperação de área degradada e estudo de impacto ambiental, é uma das minhas preferidas. Apesar de que, se aparecer uma oportunidade de concurso, eu não abro mão de tentar também”, considera.
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, garante que ocorrem atividades contínuas de educação técnica e pesquisa agrícola no perímetro. “Temos hoje três campos experimentais, em lotes de irrigantes, aonde a Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) aplica suas pesquisas, em um convênio de transferência de tecnologia que visa implantar aqui o cultivo de uva e pera. Ao mesmo tempo, o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’, em Poço Redondo-SE, tem requisitado os lotes do perímetro para fazer aulas práticas e é aqui também o lugar que hoje absorve o maior número de estágios do curso técnico em Agropecuária da instituição de ensino”, conclui






Embrapa e Cohidro planejam novas parcerias em reunião de gestores

Chefes da unidade ‘Tabuleiros Costeiros’ da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e diretores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) tiveram reunião para tratar de pautas em comum às duas instituições, nesta segunda-feira (6), na sede da estatal sergipana. A empresa estadual tem interesse que surjam novas parcerias de transferência de tecnologia alocadas em seus perímetros irrigados, já a federal conta com a cooperação para a perfuração de poço em seu campo experimental de Itaporanga d´Ajuda, visando o uso da água para irrigação.
As transferências de tecnologia de unidades da Embrapa para com a Cohidro já vêm ocorrendo há algum tempo. Como em 2010, quando a unidade Pecuária Sudeste, de São Carlos-SP, cedeu as informações e acompanhamento necessários para que em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, fosse implantado o programa “Balde Cheio’ de produção de leite, com a parceria do Sebrae-SE. Na época, a junção de esforços e representatividade destas três instituições deu aporte necessário aos pecuaristas fazerem financiamentos no Banco do Brasil para os investimentos no sistema.
O Balde Cheio consiste na subdivisão do pasto em diversos piquetes em que o gado faz o uso durante um dia, de forma que quanto findar a ocupação do último dos cercados, o primeiro já estará recuperado pela irrigação contínua e a adubação, pronto para abrigar novamente os animais. Um ano após implementado no perímetro de Tobias Barreto, a produção de leite dos micro-pecuaristas aumentou de 1.080 litros para cerca de 2,5 mil por dia.
Hoje a própria Cohidro se encarrega de replicar a tecnologia, empregada no Jabiberi, para seu perímetro irrigado de Canindé de São Francisco, o Califórnia, onde já existe um projeto piloto do Balde Cheio em plena produção. Já o Sebrae-SE usa da experiência no projeto em que participou, em 2010, como base para criar outras quatro unidades do sistema nos municípios de Riachão do Dantas, Boquim, Itabaianinha e Lagarto.
Carlos Fernandes de Melo Neto, diretor-presidente da Cohidro, considera muito importante que as duas instituições públicas tenham parcerias na troca de suas informações e tecnologias. “A Embrapa já é uma parceira importante aqui da Cohidro. Nós já desenvolvemos no perímetro de Canindé, no ‘Califórnia’, estudo juntamente com a Embrapa para produção de uva de pera e maçã, ou seja, são culturas que agregam muito mais valor à produção e a terra, para o agricultor. É importante que a gente esteja sempre conversando, desenvolvendo parcerias para ser feito um convênio permanente e implementar pesquisas já feitas em outras áreas, para incrementar e agregar produção aos nossos perímetros irrigados”, considera.
No ‘Califórnia’, dois campos experimentais de uva implantados pela Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE, já tiveram duas safras e um terceiro de pera aguarda a sua primeira florada para daqui cerca de um ano e meio. Da mesma forma também ocorreu no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, com a maçã, pera e caqui. Em ambas unidades da Cohidro, a empresa federal atuou fornecendo mudas, sistema de irrigação por gotejo e fertirrigação, materiais para construção dos espaldeiras, os insumos para a adubação e a assistência técnica pelo período de 2 anos. Nesses casos, os agricultores que acolhem os projetos em seus lotes só arcam com a mão de obra empregada nesses plantios.
Marcelo Ferreira Fernandes, chefe-geral da unidade da Embrapa em Sergipe, informou que ele e sua equipe já visitaram outras instituições congêneres, como a Codevasf, Sebrae e a Emdagro, visando a melhoria das relações e firmar parcerias. “Procuramos a Cohidro e foram levantadas várias questões: a da agropecuária e da diversificação de culturas, que são temas muito alinhados com a ação da Embrapa que nós temos interesse na capacitação para essas cadeias (produtivas). Podemos apresentar e contribuir com o que nós temos gerado e a Cohidro, podendo contribuir nas áreas de atuação dela, com essa capacitação, na organização de eventos (técnicos) e na disponibilização de áreas para fazer as unidades de transferência de tecnologia nas áreas de atuação da Cohidro”, previu o gestor.
Campo de Itaporanga
Também conhecido como Reserva do Caju, o Campo Experimental ocupa área de 1.030 hectares, onde os pesquisadores da Embrapa em Sergipe fazem pesquisas, desenvolvimento, validação e transferência de tecnologias, com foco em práticas agrícolas agroecológicas sustentáveis e do uso do solo em agroecossistemas. “Temos também uma demanda pontual que é muito importante, que é a solicitação de perfuração de poços, quando for possível, para que a gente possa melhorar a demanda de algumas culturas que nós temos em Itaporanga d´Ajuda”, complementou Marcelo Ferreira, sobre a solicitação feita à Cohidro.
Convencido do benefício que Sergipe ganha em tecnologia agrícola pesquisada e desenvolvida pela Embrapa no estado, o presidente Carlos Melo autorizou à sua Diretoria de Infraestrutura o início de estudos geológicos para a perfuração do poço solicitado pela empresa federal, acrescendo a demanda ao cronograma de perfurações que a Cohidro tem para executar no estado.
Participaram também da reunião o chefe-adjunto de Administração da Embrapa em Sergipe, Paulo César Silva de Carvalho e o assessor da chefia-geral, Márcio Rogers Melo; o diretor de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, responsável pela parte de perfuração poços e o diretor de Irrigação, João Quintiliano da Fonseca Neto, responsável pelo desenvolvimento e gestão da agricultura irrigada nos perímetros da empresa estadual.
Diretores da Cohidro visitam poços e localidades em Carira

