Governo de Sergipe intensifica ações para garantir segurança das barragens sergipanas

Acompanhamento é feito por meio de monitoramento, fiscalização e operações preventivas

Governo de Sergipe intensifica ações para garantir segurança das barragens sergipanas – Barragem Jabiberi / Foto: Arquivo/ Semac

Toda vez que há uma alta precipitação pluviométrica, os reservatórios tendem a acumular um grande quantitativo de água. Quando estes alcançam sua capacidade máxima, há a possibilidade do processo de vertimento, que se dá quando o excesso de água acumulado é extravasado pela barragem. Esse processo é algo normal, realizado com a finalidade de conduzir a água de forma segura por meio de uma barreira, servindo como sistema de escape. O acompanhamento desse procedimento faz parte das ações desenvolvidas pelo Governo de Sergipe, no intuito de garantir a segurança das barragens e da população localizada às margens. Essas ações envolvem o monitoramento, como também a fiscalização, além de operações preventivas, seja no período de altas pluviométricas ou de estiagem.

Sergipe conta atualmente com os seguintes reservatórios: Três Barras, de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), localizado no município de Graccho Cardoso; Sindicalista Jaime Umbelino de Souza, conhecido como Poxim, de responsabilidade da Deso, localizado no município de São Cristóvão; Governador João Alves Filho, localizado nos municípios de Campo do Brito e Itabaiana; Governador Dionísio Machado, de responsabilidade da Coderse, localizado no município de Lagarto; Jabiberi, de responsabilidade da Coderse, localizado em Tobias Barreto;  Jacarecica I, localizado no município de Itabaiana; Jacarecica II, de responsabilidade da Coderse, situado nos municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo.

Na maior parte destes reservatórios, a água armazenada se destina ao atendimento das demandas do abastecimento público e de perímetros públicos irrigados. A gestão desses reservatórios é de responsabilidade dos empreendedores, o que significa que eles angariaram recursos para a construção dessas estruturas, como também é responsabilidade a operação, dados e segurança das barragens que estão nesses reservatórios.

Monitoramento
Já a Secretaria do Meio Ambiente e ações Climáticas (Semac) atua como órgão gestor dos recursos hídricos no estado, monitorando os recursos acumulados em reservatórios (lagos, lagoas, açudes), como também aqueles que estão em rios e poços. Desde 2018, a secretaria, por meio da Diretoria de Recursos Hídricos, em parceria com a Agência Nacional de águas e Saneamento Básico (ANA), tem conduzido o monitoramento do nível e do volume d’água dos reservatórios de Sergipe. A atividade é de extrema importância para a gestão de recursos hídricos, visto que permite a tomada de decisões relacionada aos aspectos da segurança das barragens e da segurança hídrica, por meio do estabelecimento de quatro estágios: normal, atenção, alerta e emergência.

O monitoramento se dá a partir da leitura diária do nível de água nas réguas (chamadas de estações limnimétricas) instaladas nos reservatórios, realizados por observatórios locais.  Os observadores inserem os valores lidos no sistema de Gerenciamento de Dados Hidrológicos (GDH), da ANA. No momento, está em fase de transição para um novo sistema, o HidroOberva, por meio do qual será possível inserir as leituras do nível d’água, a partir dos aparelhos celulares dos próprios observadores. Posteriormente, na Semac, as leituras desses níveis  inseridas no sistema são transformadas em volume, através das chamadas curvas “cotax área x volume” dos reservatórios. As informações resultantes são publicadas semanalmente no Boletim de Monitoramento do Volume dos Reservatórios.

De acordo com a engenheira civil da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Ana Paula Ávila Barbosa, a depender do estágio em que os reservatórios se encontram, os gestores poderão realizar ações específicas, tais como a diminuição do período diário de irrigação, suspensão temporária das outorgas de diário de uso de recursos hídricos destinados a usos não prioritários e racionamento da água para consumo humano. “A importância desse monitoramento é fundamental para o gestor público conhecer a quantidade de água que está acumulada. Então, esse monitoramento tem o aspecto para a segurança hídrica, no que diz respeito ao volume de água acumulada para o gestor tomar as decisões com mais precisão e segurança. A grande maioria dessas barragens serve tanto para irrigação como também para abastecimento humano. É interessante, por exemplo, havendo a possibilidade de período prologado de seca, para a adoção de algumas ações previamente, antes que o período se instale”, explicou a engenheira. 

