Planta de fácil manejo e indicada para a rotação entre culturas – por fixar nitrogênio ao solo – no Perímetro Irrigado Piauí, além de existir vários agricultores irrigantes adeptos do plantio, têm produtor que também beneficia o amendoim cozido, petisco que é Patrimônio Imaterial de Sergipe. O programa Cultivos e Criações, da TV Alese e levado ar no dia 30 de novembro passado, foi conhecer o plantio irrigado pelo serviço prestado pela Cohidro, inclusive daqueles irrigantes que adotam o amendoim consorciado com o maracujá. Confiram no vídeo.
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[perfil] Agricultor irrigante Nilson dá lição de alta produtividade em pequeno espaço
Dos restos e perdas da horta, produtor do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, ainda mantém criação de 100 galinhas em parceria com o sogro

A rotina intensa de trabalho de Nilson vai de domingo a domingo: plantando, cultivando, colhendo e fazendo a entrega, ou recebendo os próprios compradores para colher os frutos na sua propriedade. “Hoje o que eu produzo, vendo direto para o comprador”, conta. A freguesia ele viu crescer após a inauguração do Mercado Municipal José Correa Sobrinho, entregue pelo governo do Estado à população de Lagarto em 2016. Hoje, a comercialização da sua produção é exclusiva para os varejistas do setor de hortifruti do mercado público. Tudo que não se tem aproveitamento na venda [cascas, folhas, caules, ramas e perdas da horta], o agricultor destina integralmente à criação de cerca de 100 galinhas caipiras, mantidas no lote do sogro.
Nilson possui 0,66 hectares de terra irrigada que, segundo ele, “tem de tudo um pouco: tomate, brócolis, berinjela, abobrinha, jiló, quiabo, pepino, mamão e macaxeira”. Para o agricultor, essa plantação variada foi uma aposta proveitosa, quando comparada aos investimentos que ele havia feito anteriormente. “Eu deixei de plantar o fumo porque não era rentável, então achei melhor plantar de tudo um pouquinho para aproveitar mais. Se eu fosse produzir só um plantio poderia tomar mais prejuízo”, justifica. Tirando a macaxeira, o produtor escolheu espécies vegetais que permitem o aproveitamento de uma mesma planta para executar diversas colheitas semanais e por um período contínuo, que pode chegar a três meses. Isso lhe garante uma propriedade onde praticamente todo dia tem algum produto para colher.
José Américo é o técnico agrícola da Cohidro que dá orientação no cultivo do lote de seu Nilson. “Eu acompanho Nilson há mais de 15 anos. Acompanho com recomendações técnicas e, quando ele precisa de mais alguma coisa, como um receituário agronômico para uso de defensivos agrícolas ou documentação relacionada ao perímetro irrigado”. O técnico conta que Nilson também já atuou como produtor fornecedor no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade ‘Doação Simultânea’. O agricultor e os demais sócios da Associação de Produtores Irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí – Appip recebem da Conab pelos alimentos entregues para instituições como asilos, creches, hospitais ou que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar.
“A Cohidro está de parabéns, pela orientação e ajuda. Sempre que a gente precisa eles (os técnicos) estão junto, auxiliando”, disse o agricultor, que passou a pagar a tarifa através da qual a Cohidro partilha com os irrigantes o custo com a energia elétrica usada no bombeamento. Nilson também não descuida e sempre busca se adaptar às novas tecnologias utilizadas no campo. Há quatro anos, a irrigação do seu lote é feita por sistema de mangueiras de gotejamento e, de acordo com ele, ficou ainda mais fácil e melhor para o cultivo das suas produções. “Já utilizei a irrigação de outras formas, mas a irrigação feita por cima, com aspersores, dá mais trabalho. Tenho ainda a fertirrigação, mas ela só é usada no quiabo”, concluiu.
