Macaxeira irrigada no sertão de Canindé tem qualidade e promove renda ao agricultor

Manejo da planta é econômico e simples: irrigação uma vez por semana e capinagem

Flamarion Déda e o agricultor Zé Antônio [Foto: Vieira Neto]
Macia ao cozinhar, ao ponto de derreter na boca. Assim é a macaxeira cultivada por José Teodoro, agricultor irrigante no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Por conta da irrigação, as raízes tuberosas podem ser colhidas na metade do tempo que levaria na plantação em sistema de sequeiro. É essa precocidade que gera a maciez e diminui o tempo de espera para o Seu Zé Antônio, como é mais conhecido, ter o retorno do seu investimento na lavoura. Só na comercialização do aipim, o outro nome da planta, foram gerados quase R$ 2 milhões em renda aos produtores do perímetro Califórnia em 2020. Além das feiras do Alto Sertão, parte de Alagoas e dos muitos restaurantes daquela cidade turística, o produto também é adquirido por programas de compra da produção rural, para doação simultânea a pessoas em vulnerabilidade social ou para compor a merenda escolar.

No ano passado foram 3.224 toneladas da mandioca-mansa, como também é chamada, colhidas em uma área de 106 hectares (ha) no perímetro irrigado de Canindé. Zé Antônio é atendido com irrigação e assistência técnica fornecida pelo Governo do Estado através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Em seu lote no Califórnia, a produção de macaxeira ocupa cerca de 2 ha. “O manejo é todo igual para todo o lote, sempre tem que jogar uma terrinha para não mostrar as raízes e molhar uma vez por semana, ou de 15 em 15, para ficar bem molhadinho e pronto, é o segredo. Adubação eu não uso, nem veneno. Se eu molhar muito, quando for arrancar ela fica azul, e molhando menos, eu só arranco boa, direto assim. Zelando para que os matos não cresçam juntos. Mas também tem que molhar, porque se secar demais o chão, ela cria como se fosse uma ‘vela’ no meio e não cozinha”.

A macaxeira está em qualquer dieta nutricional formulada a partir de produtos in natura e por isso, é muito aceita no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Tivemos irrigantes fornecendo macaxeira para os PAAs, o mantido pela Conab e o Estadual, organizado pela Seias (Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social). São alimentos adquiridos com recursos públicos e por preços acima do valor de mercado, gerando mais renda ao produtor. Mas que ajudam bastante às famílias em situação de insegurança alimentar que recebem gratuitamente esses produtos, frescos e de alta qualidade nutricional. Outro programa que gera mais renda ao agricultor é o PNAE, igualmente garantindo a venda certa da produção por um período mais longo”, explicou a gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moraes.

“Eu vendo para os dois PAAs e, agora, vendo também para a merenda escolar, para as crianças daqui da região e por isso, tenho um capricho a mais. Eu só mando a boa”, garantiu Seu Zé Antônio. Contando com a água fornecida pela Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), ele consegue oferecer um produto de alta qualidade e com um tempo de espera reduzido, permitindo a rotatividade e maior renda com o cultivo do lote. “O tempo de colheita certo é 6 meses e vou arrancando até uns 8 meses. Daí, com isso já acaba e eu já começo [a colheita] em outra, porque eu tenho cinco etapas de macaxeira, para sempre ir arrancando e não ficar velha. A diferença da que está com 6 meses, da com 8 meses, é que ela fica mais grossa ao passar do tempo”, explica o irrigante.

Segundo o técnico agrícola na Cohidro, Flamarion Déda, a macaxeira pode ser cultivada em todo o estado de Sergipe. “Não é diferente no perímetro Califórnia. Aqui, inúmeras variedades de macaxeira são cultivadas, destacando-se a precoce, que é em um ciclo em torno de 180 dias, e a tardia, que é em torno de 270 dias. O produtor geralmente dá preferência pela tardia, por ter uma durabilidade de prateleira maior. Mas tem alguns produtores que preferem a precoce, pela rapidez que se colhe o produto. Geralmente nós orientamos, após a retirada da raiz, para que se faça uma rotação de cultura com o feijão de corda, que é uma cultura economicamente viável, e que também contribui com a nitrogenação da área. Tendo em vista que a macaxeira é altamente extratora de nutrientes do solo em toda sua copa”, esclareceu.