Outra ação regular é relacionada à análise de dados, que envolve o monitoramento constante das informações coletadas nas barragens, como níveis de água, pressão, temperatura, entre outros parâmetros relevantes, para identificar possíveis anomalias.

Segurança
Além disso, o acompanhamento e fiscalização das barragens são medidas fundamentais para garantir a segurança dessas estruturas. Isso envolve a adoção de diversas ações por parte do Governo de Sergipe, como as inspeções regulares, realizadas periodicamente nas barragens para identificar possíveis problemas estruturais, erosões, infiltrações, desgastes, entre outros.

Para melhor coordenar essas ações, o Governo de Sergipe instituiu por meio do decreto nº 298 de 28 de abril de 2023, o Grupo de Trabalho para Estudos de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água. O GT é constituído por especialistas das secretarias de Estado do Meio Ambiente (Semac), Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Sedurbi), da Superintendência Estadual de Proteção e Defesa Civil (Supdec), e das companhias de Saneamento de Sergipe (Deso) e de Desenvolvimento Regional (Coderse). O objetivo é promover a segurança das barragens existentes; e incrementar a articulação entre o órgão fiscalizador do Estado, o órgão estadual de Proteção e Defesa Civil e os empreendedores, para o desenvolvimento das ações da Política Nacional de Segurança de Barragens.

O grupo está sob a coordenação da Semac e da Sedubi. Com isso, rotineiramente é realizada uma série de reuniões para discutir uma agenda de visitas e medidas a serem adotadas. O intuito é estabelecer um Plano de Segurança de Barragens, com diretrizes e medidas para prevenir riscos e garantir a eficiência operacional, além de padronizar protocolo para situações de emergência.

De acordo com o geólogo da Semac, João Carlos Santos da Rocha, os órgãos estão trabalhando para padronizar as ações para que todos atuem de forma conjunta para promover a segurança dessas barragens. “A ideia é que cada empreendedor, a cada seis meses, ao menos, visite a barragem para fazer um Relatório de Inspeção de Segurança Regular, para garantir que ela está funcionando de acordo, e não tenha nenhum problema que possa prejudicar a segurança dessas estruturas”, declarou João Carlos.

Dessa forma, o Governo do Estado tem trabalhado com objetivo de estabelecer a implementação de ações de manutenção regular e preventiva, visando mitigar riscos e garantir a integridade das barragens. “Em períodos em que estamos passando com altas precipitações, quase todas as barragens estão vertendo. Então, a preocupação é que ela tem que ter uma quantidade de água que esteja passando pelo vertedor foi dimensionado pelo projeto. A gente costuma dizer que a barragem é uma obra viva, com o tempo, ela vai sofrendo muitas alterações e a gente tem que acompanhar essa estrutura, que é de responsabilidade dos empreendedores. Então eles têm que garantir a segurança dessas obras. A Semac fiscaliza para verificar se esses empreendedores estão cuidando dando bem dessas barragens”, frisou o geólogo.

João Carlos tranquiliza ainda a população em relação a qualquer risco de rompimento das barragens, destacando que elas estão sendo monitoradas regularmente e em plenas condições de segurança. “Não há risco. Por isso que a gente trabalha fazendo esse acompanhamento rotineiro, no intuito de garantir essa segurança. Esse monitoramento é muito importante porque as barragens estão muito próximas de núcleos habitacionais. Então esse cuidado é fundamental porque, além de ser uma obra em que que foram investidos milhões na estrutura, ela atende à população e perímetro irrigado. Então, essas ações envolvem dois aspectos importantes: a segurança hídrica e da estrutura da barragem”, pontuou o geólogo da Semac.

