Emdagro e Cohidro firmam cooperação para aperfeiçoar assistência técnica rural nos perímetros irrigados

Expertise no desenvolvimento dos recursos hídricos no campo também será disponibilizada para aprimorar assistência agrícola em todo o estado

Encontros alinharam a programação de atividades da cooperação [foto Fernando Augusto]
Paralelamente ao serviço de distribuição de água a lotes agrícolas, os perímetros irrigados gerenciados pelo Governo de Sergipe realizam o acompanhamento da produção agrícola, orientando, corrigindo e indicando soluções para os problemas encontrados nas lavouras pelos pequenos produtores. A irrigação permite a produção praticamente durante o ano todo e, assim, a assistência técnica rural também precisa ser constante. Por isso, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro estão firmando cooperação para a elaboração e execução de um plano de ação para a promoção de ganhos de eficiência à assistência técnica prestada ao agricultor irrigante.

Em reuniões realizadas entre as equipes técnicas das duas empresas públicas vinculadas à secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), foram definidos termos para essa cooperação. Entre eles, está prevista a ampliação do atendimento ao agricultor, incluindo a parte social e econômica, com extensão rural a toda a sua família, por meio por exemplo, do programa Saúde no Campo [capacitação realizada pela Emdagro para agentes multiplicadores das noções e cuidados com os riscos dos agrotóxicos à saúde], que passará a atender também aos perímetros. Outra ação prevista é a ampliação do acompanhamento à Agricultura Orgânica.

Novas reuniões estão programadas para acontecer entre os técnicos agrícolas da Emdagro e Cohidro, além de incursões aos perímetros Irrigados, para diagnosticar como ocorre a interação entre assistência e produtor rural, a fim de avaliar de que forma ela pode ser melhorada. O diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, explica que a aplicação do plano de trabalho da cooperação segue um cronograma já elaborado. “Nessa semana, ocorrerá uma reunião com os técnicos da sede em Aracaju, que vão coordenar esse projeto. Depois vamos ter uma reunião no perímetro Jacarecica I em Itabaiana, na semana seguinte, com todos os técnicos dos perímetros da Cohidro, para apresentar o trabalho que vai ser feito. Posteriormente, Emdagro e Cohidro vão até Canindé, fazer um diagnóstico do trabalho dos técnicos locais com os produtores irrigantes”, detalhou.

O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, afirma que tem mobilizado as equipes técnicas da empresa para compor, com a equipe da Emdagro, o plano de trabalho para assistência técnica e extensão rural aos lotes irrigados. Segundo ele, a companhia precisa dar esta contrapartida aos agricultores, diante da nova realidade da gestão dos perímetros. “Atualmente, nós temos buscado no produtor um parceiro que seja atuante, que compartilhe com o governo do Estado as responsabilidades com a manutenção e continuidade da irrigação pública. Por isso, temos a obrigação de assisti-los também de maneira coerente, levando orientação técnica eficiente, oferecendo solução para as suas dificuldades ao plantar. A Emdagro, co-irmã da Cohidro, já foi parceira em diversos outros projetos e tenho certeza de que vai cooperar muito nesse nosso compromisso com o agricultor”, considera.

Também o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Esmeraldo Leal, afirma acreditar na possibilidade de ajuda mútua entre os dois entes públicos do estado, cada um conforme a sua expertise técnica. “A ideia é a gente reforçar uma parceria, na qual seja ampliado esse diálogo e a gente disponibilize os nossos técnicos, se for necessário, da mesma forma que a Cohidro, caso precisemos discutir alguma coisa que envolva recursos hídricos no campo. É uma troca de desafios, para que possamos melhorar cada vez mais o atendimento das duas empresas ao público geral da Agricultura no Estado. Já fizemos um calendário, segundo o qual os nossos técnicos (Emdagro) prepararão os técnicos da Cohidro. Depois, estarmos à disposição caso necessitem de apoio técnico ou de um especialista de alguma área específica”, concluiu Esmeraldo.