[vídeo] Sergipe Rural mostra que irrigantes em Lagarto buscam alternativas para plantar batata-doce
O tubérculo era cultivado praticamente sem o uso de agrotóxicos e os vírus do mosqueado plumoso e do suave, transmitidos pelo Pulgão e pela Mosca Branca respectivamente, atingiram as lavouras, fazendo cair sua produtividade e levando muitos agricultores a abandonar o cultivo. O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou no último sábado (16) que os produtores persistiram e trouxeram ramas de batata-doce de outras microrregiões sem casos de infestações, e estão conseguindo recuperar o lucro no plantio. O técnico agrícola da Cohidro, Marcos Emílio, conta que, agora, quer fazer parcerias para a produção de mudas sadias, a partir do material genético de plantas sem o vírus.
Projetos de irrigantes lideram ranking estadual e aguardam recurso do Programa de Aquisição de Alimentos
Quatro projetos de perímetros da Cohidro devem receber quase R$ 500 mil do governo Federal, através da Conab

Além de fornecer irrigação e assistência técnica rural, desde 2008 a Cohidro presta assessoramento às associações e cooperativas que reúnem centenas de agricultores dos perímetros. Em valores atualizados, cerca de R$ 13 milhões já foram pagos pelo PAA à produção agrícola dos irrigantes, que forneceram quase 4 mil toneladas de alimentos a 143.811 beneficiários. Segundo o gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Prata, após serem cadastrados, os quatro novos projetos ficaram aptos a participar da presente edição programa e, agora, aguardam a liberação dos recursos federais para que seja feita a primeira entrega.
“Uma vez liberado pela Conab, o recurso fica em uma conta bancária da associação ou cooperativa e é desbloqueado assim que a entidade receptora informa a entrega, na quantidade e qualidade aprovadas no projeto. A expectativa é que sejam liberados ainda este ano, os recursos das propostas de Sergipe classificadas no ranqueamento”, explicou Sandro Prata. O técnico da Cohidro orientou as associações e cooperativas dos perímetros a montar projetos que atendessem o maior número de critérios possíveis e em seus percentuais máximos.
“Entre os critérios do ranqueamento, estão a participação de mulheres produtoras rurais, de assentados de projetos de reforma agrária e de comunidades tradicionais; o nível de vulnerabilidade do município receptor dos alimentos no Mapa de Insegurança Alimentar e Nutricional; e o valor da proposta de entrega de alimentos. Como os projetos inferiores a R$ 80 mil obtêm 10 pontos no ranking, os nossos projetos tiveram nota máxima”, acrescenta Sandro. Ainda segundo o técnico da Cohidro, são critérios de desempate o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o menor valor per capita dos fornecedores e o envio das propostas de participação no sistema online do PAA.
Na avaliação do presidente da Cohidro, Paulo Sobral, as propostas dos irrigantes têm, ainda, a vantagem estratégica de contar com a irrigação pública, que compensa os períodos de estiagem. “Esses agricultores podem produzir e colher alimentos o ano todo e, assim, conseguem atender o perfeitamente à obrigação de fornecer os alimentos em regime de ‘doação simultânea’ no período. É um projeto exemplar. Comemoramos muito o Governo Federal ter dado continuidade, porque beneficia o pequeno agricultor – que tem a garantia de compra de sua produção a preços justos e tabelados, sem interferência dos preços de mercado. Ao mesmo tempo, ajuda pessoas carentes e instituições beneficentes”, destacou.
Projetos
São de Canindé de São Francisco os dois projetos que lideram o ranqueamento do PAA/2019 em Sergipe. Pela proposta dos 16 agricultores que fazem parte Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia – Coofrucal, o programa pagará R$ 127.988,90 pelo fornecimento de 44.190 kg de alimentos, que irão beneficiar 1.580 pessoas atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social – CRAS do município. Levi Ribeiro, presidente da Cofrucal, afirma que a cooperativa está a postos, aguardando apenas a liberação dos recursos. “Estamos preparados. Já participamos do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) por três anos consecutivos e temos produção suficiente de macaxeira e inhame, por exemplo, que já poderíamos entregar hoje mesmo ao PAA. Os agricultores do projeto estão todos inscritos, com as certidões em dia, só esperando começar”.
