Seagri recebe destinação de caminhões e peças do Receita Cidadã

Bens darão reforço à frota da Coderse, na perfuração de poços, obras de saneamento rural e irrigação
Veículos e peças darão reforço à frota da Coderse, na perfuração de poços, obras de saneamento rural e irrigação – Foto: Isac Araujo

Veículos e peças de reposição apreendidos pela Secretaria Especial da Receita Federal em Sergipe, foram revertidos em doação à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A destinação do caminhão, do carro-pipa e jogo de 20 pneus de caminhão ocorre pelo Programa Receita Cidadã e vão dar reforço à execução de obras e serviços da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse).

Em cerimônia realizada na terça-feira, 25, na sede da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Aracaju, ocorreu a entrega oficial à Seagri, à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e ao Instituto Federal de Sergipe (IFS), que também receberam a destinação de caminhões e equipamentos eletrônicos. No ato, representou a Secretaria de Agricultura e a sua vinculada, a Coderse, o diretor de Infraestrutura Hídrica da companhia estadual, Ernan Sena. É em seu setor que estará toda demanda para os novos veículos e peças.

“A Secretaria de Agricultura, por meio da Coderse, tem a missão de levar água e saneamento básico às comunidades do interior, que ainda não têm acesso, e esses caminhões vão ser instrumentos disso, para que a gente possa fazer perfuração de poços, fazer a nossa função social, que é o saneamento rural. Levar saúde para essas pessoas mais carentes no campo”, pontuou o diretor Ernan Sena.

Chefe da seção de Logística da Receita Federal em Aracaju, Fernando Dantas explica que esses veículos foram apreendidos pelas polícias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF) ou Militar de Sergipe (PM/SE) transportando mercadorias contrabandeadas e, neste caso, sofreram pena de perdimento para a União. Pelo programa Receita Cidadã, a secretaria especial faz a destinação desses bens para ações benéficas à toda sociedade.

“Estes veículos ficaram disponíveis para destinação, que pode ser através de leilão ou incorporação para órgãos públicos, ou doação para organizações sociais sem fins lucrativos. Recebemos a solicitação da Seagri, que informou qual seria a utilização dos veículos e isso foi determinante na escolha do órgão para receber os veículos”, destacou Fernando Dantas.

Abastecimento de água
No lote doado à Seagri consta um caminhão Mercedes-Benz, modelo Actros, atrelado a dois reboques de carga abertos; um caminhão-pipa Mercedes-benz, modelo L-1620; e um jogo de 22 pneus para caminhão 295/80 R22,5. Perfuração de poços, construção de sistemas e redes de abastecimento de água, desassoreamento de barragens, obras de saneamento rural e de revitalização dos perímetros irrigados, serão algumas das atividades-foco da infraestrutura de transporte que a Coderse recebeu da Receita Federal, via Seagri.

Segundo o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, existe toda uma logística de apoio aos locais onde ocorrem as obras e serviços da empresa. Transportando máquinas, materiais de construção e até água. “A perfuração de poços, por exemplo, emprega muitos equipamentos e suprimentos, como tubos e conexões de PVC, cimento e uma argila que, misturada à água, que também tem que ser levada até o local de perfuração, serve de fluido de perfuração para as perfuratrizes pneumáticas”, exemplificou o presidente.

Governo de Sergipe intensifica ações para garantir segurança das barragens sergipanas

Acompanhamento é feito por meio de monitoramento, fiscalização e operações preventivas

Governo de Sergipe intensifica ações para garantir segurança das barragens sergipanas – Barragem Jabiberi / Foto: Arquivo/ Semac

Toda vez que há uma alta precipitação pluviométrica, os reservatórios tendem a acumular um grande quantitativo de água. Quando estes alcançam sua capacidade máxima, há a possibilidade do processo de vertimento, que se dá quando o excesso de água acumulado é extravasado pela barragem. Esse processo é algo normal, realizado com a finalidade de conduzir a água de forma segura por meio de uma barreira, servindo como sistema de escape. O acompanhamento desse procedimento faz parte das ações desenvolvidas pelo Governo de Sergipe, no intuito de garantir a segurança das barragens e da população localizada às margens. Essas ações envolvem o monitoramento, como também a fiscalização, além de operações preventivas, seja no período de altas pluviométricas ou de estiagem.

