Primeira poda das uvas e início da produção de pera no Perímetro Califórnia

No Califórnia, já existe produção de cachos de uva perfeitos. Poda visa promover uma produção homogenia em dezembro – foto Andrea Santtos(Califórnia-Cohidro)

A poda estimula a videira na produção de novas brotações a partir de gemas dormentes, o que vem a gerar novos frutos. A expectativa é de que o manejo realizado nesta terça e quarta-feira, 29 e 30 de agosto, vá resultar na primeira colheita à nível comercial das uvas em dezembro, nos dois campos alocados em lotes de irrigantes do Perímetro Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. A Embrapa – Semiárido instalou quatro experimentos no município, via convênio de transferência de tecnologia, e já se prepara para trazer também a pera e a maçã, ao polo irrigado do Governo do Estado.

Uva já é uma cultura consolidada em Petrolina-PE – há 468km de Canindé que, por sua vez, fica distante 213km da capital sergipana – muito graças às pesquisas feitas pela unidade da Embrapa alocada no município pernambucano. De lá vieram engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, mudas e insumos, via convênio que ainda integra a Codevasf, administradora do Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba. Este fica situado entre Canindé e Poço Redondo e é onde outros dois campos experimentais foram implantados, recebendo a mesma assistência que os do Califórnia, gerido pela Cohidro.

Todo custo, que inclui a assistência técnica da Embrapa, mudas, nutrientes utilizados na fertirrigação e o próprio sistema de irrigação, são custeados pelo convênio durante dois anos e o produtor rural só entra com o a área de plantio e a mão de obra. Um deles, do grupo assistido pela Cohidro, é Levi Alves Ribeiro (Sidrack), que plantou 684 mudas da variedade Isabel, em meio hectare.Terça-feira recebeu um técnico da Embrapa e quatro da companhia sergipana.“Essa é a hora de maior importância. É claro que toda condução e orientação da videira é de suma importância, porém, agora estamos iniciando a poda de produção”, valoriza.

Sidrack explica que, ao fazer esse manejo de estimulo à produção das videiras, uma parte do parreiral por semana, facilitará fazer colheitas em dias diferentes, podendo ofertar frutos frescos, ao comércio, por um por período maior. O lote “será dividido em quatro parcelas de poda. A primeira, que foi hoje e a cada sete dias outra. Quarta-feira próxima iremos podar outra parte. A ideia da poda em parcelas, é trabalhar a comercialização”, conclui ele que, junto de José Leidison dos Santos, foram selecionados pela Cohidro a receber os campos experimentais, pela dedicação aos seus cultivos anteriores e a excelente assimilação que têm às orientações técnicas.

Essa etapa da assistência aos produtores foi feita por intermédio do Técnico Agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina. Ele reforça o uso do método que divide o lote em parcelas, explicando que outras ações precisarão ser feitas no parreiral até chegar a colheita. “Na poda de produção, a gente fez escalamento de poda, para que a gente possa colher o mês de dezembro inteiro. Então, essa poda de hoje, o objetivo é já colher frutos para daqui a 95 ou 100 dias, aproximadamente. Tem outros manejos, como a condução da rama. Mas previsível, só acompanhando mesmo a cultura, para ir monitorando ela”, condiciona ele que avaliou positivamente a atuação dos irrigantes donos dos parreirais em Canindé.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto orienta aos produtores dessas variedades frutíferas, exóticas à fruticultura da região, que é necessário estar aberto para orientação dos técnicos e agrônomos que fazem a assistência.“Há muitos procedimentos que dependem de uma avaliação profissional da situação da planta. Da poda à amarração dos ramos e orientação das gavinhas, adubação e período de irrigação. Para isso, os nossos técnicos estão sempre a postos, seja em Canindé, seja em Lagarto, onde existem campos experimentais de pera, caqui e maçã”, esclarece.

Pera e maçã
Técnico Agrícola do Califórnia, Roberto (Beto) Ramos está acompanhando o procedimento de transferência de tecnologia junto dos colegas de perímetro e esclarece que, até o momento, uma área foi preparada para receber mudas de pera em Canindé, mas é esperado a criação de campo experimental de maçã também. “Nós técnicos da Cohidro, juntamente com o técnico da Embrapa, estivemos no lote e ficou tudo certo para a implantação da referida cultura, com o casal de produtores Creusa e Charles Roberto. Serão 500 mudas plantadas, no espaçamento de 4 por 1,25 metros”, informou sobre o novo lote.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, acha que todo empenho para ampliar a gama de produtos ofertados nos perímetros irrigados, é válida para promover a geração de renda do agricultor familiar. “Se ele oferecer o que a maioria não tem, ele se sobressai com melhores preços de mercado, vai disputar preço com o produto de outros estados, com baixo custo de frete e gerar renda. O melhor disso tudo ainda é que, embora poucos produtores tenham recebido subsídios para plantar essas frutas, os outros produtores, dentro do perímetro ou não, poderão ir ver e se espelhar nessas tecnologias para produzir também, sem se aventurar em algo que ninguém sabia, até agora, se dava certo na região”, defende.

Guy Rodrigues informou ainda que, por enquanto, a Embrapa – Semiárido só dispõe de mudas de pera para trazer para Canindé, mas em seguida será a vez da maçã, em outro campo, assim que forem adquiridas. “A primeira é a cultura da pera, que o produtor já está com o solo pronto. Eu creio que dentro de 30 dias, deva haver o plantio dela”, completa o técnico que nas visitas aos campos do Perímetro Califórnia, tem sido sempre acompanhado pelos colegas da Cohidro: Joaquim Ribeiro, Edmilson Cordeiro, Tito Reis e o próprio Beto. Eles aprendendo, na intenção de continuar dando assistência aos produtores irrigantes após os dois anos de vigência do convênio.

Jackson Barreto entrega sistemas de abastecimento de água em Canindé e comenta investimentos em Perímetro Irrigado

Foto: ASN

Para levar o acesso à água potável para a população de Canindé de São Francisco, o governador Jackson Barreto foi até o município do Alto Sertão nesta sexta-feira, 11, e entregou sistemas de dessalinização do Programa Água Doce em três localidades: assentamentos Mandacaru, 12 de Março e Comunidade Caiçara, um investimento de R$ 450 mil. A ação beneficia cerca de 750 pessoas de 150 famílias canindeenses.

O governador foi recepcionado com festa e explicou que ampliar o abastecimento de água nas comunidades do Sertão sergipano significa levar dignidade e felicidade a um povo que enfrenta dificuldades ao conviver com a seca.

“As chuvas chegaram, mas o governo continua trabalhando para levar água de qualidade para o povo do Sertão. Nós não podemos passar mais a situação que já passamos, a população sofreu muito. Estamos entregando hoje três dessalinizadores. O valor pode parecer pouco, mas quando se trata de levar água de qualidade para a população do Sertão, estamos fazendo um benefício sem tamanho. Para mim, é uma alegria voltar ao nosso sertão, já que estive aqui na semana passada para inaugurar cerca de dez obras em Nossa Senhora da Glória ao lado do prefeito Chico dos Correios”, declarou, relembrando o ex-prefeito do município Orlandinho Andrade, falecido em março. “Quando eu venho em Canindé, para uma solenidade dessa, lembro de Orlandinho. Impossível não lembrar dele”.

Foto: ASN

De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, em cada sistema dessalinizador foram investidos R$ 150 mil. “Isso aqui é uma obra importantíssima para governo do Estado, que trouxe algo da melhor qualidade: água pura e tratada que proporcionará qualidade de vida paras as comunidades beneficiadas e refletirá na saúde dessas pessoas. O senhor, governador, vem aqui para fazer obras para as pessoas, para trazer um benefício tão importante quanto esse, isso representa o olhar do Estado. Os dessalinizadores são investimentos do governo em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Programa Água Doce”.

Olivier também ressaltou a preocupação ambiental do programa. “Essa obra tem uma responsabilidade ambiental muito grande. O descarte da água, por ter um alto grau de salinização, tem que ser feito de forma responsável para não prejudicar o solo. Para isso, são construídos, também, um tanque pra receber esse rejeito”, acrescentou.