Fonte: Notícias do Governo

Em visita acadêmica, alunos e pesquisadores da UFS avaliam barragem de irrigação da Cohidro em Lagarto

Foto arquivo pessoal

As condições estruturais e operacionais da barragem Dionísio Machado, em Lagarto, foram objeto de pesquisa em uma das disciplinas do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Sergipe – UFS. A estrutura pertence ao complexo do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro no município, e garante a distribuição de água para irrigação em 421 lotes de agricultores familiares. A visita se desdobrou na produção de trabalhos acadêmicos, que constataram a conformidade da barragem com a legislação vigente, representando baixo risco em razão das ações de monitoramento continuamente realizadas.

A visita e outras atividades realizadas em sala de aula serviram para a avaliação das condições estruturais e dos perigos associados à operação da barragem de irrigação, segundo conta a prof. Dra. Rosemeri Melo (UFS). “O objetivo foi colocar em prática, junto ao alunado da disciplina ‘Sistemas de gestão e avaliação de impactos ambientais’, uma verificação operacional. Avaliar quais os aspectos e quais os condicionantes de riscos a serem evitados no processo de avaliação contínua para o gerenciamento do empreendimento, seguindo as diretrizes da Agência Nacional de Águas – ANA e da legislação estadual. A barragem opera em conformidade com a legislação vigente e apresenta baixo perigo, desde que as ações de monitoramento sejam continuadas”, avaliou.

No dia 14 de agosto, receberam o grupo da UFS no perímetro irrigado, o gerente Gildo Almeida e a estagiária da Gerência de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Gedea), Karla Betyna. “A professora Rosemeri é minha orientadora de mestrado, na área de Monitoramento e Gestão Ambiental. Assim, a visita contribuiu para ter uma visão geral de como é a estruturação de uma barragem e entender a importância do monitoramento e da gestão desse instrumento de regulação”, considerou a engenheira ambiental. “Sempre recebemos estudantes e professores para visitar os lotes agrícolas do perímetro, e dessa vez, foi na barragem, fazendo uma pesquisa que avalia e pode contribuir para o nosso trabalho de gerenciamento”, considerou gerente do perímetro Piauí.

Kisley Santos Oliveira é aluno do 8º período de Engenharia Ambiental e Sanitária. Segundo ele, a professora deu continuidade à atividade acadêmica após a visita. ”Ela pediu um relatório técnico com uma análise crítica sobre a situação, falando sobre o modo de operação, as condições de conservação física e de acesso à área da barragem; além e questões de resíduos sólidos e afluência. É uma área importante, pois a barragem serve para abastecer grande parte da população. O Intuito era avaliar, com o aprendizado do último semestre, quais impactos essa barragem poderia gerar tanto ao meio ambiente, quanto à sociedade”, disse o estudante, que considerou como proveitosa a experiência na barragem e o acompanhamento feito pelos técnicos da Cohidro.

Cursando o 5° período do mesmo curso, Bárbara Costa afirma que foi possível compreender como se realiza uma vistoria técnica. “Entendemos, de modo geral, o funcionamento de uma barragem, uma vez que aprendemos quais são os seus principais elementos e suas respectivas funções: a importância da chuva para manter o nível de água na barragem; o funcionamento da captação de água para distribuição, principalmente para uma região que tem muitos períodos secos; os impactos gerados na região pela sua instalação; a determinação dos limites de uma Área de Proteção Permanente; entre outros. Isso tudo foi importante para o nosso aprendizado em relação à gestão e a avaliação dos impactos de uma barragem”, concluiu.

 

Barragens de Sergipe continuam seguras, apontam técnicos que monitoram a segurança dos reservatórios

Em reunião de segurança de barragens, relatórios apontam que o monitoramento constante garante a seguridade das barragens do Estado

Fotos: ASN

A equipe técnica que monitora todos os reservatórios de água de Sergipe, geridos pelo Governo do Estado, se reuniu na quarta-feira (24) para mostrar a situação das barragens. O Secretário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade – Sedurbs, Ubirajara Barreto, recebeu o resultado de todos as visitas preventivas feitas pela equipe de monitoramento.

