Governo do Estado incentiva à diversificação de culturas agrícolas na irrigação pública

Com oferta de água durante todo ano, Coderse dinamiza atividade rural em seus perímetros

Valmir de Oliveira está cultivando abacateiros para diversificar a produção do seu lote irrigado no Jacarecica II // Foto: Fernando Augusto /Coderse

Aumentar o número de espécies e variedades frutíferas, e ampliar a área produtiva com o uso da irrigação localizada.  A partir do incentivo do Governo do Estado, essa foi a forma que o agricultor Valmir de Oliveira encontrou para diversificar a produção do seu lote, no Assentamento Marcelo Déda, e que também está inserindo no Perímetro Irrigado Jacarecica II, em Malhador, agreste central sergipano. Com as mudanças, o irrigante busca produzir por um período maior do ano, de olho no mercado e menos dependente de mão de obra extra.

Colaboraram com as mudanças que estão sendo feitas no lote de Valmir, o fornecimento de água permanente a assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e que administra o Jacarecica II. Ele iniciou a ampliação da área irrigada, com novos pomares, mas precisou do apoio da empresa pública para completar os equipamentos necessários, como mangueiras e microaspersores.

“Estou trabalhando na busca de alternativas. No passado, tivemos até 2.250 pés da acerola ‘sertaneja’. Hoje a gente reduziu essa quantidade. Mas entramos com as variedades de acerola ‘okinawa’, que é de período frio, como também a variedade ‘junco’. Colocamos, abacate, sapota, goiaba, cana, coco e estamos pensando em diversificar mais ainda. Porque aí tem mercado, esporadicamente, durante todo o ano. Eu não tinha ainda o equipamento para a irrigação, não tinha o recurso, em épocas difíceis. E graças a Deus a Coderse liberou o material para pôr irrigação em outras partes aqui do sítio. Só foi possível ter essa diversidade por conta da irrigação”, pontuou o agricultor Valmir.

Coordenador Operacional na Diretoria de Irrigação da Coderse (Cope/Dirir), Roberto Marques Santos conta que, a partir das visitas de campo que faz no Jacarecica II, tanto soube da condição de Valmir de Oliveira como também foi motivado a ajudá-lo por outros irrigantes. “O senhor Valmir regava as frutas com um regador manual e aquilo ali me chamou a atenção. O nosso diretor (de irrigação, Júlio Leite) me colocou como prioridade que viesse até o lote e identificasse as necessidades dele para que pudesse melhorar a irrigação. À água, ele tinha acesso. Então Coderse ainda cedeu a ele todos os equipamentos necessários para ele fazer a irrigação de microaspeção, que é mais econômica e permite irrigar uma área maior”.

Diversificação

A acerola é originária das américas do sul e central, do clima tropical. Mas a variedade ‘okinawa’ é batizada com o nome da província japonesa onde foi desenvolvida e por isso, se adapta e produz em período frio do inverno sergipano. Com isso, Valmir de Oliveira tem agora um período maior com oferta do produto ao mercado. Tanto a ‘okinawa’ como a ‘junco’, também produzem frutos maiores, o que facilita a colheita. “É muito difícil hoje você encontrar a mão de obra para fazer a colheita de acerola. Tivemos algumas perdas e resolvemos começar a mudar para frutos maiores, que tem uma ‘cata’ mais rápida. Nisso se inclui o abacate, a sapota, entre outros que ainda virão”, avisa o agricultor.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite afirma que em todos os perímetros irrigados estaduais, um dos papeis da assistência técnica agrícola é incentivar a adoção de alternativas à monocultura, ou seja, que o irrigante não trabalhe só  com um tipo de cultivo. “Basta uma praga, uma doença, o mercado fazer o preço daquele produto despencar — ou  a debandada de mão de obra, que foi o caso do senhor Valmir — para que a atividade econômica daquele agricultor entre em dificuldades. Isso vale para a acerola, para o quiabo e outras culturas que atraem mais o produtor, por conta do bom preço de venda”, analisa. 

Filho de Valmir de Oliveira, Marcos Vinícius Freitas trabalha com o pai no lote no perímetro Jacarecica II. Ele exemplifica a dinâmica, de produzir e colher durante todo ano, que perímetros irrigados oferecem aos seus beneficiados. “Quando está em uma época de verão, geralmente a gente colhe a acerola ‘sertaneja’. Quando chega na época do inverno, já vai mudando, porque a sertaneja não produz com muita chuva. Aí troca para a acerola ‘okinawa’, entre outras: goiaba, a sapota, os cocos, os abacates que tem agora. E a gente vai fazendo essa diversificação, para se manter no mercado”, conclui agricultor.

Governo do Estado realiza manutenção e assegura irrigação do Jacarecica II que atende três municípios

Em todo estado, desde 2023, a Coderse investiu R$ 1,7 milhão na manutenção dos seis perímetros irrigados que a empresa administra

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) realizou reparos mecânicos, com serviços de soldagem, nas adutoras de 1.200mm e 600mm, que fornece água ao Perímetro Irrigado Jacarecica II, que atende a povoados dos municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo. O serviço foi concluído na última semana, antes do tempo previsto.

Tubulações fazem a captação da água da barragem do perímetro para distribuição aos ramais. Em 2025, uma série de outros serviços já foram realizados para reparo, manutenção e conservação da rede de água do Jacarecica II, que serve a 338 lotes e atende a quase 600 famílias de agricultores.