Também do Perímetro Irrigado Califórnia, a Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco – ASSAI vai beneficiar 1.580 pessoas com a entrega de alimentos ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS de Canindé. No perímetro da Ribeira, em Itabaiana, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno vai entregar alimentos para o consumo de 1.900 pessoas assistidas pelo Fundo Municipal de Assistência Social de Pedra Mole. Já no Perímetro Piauí, em Lagarto, o Movimento Associativista do Brejo entregará alimentos ao Centro Comunitário Sociocultural de Barra dos Coqueiros, que assiste a 1.530 pessoas.
PAA – Doação Simultânea
Na modalidade Compra com Doação Simultânea, o Programa de Aquisição de Alimentos promove a articulação entre a produção da agricultura familiar e as demandas locais de suplementação alimentar, além do desenvolvimento da economia local. Os produtos adquiridos dos agricultores familiares são doados às pessoas em insegurança alimentar, por meio da rede socioassistencial ou de equipamentos públicos de segurança alimentar, bem como da rede pública e filantrópica de ensino. O programa permite a aquisição de alimentos in natura ou processados e o fornecimento de produtos orgânicos é privilegiado, sendo possível incluir até 30% a mais do que o valor pago para o alimento convencional. Para participar da modalidade, os agricultores devem estar organizados em associações ou cooperativas, e possuir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
Amendoim já sai cozido do perímetro irrigado Piauí
Produtores utilizam irrigação pública para plantar mais de uma vez ao ano, além de beneficiar as suas colheitas e as dos vizinhos
Patrimônio imaterial, reconhecido pela Lei Estadual 7.682 de 2013, o amendoim cozido é orgulho do estado de Sergipe. Quer saber uma curiosidade? A enorme demanda interna pelo produto é suprida, quase que na totalidade, por produção local. O estado produz, anualmente, uma média de 1,9 mil ton de amendoim, numa área total de 1.100 hectares. Parte considerável dessa produção está nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que oferecem a vantagem da colheita mais de uma vez por ano. Em Lagarto, tem irrigante do perímetro Piauí que, além de plantar e colher, também cozinha as vagens em água, sal e limão, deixando pronto o petisco preferido por 10 em cada 10 sergipanos e, claro, pelos turistas que aqui aportam.
Em 2018, nos perímetros mantidos pelo Governo do Estado, através da Cohidro, foram colhidas 675 ton de amendoim de plantios irrigados, em 182 ha. Diretor de Irrigação da companhia, João Fonseca explica que o plantio do amendoim tem vantagens que vão além da boa procura nos períodos de férias e das grandes festas, como o São João e o Carnaval, por ter uso na rotatividade das culturas. “É uma cultura pouco exigente. Atua na fixação do nitrogênio ao solo e fornece grande quantidade de restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por suceder outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revela.
No perímetro Piauí, os irrigantes colheram 173 ton de amendoim no ano passado, plantados em 50 ha. Um deles é José Nivaldo, que divide seu lote irrigado de 1,6 ha em cerca de cinco lavouras, mas planta mais de uma com amendoim. “Eu costumo plantar em meados do mês de agosto e, até março, estou colhendo ainda. Acredito que dê na faixa de umas 600 ‘terças’ (balde de 12 litros) por hectare”, conta. A primeira parcela do ano ele já começou a colher. “Essa semana eu vou começar o plantio de uma nova lavoura. O preço vai pela época. Agora mesmo está ótimo, de R$ 35,00 a R$ 30,00 a ‘terça’”, detalha. Segundo o produtor, a facilidade no cultivo e os 70 dias entre o plantio e a colheita o motivam a plantar.
