Estudantes de rede estadual visitam uva e produção de leite no perímetro da Cohidro

Visitas do Centro Dom José Brandão são constantes e alguns estudantes também fazem estágio no Califórnia (Foto: Arquivo Pessoal)

Sexta-feira (11), o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, recebeu estudantes dos 2º e 3º anos do curso Técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, do município vizinho de Poço Redondo. Os alunos dos professores João Paulo e Anelise conheceram uma unidade experimental de produção de uva e o projeto piloto do Balde Cheio de produção de leite, irrigados e atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

O Balde Cheio é no lote do irrigante Everaldo Mariano. Uma transferência de tecnologia feita dentro da Cohidro: do perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, para o Califórnia. Os estudantes ficaram sabendo como funciona o sistema de pastagem onde o gado muda de piquete todo dia, para voltar quando a irrigação tiver recuperado o mesmo capim.

Os alunos do José Brandão ficaram sabendo da importância da transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), para o perímetro da Cohidro. Permitindo que no lote de José Leidison dos Santos os parreirais produzam, há mais de 2 anos, as variedades BRS Isabel Precoce e a BRS Violeta. A assistência das duas empresas públicas agora trabalha com esses produtores para introduzir a uva BRS Vitória em Canindé. Quem acompanhou a introdução destes campos experimentais desde o começo e tutorou a visita dos estudantes é o técnico agrícola Antônio Roberto Ramos (Beto) da Cohidro, auxiliado pelo estagiário Manuel Messias. Beto ficará responsável por prestar toda a assistência técnica aos produtores quando o convênio com a empresa de pesquisa federal acabar, inclusive no outro campo experimental de peras, que acaba de dar seus primeiros frutos depois de 13 meses de plantados.

Preparo de mudas de uva e plantação de amoras no Sergipe Rural

No sábado, o programa Sergipe Rural, da TV Aperipê, mostrou a experiência do agricultor Irrigante Levi Alves Ribeiro com o plantio de mudas de uva e também da amora. No seu lote irrigado no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, existe um campo experimental de uvas, fruto da parceria de transferência de tecnologia entre Embrapa Semiárido (PE) e a Cohidro.

 

Ele já está na terceira colheita de uvas em seu parreiral que completa, mês que vem, dois anos de implantação. Mas a reportagem foi mostrar que ele agora que produzir as próprias mudas de videiras para expandir a plantação e também está experimentando mais uma espécie frutífera da trazida pela Embrapa: a amora.

 

O programa Sergipe Rural vai sempre ao ar na TV Aperipê no sábado, 7h30, com reprise domingo, 8h30 e na quarta, 9h.

Irrigantes agora produzem mudas de uva com apoio da Embrapa e Cohidro

Beneficiados pela irrigação fornecida pela Cohidro em Canindé, eles abrigam campos experimentais da fruta em seus lotes. A ampliação das áreas com uva se dará sem precisar adquirir mudas fora de Sergipe.

Mudas são feitas ‘colando’ uma amostra da planta que se pretende gerar frutos em um suporte ou cavalo de outra variedade – foto arquivo pessoal

Chega a um terceiro patamar a parceria de transferência de tecnologia entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para a produção de uvas no estado. Depois de todo preparo das videiras no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela estatal sergipana em Canindé de São Francisco (SE), e da ascensão, em duas colheitas bem-sucedidas, agora é iniciado um trabalho de replicação dos plantios, mas desta vez com mudas produzidas pelos próprios produtores, de uma variedade de mesa e de frutos sem semente.

Eles estão usando material genético de plantas adultas da variedade BRS Vitória, trazida pela Embrapa de sua unidade Semiárido em Petrolina (PE) e inédita nos plantios de Canindé, para fazer a enxertia (cavaleiro). Mas os porta-enxertos (cavalos) estão sendo retirados dos parreirais sergipanos, das variedades Isabel e BRS Violeta, uvas de mesa e apropriadas à produção de sucos e vinhos, introduzidas há quase dois anos e prestes a fazer a terceira colheita comercial. No começo destes dois campos experimentais, em lotes de irrigantes do Califórnia, as mudas vieram prontas para serem plantadas nos parreirais.

