Em visita a perímetros irrigados no Alto Sertão, ministra Tereza Cristina recebe demandas dos agricultores

Acompanhada do secretário André Bomfim, ministra garantiu a retomada da liberação de recursos do PAA para Sergipe e a reestruturação de perímetros federais

Além de participar da ExpoRingo 2019, a ministra da Agricultura Tereza Cristina aproveitou a passagem por Sergipe para ir aos municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, no Alto Sertão Sergipano, onde visitou o perímetro irrigado mantido pelo Incra e pela Codevasf, Jacaré-Curituba – que também é o maior assentamento de reforma agrária em perímetro irrigado da América Latina. Acompanhada pelo secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, ela conheceu a cooperativa do projeto, bem como a do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pelo Governo do Estado; além de uma Unidade de Recuperação de Áreas Degradadas (Urad).

A visita técnica da Ministra teve o intuito de apurar se as políticas públicas pensadas pelo governo Federal para o Nordeste atendem às necessidades dos produtores. O secretário André Bonfim avaliou positivamente a iniciativa, sobretudo porque ela indicou prioridade para a agricultura familiar, no sentido do incremento à assistência técnica rural e à desburocratização do acesso ao crédito. “A ministra também mencionou a importância do crédito fundiário, enquanto via de acesso à terra, e da regularização fundiária, para dar segurança jurídica aos agricultores e a possibilidade de acesso aos créditos rurais”, analisou André Bonfim.

PAA
Gerido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) não liberou recursos, em 2018, para as propostas de agricultores de todo estado, já aceitas na modalidade Doação Simultânea. Esse foi o assunto de outra parada na visita ministerial ao Alto Sertão. De volta a Canindé, Tereza Cristina ouviu as considerações de Levi Alves Ribeiro, presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), no pólo de irrigação do governo de Sergipe, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

“Temos, hoje, um quadro social de 57 produtores da agricultura familiar, temos duas associações agregadas à nossa cooperativa, que têm apresentado produtos diferenciados: o pão de mel, o bolo bacia e o mel; mas até agora, nós só conseguimos atender 36 agricultores, participando em um projeto do PAA de 2017, no valor de R$ 192 mil. No ano passado, fizemos dois projetos que foram aceitos, de R$ 127 mil e R$ 220 mil, no entanto, ficaram parados por falta de recursos. Portanto, reivindicamos a liberação, para que possamos retomar esses projetos”, pediu Levi Alves à ministra.

Na modalidade Doação Simultânea, o PAA compra a produção do agricultor familiar durante um período, com entregas regulares de alimentos aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), para distribuição in natura às famílias em situação de insegurança alimentar, ou instituições como creches, orfanatos, asilos e hospitais, para o preparo das refeições. “Esse programa não acabou e nem vai acabar. Nós temos menos de 90 dias de governo, estamos ajustando, mas os bons programas vão continuar. Se ele é bom, traz renda, é prioridade. Fiquem com seus documentos, com as suas associações em ordem, que vocês voltarão a participar dos projetos”, garantiu Tereza Cristina.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Estudantes de rede estadual visitam uva e produção de leite no perímetro da Cohidro

Visitas do Centro Dom José Brandão são constantes e alguns estudantes também fazem estágio no Califórnia (Foto: Arquivo Pessoal)

Sexta-feira (11), o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, recebeu estudantes dos 2º e 3º anos do curso Técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, do município vizinho de Poço Redondo. Os alunos dos professores João Paulo e Anelise conheceram uma unidade experimental de produção de uva e o projeto piloto do Balde Cheio de produção de leite, irrigados e atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

O Balde Cheio é no lote do irrigante Everaldo Mariano. Uma transferência de tecnologia feita dentro da Cohidro: do perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, para o Califórnia. Os estudantes ficaram sabendo como funciona o sistema de pastagem onde o gado muda de piquete todo dia, para voltar quando a irrigação tiver recuperado o mesmo capim.

Os alunos do José Brandão ficaram sabendo da importância da transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), para o perímetro da Cohidro. Permitindo que no lote de José Leidison dos Santos os parreirais produzam, há mais de 2 anos, as variedades BRS Isabel Precoce e a BRS Violeta. A assistência das duas empresas públicas agora trabalha com esses produtores para introduzir a uva BRS Vitória em Canindé. Quem acompanhou a introdução destes campos experimentais desde o começo e tutorou a visita dos estudantes é o técnico agrícola Antônio Roberto Ramos (Beto) da Cohidro, auxiliado pelo estagiário Manuel Messias. Beto ficará responsável por prestar toda a assistência técnica aos produtores quando o convênio com a empresa de pesquisa federal acabar, inclusive no outro campo experimental de peras, que acaba de dar seus primeiros frutos depois de 13 meses de plantados.