Para a líder comunitária do assentamento Mandacaru, Maria das Dores França, a chegada da água representa uma grande alegria para os moradores locais. “Estamos todos felizes com essa água boa. Isso é muito importante para gente, porque era muita escassez de água e dependíamos dos carros-pipa, agora vamos ficar tranquilos”.

Já a líder comunitária do assentamento 12 de Março, Jailma Pereira, afirmou que os recursos disponibilizados pelo governo na comunidade ajudarão a acabar com a dependência dos carros-pipa. “A gente necessitava muito dessa água, porque dependíamos dos carros-pipa. Agradecemos muito por esse trabalho. Estamos em um paraíso, só a gente sabe o quanto significa essa água pra nossa comunidade”.

Mãe de três crianças, a moradora da Comunidade Caiçara, Maria Daniele Niela, comentou o quanto o acesso a água facilitará sua rotina e ajudará a melhorar a saúde na localidade. “Antes, a gente precisava carregar água do chafariz. Agora, vai ficar melhor. Essa água é muito boa, é tratada. Os moradores estão felizes demais”.

Respondendo a uma solicitação da população da Caiçara, Jackson incumbiu ao secretário Esmeraldo Leal que recorra aos trâmites legais, por meio do crédito fundiário, para regularizar as terras da comunidade e, a partir disso, realizar um projeto junto à Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) para levar a rede de energia elétrica ao local e possibilitar maior segurança e conforto aos moradores.

Programa Água Doce
O programa é uma ação do Ministério do Meio Ambiente, por meio da secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O programa assumiu a meta de implantar 1.200 sistemas de dessalinização, com investimentos de R$ 240 milhões beneficiando, aproximadamente, 500 mil pessoas.

Em Sergipe, serão implantados 33 sistemas de dessalinização. São 25 sistemas que disponibilizarão água potável com qualidade numa primeira etapa e oito na segunda etapa. Ao todo, serão 75 comunidades beneficiadas em 14 municípios, a partir de um investimento total de R$ 6.652.305,90, beneficiando 2.757 famílias.

O primeiro município sergipano a ter um sistema de dessalinização instalado foi Poço Redondo, na comunidade remanescente quilombola Serra da Guia. Também já foi entregue um sistema em Nossa Senhora da Glória, em Aningas; quatro em Carira, nos povoados Bezerra, Três Tanques, Lagoa dos Porcos e Macaco e seis dessalinizadores em Poço Verde, nos povoados de Cova da Índia, Recanto, Ponta da Serra, Lages, Cachorro Morto e Cacimba Nova.

Ao todo, o Alto Sertão vai receber 12 sistemas de abastecimento, levando água de qualidade para os municípios de Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória.

O prefeito de Canindé, Ednaldo Vieira, falou das ações do governo do Estado no município. “Ficamos felizes porque são dias melhores para o nosso município. Esse é o papel da nossa gestão e do governador, que não tem fechado os olhos para o nosso povo. Mesmo com tantas dificuldades enfrentadas pelo Estado, ele tem trazido para o sertão e para todas as comunidades o que há de melhor”.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Esmeraldo Leal, a implantação de dessalinizadores ajuda na permanência das famílias em seu local de origem. “Nós estamos numa das regiões mais secas do estado de Sergipe, com uma excelente produção de leite, no entanto, com pouco acesso à água. Trazer água significa viabilizar a permanência dessas famílias aqui. Com isso, a gente vai ter certeza que essas comunidades vão produzir bem e viver bem”.

“Não é apenas nos momentos de dificuldades que temos que pensar a questão da água. Água de qualidade é saúde também. Estamos aqui entregando mais um compromisso que o governo do Estado em prol das comunidades do Sertão”, declarou o vice-governador Belivaldo Chagas.

Ações na região
Durante a solenidade, Jackson fez um resumo das ações já empreendidas na região. Ele destacou a construção da Orla de Canindé, os investimentos em bombas e motores no projeto Califórnia e a reforma do pelotão Especial de Policiamento em Área de Caatinga (Pepac), situado no povoado Vaca Serrada, em Porto da Folha.

“Estamos investindo mais de R$ 4 milhões nas bombas, motores do projeto Califórnia para que os pequenos agricultores daqui mantenham seu sustento. Estive recentemente em Brasília lutando pela barragem da Barra da Onça. Não saio do governo sem antes realizar essa obra. Estamos reformando o Pelotão da Caatinga, atendendo um pedido da população, que me parava para perguntar do retorno do Pelotão. Nesta semana, também fui ao Ministério da Educação para pedir a liberação de mais recursos para a construção do Instituto Federal, que está sendo construído em Poço Redondo. Tive a garantia do ministro da Educação da liberação dos recursos para o Instituto Federal, tanto de Poço Redondo, como o de Nossa Senhora da Glória. É dessa forma que o governador procura atuar”, afirmou, anunciando a licitação da ponte da Lagoa da Volta, em Porto da Folha.

“Nós já estamos no processo para fazer a licitação da ponte da Lagoa da Volta. Já conseguimos os recursos de R$ 3,5 milhões. Já avisei ao prefeito e ao ex-prefeito Manoel de Rosinha”, declarou Jackson.

Presenças
Acompanharam as solenidades o deputado federal João Daniel; os deputados estaduais Luciano Bispo (presidente da Assembleia), capitão Samuel, Jefferson Andrade e Jairo de Glória; os prefeitos de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, Chico do Correio e Marinez Silva; o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), José Carlos Felizola Filho; o ex-prefeito de Poço Redondo, Roberto Araújo; o ex-deputado federal Rogério Carvalho, o ex-deputado estadual, Mardoqueu Bondano e lideranças locais.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Programa de Recuperação de Barragens tem êxito no Alto Sertão

Barragem na Serra da Guia em obras -Foto Fernando Augusto(Ascom/Cohidro)

No Alto Sertão Sergipano, foram sete barragens públicas que passaram este ano por obras do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, executado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Todas captaram água, graças às chuvas que caíram a partir de abril e, na maioria dos casos, atingiram a capacidade total de armazenamento e até verteram. Em outros municípios fora dessa microrregião e que, de igual forma, decretaram situação de emergência devido à seca em 2016, a Empresa reformou seis reservatórios de médio porte.

Segundo o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o Programa vem sendo possível a partir de convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh). “Neste ano, a Empresa contou com R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep). Isso permitiu recuperar 12 barragens públicas em todo Estado, a perfuração de 20 poços comunitários e a instalação de quatro sistemas de abastecimento de água em povoações rurais de Lagarto e Simão Dias”. Mas o diretor completa que essas obras também ocorreram em anos anteriores. “A parceria vem desde 2012 e já reformou quase 2 mil aguadas rurais, 33 delas públicas e de médio porte”.

Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral explica que as barragens recuperadas têm como função principal a dessedentação animal. “ São pequenas aguadas em propriedades de pequenos criadores, ou reservatórios maiores de acesso coletivo, como é o caso de todas as que foram limpas e ampliadas agora, neste ano. Em todos casos, usamos máquinas para retirar o excesso de sedimentos, aumentar sua a extensão e reforçar as barreiras de contenção”, disse, reforçando que sempre que a benfeitoria for em terreno particular, o proprietário da área assina um termo de concessão pública da água, para atender os demais moradores.

No Assentamento Paulo Freire, em Porto da Folha, a obra de recuperação já alcançou o seu objetivo por completo. A chuva, com maior intensidade neste município sertanejo do que em outros, fez a barragem chegar ao ápice e até verteu. Assentados, como Eronildes Antônio da Silva, levam o gado para beber no reservatório ou carregam a água até os criatórios. “Crio duas vacas, uso para levar água, para botar aqui, a gente bebe daqui, para botar no tanque, no terreno, que diga”, contou.

