Barragens recuperadas pela Cohidro têm recarga com as chuvas de trovoada

Totalmente cheia, barragem no povoado Queimadas atingiu seu ápice nas chuvas de trovoadas de 2018 (foto Ascom Cohidro – Fernando Augusto)
Edição 2017 do programa devolveu a capacidade e acumular água da chuva para 13 barragens de médio porte, atendendo 12.438 pessoas. Em 2019 serão 300 famílias beneficiadas com a barragem da Barra da Onça.

Iniciada em fevereiro de 2017 e as obras durando até o inverno daquele ano, a edição do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado executada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) naquele ano, resultou na grande maioria das 13 barragens tendo acumulado alguma água da chuva no mesmo ano, quase metade chegando ao seu ápice e resistindo para além do período chuvoso, fornecendo água às populações e seus rebanhos. Noutros casos, a irregularidade da precipitação interferiu para que só agora, nas trovoadas de dezembro de 2018, fosse possível que parte dos reservatórios fizessem a sua recarga e até ficassem totalmente cheios.

Maior exemplo deste último caso foi a barragem comunitária recuperada no povoado Queimadas, em Poço Redondo, de população que se utiliza do reservatório para a dessedentação animal estimada em 750 habitantes. No inverno de 2017 o reservatório de terra obteve algum êxito ao acumular em torno de 30% de sua capacidade, isso se for comparado ao seu status hoje, totalmente cheia depois das chuvas ocorridas a partir do dia 1 de dezembro. Resultado oposto ao apresentado na barragem também recuperada na mesma edição do programa na comunidade tradicional da Serra da Guia, no mesmo município e distante 16,8 km em linha reta uma da outra, em que as primeiras precipitações do ano passado foram capazes de acumular água no total da sua capacidade, beneficiando os 700 moradores.

Algo parecido como que se deu em Poço Verde, na barragem do assentamento Francisco José dos Santos. Lá, mesmo depois da retirada de todo sedimento do reservatório de terra, ampliando profundidade e capacidade de reservamento, não houve incidência de chuvas na localidade suficientes para fazer a sua recarga no mesmo ano. Mas o êxito do projeto dos engenheiros da Cohidro foi demonstrado mais de um ano depois. Foram também as chuvas de trovoadas de 2018 às responsáveis por ela chegar ao total de sua capacidade de acúmulo de água, garantindo a reservas para as cerca de 100 famílias de colonos.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto comenta que está cada vez mais difícil prever os resultados das próximas chuvas e que a empresa procura se valer do histórico dos reservatórios e estudo de sua capacidade de recarga. “Muito por causa das alterações climáticas provocadas pela interferência humana no meio ambiente de todo planeta, não se sabe ao certo qual localidade vai chover bem ou se vai repetir o mesmo índice pluviométrico dos anos anteriores. O que temos são boas surpresas, como o resultado positivo das chuvas nas cabeceiras do rio São Francisco, aliviando a situação crítica dos reservatórios nordestinos. Ao mesmo tempo em que nos preocupa muito a situação da nossa barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em que essas últimas chuvas em pouco ou nada influíram no nível da água captada pela Cohidro e Deso, hoje em situação crítica”, lamenta.

Valdi Aragão Porto é engenheiro civil na Cohidro e foi quem coordenou a equipe do último programa de recuperação de barragens. Ele salienta a capacidade que as reformas tiveram de prolongar a vida útil das barragens recuperadas. “Para escolhermos uma barragem para ser recuperada, levamos em conta se ela tem os meios para que possa receber recarga pelas chuvas, que ela tem às ‘chamas’, os cursos por onde a chuva possa ser coletada e conduzida até o reservatório. Muitas vezes a obra incide em melhorar essa captação, mas no geral fazemos a escavação dos leitos, retirando os sedimentos depositados ali pela erosão dos solos, aumentados os taludes e construindo os estravasores, componentes importantes e que evitam que a força da água rompa as barreiras das barragens”, ensinou.

Alagadiço
A barragem pública Prefeito Manoel Soares no povoado Alagadiço, em Frei Paulo, foi a primeira a ser recuperada, entregue à comunidade em 10 de março daquele ano, na edição 2017 do Programa e beneficiou 374 famílias que vivem da atividade pecuária e passaram a dispor do reservatório de médio porte para dar de beber aos rebanhos.

Segundo o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo do município, Wladimir Dantas Souza, a reforma da barragem cumpriu seu papel e foi decisiva para toda microrregião, resistindo sempre com algum nível de água até chegar às chuvas de trovoadas para haver uma nova recarga. Segundo ele, o reservatório abastecia de 40 a 50 carros-pipa nos piores dias de estiagem durante este período.

Barragem do Algodão
Na antiga Barragem do Algodão, povoado Poço dos Bois em Cedro de São João, a castigante seca de 2016 esgotou totalmente as reservas de água. No ano seguinte, após passar pelas obras do Programa do Governo de Sergipe, foi limpa dos seus sedimentos e teve a capacidade ampliada, para que nas chuvas seguintes, ainda em 2017, juntasse água em sua capacidade completa. Manoel Vieira Alves, 74 anos, aposentado e morador da localidade, na época lamentou o açude ter secado, mas tinha esperança de que a obra e as próximas chuvas poderiam reverter esse quadro.

“Aqui era o lazer da gente, para dar água ao animal, para tomar banho, pescar, pegar um peixinho. Tudo aqui servia para gente, servia e serve, quando tiver de novo, né? Aqui nasci e me criei, nunca vi uma seca dessa não. Nasci e já tinha a barragem e nunca vi secar. Tem que fazer uma benfeitoria dessa, né? Mas aí agora com essa benfeitoria que tão fazendo, os nossos netos é que vão morrer e ela ainda não vai secar, com o poder de Deus”, confiou seu Manoel.

E o morador estava bem certo. Em 2018, ano em que muitos consideraram a estiagem ainda pior que a de 2016, o reservatório em terra e de múltiplo uso resistiu. E mesmo aquela região não tendo sido contemplada com as últimas chuvas de trovoada de dezembro, se comparada a outros municípios até do Alto Sertão, a sua ampliação de capacidade ainda conservou reservas para abastecer o gado e oferecer alento aos pescadores artesanais durante todo ano.

Outras barragens
Em Carira, no povoado Mansinha, a barragem comunitária serve de reforço aos criadores de gado da redondeza, para quando as suas reservas particulares secarem, chegando há uma população de 2.100 habitantes assistidos. Reformada em 2017, voltou a ter recarga na última chuva de trovoada, acumulando até mais água agora do que no primeiro ano, estando em cerca de 80% de sua capacidade máxima.

Novamente a irregularidade das chuvas em 2018 marcou presença, desta vez na barragem recuperada no povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória. A obra foi entregue debaixo de chuva, pelo então governador Jackson Barreto, em 22 de maio de 2017, e com o reservatório praticamente cheio, para atender os 525 moradores. Mas o mesmo êxito não se repetiu no ano seguinte, quando as chuvas de inverno pouco influenciaram no nível d’água do reservatório de médio porte, restando para novamente as trovoadas do começo de dezembro resguardarem o acúmulo de cerca de 30% de sua capacidade.

Grandes, médias e pequenas barragens em Tobias Barreto sofrem com a falta de incidência de chuvas para recuperarem os níveis de reservas, forçando o Governo do Estado a procurar alternativas até no Estado da Bahia para garantir o abastecimento da população urbana e a Cohidro, a perfurar poços para também permitir a subsidência do rebanho leiteiro dos irrigantes atendidos pelo seu perímetro Jabiberi. No povoado Montes Coelho, embora não tenha secado durante as estiagens de 2017 até 2018, as reservas acumuladas nas chuvas nesse período, incluindo depois das trovoadas, mantêm o estoque de água em cerca de 40% da capacidade do reservatório também reformado pela empresa pública.

Novos projetos
Segundo o diretor de Infraestrutura Hídrica e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, foram R$ 1470341,64 do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), empregados no programa de recuperação em 2017, incluindo ainda barragens reformadas em Canindé de São Francisco, Porto da Folha, Gararu, Ribeirópolis e Nossa Senhora de Lourdes.

“Estamos executando o programa desde 2012, com mais de R$ 5 milhões empregados na reforma de quase 2 mil pequenas e médias barragens, atendendo uma população rural de mais de 70 mil pessoas. Não por outro motivo, senão o resultado satisfatório das ações de nossas equipes de engenharia, garantimos mais R$ 780 mil do Funcep para em 2019 licitarmos empresa para reformar, sobre nosso projeto e planejamento, a grande barragem Chapéu de Couro, no assentamento Barra da Onça, em Poço Redondo”, informou Paulo Sobral.