Campo experimental de peras dá seus primeiros frutos em Canindé

Depois de 13 meses desde que as mudas foram plantadas, surgem os primeiros frutos de pera do campo experimental de meio hectare introduzido no lote do irrigante Ozeias Beserra, no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Esta e mais três unidades de produção de uva foram viabilizadas no município pelo convênio de transferência de tecnologia com a Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE). Além de fornecer mudas, estacas, arames, sistema de irrigação e fertirrigação por gotejo, defensivos e fertilizantes, a empresa federal dá assistência técnica por dois anos aos produtores agrícolas.

A Cohidro fornece a água de irrigação durante todo ciclo produtivo da planta, escolhe os seus produtores irrigantes mais adaptáveis à receber estas novas tecnologias de plantio, já acompanha e vai continuar dando assistência técnica com as sua equipe de técnicos agrícolas de forma integral, quando o período da parceria com a Embrapa acabar.

 

Sementes doadas pelo Governo do Estado tiveram rendimento certo em perímetros irrigados no Sertão

Aproveitamento das sementes é de 100%. Irrigação da Cohidro fornece principal insumo para agricultores irrigantes suprirem demanda de ração animal para criadores durante o verão seco.

Edivânia Freitas garantiu o milho para produzir espigas e palhada de fazer ração para carneiros, cabras e a vaca que cria (foto Ascom Cohidro – Fernando Augusto)

Das 12 toneladas de sementes de milho entregues pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco (SE) este ano, 4.350 quilos ficaram a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) distribuir entre os irrigantes dos perímetros irrigados Califórnia, que a empresa administra, e o Jacaré-Curituba (Codevasf). A partir de setembro, 435 produtores começaram o plantio irrigado para que já em novembro pudessem começar a colher a forragem, dando suporte à alimentação dos rebanhos sertanejos no período de maior seca. Se todo milho for aproveitado para a silagem, a estimativa é de uma produção próxima das 8.000 toneladas de ração animal.

Ao todo a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), distribuiu 247 toneladas de sementes certificadas de milho das variedades BRS Caatingueiro e BR 106, e 90 toneladas de sementes de milho na variedade Crioula, atendendo os municípios de Carira, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Canindé do São Francisco. Um investimento de R$ 1.383.200,00, recursos estaduais do Fundo Estadual de Erradicação e Combate à Pobreza (Funcep).

Para o diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto, o aproveitamento das sementes nos perímetros irrigados é praticamente de 100%. “O plantio, usando a irrigação que nós fornecemos durante todo ano, não está condicionado à periodicidade de chuvas que nós sabemos não ter sido significativa em 2018. Mas essa parcela do que foi doado teve bom uso. Como resultou em uma safra fora da época junina, quando a procura pelo milho espiga é maior, está resultando em um milho quase todo aproveitado na alimentação animal, que casa perfeitamente com a real necessidade que passam todos os criadores do Alto Sertão, da falta de chuvas e muito pouco para dar ao gado nas propriedades”, argumenta.

Edivânia Freitas Santos foi uma agricultora familiar que em setembro recebeu uma saca de 10 quilos da semente BRS Caatingueiro, variedade de milho superprecoce que produz grãos entre 90 e 100 dias. Após plantar no perímetro Califórnia, ela tem a intenção de aproveitar as espigas e moer a palha para fazer ração, destinada à sua criação de cabras, ovelhas e uma vaca. “Muito bom, pois a situação que está agora não está podendo nem comprar, porque está muito caro o milho. Por isso estamos com a área lá desocupada, porque o interesse é de plantar o milho, mas como estava sem condições de comprar a semente. E agora graças Deus consegui, porque não tem inverno, mas tem a irrigação, e com fé em deus vamos plantar e colher”, justifica.

Em 2018, houve tempo hábil, já em meados do mês de maio, para que a entrega de sementes do Governo do Estado ocorresse antes do período de chuvas no inverno. “Queremos todo mundo com sua semente em casa. Isso será bom para ajudar o pequeno agricultor, principalmente, aquele que participa da agricultura familiar. Isso é possível graças aos recursos adquiridos através do Fundo de Pobreza, recursos arrecadados pelo tesouro do Estado, através dos impostos que são pagos pela população e que a gente faz questão de reservar ano a ano. Temos essa preocupação de reservar essa quantidade para que possamos adquirir essas sementes e distribuir para o pequeno agricultor”, destacou o governador Belivaldo Chagas.