Os assentados do Paulo Freire comemoram, acreditam que agora, com a barragem ampliada e cheia, a reserva vá durar por mais de um ano. “Foi boa, foi um projeto bom para nós, porque tem muita água para nós, para os bichos beber. Estava aterrada com muita lama, quando ‘os cabras’ vieram não tinha mais água não, agora tem muita água graças a Deus”, agradece Eronildes.

Poço Redondo
Na Comunidade Serra da Guia o Programa recuperou o reservatório que estava completamente vazio e que depois das chuvas deste inverno, está agora inteiramente cheio. A localidade existe como território quilombola oficializado desde a sua demarcação, em 2004. Em seus 2.310 hectares de terra produzem, de forma coletiva, 200 agro-famílias e a principal atividade é a criação de gado leiteiro.

José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia. Produtor agrícola local, ele relata que agora que está cheia, a á água acumulada pode durar até 2 anos, principalmente por que ali não é permitido a captação da água que não seja para o uso da própria comunidade. “Essa obra da barragem chegou em uma boa ora, graças a Deus! A barragem existe há mais de 30 anos e usamos a água tanto para dar ao gado como para a lavagem de roupas”, relata.

Mesmo sendo no mesmo município, no Povoado Queimadas a chuva foi em menor intensidade do que na Serra da Guia, resultando em uma barragem recuperada que não encheu em sua totalidade, alcançando cerca de 50% da capacidade. Engenheiro Civil da Cohidro responsável pela obra, Valdi Aragão Porto explica que do reservatório foi retirada muita lama, sedimentos depositados no fundo. O que aumentou bastante a sua capacidade de reservamento de água.

Osman Vieira Aragão, pequeno criador de gado vizinho à Barragem, contou o seu uso da água da barragem é para o consumo residencial e para o gado, principalmente. “Mais gente usa, a redondeza aqui usa. A esperança é ver ela cheia, que é para todo mundo ficar alegre”. Ele ficou satisfeito com a reforma, comparando com a sua situação anterior. “Rapaz, já tem muito tempo, nós morávamos aqui já, tem mais de 10 anos que vieram fazer essa barragem e agora tem mais volume de água. Estamos satisfeitos, ficou melhor, muito maior e ela demora mais tempo para secar”, completa.

Canindé de São Francisco
O acúmulo de água na obra do Programa de Recuperação de Barragens em Canindé ainda é tímido. As chuvas não caíram em volume suficiente para encher o reservatório reformado na localidade. Mas o morador da Agrovila Serra Azul, no Assentamento João Pedro Teixeira, João Vieira de Lima (mais conhecido por Gaspar) acredita que sem a intervenção da Cohidro na barragem, que secou há bastante tempo, nem estaria apresentando a atual reserva. Também é expectativa deles, que a água alcance um volume bem maior quando chegarem as chuvas de trovoadas, no final para o início do novo ano. Mais ou menos quando secarem os pequenos tanques que cada pequeno criador assentado tem em seu lote, e daí se fará necessário o uso desta maior.

“Satisfeitos nós estamos né? Porque se não tivesse feito a limpeza, ela não estaria apresentando a água que tem hoje, porque ali todinha tinha lama. Então, provavelmente a água ia ficar por baixo da lama. Ruim é como ela estava, mas hoje graças a Deus! Há uns três ou quatro anos ela estava seca, sem água nenhuma. Com essa chuva que teve é um pouco, mas um pouco que está agradando todo mundo com essa água. Nós estamos tendo água para os animais, tanto na barragem grande comunitária que foi limpa, como nas barragens pequenas, que não estamos mais dependendo do carro pipa, para estar abastecendo as comunidades”, comemora Gaspar.

Canindé de São Francisco
Rildo Joaquim Carvalho, secretário Municipal de Agricultura em Canindé, considera de grande importância o Programa e espera que ação se repita, nos próximos anos, aproveitando o grande volume de chuva que ocorre no inverno. “A importância das obras que a Cohidro vem realizando, a nível de Estado, é exatamente você aproveitar as águas da chuva e reter elas. E a gente ficar com um volume de água, não jogado fora e sim, para que seja servido as comunidades. A comunidade estava necessitando, todo Sertão, não só da Serra Azul. Esperamos que esse programa venha cada vez mais crescendo e o Governador se sensibilize com as ‘chuvadas’ que estão acontecendo”, direcionou.

Outros municípios sertanejos
O Governador inaugurou a barragem no Povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória, no dia 22 de maio. Esta foi recuperada também nessa edição do Programa e na época já estava cheia, pela ação das chuvas ainda do comecinho do inverno. “São benefícios importantes para o homem do campo e o produtor rural neste momento em que levamos medidas ao Sertão para enfrentar a estiagem”, afirmou Jackson Barreto.

Da mesma forma ocorreu em Nossa Senhora de Lourdes, com o reservatório próximo à sede municipal completamente cheio. Em Gararu, no Povoado Lagoa de Dentro, a reforma obteve êxito por ter acúmulo da água na barragem que, mesmo não chegando à sua capacidade total, já serve de alento à comunidade que depende da reserva hídrica para dar de beber ao gado.

Governo do Estado amplia fornecimento de água para sergipanos na zona rural

Inve

Sistemas de abastecimento instalados em poços da Cohidro solucionaram carência por água potável em regiões fora do alcance redes de distribuição

stimentos realizados pelo Governo do Estado estão garantindo maior acesso à água no interior sergipano. Seja em comunidades rurais ainda sem fontes de abastecimento, ou em regiões afetadas pela seca e sem reservas hídricas para o gado, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste ano dispôs de R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), para investir na compra de materiais de perfuração para 20 poços, instalação de quatro sistemas de abastecimento e a recuperação de 12 barragens de médio porte, beneficiando cerca de 20.000 pessoas em 22 municípios sergipanos.

São recursos oriundos do convênio entre o órgão e a Secretaria de Estado Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). O trabalho nas barragens foi concluído e agora estes reservatórios estão acumulando água das chuvas de inverno, para uso no próximo período de estiagem nessas áreas onde, em 2016, foi decretado estado de emergência devido à seca e que atendem, principalmente, a dessentação animal, em rebanhos que são a geração de renda para 9.978 moradores da zona rural.

No último dia 9, o vice-governador Belivaldo Chagas, em Simão Dias assinou ordem de serviço para começo das obras que vão construir quatro sistemas de armazenamento e distribuição de água para consumo humano no Assentamento Maria Bonita e no Povoado Sítio Alto, naquele município, atendendo 217 pessoas. O mesmo vai acontecer nos povoados Saco Grande e Piabas, em Lagarto. Neste último, a infraestrutura vai poder também abastecer a comunidade vizinha de Candeal das Cajazeiras, totalizando o benefício para cerca de 800 pessoas no município.

“Quando a gente investe no campo, a gente tem a garantia de desenvolvimento do estado, afinal de contas, quando falamos dos pequenos agricultores, os agricultores da agricultura familiar, são eles que produzem os alimentos que levamos à mesa em nossas casas. Então é preciso que a gente dê condições de trabalho para eles. Quando trabalhamos em benefício do campo, também fazemos com que o município como um todo tenha desenvolvimento. Porque o que se produz lá gera uma cadeia produtiva e, além, de ajudar os agricultores, ajudamos a economia local e do estado”, disse Belivaldo, no ato em que distribuiu 28 mil quilos de sementes de feijão e milho, material forrageiro para pequenos criadores e a reforma do Terminal Rodoviário de Simão Dias.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a atuação da Empresa tem se adaptado à realidade de cada município, buscando parcerias, como esta na Seidh e com as prefeituras. “Nos dois sistemas de abastecimentos em Simão Dias, as obras incluem a implantação de tubulação que vai ampliar e interligar a uma rede pré-existente, permitindo com que a água chegue até as casas dos moradores desses povoados”, informou. Complementando que os recursos do Funcep ainda vieram por contribuir na perfuração de 20 poços comunitários em Poço Redondo, Lagarto, Simão Dias, Moita Bonita, Umbaúba, Neópolis, Rosário do Catete, Siriri, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Santa Luzia do Itanhy, Boquim, assistindo aproximadamente 10 mil pessoas.