 

 

Coordenador do Ministério da Agricultura apresenta à Cohidro projetos de irrigação para o Nordeste

Fotos: Fernando Augusto

Na última quinta-feira (05), o coordenador Nacional de Irrigação no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, Michel Ferraz, foi recebido pela diretoria executiva da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, em agenda voltada para o estreitamento de laços institucionais voltados para a execução de programas de distribuição de kits de irrigação com capacitação de pequenos agricultores, bem como da linha de financiamento que pretende, inicialmente, expandir a área irrigada na região Nordeste em mais 120 mil hectares e fazer a reconversão de sistemas em outros 20 mil ha. Propensa parceira nesses projetos, a Cohidro expôs demandas relativas à recuperação dos perímetros irrigados Califórnia e Piauí e à implantação de 200 sistemas de abastecimento de água para comunidades rurais.

Segundo Michel Ferraz, o programa é voltado para o fortalecimento do pequeno irrigante. “Além da entrega de kits de irrigação, ocorrem ações de capacitação e – principalmente – motivação, para acabar com esse êxodo rural, trazer de volta o produtor com uma maneira nova de produzir, com inovação. Em especial, viemos falar sobre o programa de fortalecimento da irrigação no Nordeste – Profinor, que vai ser lançado esse mês pela ministra Tereza Cristina. São investimentos e custeios relacionados à perfuração de poços, energia fotovoltaica, sistemas de irrigação, correção de sistema de irrigação com um atrativo muito grande, que é a baixa taxa de juros de 5,28% para o pequeno produtor, 5,58% para o médio, e 5,78, para o grande. Conseguimos baixar mais de 3% dessa taxa”, adiantou o coordenador Nacional de Irrigação do MAPA.

Ainda de acordo com Ferraz, a linha de crédito especial já tem aprovação do Banco do Nordeste e do MAPA, e objetiva promover o desenvolvimento da agricultura irrigada para produção direta de alimentos e de material forrageiro para os rebanhos. “A Cohidro vai ser uma parceira fundamental junto com a superintendência e com o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural], que vai entrar com a parte de capacitação dos agricultores. Essa é a linha que o Governo Federal está traçando para o Nordeste Brasileiro, em especial, para o Semiárido”, explicou.

O superintendente do Ministério em Sergipe, Haroldo Araújo, reforça que, através da visita, foi possível promover uma aproximação entre os programas do MAPA e o Estado. “Nesta vertente, [o MAPA] entende que não se faz nada sozinho. Então, parcerias com outras instituições são de essencial importância para se implementar as políticas públicas, com especial atenção aos programas de irrigação para o Nordeste. E considerando a expertise que a Cohidro possui na área, a gente não poderia deixar de fazer essa visita para estreitar esses laços institucionais, com o objetivo de beneficiar o produtor irrigante”, afirmou.

Paulo Sobral, diretor-presidente da Cohidro, avalia positivamente a visita, agradecendo a atenção dada à empresa que, segundo ele, tem grande potencial para integrar a linha de frente dos programas de expansão e modernização da irrigação em Sergipe. “Nós já temos inscritos no SICONV [Sistema de Convênios da União] projetos para a recuperação das estações de bombeamento e a implantação de hidrômetros nos lotes irrigados, visando ao controle do uso excessivo de água e a cobrança de taxas de manutenção dos sistemas, nos perímetros Piauí [Lagarto] e Califórnia [Canindé de São Francisco]. Também buscamos recursos federais para a implantação de 200 sistemas de abastecimento de água no campo, em poços perfurados também pela empresa. São demandas que aproveitamos a presença do coordenador do MAPA para reforçar”.

Também participaram do encontro o chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário na Superintendência Federal, André Barretto; os diretores da Cohidro, João Fonseca [Irrigação e Desenvolvimento Agrícola] e Jean Nascimento [Administrativo e Financeiro]; e o engenheiro agrônomo Paulo Feitosa. A agenda do coordenador em Sergipe ainda incluiu visita à Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese) e uma visita ao Platô de Neópolis, distrito de irrigação também pertencente ao governo de Sergipe.

Em visita acadêmica, alunos e pesquisadores da UFS avaliam barragem de irrigação da Cohidro em Lagarto

Foto arquivo pessoal

As condições estruturais e operacionais da barragem Dionísio Machado, em Lagarto, foram objeto de pesquisa em uma das disciplinas do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Sergipe – UFS. A estrutura pertence ao complexo do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro no município, e garante a distribuição de água para irrigação em 421 lotes de agricultores familiares. A visita se desdobrou na produção de trabalhos acadêmicos, que constataram a conformidade da barragem com a legislação vigente, representando baixo risco em razão das ações de monitoramento continuamente realizadas.