Alta do milho também impulsiona preço da abóbora irrigada produzida no Sertão Sergipano

Irrigante em Canindé negocia quilo do fruto a R$ 1,50, mas espera ultrapassar os R$ 2,50. Produção da abóbora aumentou 28% no primeiro semestre, chegando a 521 toneladas.

[foto: Vieira Neto]
O preço atrativo na venda do milho, que é uma commodities, tem feito muito plantador tradicional de abóbora trocar sua lavoura para o plantio do cereal. De olho na demanda que se abre com a baixa na oferta do fruto, no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, aumenta o número de irrigantes plantando abóbora. Além da água para irrigação, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) fornece a orientação técnica necessária para estes agricultores passarem a adotar novas culturas em seus lotes.

Segundo a gerente do Califórnia, Eliane Moraes, a produção de abóbora no perímetro, que já era o polo irrigado do Governo do Estado que mais produzia o fruto, aumentou. No levantamento da Cohidro, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), o primeiro semestre deste ano já demonstrou uma alta de 11,5% na área colhida (29ha) e de 28% na produção (521ton.) com relação ao mesmo período de 2020. “Em anos anteriores, a gente já tinha abóbora aqui no perímetro, mas neste ano o investimento dos irrigantes foi maior. Aqui a abóbora aumentou, quando outros municípios deixaram de produzir, por condições climáticas ou outros motivos particulares”, destacou Eliane Moraes.

O agricultor irrigante do Califórnia, Marcos Mota, foi aconselhado por um amigo, que é irrigante experiente na produção de abóbora, a apostar pela primeira vez no plantio do fruto. “É um desafio para gente. Ele disse que esse ano vai ser a época da abóbora. Que lá fora, na Bahia, neste ano, eles plantaram milho e iria ser bom o preço da abóbora. Com fé em Deus, vai dar uma ótima colheita, vai dar cerca de 50 toneladas”, torce o produtor.

Marcos Mota já tem o destino certo para mandar a sua abóbora plantada em 3,5ha, a ser colhida ainda neste mês, e faz previsão do preço de venda que deverá alcançar. “Vai para Salvador e Recife. Já tem os pontos de entrega e já é um ótimo preço, agora em R$ 1,50 o quilo, e estamos torcendo para chegar a mais de R$ 2,00. Estou apostando nisso, acima de R$ 2,50”, avalia o irrigante. Depois de colher a abóbora, ele pretende plantar quiabo na mesma área, para fazer a rotação de cultura agrícola necessária.

Técnico agrícola na Cohidro, Flamarion Déda reforça a importância da rotação de culturas. “É praticada para que o solo não fique susceptível as pragas e as doenças que são inerentes à cultura da abóbora. Então, é uma rotação de forma econômica, porque o quiabo vai atingir um preço bom também no mercado, e essa é uma prática também recomendada pelos técnicos da Cohidro aqui. Os produtores estão satisfeitos, principalmente aqueles que aceitaram e receberam as tecnologias e fazem os tratos fitossanitários orientados pelos técnicos da Cohidro”.

O técnico ainda recomendou o sistema utilizado pelo produtor Marcos Mota. “No verão aumenta a demanda por água, os lotes estão praticamente todos cultivados e neste caso aqui, a irrigação é microaspersão com micro rotor. Ele dá uma abrangência forte e também ajuda a economizar água em comparação aos aspersores, que dão a vazão bem maior e nos quais há um desperdício maior de água”, completa Flamarion Déda.

Governador autoriza implantação de sistemas de abastecimento de água para mais de 900 famílias de comunidades em Sergipe

Serão beneficiadas comunidades de Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Lagarto, Riachuelo, Malhador, Aquidabã e Poço Verde

 

O governador Belivaldo Chagas, na manhã desta sexta-feira (29), autorizou investimentos e entregou equipamentos que totalizam R$6.149.618,52 milhões para o desenvolvimento da agricultura em Sergipe. Foram autorizadas a implantação de 17 sistemas simplificados de abastecimento de água e a aquisição de insumos de perfuração de poços para garantia de acesso à água. Além disso, foram entregues seis triciclos com carroceria baú aos perímetros irrigados da Cohidro.