Programa de Recuperação de Barragens

As reformas ocorreram nos povoados Alagadiço, em Frei Paulo; Serra da Guia e Queimadas, em Poço Redondo; Poço dos Bois, em Cedro de São João; Mancinha, em Carira; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu. E também nos assentamentos Paulo Freire, em Porto da Folha; Francisco José dos Santos, em Poço Verde; João Pedro Teixeira, em Canindé do São Francisco e na sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

As barragens recuperadas pela Cohidro neste ano dão sequência às ações iniciadas em 2012, quando foi lançado o Programa de Recuperação de Barragens. Antes, foram mais 1.800 dessas aguadas recuperadas, incluindo barragens particulares de pequenos criadores de gado que assinaram termo de compromisso, de compartilhar a água com os vizinhos, para poder receber o benefício. Mas também, nestes quatro anos anteriores, ocorreram obras em 20 barragens de médio porte, iguais às 12 reformadas em 2017. José Carlos Felizola, diretor-presidente da Companhia, acredita que essa ação garante maior autonomia ao homem do campo, dando uma sobrevida à criação que é seu sustento.

“No Sertão, quando as chuvas vão embora, a água dos pequenos barreiros, que todo criador abre no lote, logo acaba. Essas barragens maiores e coletivas criam uma reserva emergencial de água para que o vaqueiro leve seu gado lá ou puxe água de carroça. Muitas vezes a assistência vai para longe, outro município e não muito raro esses reservatórios, que nós recuperamos, abastecem até regiões da Bahia, como nos foi revelado em Glória e Carira. Em outros casos, o uso da água é múltiplo, como em Cedro de São João, onde a Barragem do Algodão abastece as criações, casas, serve para pescar e atrai gente de longe, para o lazer”, assinalou Felizola.

Nas obras, o trabalho das máquinas consiste em limpar os sedimentos depositados no fundo das barragens, assoreadas pela erosão e pela terra trazida pelas enxurradas. Barreiras de proteção são reforçadas e também, quando é possível, há a retirada de terra para aumentar o leito do reservatório. O conjunto de ações sempre amplia e muitas vezes até dobra a capacidade de acúmulo, fazendo com que esses depósitos emergenciais água durem por um maior período assistindo o sertanejo.

Assentado no Paulo Freire desde 2001, José da Silva Pereira cria 80 cabeças de gado em seu lote e disse que todos na comunidade utilizam da barragem reformada pela Cohidro para a dessedentação animal. “Quando tem água aqui, é a fonte mais certa. Aqui é assim, quando está chovendo, todo mundo utiliza as barragens pequenas dos terrenos, né? Mas aí quando o verão pega, todo mundo vem para cá. Alguém de fora pega, mas é para gado também. Eu estou achando muito bom (a obra), aqui está aumentando muito a barragem e como vai encher agora, vai durar mais para secar, né? Um dos benefícios maiores que a gente está recebendo aqui, nesse período seco. Uma barragem grande, é muito viável aqui para gente”, afirmou.

 

Governador garante liberação de recursos para adutora do São Francisco e barragem em Poço Redondo

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges / Fotos: Roque Sá

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges, para tratar da liberação de R$ 10 milhões para finalizar a ampliação da Adutora do São Francisco, responsável por 67,19% do volume produzido para o abastecimento do sistema integrado da Grande Aracaju. Também durante a manhã, Jackson esteve com Marlon Carvalho Cambraia, secretário de desenvolvimento regional para tratar da recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo, e do lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico, o qual ocorrerá próximo dia 07, no Palácio de Despachos, em Aracaju.

A adutora do São Francisco contempla não só a capital sergipana, como os municípios de Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Malhada dos Bois. Os serviços de ampliação foram iniciados em novembro do ano passado e são realizados por meio de convênio com o governo federal no valor de R$ 127.748.027,41, com contrapartida estadual de R$ 12.774.802,74. A obra possui 1/3 de sua extensão executada e, atualmente, uma equipe de 50 pessoas trabalha no local, entre operários e técnicos.

“Essa obra deverá estar concluída dentro de quatro meses e atende mais de um milhão de pessoas. Estamos aguardando somente a liberação dos últimos recursos, que foram assegurados pelo ministro”, declarou Jackson.

O diretor presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Carlos Melo, informou que a ampliação da adutora possibilitou que a Capital não sofresse desabastecimento apesar da seca que atinge o estado. “As obras estão em fase final e, para não paralisarmos, o governador se reuniu com o ministro para fazer a solicitação. A duplicação da adutora do São Francisco vai garantir o abastecimento da Grande Aracaju pelos próximos 20 anos. Temos 90% da obra concluída e alguns pontos em operação, o que garantiu que Aracaju não sofresse rodízio de abastecimento de água nesse período der estiagem”, disse.

Barra da Onça
O governador solicitou, também, a liberação de R$ 1 milhão para recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo. Jackson lembrou que a solicitação foi feita durante visita ao município de Poço Redondo, para entregar material forrageiro e o Centro de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro. Na ocasião, o governador conversou por telefone com o ministro, que solicitou o envio de um projeto sobre a utilização dos recursos.

O Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, edição 2017, já recuperou 12 reservatórios neste ano. Foram executados trabalhos em barragens de Frei Paulo, Poço Redondo, Cedro de São João, Carira, Tobias Barreto, Porto da Folha, Poço Verde, Canindé do São Francisco, Gararu, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes. O investimento para recuperação dos reservatórios foi de R$ 1.240.341,64, recurso oriundo do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

No último dia 22, o governador Jackson Barreto entregou a recuperação e ampliação da Barragem Aningas, situada no povoado que leva o mesmo nome, no município de Nossa Senhora da Glória. Foram investidos mais de R$ 100 mil para limpar, recuperar e ampliar a barragem que abastece, além de Glória, os municípios de Carira, Monte Alegre, e até municípios baianos.

Planejamento
Durante a audiência, o secretário de desenvolvimento regional do Ministério da Integração, Marlon Carvalho Cambraia, anunciou o lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico para o dia 07 de junho, em Aracaju. Com base nesse documento, a gestão estadual norteará as ações públicas desenvolvimento e crescimento econômico.

Acompanharam as audiências o secretário de Estado de Comunicação, Sales Neto, e o superintendente executivo de Sergipe em Brasília, Heleno Silva.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Nota Ascom/Cohidro: Para a Cohidro, se traduz em recursos para recuperar a grande barragem do Povoado Barra da Onça, em Poço redondo, e a construção de outras duas, de médio porte, na localidade. Ações que têm como principal função o reservamento de água das chuvas para a dessedentação animal.

Jackson leva água potável a mais de 2.700 pessoas e autoriza novos poços em Poço Verde

Foto:Jorge Henrique/ASN

O governador Jackson Barreto fez uma maratona de inaugurações em Poço Verde, no Centro-Sul sergipano, nesta quarta-feira, 19, onde visitou sete comunidades durante todo o dia. Os moradores dos povoados Cova da Índia, Recanto, Ponta da Serra, Lages, Cachorro Morto e Cacimba Nova, passarão a contar com acesso à água potável, a partir da entrega de sistemas de dessalinização que irão beneficiar mais de 2.700 pessoas de 541 famílias. Já no período da tarde, o governador autorizou a implantação do Projeto Dom Távora no Assentamento Santa Maria das Lages, um investimento de R$ 263.796, 00. Jackson ainda sinalizou a perfuração de mais dois poços, que contemplarão os povoados de São José e Tabuleirinho.

Jackson destacou o quanto as ações refletem o compromisso do Governo em cuidar das pessoas. “Acho que o maior investimento que está sendo feito aqui é pela vida. Água é vida e como Deus disse, vida em abundância. Não pode haver vida em abundância sem água. Ela não tem preço e não tem cifra. Trazer água doce, dessalinizada, de qualidade, para esses seis povoados em Poço Verde faz parte do nosso compromisso com aqueles que mais precisam. Sabemos que nessa região a água que a natureza produz não é de qualidade, por isso, estamos fazendo aqui um investimento de quase R$ 1 milhão para levar dessalinizadores para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Estou muito satisfeito, pois são obras simples, assim como o povo, e que vão atender às carências de nossa gente”.