A visita e outras atividades realizadas em sala de aula serviram para a avaliação das condições estruturais e dos perigos associados à operação da barragem de irrigação, segundo conta a prof. Dra. Rosemeri Melo (UFS). “O objetivo foi colocar em prática, junto ao alunado da disciplina ‘Sistemas de gestão e avaliação de impactos ambientais’, uma verificação operacional. Avaliar quais os aspectos e quais os condicionantes de riscos a serem evitados no processo de avaliação contínua para o gerenciamento do empreendimento, seguindo as diretrizes da Agência Nacional de Águas – ANA e da legislação estadual. A barragem opera em conformidade com a legislação vigente e apresenta baixo perigo, desde que as ações de monitoramento sejam continuadas”, avaliou.

No dia 14 de agosto, receberam o grupo da UFS no perímetro irrigado, o gerente Gildo Almeida e a estagiária da Gerência de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Gedea), Karla Betyna. “A professora Rosemeri é minha orientadora de mestrado, na área de Monitoramento e Gestão Ambiental. Assim, a visita contribuiu para ter uma visão geral de como é a estruturação de uma barragem e entender a importância do monitoramento e da gestão desse instrumento de regulação”, considerou a engenheira ambiental. “Sempre recebemos estudantes e professores para visitar os lotes agrícolas do perímetro, e dessa vez, foi na barragem, fazendo uma pesquisa que avalia e pode contribuir para o nosso trabalho de gerenciamento”, considerou gerente do perímetro Piauí.

Kisley Santos Oliveira é aluno do 8º período de Engenharia Ambiental e Sanitária. Segundo ele, a professora deu continuidade à atividade acadêmica após a visita. ”Ela pediu um relatório técnico com uma análise crítica sobre a situação, falando sobre o modo de operação, as condições de conservação física e de acesso à área da barragem; além e questões de resíduos sólidos e afluência. É uma área importante, pois a barragem serve para abastecer grande parte da população. O Intuito era avaliar, com o aprendizado do último semestre, quais impactos essa barragem poderia gerar tanto ao meio ambiente, quanto à sociedade”, disse o estudante, que considerou como proveitosa a experiência na barragem e o acompanhamento feito pelos técnicos da Cohidro.

Cursando o 5° período do mesmo curso, Bárbara Costa afirma que foi possível compreender como se realiza uma vistoria técnica. “Entendemos, de modo geral, o funcionamento de uma barragem, uma vez que aprendemos quais são os seus principais elementos e suas respectivas funções: a importância da chuva para manter o nível de água na barragem; o funcionamento da captação de água para distribuição, principalmente para uma região que tem muitos períodos secos; os impactos gerados na região pela sua instalação; a determinação dos limites de uma Área de Proteção Permanente; entre outros. Isso tudo foi importante para o nosso aprendizado em relação à gestão e a avaliação dos impactos de uma barragem”, concluiu.

 

Povoado Mariquita passa a ter água encanada via sistema de abastecimento da Cohidro

A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro permitiu o acesso à água para 100 famílias do povoado Mariquita, no município de Lagarto

 

José Cupertino, a esposa Ginicelma de Jesus e a água encanada – foto arquivo pessoal

Após instalar sistema de abastecimento em cooperação com a comunidade, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro permitiu o acesso à água para 100 famílias do povoado Mariquita, no município de Lagarto. A empresa perfurou o poço de 84 metros de profundidade, forneceu um reservatório com capacidade para cinco mil litros e, agora, concluiu a instalação do bombeamento que leva água até as casas, somando um investimento de R$ 22.822,84, com recursos do tesouro estadual.

