Balde Cheio é levado a Canindé pela Cohidro

Programa produz leite em sistema de rotação de pastagens irrigadas
Produção de leite é principal atividade rural do Alto Sertão Sergipano – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Era junho de 2017, quando a gerência, técnicos agrícolas e agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foram até a unidade congênere do Jabiberi, em Tobias Barreto, conhecer o programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite introduzido lá pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa que administra ambos polos irrigados. Depois disso, vários passos foram dados para que a transferência de tecnologia do sistema se tornasse realidade. No Alto Sertão foi criado um projeto piloto para os 13 novos micro-pecuaristas repliquem e organizem seus próprios piquetes, pasto e melhorem seus rebanhos.

Idas periódicas do técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, para Canindé (Alto Sertão Sergipano, há 213 Km da Capital) têm promovido a inserção do programa no perímetro Califórnia. Ele trabalhou na implantação do ‘Balde cheio’ no perímetro de Tobias Barreto (Centro Sul Sergipano, 123 km de Aracaju) em 2010 e acompanhou todo seu desenvolvimento até hoje, quando os 45 pequenos pecuaristas do Jabiberi produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa.

“Tenho ministrado aulas, com teoria e prática, para os técnicos, estagiários e produtores do perímetro Califórnia. A parte mais teórica com os técnicos e a prática, como instalar uma cerca elétrica, com os produtores e técnicos. Que fazem parte da metodologia do ‘Balde Cheio’”, revelou Coelho. O técnico também expõe que a Cohidro está custeando a unidade piloto e elaborando os projetos de irrigação para os demais irrigantes interessados. “Os agricultores participantes, inicialmente visitados, são 13. Com estes, ficou certo de iniciar a elaboração de projetos para os interessados e a implantação de nova área para um produtor com recursos próprios”.

O ‘Balde Cheio’ consiste na criação de gado de leite em pequenos piquetes, onde estão plantados uma área de capim suficiente para que aquele rebanho se alimente durante um dia. No dia seguinte, os animais deixam aquele setor já ‘pastado’ e seguem para o seguinte. Em um ciclo que dura, a depender do projeto, cerca de 24 dias, a pastagem recebe irrigação contínua e adubação para rebrotar e estar pronta para novamente receber as vacas após elas terem percorrido todas estas divisórias, geralmente divididas por cercas de somente um fio de arame eletrificado.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto também acompanha o ‘Balde Cheio’ desde o começo no perímetro de Tobias Barreto. “É um programa criado pela Embrapa Pecuária Sudeste. Fomos lá em São Carlos (SP) ver de perto como ele era feito, a forma de manejo, a melhor escolha para os rebanhos e de que forma poderíamos adaptá-lo à realidade do clima do Centro Sul Sergipano, onde fica o Jabiberi. Agora é um novo desafio que a gerência do Califórnia e a empresa, por solicitação dos pecuaristas, abraçou. Se trata de um clima mais quente, seco, com excelente luminosidade e aliados a irrigação o que favorecem ao projeto. A ideia também é de aproveitar a vocação desses produtores e melhorar sua condição de produzir em pequenas áreas, além de diversificar a produção no perímetro irrigado”, considerou.

Diversificação
Eliane de Moura Moraes é gerente do Califórnia é uma das incentivadoras para que o ‘Balde Cheio’ tenha chegado em Canindé. Segundo ela, a motivação é criar mais uma alternativa de renda a partir do uso da irrigação. “Há um ano abrigamos um projeto de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido (Pretrolina-PE), criando dois campos experimentais de uva que produziram comercialmente bem em dezembro e o mesmo está acontecendo com a pera agora. Com o ‘Balde Cheio’, o produtor vai diversificar, vai ter a parte agrícola e a parte pecuária. Assim, eles dispõem de oferta de produtos diferentes do quiabo e da goiaba, cultivos mais explorados aqui, ganhando outros espaços no mercado e de menos concorrência”, acredita.

O presidente em exercício da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima lembra que a produção de leite já é a principal atividade rural do Alto Sertão Sergipano. “Onde não há irrigação e todos os pecuaristas dependem só da chuva para plantar o alimento do gado, eles já despontam com alta produtividade, atendendo laticínios e pequenas fábricas de queijo na região. Contando com a irrigação que a empresa fornece e com o programa ‘Balde Cheio’, a chance desses produtores terem sucesso é muito maior. Principalmente porque vão criar gado de leite em áreas muito menores e com grande produção de forragens. O que na pecuária extensiva fica mais difícil, principalmente naquela região”, avaliou.

Geraldo Mariano de Souza é produtor irrigante no Califórnia e já criava gado de leite de forma extensiva, em área de sequeiro. Com poucos dias já vê diferença na produção de leite na unidade piloto do Balde Cheio implantada em parte de seu lote, utilizando 1 hectare do total de 4. “Sim, está aumentando, porque apartou duas vacas e as que ficaram está mantendo mais leite que as seis. Era 40 litros, hoje tiro 80 ao dia”. Ele agora está procurando financiamento para aumentar o rebanho que hoje é de 10 animais: cinco vacas dando leite, quatro “solteiras” e um boi. “Vou fazer um empréstimo, vou trazer umas melhores, que deem mais leite. Quero ver se fico com 15, porque se ficar com 10, quando tiver apartada, eu não vou ter nada. Quero comprar outras vacas e descartar essas, fazer um negócio direito e organizado”.

Projeto
A Cohidro já levou às reuniões com os produtores, agentes de crédito do Banco do Nordeste (BNB) para tratar do financiamento das novas unidades do ‘Balde Cheio’. Em 2010, no Jabiberi, o Banco do Brasil com intermediação do Sebrae, financiou o investimento em equipamentos de irrigação e formação dos rebanhos, naquele polo irrigado onde só era praticada a agricultura usando irrigação por inundação. Mas para captar os empréstimos, cada produtor vai ter de contar com um plano de ação que enumere em que e quanto irá gastar. O engenheiro agrônomo e mestre em Irrigação da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis, também tem ido periodicamente à Canindé fazer projetos para as novas unidades do programa e ensinar os colegas locais à fazê-los também.