O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, destacou que a companhia investiu, desde 2023, R$ 1.722.435,35 em serviços de manutenção dos seis perímetros irrigados estaduais. “São reparos ou substituição de tubos da rede de distribuição, registros, válvulas, quadros de força, motores elétricos e bombas de água. Além de investir em energia elétrica, para distribuir a água de irrigação, toda essa parte eletromecânica tem que se manter ativa e segura para não deixar de atender o produtor irrigante. Parabenizo os nossos funcionários que, solidários às necessidades dos agricultores, às vezes, trabalham no fim de semana ou pela noite para concluir um reparo e a água retornar”, pontuou. 

Agricultor, silvicultor, meliponicultor e apicultor, Eloi Francisco de Menezes é irrigante no Jacarecica II, no Assentamento Marcelo Déda, em Malhador. Ele elogiou a rapidez nos trabalhos de recuperação das duas grandes tubulações. “Quero agradecer à Coderse e aos profissionais que fizeram o serviço e, também, pela assistência e a eficiência do trabalho, que terminou um dia antes do previsto. Isso foi muito importante”, justificou o produtor atendido pela companhia, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Gileno Damascena é agricultor no Assentamento Dandara, em Malhador, desde 2002, e é atendido pela Jacarecica II. No seu lote irrigado, ele já plantou abóbora, pimentão, batata-doce, milho, quiabo e banana. Para ele, terem consertado esses pontos de vazamentos foi fundamental para cultivar na estação do ano em que os irrigantes mais necessitam de água. “O reparo assim, num período como esse, é importante para dar uma tranquilidade, tanto para a Coderse, como para nós, irrigantes, no uso da água durante o verão”, destacou.

Outros serviços

Desde o início do ano, a Coderse fez várias intervenções no Jacarecica II, como o reparo em vazamentos em ramais da rede de distribuição, limpeza e sinalização das caixas de registro. São reparos realizados através da Gerência de Engenharia, da Coordenação Operacional da Diretoria de Irrigação, com equipes do próprio Jacarecica II e do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, de Itabaiana. “No conserto das adutoras subterrâneas do Jacarecia II, contamos sempre com a sensibilidade das prefeituras municipais, para ceder o serviço de retroescavadeira”, complementou Paulo Sobral.

Coderse realiza cadastro da Agricultura Familiar para incentivar investimentos e benefícios nos perímetros irrigados

Com o CAF, irrigante tem acesso ao crédito subsidiado, benefícios sociais e vende para programas de compras governamentais.

Agricultor precisa do CAF para participar dos programas de compras governamentais, como PAA e PNAE / Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Complementando os serviços oferecidos nos perímetros irrigados, de fornecimento de água de irrigação e assistência técnica agrícola, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), em 2025, passou a realizar o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) dos irrigantes. São quase 80 documentos já cadastrados pelos técnicos da empresa. A Coderse ainda tem levado o Banco do Nordeste (BNB) aos perímetros para apresentar aos irrigantes as linhas de crédito que o CAF dá acesso. O último encontro foi na quinta-feira, 9, com 87 produtores de Areia Branca, Malhador e Riachuelo.  

O CAF também permite que o agricultor participe do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) com ‘doação simultânea’. No perímetro Piauí, em Lagarto, 44 irrigantes com CAF propusessem à entrega de 85 toneladas de alimentos para 5,5 mil pessoas em condição de insegurança alimentar. Ao iniciar os pagamentos, eles serão remunerados pela Conab em um montante de R$ 440 mil. A Coderse — vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) — incentivou o cadastramento dos irrigantes para a participação no PAA. Um deles foi José Ailton Soares dos Santos, 39 anos, que também já adquiriu cabeças de gado com financiamento do BNB.

“Só temos a agradecer a essa equipe, pela forma que eles nos tratam, a assistência da Coderse. Toda a atenção deles é voltada para a gente, que facilitou para esse CAF, orientando. Se quiser uma criação, o Banco do Nordeste oferece um empréstimo, com uma carência muito boa. E tudo isso é desse documento.  Estou participando desse PAA pela primeira vez. Já tiveram outros projetos, mas eu não participava, porque eu não tinha esse CAF”, pontou José Ailton. Quem está indo até os perímetros fazer o cadastramento in loco, são os técnicos da Divisão de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) e da Coordenação Operacional, ambos da Diretoria de Irrigação da Coderse.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite reforça que a emissão do CAF vem como uma forma de aumentar o potencial produtivo dos perímetros. “Tomando financiamentos próprios para a Agricultura Familiar, eles podem investir na modernização, comprando equipamentos novos para as unidades produtivas que ainda utilizam o sistema de irrigação de quando o perímetro começou. A maioria dos perímetros foram criados há 38 anos. Eles podem diversificar a produção, investindo em criatórios alimentados com o que é produzido na agricultura irrigada. Mas também o CAF ajuda o trabalhador rural a ter acesso à outros benefícios e os permite vender nos programas de compras governamentais, como PAA e PNAE (Programa Nacional Alimentação Escolar)”, avaliou.

José Humberto dos Santos, produtor irrigante do Perímetro Irrigado Jacarecica II, resume bem a importância do Cadastro da Agricultura Familiar. “CAF é a identidade do agricultor. Serve para tudo: fazer empréstimo, para se aposentar, auxílio doença, para você botar uma mercadoria pelos projetos beneficentes do governo. E a Coderse dando apoio. Então, se não tiver o CAF, você não é agricultor”, alertou.