“Nossas barragens não apresentam risco de rompimentos e isso se dá pelo trabalho que o Governo vem realizando periodicamente de monitoramento e ações preventivas. Esse trabalho é continuo e fundamental, não apenas no período de fortes chuvas”, explica o secretário Ubirajara Barreto, durante reunião de segurança das barragens ocorrida na sede Sedurbs.

Sãos seis barragens geridas pelo Estado, por meio da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso [Jaime Umbelino de Souza, no rio Poxim], e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro [perímetros irrigados Piauí, Jabiberi, da Ribeira, Jacarecica I e II]. As barragens localizadas em Sergipe armazenam somente água para consumo humano, animal e irrigação.

Segundo o secretário da Sedurbs, ficou definido que o monitoramento de todas as barragens do Estado continua a ser feito rotineiramente para avaliar a situação e possíveis riscos. “Existe uma equipe contratada pelo ‘Programa Águas de Sergipe‘ [PAS] para fazer o monitoramento de todas essas barragens do Estado. Nessa reunião de hoje, ficou definido que, independentemente dessa equipe, haverá um entrosamento entre os técnicos da Cohidro e Deso para realizarem juntos uma avaliação constantemente, tanto da parte de risco físico, quanto do todo”, relatou.

O secretário ressalta ainda que não há no momento nenhum risco de rompimento. “Dentro dos estudos podemos ressaltar isso, e inclusive, temos um acompanhamento, e é elaborado um plano a cada cinco anos das barragens de médio risco, e as de baixo risco a cada dez anos. Esses planos garantem mais eficácia e mais eficiência no monitoramento” conclui.

Participaram da reunião ainda, o diretor-presidente da Deso, Carlos Melo e o seu diretor de Meio Ambiente e Engenharia, Gabriel Campos; o diretor-presidente Cohidro, Paulo Sobral e o seu assessor técnico, Eduardo Salustin; o superintendente Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente [Serhma], Ailton Rocha e o técnico da Serhma, José Carlos Santos; além dos técnicos da Administração Estadual do Meio Ambiente – Adema,  Everton Teixeira e Gustavo Nunes de Araújo.

Monitoramento
Nessas barragens atuam, desde 2014, os especialistas que formam o Painel de Segurança de Barragens, contratados pelo PAS, encaminhando ações preventivas. O programa é financiado com recursos do Banco Mundial e constituído por quatro consultores nas especialidades: Hidrologia, Geotécnica, Hidráulica e Concreto. Os trabalhos do corpo técnico tiveram início em 10 de novembro de 2014, data da chegada dos especialistas a Sergipe, e corresponde a um investimento contabilizado em R$ 1.132.000,00 e, além disso, os técnicos da Cohidro e da Deso também fazem monitoramento constante.

“Desde 2014, o governo de Sergipe, por meio do Programa Águas de Sergipe, contratou especialistas que elaboraram um painel de segurança nas barragens. Eles vistoriaram todas as barragens de Sergipe que elaboram uma matriz de riscos e ações de curto, médio e longo prazo”, pontua Carlos Melo.

Inspeção de segurança nas barragens
Durante o último período de fortes chuvas registrados no mês de julho em Sergipe, a equipe de governo monitorou in loco e realizou inspeção nas barragens com técnicos capacitados para verificar a segurança de retenção de águas, pois, os seis reservatórios que banham oito municípios, distribuídos em três microrregiões do estado estavam todos cheios, após uma semana inteira de intensas chuvas. Foram constatados pelos técnicos, durante as inspeções, que apesar do volume de água ser alto, as barragens não apresentaram nenhum risco em sua estabilidade estrutural.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Governo envia especialistas para inspecionar segurança das barragens da Cohidro

Corpo técnico, formado por engenheiros e geólogo, começou pelo Perímetro Irrigado da Ribeira

[Fotos: Fernando Augusto]
Um grupo de especialistas do governo de Sergipe deu início a uma série de vistorias para verificar a segurança nas barragens de retenção de água dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Os cinco reservatórios banham sete municípios, distribuídos em três microrregiões do estado e estão todos cheios, após uma semana inteira de intensas chuvas. A primeira visita aconteceu na barragem construída para abastecer o Perímetro Irrigado da Ribeira, entre os municípios de Itabaiana e Campo do Brito, fornecendo água para agricultar 466 lotes familiares e para o consumo humano das áreas urbanas em seu entorno, a partir de captação da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso.