“A minha intenção é deixá-los prontos, inclusive com auxílio de um GPS, para levantar as áreas de campo, determinar a vazão do manancial a ser usado para irrigação e em cima disso, fazer um projeto completo de irrigação. Além das capacitações aos técnicos e estagiários em Agropecuária, o engenheiro agrônomo vai à campo fazer testes com a vazão que a água da irrigação chega em cada lote e então planejar os sistemas. “Para fazer uma coisa coerente com o que está acontecendo em campo. Diante disso aí, eu faço o projeto com mais segurança, coerente com o que está acontecendo na prática, me baseando na especificação do fabricante do aspersor”, completou.

Aprendizado
Turmas de estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) ‘Dom José Brandão de Castro’, situado no município vizinho de Poço Redondo, tem feito seus estágios curriculares no perímetro Califórnia. A cada visita do agrônomo Luiz Gonzaga, ou do técnico José Coelho, é uma nova lição de aprendizagem. Geovani Santana e seus colegas se preparam para logo entrarem no mercado do trabalho levando na bagagem o conhecimento com o ‘Balde Cheio’ para aplicar tanto no polo irrigado quanto em outras fazendas com acesso à água para irrigação.

“Para nosso conhecimento aqui em nossa região é de grande importância, porque nós trabalhamos em uma área de irrigação e nós, como estagiários, podemos nos inserir de acordo com o que nós aprendemos na nossa escola, no nosso curso, através dos técnicos da Cohidro. Nos adaptar melhor, conhecer os cálculos, formar um conhecimento maior em relação a implantação do processo de produção e de manejo de animais. Porque aqui faz parte do manejo, vai trabalhar com piquetes e esses piquetes, a gente vai fazer uma rotação de pastejo. E dentro dessa rotação é necessário que nós tenhamos um nível de irrigação melhor, que ele tenha uma vazão melhor para que os piquetes possam dar dentro do período de rotação e chegar ao seu nível de tamanho do capim”, explicou o agrotecnolando Geovani Santana.

 

Comunidade escolar de Lagarto celebrou Dia da Água no perímetro Piauí

Função do polo irrigado administrado pela Cohidro é a distribuição de água bruta para a irrigação  
Overland explicou como funciona nosso clima e tirou dúvdas da plateia  –  Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Mais um Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, motivou o Perímetro Irrigado Piauí em novamente chamar a comunidade às suas instalações, na intenção da conscientização para a preservação do Meio Ambiente e dos recursos hídricos, visando a nossa sobrevivência e a continuidade da produção agrícola. Foi uma tarde que reuniu cerca de 300 estudantes da educação fundamental do município de Lagarto. Houve apresentação de palhaço, música, mágica, concurso cultural e a instrutiva palestra do climatologista Overland Amaral.

Prestigiaram o evento os alunos e educadores das escolas Luiza Pereira do Nascimento Rodrigues, Monsenhor José Barbosa Coelho e Eliezer Porto; representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares de Lagarto (SINTRAF), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Banco do Nordeste e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa estatal que administra os perímetros irrigados do Governo do Estado, incluído neste o Piauí.

Overland é coordenador da Sala de Situação, Clima e Tempo, da Semarh, órgão oficial do Governo de Sergipe para divulgação de boletins meteorológicos no estado. Aos estudantes de Lagarto (há 75km de Aracaju) explicou o que é o fenômeno climático ‘El Niño’. “Isso ocorre dentro do Oceano Pacífico, que banha a América do Sul. E quando aquelas águas estão muito quentes, ela inverte toda a circulação da chuva. E aí secam os rios, secam os açudes, a agricultura seca, não tem produção. Nós saímos deste ciclo, deste período quente, para o ciclo ‘La Niña’. Então, nós teremos cinco anos de proliferação, de propagação de clima bom. O ano passado nós já tivemos um clima razoável, bom para o reabastecimento das águas dos açudes, para a agricultura e a nossa previsão para este ano são de chuvas acima da média”.

Apesar da boa notícia dada quanto ao clima dos próximos anos, o meteorologista alertou às crianças e jovens presentes em sua palestra que a incidência de chuva não é garantia de que essa água poderá ser usufruída pela população, isso dito um dia depois do ‘apagão elétrico’ que atingiu 14 estados brasileiros. “A produção de energia, a produção agrícola irrigada e de sequeiro, depende do clima, depende do meio ambiente, depende da água. Água, o clima, é vida, tem um papel fundamental. Se nós não preservarmos, as nascentes dos rios aonde a água chega até o açude para chegar até sua casa, nós não vamos ter água suficiente para ao abastecimento. Porque a água vai passar por aquela região, não tem planta para absorver a água e consequente ela vai se evaporar, vai embora pra outro local que tenha vegetação, que tenha mata, vai para a Amazônia, vai para outra região”, conclui Overland.

Para o presidente em exercício da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima, a questão ambiental merece preocupação de toda sociedade e nela incide a sobrevivência dos perímetros de irrigação pública. “Sem que as águas das nascentes, dos rios sejam verdadeiramente preservados, logo a pouca água que nos restar será priorizada ao abastecimento humano, vai faltar para a agricultura e, consequentemente, ‘por água a baixo’ se vai o trabalho que a empresa desenvolve por mais de 30 anos, que é o de preservar e manter ativo os perímetros irrigados públicos e a serviço do pequeno agricultor familiar. Quero felicitar ao gerente do Piauí, Gildo Lima, o seu técnico agrícola, Marcos Emílio Almeida, toda a equipe do perímetro que trabalhou neste dia especial para trazer aos nossos jovens, para as nossas crianças, essa consciência necessária para viabilizar o mundo que um dia será deles”, parabeniza.

Com o volume de água disponível cada vez menor, o diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto adverte, aos estudantes, que eles devem economizar água e também influenciar os adultos a fazer o mesmo. “Alguém aqui escova os dentes com a torneira aberta? Vamos escovar os dentes fechando a torneira, abrindo a torneira, para poder desperdiçar o mínimo de água possível. Outra coisa que eu queria pedir a vocês, para que puder em suas casas, estimular os pais a pôr bicas em casa, aquela calha que fica no beiral do telhado para captar a água da chuva. A gente tem que aproveitar cada vez mais a água e a água quem vem da chuva é importante para que seja aproveitada no dia a dia de vocês”, orienta, agradecendo aos organizadores da equipe do perímetro e pelas escolas, pela participação em mais uma edição do evento.