Reuniões com o BNB
O gerente de relacionamento, Antoane Amaro, e o analista de projetos, Fernando Pessoa, do BNB, na quinta-feira, expuseram as linhas de crédito para a agricultura familiar a 87 agricultores irrigantes do Jacarecica II, que assiste povoados de Areia Branca, Malhador e Riachuelo. Uma semana antes, o colega deles no banco, o agente de crédito Luan de Oliveira, conversou com 32 produtores do perímetro Piauí, em Lagarto.  

“Primeiro passo quando a gente visita um perímetro irrigado, que é um diferencial para a agricultura familiar, é tanto buscar a regularização de dívidas, como também a gente apresentar linhas de crédito que visam, sobretudo, estimular a produção sustentável. Estamos com o programa Desenrola Rural, com desconto que vai até 95%. Tem linhas de crédito voltadas para a agroecologia, uma atividade que demanda muita atenção por parte do Governo Federal”, listou Antoane Amaro. Os técnicos do BNB apresentam o Agroamigo, com linhas de crédito do Pronaf A e B, com subsídios, carência e os valores limites para crédito diferenciados.

As reuniões com o BNB também criam o interesse por criar o CAF junto aos técnicos da Coderse. Claudiene Barreto, produtora rural do Jacarecica II, participou para conhecer melhor o benefício. “Eu não tenho o CAF, mas aí eu quero ter conhecimento, quais os benefícios que vão render para o meu terreno. Porque eu fiquei sabendo que é muita informação e é muita coisa boa. Vai facilitar muito aqui na área rural da gente. Para comprar material, benefícios para o terreno e assim sucessivamente”, explicou.

“O CAF é um documento muito importante para pequenos agricultores rurais, porque a gente pode pegar empréstimo para trabalhar na nossa terra. Por isso que vim hoje até aqui, ouvir a palestra do pessoal que está aqui hoje, da Coderse e todos aqui presentes, para que possamos tirar nossas dúvidas”, acrescentou a presidente da Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Mário Lago, Maria Angélica Araújo, também irrigante no Jacarecica II.

Coderse inicia cadastro da agricultura familiar nos lotes da irrigação pública

O cadastro qualifica acesso às políticas públicas e foi associado à assistência técnica da companhia
Gileno Damascena fez cadastro no CAF com o coordenador operacional Roberto Marques // Foto: Jacarecica II (Coderse)

Sergipe agora tem duas instituições do Governo do Estado qualificadas para fazer o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). Estreando no cadastramento, os técnicos da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) iniciaram, nesta semana, o atendimento aos produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II, em Malhador, no agreste sergipano. Os agricultores familiares estão sendo inseridos no sistema federal que os habilita ao acesso a benefícios sociais e linhas de crédito rural, direcionadas à categoria.

Antes, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) — igualmente à Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) — era a única instituição estadual habilitada a emitir o CAF no estado. Tanto que em abril, os técnicos da Diretoria de Irrigação da Coderse (Dirir) participaram de capacitação oferecida pela coirmã Emdagro. A empresa continua com a abrangência em todo estado para emitir o CAF e a companhia vai fazer esse mesmo trabalho dentro dos seis perímetros irrigados do Governo Estadual.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, considera que, ao emitir o CAF, a companhia aumenta a quantidade de serviços e melhora a relação com os agricultores irrigantes. “Eles são nossos parceiros em tudo que é executado nos perímetros irrigados. A gente, podendo cadastrá-los no CAF, diminui distâncias e aumenta a perspectiva de sucesso na produção. Com as garantias sociais e o acesso ao financiamento público para produzir”, avalia ao informar que o serviço vai ser estendido a todos os perímetros.

Na última terça-feira, 4, o coordenador operacional da Dirir, Roberto Marques, visitou os lotes e realizou cinco cadastramentos no Assentamento Dandara, inserido no perímetro Jacarecica II. Ele foi um dos técnicos que fizeram o treinamento na Emdagro que também passaram por um curso da Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro), do Ministério da Agricultura.“Pela primeira vez, o perímetro vai realizar a ação direto no lote dos irrigantes, facilitando a vida do agricultor familiar. O CAF é um documento essencial, substituindo a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP-Pronaf)”, pontua Roberto.

O irrigante Gileno Damascena Silva fez o cadastro sem sair do seu lote, no perímetro Jacarecica II. Ele expõe a sua satisfação com a atenção dada pelo técnico, que também tem a função de conscientizar o produtor rural dos benefícios do CAF. “Gostaria de parabenizar a iniciativa da Coderse, de levar a assistência técnica aos perímetros de irrigação, junto aos pequenos produtores irrigados, para a emissão do CAF. O documento é muito importante, pois facilita e possibilita o acesso às políticas públicas, observa. 

Programa Sementes do Futuro impulsiona a agricultura familiar nos perímetros irrigados

Nas áreas com irrigação pública estadual, o programa ganha versatilidade, pois o milho pode ser cultivado fora do período de chuvas

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, participou da distribuição de sementes no Jacarecica II // Foto: Coordenação Operacional de Irrigação da Coderse

O Programa Sementes do Futuro, do Governo de Sergipe, atende agricultores familiares dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). São 2,6 toneladas de sementes para 264 produtores irrigantes que, com a irrigação, podem plantar em qualquer época do ano. A empresa é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que está beneficiando mais de 20 mil produtores rurais com 206 toneladas de sementes de milho selecionadas em todo estado, investindo R$ 3 milhões.