“É um projeto ousado, em se tratar de uma barragem de alvenaria e que deixou de atender centenas de famílias depois que a força das enxurradas foi capaz de romper o paredão de concreto, vulnerabilidade a ser corrigida no novo projeto. Um acaso infeliz, mas prova que, mesmo no Alto Sertão seco de Sergipe, existe água das chuvas suficientes para justificar a manutenção dessa e de outras barragens, dando esperança e motivos ao sertanejo ali ficar resistindo bravamente eu sua terra de origem”, acrescentou o presidente da Cohidro Carlos Melo, reforçando que, como nas outras edições do programa, o critério principal para a escolha das localidades atendidas é o município ter decretado emergência devido à seca.

População de Tobias Barreto comemora instalação de cisternas pelo governo do Estado

A equipe de engenharia da Cohidro atuou na elaboração dos projetos de engenharia, que foram anexados no projeto da Seplag, enviado ao MDS, e vai atuar fiscalizando o prosseguimento das obras.

 

Dona Marina dos Santos comemora a nova cisterna ao lado do governador Belivaldo Chagas – Foto: Victor Ribeiro (ASN)

Mariene Alves Góis Santos, moradora do povoado Saquinho, sentiu a vida se transformar desde que o governo do Estado iniciou a instalação de cisternas na comunidade localizada no município de Tobias Barreto. “Há mais ou menos uns 20 dias, tudo começou a melhorar. Estamos bastante felizes porque antes pegávamos água no tanque, até o pescoço ficava doendo do esforço que era para conseguir água. Além disso, a água era de má qualidade e por isso gastávamos muito sabão para lavar roupa e os afazeres domésticos. Agora, temos a cisterna que veio em boa hora e mudou muito as nossas vidas”, disse a dona de casa.

Nesta sexta-feira (15), o governador Belivaldo Chagas, acompanhado pelo deputado federal Fábio Reis, visitou as cisternas que o governo do Estado está construindo em parceria com o governo federal na comunidade Tanque Grande/ Povoado Saquinho, em Tobias Barreto.

“São cerca de 3.000 cisternas que estão sendo construídas em 20 municípios do estado. Só aqui em Tobias Barreto são mais de 900 cisternas que estamos construindo. Nós visitamos algumas delas hoje e sentimos a felicidade da população ao ter suas cisternas com capacidade de 16 mil litros de água. Água boa que vai ajudar a trazer mais qualidade de vida para população. Portanto, essa é a intenção do governo do Estado poder melhorar a vida desse povo que tanto necessita de atenção”, disse o governador Belivaldo Chagas.

Em setembro de 2017, em Tobias Barreto, o governo do Estado e o Ministério do Desenvolvimento Social firmaram convênio para a implantação de 3.576 cisternas e aguadas em municípios sergipanos  num investimento de R$ 15 milhões. Serão 3.062 cisternas no valor de R$ 10.819.805,66, e 514 barreiros, no total de R$ 4.180.194,33. A contrapartida estadual é de R$ 152 mil. De acordo com o convênio, a execução do Programa para implantação de cisternas e aguadas está a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Sergipe.

Para o presidente da Cohidro, Carlos Melo, as cisternas trarão aos moradores mais dignidade e melhores condições de vida. “Trata-se de uma importante ação do governo do Estado, na parceria com a Secretaria de Estado do Planejamento e a Cohidro, para que a gente possa levar saúde e dignidade para as pessoas que ainda não têm o acesso à água encanada. E através das cisternas, por se tratarem de populações dispersas, ou seja, que não estão em aglomerados urbanos, você consegue abastecer e levar água de qualidade para essa população”.

O convênio, firmado por meio da Seplag no âmbito estadual, está inserido no Programa Nacional de Apoio à captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias – Programa Cisternas, que possibilita a construção de barreiros (aguadas) e cisternas de placas de 16 mil litros para armazenamento de água para famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca nos municípios do semiárido sergipano.

Segundo o secretário de Estado do Planejamento, Rosman Pereira,  já foram entregues 39 cisternas com mais 61 em execução e previsão de entrega na proxima sexta-feira. ” Serão 100 prontas e mais 170 com buracos escavados e placas de concretos fazendo a cura, que vão estar prontas, totalizando 270 nessa primeira etapa. Nossa  expectativa é entregar também, até a proxima sexta, 100 barreiros nos povoados onde já foram feitas as inscrições e cadastramento dos beneficiários. São regiões que passam por longa estiagem. Então, é um projeto do governo federal em parceria com o governo do estado para que a gente possa trazer água de qualidade para consumo humano e através dos barreiros, água para o consumo animal “, informou.

Uma ação que deixou o prefeito de Tobias Barreto, Diógenes Almeida, muito satisfeito. “São 982 cisternas e 284 barreiros, que estão em andamentos. Isso é muito importante. É uma obra que vai marcar a vida do homem do campo que convive com a seca”, celebrou.

Cisternas
A dona Marina dos Santos, moradora do povoado Saquinho/ Tanque Grande, também elogiou os benefícios trazidos com a cisterna. “Era difícil, a gente não tinha água, pegava no tanque e com o balde na cabeça e hoje mais não, graças a Deus. Melhorou por causa da cisterna, agora não falta mais não, graças a Deus”, vibrou a dona de casa que mora com mais quatro pessoas.

Os municípios de Tobias Barreto, Telha, Simão Dias, São Miguel do Aleixo, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora Aparecida, Monte Alegre e Macambira serão contemplados com cisternas. E receberão barreiros: Tobias Barreto, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Frei Paulo e Macambira. Só em Tobias Barreto são 920 cisternas e 287 barreiros.

Em 2018, a Cohidro e a Seplag firmaram Termo de Cooperação com o objetivo de efetivar instalação das cisternas de placas em concreto armado e a construção das barragens de barreiro em Sergipe.

A implantação das 3.062 cisternas e 514 barreiros é de fundamental importância para o desenvolvimento de localidades que ainda não têm acesso à água encanada por diversos fatores, principalmente o da topografia e da distância dos centros urbanos.

Duas entidades foram escolhidas em chamamento público para a execução do programa. A Associação Movimento Popular Resgatando Vida e Cidadania Sergipana (AMPRVCS), que construirá cisternas e barreiros em Tobias Barreto, Simão Dias, Macambira, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Dores. O Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC), vai instalar cisternas em Poço Redondo, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória. As entidades são responsáveis pelo cadastramento social das famílias beneficiárias.

As tecnologias sociais são destinadas para famílias residentes em localidades rurais e com renda familiar equivalente às utilizadas como critério de aceitação em outros programas sociais federais, como o ‘Bolsa Família’; devendo possuir o Número de Identificação Social (NIS) e, preferencialmente, ter como responsável legal uma mulher.

A equipe de engenharia da Cohidro atuou na elaboração dos projetos de engenharia, que foram anexados no projeto da Seplag, enviado ao MDS, e vai atuar fiscalizando o prosseguimento das obras.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

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Curso de Irrigação é aplicado a técnicos e estagiários do perímetro Califórnia

Capacitação pretende preparar profissionais aptos a projetar sistemas de irrigação localizada

Alunos estão satisfeitos com a forma com que Gonzaga aplica sua capacitação – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Engenheiro agrônomo e mestre em Irrigação, Luiz Gonzaga Luna Reis faz parte do quadro funcional da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e foi convidado pela gerência do Perímetro Irrigado Califórnia para aplicar um Curso de Irrigação. O público alvo são os técnicos e ‘tecnolandos’ em Agropecuária, respectivamente os servidores e estagiários desta unidade da empresa em Canindé de São Francisco. As primeiras aulas do ano ocorreram nesta segunda e terça-feira, 29 e 30.

A demanda, que pretende fazer uma reciclagem dos técnicos e enriquecer o currículo dos estudantes, é na elaboração dos projetos de irrigação localizada, definindo o passo a passo da implantação de sistemas eficientes, econômicos e adequados às normas legais de uso da água, seja dentro do perímetro irrigado, seja a partir de outros mananciais. Só no perímetro Califórnia, distante 198 km de Aracaju, são 333 lotes atendidos pela irrigação pública fornecida pela Cohidro, onde o projeto original, persistente ainda na maioria destas áreas produtivas, é com aspersão convencional e móvel, que tanto apresenta uma baixa eficiência de irrigação, quanto consome bastante tempo no deslocamento das tubulações dentro da área irrigada.

Desta maneira, Gonzaga iniciou o seu curso, na teoria e prática, tratando do recurso hídrico disponível para irrigar os lotes em que se pretende aplicar os projetos, no caso do Califórnia, os canais. “O trabalho feito no canal é para determinar a vazão. Do jeito muito semelhante ao que se faz em um rio. Se você vai fazer um projeto de irrigação, tendo um rio, a metodologia é praticamente a mesma, para a determinação da quantidade de água. Você só faz a determinação da área que vai irrigar, em função da água que você tem no riacho. E essa determinação tem que ser feita no mês crítico do ano, em termos pluviométricos”, explanou.