Sergipe conta atualmente com os seguintes reservatórios: Três Barras, de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), localizado no município de Graccho Cardoso; Sindicalista Jaime Umbelino de Souza, conhecido como Poxim, de responsabilidade da Deso, localizado no município de São Cristóvão; Governador João Alves Filho, localizado nos municípios de Campo do Brito e Itabaiana; Governador Dionísio Machado, de responsabilidade da Coderse, localizado no município de Lagarto; Jabiberi, de responsabilidade da Coderse, localizado em Tobias Barreto;  Jacarecica I, localizado no município de Itabaiana; Jacarecica II, de responsabilidade da Coderse, situado nos municípios de Areia Branca, Malhador e Riachuelo.

Na maior parte destes reservatórios, a água armazenada se destina ao atendimento das demandas do abastecimento público e de perímetros públicos irrigados. A gestão desses reservatórios é de responsabilidade dos empreendedores, o que significa que eles angariaram recursos para a construção dessas estruturas, como também é responsabilidade a operação, dados e segurança das barragens que estão nesses reservatórios.

Monitoramento
Já a Secretaria do Meio Ambiente e ações Climáticas (Semac) atua como órgão gestor dos recursos hídricos no estado, monitorando os recursos acumulados em reservatórios (lagos, lagoas, açudes), como também aqueles que estão em rios e poços. Desde 2018, a secretaria, por meio da Diretoria de Recursos Hídricos, em parceria com a Agência Nacional de águas e Saneamento Básico (ANA), tem conduzido o monitoramento do nível e do volume d’água dos reservatórios de Sergipe. A atividade é de extrema importância para a gestão de recursos hídricos, visto que permite a tomada de decisões relacionada aos aspectos da segurança das barragens e da segurança hídrica, por meio do estabelecimento de quatro estágios: normal, atenção, alerta e emergência.

O monitoramento se dá a partir da leitura diária do nível de água nas réguas (chamadas de estações limnimétricas) instaladas nos reservatórios, realizados por observatórios locais.  Os observadores inserem os valores lidos no sistema de Gerenciamento de Dados Hidrológicos (GDH), da ANA. No momento, está em fase de transição para um novo sistema, o HidroOberva, por meio do qual será possível inserir as leituras do nível d’água, a partir dos aparelhos celulares dos próprios observadores. Posteriormente, na Semac, as leituras desses níveis  inseridas no sistema são transformadas em volume, através das chamadas curvas “cotax área x volume” dos reservatórios. As informações resultantes são publicadas semanalmente no Boletim de Monitoramento do Volume dos Reservatórios.

De acordo com a engenheira civil da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Ana Paula Ávila Barbosa, a depender do estágio em que os reservatórios se encontram, os gestores poderão realizar ações específicas, tais como a diminuição do período diário de irrigação, suspensão temporária das outorgas de diário de uso de recursos hídricos destinados a usos não prioritários e racionamento da água para consumo humano. “A importância desse monitoramento é fundamental para o gestor público conhecer a quantidade de água que está acumulada. Então, esse monitoramento tem o aspecto para a segurança hídrica, no que diz respeito ao volume de água acumulada para o gestor tomar as decisões com mais precisão e segurança. A grande maioria dessas barragens serve tanto para irrigação como também para abastecimento humano. É interessante, por exemplo, havendo a possibilidade de período prologado de seca, para a adoção de algumas ações previamente, antes que o período se instale”, explicou a engenheira. 

Outra ação regular é relacionada à análise de dados, que envolve o monitoramento constante das informações coletadas nas barragens, como níveis de água, pressão, temperatura, entre outros parâmetros relevantes, para identificar possíveis anomalias.

Segurança
Além disso, o acompanhamento e fiscalização das barragens são medidas fundamentais para garantir a segurança dessas estruturas. Isso envolve a adoção de diversas ações por parte do Governo de Sergipe, como as inspeções regulares, realizadas periodicamente nas barragens para identificar possíveis problemas estruturais, erosões, infiltrações, desgastes, entre outros.