Titular da Seagri, Rose Rodrigues destacou a qualidade da semente e o impacto que elas terão na produção agrícola do estado.  “Essa semente é selecionada e chega na hora certa. Ela é uma semente com dupla aptidão, tanto para forragem quanto para grãos. É uma semente adaptada para a região, semente caatingueiro”. A secretária ainda afirmou que a distribuição das sementes é a mão do Estado fomentando a agricultura camponesa. Ela cumprimentou a equipe da Emdagro que, através dos seus técnicos, oferece tecnologia ao campo.

A distribuição feita no escritório da Cohidro, segundo a gerente do perímetro Califórnia  Eliane de Moura Morais, seguiu critérios que certificassem a condição de baixa renda dos agricultores familiares. “Esteve disponível para entrega a quem se interessasse as sementes de milho para plantio aqui na sede da Cohidro. Foram mais de 4 mil quilos à disposição dos produtores do Califórnia e Jacaré-Curitiba. Fazia o cadastro e levava uma saca de 10 quilos, trazendo o NIS (Número de Identificação Social), Cartão Cidadão ou Cartão da Bolsa Família”, explicou. Ela conta que já em novembro houve colheita deste milho. “Alguns colheram só a palha para fazer a silagem, nem esperaram embonecar”.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica que o aproveitamento do milho na ensilagem representa uma capacidade de armazenar grandes quantidades de alimento para os animais em pequenos espaços e por longos períodos de tempo, preservando as propriedades nutricionais das plantas. “É um método ideal para quem pretende plantar o milho com a intenção de comercializar com os criadores da região. Quando é para aproveitamento com animais no próprio lote, é feito em silos ou cobertura em lona. Como o objetivo de comercialização, os produtores o fazem em sacos plásticos vedados, para que haja o processo anaeróbico de fermentação por bactérias”, orienta. Ainda segundo ele, foram colhidos 333 hectares de milho durante em 2018 nos perímetros irrigados administrados pela empresa, onde o aproveitamento das plantas é completo, com o uso integral ou só da palhada para ração.

Por Ascom Cohidro com informações da ASN

 

Produtor aposta na pimenta biquinho e silagem no perímetro Califórnia

Acompanhada do técnico agrícola da Cohidro, Antônio Roberto Ramos, a equipe do programa Sergipe Rural foi até o agricultor irrigante Milton Costa no Perímetro Irrigado Califórnia, Canindé de São Francisco, para mostrar a produção de pimenta biquinho, visando o fornecimento à indústria de alimentos.
O produtor agrícola também, no mesmo lote irrigado pela Cohidro, tem produzindo milho para estocar como silagem. Produto muito procurado no Alto Sertão Sergipano pelos criadores de animais que, devido aos longos períodos de estiagem, ficam impossibilitados de plantar alimento para o gado.

O programa Sergipe Rural vai sempre ao ar na TV Aperipê no sábado, 7h30, com reprise domingo, 8h30 e na quarta, 9h.

Estudantes de Agronomia da UFS vão ao perímetro Califórnia via Projeto Opará

Foto: Arquivo Pessoal

Estudantes de Engenharia Agronômica da UFS visitaram o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quinta-feira. Conheceram os campos experimentais de uva e pera. Para tanto, foram guiados pelo técnico agrícola da Cohidro Joaquim Ribeiro. A atividade acadêmica, além de uma aula prática aos estudantes, também fazia parte do Projeto Opará: Águas do São Francisco, quem tem o vizinho perímetro Jacaré-Curituba, administrado pela Codevasf, como área de atuação.

Foi realizada uma visita a estação de bombeamento EB-100 da Cohidro e os alunos tiveram a oportunidade de conhecer como funcionam os sistemas de bombeamento e distribuição para ambos os perímetros, vazão correspondente para cada perímetro e suas respectivas bombas hidráulicas. Depois disso, fizeram visitas a alguns lotes irrigados, onde foi apresentado as culturas recém implantadas em parceria entre Cohidro e Embrapa Semiárido.

Segundo o professor-doutor Antenor de Oliveira Aguiar Netto, que organizou a atividade, o objetivo era “proporcionar uma vivência prática dos manejos de irrigação adotados nos perímetros irrigados localizados na região semiárida do estado de Sergipe, identificar possíveis problemas e soluções”.

O Agrônomo João Marcos de Jesus Sales é membro do Opará e responsável monitoramento de pesquisas hídricas. Ele acompanhou na visita técnica como parte do estágio de docência. O projeto é patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental. Suas ações são realizadas em parceria entre a Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco Canoa de Tolda e a UFS. O objetivo é promover a recuperação de áreas degradadas da Caatinga com atividades de restauração florestal, educação ambiental, monitoramento hídrico e pesquisas na região semiárida nos estados de Sergipe e Alagoas, na bacia hidrográfica do rio São Francisco, Jacaré e riacho Mato da Onça.