Segundo o gerente da Divisão de Instalação e Manutenção de Poços da Cohidro (Dipoços), Roberto Wagner, a partir do poço e do reservatório – também perfurado e instalado pela companhia – foram feitas obras e aplicação de equipamentos que permitem a adução da água subterrânea, em investimento de mais R$ 5.922,84. “Foram instalados a bomba submersa, a tubulação e suas conexões e os cabos elétricos. O desempenho da nossa equipe foi exemplar, superando dificuldades para pôr em funcionamento esse poço, produtor de água de boa qualidade”, destaca.

Na avaliação do diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a cooperação tem sido o meio mais rápido de viabilizar a implantação de novos poços. “Além da perfuração, a partir de um investimento aproximado de R$ 15 mil e do reservatório (R$ 1.900,00), fizemos este investimento secundário para a equipe da Dipoços disponibilizar a água para a população, com a instalação do poço. Essa tem sido a principal missão designada à Cohidro pelo governador Belivaldo Chagas: garantir a instalação dos poços existentes e produtivos, antes de partir para a perfuração de novos poços. Temos buscado prefeituras, órgãos parceiros e a comunidade para viabilizar, por meio da somação de recursos, oferta de máquinas, equipamentos e mão de obra”, afirmou.

A comunidade também colaborou com a ligação das casas em rede de tubulações, a partir do reservatório elevado implantado pela Cohidro. A população celebra o resultado da somação de esforços. “Graças a Deus ficou muito bom. Estamos muito agradecidos por essa melhoria. Não tem dinheiro que pague ter água aqui – e da boa. Não tem melhor”, disse satisfeito José Cupertino, morador da comunidade.

Produção de perímetros irrigados contribui para Aracaju ter cesta básica mais barata

Grande oferta de itens como tomate, mandioca, leite e banana mantém cesta aracajuana como a mais acessível do país desde junho

Banana produzida no perímetro Jacarecica II [Foto: Ascom/Cohidro]
Desde janeiro de 2018, Aracaju se mantinha como a capital brasileira com o segundo menor valor da cesta básica de alimentos, entre as 20 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ficando atrás somente de Salvador. Mas o resultado obtido pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) no último mês de junho colocou a capital sergipana em primeiro lugar, com uma queda de -6,14% em relação a maio, quando o preço médio da cesta básica foi praticado em R$ 383,09. Em julho, a primeira colocação foi mantida com mais uma queda de 6,04% nos preços: R$ 359,95. Entre os 12 itens pesquisados em Sergipe, metade tem produção originada, direta ou indiretamente, nos perímetros irrigados do governo do Estado.

Os perímetros são administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Pelo segundo mês, em Aracaju foi destaque a redução no preço da banana (-14,86% em julho), com produção encontrada nos perímetros irrigados Califórnia [Canindé de São Francisco], Jacarecica II [entre os municípios de Areia Branca, Riachuelo e Malhador] e Piauí [Lagarto]. Outro preço que caiu foi o do tomate, produzido nos perímetros Piauí, da Ribeira [Itabaiana] e Califórnia. Integram, ainda, a cesta básica nordestina a farinha de mandioca, produzida no perímetro Piauí; o leite, nos perímetros irrigado Jabiberi [Tobias Barreto] e Califórnia; e a partir dele, a manteiga.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, a garantia de fornecimento de água para irrigação favorece a produção nos perímetros. “É possível produzir o ano inteiro, pois o sistema de irrigação só é desligado em dias de chuva. Dessa forma, os produtores podem assumir compromissos de fornecimento em qualquer época”, explica João, que também destaca a contribuição dos perímetros para um sexto item da cesta básica: a carne de primeira. “Todos os perímetros irrigados produzem algum material para consumo animal, como os ramos da batata-doce e da mandioca, a manipueira [líquido excedente do beneficiamento da mandioca] e o milho verde, que se usa o pé inteiro com as espigas ou a só a palhada. Tudo isso serve para a alimentação do gado de leite – e também de corte”, pontua.

Banana
A bananeira requer, segundo o técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e, então, a irrigação vem a suprir esse déficit hídrico. Dessa forma, a produção plena da banana no estado só é possível com o uso de água de irrigação”, aponta. O mesmo técnico acompanhou a introdução de um campo piloto da variedade ‘prata anã’ no perímetro Piauí.