“A Cohidro ajuda no fornecimento de água da irrigação e, às vezes, quando preciso de orientação técnica, quando surge um novo problema na plantação, eu procuro um dos técnicos agrícolas da Cohidro e eles me orientam sobre o que fazer. Mas temos aqui o Gildo (Almeida), o gerente do perímetro que é da área, que conhece as necessidades com relação à água e está fazendo um bom trabalho”, opinou José Nivaldo. Durante 55 anos, o irrigante viveu e trabalhou no mesmo lote e, há 32, ganhou um estímulo a mais para produzir, passando a ser atendido pelo perímetro irrigado. Dessa forma, pôde explorar o lote com novas culturas e em períodos do ano em que não há boa incidência de chuvas, a exemplo do plantio do amendoim para colher e cozinhar no verão.
“Todo ano, nesse período agora eu planto amendoim e, mais tarde, eu planto novamente para tirar no Carnaval. Só faço um plantio em cada área, quando chega o inverno eu planto milho”, disse o conhecido Toinho do Amendoim. Em sua primeira área, cerca de 0,4 ha, colhe de 15 a 20 sacos, que vai ele mesmo beneficiar e revender para comerciantes de Lagarto e da Ceasa de Aracaju. “Eu cozinho toda semana. Quem compra quase toda roça do perímetro sou eu. O do perímetro é melhor, porque vem mais limpo. Mas quando vem de fora do estado é cheio de talo, bagaço, um monte de terra. Com o pessoal daqui não é assim, eles ajeitam tudo direitinho. E a Cohidro ajuda com a irrigação, tanto aqui quanto nos outros perímetros”, finalizou.
Agricultores e técnicos da Cohidro contornam crise no plantio da batata-doce irrigada em Lagarto
Identificação de ramas contaminadas levou à experiência com o plantio de outras variedades sadias vindas de Itabaiana

A água em abundância para irrigar ano inteiro no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro em Lagarto, somada à facilidade de plantio e colheita, e o baixo custo no manejo da batata-doce, garantiram o aumento gradual da produção até 2017, quando foram produzidas 1.115 toneladas ao longo do ano. Como o tubérculo era cultivado praticamente sem o uso de agrotóxicos, dois vírus transmitidos pelo Pulgão e pela Mosca Branca atingiram as lavouras, fazendo cair sua produtividade e levando muitos agricultores a abandonar o cultivo. Os que persistiram, contudo, trouxeram ramas-sementes de outras microrregiões sem casos de infestações, e estão conseguindo recuperar o lucro no plantio.
Os vírus do mosqueado plumoso e suave causam clorose irregular, em forma de mosaico nas folhas, provocando o atrofiamento da planta, por vezes acometida pelo nanismo, tendo afetado o seu tamanho e o número de raízes. “A gente não aproveitou nem 20% da safra passada, por causa do vírus. A rama não deu ‘fruto’ nenhum. A gente plantava, mas sem resultados. O prejuízo foi grande com a variedade ourinho. Por isso, agora investimos na batata-doce roxa e na italiana, que renderam muito mais. É a segunda vez que estou apostando nessa safra, mas a do ano passado foi perdida”, explicou o agricultor irrigante Gilvan Lima. Após 35 dias de plantio, sua lavoura de 0,33 hectares da variedade ourinho roxa está sadia. A anterior rendeu 200 sacas/ha.
Para técnico agrícola da Cohidro, Marcos Emílio, contudo, a solução encontrada pelos agricultores é paliativa, pois o reuso das ramas da batata-doce como semente para as próximas lavouras tende a proliferar a doença. “Os produtores plantavam aqui muita batata-doce e, nos anos anteriores, sempre rendia boas produções. Só que no ano passado houve uma queda muito grande. Verificamos que o problema está no material genético, na própria rama da batata. Então, esses dois vírus vão passando de um plantio para outro através da rama. Não precisa nem a Mosca Branca estar aqui, porque as ramas já estão infectadas”, explicou. Ele tem feito o trabalho de conscientização dos bataticultores, buscando sua colaboração para aplicar medidas eficazes para erradicar os vírus.