A resposta está na natureza
Professora polivalente na educação infantil da Escola Monsenhor Jason Barbosa Coelho, Maria Eduarda Pereira Santos foi a responsável pela apresentação artística feita pelos alunos do 2º ao 4º ano do Ensino Fundamental da Instituição, escolhida a melhor entre as três participantes. “A gente trabalhou a semana toda sobre atividades da preservação e conservação da água, sobre o ciclo da água e como nossa clientela é de alunos de 6 a 10 anos, então pensamos fazer uma apresentação com música para chamar atenção deles. E a música que a gente trabalho é justamente para falar sobre a agua e a importância dela na nossa vida, mostrando que é importante preservar para que a água não acabe. Nossa preocupação maior é essa”, explicou.

O técnico agrícola da Cohidro, Marcos Emílio Almeida, um dos organizadores do evento, expõe que a intenção em organizar o Dia da Água no perímetro vem da necessidade de fazer chegar à comunidade o apelo para a conservação da água. “A gente quis divulgar o uso de soluções baseadas no Meio Ambiente para resolver problemas de gestão dos recursos hídricos, acompanhando o que é tratado na campanha da ONU ‘A resposta está na natureza’, sendo abordado estratégias de preservação e restauração ambiental podemos proteger o ciclo da água e melhorar a qualidade de vida da população”, destaca.

Aluna do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Luiza Pereira, Ana Clara Santana Santos ficou satisfeita com o que viu nas atividades elaboradas pela equipe do ‘Piauí’. “É muito importante e eu gostei muito da palestra que eles deram, porque é muito importante e assim as pessoas vão se conscientizar da importância sobre a água e não vão desperdiçar. Porque acho que elas acham isso normal, porque cada vez mais a água potável está diminuindo e não queremos que isso aconteça, porque sem água potável não teremos como sobreviver. Então, gostei muito e espero que aconteça cada dia mais”, considerou.

Gildo Almeida Lima, gerente do perímetro Piauí, agradece ao comprometimento dos seus colaboradores na organização do evento, salientando que no polo irrigado todo dia é Dia da Água. “Nosso trabalho é constante no que se refere a economia no uso da irrigação por parte dos agricultores irrigantes que atendemos, fiscalizando sempre. Não pode passar mais tempo do que necessário ‘aguando’ uma planta, não pode ter vazamento nas tubulações e suas conexões e ninguém pode se dar ao luxo de usar modelos destas peças, que consumam água acima do que é determinado pelos nossos engenheiros, já que além de não podermos aceitar que haja desperdício, são 421 lotes agrícolas e em todos a água deve chegar com a mesma qualidade de pressão. Ninguém pode levar vantagem em detrimento da situação do lote vizinho”, advertiu.

Servidores da Cohidro remontam Via Sacra na empresa

Na manhã desta quarta-feira, 28, funcionários da Cohidro realizaram a tradicional Via Sacra, onde percorreram os corredores da empresa com cânticos e orações em alusão ao caminho percorrido por Cristo ao Monte Calvário. A prática religiosa acontece todos os anos na empresa, no dia em que antecede a Quinta-feira Santa e é organizada por servidores das Gerência de Recursos Humanos (Gerhu) e Divisão de Desenvolvimento Humano (Didhu) da Cohidro.

 

Técnico da Cohidro atua em projeto de capacitação em conjuntos habitacionais populares de Lagarto

Perímetro Irrigado Piauí desenvolve trabalho de incentivo à Agricultura Orgânica entre os agricultores irrigantes
O técnico agrícola Marcos Emílio disse que nas palestras encontrou pessoas interessadas em fazer hortas – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Os conjuntos de habitação popular do Minha Casa Minha Vida (PMCMV), após concluídos e entregues, recebem investimentos do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) da Caixa Econômica Federal, para os moradores terem acesso, dentre outras atividades socioassistenciais, à cursos e capacitações em atividades laborais, criando meios de subsistência nessas famílias. Dias 15 e 16, o técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, palestrou sobre a criação de Hortas Comunitárias Orgânicas e Meio Ambiente nos residenciais Antônio Martins de Menezes e Júlia Nogueira, que somam 416 casas na sede do mesmo município.

Serve de bagagem para o técnico agrícola os 30 anos de atuação no Perímetro Irrigado Piauí, também em Lagarto ( há 75km da capital). Polo agrícola em que a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) assiste 421 lotes da Agricultura Familiar com irrigação e assistência técnica rural. Marcos Emílio foi um dos responsáveis, por exemplo, pela implementação de unidades produtivas orgânicas, onde não há uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Nesse processo de conversão, o produtor ganha espaço em novos mercados e faz o ambiente de trabalho e moradia mais seguro quanto aos riscos de contaminação.

Hoje são 11 agricultores inscritos e autorizados, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a comercializarem seus produtos diretamente ao consumidor, como integrantes da Organização de Controle Social (OCS). Segundo Marcos, o ambiente encontrado nos conjuntos residenciais em pouco se assemelha ao visto no perímetro irrigado há cerca de 20 anos atrás, quando muito pouco se fala em agricultura orgânica e os técnicos da Cohidro começavam introduzir a ideia no Piauí. “Vi que houve mais interesse das pessoas. Algumas já tiveram horta em casa, mas desistiram porque não conseguiam produzir. Mas dei algumas orientações iniciais para implantação das hortas. Tinham pessoas mais empolgadas, querendo um curso completo”, destaca. Havendo interesse dos moradores, o projeto prevê que ocorram capacitações práticas para a montagem das hortas.

Silvano Campos de Jesus é presidente do Centro Comunitário Antônio Martins, no residencial do mesmo nome e reconhece a importância do trabalho realizado no conjunto habitacional. “Olha, muito interessante esta inciativa, de estarem vindo aqui, trazer este benefício para a gente. Explicar como cuidar do meio ambiente e de saber que a gente tem que saber administrar o que Deus nos deu, no caso da terra”. Ele revela que já era uma ideia discutida, no grupo que lidera, trazer à comunidade algum tipo de incentivo à Horticultura. ”A gente sempre faz reunião aqui e as pessoas já citaram de fazer uma horta comunitária. Graças a Deus, chegaram na hora certa”.