“Rendeu bem a primeira colheita, mas tivemos que aumentar o número de microaspersores”, relatou o agricultor irrigante Rosendo dos Santos, assistido no perímetro irrigado de Lagarto, constatando a necessidade de boa irrigação para produzir banana no município. Orientado pela Cohidro quanto à escolha de mudas certificadas, correção do solo, método de irrigação e manejo da cultura; o sucesso do bananicultor influenciou outros produtores a investir na variedade prata anã. Hoje são quatro, só no perímetro irrigado Piauí.

Codevasf e Cohidro alinham cooperação para a realização de projetos conjuntos

Ficou definido que um termo de cooperação técnica será assinado, a partir desse entendimento que começou a ser desenhado na visita feita pelo governador Belivaldo Chagas à superintendência regional da Codevasf

Visita de Belivaldo também foi acompanhada pelos diretores da Cohidro Paulo Sobral e João Fonseca [Foto: Marco Vieira]
Gestores das companhias de desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) discutem a possibilidade da realização de ações conjuntas para a captação de recursos públicos e execução de obras. Em reunião realizada no início desta semana, ficou definido que um termo de cooperação técnica será assinado, a partir desse entendimento que começou a ser desenhado na visita feita pelo governador Belivaldo Chagas à superintendência regional da Codevasf, na semana passada.

“É importante para o governo de Sergipe estreitar essa parceria, principalmente por meio de órgãos como a Cohidro, e a partir de discussões sobre barragens e barreiros, dos quais fomos informados que a Codevasf já tem vários projetos. Vamos buscar as condições para que isso aconteça, pois são ações que vão fazer com que a população saia ganhando”, disse o governador na última quinta-feira (8). Belivaldo comemora a Lei 13.702/2018, a partir da qual a 4ª superintendência regional passou a atuar nos 75 municípios de Sergipe e não mais somente os 28 que fazem parte da bacia hidrográfica do rio São Francisco.

Na reunião com a Cohidro, o superintendente da Codevasf em Sergipe, César Mandarino, afirmou que a junção dos esforços se alinha à finalidade institucional de ambas companhias. “O objetivo é que a gente tenha ações conjuntas em prol do povo sergipano. Nós vamos fazer um termo de cooperação técnica entre Codevasf e Cohidro, para que justifique as ações que nós possamos fazer juntos, tanto na parte de obras, como também na parte de captação de recursos”, disse. Como primeira proposta da parceria, o superintendente trouxe a construção de reservatórios para a captação de água da chuva no campo, principalmente destinados à dessedentação animal. “Nós estamos discutindo as pequenas aguadas no interior sergipano, que já têm projeto pela Codevasf, a fim de que, conjuntamente, possamos buscar recursos para sua realização”, completou Mandarino.

Para o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a companhia dispõe de experiência para ser parceira na execução e de projetos nas atividades da Codevasf em Sergipe. “Ainda que em menor em tamanho, somos excelência na captação de água no estado, via poços profundos, barragens ou cisternas, objetivando o abastecimento humano, a dessedentação animal e a irrigação. A cooperação com a Codevasf tem muita possibilidade de sucesso, pois são duas frentes de trabalho resguardadas de equipes técnicas competentes e ficha de serviços prestados, como nos perímetros irrigados em que ambas incentivam parte considerável da produção de alimentos do estado”, avalia.

Participaram da reunião, além do superintendente da Codevasf, César Mandarino, os gerentes regionais Orlando Tavares (Infraestrutura) e Walter Uchôa (Gestão Estratégica); o chefe da Unidade Regional de Estudos e Projetos, José Dantas e o engenheiro civil Paulo Machado. Representando a Cohidro, além do diretor-presidente Paulo Sobral, participaram do encontro os diretores João Fonseca (Irrigação e Desenvolvimento Agrícola) e Jean Carlos Nascimento (Administrativo e Financeiro).

 

 

Cohidro alinha ajustes da Transparência no TCE

Foto: Arquivo pessoal

Na manhã desta segunda-feira (05), uma reunião consultiva alinhou os itens disponibilizados ao público, pelo setor de Transparência da Cohidro, com as diretrizes do Tribunal de Contas do Estado – TCE. São regras que definem as informações administrativas da Companhia que devem ficar expostas e com fácil acesso em seu website, passando pelo quadro de recursos humanos até os processos licitatórios.