Agricultores como Maria Isabel dos Santos, irrigante do Perímetro Irrigado Jacarecica II no assentamento Santa Maria, ressalta a importância da entrega pontual das sementes, que permite um plantio eficiente e aproveita melhor as condições climáticas.Ela agradece e destaca a relevância da parceria com o Governo do Estado para a produção de milho. “Estou agradecendo a semente que chegou em dia, no tempo certo, precisamos plantar para colher. As pessoas comem o que a gente planta. Vamos fazer com que esse milho chegue na mesa de vocês, povo da cidade. Favoreça e mantenha com que o agricultor viva no campo, comprando nosso milho quando chegar aí”, recomenda Maria Isabel.

A entrega das sementes — que começou em 19 de março, Dia de São José —  segue a tradição rural religiosa que se alinha às chuvas da época, favorecendo o cultivo. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que, nos perímetros irrigados, os agricultores têm maior liberdade para escolher o momento ideal para plantar. “O agricultor pode plantar no período que mais lhe favoreça colher e comercializar as suas espigas, aproveitando até períodos em que o mercado está desabastecido”, avalia.

A Coderse, já está em seu terceiro ano atuando no ‘Sementes do Futuro’, e sempre fica encarregada de distribuir a sementes nos perímetros irrigados. Neste ano, está distribuindo sementes nos perímetros Jacarecica I e II, nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador e Riachuelo; e também no perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto. Nos perímetros Califórnia, em Canindé de São Francisco; e no perímetro Piauí, em Lagarto, a distribuição das sementes do programa está sendo feita pelas prefeituras municipais.

A iniciativa é bem recebida por outros agricultores. Iranildo Conceição da Silva, irrigante do Jacarecica II, enfatiza a praticidade do programa. “Acho isso muito importante, porque além de facilitar o transporte, nós ganhamos as sementes e já fica mais propício para a gente plantar mais cedo, na época boa e a nossa agricultura vai ser maravilhosamente boa, graças a isso”, expressa Iranildo, sublinhando os benefícios de receber as sementes no tempo certo.

Adriana Regina Souza, agricultora do Jacarecica II, também demonstra sua gratidão. “A semente está chegando no período correto do plantio e iniciaremos a plantação. Só a agradecer, porque será de grande utilidade”, afirma. Essa ação não só apoia a produção agrícola, mas também fomenta a valorização do trabalho rural e a manutenção das comunidades no campo, refletindo um compromisso com o desenvolvimento sustentável da região.

Início da distribuição

Desde 19 de março, mais de 20 mil agricultores familiares de 60 municípios sergipanos passaram a ter acesso às 206 toneladas de sementes de milho selecionadas, via Programa Sementes do Futuro, do Governo do Estado. Por meio da Seagri e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), foi realizada a escolha, fiscalização e aquisição das sementes, um investimento de R$ 3 milhões.

Produtor de Malhador promove a integração entre criação de abelhas e plantações com auxílio do Governo

Animais coletam matéria-prima de espécies da flora nativa e exótica, enquanto polinizam as plantas, incrementando produção

As abelhas são responsáveis pela polinização das plantas, promovendo a fecundação das flores para a produção de frutos. Em troca desta importante tarefa, elas coletam o néctar e o pólen para sua alimentação. Experiência exitosa de um produtor rural em Malhador, no agreste sergipano, fez a integração da produção de mel com a agricultura familiar irrigada e a silvicultura. Nos 344 lotes do perímetro irrigado do Governo do Estado, se produz o ano inteiro e isso aumenta o tempo de floração e a oferta de mel nas colmeias, por mais de nove meses.

No assentamento Marcelo Déda, já faz 13 anos que Eloi Francisco de Menezes é irrigante do Perímetro Irrigado Jacarecica II, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Por meio da infraestrutura hídrica da empresa pública, o agricultor e seus vizinhos recebem água bruta para irrigar suas plantações.
 
O Senhor Eloi produz banana, milho, coco, cana, árvores nativas ou exóticas que oferecem néctar, pólen e outros elementos que as abelhas usam para produzir a própolis. Contando com essa rica flora — encontrada no seu e nos demais lotes do Jacarecica II — ele cria as abelhas das espécies uruçu, nativa do Brasil e sem ferrão; e as do gênero Apis, a africana e a europeia.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Coderse, Júlio Leite, os ramos escolhidos por Eloi Francisco, aumenta o potencial produtivo dos perímetros irrigados do Governo do Estado. “O senhor Eloi trabalha sozinho em seu lote, mas as suas abelhas, por si só, criam uma espécie de parceria com os lotes vizinhos, ao extrair sua matéria-prima das plantações e contribuírem com a polinização dessas mesmas plantas, favorecendo a produção. Ele aproveita esse potencial de todas as floradas da irrigação para produzir mel, iniciativa que deve ser incentivada entre os outros irrigantes, naquele e demais perímetros”, pontua. 

“Temos o mel original da uruçu, o nosso tem ótima qualidade. E outros são méis silvestres. Tem muitas plantas que as abelhas são responsáveis pela polinização aqui: milho, amendoim, acerola, todo tipo de plantação. O coqueiro é um grande fornecedor de pólen para as abelhas, para a composição da geleia real, que alimenta a rainha. O Jacarecica II é muito rico! Com a polinização das abelhas, não tem fruto xoxo nem ‘pêca’, é completinho. Quando o milharal está alto, as abelhas vão polinizando”, relata Eloi Francisco. Sua produção anual de mel varia entre 400 e 600 litros.