As 180 moradias do Antônio Martins foram um investimento federal de R$ 10.260.000, destinadas à Faixa 1 do PMCMV e sorteadas entre famílias com renda de até R$ 1.600 do município. A entrega foi realizada em 29 de agosto de 2016, cerimônia em que participaram o presidente da Caixa, Gilberto Occhi e o vice-governador do estado, Belivaldo Chagas.

Trabalho Técnico Social
Maria Auxiliadora de Souza Carvalho é a assistente social contratada, via FDS, para coordenar um Trabalho Técnico Social (TTS) nestes conjuntos. São 18 anos trabalhando no acompanhamento de projetos habitacionais, populares ou comerciais, financiados pelo ‘Minha Casa Minha Vida’. Ela conta que o convite feito a Marcos Almeida contempla mais uma das atividades educativas aplicadas aos moradores, tendo antes ocorrido palestras de prevenção de acidentes domésticos e violência contra a mulher, cursos de design de unhas e depilação. E ainda iriam acontecer capacitações sobre doces caseiros, salgados, artesanato em chinelos e massagem corporal.

“A importância do TTS, é que desde o começo a gente já começa a interagir com as famílias. As famílias vão se conhecendo, e a gente vai percebendo as necessidades. Dentro do processo social a gente traz o que é necessidade para eles, para que eles tenham sustentabilidade e entendimento. Para que as pessoas possam caminhar com as suas próprias pernas”, expôs Maria Auxiliadora. Ela destaca que após a aplicação das palestras e capacitações, o planejamento do projeto de TTS que ela está coordenando prevê o convite a ser feito ao Sebrae, para então trabalhar, nos moradores, as noções de empreendedorismo.

Referência
Presidente interino da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima orienta que embora a atuação de assistência técnica rural da empresa seja limitada aos perímetros, sempre ocorrem ações de extensão rural fora desses limites. “Cabe-nos ter técnicos atuando aonde nossas adutoras põe água nos lotes irrigados. É um acompanhamento específico para quem irriga, diferenciado do feito pela Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe), órgão do Governo de Sergipe responsável por atender o estado por completo. Talvez por isso, de poder trabalhar em um grupo menor e mais específico de agricultores, tenhamos alguns trabalhos técnicos que se destaquem e resultem em convites em projetos externos”, considera.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da empresa, João Quintiliano da Fonseca Neto, complementa especificando que o trabalho de incentivo a Agricultura Orgânica e de acompanhamento dos projetos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Cohidro, são referência no estado. “Temos uma cartilha educativa chamada ‘Produtos Alternativos para o Controle de Pragas e Doenças’, elaborada em 2011 e reeditada em 2016, que é o principal manual de consulta para muitos projetos que estejam iniciando no ramo da Agroecologia. Também serve de parâmetro, para todo estado, a orientação que damos aos nossos produtores irrigantes ao participarem dos projetos do PAA, gerido pela Conab. Há alguns anos são eles que têm a maior fatia da participação de Sergipe no Programa, tendo sido ultrapassados os R$ 7 milhões negociados somente dentro dos perímetros irrigados estaduais”.

Terapia
“O melhor disso é levar informações sobre o cultivo de várias hortaliças onde cada uma tem um aspecto produtivo diferente, uma necessidade nutricional de diferente adaptação. Tem um período produtivo diferente aonde o morador pode, a qualquer momento, colher sem necessidade de deslocar pra o centro da cidade e saber que o alimento é isento de agrotóxico. Outro fator é o plantar e colher, ver o desenvolvimento da cultura é uma terapia. Esse processo de plantar a semente ver a planta desenvolver cuidar e colher demora alguns meses e às vezes nos faz esquecer os problemas pessoais e nos traz uma espécie de alegria em ver o desenvolvimento da planta”, discorre Marcos Emílio.

A ‘Agroterapia‘ sugerida pelo técnico da Cohidro já encontrou uma adepta na moradora do Antônio Martins Meneses, Jailta dos Santos Vasconcelos. “O meu maior sonho é ter minha hortazinha. É o que eu sempre tenho mais vontade. Pelo menos é um divertimento para a gente estar ali mexendo na terra. A gente está trabalhando, despreocupado e os problemas vão saindo ali, no meio da terra”. Ela conta que só existe um entrave para que a sua horta vire realidade e embora seja um desejo pessoal, a plantação teria uma utilidade ainda maior para o marido, Luiz dos Santos Vasconcelos. Ele sofre com a insuficiência renal que lhe obriga fazer três sessões semanais de hemodiálise, condição de saúde que requer uma dieta alimentar especial.

“Não tenho, mas tenho vontade de fazer, mas só quando eu tiver o meu muro na minha casa. Por enquanto eu não quis, porque meu quintal ia estar aberto e eu tenho medo dos cachorros. Ele faz hemodiálise, o meu esposo, então tem que ter uma coisa para ele tudo limpinho, sem veneno. O alimento dele tem que escaldar, o feijão, tudo. Ai fazer uma horta para deixar lá aberto, é bem melhor comprar na feira e fazer todo o processo que eu faço em casa. Pelo que ele (Marcos Emílio) falou, se eu fizer meu muro, pode ser que dê”, considerou Jailta.

 

Feira da Agricultura Familiar no perímetro Califórnia será toda quarta-feira

Organizadas pela Seidh, feiras abrem espaço para o produtor vender diretamente ao consumidor, com estrutura e treinamento em boas práticas

 

Dona Marlene é irrigante no perímetro mas tem experiência em feiras até fora de Sergipe – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, assim como os moradores e visitantes da cidade, ganharam um ponto específico e semanal para a compra e venda de alimentos produzidos no próprio município: a Feira da Agricultura Familiar (FAF). Agora, toda quarta-feira, das 6h até às 14h, está marcado o encontro entre produtor e consumidor, que leva produtos recém-colhidos, sem o sobrepreço de intermediários e em ambiente dentro das normas sanitárias.