No próprio TCE, esteve o diretor Administrativo e Financeiro, Jean Carlos Nascimento; o assessor de Controle Interno, Israel Batista e o programador de computadores Júnior Santos; da Cohidro. Os assessores da Secretaria de Estado de Transparência e Controle – SETC, Bárbara Dantas e Carlos Bruno. Que foram recebidos pelo coordenador de Auditoria Operacional do tribunal, Fernando Marcelino.

Dom Távora instala poços da Cohidro em comunidades rurais de Simão Dias

Planos de negócios e poços perfurados somam um investimento de R$ 1,35 milhões
Dom Távora leva fonte de renda e água para comunidades rurais de Simão Dias / Fotos: Vanessa Passos

Três propostas de associações agricultores familiares de Simão Dias ao Projeto de Negócios Rurais para Pequenos Produtores – Projeto Dom Távora esbarravam em dificuldades de acesso à água. A solução foi inserir, nos planos de trabalho, a estruturação de sistemas de abastecimento de água a partir de poços perfurados pelo governo de Sergipe. Com a água instalada e atendendo direta e indiretamente a mais de 300 famílias nos povoados Deserto, Cova da Negra, Rua do Fogo, Muriango, Apertado de Pedra e Cumbe, as comunidades passaram a adquirir de insumos, sementes e as matrizes dos animais, para implantar 190 negócios familiares.

O Dom Távora é um projeto do governo de Sergipe, executado através da Seagri/Emdagro, com recursos do Estado e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Nele, além de técnicos do governo, atuam também consultores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em Simão Dias, um dos quatro consultores do Projeto é o engenheiro agrônomo Lucas de Oliveira, que destaca que o abastecimento pleno de água, além de complementar os negócios rurais que estão sendo implantados, contempla uma das Metas do Milênio da ONU.

“As atividades financiadas pelo projeto são a ovinocultura, criação de aves, produção de hortaliças e confecção de roupas, mas como as comunidades não tinham acesso à água nas suas residências, isso veio servir tanto para dessedentação animal e irrigação, quanto para o uso doméstico. Vai atingir a meta do projeto agora, que é melhorar a renda da família através do financiamento das atividades produtivas, mas também vai disponibilizar acesso de água encanada nas residências de cada família associada e outros moradores. Significa fixação do homem no campo, melhoria de renda e segurança alimentar”, assinalou Lucas.

Os três poços foram perfurados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), a partir de recursos próprios na ordem de R$ 45.403,40. A instalação da rede de água contou com as máquinas da prefeitura de Simão Dias.

Atendido pelo projeto do Apertado de Pedra, Davi Matos (53) vai contar com a água fornecida em sua casa para implantar uma horta com sementes e sistema de irrigação subsidiados pelo Dom Távora. “Antigamente não tinha poço artesiano. A gente tinha que buscar água de jegue a 2 km e agora, com esse poço, vai ser a da cisterna que a gente usa para cozinhar, e essa para casa e a irrigação. No momento, trabalho com feijão, macaxeira e as frutas básicas da casa, mas com a irrigação, vai aumentar a renda e vai dar para fazer alguma coisa para vender na comunidade. Se der, vender na cidade também”, planeja. Nesse plano de negócio, o governo de Sergipe e o Fida investiram R$ 511.795,30 na compra de máquinas de costura, ovinos, aves, sementes, insumos e instalações, beneficiando 94 famílias.

Nascido e criado no povoado Rua do Fogo, o aposentado Antônio dos Santos (62) vive com a esposa, filha e neto. Já com água em casa, ele vai começar uma criação de aves, conforme o plano de negócios que inclui, ainda, ovinocultura e corte e costura, no valor total de R$ 405.614,76. “Na casa sem água era mais difícil, a gente ia buscar lá na serra ou no chafariz que tem ali em seu Vardo, pagando carroça ou trator, mas graças a Deus agora tem água na porta. O galinheiro já está feito, agora faltam as galinhas. Se tudo correr bem, eu vou comprar mais, para ver se vai continuando, dando lucro para gente é bom demais”. Ele assinala que agora aguarda chegar os comedouros, bebedouros, a ração e os pintos para começar a granja.