Gonzaga, servidor público há 35, demonstra grande gosto em passar adiante o conhecimento acumulado nesse período de atuação profissional. Tempo em que ele foi, inclusive, projetou irrigação na África a partir das águas do Rio Nilo, convidado pelo governo da República do Sudão, em 2008. “Nós estamos começando agora, essa foi a primeira aula, mas a minha intenção é deixá-los  prontos, inclusive com auxílio de um GPS, para levantar as áreas de campo, determinar a vazão do manancial a ser usado para irrigação e encima disso, fazer um projeto completo de irrigação localizada, de microaspersão ou gotejamento”.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir), apoia a iniciativa da gerência do perímetro de Canindé. “É um trabalho constante nosso, o de influenciar e convencer os nossos produtores irrigantes para a substituição dos métodos de irrigação. Em Itabaiana, onde nós temos dois perímetros irrigados, faz parte das ações do ‘Programa Águas de Sergipe’ (PAS), a troca completa dos sistemas de irrigação pela microaspersão (projeto elaborado por Gonzaga e aprovado pelo consultor do Banco Mundial), tamanha é a necessidade da substituição desses equipamentos de uso à época da criação dos perímetros, mas hoje ultrapassados”, analisou. O PAS é do Governo de Sergipe, gerido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e financiando pelo Banco Mundial, adequando o uso da água da bacia do Rio Sergipe à eficiência e a preservação ambiental em mais de 80 ações.

Balde Cheio
O programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite foi implantado de forma bem-sucedida no perímetro Jabiberi, também da Cohidro, em Tobias Barreto. Atualmente, servidores dos dois polos irrigados e da Dirir, trabalham em uma transferência de tecnologia para implantação do modelo em Canindé. Segundo a gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, isso foi o que motivou a capacitação. “Dr. Gonzaga veio para dar uma orientação no projeto ‘Balde Cheio’, inicialmente. Quando ele chegou ao campo, viu a irrigação inadequada, o pessoal coloca uma bitola maior, usando o método errado, causando desperdício de água e os técnicos daqui já sem argumento para combater. E ele então resolveu fazer esse curso, o que foi uma coisa muito boa, fantástica, ele é muito competente”.

Os dois dias de curso desta semana são uma sequência, tendo havido outros dois encontros em 2017, quando participou outra turma de estagiários hoje formados, conforme informa Eliane Moraes. “E ele viu também os estagiários, sem muita noção do que era irrigação e quase formados, essa é a ultima etapa do curso deles. O pessoal está muito satisfeito, tanto que iam ser só essas três etapas, mas vai ter mais, para finalizar”. Para a gerente, o resultado não poderia ter sido melhor. “Ele é muito sério, muito disponível, muito seguro nas informações que ele dá. Está de parabéns a Cohidro em ter um profissional desse em seu quadro”, completou.

Capacitação do servidor
Para o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, toda e qualquer ação que venha capacitar o servidor, finda em melhorar a qualidade do serviço público oferecido. “Nesse período em que toda máquina pública do Estado está reduzindo drasticamente qualquer despesa que não seja o essencial para garantir o funcionamento dos órgãos públicos, infelizmente, não estamos podendo investir em capacitações externas. Assim, saber que dentro da própria estrutura da empresa é possível poder contar com a colaboração, com o coleguismo de quem pode compartilhar os conhecimentos com o próximo, é gratificante, justifica nosso esforço em defender o nome e batalhar por melhorias nessa empresa. Obrigado Dr. Gonzaga, pela ajuda bem-vinda aos colegas e para a Companhia”, ajuizou.

Um dos técnicos da Cohidro que participou das capacitações é Antônio Roberto Ramos. Para ele, o curso está tendo bastante aproveitamento. “Esse curso é uma sequência do que iniciamos no módulo anterior. Tudo que é repassado é uma sequência de estudo, mas não é repetitivo, irrigação é um tema bastante extenso”. O servidor participou também das aulas anteriores e vê sempre coisa nova a cada encontro. “Ele fez uma revisão e depois sequenciou, com novos conteúdos, como cálculo de vazão em um canal de irrigação trapezoidal, medição de vazão de microaspersores em campo. Conteúdo que não tínhamos vistos no módulo anterior”, descreveu, acrescentando que essas atividades práticas tiveram a participação de todo o grupo.

Dom José Brandão de Castro
Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’ fica no município vizinho de Poço Redondo e tanto tem utilizado da estrutura e lotes dos irrigantes atendidos pela Cohidro, para aplicar aulas práticas, como tem fornecido mão de obra temporária à unidade de Canindé da Empresa, através dos estágios curriculares de conclusão de curso. Uma reciprocidade que auxilia o trabalho de atendimento ao agricultor que, ao mesmo tempo, melhor prepara estes futuros profissionais para o mercado de trabalho.

“Esse curso é um enriquecimento muito grande para os estagiários, que vão aplicar não só no perímetro, mas se aparecer um projeto particular, os mesmos estarão capacitados para realizar, vão poder fazer, como mais uma opção para abertura de mercados de trabalho”, concluiu o agrônomo Luiz Gonzaga.

Governo investiu R$ 4,8mi para prover água a 166 mil pessoas em 2017

Sistema de abastecimento do ‘Água para Todos’ em Indiaroba – Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

As ações da Diretoria de Infraestrutura e Mecanização Agrícola (Dinfra) da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) são voltadas à captação de água subterrânea e da chuva, a partir de barragens e cisternas. Pelo trabalho de suas cinco equipes de perfuração, em 2017, foram perfurados 112 novos poços. Um investimento, na aquisição de materiais e insumos, de R$ 1.712.968,14, beneficiando diretamente 37.521 pessoas nas localidades assistidas. Em toda sua história, a empresa já perfurou 3.791 poços, sendo que 95% destas ações foram direcionadas aos moradores da zona rural, visando à estabilidade do homem no campo.

Neste mesmo ano, foram investidos outros R$ 2.487.019,70 para a Cohidro implantar 40 novos sistemas de abastecimento de água obtida de poços tubulares, beneficiando 42 localidades rurais onde vivem 15.290 pessoas. Em outras 214 interferências das equipes de instalação, recuperação e manutenção de poços da Cohidro, foi mantido o fornecimento de água para 67.500 pessoas, a partir do investimento de R$ 247.347,80, em atendimento e peças de reposição. Serviços de limpeza e teste de vazão foram realizados em poços perfurados pela Cohidro, novos e antigos, beneficiando 23.770 pessoas, onde foram investidos mais R$ 341.462,47, em suprimentos para as duas equipes da Cohidro na função.

Segundo o titular da Dinfra, Paulo Henrique Machado Sobral, são ações continuadas e de diferentes equipes. “A implantação do sistema simplificado de abastecimento de água inicia-se com a visita de um geólogo in loco para realizar a avaliação geológica e locação do poço. Após a demarcação da área é indicada a sonda apta a perfurar a região analisada, sendo essa enviada a campo para executar a perfuração. Após a conclusão da etapa anterior, e com poço produtor, é enviada a equipe de bombeamento para realizar a limpeza do poço e aferir a capacidade de produção do mesmo. Sendo as avaliações de vazão e qualidade de água positivas, haverá a instalação de bombas e implantação da estrutura de armazenamento e distribuição da água. Em casos específicos, há ainda a instalação de dessalinizadores”, ilustrou o diretor.

Em Simão Dias, no Assentamento Maria Bonita, há um poço perfurado pela Cohidro capaz de fornecer 12.100 litros de água por hora, vazão considerada bastante produtiva. Nele, a empresa instalou a bomba, a tubulação que leva água até um reservatório de 10.000 litros, que é suspenso por estrutura de concreto de 6 metros e que segue até as residências, totalizando 1.276m de rede subterrânea de água. Um investimento de R$ 100.000, oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), obtidos via convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). Esse sistema, que beneficia 69 famílias, foi inaugurado pelo governador Jackson Barreto, em 31 de outubro de 2017.

“O governo do Estado está fazendo um investimento de quase R$ 6 milhões em Simão Dias. Nosso sentimento é de muita alegria, de dever cumprido, em poder atender a população de Simão Dias. Como governador de Estado, nunca tivemos tantos investimentos anunciados de uma só vez nesse município”, declarou Jackson Barreto, no dia da inauguração no Maria Bonita, quando também foram entregues galpão, equipamentos, insumos e regularização fundiária para famílias de agricultores; foi inaugurado o novo escritório da Deso e ainda assinado as ordens de serviço para pavimentação e drenagem de vias urbanas e os contratos de investimento pelo Programa Dom Távora.