[Foto: Mário Sousa/Supec]
“O homem do campo sofre muito, principalmente, nos momentos de seca. Com os sistemas simplificados de abastecimento de água e a partir da perfuração de poços autorizadas, vamos atender a população que sofre com escassez de água. Além dessas, brevemente pretendemos anunciar mais ações para melhorar a vida dos sergipanos”, afirmou o governador.

Com a autorização de implantação de 15 sistemas simplificados de abastecimento de água, 880 famílias de 15 comunidades de seis municípios sergipanos serão beneficiadas. Em Cristinápolis, será beneficiado o Assentamento Luiz Alberto (Agrovila Nova Esperança); em Estância, o Assentamento Analício Araújo Barros, Assentamento Dom Helder Câmara, Assentamento Roseli Nunes, Assentamento Edmilson Evaristo e Assentamento Geraldo Garcia; em Indiaroba, o Assentamento Nicácio Rodrigues, Assentamento Sepé Tiaraju (Agrovila Sabão), Assentamento Sepé Tiaraju (Agrovila Cajá), Assentamento 8 de Agosto, Assentamento 5 de Janeiro (Agrovila I) e o Assentamento 5 de Janeiro (Agrovila II). Já em Lagarto, será o Povoado Açu Velho e, em Riachuelo/Malhador, o Assentamento Marcelo Déda (Agrovila I) e Assentamento Marcelo Déda (Agrovila II). Serão investidos R$ 740.338,99, via emenda parlamentar do deputado federal João Daniel.

“Em parceria com o governo do Estado, para melhorar a vida das comunidades, dos assentamentos no estado de Sergipe, estamos preocupados em resolver esse problema de abastecimento de águas nas comunidades. São várias comunidades importantes, que agora vão ter o abastecimento”, destacou o deputado federal João Daniel.

Ainda na solenidade, Belivaldo assinou contrato de prestação de serviço para implantação de outros dois sistemas simplificados de abastecimento de água, em Aquidabã e Poço Verde, via recursos do projeto Dom Távora. Serão investidos R$ 147.973,40 em benefício de 84 famílias.

[Foto: Mário Sousa/Supec]
O prefeito de Indiaroba, Adinaldo Nascimento, nomeou as localidades que serão beneficiadas em seu município e evidenciou que a ação vai melhorar a qualidade de vida das pessoas assistidas. “O Assentamento Nicácio Rodrigues, Sepé Tiaraju – Agrovila Sabão, Sepé Tiaraju – Agrovila Cajá, 8 de Agosto, 5 de Janeiro e o Assentamento 5 de Janeiro. Cada agrovila dessas, tem uma média entre 15 e 30 famílias, totalizando em torno de 200 famílias que terão acesso a esse bem sagrado que é a água. Sem dúvida vai gerar emprego e renda. Estou falando da qualificação social nessas agrovilas, de melhorar a qualidade de vida das mulheres, porque são elas que fazem ainda o comboio da água, do cenário do balde na cabeça. É até emocionante para a gente que convive com essa realidade em pleno século XXI e somente nesse momento estamos conseguindo realizar através do governo do Estado”, reconheceu o prefeito.

Perfuração de poços e perímetros irrigados
O Governo do Estado, também, investirá R$ 849.912,13 para aquisição de insumos de perfuração de poços e equipamentos para manutenção dos perímetros irrigados. A ação beneficiará aproximadamente 13.805 pessoas de seis perímetros irrigados em Canindé de São Francisco, Tobias Barreto, Itabaiana, Areia Branca, Malhador, Riachuelo e Lagarto. Serão substituídas peças com mais de 30 anos em uso na distribuição de água aos agricultores beneficiados pela irrigação pública. O serviço é responsável pela produção de alimentos, geração de emprego e renda no campo.

[Foto: Mário Sousa/Supec]
“Vai nos ajudar a preparar o solo. Por isso é um momento de alegria. Quero externar meu agradecimento. Eu, como filho de Canindé e, hoje, gestor desse município, venho aqui transmitir essa alegria para povo da nossa cidade e agradecer ao Governo de Sergipe”, agradeceu o prefeito de Canindé de São Francisco, Weldo Mariano.