O grande volume de água sendo disperso nos vertedouros dessas barragens causam receio na população e, para tranquilizar os moradores dos seus entornos, a Cohidro buscou a opinião técnica dos seus engenheiros civis e do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil – Depec, além do geólogo da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – Serhma. Na sequência, a companhia vai repetir as diligências nas demais barragens e, segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, é uma medida preventiva que reforça o trabalho que vem sendo feito para monitorar a segurança nessas estruturas.

“Temos a confirmação do Painel de Segurança de Barragens, que é o corpo de especialistas independentes, convocado pelo Programa Águas de Sergipe [do Governo do Estado], classificando as nossas barragens como de baixo risco quanto à capacidade de descarga de seu vertedouro e à consequente possibilidade de galgamento – que é o risco da estrutura de barramento da água se romper. Para reforçar essa garantia que já temos e tranquilizar a população, estamos enviando esses especialistas convidados e os nossos engenheiros civis Adnaldo Santana e Igor Garcez. Fora isso, nossas equipes locais estão fazendo visitas diárias nessas barragens para nos informar qualquer mudança no comportamento dos seus taludes”, informou Paulo Sobral.

Apesar do volume de água que a barragem do perímetro da Ribeira está comportando e dispersando em seus vertedores, José Roberto Oliveira, engenheiro Civil da Depec, constatou que ela não apresenta nenhum risco em sua estabilidade estrutural. “Na vistoria que nós fizemos, observamos a condição dos taludes, principalmente a jusante [o sentido da correnteza, num curso d’água], para ver se existe alguma insurgência de água, alguma dolina ou minante. A gente sabe que uma insurgência de água a jusante da barragem poderia ser um risco, a depender do seu volume. Mas nós não vimos nada que pudesse indicar perigo aos moradores que residem na parte a jusante da barragem”, disse, reforçando a importância que a barragens têm na contenção de cheias, além do acúmulo de água proporcionado para múltiplos usos e perenização dos rios.

Também na avaliação de João Carlos da Rocha, geólogo na Serhma, não há inícios de risco na estrutura da barragem. “O ideal é que se veja as insurgências, as percolações em período seco, mas demos uma olhada no pé da barragem, que seria o ponto mais crítico. Estava passando muita água – em grande parte em função das precipitações bastante elevadas -, mas água estava relativamente limpa e a gente não via nenhuma saída exagerada de água que pudesse comprometer a segurança da barragem, em relação à altura de lâmina d’água que ela atingiu”, avaliou. Ainda segundo ele, o grupo deve retornar ao local em dia seco, equipado com um drone, para verificar a estrutura da barragem com maiores detalhes.

[vídeo] Não houve rompimento da barragem Jacarecica II

O gerente e o técnico agrícola do Perímetro Irrigado Jacarecica II, Osvaldo Andrade e Jenaldo Oliveira, gravaram estes vídeos para esclarecer a população. Assim, a Cohidro esclarece que não houve rompimento da barragem que abastece os lotes agrícolas entre os municípios de Riachuelo, Areia Branca e Malhador. A barragem não sofreu nenhum dano estrutural com as chuvas, apenas encheu e a água extravasou pelo vertedor, cumprindo sua função normal de acumular água e reter os grandes volumes que poderiam causar prejuízo a jusante.

Para se ter uma ideia, no complexo de barragens dos perímetros Jacarecica I e II, são 35.100.000 m³ de água represada e que deixa de correr o curso normal do rio. A água que extravasou do Jacarecica II, naturalmente, se somou às águas do rio Jacarecica, cujo nível já estava elevado pelas chuvas, assim como o Rio Sergipe, onde deságua mais adiante e que sofre ainda a influência das marés altas.