Para melhor coordenar essas ações, o Governo de Sergipe instituiu por meio do decreto nº 298 de 28 de abril de 2023, o Grupo de Trabalho para Estudos de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água. O GT é constituído por especialistas das secretarias de Estado do Meio Ambiente (Semac), Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Sedurbi), da Superintendência Estadual de Proteção e Defesa Civil (Supdec), e das companhias de Saneamento de Sergipe (Deso) e de Desenvolvimento Regional (Coderse). O objetivo é promover a segurança das barragens existentes; e incrementar a articulação entre o órgão fiscalizador do Estado, o órgão estadual de Proteção e Defesa Civil e os empreendedores, para o desenvolvimento das ações da Política Nacional de Segurança de Barragens.

O grupo está sob a coordenação da Semac e da Sedubi. Com isso, rotineiramente é realizada uma série de reuniões para discutir uma agenda de visitas e medidas a serem adotadas. O intuito é estabelecer um Plano de Segurança de Barragens, com diretrizes e medidas para prevenir riscos e garantir a eficiência operacional, além de padronizar protocolo para situações de emergência.

De acordo com o geólogo da Semac, João Carlos Santos da Rocha, os órgãos estão trabalhando para padronizar as ações para que todos atuem de forma conjunta para promover a segurança dessas barragens. “A ideia é que cada empreendedor, a cada seis meses, ao menos, visite a barragem para fazer um Relatório de Inspeção de Segurança Regular, para garantir que ela está funcionando de acordo, e não tenha nenhum problema que possa prejudicar a segurança dessas estruturas”, declarou João Carlos.

Dessa forma, o Governo do Estado tem trabalhado com objetivo de estabelecer a implementação de ações de manutenção regular e preventiva, visando mitigar riscos e garantir a integridade das barragens. “Em períodos em que estamos passando com altas precipitações, quase todas as barragens estão vertendo. Então, a preocupação é que ela tem que ter uma quantidade de água que esteja passando pelo vertedor foi dimensionado pelo projeto. A gente costuma dizer que a barragem é uma obra viva, com o tempo, ela vai sofrendo muitas alterações e a gente tem que acompanhar essa estrutura, que é de responsabilidade dos empreendedores. Então eles têm que garantir a segurança dessas obras. A Semac fiscaliza para verificar se esses empreendedores estão cuidando dando bem dessas barragens”, frisou o geólogo.

João Carlos tranquiliza ainda a população em relação a qualquer risco de rompimento das barragens, destacando que elas estão sendo monitoradas regularmente e em plenas condições de segurança. “Não há risco. Por isso que a gente trabalha fazendo esse acompanhamento rotineiro, no intuito de garantir essa segurança. Esse monitoramento é muito importante porque as barragens estão muito próximas de núcleos habitacionais. Então esse cuidado é fundamental porque, além de ser uma obra em que que foram investidos milhões na estrutura, ela atende à população e perímetro irrigado. Então, essas ações envolvem dois aspectos importantes: a segurança hídrica e da estrutura da barragem”, pontuou o geólogo da Semac.

Fonte: Notícias do Governo

Irrigação do Governo do Estado no alto sertão garante colheita da ‘Abóbora sergipana’

Além de ter mercado, o fruto serve de cultivo de rotação, para proteger o solo e controle de pragas e doenças

Foto: Gerência do Perímetro Irrigado Califórnia

Com investimentos na segurança hídrica do perímetro público, a abóbora apresenta viabilidade econômica, ajuda a balança comercial interestadual e é útil na rotação de culturas. Não é à toa que tem uma variedade chamada de ‘abóbora sergipana’. Ela é a mais cultivada no Perímetro Irrigado Califórnia, onde o Governo do Estado fornece água de irrigação e assistência técnica agrícola para 333 irrigantes de Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. Esses dois insumos foram essenciais para que os agricultores daquele perímetro conseguissem produzir, de janeiro a junho deste ano, 512,5 toneladas do fruto, em 28,85 hectares irrigados.

Até o fim do inverno, quando a chuva dá uma ajuda à lavoura, as colheitas continuam e a tendência é a de aumentar a produção da variedade também conhecida como jerimum de leite ou ‘abóbora maranhão’. Safra que atende Sergipe, mas tem procura em outros estados. O saldo da venda dessa produção do primeiro semestre é de aproximadamente R$ 675 mil em renda aos irrigantes. Além de ter mercado, a abóbora serve de cultivo de rotação, para proteger o solo e controle de pragas e doenças.