Toda diretoria executiva da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) estiveram ontem (2) percorrendo o município de Carira. Carlos Melo (Presidente), Diogo Machado (Administrativo e Financeiro), Paulo Sobral (Infraestrutura Hídrica) e João Fonseca (Irrigação), visitaram localidades em que estão sendo solicitados novos poços, ou então onde eles já existem, mas necessitam de instalação de sistemas de abastecimento.
E a primeira parada foi no Povoado Três Tanques, onde o problema que limita a viabilidade da maioria dos poços perfurados na região, a salinidade, foi superada com a instalação de um dessalinizador. Sobre um poço perfurado pela Cohidro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semarh) implantou ali um sistema de abastecimento de água que hoje atende os mais de 500 habitantes da localidade. A obra entregue à população em 2016 faz parte do Programa Água Doce, em que o Governo do Estado está implantado em Sergipe 33 destas unidades, com intuito de fornecer água doce para 2.757 pessoas.
“Essas unidades de abastecimento e dessalinização de água aparentemente são um investimento de valor não muito elevado, à época orçados em torno de R$ 130 mil cada, e podem ser um padrão à ser replicado nos demais poços que a Cohidro perfurou na região e que estão impedidos de funcionar justamente pelo excesso de salinidade, impróprio para o consumo humano. Principalmente pela tecnologia utilizada para o descarte dos rejeitos, dentro dos padrões ambientais adotados pela Semarh. Nossas equipes são aptas para este serviço e até colaboraram bastante na instalação desses sistemas do Água Doce, pela expertise que têm para pôr para funcionar bombas e tubulações”, considerou o diretor-presidente Carlos Melo.
Cohidro recebe demandas por infraestrutura hídrica de agricultores familiares e assentados