 

Combate à seca

No atendimento às comunidades rurais, que são providas pela água da chuva em barragens comunitárias escavadas e de uso múltiplo, em 2017 foi realizado trabalho preventivo de limpeza em 13 unidades, retirando o excesso de lama e ampliando a capacidade. Estas aguadas são utilizadas principalmente no período da seca, para dessedentação animal e no último período de chuva acumularam muito mais água, para atender povoações que vivem da pecuária em Canindé de São Francisco, Carira, Cedro de São João, Frei Paulo, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Tobias Barreto e que somam 22.240 pessoas.

José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia, que congrega os produtores rurais da comunidade tradicional da Serra da Guia, em Poço Redondo. Ele relata que depois que o reservatório recuperado pela Cohidro ficou cheio, a água acumulada poderá durar até dois anos, principalmente por que ali não é permitida a captação da água que não seja para o uso da própria comunidade. “Essa obra da barragem chegou em uma boa ora, graças a Deus! A barragem existe há mais de 30 anos e usamos a água tanto para dar ao gado como para a lavagem de roupas”, relata.

O resultado do programa foi positivo, o que foi constatado antes mesmo de uma nova seca começar, comemora o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola. “Uma seca das mais severas da história foi, graças a Deus, suprida por um inverno bastante generoso em quantidade de chuva. Isso garantiu que a maioria das barragens que nós recuperamos no período de estiagem enchesse em sua totalidade. Garantindo, assim, uma maior autonomia e chance de persistência do sertanejo no campo, tendo um tempo maior de uso daquela água. Como sempre digo, a água existe no sertão, em forma de chuva. O que é preciso fazer é investir em meios de guardá-la para usar durante a seca. Isso se faz, principalmente com as barragens e as cisternas, outra atuação que a nossa empresa, em breve, vai voltar a ter também no Estado”, argumentou.

 

Convênio Seidh

Foram investidos, em 2017, um total de R$ 2.000.000 em recursos do Funcep, obtidos pela Cohidro através de convênio com a Seidh. Ações de combate aos efeitos da seca e provimento de água para consumo humano no interior do estado. Das 13 barragens recuperadas em 2017, 12 foram custeadas nesta parceria. Essa parceria financiou também a aquisição de materiais de insumos para perfuração de 20 poços tubulares profundos. Destes, quatro comunidades receberam implantação de sistemas abastecimento de água com distribuição domiciliar, nos municípios de Simão Dias e Lagarto, assistindo 2.075 moradores. No total, o convênio beneficiou 32.770 pessoas no campo.

 

Programa ‘Água para Todos’

Os primeiros sistemas singelos de abastecimento de água financiados pelos recursos federais do ‘Água para Todos’, começaram a ser entregues em setembro de 2016, sendo concluídas no ano seguinte as 24 unidades restantes. Ao todo, são 36 sistemas que atendem 38 comunidades com uma população total de 6.339 pessoas. Um investimento de R$ 2.487.019,70, só na implantação das redes de distribuição e armazenamento de água, beneficiando 4.013 pessoas. Tal ação resulta dos 45 poços perfurados em 40 localidades, realizada em anos anteriores de vigência do programa.

Ao todo, o programa já investiu R$ 4.412.818,16 nos sistemas de abastecimento sergipanos, incluindo a perfuração dos poços. Vale ressaltar que existem unidades de abastecimento em que houve a parceria das prefeituras, das comunidades organizadas ou até por iniciativa dos moradores, para que a infraestrutura hídrica pudesse ser interligada às casas, construídas ou reaproveitando as já existentes. Foi assim nos povoados Curral dos Bois, Encruzilhada e Assentamento Caraíbas, em Japaratuba e nos povoados Bom Viver, Cambuí e Mangabeiras, em Santa Luzia do Itanhy. Há sistemas, como os dos povoados ‘Fazenda de Cima’, em Riachão do Dantas e do Estacada, em Tomar do Geru, que receberão dessalinizadores para o tratamento da água.

No Assentamento 05 de Janeiro, em Indiaroba, um sistema inaugurado pelo Governo do Estado em 17 de novembro, beneficia 128 famílias, ou seja, cerca de 700 pessoas, e correspondeu a um investimento de R$ 298.518,82. Já no Assentamento 27 de Outubro, entregue no mesmo dia, são mais 23 famílias, investimento correspondente a R$ 135.365,31.  “É uma obra social de grande alcance e nossa maior felicidade é ver os sorrisos dessas pessoas que não precisarão mais carregar baldes por longas distâncias ou precisar de carroças para ajudar a pegar água nos tanques ou rios da região”, defendeu o vice-governador Belivaldo Chagas.

Para as moradoras do 27 de Outubro, as agricultoras Maria Beatriz Santos Dória, 68, e Hélia Cardoso, 51, o acesso a água traz facilidades para o dia a dia. “Estou muito feliz e agradeço a Deus por essa água. Antes, precisávamos pegar água no rio ou no assentamento vizinho, mas são mais de 3 km de distância, tínhamos que usar as carroças para ir pegar a água, era difícil”, disse Maria Beatriz. “Agora vai facilitar o dia a dia, a limpeza da casa e até para gente beber”, completou Hélia.

Em Brasília, Jackson solicita verba para barragens, abastecimento de água e Canal de Xingó

 

Acompanhado do deputado federal Fábio Reis, dos secretários da Agricultura, Esmeraldo Leal, e de Inclusão, José Sobral e do presidente da Deso, Carlos Melo, o governador solicitou a liberação de R$ 1 milhão para recuperação da barragem da Barra da Onça, em Poço Redondo

Fotos: Roque Sá

O governador Jackson Barreto embarcou para Brasília para cobrar recursos e investimentos para Sergipe. Em audiência, nesta terça-feira, 03, com o ministro da Integração, Helder Barbalho, e com o presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Antônio Avelino Rocha, o governador discutiu questões relacionadas à regularização das contas de energia do projeto Jacaré-Curituba; a liberação de recursos da barragem da Barra da Onça e a doação de uma perfuratriz para o governo do Estado.

Acompanhado do deputado federal Fábio Reis, dos secretários da Agricultura, Esmeraldo Leal, e de Inclusão, José Sobral e do presidente da Deso, Carlos Melo, o governador solicitou a liberação de R$ 1 milhão para recuperação da barragem da Barra da Onça, em Poço Redondo. Jackson lembrou que cobrou o recurso em maio deste ao, durante audiência com o ministro.

Helder Barbalho explicou a recuperação da barragem da Barra da Onça está em análise, junto com mais de 30 mil propostas de todo o País, que somam R$ 12 bilhões. Ele informou que a equipe do Ministério realizou uma triagem e irá analisar a demanda de Sergipe.

Outro questionamento do governador Jackson Barreto foi sobre a liberação de R$ 10 milhões para conclusão das obras de ampliação do Sistema de Abastecimento dos Municípios de Tomar do Geru, Itabaiaininha e Umbaúba e ressaltou que os serviços estão 90% concluídos. Barbalho garantiu que parte dos recursos será liberada na próxima semana e a restante quando a Pasta receber dotação orçamentária.

Perímetro Irrigado
Durante a audiência, o governador também solicitou que a Codevasf assuma as despesas de energia elétrica do Perímetro Irrigado Federal Jacaré-Curituba. Situado em Poço Redondo, a operacionalização do Perímetro é feita pelo Ministério da Integração Nacional, por meio da Codevasf, que administra o perímetro, e do Incra, que presta assistência aos irrigantes.

Apesar de ser um perímetro irrigado federal, a Cohidro vem pagando a conta de energia elétrica do Perímetro há alguns anos. O governador explicou que, por orientação da Procuradoria-Geral do Estado e de seu setor jurídico, a Cohidro deixou de realizar o pagamento das contas, impetrando ação judicial para transferir o domínio da conta de energia para a Codevasf.

“São mais de 700 famílias assentadas no Jacaré-Curituba, o maior assentamento da América Latina em perímetro irrigado. Precisamos resolver essa situação porque os produtores não podem correr o risco de ficar sem energia. Já são R$ 2 milhões em dívida de energia de responsabilidade da Codevasf”, afirmou Jackson.

O presidente da Codevasf, Antônio Avelino Rocha , explicou que existe um problema na definição das responsabilidades do Incra e da Codevasf e ficou acertada uma reunião com o ministério de Minas e Energia pra buscar uma solução para o caso, que também ocorre em outros estados.