Rosilene Nascimento mora, há 29 anos, no povoado Cova da Negra e também vai participar do projeto com criação de galinhas. Na comunidade, com a água do Dom Távora foram beneficiadas, ao todo, 12 famílias. “Primeiro era uma dificuldade triste. Tinha que pegar num tanque, numa barragem na pista. Era na cabeça, na galinhota, onde desse para trazer a gente ia pegar, com muita dificuldade. Agora, graças a Deus, tendo essa água em casa, para nós mudou muito”. A agricultora acredita que o financiamento dos negócios rurais vá complementar a renda das famílias. “Hoje nós trabalhamos com a roça, mas vamos trabalhar também com as máquinas de costura e vender galinha, e futuramente trabalhar com ovelha também”. Em todos os planos de negócios, a mão de obra da instalação da rede de abastecimento de água foi dos próprios associados beneficiados.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Governo envia especialistas para inspecionar segurança das barragens da Cohidro

Corpo técnico, formado por engenheiros e geólogo, começou pelo Perímetro Irrigado da Ribeira

[Fotos: Fernando Augusto]
Um grupo de especialistas do governo de Sergipe deu início a uma série de vistorias para verificar a segurança nas barragens de retenção de água dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Os cinco reservatórios banham sete municípios, distribuídos em três microrregiões do estado e estão todos cheios, após uma semana inteira de intensas chuvas. A primeira visita aconteceu na barragem construída para abastecer o Perímetro Irrigado da Ribeira, entre os municípios de Itabaiana e Campo do Brito, fornecendo água para agricultar 466 lotes familiares e para o consumo humano das áreas urbanas em seu entorno, a partir de captação da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso.

O grande volume de água sendo disperso nos vertedouros dessas barragens causam receio na população e, para tranquilizar os moradores dos seus entornos, a Cohidro buscou a opinião técnica dos seus engenheiros civis e do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil – Depec, além do geólogo da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – Serhma. Na sequência, a companhia vai repetir as diligências nas demais barragens e, segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, é uma medida preventiva que reforça o trabalho que vem sendo feito para monitorar a segurança nessas estruturas.

“Temos a confirmação do Painel de Segurança de Barragens, que é o corpo de especialistas independentes, convocado pelo Programa Águas de Sergipe [do Governo do Estado], classificando as nossas barragens como de baixo risco quanto à capacidade de descarga de seu vertedouro e à consequente possibilidade de galgamento – que é o risco da estrutura de barramento da água se romper. Para reforçar essa garantia que já temos e tranquilizar a população, estamos enviando esses especialistas convidados e os nossos engenheiros civis Adnaldo Santana e Igor Garcez. Fora isso, nossas equipes locais estão fazendo visitas diárias nessas barragens para nos informar qualquer mudança no comportamento dos seus taludes”, informou Paulo Sobral.

Apesar do volume de água que a barragem do perímetro da Ribeira está comportando e dispersando em seus vertedores, José Roberto Oliveira, engenheiro Civil da Depec, constatou que ela não apresenta nenhum risco em sua estabilidade estrutural. “Na vistoria que nós fizemos, observamos a condição dos taludes, principalmente a jusante [o sentido da correnteza, num curso d’água], para ver se existe alguma insurgência de água, alguma dolina ou minante. A gente sabe que uma insurgência de água a jusante da barragem poderia ser um risco, a depender do seu volume. Mas nós não vimos nada que pudesse indicar perigo aos moradores que residem na parte a jusante da barragem”, disse, reforçando a importância que a barragens têm na contenção de cheias, além do acúmulo de água proporcionado para múltiplos usos e perenização dos rios.

Também na avaliação de João Carlos da Rocha, geólogo na Serhma, não há inícios de risco na estrutura da barragem. “O ideal é que se veja as insurgências, as percolações em período seco, mas demos uma olhada no pé da barragem, que seria o ponto mais crítico. Estava passando muita água – em grande parte em função das precipitações bastante elevadas -, mas água estava relativamente limpa e a gente não via nenhuma saída exagerada de água que pudesse comprometer a segurança da barragem, em relação à altura de lâmina d’água que ela atingiu”, avaliou. Ainda segundo ele, o grupo deve retornar ao local em dia seco, equipado com um drone, para verificar a estrutura da barragem com maiores detalhes.