“Essa abóbora está com 120 dias e a gente plantou para o mercado de Salvador. É uma excelente rotação de cultura para o perímetro, com o pessoal da Coderse [Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe] dando apoio. A gente está vendendo bem. Esse é o segundo ano que a gente planta”, destacou Uindson Araga?o, quando mostrou a produção colhida, já no final de junho, no lote que ele gerencia a produção e que recebe assistência da Coderse.

Técnico em Agropecua?ria da Coderse, Luiz Roberto Vieira conta que a cultura da abóbora é uma alternativa econômica viável para todo produtor do perímetro Califórnia “O ciclo é curto, onde existem três adubações: a básica, a de fundação e duas de cobertura. Com as pragas e doenças, não tem tantos problemas aqui no Califórnia, graças à assistência técnica do Governo do Estado e do apoio da gerência local, que tem contribuído efetivamente para melhoria dessa assistência no perímetro”, pontuou.

Investimento
“Com os investimentos que o Governo do Estado vem aplicando aqui no perímetro irrigado, os produtores estão adquirindo mais confiança para trazer variedades de plantio certo, uma delas é a abóbora. Por conta da água que está sendo fornecida pelo Coderse e pelo solo muito bom para esse tipo de plantio, está sendo uma colheita de abóbora de resultado muito bom, escoada tanto para Sergipe quanto para Pernambuco e Alagoas”, explicou o gerente do Califórnia, Jonathan da Mota.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse, por meio da gerência local, tem feito obras e serviços de limpeza e reforma de canais, conserto de adutoras; recuperação de equipamentos, limpeza e drenagem das estações de bombeamento (EBs) e dos lotes, onde ocorre também a recuperação de hidrantes e estradas.

O Governo do Estado também doou 110 kits de irrigação localizada cada um com 500 metros de mangueira para microaspersão ou gotejo. Isso torna a irrigação nos lotes mais eficiente, diminui o consumo individual e contribui com a distribuição mais igualitária e menos suscetível a falhas. “A água agora não está faltando mais como acontecia. A respeito do fornecimento, a gente não tem problema mais, como tinha antes”, completou Uindson Araga?o.

Governo do Estado restabelece abastecimento de água dessalinizada em comunidades de Glória e Carira

Unidades do PAD fornecem água potável à população, escola, posto de saúde e água bruta para uso doméstico e dessedentação animal

Manutenção nos dessalinizadores restabeleceu o fornecimento de água nas comunidades de Carira e Glória [Foto: Núcleo do Programa Água Doce]

A intervenção técnica nas unidades de produção de água dessalinizada no povoado Lagoa dos Porcos, em Carira, e no Assentamento Fortaleza, em Nossa Senhora da Glória, feita pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), foi concluída na última quarta-feira, 12. A ação restabeleceu o abastecimento de água potável às comunidades, onde 170 famílias vivem e dependem dos sistemas de dessalinização do Programa Água Doce (PAD).

A manutenção dos sistemas, que pararam de funcionar na última semana, foi realizada pela Coderse. A empresa pública é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) que, com suas subsidiárias, coordena e executa o programa no Estado. Em todo o estado, existem 29 unidades de dessalinização. Em maio, a Coderse realizou uma manutenção geral corrigindo falhas nos equipamentos que pudessem interromper o fornecimento de água para as comunidades. 

Segundo o coordenador estadual do Núcleo do PAD, Vandesson Carvalho, foram consertados os componentes que fazem parte do dessalinizador e feito o reparo na tubulação de alta pressão, na unidade de Carira. “Os dessalinizadores pararam na semana passada, mas já voltaram a funcionar. Isso mostra a rapidez e preocupação que o Governo do Estado, a Seagri e Coderse têm com o abastecimento dessas comunidades que tanto necessitam de água potável”, esclareceu Carvalho. 

Para Vanderson, essa preocupação vai além do funcionamento das unidades, ao promoverem oficinas e capacitação para toda a comunidade. “A partir do dia 24 deste mês, daremos continuidade às oficinas de sustentabilidade ambiental nos locais atendidos pelo PAD. E sempre que somos requisitados, fazemos novas capacitações de operadores”, completa. 