Silvicultor

As abelhas de Eloi Francisco interagem com as flores de todas as cultivares agrícolas exploradas nos lotes do Jacarecica II, da rica diversidade de espécies nativas encontradas nas reservas legais do assentamento — zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e da Caatinga — e de árvores exóticas plantadas pelo aqui silvicultor, que também é meliponicultor (criação de abelhas sem ferrão), apicultor e agricultor. São espécies como as dos gêneros Eucalyptus, Acacia e Moringa.  Ele conta que a produção comercial de mel, em geral, é feita contando, em média, com as floradas de três espécies de plantas.

“Temos mais de 50 espécies, produzindo o pólen e o néctar, produzindo o mel completo. As abelhas têm acesso a várias coisas diferentes, como jurema, que dá a ‘própolis verde’, e diversas outras plantas. Sou pioneiro em plantar árvores, aqui”, complementa Eloi Francisco, ao acrescentar que, em breve, quer ampliar o seu plantel de abelhas criando colmeias das espécies mandassaia e jataí.

Primavera mais longa

O produtor rural explica que as abelhas só coletam néctar para a produção de mel durante a primavera que, em um ambiente em que a produção agrícola se torna possível o ano inteiro, a partir da irrigação, a estação do ano se torna mais longa. “Isso vai do meio do mês de agosto até abril. Até abril a gente consegue tirar mel ainda. Durante a primavera, se a florada for boa, a gente tira entre três e quatro coletas de mel durante esse período. Depois, tem o período da entressafra, da escassez, que a florada é pouca. Mas chovendo e tudo, onde tiver amendoim, inhame, batata, acerola, tudo que der flor, elas vão em cima, retira o néctar, o pólen e poliniza”, conclui. 
 

Ações da Coderse beneficiaram mais de 90 mil sergipanos do campo em 2024

Administrados pela empresa, Ceasa Aracaju e perímetros irrigados geram segurança alimentar e renda no abastecimento das cidades 

Da perfuração à instalação de poços, manutenção de dessalinizadores, doação de equipamentos, até o fornecimento de água para irrigação, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) atendeu mais de 90 mil pessoas com seus serviços e ações neste ano. Além das 122 mil toneladas de produtos agrícolas e os 2,4 milhões de litros de leite produzidos nos seus seis perímetros irrigados em 2024. A tendência é que os atendimentos mais do que dobrem nos próximos anos, com a construção dos 108 km da Adutora do Leite e de 14 novas unidades do Programa Água Doce.

A principal atividade da empresa, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), é a operação e manutenção dos perímetros irrigados. São cinco perímetros agrícolas, em que a produção de hortaliças, frutas e grãos, em 2024, superou em 11% o resultado do ano anterior (110 mil toneladas). Já o perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, tem vocação pecuária e produziu 2.389.493 litros de leite, 7% a mais que no ano anterior. No total, esses irrigantes geraram R$ 249 milhões em renda na comercialização da produção.

A maior produção nos perímetros continua sendo a da batata-doce. Presente nos cinco perímetros agrícolas, foram colhidas cerca de 19 mil toneladas da raiz. Quase empatados na segunda e terceira colocação, estão as produções de milho verde e quiabo, com 6,3 e 6,1 mil toneladas colhidas, respectivamente. Destaque para as altas na produção do maracujá, com 184 toneladas e 162% a mais do que o ano anterior; e o feijão-de-corda, que superou a expectativa para o ano e gerou mais de mil toneladas do alimento, com 35% de aumento em relação a 2023.

Abastecimento

São beneficiadas diariamente 14 mil pessoas, com água bruta para irrigação, fornecida pela Coderse em 1.826 unidades produtivas rurais, em sete municípios sergipanos. As mais de 50 culturas agrícolas exploradas, nos seis perímetros, não poderiam ser cultivadas nas regiões mais secas do estado, ou durante todo o ano, sem poder contar com a irrigação. Abastecimento que gera segurança alimentar para a população e renda no campo, em lugares ou épocas antes improdutivas. 

Marcilio Rezende, do assentamento Mário Lago, em Riachuelo, é atendido com a água do Perímetro Irrigado Jacarecica II. No próximo ano, ele vai abastecer o mercado consumidor, colhendo inhame durante a entressafra da raiz. “Com essa água da Coderse, a gente está plantando agora no verão, para ter uma plantação irrigada diferente. No agreste, só se planta inhame no inverno”, conta. 

Desde maio de 2024, a Coderse passou a administrar a Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju. Segundo o presidente da empresa, Paulo Sobral, a iniciativa partiu de decisão judicial e aumentou a participação do Governo do Estado no processo de escoamento da produção e abastecimento da população.

“Parte considerável da produção irrigada e de sequeiro de Sergipe, o que inclui o que é produzido nos 41 lotes do Platô de Neópolis, também da Coderse, é levada à Ceasa para abastecer a população, através do comércio varejista de muitas cidades. Assumimos a administração e estamos reestruturando a Ceasa, para que essa função seja executada com mais eficiência, realizando reformas, ampliação e implantação de novos serviços. Além disso, vamos adotar mecanismo de tarifação e controle de entrada e saída de produtos, para que a Ceasa também se mantenha autossustentável”, anuncia Paulo Sobral.