O trabalho de produzir estas novas mudas ainda é experimental e passou a ser feito pelos agricultores, técnicos agrícolas da Cohidro e seus estagiários, depois que, no dia 5, eles participaram de uma demonstração feita pelo engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes e o técnico agrícola Guy Rodrigues, ambos da Embrapa Semiárido. Segundo um dos produtores que possui um parreiral, Levi Alves Ribeiro (Sidrack), eles ainda não têm noção do quanto vão ampliar a área plantada de uva em seus lotes, o que vai depender do sucesso desse trabalho executado por eles. “Estamos iniciando o processo de produção de mudas, esperando o ‘pegamento’ dessas enxertias. Na próxima visita da Embrapa, iremos definir que área pode ser plantada”, adianta.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto estabelece que essa nova etapa da parceria com a Embrapa, reforça a chance para a consolidação da Viticultura em Canindé. “A possibilidade desses agricultores produzirem mudas aqui, abre campo para expansão dos parreirais para os lotes irrigados de outros agricultores atendidos pela Cohidro no Califórnia. Isso cria campo para os produtores irrigantes já engajados no projeto fazerem uma renda extra, na produção de mudas de uva a partir da irrigação fornecida pela empresa”, reconhece. Para ele, os altos custos com a compra de insumos usados na cultura e a busca por outros mercados para escoar a produção, vai fazer necessária à organização dos produtores em cooperativas.

Levi Alves já é o presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) e estuda meios de comercializar a uva fora de Canindé através da organização. Ele e José Leidison dos Santos, o outro produtor que possui um campo experimental da fruta, até agora puderam contar com o subsídio da Embrapa para arcar com os cursos de implantação dos cultivos, exceto com a terra, a água e a mão de obra. Mas quando o acordo de cooperação acabar, eles terão que tirar da própria produção de uva os rendimentos para manter a plantação, conforme explicou o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

“Para que fosse possível implantar esses novos campos experimentais da uva em Canindé, de um lado entrou a Embrapa, como multiplicadora de seus resultados obtidos em pesquisas de variedades de uva adaptáveis ao Semiárido aqui em Sergipe; fornecendo mudas, materiais para construir os parreirais, sistema de irrigação por gotejo, os insumos usados na fertirrigação e a assistência técnica feita em visitas periódicas, durante 2 anos. Do outro vem a Cohidro, dispondo áreas e água de irrigação no perímetro Califórnia, cooptando produtores capacitados em levar o projeto adiante e dispondo de seus próprios técnicos, para acompanhar os agricultores em tempo integral e depois que o convênio acabar”, expõe o diretor de Irrigação da companhia.

Novas culturas
Gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moura Moraes considera ser também papel da Cohidro, o apoio e a orientação ao produtor, na hora de escolher as culturas agrícolas que vai pôr em seu lote, de modo a evitar que tomem prejuízos devidos às más escolhas. “Todos plantando a mesma coisa, ou optando por plantios que têm pouco rendimento na venda, como é o caso aqui com o quiabo, acaba trazendo pouca rentabilidade para o agricultor e até uma subutilização de toda essa infraestrutura que o Governo do Estado está oferecendo a eles”, argumenta. Ela relata que é constante a procura por novas culturas agrícolas que ampliem o leque de possibilidades de geração de renda aos irrigantes.

“Por isso damos todo apoio à produção de uva. Agora, por exemplo, disponibilizando o nosso técnico agrícola, Beto (Antônio Roberto Ramos) e os estagiários Oséias e Cleia, para ajudar os produtores a fazer as mudas. No mesmo projeto com a Embrapa, conseguimos trazer um terceiro campo experimental de pera para o lote do irrigante João Fernandes, que em breve terá a primeira colheita. Já temos um projeto piloto do ‘Balde Cheio’ (criado na Embrapa Pecuária Sudeste) instalado e produzindo muito leite no lote de Everaldo Mariano; tecnologia que fomos buscar no perímetro Jabiberi em Tobias Barreto (SE), também da Cohidro, com o apoio incondicional do nosso colega é técnico de lá, o (José Reis) Coelho”, complementa Eliane.

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Embrapa acompanha campos experimentais no perímetro da Cohidro em Canindé

Produtor Levi Alves está contente com o resultado da uva – Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Quarta-feira, 21, o técnico agrícola da Embrapa Semiárido, Guy Rodrigues, veio de Petrolina-PE para acompanhar os três campos experimentais que a empresa federal mantêm no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Cohidro em Canindé de São Francisco. Os campos de uva, depois de ocorrer a primeira colheita comercial em dezembro, estão agora em processo de poda escalonada que vai durar seis semanas. Enquanto o único lote com três variedades de pera, se desenvolve e tem expectativa de uma primeira colheita em cerca de um ano e meio.

No lote de Levi Alves Ribeiro (Sidrack), em dezembro foi farta a produção, cerca de 4 toneladas de uvas. Agora ele prepara o lote para que produza por seis semanas consecutivas. Para isso, fez a primeira poda em 23 de janeiro, para que em 27 de abril, 95 dias depois, recomece a safra. A expectativa que é só em seu lote, com 684 videiras, sejam tirados 7 toneladas do fruto. “Pretendemos colher 10 kg por planta. Se passaram 29 dias desde a primeira poda e os cachos estão apresentando bons resultados. Pessoal da Embrapa estive ontem aqui e gostaram do comportamento”, avaliou o produtor irrigante.