Os perímetros irrigados da Cohidro, também receberam, seis triciclos, com carroceria baú, doados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os veículos darão suporte ao trabalho de assistência técnica agrícola e aos agricultores assistidos pela Cohidro.

O valor superior aos R$6 milhões investidos considera, ainda, a entrega de tratores e equipamentos agrícolas para fortalecimento da agricultura familiar e as autorizações para reforma civil do prédio administrativo da sede da Cohidro, em Aracaju, e para serviços emergenciais na barragem do Perímetro Irrigado Jacarecica II, em Malhador, também realizadas na mesma solenidade.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Plantação comercial de maracujá na irrigação estadual dá frutos de alta qualidade

Cohidro incentiva adoção de cultivos diferentes, abrindo novos mercados, melhorando renda e capacidade de geração de empregos nos seus perímetros

O calor típico do Semiárido somado à disponibilidade de água do Rio São Francisco, que no Perímetro Irrigado Califórnia ocorre o ano todo, possibilitaram a implantação de uma plantação de maracujá a nível comercial em Canindé de São Francisco. São oito hectares (ha) plantados com a fruta e que está alcançando padrões de qualidade acima da média estadual e, tão logo os maracujazeiros atinjam a sua produção plena, vão abastecer uma indústria de sucos no município de Estância. Embora o lote empresarial no perímetro possua assistência técnica própria e tenha promovido um alto investimento neste maracujá, é o fornecimento de água feito pelo Governo do Estado, através do perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que dá suporte à produção em pleno Alto Sertão.

Gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes ficou surpresa com o tamanho e o rendimento dos frutos do novo pomar. Comparando o peso delas inteiras com o da polpa sem sementes, o aproveitamento pode chegar a 35,7%. “O Califórnia fornece irrigação para este e outros 332 lotes e incentiva a adoção de culturas diferentes daquelas que têm excesso de oferta e baixo preço de venda no perímetro, a exemplo do quiabo, visando melhorar a geração de renda no campo. Agora que vemos que este maracujá de alto rendimento pode dar certo, vamos compartilhar esta boa nova e até organizar visitas guiadas ao pomar, para que outros produtores irrigantes fiquem animados em produzir. Criando um novo mercado de clientes, fornecedores de insumos e mão de obra qualificada para a produção”, defende.

O maracujá do lote empresarial de Lívia Sales, gerenciado por Humberto Ribeiro, segundo análise laboratorial feita pela indústria de beneficiamento, alcançou 13,9º de Brix, que determina a quantidade de açúcar no suco da fruta, superando a média regional que fica entre 12 e 13. O peso médio de 286g por fruto supera a média da região, que é de 200g. Acidez, porcentagem de polpa e semente, aspecto do fruto, cor e aroma também estão acima da média para Sergipe, qualificando a produção a oferecer um suco com potencial para ser exportado. A projeção é de que esta nova área plantada de 8ha, depois de todas as colheitas, vá alcançar as 320 toneladas de maracujá. A colheita está sendo feita há pouco mais de um mês e toda a produção atende o varejo local, abastecendo os três maiores estabelecimentos de Canindé.

“O resultado da produção está excelente e estamos trabalhando com dois distribuidores, para distribuir em cidades da região e em outros estados. Não estamos tendo dificuldade de mandar para fora. Essa não é a nossa capacidade total de produção, porque é a primeira colheita que começamos a fazer, então o fruto ele dá menos, porque as plantas ainda não enramaram para baixo formando uma cortina, fechando normalmente, então vamos produzir muito mais. A nossa previsão é de produzir por mais ou menos 1,5 ano, aí depois teremos que tirar essas plantas e replantar novamente. A estrutura vai ficar, então seria só replantar realmente”, apontou Humberto Ribeiro. A expectativa dos produtores é que entre dezembro e janeiro a plantação vá ter uma produção com porte para fornecer frutos também à indústria.

Já no começo da plantação, o senhor Humberto aperfeiçoou um instrumento de polinização das flores do maracujazeiro, usando uma escova em forma de anel, copiando o trabalho que na natureza só consegue ser feito por alguns poucos tipos de insetos. “Aquela polinização deu muito certo. Dá um resultado melhor do que fazer com a mão”, reforçou o gerente do lote que explica que existiram outros cuidados para que a plantação tenha prosperado. “Temos um grupo, com o engenheiro agrônomo e técnico agrícola, que determina um programa mensal de pulverização. Mas a gente faz uma vistoria diária na área, e assim que detectamos qualquer problema na planta ou no fruto, a gente aplica outra pulverização com recomendações também do nosso engenheiro agrônomo, e assim a gente vai corrigindo”, finaliza o gerente do lote empresarial.