Marcos conta que, agora, quer fazer parcerias para a produção de mudas sadias, a partir do material genético de plantas sem o vírus. Ele cogita ainda, em último caso, fazer o processo de ‘limpeza do vírus’ nas amostras das batatas-doces que melhor se adaptam ao solo e clima de Lagarto, em um laboratório da Embrapa ou outra instituição. De acordo com ele, a produção de mudas seria feita em viveiro, sem o contato com as lavouras contaminadas, para que os plantios sejam recompostos com matrizes saudáveis. “Na agricultura, você deve planejar e acompanhar o que está acontecendo no campo, para conseguir almejar lucros. Não adianta pegar uma planta doente e colocar no campo. Vai gastar com adubação, perder tempo e não vai produzir nada. É preciso investir certo. Procurar o escritório da Cohidro e fazer o trabalho correto”, orienta o técnico.
Enquanto isso, os irrigantes que persistem com a batata-doce continuam apostando nas sementes trazidas de Itabaiana. Por lá, a produção é bem maior, e toda a lavoura deixa um excedente de ramas não aproveitadas no replantio, muitas vezes utilizadas como ração animal. Produzindo as duas variedades vindas da capital do Agreste, Gilvan afirma que não quer mais investir na variedade Ourinho, que anteriormente preferia por ter maior valor de mercado. “A roxa tem um sabor mais doce, bem docinho. Já a italiana não é doce. Vou continuar insistindo na produção dessas duas, porque o mercado pede. Mas a ourinho, eu não quero mais”, conclui.
[vídeo] Abóbora é a nova aposta dos irrigantes de Lagarto
O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, foi a Lagarto mostrar que no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro, tem produtor dedicando parte dos seus lotes ao plantio de variedades de abóbora, em vista no mercado da alimentação, mas também para a indústria de produtos de limpeza.
A pouca incidência de pragas especializadas na cultura, a facilidade de cultivo e a disponibilidade de irrigação, quer permite plantar durante todo ano, incentivam os novos produtores. No perímetro, são esperadas produtividades entre e 40 e 50 ton/ha, com a irrigação, adubação correta e fazendo o monitoramento das pragas e doenças.
Irrigantes do perímetro da Cohidro em Lagarto apostam no cultivo da abóbora
Nova no perímetro Piauí, cultura enfrenta poucos inimigos naturais e já tem canal de escoamento

Mais uma cultura surge para compor o rol de produtos cultivados a partir do uso da irrigação pública no município de Lagarto: a abóbora. No Perímetro Irrigado Piauí, alguns produtores já optaram pelo plantio do vegetal. Entre os que estão na primeira lavoura e os que começaram antes, já são contabilizados resultados positivos nas plantações. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro considera positiva a aposta e incentiva novos cultivares através da assistência técnica, por entender que a diversificação reduz a fixação de pragas e doenças, e evita a superprodução de um só item.
Willian Domingos, técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, conta que a abóbora está sendo uma novidade no perímetro e que, por isso, tem pesquisado bastante sobre a forma correta de plantar, tomando por base outras áreas de cultivo no estado, sem o uso de irrigação. “A média estadual da no Alto Sertão é de 25 ton/ha. Nós, aqui, pretendemos chegar a uma produção média de 40 a 50 ton/ha, com a irrigação, adubação correta e fazendo o monitoramento das pragas e doenças. O produtor tem que aplicar cálcio. A deficiência de cálcio provoca uma doença chamada ‘Fundo Preto’, além das pragas [Vaquinha, Percevejo e Cigarrinha], que devem ser controladas preventivamente”, alerta.