No povoado Cova da Índia, o primeiro a ser visitado nesta quarta, o governador comentou da alegria ao promover iniciativas que mudam a realidade da população. “Uma senhora, talvez uma das mais conhecidas aqui, acaba de me dizer que a água que está recebendo é boa e de qualidade. Ela disse que o governador veio naquela comunidade tão pequena, simples e de gente muito boa. E quero dizer que o governador tem a obrigação de estar onde o povo está, assim como fazer obras pequenas e grandes. O que importa é fazer obras que atendam às necessidades do povo. Melhor que qualquer coisa é ver a alegria estampada no rosto da população, ver água de qualidade para sobrevivência das pessoas, essa é a grandeza e importância de obras como esta, que cuidam diretamente da nossa gente”.

A ação faz parte do Programa Água Doce e contou com um investimento de R$ 810 mil. Em cada sistema são, em média, R$ 135 mil investidos. O recurso é oriundo do Programa Água Doce (PAD) e a iniciativa, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), objetiva levar água de qualidade à região do Semiárido.

Sergipe receberá 33 sistemas de dessalinização por meio do Programa Água Doce. São 25 sistemas que disponibilizarão água potável numa primeira etapa, e oito na segunda. Ao todo, serão 75 comunidades beneficiadas em 14 municípios, e o investimento total é da ordem de R$ 6.652.305,90. O número estimado de famílias beneficiadas é de 2.757.

No estado, o primeiro município a ter um sistema de dessalinização instalado foi Poço Redondo, na comunidade remanescente quilombola Serra da Guia. Também já foi entregue um sistema em Aningas, em Nossa Senhora da Glória e quatro dessalinizadores em Carira, nos povoados Bezerra, Três Tanques, Lagoa dos Porcos e Macaco. O investimento nesse último município foi de aproximadamente R$ 520 mil.

O Programa Água Doce é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O Água Doce assumiu a meta de implantar 1.200 sistemas de dessalinização, com investimentos de R$ 240 milhões beneficiando, aproximadamente, 500 mil pessoas.

Novos Poços
Segundo o secretário de Estado de Governo, Benedito Figueiredo, que é cidadão poço-verdense, a perfuração dos dois novos poços que garantirão o abastecimento de água dos povoados Tabuleirinho e São José já foram autorizados pelo governador, em uma ação conjunta da Deso e Cohidro. “Os povoados já estavam há muito tempo sofrendo com a falta de água. O Tabuleirinho, por exemplo, não estava recebendo água nem de Simão Dias, nem de Poço Verde. Então, o governador autorizou e nós vamos furar os dois poços. Essa é a promessa que Jackson fez e eu vou me empenhar para isso acontecer”, enfatizou.

De acordo com o delegado de Agricultura e ex-prefeito do município, Everaldo Oliveira, os dois poços serão uma solução emancipadora para o problema da seca. “São poços que serão perfurados lá na região da água doce, que não precisa dessalinizar. Além disso, o sistema de tubulação, de adutora para chegar nesses povoados já existe, só precisa do reforço desses dois poços. É um reforço, uma solução emancipadora, porque existe uma adutora há mais de 20 anos que passa por esses povoados, o que não tem é água”, explicou.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

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Nota Ascom/Cohidro
A cooperação da Cohidro está sendo decisiva ao programa Água Doce em Sergipe, disponibilizando suas equipes da Geperf (Gerência de Perfuração) e Dipoços (Diretoria de Instalação e Manutenção de Poços), para a recuperação de poços e instalação da infraestrutura necessária para esses sistemas de abastecimento gerarem água dessalinizada para as populações atendidas.

Em todo Estado, a Cohidro atua com equipes para locar poços, perfurar, fazer testes de vazão e instalar infraestrutura de captação de água. Quando isso ocorre em parceria com a Deso, a co-irmã realiza as obras e operações de tratamento, armazenamento e distribuição de água portável nas casas da população.

Recuperação de Barragens do Estado chega a 6 municípios em situação de emergência

Barragem na Comunidade Serra da Guia, em Poço Redondo, ao fim dos trabalhos de recuperação – foto Ascom-Cohidro

Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, em sua edição de 2017, já está atendendo metade das 12 unidades previstas a receberem o benefício este ano. Já estão concluídas as barragens públicas Prefeito Manoel Soares, em Frei Paulo e a da Comunidade Serra da Guia, em Poço Redondo. Ao mesmo tempo que as equipes coordenadas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), atuam simultaneamente em Cedro de São João, Carira, Tobias Barreto e Porto da Folha. Alguns desses reservatórios possuem mais de 70 anos de construídos e atendem múltiplos usos, porém o comum em todos é a função de dessedentação animal.

Em todos os casos, são reservatórios escavados que dependem da chuva para o enchimento, e suas reservas não suportaram o atual período de estiagem. A intenção agora é a de amparar essas comunidades, com barragens preparadas para as futuras secas. Além de recuperar a estrutura de captação e represamento nessas antigas benfeitorias, existe também a finalidade de ampliar a capacidade, as deixando mais preparadas para acumular maior volume de água.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, os engenheiros da Empresa atuam no planejamento, coordenação e fiscalização das obras realizadas por empresas terceirizadas. “São equipes formadas por trator de esteira, escavadeira hidráulica, pá carregadeira e caminhão basculante. A partir da orientação dos engenheiros civis da Cohidro, eles retiram o sedimento, acumulado no fundo das barragens pelos anos de uso e as enxurradas. Também é feita a reconstrução das barreiras de terra que seguram a força da água, instalando os sangradouros de segurança, que a maioria não tem”, detalhou Paulo Sobral.

Obras na barragem do Povoado Mancinha, em Carira – foto Ascom-Cohidro

Todos os 11 municípios atendidos pelo Programa foram reconhecidos como em situação de emergência devido à seca, pelo Ministério da Integração Nacional. Além das duas barragens já concluídas: no povoado Alagadiço, em Frei Paulo e na Serra da Guia, em Poço Redondo; o trabalho já começou no Povoado Poço dos Bois, em Cedro de São João; Assentamento Paulo Freire, em Porto da Folha; povoados Mancinha, em Carira e Montes Coelho, em Tobias Barreto. Na sequência, as máquinas seguem novamente para Poço Redondo, no Povoado Queimadas; Assentamento Francisco José dos Santos, em Poço Verde; Assentamento João Pedro Teixeira (Agrovila Serra Azul), em Canindé do São Francisco; Povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Povoado Lagoa de Dentro, em Gararu e na sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

Diretor-Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Soares Filho, estabelece que as obras são realizadas com recursos próprios do Governo do Estado, através do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), na ordem de R$ 1.240.341,64. “O Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, já possui um histórico de sucesso. Sempre realizado através da nossa Companhia, já recuperou mais de 1.800 barragens desde 2012. Isso inclui pequenas barragens particulares, de pequenos criadores de gado, que assinaram termo de compromisso de compartilhar a água com os vizinhos, para receber o benefício. Mas também foram outras 20 barragens de médio porte, iguais a estas 12 que estamos recuperando agora”, recordou.

Barragem Prefeito Manoel Soares

Na sexta-feira, 10, o governador Jackson Barreto, foi à Frei Paulo, no Agreste Central sergipano, inaugurar três obras. No campo educacional: a construção quadra de esportes Wanderson Dantas Souza, do Colégio Estadual Professor Gentil Tavares da Mota e a reforma da Escola Rural do povoado Alagadiço. E nessa mesma localidade, também descerrou a placa que entrega à população a recuperação e ampliação da barragem que serve a comunidade, tanto para o uso doméstico quanto para dar de beber ao gado.