Antônio Roberto Ramos, técnico agrícola da Cohidro que acompanha esses agricultores campos experimentais, comenta a situação do campo em que o outro fruto exótico e de clima temperado, foi plantado. “Temos uma área em torno de 0,20 ha, no toje do irrigante João Fernandes, com a cultura da pera, sendo plantas híbridas. São 240 plantas da variedade de Triunfo, 96 plantas da Princesinha e 48 plantas da Santa Maria. Todas plantadas com um espaçamento de 4,0 m x 1.25m, transplantadas no dia 02 de novembro de 2017. Existe uma previsão de colheita para daqui a um ano e meio contando da data de transplantio, ou seja em abril de 2019″, informa.


Transferência de tecnologia
O convênio entre Cohidro e Embrapa contempla os produtores, que assumiram os lotes, com a assistência técnica de Petrolina pelo período de dois anos. Além disso, eles recebem gratuitamente todas as mudas, implementos para o sistema de irrigação, materiais para montar os parreirais e os insumos necessários às plantas, por igual período. A intenção é introduzir cultivares que se adaptem à produção no clima semiárido e tenham a produção rentável, de forma que sirvam de alternativa às que geralmente são utilizadas, mas que não obtêm retorno financeiro satisfatório ao produtor.

A expectativa é de que os campos experimentais não só mudem a realidade de quem foi beneficiando com os experimentos, mas os demais irrigantes vão se espelhar nos bons resultados que estão sendo alcançados pelos viticultores de hoje.

 

Participaram do visita de campo, além dos técnicos da Cohidro e Embrapa, os estagiários do perímetro Califórnia: Bonfim, Jessica, Solange e Iara.

Primeira safra de uva no Califórnia no Sergipe Rural

Hoje programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, foi até o campo experimental de uva do produtor irrigando José Leidison, no Perímetro Irrigado Piauí.

As videiras foram trazidas à Canindé de São Francisco via o convênio de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), para o polo irrigado da Cohidro.

Durante todo mês de dezembro os dois produtores com campos de uva, vão passar na primeira colheita de nível comercial dos parreirais, exatamente um ano depois de que as mudas foram plantadas.

Perímetro irrigado de Canindé faz sua primeira colheita de uva em campo experimental

Videiras foram introduzidas via convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa e a Cohidro

Obtiveram sucesso os campos experimentais de uva implementados em Canindé de São Francisco, no Perímetro Irrigado Califórnia. Fruto do convênio de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do polo irrigado onde dois campos tiveram as videiras implantadas há exatamente um ano. A partir de agora e durante um mês, os irrigantes fazem a primeira colheita em nível comercial, com coletas duas vezes por semana. A expectativa é de uma produção total de 8 toneladas nesta primeira safra. Será reflexo disso, a ampliação desses parreirais e adesão de novos viticultores.

Toda tecnologia estudada e implantada pela Embrapa em Petrolina-PE, foi trazida para quatro destes campos experimentais em Canindé, somando aos outros dois no Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Os produtores – escolhidos pelas duas companhias atendendo requisitos de conhecimento técnico e adoção da policultura, ou seja, cultivar a terra com mais de um tipo de plantação simultaneamente – receberam as mudas, os materiais para fazer os parreirais, o sistema de irrigação e os insumos que são utilizados na fertilização das plantas. Insumos estes que terão fornecimento mantido até completar os dois anos de abrangência do convênio, mesmo tempo em que dura a assistência dos técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos da estatal de pesquisa.

O primeiro a colher as uvas foi o produtor irrigante do Califórnia Levi Alves Ribeiro, mais conhecido por Sidrack. Em seu parreiral foram 25 caixas de 20 quilos cada, retiradas nesta quarta-feira, 13. No início da semana, de alguns cachos precoces tirou outras 15, que vendeu para feirantes e mercados da cidade por valores entre R$ 50 e R$ 60, a caixa. “Vou colher duas vezes por semana, por um mês inteiro. Minha expectativa aqui é de colher 4 mil quilos nessa primeira, depois sobe para 7 mil, segundo os técnicos da Embrapa”, acredita. O que ele não vender aos vizinhos e visitantes, ele mesmo vai pôr nas próximas feiras de Itabaiana e de Canindé. “Recebi a visita de um empresário de Alagoas, que quer fazer suco de uva, me comprou duas caixas para experimentar e conversou comigo sobre eu fornecer a uva”.

Sidrack acredita no potencial da uva e quer expandir. Mas para ele, o maior problema de produzir frutas em Canindé é o escoamento da produção, que depende de atravessadores e não conta com indústrias de processamento. “Para ter uma ideia, nesta mesma área eu plantei maracujá antes. A produção foi boa, mas a dificuldade foi escoar, o mercado local não absorve. Quero reorganizar a cooperativa para promover a poupa de fruta, com o excedente que não vender. Vamos buscar recurso, buscar treinamento através do Sebrae e quem sabe em breve possamos pensar em produzir vinho”, aspira o produtor irrigante que acaba de se tornar presidente da cooperativa de produtores do Perímetro Califórnia.