O agricultor irrigante Adjan Fontes já está em sua quinta plantação de abóbora da variedade ‘Lagarteira’. Tendo colhido bons resultados, ele acredita ser um bom negócio, contando com o apoio da Cohidro, que fornece irrigação ao seu lote e de outros 420 produtores. “O manejo da abóbora aqui região é fácil. A nossa região proporciona poucas pragas e doenças. Com o sistema de irrigação da Cohidro, conseguimos cultivar em qualquer época do ano, com chuva ou sem chuva, porque sempre tem água pra fazer a irrigação. O primeiro plantio eu comecei com uma área pequena, só pra experimento. Fui ampliando e, hoje, estou com duas tarefas [0,66 ha], com custo baixo”, avaliou.
Na diversificação de culturas, o produtor não sofre com o prejuízo de apostar em um só plantio, correndo o risco de perder a safra. “Decidi inovar para além das minhas outras plantações, como o mamão – meu cultivo principal. Se nele eu tiver uma queda na produção, já tenho a abóbora para compensar. Não fico dependendo só de um comércio”, argumentou Adjan. Em operação desde 1987, o Perímetro Piauí vivenciou a repetição de cultivos tradicionais, que provocaram a fixação de algumas pragas específicas, nas plantas mais comuns. Este é mais um motivo pelo qual os técnicos agrícolas incentivam a troca periódica do tipo de lavoura nos lotes dos perímetros irrigados.
Quanto à comercialização, o produtor revela que o bom mercado para a abóbora foi um fator que causou surpresa. “Meu medo no inicio era plantar uma nova cultura e não ter a quem vender. Mas quando eu plantei e produzi, ela veio com uma qualidade boa e aí começou aparecer gente querendo comprar”, disse Adjan. Ele afirma que não teme a concorrência no perímetro. Muito pelo contrário, ele aposta na união. “O pessoal daqui começa a plantar, atrai mais compradores de fora e conseguimos vender em grande quantidade. Junta todo mundo, para saírem os caminhões cheios, levando 20 a 30 toneladas. Aí todo mundo vende. Vamos ter produção, saída, compradores e melhor preço”, conclui.
[vídeo] Curso prepara técnicos da Cohidro para novo sistema de irrigação do PAS
Após instalado o novo kit de irrigação que regula e amplia a capacidade de irrigação nos 592 lotes dos perímetros irrigados da Ribeira e do Jacarecica I, em Itabaiana, os técnicos agrícolas da Cohidro que atuam nestes e demais perímetros do Governo do Estado passaram por uma capacitação de dois dias, para que esses profissionais acompanhem e orientem os agricultores irrigantes ao manuseio, manutenção e conserto dos equipamentos do novo sistema de irrigação.
O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV esteve no dia do curso no CDT da Emdagro em Itabaina, para mostrar o que seria ensinado e a expectativa dos técnicos e do especialista responsável pelo projeto do novo sistema, o mestre em irrigação Gonzaga Reis. Os equipamentos foram financiados pelo Programa Águas de Sergipe – PAS, cofinanciado pelo Governo do Estado e o Banco Mundial.
Cohidro capacita técnicos para manutenção de novo sistema de irrigação automatizado
O Programa Águas de Sergipe é um investimento do governo de Sergipe com aporte do Banco Mundial, promovendo o uso responsável das águas da bacia do Rio Sergipe.

Ministrado pelo engenheiro agrônomo Durval Lima, o curso teve dois dias de duração, envolvendo técnicos de todos os perímetros da Cohidro que ficarão encarregados, em campo, da orientação aos agricultores sobre como operar e fazer a manutenção dos equipamentos que integram o novo sistema de irrigação. “É o monitoramento de todo sistema de irrigação, desde a limpeza dos filtros até a limpeza química do sistema de irrigação. Também falamos sobre a parte da fertilização, sobre como utilizar o injetor de fertilizantes; o monitoramento de toda a malha; a parte de automação, como usa o controlador de válvula; qual a finalidade da válvula reguladora de pressão e a de alívio”, listou Durval.