Quem organiza a FAF é a Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e da Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) que, com esta, realiza simultaneamente 24 feiras em 19 municípios sergipanos. Enquanto a Cohidro organiza o produtor para que ele produza a todo tempo e com qualidade, o Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da Seidh (DSAN) fornece a eles as barracas, as balanças eletrônicas, aventais personalizados e as caixas de transporte dos hortifrútis. Foram cadastradas 27 famílias de agricultores para comercializar alimentos na feira e na primeira edição, ocorrida na quarta-feira, dia 7, eles dividiram 10 bancas para comercializarem seus produtos no pátio do escritório do perímetro Califórnia.

Titular da Seidh, o secretário José Carlos Felizola revela ter uma satisfação em dobro ao ver ser realizada a FAF no perímetro Califórnia. “Eu ainda era presidente da Cohidro quando o meu antecessor, o secretário Zezinho Sobral, anunciou a Feira da Agricultura Familiar em Canindé e dentro do perímetro da empresa. Uma notícia de grande alegria ao saber que, em mais uma ação, a pasta estadual estaria colaborando com a melhora da condição dos produtores que a Cohidro atende. Hoje, eu secretário da Inclusão Social, fico sabendo de que a feira ocorreu como previsto e que para as próximas edições, a tendência é de melhorar”, comemorou.

Felizola explicou ainda que a Seidh vai elevar a feira de Canindé a um outro patamar, quando os feirantes passam por treinamentos em boas práticas de manejo e comercialização dos produtos dentro das normas sanitárias. Isto feito com a parceria do Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Icoderus). “Assumimos o compromisso firmado por Zezinho, dando continuidade as edições semanais da feira. Agora vamos, além de fornecer a estrutura e os materiais para a feira acontecer, também realizar a capacitação destes produtores a partir de nossos parceiros”.

Os feirantes-produtores construíram uma expectativa realista da primeira FAF no perímetro irrigado, da experiência por eles adquirida e da consolidação do evento para o consumidor, como expôs o irrigante Ednaldo Anjos Silva. “O primeiro dia da feira estou achando ótimo, que é pra incentivar mais o consumidor. Eu trouxe pimentão, mamão, tomate, pepino e laranja. Graças a Deus, vendi de tudo um pouco. Vamos prosseguir e incentivar o consumidor, ai vamos trazer mais coisas diferentes para chamar a atenção do consumidor”, argumentou.

Apoio à produção
Gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moura Moraes se esforçou, durante a mobilização dos produtores, para que as bancas da FAF fossem supridas somente com produtos gerados por eles nos lotes irrigados. “Deixamos bem claro: não importa a quantidade, mas sim a qualidade e a origem dos alimentos. Tem que ser do perímetro, para incentivar a nossa produção e também oferecer ao consumidor um alimento fresco, de preferência, colhido no mesmo dia. Até por foi isso que não vimos as bancas abarrotadas de produtos, mas com o tempo a tendência é de eles aumentarem a produção para suprir esta demanda. Capacidade, terra e água sabemos que eles têm para isso”, taxou.

Para as próximas edições, a gerente quer destacar ainda mais a FAF. “Estamos preparando a área externa ao pátio do nosso escritório, beirando à rodovia, para a feira funcionar lá. Assim fica muito mais visível aos moradores de Canindé e também para quem está de passagem. Aqui é a rota turística para o cânion e o museu do Xingó, para o passeio da Grota do Angico, em Piranhas (AL) e para quem viaja para a Bahia e Alagoas”, justifica Eliane Moraes.

Presidente interino da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima considera que o incentivo à produção dos irrigantes, feita pela FAF, complementa a ação do Governo do Estado nos perímetros. “A empresa leva a água de irrigação e assistência dos nossos técnicos em cada lote, para poder ser possível a produção de alimentos o ano todo, principalmente no caso do sertão de Canindé. A Feira da Agricultura Familiar da Seidh vem para coroar este esforço do Governo de incentivar a produção agrícola por meio dos perímetros irrigados. Até porque muitas das vezes ou falta um lugar para a comercialização, ou o atravessador diminui muito a renda de sustento da família daquele trabalhador do campo”.

Nova experiência
Eliane e Wline Vieira de Souza, mãe e filha, são de uma família grande, onde em torno de 20 pessoas trabalham diretamente com a agricultura em três áreas irrigadas no Califórnia. Produzem pequenas quantidades de hortaliças, frutas e nesta primeira edição da FAF trouxeram produtos largamente explorados comercialmente durante todo ano, como a banana, a acerola, o limão, o quiabo e a macaxeira, mas também um fruto nativo e de época: o umbu. A feira, dentro do perímetro irrigado e explorando somente aquilo que é gerado no polo agrícola, acaba sendo uma novidade experimentada tanto pelo consumidor como por quem é produtor.

“Hoje, como primeiro dia de experiência, a gente trouxe de tudo um pouco, para vim conhecer o espaço pela primeira vez, conhecer um pouco das pessoas que necessitam de um produto saudável. A gente, com a agricultura familiar, poder ter uma relação mais próxima com o consumidor, que necessita de um produto que seja mais transparente na sua qualidade, que vem diretamente da roça para a Feira da Agricultura Familiar”, considerou Eliane Vieira. Ela revela que a família ainda beneficia os alimentos que cultiva. “Também usamos nossos produtos para confeccionar outros produtos e oferecer mais variedades para o nosso consumidor”.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, é tendência nos perímetros irrigados o esforço das agro-famílias em agregar valor aos produtos que eles cultivam. “Os membros das famílias têm se juntado esforços para pegar aqueles alimentos in natura, que colhem nos lotes, para fazer o processamento. Seja, aquele que é mínimo, com cortes, descascamento e embalagem, ou produzindo outros artigos, como doces, sucos, bolos e conservas. Nesse ponto, temos o apoio de parceiros como o Sebrae e Senar, para apoiar os produtores promovendo cursos de capacitação”, afirmou.

Não só de principiantes se fez a primeira FAF. Ela também serviu para que produtores irrigantes já com experiência no contato com o consumidor, como é o caso de Marlene Marques da Silva, estabeleçam um ponto de venda próximo do lote, sem os custos e a deterioração devido à locomoção. Um local onde seja exclusivamente comercializado aquilo que produzem, concorrendo com produtos da mesma origem e voltados a um público específico e atraído por estes artigos.