Poços tubulares

Elencadas como ações contínuas da Coderse, em 2024 foram perfurados 40 novos poços tubulares profundos. Serviço complementar à perfuração ou adotado para a recuperação dos poços antigos, houve a realização de 54 bombeamentos de limpeza, com teste de vazão no mesmo período. No total, as duas ações atenderam 23,5 mil pessoas, a partir do investimento conjunto de R$ 1.352.580,68 em recursos do Governo do Estado. Realizados em 28 municípios sergipanos, esses trabalhos também contaram com a cooperação das administrações municipais.

Foram instalados 15 novos poços em 2024. No mesmo ano, a Coderse executou 122 ações de manutenção e 32 recuperações em bombas submersas, caixa de força, tubulação, fiação e reservatórios de sistemas de abastecimento de água. Um total de 54 mil pessoas foram atendidas com essas três modalidades de serviços, a partir de um investimento, com recursos próprios, de R$ 233 mil, mais a contrapartida da maioria dos 34 municípios, onde as ações ocorreram.

Água Doce

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação realizada em parceria com o Governo Federal, através do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), para implantação de sistemas de dessalinização, a partir de poços. Em Sergipe. Hoje são 29 unidades em funcionamento, beneficiando 6 mil pessoas do semiárido sergipano com a produção de 17.400 litros de água potável por dia.

É a Seagri que coordena o programa em Sergipe e tem as suas empresas vinculadas como executoras. Através da Coderse, em 2024 houve o monitoramento e manutenção desses 29 sistemas localizados em nove municípios do semiárido sergipano, aplicando R$ 70 mil em recursos do PAD.

Em 2024 também foram iniciadas as obras de construção de três novas unidades do PAD. Atualmente, em 85% da sua execução, irão atender aproximadamente 500 famílias em Porto da Folha, Carira e Poço Verde, a partir do investimento de R$ 1.093.799,63, via Coderse. 

Foi em Sergipe que ocorreu, no último mês de novembro, o IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce, com participação dos 10 estados integrantes do PAD. Entre os compromissos assumidos pelo MIDR no evento, R$ 9 milhões foram destinados para o Governo do Estado implantar 11 novos sistemas de dessalinização em Sergipe, a partir de 2025.

Equipamentos

Ainda em 2024, a Coderse iniciou a aquisição para doação de equipamentos que desenvolvem atividades produtivas no interior de Sergipe. A Associação dos Pequenos Produtores e Trabalhadores das Pedreiras (Aspeed), de Tomar do Geru, recebeu um compressor de ar sobre rodas, fruto de emenda parlamentar do então deputado estadual Jorginho Araújo, no valor de R$ 317.333,33. Foram beneficiadas cerca de 250 famílias dos trabalhadores, que passarão a perfurar as rochas de granito em cinco minutos por metro, serviço que levava mais de três horas, sem o novo equipamento.

Adutora do Leite

A Coderse licitou, em 2024, e está fiscalizando os trabalhos da empresa de engenharia, que vai entregar os estudos e projetos para a construção da Adutora do Leite. São previstos 108 km de adutora, desde a captação, em Canindé de São Francisco, até Nossa Senhora da Glória, a partir de um investimento total de R$ 250 milhões.

“Para o próximo ano, está prevista a entrega do projeto para realização da obra, a partir de quando poderemos licitar a construção. Estamos montando esse plano de ação a quatro mãos, Governo e empresa de engenharia, mas também estamos recebendo, em Aracaju, e visitando a população que será assistida pela obra. Para que eles também opinem nas decisões”, reforçou o presidente Paulo Sobral.

A Adutora do Leite fornecerá água bruta para aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos. A região é uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste e a dessedentação animal é uma reivindicação antiga dos produtores. A expectativa é que a produção leiteira dos cinco municípios dobre, quando a adutora passar a fornecer água, a partir de reservatórios e pontos de abastecimento na área rural.

Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe recupera acesso a lotes de assentamento atendido por Perímetro Irrigado, em Malhador

Durante o ano, empresa realizou serviços coletivos e individuais para favorecer a produção dos lotes irrigados

A estrada de acesso vai facilitar o acesso aos lotes produtivos irrigados do assentamento Marcelo Déda // Foto: Fernando Augusto / Foto : Ascom/ Coderse

Com máquina e investimento próprios, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) acaba de concluir a ampliação da estrada de acesso a 12 lotes produtivos do Assentamento Marcelo Déda, em Malhador. A área é atendida com a irrigação do Perímetro Irrigado Jacarecica II, do Governo de Sergipe, e agora ficou mais fácil dos agricultores se deslocarem da agrovila até as áreas de produção agrícola, transportar insumos, máquinas e escoar a produção.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse administra o Jacarecica II, no fornecimento de água de irrigação e assistência técnica agrícola. Atende 344 lotes produtivos situados nos municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca. Nele, são beneficiadas diretamente 2.965 pessoas que tiram o sustento familiar da atividade agrícola. De Janeiro a setembro, esses lotes produziram 6,2 mil toneladas de alimentos.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite; o coordenador Operacional da Dirir, Roberto Marques; e o gerente do Jacarecica II, Jairson Cardoso, visitaram a etapa de execução da obra. “São só cerca de um quilômetro de estrada, mas pela topografia acidentada e vegetação que cresceu às margens da via, era difícil para o produtor, com veículo ou trator, ir até o lote para realizar o preparo da terra ou plantio, o manejo e a colheita. Tivemos a preocupação de melhorar esse acesso para que os lotes sejam melhor aproveitados a partir nossa irrigação”, destacou o diretor Júlio.