O engenheiro agrônomo da Cohidro, Gonzaga Reis, teve grande participação no projeto de troca dos sistemas apresentado e aprovado pela Unidade de Administração do PAS (Uapas). Segundo ele, a finalidade principal era a economia e a melhoria das condições de trabalho dos irrigantes. “Antes precisava transpor tubo de um lado pro outro, e esse sistema agora é fixo, automatizado, inclusive a fertilização: não é necessário que ele esteja distribuindo adubo na mão; na condução da água já vai junto também o adubo. Eram emitidos 3.200m³ ha/mês. Com a introdução desse sistema de irrigação, caiu para 1.200m³ ha/mês – ou seja, uma economia de água muito grande [60%], e também de energia elétrica [50%]”, explicou.
Gerente do perímetro da Ribeira, o técnico agrícola César Rocha reforça que, além da economia gerada, o novo sistema traz mais praticidade para o produtor, que ainda está aprendendo a lidar com as novas tecnologias instaladas nos lotes – ao mesmo que tempo que facilita o trabalho da Cohidro para controlar o consumo de água, a manutenção da rede de adutoras e estações de bombeamento do projeto de irrigação. “Com a modernidade, a princípio, todos estão sentindo dificuldade, por isso que a gente está se aprimorando para poder passar isso na prática para o produtor. As dificuldades que ele vai encontrar no dia a dia, que ele possa superar”, confia.
Marcos Emílio é técnico agrícola da Cohidro alocado no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Também lá é cada vez mais comum encontrar lotes de agricultores dotados com os modernos equipamentos que o treinamento ensinou a operar. “A gente veio aprender sobre a parte de manutenção, a parte de fiscalização e a parte do uso desse novo sistema de irrigação no nosso dia a dia, para o nosso trabalho. Para que possamos conduzir uma irrigação que propicia ao agricultor um trabalho com mais qualidade e uma produção melhor para ele”, pontuou.
O projeto do novo sistema de irrigação previu os problemas mais comuns enfrentados pelos irrigantes. “Nós projetamos um filtro de tela, para minimizar os entupimentos dos microaspersores. Como esses filtros chegam a entupir, então projetamos uma retrolavagem. Quem indica isso são os manômetros, na diferença de pressão o produtor já sabe que está no momento de fazer a retrolavagem de limpeza do filtro”, explicou Gonzaga. Segundo Durval Lima, o objetivo é conscientizar os técnicos, para que eles passem para o agricultor esse tipo de monitoramento para ampliar a vida útil desse sistema de irrigação. “Não só isso, mas que também tenha uma produtividade maior. Se ele não faz esse monitoramento, a pressão cai, e a produtividade também”, alertou Durval.
![O engenheiro agrônomo Durval Lima [foto Fernando Augusto]](https://coderse.se.gov.br/wp-content/uploads/cache/2019/09/O-engenheiro-agrônomo-Durval-Lima-foto-Fernando-Augusto/2084227102.jpg)
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![Curso teve como público os funcionários da Cohidro que dão assistência técnica nos perímetros[foto Fernando Augusto]](https://coderse.se.gov.br/wp-content/uploads/cache/2019/09/Curso-teve-como-público-os-funcionários-da-Cohidro-que-dão-assistência-técnica-nos-perímetrosfoto-Fernando-Augusto/2857297227.jpg)
![Além de outras vantagens, novo kit de irrigação universalizou a irrigação localizada, a fertirrigação, a automatização de parcelas e filtro que evita entupimentos [foto Fernando Augusto]](https://coderse.se.gov.br/wp-content/uploads/cache/2019/09/Dentro-outras-vantagens-novo-kit-de-irrigação-universalizou-a-irrigação-localizada-a-fertirrigação-a-automatização-de-parcelas-e-filtro-que-evita-entupimentos-foto-Fernando-Augusto/2536503585.jpg)













































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