Jackson Barreto inaugura a barragem Prefeito Manoel Soares – foto Ascom-Cohidro

“Diante dessa situação de muita seca, o que estamos fazendo é preparar a infraestrutura do município porque as chuvas poderão cair e uma barragem limpa e arrumada significa dizer que você está cuidando dos recursos hídricos para atender a população num momento que Deus mandar a chuva, que é tudo o que pedimos, e que o povo do sertão precisa e merece, ou seja, o governo está presente com a barragem, está preocupado com o agricultor, preocupado com a seca e preocupado com o abastecimento de água”, destacou Jackson.

Responsável pela obra em Frei Paulo, a Engenheira Civil Cássia Taize Santana Santos explica como a obra ampliou para aproximadamente 55.000m³, a capacidade de acúmulo da água no local. “Aqui se fez a junção de dois antigos reservatórios menores separados. Foi retirado a terra que os separavam, os sedimentos acumulados no fundo e ainda a rocha, abaixo desse sedimento, foi novamente escavada, aumentando a profundidade da barragem que em certos pontos é superior aos 8 metros de profundidade”, salientou.

A barragem foi batizada então com o nome do ex-prefeito Manoel Soares de Souza. Falecido em 6 de março de 2011 e eleito em Frei Paulo para duas gestões Municipais: 1988 e 1996. Para a aposentada Maria Jose dos Vasconcelos, de 74 anos e que mora e produz em um sítio nas adjacências da barragem, esta homenagem foi justa e merecida. “Primeiro, ele era muito bom. Foi um prefeito que ajudou muito os pobres. Ele não podia ver um pobre, com fome, para não ajudar. Entrava nas casas, ajudava o povo. Se precisava, fazia a feira”, recordou.

Junto do marido, Dona Maria criou os 8 filhos nesse pedaço de terra, em que hoje cria 6 cabeças de gado. Esses animais, até quando teve água, sempre foram levados para beber uma ou duas vezes por dia na antiga barragem que, segundo ela, tem mais ou menos a idade de seu casamento: 50 anos. “O primeiro tanque, ainda se chamava o ‘Tanque dos Cavalos’. Daí fizeram outro no lado e colocaram o nome de Tanque Novo e o de lá, ficou com o nome de Tanque Velho”, lembra Ela. Perguntada, demonstrou confiar tanto no potencial da antiga barragem como no sucesso que terá a recuperação. “Enche sim, a chuva enche. Esse ano que não aguentou, mas agora que aumentou, enche sim. Agora vai usar para dar água para os bichos. Em casa a água é da Deso, mas se nós precisar, nós usamos dessa daí”, completa.

Barragem do Algodão

Em uma obra maior, o Programa atua também na barragem pública do Algodão, no povoado Poço dos Bois, em Cedro de São João. Segundo os frequentadores, o reservatório, que tem mais de 75 anos, nunca chegou a situação que se encontra hoje: seco. Mas reformado e com sua capacidade ampliada pelo serviço, a Cohidro trabalha para que isso nunca mais venha acontecer. Conforme conta o morador Manoel Vieira Alves, asua reserva de água sempre teve múltiplos usos.

Seu Manoel-nascido e criado na beira da Barragem do Algodão – foto Ascom-Cohidro

“Aqui era o lazer da gente, para dar água ao animal, para tomar banho, pescar, pegar um peixinho, tudo aqui servia para gente, servia e serve, quando tiver de novo, né?”, descreveu o aposentado de 74 anos que ainda toca pequena roça e toma conta de suas criações. Ele descreve que o total esvaziamento da barragem é um feito inédito desta, que já se revela a pior seca deste século. Embora lamente a crise hídrica que se abateu na localidade, Seu Manoel confia que a obra vá reverter o quadro para os próximos verões.

 

“Nasci aqui e me criei, nunca vi uma seca dessa não. Nasci e já tinha a barragem e nunca vi secar. Tem que fazer uma benfeitoria dessa, né? Mas aí agora com essa benfeitoria que tão fazendo, os nossos netos é que vão morrer e ela ainda não vai secar, com o poder de Deus. Vai pegar mais água, tirando essa lama, que tanto chupa quando chove. Aí já fica em um lugar mais ‘fixe’ e nela só pode ter mais prosperidade, né?”, argumenta Seu Manoel.

Engenheiro Civil da Cohidro responsável pela obra na Barragem do Algodão, Valdi Aragão Porto, esclarece que a obra vai manter as características originais do lago, mas vai aumentar profundidade e reforçar os barramentos. “Só de escavar o leito antes seco, já deu água. Prova do quanto é satisfatório o potencial de reservamento. Estamos retirando esta terra acumulada, por anos, no leito e vamos usá-la para reforçar as encostas e barreira de contenção”, explicou, informando que a água que brotou do solo durante a obra, já está sendo bombeada e aproveitada pelos moradores.

Gilton Melo Rocha, secretário de Obras de Cedro de São João, descreve que a recuperação da barragem vai repercutir na economia do município. “A Prefeitura só tem a agradecer ao doutor Felizola, ao governador do estado, Jackson Barreto, por essa benfeitoria que estão fazendo em nosso município. A população está muito grata com esse benefício. Vai melhorar a pesca, vai ter uma condição melhor para criação do alevino, dando mais condições para quem vive da pesca, tanto no município, como um todo, como nas cidades vizinhas de Malhada dos Bois, São Francisco, Muribeca, Aquidabã. Todos são frequentadores e vivem do peixe que se tem nessa lagoa”.

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Governo do Estado recupera 12 barragens para combater próximas secas

Paulo, Jorge , Anderson, Felizola, João e Belivaldo Chagas nas obras da barragem do Alagadiço

Oficialmente teve início sexta-feira, 24 de fevereiro, a edição 2017 do Programa de Recuperação de Barragens do Governo de Sergipe. Inicialmente são três frentes de trabalho simultâneas: em Frei Paulo, Poço Redondo e Cedro de São João, na recuperação de barragens de médio porte e de uso comunitário. Ao todo, serão 12 destes reservatórios recuperados no Estado, todos em municípios onde foi decretada situação de emergência devido ao período prolongado de seca. As aguadas, depois de limpas e ampliadas, servirão para acumular a água das próximas chuvas, reservas utilizadas tanto no uso doméstico quanto à dessedentação animal.

É uma ação conjunta entre as secretarias de estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (SEIDH) e da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Respectivamente, uma pasta entra com os recursos, na ordem de R$ 1.240.341,64, via o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) e a outra executa, através da sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação Sergipe (Cohidro). Todo projeto de Engenharia e fiscalização das obras, executadas por empresa licitada, ficam a cargo da Cohidro.

No Povoado Alagadiço, em Frei Paulo, máquinas começaram a retirar todo sedimento acumulado no fundo da barragem seca, que sempre serviu à comunidade. Desse modo, a água acumulada vai durar por mais tempo, inclusive a partir do estudo do terreno, reforçando a segurança com novo sangradouro e ampliando os pontos de captação das chuvas. Esteve vistoriando o início da obra, na sexta, o vice-governador do Estado, Belivaldo Chagas Silva, acompanhado do prefeito municipal, Anderson (de Zé das Canas) Menezes, do secretário da Agricultura, Esmeraldo Leal, de toda diretoria executiva da Cohidro e do presidente da Fundação Aperipê, Givaldo Ricardo da Silva.

“Ao mesmo tempo em que o Governo realiza ações para socorrer o sergipano desta seca, como comprar e distribuir ração animal, aumentar o número de caminhões-pipa, o Garantia-Safra, o Crédito Rural, instalação de dessalinizadores e – aonde também entra Cohidro – a perfuração e recuperação de poços; estamos fazendo investimentos públicos para ampliar a oferta de água ao sertanejo. Isso se faz com mais redes de atendimento de água nas casas, mais e maiores barragens para acumular água, novos poços e programas para ampliar a área de palma forrageira, por exemplo”, expôs Belivaldo, na visita a Frei Paulo em que representou o governador Jackson Barreto.