Agricultores reorganizam cooperativa do perímetro da Cohidro em Canindé

Cooperados já fornecem alimento à doação simultânea e para a merenda escolar do município. Eles agora despertam o interesse da indústria de beneficiamento.

                                                                                                                                                     

Sidrack e seus colegas cooperados promovem a divulgação dos produtos que eles colhem nos lotes irrigados no perímetro da Cohidro em Canindé – foto arquivo pessoal

Cooperativismo ressurge no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco (SE) e se torna corriqueiro dos produtores venderem a produção e comprar insumos em conjunto. O incentivo da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para que o grupo participasse de programas públicos de aquisição de alimentos da Agricultura Familiar e de contratos com grandes indústrias compradoras, promoveu a organização e reestruturação da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia Ltda. (Coofrucal).

A Coofrucal surgiu em 1999 e como sua razão social diz, é formada por produtores irrigantes atendidos pela irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado, através da Cohidro e tem sua sede social construída em área cedida pela estatal. Depois de passar um extenso período de inatividade, por conta da desmotivação dos agricultores, há cerca de 2 anos e depois que Levi Alves Ribeiro (Sidrack) se tornou presidente, a cooperativa teve suas atividades retomadas. Reformou a sede e seus membros voltaram a comercializar de forma coletiva

“Temos hoje 57 Cooperados, mas que estão produzindo e vendendo são aproximadamente 30 produtores. Pretendemos beneficiar uma maior quantidade de produtores rurais da nossa Cooperativa”, explicou Sidrack. Essa produção dos cooperados será parte destinada à entrega para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mantido e financiado nacionalmente pela Conab, e outra para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE-MEC).

Desde 2008 a Cohidro disponibiliza seus técnicos e infraestrutura para auxiliar as associações e cooperativas fundadas em seus perímetros irrigados, no que tange a formalização dessas entidades e no ato de elaborar os projetos para participar do PAA. Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da companhia, está à frente deste trabalho e expõem que em 10 anos foram 1.461 participações destes irrigantes em 40 projetos, da mesma forma que totalizam 131.731 pessoas listadas como beneficiadas com alimentos, que somaram 3.636.832 quilos plantados e colhidos em quatro dos seis polos de irrigação pública do Estado e que gerou de renda bruta ao produtor R$ 10.880.003,47, em valores corrigidos pelo IGP-M.

Diretor-presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto considera fundamental o associativismo e o cooperativismo para que os agricultores irrigantes progridam em suas áreas agrícolas. “Nesses 30 anos recebendo o benefício da água de irrigação fornecida pelo Governo do Estado, o natural é encontrarmos a organização estabelecida de grupos como a Coofrucal, colaborando entre si para que todos possam ganhar mais e ter menos custos para a produção. A nossa empresa, ao sugerir a participação em projetos como o PAA e PNAE, está incentivando eles a se organizarem e fortalecerem esses grupos. Quando não for possível a cooperativa, as associações de produtores. Isso os torna mais independentes dos órgãos estaduais e preparados para desafios maiores”, analisa.

“A Cohidro ao longo dos anos tem dado a maior contribuição para o fortalecimento do Cooperativismo aqui em Canindé. Inclusive, à sede da cooperativa foi cedida pela empresa. Dá apoio técnico e até transporte, quando solicitado”, assinalou Levi Alves. Hoje, seu grupo aguarda liberação da Conab para que eles façam a entrega de 67.432 quilos de alimentos ao PAA, para beneficiar 1.500 pessoas em situação de insegurança alimentar, beneficiando também 25 cooperados, remunerados de R$ 200 mil. Para Sidrack, a cooperação da companhia com a Coofrucal é essencial para dar continuidade a esses projetos atuais e os futuros.

Industrialização

Levi Alves é presidente da Coofrucal, viticultor e produtor irrigante que sempre recebe turmas de estudantes em seu lote – Foto Andrea Santtos (Cohidro-Califórnia)

“Precisamos sempre dessa parceria com a empresa Cohidro, para que possamos em um futuro próximo ter a capacidade de produzirmos nossa poupa de frutas, sucos, etc. Objetivando maior valor à produção do produtor rural”, avalia Levi Alves. Ele é um dos dois produtores irrigantes que abrigam campos experimentais de uva em seus lotes, no convênio entre Cohidro e Embrapa no perímetro Califórnia. Já partindo para a terceira colheita comercial do fruto, Sidrack acredita que em breve outros produtores devam aderir ao plantio e haverá muita produção para a cooperativa beneficiar. Sem falar da produção de outros frutos como a acerola, a manga, a goiaba e o maracujá, que também é forte e pode entrar na linha de produtos oferecidos pela Coofrucal.