Produtor irrigante do Marcelo Déda, José Roberto disse que a estrada recuperada vai favorecer a produção. Cessando uma dificuldade que o produtor tinha para, principalmente, escoar as safras da irrigação. “Nós agradecemos primeiramente a Deus e na verdade, não tem nem como pagar a Coderse, só tenho a agradecer. Era um sofrimento aqui. Há 4 ou 5 anos nessa vida aqui, carregando caixa na cabeça com maracujá, banana, tudo”, recordou.

“Do mês de julho a outubro, além da estrada do Marcelo Déda, teve a abertura de drenos e a limpeza de lotes e abertura de tanques. Atendendo também aos assentamentos Mário Lago, Santa Maria e Colônia Penha, em Riachuelo”, acrescentou o coordenador operacional Roberto Marques.

Seu Luiz também é irrigante do Marcelo Déda e, da mesma forma, não gosta de lembrar de quando não tinha o acesso ao lote facilitado pela nova estrada. “É rapaz, eu mesmo tenho 4 anos que sofri aqui carregando, já estou com o pescoço torto. Aqui a gente não tinha acesso para trabalhar e é de hoje que a gente luta, corria para um lado, corria para o outro e não conseguia. Hoje, nós temos esse objetivo aqui, Com fé em Deus, vamos andar mais para a frente”.

Coderse leva serviços para agricultores do Perímetro Irrigado Jacarecica II durante ‘Sergipe é aqui’ em Riachuelo

Além de capacitação, capacidade produtiva do perímetro foi exposta à comunidade presente ao Governo Itinerante.
Governador Fábio Mitidieri e diretoria da Coderse entregou mangueiras aos irrigantes – Foto Vieira Neto – Ascom Seagri


Em Riachuelo, nesta sexta-feira, dia 20, ocorreu o primeiro ‘Sergipe é aqui’ em um município beneficiado por um perímetro irrigado do Governo do Estado. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) organizou uma roda de conversa com os agricultores do perímetro Jacarecica II, sobre a ‘irrigação localizada’, fez a entrega de mangueiras de irrigação localizada e ainda teve uma exposição de produtos que são cultivados, por meio desta irrigação pública, durante esta 13ª edição do programa de Governo Itinerante.

“Todos os serviços que tradicionalmente a empresa leva, recebendo as demandas da comunidade para a perfuração, instalação, manutenção de poços comunitários e a exposição do nosso trabalho no Programa Água Doce, por meio de maquete, continuaram na tenda que compartilhados com a Seagri [Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca], a quem somos vinculados, e com as coirmãs Emdagro e Pronese”, informou o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

O diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que foi preparada uma tenda exclusiva para receber os agricultores irrigantes. “Tivemos uma roda de conversa sobre a adoção da irrigação localizada nos lotes produtivos do Perímetro Jacarecica II, com o doutor em Irrigação Luiz Gonzaga Reis, da Coderse, momento em que faremos a entrega de mangueiras específicas para esse sistema e assim, incentivar ainda mais a adesão à tecnologia que economiza água e é mais eficiente, dois pontos essenciais para que todo o perímetro funcione bem”, avaliou.

Uma amostra do que é produzido nos lotes da porção riachuelense do perímetro irrigado foi feita durante o ‘Sergipe é aqui’. “São produtores rurais que convidamos para mostrar o que eles produzem com a irrigação e assistência técnica fornecida pelo Governo do Estado, por meio da Coderse”, acrescentou Júlio Leite. Ao todo, o Jacarecica II atende 344 lotes irrigados, onde quase três mil pessoas são beneficiadas, ao incluir as localidades rurais em que o serviço de irrigação pública chega aos municípios vizinhos de Areia Branca e Malhador.

Rosinete Oliveira é agricultora irrigante do Jacarecica II no Assentamento Colômbia Penha. Ela trouxe para expor no ‘Sergipe é aqui’ a sua produção de cebolinha, coentro, alface, mamão, maracujá, milho verde e batata-doce. Ela considera importante a oportunidade de mostrar aos usuários do ‘Sergipe é aqui’ o que colhe em seu lote irrigado.

“Vocês estão vendo, vão reconhecer o trabalho que a gente tem na roça”, enfatizou Rosinete Oliveira. Ela vende em casa e na feira de Maruim, o que cultiva com a irrigação fornecida pela Coderse. Para ela, é essencial para a agricultura. “Porque se não tiver água não tem como colher. É necessário para levar a vida. Serve para tudo”.

Irrigação Localizada
“Viemos aqui hoje para prestigiar o evento, fazendo identidade, saúde para mulher, no Outubro Rosa. Agradecemos muito ao nosso governador Fábio Mitidieri. Agradecemos muito a Coderse, que dá sustentação para a gente”, avaliou o também irrigante Adeilton de Oliveira, do Assentamento Mário Lago.

Ele participou da Roda de Conversa sobre Irrigação Localizada e recebeu um rolo de mangueira própria para instalar a tecnologia no seu lote. “A Coderse ajuda muito em nosso perímetro Jacarecica II.  A mangueira vai ajudar muito, tendo um terreno maior, sai esticando. Fica melhor porque as terras encharcaram um bocado no inverno, mas vai dar muita coisa no verão”, completou Adeilton de Oliveira.