Da mesma forma o Painel de Segurança de Barragens, corpo de especialistas independentes convocado pelo Programa Águas de Sergipe do Governo do Estado, classificou a barragem do Jacarecica II como de baixo risco, “quanto à capacidade de descarga de seu vertedouro e à consequente possibilidade de galgamento”.

Governo do Estado reúne gabinete de situação para monitoramento de barragens e chuvas

Desde que foi dado o alerta de alto índice de precipitação, o Estado tem monitorado a situação e mantém prontidão para atender as emergências 

Diretores Paulo Sobral (presidente) e João Fonseca (Irrigação) representaram a Empresa

O Governo de Sergipe reuniu nesta quinta-feira(11), um gabinete de situação para monitoramento de barragens e chuvas. A reunião ocorreu na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade(Sedurbs), a fim de tratar da situação das barragens no estado. Já choveu nos dez primeiros dias do mês de julho, 307 milímetros, ultrapassando a média histórica para a Grande Aracaju em todo o mês, que é de 215 mm. Desde que foi dado o alerta de alto índice precipitação, o Estado tem monitorado a situação e mantém de prontidão para atender as emergências.

De acordo o secretário da Sedurbs, Ubirajara Barreto, o governo do Estado monitora a situação de todas as oito barragens e não há riscos. Porém, cinco já verteram água e a população que mora nas proximidades dessas áreas deve ficar atenta. “Todos os órgãos do governo estão empenhados neste trabalho de monitoramento das barragens e atendimento da população. Só em dez dias deste mês choveu 92mm a mais do que a média histórica para os 30 dias de julho. É importante ressaltar que no tocante a segurança da estrutura das barragens, todas estão dentro da normalidade, sem riscos”, explica o secretário.

A Companhia de Saneamento de Sergipe, Deso, esclarece que a Barragem do Poxim Açu não está vertendo água e vem cumprindo seu papel de retenção e minimização de impacto de cheias.  Segundo o diretor-presidente da Companhia, Carlos Melo, a barragem armazenou todo o acúmulo de chuvas até o momento. “As chuvas dos últimos dias surpreenderam a todos pelo alto índice e a barragem já atingiu 95,2% da sua capacidade de volume útil, sendo que a qualquer momento ela pode verter água. A Deso está com uma equipe de monitoramento constante na barragem do Rio Poxim Açu para avaliar o aumento do volume de água”, explica.

O diretor-presidente disse ainda ser importante esclarecer que a inundação que ocorre em Aracaju, no bairro Jabotiana ( Largo da Aparecida, conjuntos Santa Lúcia, JK e Sol Nascente), em Nossa Senhora do Socorro (Parque dos Faróis) e no município de São Cristóvão (Jardim Universitário) ocorreu pelas cheias do Rio Poxim Mirim e não da barragem do Poxim Açu, além da influência da amplitude da maré.

A Defesa Civil do Estado está em alerta constante para os casos de emergência e monitora as áreas de risco de inundação. Na reunião, além do coordenador estadual, Ten. Cel. Alexandre José Alves Silva, estiveram presentes os coordenadores dos municípios de Aracaju, São Cristóvão e Socorro.

“Os órgãos emergenciais estão de prontidão para atender as necessidades dos sergipanos e a Defesa Civil recomenda à população que se o nível de água dentro das residências se elevar, é importante deixar o local e procurar abrigo em lugar seguro, além de ligar para os órgãos de segurança”, disse o coordenador estadual da Defesa Civil.

Barragens do interior
Barragem João Alves, a da Ribeira, entre os municípios de Campo do Brito e Itabaiana – a população dos municípios de Itaporanga, São Cristóvão e localidades próximas à barragem deve ficar atenta ao nível da água; Jacarecica II, entre os municípios de Malhador e Riachuelo –  Municípios em situação de alerta – Laranjeiras e Riachuelo; Dionísio Machado, em Lagarto e Piauitinga, Salgado – municípios em atenção Salgado e Estância; Jabiberi, em Tobias Barreto, risco mínimo de vertimento que pode afetar a população.