O operador e usuário do sistema de dessalinização no Assentamento Fortaleza, Miguel ‘do Flamengo’, conta que naquela comunidade, 90 famílias dependem do equipamento público para ter acesso à água potável. Segundo ele, a equipe do PAD visitou o local duas semanas antes de solicitarem a manutenção corretiva do dessalinizador. Durante a visita, os moradores receberam treinamento para operar o sistema de forma correta. “Na hora que a gente precisa, eles vêm.  Essa água é uma coisa muito importante para nós, porque todo mundo que usa ela, gosta demais e diz que não quer mais de outra água a não ser essa”, declarou Miguel. 

Equipes multidisciplinares
De acordo com o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, desde que a Seagri passou a coordenar o Água Doce, a empresa tem disponibilizado setores e equipes multidisciplinares para atender às demandas do programa.  A água chega até a população através de chafarizes, depois de passar por um complexo equipamento de dessalinização. Ela precisa ser bombeada de poços salinos, passar por reservatórios, para em seguida ser potabilizada, armazenada e distribuída.  

Todo esse processo requer um trabalho em equipe. “Além do pessoal técnico da Coderse, que compõe o núcleo do PAD e faz a manutenção direta do dessalinizador, temos o pessoal que lida diretamente com o poço, com a sua limpeza subterrânea e toda a estrutura de tubos, registros, conexões e reservatórios. Na retaguarda, os setores de Compras e de Licitação são necessários para a continuidade do programa”, explicou Sena. 

Carira
No povoado Lagoa Dos Porcos, em Carira, as 80 famílias atendidas pelo sistema de dessalinização relataram a falta de abastecimento na semana passada. Segundo Genivaldo Martins, professor de História na escola da comunidade, e operador do sistema, o procedimento realizado voltou a abastecer o seu povoado. “A equipe veio rápido e fizeram o serviço com perfeição”. 

O sistema que abastece toda a comunidade – da escola ao posto de saúde -, é de extrema importância para a região. “É uma água boa de qualidade que vem dando certo e não podemos ficar sem. Agradeço aos técnicos e a todos que fazem o Programa Água Doce”, disse Martins.

Irrigantes dos perímetros estaduais apresentam propostas ao programa de ‘Compra com doação simultânea’

Se aceitas as propostas, alimentos atenderão mais de 20 mil pessoas; produção com irrigação da Coderse combate insegurança alimentar e nutricional

Escolha dos alimentos a serem propostos nos projetos ao PAA supre as necessidades alimentares diárias de cada de cada pessoa beneficiada com a doação [foto Fernando Augusto – Ascom Coderse]

Agricultores de quatro perímetros irrigados estaduais apresentaram cinco propostas de fornecimento de alimentos à edição 2023 do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se as propostas forem aceitas, esses irrigantes vão entregar à “Compra com doação simultânea” 378,8 toneladas de alimentos, que serão remunerados em mais de R$ 2 milhões e atenderão 20,2 mil pessoas em situação de insegurança alimentar, pelo período médio de 12 meses.

Ao todo, 137 agricultores são atendidos com água de irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria para a formalização e preenchimento dos formulários on-line para transmissão desses projetos ao Governo Federal. Os alimentos frutos da irrigação beneficiam famílias na melhora da qualidade nutricional e incentivo aos hábitos saudáveis de alimentação.

O diretor de Irrigação da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), Júlio Leite, informou que fizeram propostas para o PAA irrigantes dos perímetros irrigados de Canindé de São Francisco (22), Itabaiana (30), Lagarto (48) e Malhador (37).  

“As mais de duas mil unidades produtivas dos perímetros recebem água de irrigação e assistência técnica para produzir durante todo ano. Por isso, podem fazer a entrega de alimentos com qualidade e em quantidade que atendam às demandas do PAA e de outros programas de compra institucional. Desde 2008 os perímetros do Governo do Estado participam do programa e nele já foram entregues mais de quatro mil toneladas de alimentos”, expôs Júlio Leite.

No histórico, dos 14 anos de participação no PAA, promovido pela Conab, as entregas de alimentos gerados nos perímetros da Coderse promoveram mais de 150 mil benefícios. Por um lado, pessoas em vulnerabilidade social receberam os alimentos pelo período médio de um ano e em quantidades que atendem uma dieta alimentar diária. Do outro, os agricultores irrigantes foram remunerados em cerca de R$ 13 milhões pelo cultivo desses produtos, na soma de todas as propostas aceitas e com entregas concretizadas.