 

Reunião faz balanço de termo de cooperação com DER e avalia expansão para outros perímetros

[Foto: arquivo pessoal]
Reunião produtiva no Departamento Estadual da Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER), na manhã desta sexta-feira (01). Além da avaliação dos primeiros dias de ações do Termo de Cooperação Técnica do DER com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) – para a revitalização do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco – o encontro serviu para que os gestores discutissem a ampliação da parceria para os outros demais perímetros do Governo de Sergipe administrados pela Cohidro.

Em Canindé, junto de um mutirão feito por agricultores irrigantes do próprio perímetro Califórnia, a cooperação com DER já permitiu a limpeza do reservatório da Estação de Bombeamento (EB) 07, para a retirada de plantas subaquáticas que prejudicam as bombas da Cohidro e os equipamentos de irrigação dos agricultores.

Ao mesmo tempo, está sendo feita a limpeza da vegetação às margens e dentro dos canais de irrigação, melhorando a qualidade da água e evitando danos às estruturas de concreto, provocados pelas raízes. Para chegar aos lotes e toda produção de alimentos ser escoada, existes entradas de terra percorrendo todo perímetro Califórnia. Nelas, o DER já começou a trabalhar na recuperação, facilitando o acesso de veículos de pequeno a grande porte.

Presentes à reunião, os diretores-presidentes Anderson das Neves (DER); Paulo Sobral (Cohidro) e Kaká Andrade (ITPS), representando a comunidade canindense; diretores e gerentes do DER.

Famílias em situação de vulnerabilidade social receberão alimentos produzidos com subsídio da irrigação pública estadual

Cohidro forneceu irrigação e assistência técnica para agricultores entregarem mais de 4 mil toneladas ao Programa de Aquisição de Alimentos desde 2008

[Foto: Arquivo pessoal]
Em Canindé de São Francisco, Porto da Folha e Poço Redondo, as famílias em vulnerabilidade social por conta da pandemia da Covid-19, serão beneficiadas com os alimentos produzidos com o subsídio da irrigação pública estadual. Os produtos são adquiridos por preços justos e doados para pessoas em insegurança alimentar via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Estadual. Até no fim novembro, 14 agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia – mantido pelo Governo do Estado através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé – vão entregar mais de 40 toneladas de alimentos ao programa da Secretaria de Estado da inclusão e Assistência Social (Seias). Em todo estado, o Governo de Sergipe vai investir cerca de R$ 3 milhões na compra de alimentos.

Técnica da coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional da Seias, Tatiana Canuto explica como é definido a quantidade que cada produtor vai comercializar com o programa.  “A gente organiza de acordo com as demandas, do número de usuários que são atendidos em cada instituição. Na entrega dos alimentos é gerado um termo de doação via Sistema de Informação do Programa de Aquisição de Alimentos – Sispaa, em que a entidade recebedora vai assinar por estar recebendo e os agricultores vão gerar uma nota fiscal, que vai ser atestada pela Seias e inserida no mesmo sistema. E o pagamento é efetuado pelo Ministério da Cidadania na conta do agricultor, com o cartão”.

Diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral afirma que os irrigantes dos perímetros da companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), participam do PAA desde 2008, em edições promovidas pela Conab. “Já foram beneficiadas mais de 150 mil pessoas, entre os socialmente vulneráveis e os agricultores, estes remunerados em mais de R$ 13 milhões para entregar mais de 4 mil toneladas de alimentos à ‘Compra com Doação Simultânea’. É um programa magnífico, que adquire os produtos por preços melhores do que aqueles praticados pelo mercado para ajudar pessoas em insegurança alimentar”.