Canal de Xingó
Sobre o Canal de Xingó, Jackson requereu a viabilização de R$ 20 milhões para a execução do Projeto Básico e lembrou que, em março deste ano, a então presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, visitou Sergipe para dar início ao processo licitatório do Projeto Básico do Canal de Xingó. Desde então, transcorreu a licitação que hoje se encontra em sua fase final. Restando apenas a comissão licitatória divulgar o relatório final e que corram os prazos regimentais para recursos. A perspectiva era de que até o fim de outubro o processo licitatório seja finalizado.

Jackson explicou que a União disponibilizou R$ 6 milhões no Orçamento Geral da União para a obra. Posteriormente, no entanto, esse valor foi contingenciado. Os restantes R$ 14 milhões precisam ser assegurados pela Codevasf para a realização do projeto básico do Canal de Xingó.

O ministro Helder Barbalho informou que a licitação do projeto do canal de Xingó deve ficar pronta ainda este mês, seguindo o prazo pré-estabelecido.

Obra
O projeto do Canal de Xingó pretende maximizar a oferta de recursos hídricos no Sertão sergipano, melhorando, assim, os Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) na região.

A primeira fase do projeto prevê uma construção que abrange desde a captação de água no reservatório de Paulo Afonso (BA), passando por Santa Brígida (BA), Canindé de São Francisco (SE), chegando a Poço Redondo (SE). Nas fases seguintes, o canal se estenderá por Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória onde irá bifurcar até Carira e Ribeirópolis.

O anteprojeto da fase I do Canal de Xingó já foi concluído pela Codevasf e correspondeu a um investimento de R$ 6,8 milhões. A Fase I tem 114,5 km de extensão. O EIA-RIMA já foi analisado pelo Ibama, tendo sido condicionado à emissão de relatório pelo IPHAN. Então deverá ser submetido ao Ibama para concessão de Licença Prévia para localização do empreendimento. A expectativa é de que a Licença Prévia seja concedida até meados de 2017.

Após a conclusão dos projetos, a Codevasf dará início aos procedimentos necessários para a elaboração da licitação da obra, cujo prazo de conclusão é de 03 a 04 anos e o montante de investimento para a implantação da 1ª fase é estimado em R$ 1,4 bilhão. A extensão do canal em suas duas fases é superior a 300 km. O investimento total do Canal é estimado em R$ 4,5 bilhões. Quando concluído, o Cabal terá vazão de 36 m3/s, já assegurada pela ANA, e atenderá os Projetos de Irrigação Califórnia e Jacaré-Curituba (em operação), e Manoel Dionísio (a ser implantado); vazão para abastecimento humano, dessedentação animal e pequena irrigação em mais de 25 assentamentos do Incra.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Nota Ascom/Cohidro
A Cohidro se insere no contexto do Canal Xingó na diminuição dos custos que o Estado tem com a captação de água para o Perímetro Irrigado Califórnia. Além disso, a criação do novo canal propiciará a implantação do novo Perímetro Irrigado Manoel Dionísio. Desta forma, ao todo serão 6,5 mil hectares de terra em plena produção de alimentos no Alto Ser

Jackson e ministro do Desenvolvimento Social anunciam construção de 3.576 cisternas e aguadas no semiárido sergipano

O governador Jackson Barreto e o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, anunciaram nesta segunda-feira, 18, em Tobias Barreto, investimentos que superam o valor de R$ 19 milhões para implantação de 3.576 cisternas e aguadas em municípios sergipanos (R$ 15 milhões) e para incluir 2 mil famílias sergipanas no Programa de Inclusão Produtiva Rural (R$ 4,8 milhões). Durante a visita ao Centro Sul sergipano, o governador e o ministro também apresentaram os primeiros resultados do Programa Criança Feliz em Sergipe e realizaram a entrega de um veículo doado ao estado pelo Ministério.

O convênio firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e o governo do Estado de Sergipe, por meio da secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), no âmbito do Programa Nacional de Apoio à captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias – Programa Cisternas possibilitará a construção de barreiros (aguadas) e cisternas de placas de 16 mil litros para armazenamento de água para famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca nos municípios do semiárido sergipano.

“Foram mais de R$ 19 milhões anunciados pelo Ministério do Desenvolvimento Social. O que nós estamos fazendo aqui, hoje, é um palanque dedicado ao povo pobre de Tobias Barreto e do estado. Só foram discutidas aqui políticas públicas para os mais pobres de Sergipe, o que condiz com minha história de luta. Nós, governantes, temos obrigação de cuidar de toda a população, mas, como pregou Jesus, cuidar dos que mais precisam, em primeiro lugar. É isso que o papa Francisco tem nos ensinado. Tem ensinado a cuidar dos mais pobres. Estou feliz de participar dessa programação, porque nós também ajudamos a fazer a seleção dos municípios. Quanto as cisternas, somente Tobias Barreto vai receber mais de mil cisternas para enfrentar os desafios da seca. Por outro lado, o ministro veio mostrar sua alegria com o lançamento do Programa Criança Feliz, já que o estado de Sergipe é o primeiro estado do país a fazer a elaboração do programa de forma objetiva e concreta, hoje já envolvendo mais de 70% dos municípios do estado”.

Serão 3.062 cisternas no valor de R$ 10.819.805,66, e 514 barreiros, no total de R$ 4.180.194,33. A contrapartida estadual é de R$ 152 mil. De acordo com o convênio, a execução do Programa para implantação de cisternas e aguadas ficará a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Sergipe.

O ministro Osmar Terra elogiou a gestão de Jackson Barreto e Belivaldo Chagas e afirmou que a destinação dos R$ 15 milhões do Programa Cisternas para o estado se deu devidos a luta de Jackson e do deputado federal Fábio Reis. “Jackson fez uma grande transformação no estado de Sergipe, nas políticas sociais e, com certeza, muito do que é feito por Jackson só é possível porque ele tem o vice-governador, Belivaldo, ao seu lado. Sergipe iria receber R$ 2,5 milhões do dinheiro destinado a este programa pelo governo federal, mas o governador, Fábio Reis e Sérgio Reis me procuraram e expuseram as necessidades do estado e passamos para R$ 15 milhões investidos aqui”.

Osmar Terra explicou que a intenção é que no próximo ano, mais sergipanos sejam contemplados com cisternas. “Vamos zerar o número de cisternas necessárias. Para isso, no início do próximo ano, vamos liberar mais recursos para o estado. Estamos trabalhando para ajudar quem mais precisa”.

Famílias dos municípios de Tobias Barreto, Telha, Simão Dias, São Miguel do Aleixo, Pinhão, Poço Redondo, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora Aparecida, Monte Alegre e Macambira serão contemplados com cisternas. E receberão barreiros: Tobias Barreto, Nossa Senhora Aparecida, Pinhão, Frei Paulo e Macambira.

“São mais de 4 mil famílias de baixa renda beneficiadas com acesso a água, um dos bens mais preciosos da vida. Só em Tobias Barreto são 1.032 cisternas”, expôs o deputado federal Fábio Reis.

O prefeito de Tobias Barreto, Diógenes Almeida, expressou a alegria com os benefícios levados ao seu município. “Recebemos a visita do ministro, que nos trouxe 1.032 cisternas e um carro-pipa. Enfrentamos o maior período de seca visto em Sergipe. Hoje está chovendo, mas não é comum vermos chuva por aqui em setembro. É uma felicidade saber que quando voltarmos ao período de seca nossa população poderá ter água captada em casa”.

Já o prefeito de Nossa Senhora da Glória, Chico do Correio, um dos municípios beneficiados, falou que as cisternas e aguadas serão a garantia de água para os agricultores no período de seca. “Qualquer ação do governo federal, juntamente com o governo do estadual, para melhorar a convivência com a seca é de extrema importância. Portanto, nós estamos recebendo recursos para a construção de 229 cisternas que perfaz um total de R$ 229 mil. Recursos que vão se somar às ações que o município já fez e que o governo do Estado realizou no governo de Marcelo Déda e no governo de Jackson Barreto, com relação água encanada para as comunidades”.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Primeira poda das uvas e início da produção de pera no Perímetro Califórnia

No Califórnia, já existe produção de cachos de uva perfeitos. Poda visa promover uma produção homogenia em dezembro – foto Andrea Santtos(Califórnia-Cohidro)

A poda estimula a videira na produção de novas brotações a partir de gemas dormentes, o que vem a gerar novos frutos. A expectativa é de que o manejo realizado nesta terça e quarta-feira, 29 e 30 de agosto, vá resultar na primeira colheita à nível comercial das uvas em dezembro, nos dois campos alocados em lotes de irrigantes do Perímetro Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. A Embrapa – Semiárido instalou quatro experimentos no município, via convênio de transferência de tecnologia, e já se prepara para trazer também a pera e a maçã, ao polo irrigado do Governo do Estado.