“Tem uns 10 anos que vendo nas feiras, mas vendo em Delmiro (Gouveia-AL), Piranhas (AL), aqui em Canindé. ai surgiu essa feira. A gente vem com o produto da roça mesmo, rogando a Deus que dê certo. Foi até boa a feira, esperar que a próxima seja melhor ainda, porque já é uma renda a mais”, avaliou Dona Marlene, irrigante no Califórnia que trabalha no lote com o filho, o genro e esposo. Nesta edição da FAF, ela trouxe macaxeira, batata-doce, quiabo, manga, batata e feijão de corda. “Tudo da roça”, reforçou.

Governo investe mais de R$ 14 milhões modernizando irrigação em Itabaiana

Com a obra, a utilização dos sistemas de irrigação será modernizada e otimizada, permitindo o desenvolvimento dos 466 lotes irrigados na Ribeira e dos 127 no Jacarecica. O projeto reduzirá o consumo de energia em 70% e de água em 50% na cobertura de uma mesma extensão, de modo a baratear os custos de produção.

Foto: Jorge Henrique/ASN

Mais de 1.100 famílias dos perímetros Ribeira e Jacarecica I, localizados no município de Itabaiana, serão beneficiados pela substituição de seus sistemas de irrigação. A ordem de serviço para essa intervenção foi assinada pelo governador Jackson Barreto nesta sexta-feira, 09. A iniciativa é do governo de Sergipe por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e da Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e de Irrigação de Sergipe (Cohidro) no âmbito no Programa Águas de Sergipe.

Com a obra, a utilização dos sistemas de irrigação será modernizada e otimizada, permitindo o desenvolvimento dos 466 lotes irrigados na Ribeira e dos 127 no Jacarecica. O projeto reduzirá o consumo de energia em 70% e de água em 50% na cobertura de uma mesma extensão, de modo a baratear os custos de produção. Hidrômetros serão instalados em todos os lotes para que a pressão e a oferta de água sejam reguladas. No total, os investimentos superam os R$ 14 milhões.

Essa é a primeira intervenção de grande porte pela qual os perímetros passam desde sua inauguração, há mais de 30 anos. Ao todo, 1.180 famílias irrigantes serão beneficiadas, sendo 932 na Ribeira e 248 no Jacarecica. Nas obras da Ribeira serão empregados R$ 10,1 milhões, enquanto no Jacarecica serão R$ 4,1 milhões.

Jackson salientou que a modernização dos sistemas de irrigação está ligada a uma série de outras ações do governo do Estado já em andamento em Itabaiana. “É uma obra que está casada com a construção da rodovia que liga Itabaiana a Itaporanga D’Ajuda, a ligação da BR-235 com a BR-101. E paralelo a isso, o governo do Estado está construindo uma Central de Abastecimento em Itabaiana. Então, reformam-se os perímetros irrigados, constrói-se a rodovia para transportar a produção do perímetro e ao mesmo tempo, constrói-se a Ceasa para comercializar os produtos que serão produzidos aqui nos perímetros. É um benefício para toda a região, uma ação revolucionária onde se investe RS 14 milhões e que barateia os custos”, disse o governador.

O secretário Olivier Chagas destacou que o novo sistema de irrigação atende uma antiga demanda das comunidades dos perímetros.  “Aqui está se dando ordem de serviço para uma obra que tem impacto direto na economia de toda essa região do estado, de forma direta ou indireta. São proprietários, produtores, trabalhadores, homens do campo que vivem com suas famílias, produzindo e honrando aquilo em que o povo de Itabaiana mais se destaca, que é ter iniciativa e coragem para o trabalho. Com esse sistema, posso dizer que vamos parar de ouvir aquela reclamação de tantos produtores daqui que dizem que o sistema atual, o mesmo de 30 anos atrás, nunca sofreu uma intervenção tão forte e tão direta como a que está acontecendo no governo de Jackson Barreto, para que a gente tenha uma irrigação mais eficiente e economize água”, afirmou.

Para o vice-governador Belivaldo Chagas, a obra representa o fortalecimento de uma atividade comercial já bastante promissora. “Fiquei impressionado com a produção. São cinco caminhões todos os dias, levando verduras e legumes, que saem somente da Ribeira. Isso é fruto do trabalho desse povo. E para que as coisas possam melhorar ainda mais, vem o governador Jackson Barreto para fazer história em Itabaiana”, destacou.

O presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe, Fernando Andrade, falou de sua satisfação ao ver a atuação do governo do Estado em prol da Agricultura. “Estou feliz de estar aqui presenciando a alocação de recursos para a Agricultura. Trazer dinheiro para a Agricultura não é trazer custo e despesa, é realizar investimentos. Não é à toa que 33% de toda riqueza gerada nesse país vem da agricultura e que 37% de todos os empregos gerados também. Os recursos que estão sendo trazidos para o Jacarecica e a Ribeira darão frutos claros em forma de geração de emprego e renda e na fixação do produtores no campo”, comentou.

O deputado Luciano Bispo agradeceu ao governador pela preocupação com a população itabaianense. “Jackson Barreto vem trazer, após 30 anos, aquilo que os irrigantes sempre quiseram: a renovação, o crescimento e uma melhor maneira de produzir os produtos agrícolas. Uma maneira mais barata, com energia mais barata, água em maior quantidade, para aumentar a produção. Além disso, a estrada está acontecendo e também a Ceasa, para comercializar a produção agrícola, sem precisar de atravessador. Assim, é uma cadeia feita com renovação do perímetro, estrada e Ceasa, para que o produtor tenha melhor condição de vida. Nós sabemos a dificuldade que o Estado passa e somos gratos por estes benefícios ao município de Itabaiana”, pontuou.

Ribeira
O perímetro irrigado Poção da Ribeira, localizado no povoado Ribeira, foi inaugurado em 1987. Entre as culturas exploradas estão a batata-doce, o coentro, a cebolinha, o pimentão, o tomate e o milho verde.