Irrigante do perímetro Califórnia que participa do PAA Estadual, Pedro Feitosa forneceu à Doação Simultânea, até a última entrega que ele fez, 539 kg de acerola e 376 kg de pimentão. “Eu acho um programa de suma importância com essas duas vertentes. Com relação ao produtor, é um preço justo. A gente vende os produtos aqui, ao atravessador, com um preço bem diferente ao do programa. Isso muito nos ajuda, nos beneficia nesse sentido e tem esse grande alcance social que eu vejo na ponta final. É justamente essas pessoas vulneráveis que estão em situação difícil e tem essa contribuição, essa participação do Estado no sentido de ajudar”. No Califórnia há 13 anos, Seu Pedro já participou de outros PAAs produzindo alimentos via irrigação pública. “Sem irrigação seria impossível falar em produção, em todas as estações do ano, no Semiárido”, complementa.

Gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes destaca que o agricultor tem a venda garantida de seus produtos via PAA Estadual. “É um programa perfeito. Ele beneficia o Agricultor Familiar numa ponta e no outra as pessoas carentes. Além de tudo isso, o produtor vai ter uma zona de escoamento certo para seu produto, com um preço justo. O PAA estabelece o preço e antes de aderir ao projeto ele já tem o valor que ele vai vender da sua produção até o final”.

Gicélio Oliveira é técnico da Prefeitura de Canindé e atua na organização do PAA Estadual naquele município. Segundo ele, os alimentos produzidos em Canindé atendem famílias cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Durvalina Rodrigues e o Centro Especializado Daniel Ricardo, em Canindé; o Cras de Poço Redondo e o Instituto Nacional de Inclusão Social (INIS), em Porto da Folha. Os irrigantes do Califórnia estão em um primeiro edital, que iniciou as entregas em abril. “No primeiro edital temos 14 agricultores familiares cadastrados, fornecendo mais de 41 toneladas dos produtos: macaxeira, coco verde, coco seco, acerola, couve, coentro, cebolinha, alface, pimentão, milho verde em espiga, melancia e mamão havaí”.

Governo de Sergipe assina Termo de Cooperação para melhorias no perímetro irrigado de Canindé

[Foto – Vieira Neto]
Na última semana, em Canindé de São Francisco, o Governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), assinou um Termo de Cooperação Técnica que tem por finalidade a limpeza de reservatórios anexos às estações de bombeamento (EBs) e dos canais de irrigação que distribuem água para essas seis EBs do Perímetro Irrigado Califórnia. A Parceria também abrange a recuperação das estradas vicinais que cortam o mesmo perímetro, mantido pela Cohidro naquele município.O DER, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS), fez a entrega dos equipamentos: retroescavadeiras, pá carregadeira, motoniveladora e roçadeira hidráulica; que serão disponibilizados à Cohidro através da cooperação por um ano. A Cohidro vai arcar com os custos operacionais e toda manutenção e reparo das máquinas durante a vigência do termo. O presidente do departamento estadual, Anderson das Neves, considera importante o Governo do Estado somar esforços para apoiar a população do perímetro. “Este apoio estrutural, através dos equipamentos, vem para poder melhorar as atividades e o transporte nos perímetros irrigados, melhorando a irrigação e o escoamento dos produtos que estão sendo plantados”, avalia.Já a Cohidro é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca de Sergipe (Seagri) e o secretário Zeca da Silva também participou do ato, assinando o termo de cooperação como interveniente. “Eu acho que essa administração da Cohidro está obtendo êxito porque enxerga o problema, sabe que não tem condições de resolver sozinho, mas faz parceria com as prefeituras, com outros entes do Estado e no final, quem é beneficiado é a população. Com esta parceria, a gente vê a importância para toda uma geração de empregos, de produtividade, de renda. A economia se movimenta como um todo e tudo isso faz um círculo virtuoso”, considerou.As obras que a Cohidro pretende realizar com as máquinas do DER/SE, melhoram a qualidade do serviço de irrigação pública prestado, desobstruindo os canais de irrigação e reservatórios. Com isso, aumenta a vazão de água que chega nos lotes e melhora a conservação dessas estruturas, dos equipamentos de bombeamento da empresa estadual e dos sistemas de irrigação dos agricultores irrigantes. Diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral avista um campo fértil a novas cooperações entre a companhia e o DRE. “Espero que este seja o primeiro Termo de Cooperação de muitos que podem ocorrer entre estes dois entes públicos do Governo do Estado. Existe esta mesma demanda nos outros cinco perímetros, com estradas vicinais, canais de irrigação e reservatórios”, expõe.Ainda estiveram presentes ao evento o deputado estadual Jeferson Andrade, que também testemunhou o Termo de Cooperação; os verdores municipais de Canindé, Juarez de Vavá (presidente da Câmara), Adriano de Bomfim, Hugo de Pank, Klebinho e Eliel Torres; o presidente do Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), Kaká Andrade; diretores, gerentes e funcionários da Cohidro e do DER; agricultores irrigantes do perímetro Califórnia e um dos seus representantes: o presidente da Cooperativa de Agricultores Irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), Levi Ribeiro.