Perímetros irrigados produziram mais de dois milhões de espigas de milho verde no período junino

Ozéias Beserra e espigas para uso do milho em grão [foto: arquivo pessoal]
Cozido, assado, na canjica, na pamonha, no bolo ou no cuscuz, o milho verde é bastante requisitado nas noites festivas para comemorar os santos católicos do mês de junho. Mas as mudanças climáticas que afetam o globo influenciam cada vez mais no planejamento do plantio no mês de abril, dependendo da chuva para a boa colheita no período junino. Assim, com o uso de irrigação é possível garantir a colheita e os lucros da época de consumo maior. Nos perímetros irrigados em que o governo do Estado fornece água para agricultores, a produção ocupou 124 hectares [ha] e gerou uma média de 2.480.000 espigas.

A versatilidade do milho oferece a possibilidade do seu aproveitamento para a ração animal; em forma de forragem, o pé inteiro e as espigas verdes, ou o grão seco. “Eu vendo a espiga, e o que eu não consigo vender, deixo na secagem e tiro para alimentar as galinhas e algumas ovelhas que eu tenho. A outra parte eu faço silagem, para três vacas que temos aqui”, explicou Ozéias Bezerra, irrigante do Setor 05 do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco.

Neste ano, Ozeias plantou em torno de 0,75ha em três datas diferentes, para colher dia 17 e 28 junho e neste dia 5 julho que passou. “Eu planto todo ano no ‘período da fogueira’ e a irrigação é fundamental, porque quando a gente faz o plantio não está chovendo aqui ainda, ai nós irrigamos praticamente o ciclo todo do milho. Eu mesmo só fui parar de irrigar o milho de umas três semanas para cá. Do plantio até 60 dias, a irrigação no milho é primordial. E isso varia muito, tem vezes que a chuva vem mais cedo e outras que é mais tarde”, acrescentou.

A gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes, identifica que a demanda por milho é constante e garante a viabilidade dos plantios. Fator que, segundo ela, só é possível pela oferta de água distribuída pela companhia nos 333 lotes dos irrigantes. “Aqui se colhe milho todos os meses do ano.Mas geralmente uma média de 15ha são plantados ao todo, ao mesmo tempo em que se colhe outros 15ha plantados anteriormente. Já no plantio feito em abril, com previsão de colheita no período junino, foram 46ha”, informou.

Outros perímetros
No Perímetro Irrigado Piauí, outra unidade da Cohidro que leva irrigação para 421 lotes agrícolas familiares em Lagarto, o milho verde para colher no São João ocupou 38ha e, levando em conta a média de produtividade de 20 mil espigas por hectare, chegou a cerca de 760 mil unidades. Na região Agreste, os perímetros irrigados Jacarecica I e II tiveram, respectivamente, 25 e 15ha ocupados com o milho verde para colher em junho, com a produção de 500 mil e 300 mil espigas vendidas em Itabaiana, Malhador, Riachuelo e Areia Branca.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento agrícola da Cohidro, João Fonseca, explica como é realizado o processo de adubação desses locais. “Em todos os perímetros, mas principalmente em Lagarto, os agricultores estão buscando maiores produtividades para o milho utilizando a fertirrigação, que é o uso de fertilizantes diluídos na água de irrigação que leva esses nutrientes até a planta, rapidamente absorvidos pela raiz e dispensando a mão de obra da adubação manual”, detalha, acrescentando que essa mudança está sendo facilitada pela troca dos sistemas para os modelos de irrigação localizada, que consomem menos água que os aspersores convencionais.

Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a troca dos aspersores e tubulações, válvulas de controle de vazão e implantação de novo sistema de controle automatizado, está sendo subsidiada pelo governo do Estado, nos perímetros de Itabaiana. “Nos perímetros da Ribeira e Jacarecica I, via Programa Águas de Sergipe, investimos mais de R$ 14 milhões nessa substituição de tecnologia, que deve gerar uma economia de 50% aos cofres públicos, em comparação ao consumo em energia elétrica para bombear a água até os lotes, e deixou de consumir 60% da água que antes era empregada nesta mesma irrigação”, finaliza.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

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