O presidente da Associação dos Produtores Irrigantes do Povoado Mangueira, José Silva, representou a comunidade dos irrigantes ao agradecer ao governador pelo novo sistema de irrigação. “Essa obra vai ajudar muito a gente, porque além de economizar água, vai economizar energia. A água também vai ficar mais forte, porque antes era fraca demais. Acho que vai ser melhor porque vai ter mais emprego para o pessoal, porque a água ano passado quase falta. Agradeço muito porque essa obra que o nosso governador está fazendo é maravilhosa”, disse.

Jacarecica I
O perímetro irrigado Jacarecica I se localiza no povoado Agrovila, e também entrou em operação em 1987. Suas culturas de destaque são batata-doce, alface, milho verde, quiabo, coentro, cebolinha, tomate, pepino, feijão, vagem, maxixe, pimenta e amendoim.

O agricultor Genivaldo Brito, conhecido como Peba, aproveitou a oportunidade para manifestar sua gratidão. “Agradeço ao governador Jackson Barreto porque, durante 30 anos, o povoado Agrovila permaneceu abandonado e ele agora vai mudar. Agradeço também ao deputado Luciano e ao secretário Olivier Chagas. Todos aqui do povoado vamos fazer por onde, vamos melhorar a vida do povo irrigante. O que a gente passou aqui no ano passado só sabem Deus e nós, mas agora vai ser diferente”.

Águas de Sergipe
Olivier Chagas ressaltou outras obras que estão sendo executadas pelo governo do Estado no âmbito do Programa Águas de Sergipe que se estendem pelas áreas dos perímetros da Ribeira e do Jacarecica. “O governo já deu ordem de serviço para que se inicie o reflorestamento, que foi um investimento de quase 15 milhões. Plantar uma muda, cuidar dela e ver uma floresta ficar grande leva tempo, mas tem que ser assim porque o compromisso desse governo é com as pessoas do presente e do futuro. O nosso rio Jacarecica estava sendo poluído por conta do esgoto que caía nele sem tratamento. Preocupado, o governo fez a estação de tratamento de esgoto em Itabaiana. Tratamos o esgoto para que não se prejudique o meio ambiente e para que a gente garanta nosso perímetro irrigado, nossa produção e uma vida de dignidade para os trabalhadores”, explicou.

O programa resulta de contrato firmado entre o governo de Sergipe e o Banco Mundial no valor de US$ 117.125.000,00, sendo US$ 46.850.000,00 a contrapartida do Estado. O Águas de Sergipe tem como finalidade a melhoria da qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Somente na primeira etapa do projeto de esgotamento sanitário em Itabaiana, que compõe o programa, já foram investidos R$ 23,5 milhões.

Presenças
Estavam presentes os deputados federal João Daniel e Fábio Mitidieri; o deputado estadual Francisco Gualberto; o secretário da Comunicação, Sales Neto; o diretor-presidente da Fundação Aperipê, Gilvaldo Ricardo; a coordenadora da Secretaria de Inclusão, Roseli Andrade; o prefeito de Areia Branca, Alan Agripino; a prefeita de Malhador, Elaine de Dedé; o ex-deputado Federal Rogério Carvalho; os vereadores Paulo Messias, Ivone Andrade e Albertino Franco; a ex-prefeita de Itaporanga D’Ajuda, Gracinha Garcez, além de lideranças locais e membros da comunidade.

Dia da Mulher na Cohidro foi dedicado à saúde, bem-estar e beleza

Em 8 de março o dia foi ‘delas’. Em comemoração à data, as divisões de Bem-estar Social (Dibem) e Saúde e Segurança no Trabalho (Dissa) da Cohidro, promoveram ações em alusão ao Dia da mulher.
O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola, João Quintiliano da Fonseca Neto representou a Diretoria Executiva da Cohidro na distribuição de lembranças às funcionárias da Empresa.
Além disso, durante toda manhã teve espaço do relaxamento e massagem corporal, promovidos pelo Movimento Popular de Saúde (MOPS-SE) e ainda oficina de Automaquiagem.

 

Orgânicos em Lagarto recebem práticas extensivas para avaliar qualidade de solo

IFS – São Cristóvão faz aulas práticas no Perímetro Irrigado Piauí beneficiando produtores  
Produtores participam de coleta de solos e aprendem mais de como fazer periodicamente a amostra de solo – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Produzir alimentos a partir do método orgânico, ou seja, sem a adoção de defensivos agrícolas industriais que possam oferecer algum risco de contaminação ao solo, a água, ao trabalhador e o próprio alimento; tem sido um desafio à agricultura familiar. Principalmente porque geralmente são lavouras que migraram do método convencional, onde antes a solução de qualquer problema passava pelas bulas agroquímicas. São unidades produtivas que não foram iniciadas, às vezes pelos seus pais e avós, pensando na Agroecologia como o diferencial do produto que vão oferecer no mercado.

Buscar soluções alternativas aos agrotóxicos requer muito do conhecimento prático do agricultor, do ‘errar para poder acertar’, mas não dispensa a ajuda do meio acadêmico-científico. Principalmente quando se tem por perto um corpo docente de especialistas nessa nova área dos saberes, como é o caso do curso superior tecnológico em Agroecologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS-SE), que funciona em seu campus de São Cristóvão, há 26 km da capital. A instituição tem utilizado de seu expediente de preparação dos novos ‘agroecólogos’, aplicando atividades acadêmicas em áreas produtivas de muito potencial, mas que requerem bastante atenção diante do histórico de intensa produção agrícola por métodos convencionais: os perímetros irrigados.

Mais uma destas ‘aulas práticas’ se deu no dia 6 de março no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, município distante 75 km de Aracaju. Desta vez, o trabalho de estudo foi na coleta de amostras de solo, para a análise laboratorial de seus componentes, buscando encontrar soluções agroecológicas às deficiências minerais que farão falta à planta que for ali semeada. Para tal, foram escolhidos seis lotes de agricultores já consolidados na produção orgânica e integrantes de uma Organização de Controle Social (OCS), grupo formado desde 2010 e que conquistou, junto ao Ministério da Agricultura (MAPA), a autorização para comercialização do orgânico diretamente com o consumidor ou em programas governamentais de compra da produção agrícola familiar.