Governo de Sergipe promove evento alusivo ao Dia internacional da Mulher Rural em perímetro irrigado em Malhador

As agricultoras do Perímetro Irrigado Jacarecica II aprenderam novos métodos de utilizar batata-doce

Palestra ‘Melhor aproveitamento da batata-doce’, com a empresária, nutricionista e gastróloga Tácia Fontes – Foto: Fernando Augusto


Mulheres da agricultura familiar atuantes no Assentamento Marcelo Déda, em Malhador, no agreste sergipano, tiveram um dia com palestras e rodas de conversa no I Encontro da Mulher Rural, realizado nesta terça-feira, 17. O evento foi promovido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), em alusão ao Dia Internacional da Mulher Rural, celebrado em 15 de outubro.

A programação incluiu atividades de incentivo ao autocuidado e à saúde da mulher, contemplando também ações da campanha de Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção ao câncer de mama e colo do útero. Na oportunidade, as mulheres puderam ouvir depoimentos de superação de Ana de Cássia Alves e Rosália Deaquino, integrantes da Associação Mulheres de Peito; assistir à palestra ‘Melhor aproveitamento da batata-doce’, ministrada pela empresária , nutricionista e gastróloga Tácia Fontes; e participaram de uma roda de conversa com a equipe da SPM.

Segundo a diretora de Empreendedorismo Feminino e Inclusão Produtiva da SPM, Adriana Mallezan,o I Encontro de Mulheres Rurais do perímetro irrigado teve como objetivo aproximar as políticas públicas dessas mulheres. “A secretária Danielle Garcia fala muito que nenhuma mulher pode ficar sem ser vista pela nossa atuação na secretaria. Este primeiro evento é de extrema importância justamente para essa nossa missão, para abraçar e olhar todas e suas necessidades específicas”, detalhou.

Durante o evento, a palestrante Tassia Fontes apontou as diversas funcionalidades da batata-doce no dia a dia. “A batata-doce é um dos alimentos mais completos na nutrição. Eu, como nutricionista, a utilizo como um todo, desde a casca até a folha. Ela pode ter um aproveitamento incrível até para gerar renda para elas. Buscamos criar receitas práticas, saudáveis e que acrescentem tanto no cardápio do dia a dia quanto para gerar renda para elas, o que será muito importante”, indicou.

A Associação Mulheres de Peito se mantém a partir de doações e conta com mais de 300 pacientes oncológicas associadas, para quem oferece atendimento com nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, além de disponibilizar sala de fisioterapia, assessoria jurídica e promover bazares beneficentes.

De acordo com a vice-presidente da instituição, Ana de Cássia, a conversa ocorrida no I Encontro de Mulheres Rurais teve como objetivo estimular o cuidado com a saúde e o bem-estar. “Trabalhamos o cuidado com a própria saúde, em relação ao câncer de mama e a todos os tipos de câncer, a valorização delas próprias”, detalhou.

Segundo Josefa Freitas, moradora do assentamento Marcelo Déda, eventos como esse possibilitam a divulgação de informações pertinentes à comunidade. “A gente precisa muito desse apoio, e eu agradeço muito a Deus por todos vocês que vieram. Todos os assuntos foram maravilhosos e serviram para nos atualizar”, afirmou.

Jacarecica II
O assentamento em Malhador integra as comunidades atendidas pelo Perímetro Irrigado Jacarecica II, mantido pelo Governo do Estado e que abrange também localidades rurais dos municípios de Riachuelo e Areia Branca. A Coderse administra o fornecimento de água de irrigação e assistência técnica para 336 lotes da Agricultura Familiar, o que beneficia diretamente quase três mil pessoas.

“É indiscutível a contribuição da mulher em todas as etapas da produção agrícola nos perímetros irrigados estaduais. Elas administram suas próprias plantações ou trabalham nos lotes familiares e ainda atuam como mão de obra essencial. Não poderíamos deixar esta data importante passar sem um evento com essas mulheres. Agradecemos à SPM e esperamos que sejam realizadas ainda muitas outras ações como esta”, ressaltou a diretora administrativa e financeira da Coderse, Patrícia Moura.

A presidente da Associação de Cooperação Agrícola Zumbi dos Palmares, no Assentamento Marcelo Déda, Gislene Reis, destacou o encontro como forma de as mulheres terem acesso a políticas de incentivo. “Para nós que somos mulheres agricultoras é um evento muito importante, pois a gente espera que as políticas cheguem até a mulher do campo. Somos produtoras e queremos comercializar nosso produto para gerar mais renda para nossa família”, pontuou, chamando atenção ainda para o potencial de desenvolvimento das mulheres no perímetro irrigado.

O diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite, chamou atenção para a atuação da mulher rural no Jacarecica II, visto que grande parte delas concilia as atividades diárias com o trabalho na colheita e beneficiamento da batata-doce.

Ana Maria Pacheco, agricultora irrigante do assentamento Mário Lago, foi ao assentamento Marcelo Déda para participar do encontro. “Eu acho muito proveitoso. Espero que tenha outras vezes, porque a gente precisa muito que as pessoas venham nos orientar”, enfatizou.

Última atualização: 19 de dezembro de 2023 09:28.

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