Nos dias 18 e 19 de setembro o Califórnia recebeu visita da Indústria Duas Rodas, multinacional brasileira que tem uma unidade fabril em Estância (SE) e produz ingredientes empregados na produção de diversos alimentos, como sorvetes, biscoitos e doces. “Foi a nossa sucessiva produção de frutíferas a partir da irrigação fornecida pelo Governo do Estado, que despertou o interesse da indústria, que tem intenção de comprar a produção local de acerola”, explica a gerente do perímetro, Eliane Moraes.

Para que o negócio dê certo, os produtores terão que adotar o não-uso de defensivos químicos  nas plantas e a colheita será feita com os frutos ainda verdes. Vai intermediar todo o processo, além da assistência da Cohidro, a Coofrucal. “No primeiro dia tivemos reuniões com o representante da indústria, o Emerson, com os agricultores irrigantes da cooperativa e os técnicos da Cohidro, para explicar o projeto. Já no segundo, teve a visitação aos pomares”, relata Eliane.

Alimentação escolar

Esses cooperados já fazem o beneficiamento artesanal de alguns artigos para a comercialização coletiva, como a fabricação de bolos, pão de mel e o próprio mel líquido, extraído de colmeias instaladas também no perímetro Califórnia. Isso porque em maio, a Coofrucal disputou e foi selecionada na chamada pública para a aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar do PNAE, para fornecer à rede pública municipal de educação de Canindé durante o ano letivo de 2018. Segundo Sidrack, o valor estipulado pelo processo licitatório é de R$ 567.849,83, disponível para remunerar os produtores pelo fornecimento desses produtos processados e alimentos in natura, como melancia (60.750 quilos), batata-doce (10.990), tomate (4.380) e cenoura (2.730).

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, condiciona a valorização dos produtos dos perímetros irrigados à organização dos seus agricultores. “Participando de chamadas públicas e de projetos da Conab, eles conseguem preços de venda superiores aos que eles recebem de oferta nos lotes, vendendo para os intermediários. Com o tempo, uma cooperativa ou associação forte, vai poder negociar os produtos diretamente com o comércio varejista, agregando mais valor ao produto quando entregue direto no ponto de venda ou revenda”, sugere.

 

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Cohidro e irrigantes participam do Fórum Estadual de Implementação de Políticas Públicas para a Agricultura Familiar

No Fórum Estadual de Implementação de Políticas Públicas para a Agricultura Familiar, realizado ontem pelo Circuito Integrado de Cooperação e Economia Solidária na Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e da Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), a Cohidro foi representada pelo seu gerente de Agronegócios Sandro Luiz Prata e o técnico agrícola Edimilson Cordeiro, do Perímetro Irrigado Califórnia. Acompanhado dos produtores irrigantes, também do polo irrigado, Levi Alves Ribeiro e João Aureliano da Silva, respectivamente presidentes da Coofrucal e da Assai, de Canindé de São Francisco. Também presentes Antônio Gedeão José de Santana e Cirilo Amorim, presidentes das associações Movimento Associativista do Brejo e de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), de Lagarto.

A Seidh realiza o evento, com a participação de representantes de 50 associações e cooperativas de todo estado, buscando o fortalecimento das políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional. Devido ao corte orçamentário de 2018 em programas sociais federais, o foco principal das discussões foi o Programa De Aquisição De Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade ‘Doação Simultânea’.

No PAA, a Cohidro atua fornecendo irrigação e assistência técnica, tanto rual como escritural, para a o produtor irrigante ter garantias de produção agrícola e participar com seus projetos. Atualmente, dois contratos no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, estão em vigência, através da Appip e Movimento Associativista do Brejo, para fornecer 68 toneladas de alimentos em entidades sócioassistências, para o preparo de refeições em asilos, hospital e abrigo de menores, além de cestas in naturas para famílias em situação de insegurança alimentar. Até o fim de 2017, só nos projetos de ‘doação simultânea’ originados nos perímetros da Cohidro, foram produzidos 3.232.280 quilos de alimentos.

Na ocasião, a Seidh entregou dois caminhões-baús refrigerados para incrementar o atendimento à comunidade nos municípios, através das cooperativas, objetivando a prestação gratuita de serviços sociais no âmbito do PAA.

 

Última atualização: 24 de novembro de 2019 11:58.

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