Quem organizou a visita acadêmica aos lotes do ‘Piauí’ foi a professora e doutora em Ciências Sociais Gleise Prado da Rocha Passos. Seus alunos coletaram cerca de 10 amostras de solo, há 10 cm da superfície, em cada uma das seis propriedades. As 10 partes de terra, obtidas uma em cada ponto diferente das áreas de plantio, foram então misturadas para que seja feito o diagnóstico homogêneo da situação do lote. “Depois, estas serão analisadas pelo Laboratório de Solos do IFS, coordenado pela Professora Liamara (Perin)”. Ainda segundo a especialista, este foi só um primeiro trabalho de campo, que vai se estender em atividades que renderão novas idas ao perímetro. “Pretende-se realizar uma ação de extensão rural. Num segundo momento retornaremos para ministrar oficinas pedagógicas sobre as culturas adequadas aos diferentes tipos de solo”.

Redução de custos
Para a doutora em Solos, Liamara Perin, “a agroecologia busca aumentar os níveis de matéria orgânica nos solos pela aplicação de adubos orgânicos, que são em sua maioria resíduos, mais completos nutricionalmente”, ensina. Ela terá a missão de emitir o parecer das amostras de solo retiradas dos lotes orgânicos do perímetro irrigado e justifica, do ponto de vista econômico, a necessidade da realização dos testes laboratoriais também na produção orgânica. “A realização da análise de solo permite ao agricultor conhecer o nível de fertilidade do seu solo e adubar apenas o necessário. Dessa forma, buscará aumento de produtividade evitando gastos com aplicação de adubos sem necessidade”.

Redução de custos na produção agroecológica corrobora com o que diz o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, ao justificar as dificuldades encontradas por estes produtores. “Aos poucos isso está mudando, mas quem se dispõe a consumir o produto orgânico ainda está concentrado nos grandes centros urbanos, distantes do produtor. Fazer o produto chegar lá diminui do retorno financeiro que eles conseguem, intensificado com o percentual de perdas de safras que é muito maior, quando não se pode usar agrotóxicos. Contrapondo a isso, temos feito um trabalho para criar novos mercados, a partir de campanhas e eventos de apresentação deles às comunidades do local onde produzem”, explicou.

Já o presidente interino da Cohidro, Jorge Kleber Soares Lima, considera fundamental esse apoio oferecido pelo IFS-SE, colaborando com as equipes da própria empresa. “Nossos engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas foram responsáveis por muitos casos bem-sucedidos de conversão à agricultura orgânica. Temos até o exemplo do produtor Delfino Batista, que tanto compramos seus alimentos semanalmente aqui em nossa sede, como também o indicamos para as feiras especializadas realizadas por outros órgãos. Mas ainda existe muita gente que optou pelos orgânicos e que requer um acompanhamento extra ao que nós damos aos mais de 2.000 lotes que provemos irrigação e assistência. É muito bom poder contar com este apoio dos acadêmicos. Serão sempre muito bem recebidos em nossos perímetros nessa intenção de ajudar”.

Delfino Batista do Nascimento, que vive exclusivamente da produção orgânica há 8 anos, há tempos já aderiu ao uso da análise de solos em sua propriedade. Como os estudantes precisam diferenciar o certo do errado, também foram coletadas amostras de seu lote. “Aqui pelo menos é bom, porque fica sabendo como está nosso solo, direito, e aí nós vamos trabalhar com a recomendação que vem de lá. Quase todo ano, eu faço. Igual ano passado, eu fiz, sempre faço análise de solo. Só coloca a adubação recomendada”, orienta o produtor que disse que enquanto estiver dando certo os resultados do laboratório, vai continuar fazendo deste modo.

Vizinho de fundo de Delfino está o lote do seu irmão, Raimundo Batista Nascimento. Incentivado pelo exemplo na família, começou na prática orgânica depois e diz ainda ter dificuldades para investir na conversão da produção convencional – que ele utilizou por mais de 30 anos – para a que usa os métodos agroecológicos. “Rapaz, vai ser muito bom, porque a gente não está tendo esse acompanhamento. Vocês fazendo isso para gente, a gente agradece muito, porque é um incentivo muito grande e nós preparamos mais o nosso terreno, fica bem melhor”, considerou. Incentivado pela prática dos alunos, ele aguarda os resultados laboratoriais do seu solo e a orientação técnica de como aplicará isso em sua lavoura. “Tenho intenção de fazer por conta própria, se vocês ajudarem a gente, vamos agradecer muito”.

O graduando Jonathas Bruno Santos, que já foi estagiário da Cohidro e conhecem bem o perímetro, talvez seja um dos principais responsáveis pela sua classe ter escolhido o ‘Piauí’ para a realização das aulas práticas que, embora culmine numa avaliação físico-química das amostras de solo, está sendo realizada a partir de uma disciplina acadêmica das Ciências Sociais. “Através da Extensão Rural, visamos contribuir para a elevação da qualidade de vida das famílias dos produtores rurais. O objetivo é o de realizar um dia de campo em Extensão Rural, juntamente com os produtores orgânicos assistidos pela Cohidro”, descreveu.

Cipeiros da Cohidro têm palestra e treinamento sobre controle de incêndios

Na manhã desta sexta-feira, 23, funcionários da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos de Sergipe (Cohidro), participaram de uma palestra se treinamento prático sobre noções de prevenção de incêndios. A ação aconteceu na oficina da empresa e foi ministrada pelo bombeiro civil e técnico em segurança, Ismael Santos. A equipe treinada faz parte da Comissão Interna de Acidentes (Cipa).

Na oportunidade, os funcionários foram alertados sobre os principais causadores de incêndios, principalmente na área doméstica. O palestrante evidenciou os métodos para isolamento do fogo em situações de incêndios emergenciais.

Para Ismael, a atividade é fundamental tanto para funcionários, quanto para pessoas em geral, para que o conhecimento seja passado a diante e os números de casos sejam menores. “ Esse tipo de palestra é importante e deveria ser matéria na escola, deveria começar da base, para que as pessoas cresçam entendendo a gravidade de um incêndio e evitem ou saibam como agir caso aconteça,” afirmou.

Última atualização: 24 de março de 2018 00:15.

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