Ao presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, Belivaldo também pré-agendou, quando for concluída a obra, a presença dele e do governador, para então entregar à população a recuperação da barragem. “Estamos, todos nós, imbuídos nesse trabalho do Governo do Estado, através da Cohidro, para atender às demandas daqueles que estão sofrendo a pior estiagem de nossa história. Em breve o governador Jackson Barreto estará no Alagadiço, para inaugurar essa importante obra para a região. Estamos mais que habilitados para a ação, tendo a Empresa recuperado mais de 1.800 barragens, desde 2012”, avaliou o presidente da Companhia em Frei Paulo, acompanhado dos seus diretores: Paulo Henrique Machado Sobral (Infraestrutura), Jorge Kleber Soares Lima (Administrativo e Financeiro) e João Quintiliano da Fonseca Neto (Irrigação).

“O convênio com a SEIDH é para dotar a Cohidro com R$ 2 milhões e ajudar no combate aos efeitos da seca. Com eles, vamos perfurar 20 novos poços, instalar a infraestrutura de sistema de abastecimento em quatro e as 12 barragens, que serão recuperadas. São investimentos a médio prazo e que intensificam as ações da Cohidro. Temos, continuamente, oito equipes de perfuração, teste de vasão, instalação e recuperação de poços, viabilizando novos e antigos poços em todo Estado. Isso sem falar no investimento feito nos perímetros irrigados, com recursos próprios, outros convênios, do programa ‘Águas de Sergipe’ e do Proinveste, estão reestruturando o serviço prestado para o agricultor irrigante produzir, mesmo com a ausência de chuvas”, completou Felizola.

Localidades

Além do Alagadiço; da Comunidade Quilombola de Serra da Guia, em Poço Redondo e do Povoado Poço dos Bois, em Cedro de São João, localidades aonde as obras já começaram, na sequência receberão o benefício as barragens públicas que abastecem os assentamentos: Francisco José dos Santos, em Poço Verde; Paulo Freire, em Porto da Folha e João Pedro Teixeira (Agrovila Serra Azul), em Canindé do São Francisco. Os povoados: Queimadas, também em Poço Redondo; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Mancinha, em Carira e ainda a sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

Anderson de Zé das Canas explicou que diante das dificuldades provocadas pela falta de chuvas, foi necessário que a prefeitura fosse atrás de ajuda do Estado. “Estamos agora passando uma fase muito difícil, com essa seca que está assolando o Nordeste. O povo está sofrendo demais, precisando de água. Nós procuramos o Governo e nos deram esse apoio, mandando aquelas máquinas para o Alagadiço, onde lá nós estamos fazendo um grande açude e a população está muito satisfeita. Só temos a agradecer, ao governador, também ao nosso vice, Belivaldo, que também tem dado um apoio muito grande. Aos diretores da Cohidro, Felizola e Paulo Sobral, nossas portas vão ficar sempre abertas, o que a gente puder fazer em prol do nosso povo, estaremos fazendo”, disse, lembrando que além dessa obra, Frei Paulo também tem a Companhia como parceira, em ações de perfuração e recuperação de antigos poços.

Paulo Sobral calcula que o novo e reformado açude do Alagadiço terá aproximadamente 55.000m³ de capacidade de acumulação de água das chuvas. “Estamos ampliando a área capaz de represar a água, tornando a barragem mais profunda e não só retirando os sedimentos trazidos pela água. Estamos escavando o solo rochoso para aumentar a área. A característica do solo também ajuda, para reforçar as barreiras contra a força da água, durante as cheias. A ideia é de ser uma benfeitoria que suporte a seca, se mantendo abastecida até as próximas chuvas que, quando vierem, não deteriorem sua estrutura”, analisa.

Poço Redondo

A Serra da Guia existe como território quilombola oficializado desde a sua demarcação, em 2004. Em seus 2.310 hectares de terra produzem, de forma coletiva, 200 agro-famílias e a principal atividade é a criação de gado leiteiro. José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia. Ele conta que além dos animais, a água da barragem vai servir para o consumo das casas. “Hoje a água para esse uso vem em carro-pipa, do Rio São Francisco, faz cerca de 60 dias que essa barragem secou. Aqui, estando cheia, ela aguenta mais de 2 anos. Isso por que a gente não deixa pegar de caminhão para vender, senão vai embora logo. Só pegam se for de carroça ou carro de boi”, adverte.

Água para consumo humano, na Serra da Guia é provida pelo ‘Água Doce’. Esse programa federal é gerido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) e a Cohidro coopera na manutenção dos poços e sistemas de bombeamento que servem a dessalinizadores. Para o secretário de Agricultura, Esmeraldo Leal, as barragens nesta comunidade quilombola e também no Povoado Queimadas, a ser atendido na sequência pelas máquinas, dão atenção à dessedentação dos rebanhos, principalmente o leiteiro, ramo econômico mais forte no Sertão de Sergipe. “O que a gente percebeu é que, além do grau de satisfação que a comunidade tem com relação à água doce, tem necessidade também de ter água para consumo animal”, analisa.

Seagri e Cohidro vão ativar poços e barragens em assentamentos de Poço Redondo

 

Grupo visita as antigas barragens que precisam de reformas – Foto Ascom/Cohidro

Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal e o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), José Carlos Felizola Soares Filho estiveram, na segunda-feira (6), no povoado Queimadas e no assentamento Serra da Guia, em Poço Redondo. Foram atender demandas pela instalação de dois poços e recuperação também de duas barragens comunitárias e de médio porte, que farão parte da edição 2017 do Programa de Recuperação de Pequenas e Médias Barragens. Iniciativa do Governo de Sergipe que contará com R$ 1.200.000 do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

Nessas localidades do semiárido município distante 140 km de Aracaju, a ação do Governo do Estado é presente na perfuração e instalação de poços dotados de dessalinizadores, através do ‘Água Doce’. O programa federal em Sergipe é gerido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e coopera na manutenção de poços e sistemas de bombeamento a Cohidro, ligada à Seagri. A função desses sistemas de abastecimento de água é o abastecimento humano, atendendo 233 famílias. Agora se pretende suprir, para os próximos verões, a carência que os pequenos criadores têm quando a água para dar de beber aos rebanhos, instalando poços e recuperando antigas barragens.

Segundo Felizola, desde 2008 a Cohidro já recuperou mais de 2.000 barragens do tipo encontrado nos assentamentos e dará início ao seu Programa de Recuperação agora, em fase de seleção das mais prioritárias. “Estão sendo estudadas as 12 médias barragens no Estado que reúnem tanto a urgência por obras, quanto a quantidade de famílias atendidas e a viabilidade do projeto que pode ser feito. A intenção é de fazer o mesmo que nas outras localidades atendidas no passado, essas duas populações estejam mais bem preparadas para as próximas secas. Reformando essas aguadas, ampliando a capacidade que elas têm de acumular a água da chuva e assim, resistir por períodos mais longos de estiagem”, disse o presidente.

Felizola: barragens serão inseridas na edição 2017 do Programa de Recuperação – Foto Ascom/Seagri

José Sandro, mais conhecido por Sandro da Guia, presidente da Associação Quilombola Manoel Rosendo da Guia, considerou a visita bastante produtiva, por dar sinal verde para a realização da obra no Serra da Guia. “Para a gente é gratificante, é muito bom essa limpeza da barragem. Foi uma surpresa porque a gente cobrou, mas não tinha uma data. Quero agradecer também a Belivaldo (Chagas, vice-governador), que é uma pessoa que sempre que a gente fala, ele está ativo e recebe a gente no gabinete dele. O Governador (Jackson Barreto) também recebeu a gente, ouviu nossas demandas e está atendendo. Graças a Deus está acontecendo e nós, da comunidade, estamos muito felizes com essa notícia boa, surpresa boa”, externou.

Poços
Diretor de Infraestrutura da Empresa, Paulo Henrique Machado Sobral, explicou que quanto aos poços, o trabalho é de continuidade ao serviço já iniciado pela Empresa. “Os poços foram perfurados pela Cohidro e carecem agora só da instalação do sistema de bombeamento e armazenamento de água. Em convênio com a Prefeitura de Poço Redondo, serão duas demandas inseridas no nosso cronograma da Dipoços (Divisão de Instalação e Manutenção de Poços da Cohidro) e vão ser atendidas com prioridade, já que se trata do Alto Sertão, onde a seca é ainda mais severa”, argumenta.