Produtores rurais e assentados da reforma agrária em diversos municípios sergipanos estiveram na sede da Cohidro nesta segunda-feira (30), reunidos com a diretoria da empresa. Acompanhados da secretária de Estado da Agricultura, Rose Rodrigues, do deputado federal João Daniel e de lideranças do MST e MCP, traziam demandas de infraestrutura hídrica em suas localidades, na perfuração e reativação de poços, e na manutenção e implantação de novos sistemas de abastecimento de água. O diretor-presidente Carlos Melo acolheu as reivindicações, garantido o envio de equipes da empresa para estudo da viabilidade para atendimento de caso a caso.
Secretária de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Maria Rosilene Bezerra Rodrigues é titular do órgão onde a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é subsidiária e, portanto, fez o papel de intermediar o acesso destes agricultores familiares aos serviços que a empresa executa. “São demandas de assentamentos, comunidades rurais de todo o estado de Sergipe, principalmente ligada a questão da segurança hídrica para consumo humano, em povoados e assentamentos. Alguns com necessidade de perfuração de poços, outros devidamente já perfurados aguardando a questão da rede. Enfim todos mobilizados, aqui cobrando do governo do estado a previsão para solução dessas demandas”, justificou.
“Nos últimos anos, muito já foi feito pela Cohidro e pela Deso por estas localidades rurais de Sergipe mais distantes, mas o flagelo da falta d´água para homem do campo não dá trégua e temos sempre que fazer mais. É preciso, no entanto, entender que existem formações geológicas em nosso estado que, ou não dispõem de água para tirar do subsolo ou esta água é salina. Nesse último caso, um sistema de abastecimento tem necessidade de um dessalinizador e por isso, os recursos, os prazos, e a dificuldade técnica e de logística para a implementação são respectivamente maiores. Quando o caso é de um poço de boa vazão e de água doce já existente, as dificuldades são bem menores para a instalação de um sistema de distribuição”, considera o presidente Carlos Fernandes de Melo Neto. Ele informa que está em processo licitatório na empresa a compra de bombas e tubulações para estas finalidades.
Felipe Caetano é coordenador estadual do Movimento Camponês Popular (MCP) e expõe que a expectativa desses agricultores é bastante grande, para ver a empresa atender suas requisições. “Aqui têm um conjunto de associações de comunidades que vieram ter uma conversa com a Cohidro para dar segmento a perfuração de poços artesianos para atender as comunidades rurais, que têm uma demanda muito grande por água para consumo, e a perspectiva é que pelo menos essas comunidades tenham parte dessa demanda atendida para que possam ter água para consumir e para fazer sua própria produção de alimentos”.

Ex-prefeito de Porto da Folha, Manoel Gomes De Freitas veio à reunião representando os moradores de três comunidades vizinhas do município e que compartilham as mesmas dificuldades, a da Serra dos Homens de Baixo, a de Cima e do Alto. “A demanda é perfuração de poços para atender essas três comunidades onde existe hoje um faixa de 400 famílias. E com a dificuldade de chegar um carro pipa, pelo o fato de ser alto, as estradas não dão condições. Então a viabilidade é a escavação de um poço artesiano de modo que venha a atender à necessidade daquelas famílias”, justifica.
José Ailton é representante do Movimento Sem Terra (MST), na reunião pleiteando ações da Cohidro para os assentados de três municípios do Sertão do São Francisco. “A necessidade lá é do poço artesiano do assentamento Maria Vitória, e no Apolônio Carvalho, em Gararu; em Itabi, no assentamento Seguidores de Canudos, lá no município de Graccho Cardoso, o (outro) assentamento Apolônio Carvalho. Aquele pessoal sofre muito com a questão da seca e não tem água, principalmente nesse período agora, eles compram água no caminhão pipa para abastecer aquele local, tanto a questão humana como a questão animal”, relatou.
Vereadora em Itabaianinha, Maria Evânia da Silva representou à população rural do município, acompanhando os representantes das associações de produtores rurais nas localidades onde existe a necessidade de ações de infraestrutura hídrica. “A demanda foi de poços artesianos, que a comunidade está sofrendo com relação a água. Então, foi uma reunião muito importante com o presidente da Cohidro, junto com o deputado João Daniel e a secretária de Estado Rose. E teve o Paulo Sobral, ele colocou nossas demandas para serem atendidas esse ano ainda”, salientou.
“Cada uma dessas demandas deve ser analisada separadamente, pois são realidades distintas e trabalhos distintos. Por isso, o que podemos garantir é o envio de nossas equipes que podem avaliar cada situação. Seja para locar, ou seja, determinar a viabilidade e o local exato onde se é possível perfurar um novo poço; ou então as equipes que fazem o bombeamento e limpeza dos poços perfurados e que ainda não receberam nenhuma infraestrutura. Da mesma forma que, no caso de sistemas já implantados e inoperantes, também podemos fazer a avaliação preliminar para reativa-los”, argumenta Paulo Henrique Machado Sobral, diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro.








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