“Avaliamos como uma ação muito importante, muito positiva para o nosso perímetro. Vai trabalhar a manutenção dos canais, do mato que está invadindo e os próprios reservatórios. Então, é bem-vinda e somos gratos pela ação. Com certeza, após este trabalho de limpeza de canais nós teremos, acredito que no mínimo 20% de melhoria na irrigação. Além do mais, com a melhoria nas estradas, a gente tem condição de melhor circulação dos produtos”, concluiu o presidente da Coofrucal.

[vídeo] Produção de batata-doce irrigada desponta em Canindé de São Francisco

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

Em 11 de agosto o programa Agro-SE, da TV Atalaia , exibiu reportagem sobre a mais nova cultura em ascensão no Perímetro Califórnia: a batata-doce. Lá em Canindé de São Francisco o clima semiárido e o solo argiloso sempre foram entraves ao cultivo da planta, mas com a oferta de água de irrigação o ano todo e assistência técnica para a produção agrícola, os perímetros de irrigação pública estaduais têm o papel de acelerar essas revoluções no campo.

No Agreste e Centro-Sul a batata-doce gera lucro nos perímetros irrigados, também administrados pela Cohidro, há um bom tempo. Já no Califórnia, juntos, os bataticultores produziram 355 toneladas em 2020. Mas de janeiro a junho de 2021, a produção da batata-doce no perímetro de Canindé já chegou a 254 toneladas, se aproximando do total produzido no ano passado e sugerindo que o produto está ganhando mais espaço no perímetro irrigado da Cohidro no Alto Sertão Sergipano.

Canindé produz mais de 3mil toneladas de quiabo no 1º semestre

Principal produto colhido no município, quiabo conta com tecnologias de irrigação pública e assistência técnica oferecida pela Cohidro
[Foto: Fernando Augusto]
O quiabo é o produto mais colhido no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, de janeiro até junho deste ano, a produção do alimento no perímetro foi de 3.486 toneladas (t), gerando uma renda bruta aos produtores rurais de R$ 3.187.600,00. Com isso, a produção deste ano aumentou em 41,6%, se comparada ao mesmo período de 2020 (com 2.034 t). Com modernização e investimento em tecnologia na irrigação, métodos de adubação, qualidade e variedade de sementes, o produto garante a liderança, ao longo dos quase 35 anos de existência do perímetro irrigado do Governo do Estado no Alto Sertão.A safra, que dura o ano inteiro, tem como principais destinos as cidades baianas de Salvador e Feira de Santana. A alta oferta também gera períodos em que o excesso do produto diminui a margem de lucro do produtor. Ainda assim, o quiabo é a cultura que mais gera renda à agricultura familiar, trabalhadores rurais, de estocagem e transporte em Canindé. “O quiabo colhe toda semana, três vezes por semana. Aí, dá para pagar o trabalhador. Tenho ainda o feijão de corda, que plantei como um complemento, e a macaxeira, que colhe de nove em nove meses. Mas o forte mesmo aqui, para mim, é o quiabo. O comprador tem todo dia na porta, todo dia nós mandamos”, destacou o agricultor irrigante Arnaldo Tomé da Silva.Para manter o quiabo como uma cultura rentável, eficiente e econômica, Seu Arnaldo apostou na modernidade. Ele investiu na irrigação por mangueiras de gotejamento e praticamente abandonou o uso de aspersores convencionais de irrigação, que são antigos, caros e desperdiçam água. De baixo custo, o agricultor consegue cobrir toda lavoura de quiabo com as mangueiras de gotejamento, tecnologia que também permite a fertirrigação. Nela, é possível adubar as plantas diluindo os fertilizantes na água. Ao mesmo tempo em que economizam a água dos reservatórios do perímetro, os gotejadores da mangueira irrigam somente o pé da planta, evitando a perda de nutrientes.O agricultor conta ainda que seu lote de 5,4 hectares utiliza 16 redes de irrigação de gotejo. “No início, só tinha uma rede e metade de outra, não sabia nem como fazer. Hoje, aqui, trabalho sossegado. Já houve épocas que colhi seis meses de quiabo, e outras que só colhi dois meses. Varia muito, mas graças a Deus, nunca faltou. Não sei fazer outra coisa, só sei trabalhar e não posso dizer que está ruim. Todo dia eu tenho o dinheiro do pão e da feira”, agradeceu Arnaldo Tomé. No clima Semiárido, o quiabo precisa de muita água, fornecida pela Cohidro juntamente com a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). “Eles fazem a parte deles e a gente faz a nossa”, complementa o irrigante.