Esmeraldo reitera que a presença de ações do Estado é grande nas comunidades e defende que, além do consumo humano, os poços devem ser aproveitados para a dessedentação do gado. “Na Serra da Guia têm três poços perfurados pela Cohidro, um deles com a vazão muito boa e tem outro, com a ação da Secretaria de Meio Ambiente, que é o ‘Água Doce’. O que a gente percebeu é que, além do grau de satisfação que a comunidade tem com relação à água doce, tem necessidade também de ter água para consumo animal. E com isso é importante que a gente reforce a parceria com a Prefeitura, para que possa instalar o poço de água salgada que tem a vazão boa”, avalia.

O secretário, depois de visitar a barragem a ser recuperada no Queimadas, ainda seguiu viagem até o Assentamento Gualté, em Canindé de São Francisco. Movidos à energia elétrica ou eólica, lá 14 poços perfurados e instalados pela Cohidro servem ao consumo humano, animal e irrigação, principalmente das pastagens que alimentam o gado. “Uma visita com a dupla intenção de conversar com a comunidade e ver um empreendimento com relação à industrialização de leite e também acompanhar os cata-ventos instalados vinculados a poços”, completou Esmeraldo.

Presenças
Participaram da visita dos gestores estaduais, o ouvidor Geral do Estado, Luiz Eduardo Costa; o assessor da Seagri, José Dias; o vereador Luís Alberto e o ex-prefeito de Poço Redondo, Roberto Araújo.

Barra da Onça
Há duas semanas, Esmeraldo e Felizola estiveram no assentamento Barra da Onça, também em Poço Redondo. Depois de se reunirem com os moradores, ficou definida a perfuração de três novos poços e a construção de três barragens de terra atendendo, respectivamente, ao consumo humano e a dessedentação animal. Na semana seguinte, estiveram na localidade os técnicos da Cohidro: a Geóloga Samiramisthais Linhares, para fazer a locação dos poços e o Engenheiro Civil Valdi Aragão Porto, demarcando a localização mais propícia para a escavação das barragens.

Governo do Estado vai construir 3 barragens e perfurar 3 poços no Barra da Onça

Equipes da Cohidro voltam ao Barra da Onça para locar poços e barragens (Foto Cohidro)

Cumprindo agenda firmada com a comunidade do Barra da Onça, ontem (30), equipes da Diretoria de Infraestrutura e Mecanização Agrícola (Dinfra), da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), voltaram ao Assentamento em Poço Redondo, para fazer a locação dos três poços que a Empresa irá perfurar, nas localidades que integram o território do projeto de reforma agrária. Também determinaram o local do projeto e construção de três barragens de terra destinadas ao acúmulo de água das chuvas, para dessedentação animal na comunidade, grande produtora de leite do município.

Em uma assembleia da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Barra da Onça, no último dia 25, a comunidade recebeu os diretores da Cohidro e o secretário de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal. Após determinação do próprio governador Jackson Barreto, os gestores do Governo Estadual foram constatar quais são as necessidades da comunidade por fontes de reservamento e captação de água. Da reunião, ficou determinada a construção das barragens coletivas e a perfuração dos poços tubulares, a fim de beneficiar as 200 agro-famílias assentadas.

São ações, viabilizando água para o abastecimento humano e animal, que se somam à inciativas já sendo feitas pela Cohidro na comunidade, onde fez projeto para a recuperação estrutural de uma grande barragem de concreto situada também dentro do Barra da Onça. Planos de engenharia para reformar tanto esta como a Bate-Lata – reservatório semelhante e no mesmo município distante 140 km da capital sergipana – que a Companhia entregou para o Ministério da Integração Nacional, para obter recursos federais necessários a viabilizar a obra. Procedimento igual a Empresa ainda irá fazer para com a represa do Assentamento Cuiabá, no vizinho Canindé de São Francisco, 213 km de Aracaju.

Força-tarefa

Presidente Felizola (Foto Ascom Cohidro – Michaelle Santiago)

Segundo o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, esta é uma missão dada pelo próprio governador do Estado à Força-Tarefa do Semiárido, a qual faz parte a Empresa junto da Seagri, secretarias de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), além da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e Defesa Civil Estadual (Seidh). O grupo se reúne periodicamente e percorre o Sertão Sergipano para avaliar os pontos críticos e mais castigados pela estiagem prolongada.

“Os assentados se reuniram pessoalmente com Jackson Barreto e solicitaram essa ajuda emergencial nesta grande comunidade, onde vivem mais de 200 famílias em que a principal atividade é a pecuária, fazendo parte da maior bacia leiteira de Sergipe. Fomos ver o problema da falta d’água in loco, saber dos próprios afetados por esta seca prolongada, aonde se faz necessária a interferência governamental para diminuir a dificuldade deste povo. De lá saímos decididos de que vamos providenciar, junto ao Governo do Estado, recursos para contratação do maquinário necessário para abrir estas três barragens de terra e para custear nossas equipes para perfurar os três poços”, adiantou Felizola, após o encontro.

A Cohidro é uma estatal subsidiaria à Seagri, fator que determinou a presença do secretário Esmeraldo Leal. Ele reforça que o Barra da Onça é um dos assentamentos mais antigos de Sergipe. Criado em 1986, é considerado exemplo de produtividade e de geração de renda para os trabalhadores rurais integrantes do projeto. “Então, a reunião teve uma importância muito grande, por ter uma representação de todos os grupos. São três grupos muito bem organizados, uma pauta muito bem organizada. E como eles próprios disseram, estavam ali para que o Estado os apoiasse não com cesta básica, não com esmola, mas apoiasse com uma infraestrutura de uso comum, principalmente nesse momento de seca”, avaliou, destacando ainda a presença dos ex-prefeitos de Poço Redondo, Roberto Araújo e Frei Enoque, na assembleia.

Produtor rural e líder comunitário no Barra da Onça, José Lenilson da Costa, ao mesmo tempo em que lamenta os efeitos da estiagem prologada no Sertão, se anima com a possibilidade de ter a carência de seu grupo sanada pela Cohidro. “Realmente, a gente está muito satisfeito com o atendimento deles, que foi feito. E eles já começaram a fazer o planejamento dos projetos, com a oportunidade de fazer a barragem e os poços. Eu acho que seria muito importante, porque o sofrimento que se passa aqui com a falta de água e a seca, os animais sofrem muito junto com a gente. Uma coisa que pode melhorar muito a comunidade aqui”, considera.

Poços

Paulo Sobral (Foto Ascom Cohidro – Michaelle Santiago)

Também presente, Paulo Sobral estabeleceu que as equipes da Empresa iriam atuar no Assentamento nesta semana, compromisso cumprido ontem. “A Companhia vai elaborar o projeto de construção das barragens, mas prontamente já foi feita a locação dos poços. Nossa geóloga, Samiramisthais Linhares, determinou o local exato em que deve ser perfurado o poço, conforme o estudo do solo da localidade”. O dirigente ainda esclarece que serão três poços para suprir cada uma das três seções em que se subdivide o Barra da Onça. “Será um poço e um barragem em cada setor, grupos aos quais eles denominam de ‘Poço Redondo’, ‘Porto da folha’ e ‘Nossa Senhora da Glória’”, resumiu.

Barragens
Valdi Aragão Porto, Engenheiro Civil da Cohidro, esteve no Barra da Onça para determinar os locais de melhor topografia para abrigar as três barragens de terra. “Escolhemos os terrenos com a possibilidade de comportar a escavação e terraplanagem de reservatórios com a capacidade média de 30 mil metros cúbicos de água. Para tal, é necessário que estes terrenos também tenham capacidade de escoar a água das chuvas, que vai ser o único modo de enchimento que elas terão”, completou.

Última atualização: 16 de outubro de 2017 10:00.

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