Uva já é uma cultura consolidada em Petrolina-PE – há 468km de Canindé que, por sua vez, fica distante 213km da capital sergipana – muito graças às pesquisas feitas pela unidade da Embrapa alocada no município pernambucano. De lá vieram engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, mudas e insumos, via convênio que ainda integra a Codevasf, administradora do Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba. Este fica situado entre Canindé e Poço Redondo e é onde outros dois campos experimentais foram implantados, recebendo a mesma assistência que os do Califórnia, gerido pela Cohidro.

Todo custo, que inclui a assistência técnica da Embrapa, mudas, nutrientes utilizados na fertirrigação e o próprio sistema de irrigação, são custeados pelo convênio durante dois anos e o produtor rural só entra com o a área de plantio e a mão de obra. Um deles, do grupo assistido pela Cohidro, é Levi Alves Ribeiro (Sidrack), que plantou 684 mudas da variedade Isabel, em meio hectare.Terça-feira recebeu um técnico da Embrapa e quatro da companhia sergipana.“Essa é a hora de maior importância. É claro que toda condução e orientação da videira é de suma importância, porém, agora estamos iniciando a poda de produção”, valoriza.

Sidrack explica que, ao fazer esse manejo de estimulo à produção das videiras, uma parte do parreiral por semana, facilitará fazer colheitas em dias diferentes, podendo ofertar frutos frescos, ao comércio, por um por período maior. O lote “será dividido em quatro parcelas de poda. A primeira, que foi hoje e a cada sete dias outra. Quarta-feira próxima iremos podar outra parte. A ideia da poda em parcelas, é trabalhar a comercialização”, conclui ele que, junto de José Leidison dos Santos, foram selecionados pela Cohidro a receber os campos experimentais, pela dedicação aos seus cultivos anteriores e a excelente assimilação que têm às orientações técnicas.

Essa etapa da assistência aos produtores foi feita por intermédio do Técnico Agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina. Ele reforça o uso do método que divide o lote em parcelas, explicando que outras ações precisarão ser feitas no parreiral até chegar a colheita. “Na poda de produção, a gente fez escalamento de poda, para que a gente possa colher o mês de dezembro inteiro. Então, essa poda de hoje, o objetivo é já colher frutos para daqui a 95 ou 100 dias, aproximadamente. Tem outros manejos, como a condução da rama. Mas previsível, só acompanhando mesmo a cultura, para ir monitorando ela”, condiciona ele que avaliou positivamente a atuação dos irrigantes donos dos parreirais em Canindé.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto orienta aos produtores dessas variedades frutíferas, exóticas à fruticultura da região, que é necessário estar aberto para orientação dos técnicos e agrônomos que fazem a assistência.“Há muitos procedimentos que dependem de uma avaliação profissional da situação da planta. Da poda à amarração dos ramos e orientação das gavinhas, adubação e período de irrigação. Para isso, os nossos técnicos estão sempre a postos, seja em Canindé, seja em Lagarto, onde existem campos experimentais de pera, caqui e maçã”, esclarece.

Pera e maçã
Técnico Agrícola do Califórnia, Roberto (Beto) Ramos está acompanhando o procedimento de transferência de tecnologia junto dos colegas de perímetro e esclarece que, até o momento, uma área foi preparada para receber mudas de pera em Canindé, mas é esperado a criação de campo experimental de maçã também. “Nós técnicos da Cohidro, juntamente com o técnico da Embrapa, estivemos no lote e ficou tudo certo para a implantação da referida cultura, com o casal de produtores Creusa e Charles Roberto. Serão 500 mudas plantadas, no espaçamento de 4 por 1,25 metros”, informou sobre o novo lote.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, acha que todo empenho para ampliar a gama de produtos ofertados nos perímetros irrigados, é válida para promover a geração de renda do agricultor familiar. “Se ele oferecer o que a maioria não tem, ele se sobressai com melhores preços de mercado, vai disputar preço com o produto de outros estados, com baixo custo de frete e gerar renda. O melhor disso tudo ainda é que, embora poucos produtores tenham recebido subsídios para plantar essas frutas, os outros produtores, dentro do perímetro ou não, poderão ir ver e se espelhar nessas tecnologias para produzir também, sem se aventurar em algo que ninguém sabia, até agora, se dava certo na região”, defende.

Guy Rodrigues informou ainda que, por enquanto, a Embrapa – Semiárido só dispõe de mudas de pera para trazer para Canindé, mas em seguida será a vez da maçã, em outro campo, assim que forem adquiridas. “A primeira é a cultura da pera, que o produtor já está com o solo pronto. Eu creio que dentro de 30 dias, deva haver o plantio dela”, completa o técnico que nas visitas aos campos do Perímetro Califórnia, tem sido sempre acompanhado pelos colegas da Cohidro: Joaquim Ribeiro, Edmilson Cordeiro, Tito Reis e o próprio Beto. Eles aprendendo, na intenção de continuar dando assistência aos produtores irrigantes após os dois anos de vigência do convênio.

Jackson Barreto entrega sistemas de abastecimento de água em Canindé e comenta investimentos em Perímetro Irrigado

Foto: ASN

Para levar o acesso à água potável para a população de Canindé de São Francisco, o governador Jackson Barreto foi até o município do Alto Sertão nesta sexta-feira, 11, e entregou sistemas de dessalinização do Programa Água Doce em três localidades: assentamentos Mandacaru, 12 de Março e Comunidade Caiçara, um investimento de R$ 450 mil. A ação beneficia cerca de 750 pessoas de 150 famílias canindeenses.

O governador foi recepcionado com festa e explicou que ampliar o abastecimento de água nas comunidades do Sertão sergipano significa levar dignidade e felicidade a um povo que enfrenta dificuldades ao conviver com a seca.

“As chuvas chegaram, mas o governo continua trabalhando para levar água de qualidade para o povo do Sertão. Nós não podemos passar mais a situação que já passamos, a população sofreu muito. Estamos entregando hoje três dessalinizadores. O valor pode parecer pouco, mas quando se trata de levar água de qualidade para a população do Sertão, estamos fazendo um benefício sem tamanho. Para mim, é uma alegria voltar ao nosso sertão, já que estive aqui na semana passada para inaugurar cerca de dez obras em Nossa Senhora da Glória ao lado do prefeito Chico dos Correios”, declarou, relembrando o ex-prefeito do município Orlandinho Andrade, falecido em março. “Quando eu venho em Canindé, para uma solenidade dessa, lembro de Orlandinho. Impossível não lembrar dele”.

Foto: ASN

De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, em cada sistema dessalinizador foram investidos R$ 150 mil. “Isso aqui é uma obra importantíssima para governo do Estado, que trouxe algo da melhor qualidade: água pura e tratada que proporcionará qualidade de vida paras as comunidades beneficiadas e refletirá na saúde dessas pessoas. O senhor, governador, vem aqui para fazer obras para as pessoas, para trazer um benefício tão importante quanto esse, isso representa o olhar do Estado. Os dessalinizadores são investimentos do governo em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Programa Água Doce”.

Olivier também ressaltou a preocupação ambiental do programa. “Essa obra tem uma responsabilidade ambiental muito grande. O descarte da água, por ter um alto grau de salinização, tem que ser feito de forma responsável para não prejudicar o solo. Para isso, são construídos, também, um tanque pra receber esse rejeito”, acrescentou.

Para a líder comunitária do assentamento Mandacaru, Maria das Dores França, a chegada da água representa uma grande alegria para os moradores locais. “Estamos todos felizes com essa água boa. Isso é muito importante para gente, porque era muita escassez de água e dependíamos dos carros-pipa, agora vamos ficar tranquilos”.

Já a líder comunitária do assentamento 12 de Março, Jailma Pereira, afirmou que os recursos disponibilizados pelo governo na comunidade ajudarão a acabar com a dependência dos carros-pipa. “A gente necessitava muito dessa água, porque dependíamos dos carros-pipa. Agradecemos muito por esse trabalho. Estamos em um paraíso, só a gente sabe o quanto significa essa água pra nossa comunidade”.

Mãe de três crianças, a moradora da Comunidade Caiçara, Maria Daniele Niela, comentou o quanto o acesso a água facilitará sua rotina e ajudará a melhorar a saúde na localidade. “Antes, a gente precisava carregar água do chafariz. Agora, vai ficar melhor. Essa água é muito boa, é tratada. Os moradores estão felizes demais”.

Respondendo a uma solicitação da população da Caiçara, Jackson incumbiu ao secretário Esmeraldo Leal que recorra aos trâmites legais, por meio do crédito fundiário, para regularizar as terras da comunidade e, a partir disso, realizar um projeto junto à Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) para levar a rede de energia elétrica ao local e possibilitar maior segurança e conforto aos moradores.