Um dos técnicos agrícolas que atendem as roças de quiabo no perímetro Califórnia é Luiz Roberto Vieira, que conta que a plantação de seu Arnaldo é muito bem cuidada. “O nosso trabalho é no cotidiano. A assistência é feita todos os dias, e cada área tem um técnico responsável. Seu Arnaldo é um agricultor nato, com dez anos de experiência trabalhando com o quiabo. Procuramos orientar o produtor sempre dentro dos critérios técnicos da cultura. Ou seja, análise de solo, preparo do solo, as adubações”, disse o técnico agrícola.

CALIFÓRNIA: Cohidro dá continuidade em revitalização de EBs e instala vigilância eletrônica no perímetro

Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quarta-feira (25) recebeu a visita de diretores executivos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do polo irrigado. Eles inspecionavam a realização de obras de revitalização da Estação de Bombeamento (EB) 05 e da instalação do sistema de vigilância eletrônica, que será feito em todas as instalações do perímetro da Cohidro no Alto Sertão Sergipano. O mesmo aparato de segurança, com câmeras e alarmes, já está operando nos perímetros de Lagarto e Itabaiana.

A EB-05 é a quarta a ser reformada. Antes dela as EBs 03, 04 e 06 passaram por restauração da estrutura civil e tubulações, nova pintura protetiva, calçamento, cobertura para a área de bombas, além de novas portas, telhado, revestimento e louças sanitárias para a casa de força e o alojamento.

E em paralelo às reformas físicas, houve manutenção corretiva completa das estruturas mecânicas e elétricas, facilitando o manuseio de operadores e sanando riscos de falhas e panes. Como foi feito nas outras três EBs, na EB-05 os serviços estão sendo executados com recursos próprios – oriundos da receita da tarifa d’água – e mão de obra da Cohidro, a cargo de equipe formada pelos funcionários Gerson Gonçalves e José Antônio.

Os diretores Paulo Sobral (presidente) e Jean Nascimento (Administrativo e Financeiro); acompanhados do representante da Associação dos Servidores da Cohidro (ASC), Alberto Santos e do gerente comercial da companhia, Ricardo Pereira; inspecionaram o começo da instalação dos alarmes e câmeras de vídeo-segurança nos prédios do perímetro Califórnia. A instalação destes equipamentos já foi concluída nos perímetros irrigados de Itabaiana (Ribeira e Jacarecica I) e de Lagarto (Piauí).

“O perímetro Califórnia vem recebendo investimentos para oferecer mais qualidade e segurança no serviço de fornecimento de água. Estamos agora recuperando a quarta estação de bombeamento, a EB-05. São ações de revitalização que só estão sendo possíveis pelo compromisso que o agricultor irrigante assumiu em parceria com o Estado, ao contribuir com o serviço prestado pela Cohidro pagando regularmente a sua ‘tarifa d’água’. Canindé é onde ocorre a maior taxa de adimplência, possibilitando essas ações, resultado da parceria com os agricultores, na produção e geração de renda – para além da assistência técnica fornecida pela Cohidro juntamente com a água para irrigação, o que favorece a produção durante o ano todo”, pontua o presidente Paulo Sobral.

 

Última atualização: 22 de setembro de 2021 17:30.

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