Participaram da reunião, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade – Sedurbs, Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – Serhma, Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, Defesa Civil do Estado e dos municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão e a Empresa Municipal de Obras e Urbanização – Emurb.

Para onde ligar em caso de emergência
Na capital, o telefone é o 199. Em Nossa Senhora do Socorro, 0800-2845367 e (79) 98834 8626. Os moradores de São Cristóvão devem ligar para o (79) 99975-4412. Em situações de emergência em qualquer lugar do estado, o contatar é 193.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Governo discute plano de Segurança e de Emergência para barragens

José Carlos Felizola reuniu gestores e técnicos da Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Deso, Cohidro e Adema para reforçar as medidas preventivas nas barragens em Sergipe

O governo de Sergipe está atento às questões de prevenção nas barragens do Estado, e por conta disso, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, realizou nesta terça-feira, (05), uma reunião com os órgãos competentes para discutir as medidas preventivas que garantam a segurança estrutural das barragens que são de responsabilidade do estado – Foto: Marcos Rodrigues/ASN

O governo de Sergipe está atento às questões de prevenção nas barragens do estado e, por conta disso, o secretário Geral de Governo, José Carlos Felizola, realizou reunião, nesta terça-feira (05), com os órgãos competentes para discutir as medidas preventivas que garantam a segurança estrutural das barragens que são de responsabilidade do Estado. Na ocasião, foi debatida a implantação de Plano de Segurança de Barragem e Plano de Ação Emergencial.

Segundo José Carlos Felizola, o estado possui Sergipe possui 13 barragens. Entre elas, oito são administradas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e cinco sãos geridas pelo estado, por meio da Deso e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O plano de Segurança pretende identificar as situações de emergência que coloquem em risco a integridade e a segurança da barragem, estabelecendo as ações necessárias para esses casos. Dessa forma, é possível evitar ou minimizar danos com perdas de vida e de propriedades.

“O importante é ressaltar que nossas barragens não têm problemas estruturais e que todas as medidas de segurança vêm sendo tomadas pelo governo, mesmo anteriormente aos desastres acontecidos em Brumadinho e em Mariana”, explica Felizola, ressaltando que as barragens localizadas em Sergipe possuem características diferentes, já que armazenam somente água para consumo humano, animal e irrigação.

Nessas barragens atuam, desde 2014, os especialistas que formam o Painel de Segurança de Barragens contratados pelo ‘Programa Águas de Sergipe’ (PAS), encaminhando ações preventivas que afastam o temor criado pelos casos de Mariana e Brumadinho.

O Painel de Segurança de Barragens do PAS, financiado com recursos do Banco Mundial, é constituído por quatro consultores nas especialidades Hidrologia, Geotécnica, Hidráulica e Concreto. Os trabalhos do corpo técnico tiveram início em 10 de novembro de 2014, data da chegada dos especialistas a Sergipe, e corresponde a um investimento contabilizado em R$ 1.132.000,00.

“Desde 2014, o governo de Sergipe, por meio do programa Águas de Sergipe, contratou especialistas que elaboraram um painel de segurança nas barragens. Eles vistoriaram todas as barragens de Sergipe, elencaram uma matriz de riscos e ações de curto, médio e longo prazo”, pontua o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Melo.

O secretário executivo da Defesa Civil, Major Queiroz, reforçou que nenhuma das barragens sergipanas está irregular. “Estamos aqui para tranquilizar a população sobre as barragens. A barragem do Poxim foi a única que despertou certo receio da população.  No entanto, analisamos que o risco existente é baixo e, mesmo assim, ela está sendo monitorada pela Deso. Estamos em fase de discussão do Plano de Segurança de Barragem e Plano de Ação Emergencial, que garantirão ainda mais a segurança das barragens”, explicou.

Já o superintendente de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Olivier Chagas, destacou que os planos são preventivos. “O estado de Sergipe está se antecipando, para evitar, no futuro, algum problema”, completou.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

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