Programa Água Doce
O programa é uma ação do Ministério do Meio Ambiente, por meio da secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O programa assumiu a meta de implantar 1.200 sistemas de dessalinização, com investimentos de R$ 240 milhões beneficiando, aproximadamente, 500 mil pessoas.

Em Sergipe, serão implantados 33 sistemas de dessalinização. São 25 sistemas que disponibilizarão água potável com qualidade numa primeira etapa e oito na segunda etapa. Ao todo, serão 75 comunidades beneficiadas em 14 municípios, a partir de um investimento total de R$ 6.652.305,90, beneficiando 2.757 famílias.

O primeiro município sergipano a ter um sistema de dessalinização instalado foi Poço Redondo, na comunidade remanescente quilombola Serra da Guia. Também já foi entregue um sistema em Nossa Senhora da Glória, em Aningas; quatro em Carira, nos povoados Bezerra, Três Tanques, Lagoa dos Porcos e Macaco e seis dessalinizadores em Poço Verde, nos povoados de Cova da Índia, Recanto, Ponta da Serra, Lages, Cachorro Morto e Cacimba Nova.

Ao todo, o Alto Sertão vai receber 12 sistemas de abastecimento, levando água de qualidade para os municípios de Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória.

O prefeito de Canindé, Ednaldo Vieira, falou das ações do governo do Estado no município. “Ficamos felizes porque são dias melhores para o nosso município. Esse é o papel da nossa gestão e do governador, que não tem fechado os olhos para o nosso povo. Mesmo com tantas dificuldades enfrentadas pelo Estado, ele tem trazido para o sertão e para todas as comunidades o que há de melhor”.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Esmeraldo Leal, a implantação de dessalinizadores ajuda na permanência das famílias em seu local de origem. “Nós estamos numa das regiões mais secas do estado de Sergipe, com uma excelente produção de leite, no entanto, com pouco acesso à água. Trazer água significa viabilizar a permanência dessas famílias aqui. Com isso, a gente vai ter certeza que essas comunidades vão produzir bem e viver bem”.

“Não é apenas nos momentos de dificuldades que temos que pensar a questão da água. Água de qualidade é saúde também. Estamos aqui entregando mais um compromisso que o governo do Estado em prol das comunidades do Sertão”, declarou o vice-governador Belivaldo Chagas.

Ações na região
Durante a solenidade, Jackson fez um resumo das ações já empreendidas na região. Ele destacou a construção da Orla de Canindé, os investimentos em bombas e motores no projeto Califórnia e a reforma do pelotão Especial de Policiamento em Área de Caatinga (Pepac), situado no povoado Vaca Serrada, em Porto da Folha.

“Estamos investindo mais de R$ 4 milhões nas bombas, motores do projeto Califórnia para que os pequenos agricultores daqui mantenham seu sustento. Estive recentemente em Brasília lutando pela barragem da Barra da Onça. Não saio do governo sem antes realizar essa obra. Estamos reformando o Pelotão da Caatinga, atendendo um pedido da população, que me parava para perguntar do retorno do Pelotão. Nesta semana, também fui ao Ministério da Educação para pedir a liberação de mais recursos para a construção do Instituto Federal, que está sendo construído em Poço Redondo. Tive a garantia do ministro da Educação da liberação dos recursos para o Instituto Federal, tanto de Poço Redondo, como o de Nossa Senhora da Glória. É dessa forma que o governador procura atuar”, afirmou, anunciando a licitação da ponte da Lagoa da Volta, em Porto da Folha.

“Nós já estamos no processo para fazer a licitação da ponte da Lagoa da Volta. Já conseguimos os recursos de R$ 3,5 milhões. Já avisei ao prefeito e ao ex-prefeito Manoel de Rosinha”, declarou Jackson.

Presenças
Acompanharam as solenidades o deputado federal João Daniel; os deputados estaduais Luciano Bispo (presidente da Assembleia), capitão Samuel, Jefferson Andrade e Jairo de Glória; os prefeitos de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, Chico do Correio e Marinez Silva; o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), José Carlos Felizola Filho; o ex-prefeito de Poço Redondo, Roberto Araújo; o ex-deputado federal Rogério Carvalho, o ex-deputado estadual, Mardoqueu Bondano e lideranças locais.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Programa de Recuperação de Barragens tem êxito no Alto Sertão

Barragem na Serra da Guia em obras -Foto Fernando Augusto(Ascom/Cohidro)

No Alto Sertão Sergipano, foram sete barragens públicas que passaram este ano por obras do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, executado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Todas captaram água, graças às chuvas que caíram a partir de abril e, na maioria dos casos, atingiram a capacidade total de armazenamento e até verteram. Em outros municípios fora dessa microrregião e que, de igual forma, decretaram situação de emergência devido à seca em 2016, a Empresa reformou seis reservatórios de médio porte.

Segundo o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o Programa vem sendo possível a partir de convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh). “Neste ano, a Empresa contou com R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep). Isso permitiu recuperar 12 barragens públicas em todo Estado, a perfuração de 20 poços comunitários e a instalação de quatro sistemas de abastecimento de água em povoações rurais de Lagarto e Simão Dias”. Mas o diretor completa que essas obras também ocorreram em anos anteriores. “A parceria vem desde 2012 e já reformou quase 2 mil aguadas rurais, 33 delas públicas e de médio porte”.

Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral explica que as barragens recuperadas têm como função principal a dessedentação animal. “ São pequenas aguadas em propriedades de pequenos criadores, ou reservatórios maiores de acesso coletivo, como é o caso de todas as que foram limpas e ampliadas agora, neste ano. Em todos casos, usamos máquinas para retirar o excesso de sedimentos, aumentar sua a extensão e reforçar as barreiras de contenção”, disse, reforçando que sempre que a benfeitoria for em terreno particular, o proprietário da área assina um termo de concessão pública da água, para atender os demais moradores.

No Assentamento Paulo Freire, em Porto da Folha, a obra de recuperação já alcançou o seu objetivo por completo. A chuva, com maior intensidade neste município sertanejo do que em outros, fez a barragem chegar ao ápice e até verteu. Assentados, como Eronildes Antônio da Silva, levam o gado para beber no reservatório ou carregam a água até os criatórios. “Crio duas vacas, uso para levar água, para botar aqui, a gente bebe daqui, para botar no tanque, no terreno, que diga”, contou.

Os assentados do Paulo Freire comemoram, acreditam que agora, com a barragem ampliada e cheia, a reserva vá durar por mais de um ano. “Foi boa, foi um projeto bom para nós, porque tem muita água para nós, para os bichos beber. Estava aterrada com muita lama, quando ‘os cabras’ vieram não tinha mais água não, agora tem muita água graças a Deus”, agradece Eronildes.

Poço Redondo
Na Comunidade Serra da Guia o Programa recuperou o reservatório que estava completamente vazio e que depois das chuvas deste inverno, está agora inteiramente cheio. A localidade existe como território quilombola oficializado desde a sua demarcação, em 2004. Em seus 2.310 hectares de terra produzem, de forma coletiva, 200 agro-famílias e a principal atividade é a criação de gado leiteiro.

José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia. Produtor agrícola local, ele relata que agora que está cheia, a á água acumulada pode durar até 2 anos, principalmente por que ali não é permitido a captação da água que não seja para o uso da própria comunidade. “Essa obra da barragem chegou em uma boa ora, graças a Deus! A barragem existe há mais de 30 anos e usamos a água tanto para dar ao gado como para a lavagem de roupas”, relata.

Mesmo sendo no mesmo município, no Povoado Queimadas a chuva foi em menor intensidade do que na Serra da Guia, resultando em uma barragem recuperada que não encheu em sua totalidade, alcançando cerca de 50% da capacidade. Engenheiro Civil da Cohidro responsável pela obra, Valdi Aragão Porto explica que do reservatório foi retirada muita lama, sedimentos depositados no fundo. O que aumentou bastante a sua capacidade de reservamento de água.

Osman Vieira Aragão, pequeno criador de gado vizinho à Barragem, contou o seu uso da água da barragem é para o consumo residencial e para o gado, principalmente. “Mais gente usa, a redondeza aqui usa. A esperança é ver ela cheia, que é para todo mundo ficar alegre”. Ele ficou satisfeito com a reforma, comparando com a sua situação anterior. “Rapaz, já tem muito tempo, nós morávamos aqui já, tem mais de 10 anos que vieram fazer essa barragem e agora tem mais volume de água. Estamos satisfeitos, ficou melhor, muito maior e ela demora mais tempo para secar”, completa.