Melhor renda

José Carlos Felizola é presidente da Cohidro e pensa que para melhorar a renda do agricultor, tem que agregar valor ao que saí das lavouras. “Incentivamos muito, em nossos seis perímetros irrigados, as experiências em plantações que não comuns na região. Esse aumento na variedade faz com que o mercado não refute um produto pela superprodução, como já ocorre em Canindé com o Quiabo. E o risco de mudar, como estão fazendo estes produtores de uva novatos, é mínimo, quando se tem o apoio técnico, nosso e da Embrapa, e a infraestrutura do Estado para fornecer irrigação. Outros campos experimentais estão sendo projetados em Canindé e em Lagarto isso já foi feito com a banana prata anã, a pera, a maçã e o caqui”, coloca o diretor, acrescendo que em Canindé, a empresa também apoiou doando o terreno da central de distribuição, que está sendo construída e vai facilitar o escoamento agrícola local.

Quem conhece bem as dificuldades ao vender o quiabo, é o outro agricultor irrigante, com os também meio hectares de uva, José Leidison dos Santos. Como Sidrack, ele recebeu 625 mudas de uva. A maioria da variedade Isabel, de mesa e para vinho, mas com uma parcela menor da Violeta, mais apropriada para sucos. “Vai deixar de plantar um produto desses, que sai por baixo uma caixa por R$ 40, para plantar o quiabo, que tem gente vendendo por R$13 o saco?”, questiona o produtor. “Se der certo, vamos tentar financiamento para aumentar. Pois se arranjar comprador, tem que ter mais. Botar mais um hectare”, acrescenta.

Manejo da uva

A fertirrigação é um sistema em que a água é enriquecida com todos os nutrientes necessários à planta e chega até ela na dosagem correta, através de mangueiras de gotejo. Tal sistema, empregado pela Embrapa nos campos experimentais, facilitou muito o trabalho de José Leidison. “Para mim está bom, trabalhei sozinho, não tive muito custo”, considera. Outra facilidade na operacionalização do parreiral é a poda feita por parcelas, com intervalo de sete dias uma da outra. Isso possibilita ter uva por quatro semanas e fracionar a mão de obra com a colheita que, por acaso, o agricultor fez nesta quinta-feira, 14.

Quem explica bem como é isso, é o técnico em agropecuária da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto). “Depois que poda, tem 95 a 100 dias para uma nova colheita. Assim, dá para ter três colheitas por ano. A poda feita para esta colheita foi entre os dias 29 de julho e 30 de agosto. Pelo escalonamento da poda de produção que foi feita, segundo o técnico da Embrapa, é para que tenha uva em ponto de colheita durante o mês de dezembro inteiro”, explica o técnico que vem acompanhando a introdução da cultura no Califórnia desde o começo. Acompanhando os técnicos da Embrapa nas visitas aos parreirais e vendo de perto o crescimento das plantas, hoje têm atuado como um suporte, da parte da estatal sergipana, na assistência técnica aos viticultores.

Aprendizado

Não é só Beto que faz dos novos parreirais uma escola. Segundo a gerente do perímetro irrigado, Elieane de Moura Moraes, está sendo terreno fértil para o aprendizado dos estudantes técnicos em agropecuária. “Mandei, com os nossos técnicos Joaquim Ribeiro, Tito Reis e Edmilson Cordeiro, os nossos estagiários para ajudar na colheita. Aqui todo mundo trabalha. Para eles que estão acompanhando o plantio de uva desde o começo, quando os visitavam com os professores do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, é uma experiência enriquecedora e, provavelmente, serão eles mesmos que vão cuidar dessas videiras, se a atividade realmente se consolidar e crescer no futuro”.

Pera e maçã

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, já foi introduzido um campo experimental de pera no Perímetro Califórnia e em breve terá outro de maçã. “Nos dias 1 e 2 de novembro, no lote do agricultor irrigante João Fernandes dos Santos, foram plantadas 384 mudas, totalizando uma área de 0,19 hectares com uma variedade de pera já testada em Petrolina. O técnico agrícola da Embrapa, Guy Rodrigues, informou que por enquanto eles só dispõem de mudas de pera, mas em seguida será a vez da maçã em outro campo, assim que forem adquiridas. Da mesma forma com que foi as uvas, estes dois outros campos terão o mesmo tipo de assistência e custeio para o produtor. Sem custos, eles só contribuem com a mão de obra”, completa.

Última atualização: 8 de junho de 2020 16:04.

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