Canindé de São Francisco
O acúmulo de água na obra do Programa de Recuperação de Barragens em Canindé ainda é tímido. As chuvas não caíram em volume suficiente para encher o reservatório reformado na localidade. Mas o morador da Agrovila Serra Azul, no Assentamento João Pedro Teixeira, João Vieira de Lima (mais conhecido por Gaspar) acredita que sem a intervenção da Cohidro na barragem, que secou há bastante tempo, nem estaria apresentando a atual reserva. Também é expectativa deles, que a água alcance um volume bem maior quando chegarem as chuvas de trovoadas, no final para o início do novo ano. Mais ou menos quando secarem os pequenos tanques que cada pequeno criador assentado tem em seu lote, e daí se fará necessário o uso desta maior.

“Satisfeitos nós estamos né? Porque se não tivesse feito a limpeza, ela não estaria apresentando a água que tem hoje, porque ali todinha tinha lama. Então, provavelmente a água ia ficar por baixo da lama. Ruim é como ela estava, mas hoje graças a Deus! Há uns três ou quatro anos ela estava seca, sem água nenhuma. Com essa chuva que teve é um pouco, mas um pouco que está agradando todo mundo com essa água. Nós estamos tendo água para os animais, tanto na barragem grande comunitária que foi limpa, como nas barragens pequenas, que não estamos mais dependendo do carro pipa, para estar abastecendo as comunidades”, comemora Gaspar.

Canindé de São Francisco
Rildo Joaquim Carvalho, secretário Municipal de Agricultura em Canindé, considera de grande importância o Programa e espera que ação se repita, nos próximos anos, aproveitando o grande volume de chuva que ocorre no inverno. “A importância das obras que a Cohidro vem realizando, a nível de Estado, é exatamente você aproveitar as águas da chuva e reter elas. E a gente ficar com um volume de água, não jogado fora e sim, para que seja servido as comunidades. A comunidade estava necessitando, todo Sertão, não só da Serra Azul. Esperamos que esse programa venha cada vez mais crescendo e o Governador se sensibilize com as ‘chuvadas’ que estão acontecendo”, direcionou.

Outros municípios sertanejos
O Governador inaugurou a barragem no Povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória, no dia 22 de maio. Esta foi recuperada também nessa edição do Programa e na época já estava cheia, pela ação das chuvas ainda do comecinho do inverno. “São benefícios importantes para o homem do campo e o produtor rural neste momento em que levamos medidas ao Sertão para enfrentar a estiagem”, afirmou Jackson Barreto.

Da mesma forma ocorreu em Nossa Senhora de Lourdes, com o reservatório próximo à sede municipal completamente cheio. Em Gararu, no Povoado Lagoa de Dentro, a reforma obteve êxito por ter acúmulo da água na barragem que, mesmo não chegando à sua capacidade total, já serve de alento à comunidade que depende da reserva hídrica para dar de beber ao gado.

Governo do Estado amplia fornecimento de água para sergipanos na zona rural

Inve

Sistemas de abastecimento instalados em poços da Cohidro solucionaram carência por água potável em regiões fora do alcance redes de distribuição

stimentos realizados pelo Governo do Estado estão garantindo maior acesso à água no interior sergipano. Seja em comunidades rurais ainda sem fontes de abastecimento, ou em regiões afetadas pela seca e sem reservas hídricas para o gado, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste ano dispôs de R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), para investir na compra de materiais de perfuração para 20 poços, instalação de quatro sistemas de abastecimento e a recuperação de 12 barragens de médio porte, beneficiando cerca de 20.000 pessoas em 22 municípios sergipanos.

São recursos oriundos do convênio entre o órgão e a Secretaria de Estado Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). O trabalho nas barragens foi concluído e agora estes reservatórios estão acumulando água das chuvas de inverno, para uso no próximo período de estiagem nessas áreas onde, em 2016, foi decretado estado de emergência devido à seca e que atendem, principalmente, a dessentação animal, em rebanhos que são a geração de renda para 9.978 moradores da zona rural.

No último dia 9, o vice-governador Belivaldo Chagas, em Simão Dias assinou ordem de serviço para começo das obras que vão construir quatro sistemas de armazenamento e distribuição de água para consumo humano no Assentamento Maria Bonita e no Povoado Sítio Alto, naquele município, atendendo 217 pessoas. O mesmo vai acontecer nos povoados Saco Grande e Piabas, em Lagarto. Neste último, a infraestrutura vai poder também abastecer a comunidade vizinha de Candeal das Cajazeiras, totalizando o benefício para cerca de 800 pessoas no município.

“Quando a gente investe no campo, a gente tem a garantia de desenvolvimento do estado, afinal de contas, quando falamos dos pequenos agricultores, os agricultores da agricultura familiar, são eles que produzem os alimentos que levamos à mesa em nossas casas. Então é preciso que a gente dê condições de trabalho para eles. Quando trabalhamos em benefício do campo, também fazemos com que o município como um todo tenha desenvolvimento. Porque o que se produz lá gera uma cadeia produtiva e, além, de ajudar os agricultores, ajudamos a economia local e do estado”, disse Belivaldo, no ato em que distribuiu 28 mil quilos de sementes de feijão e milho, material forrageiro para pequenos criadores e a reforma do Terminal Rodoviário de Simão Dias.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a atuação da Empresa tem se adaptado à realidade de cada município, buscando parcerias, como esta na Seidh e com as prefeituras. “Nos dois sistemas de abastecimentos em Simão Dias, as obras incluem a implantação de tubulação que vai ampliar e interligar a uma rede pré-existente, permitindo com que a água chegue até as casas dos moradores desses povoados”, informou. Complementando que os recursos do Funcep ainda vieram por contribuir na perfuração de 20 poços comunitários em Poço Redondo, Lagarto, Simão Dias, Moita Bonita, Umbaúba, Neópolis, Rosário do Catete, Siriri, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Santa Luzia do Itanhy, Boquim, assistindo aproximadamente 10 mil pessoas.

Programa de Recuperação de Barragens

As reformas ocorreram nos povoados Alagadiço, em Frei Paulo; Serra da Guia e Queimadas, em Poço Redondo; Poço dos Bois, em Cedro de São João; Mancinha, em Carira; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu. E também nos assentamentos Paulo Freire, em Porto da Folha; Francisco José dos Santos, em Poço Verde; João Pedro Teixeira, em Canindé do São Francisco e na sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

As barragens recuperadas pela Cohidro neste ano dão sequência às ações iniciadas em 2012, quando foi lançado o Programa de Recuperação de Barragens. Antes, foram mais 1.800 dessas aguadas recuperadas, incluindo barragens particulares de pequenos criadores de gado que assinaram termo de compromisso, de compartilhar a água com os vizinhos, para poder receber o benefício. Mas também, nestes quatro anos anteriores, ocorreram obras em 20 barragens de médio porte, iguais às 12 reformadas em 2017. José Carlos Felizola, diretor-presidente da Companhia, acredita que essa ação garante maior autonomia ao homem do campo, dando uma sobrevida à criação que é seu sustento.

“No Sertão, quando as chuvas vão embora, a água dos pequenos barreiros, que todo criador abre no lote, logo acaba. Essas barragens maiores e coletivas criam uma reserva emergencial de água para que o vaqueiro leve seu gado lá ou puxe água de carroça. Muitas vezes a assistência vai para longe, outro município e não muito raro esses reservatórios, que nós recuperamos, abastecem até regiões da Bahia, como nos foi revelado em Glória e Carira. Em outros casos, o uso da água é múltiplo, como em Cedro de São João, onde a Barragem do Algodão abastece as criações, casas, serve para pescar e atrai gente de longe, para o lazer”, assinalou Felizola.

Nas obras, o trabalho das máquinas consiste em limpar os sedimentos depositados no fundo das barragens, assoreadas pela erosão e pela terra trazida pelas enxurradas. Barreiras de proteção são reforçadas e também, quando é possível, há a retirada de terra para aumentar o leito do reservatório. O conjunto de ações sempre amplia e muitas vezes até dobra a capacidade de acúmulo, fazendo com que esses depósitos emergenciais água durem por um maior período assistindo o sertanejo.

Assentado no Paulo Freire desde 2001, José da Silva Pereira cria 80 cabeças de gado em seu lote e disse que todos na comunidade utilizam da barragem reformada pela Cohidro para a dessedentação animal. “Quando tem água aqui, é a fonte mais certa. Aqui é assim, quando está chovendo, todo mundo utiliza as barragens pequenas dos terrenos, né? Mas aí quando o verão pega, todo mundo vem para cá. Alguém de fora pega, mas é para gado também. Eu estou achando muito bom (a obra), aqui está aumentando muito a barragem e como vai encher agora, vai durar mais para secar, né? Um dos benefícios maiores que a gente está recebendo aqui, nesse período seco. Uma barragem grande, é muito viável aqui para gente”, afirmou.

 

Última atualização: 18 de junho de 2018 21:03.