O técnico da Diretoria de Irrigação da Coderse, Sandro Prata, informou que o prazo para a entrega das propostas à Conab terminou no dia 30 de junho. Para ele, a edição 2023 do PAA tem uma tabela de preços pagos pelos produtos bastante atrativa para o produtor. Sandro afirmou ainda que tem expectativa de que a Conab vá aceitar um número de propostas de associações maior do que já ocorreu em qualquer um dos anos anteriores.

“Estão sendo pesquisados os preços praticados na capital de cada estado. É uma remuneração com preços de mercado que melhora o escoamento dos produtores, garantindo preços justos, inibindo desta forma a ação dos atravessadores. Por ser uma comercialização periódica, geralmente quinzenal, e por um período fixo de meses, o agricultor pode planejar os plantios e colheitas, tendo ainda mais retorno ao investimento e trabalho na lavoura”, considerou Sandro Prata.

Canindé
Produtor irrigante do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé, Ozeias Beserra participa da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai). O grupo de 22 agricultores é autor de uma das propostas originadas nos perímetros e propôs a entrega de 78 toneladas de alimentos, a partir de remuneração total de R$ 555 mil. A ideia é fornecer alimentos pelo período de um ano e atender cinco mil pessoas assistidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município de Canindé. Segundo ele, a proposta contemplou alimentos que possam ser entregues do início ao fim do projeto.

“Colocamos justamente as culturas que a gente consegue produzir em qualquer época do ano, que é o quiabo, o milho, a alface, a berinjela. Daí também entram as frutas: acerola, goiaba, maracujá”, listou Ozeias Beserra. A preocupação do PAA é a oferta de produtos frescos, in natura, e com valor nutritivo agregado, possibilitando a adoção de hábitos alimentares saudáveis às famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas.

Além da irrigação e a assistência técnica para produzir, os lotes recebem apoio para participar do PAA. “A Coderse nos ajuda com o projeto. O técnico Sandro Prata é quem faz o projeto. Se não fosse ele, a gente não conseguiria entregar a proposta, porque para fazer um projeto desse é complicado. E a empresa também disponibiliza um técnico para acompanhar e nos ajudar nas entregas”, completou Ozeias Beserra.

Batata-doce é alternativa de renda para agricultores atendidos por irrigação do Governo do Estado

Perímetro em Canindé tem potencial para expandir produção. Irrigação e assistência técnica fazem irrigantes superarem dificuldades do clima e solo

Produção de batata-doce gera renda ao irrigante e oportunidades de trabalho em Canindé [foto arquivo pessoal | Coderse]

“Minha batata-doce tem qualidade e o comércio dela aqui é procurado demais. Aqui não existe batata desse tipo. Eu tenho água boa, a manutenção está 100% e o solo é de primeira. Dessa batata aqui ninguém produz”, afirma o agricultor irrigante Gilson de Jesus . Em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, ele é atendido pelo Governo do Estado no perímetro irrigado Califórnia, onde tem água de irrigação e assistência técnica agrícola o ano todo.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) tem cinco perímetros irrigados com vocação agrícola. O Califórnia é o que mais depende da irrigação e apresenta mais dificuldade no plantio da batata-doce, em razão do clima semiárido e solos argilosos e rochosos. Mas com o mercado crescente do produto e o incentivo público dos perímetros, os agricultores que investem no cultivo não se arrependem.

“O produtor de batata tem moral. A batata tem valor, não é um tipo de plantação qualquer. Se eu disser que custa tanto, é tanto. E o freguês corre atrás. Não sou eu que corro atrás, não. A importância do perímetro Califórnia é ter água de sobra para a gente trabalhar. O que é importantíssimo. É a melhor coisa do mundo que eu acho aqui, pois água tem”, acrescenta Gilson de Jesus, que produz a batata-doce ourinho roxa, variedade com maior valor de venda. 

De janeiro a abril, o perímetro irrigado de Canindé produziu 172,2 toneladas da raiz. Enquanto nos outros perímetros do agreste e centro-sul, onde se produz há mais tempo, foram 5.783,2 t. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que a batata-doce é, hoje, o produto que mais é produzido na soma da produção dos perímetros (10,8 t em 2022) e a tendência é que este ano o saldo ainda seja superado. 

“Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A produção de batata-doce no Califórnia, se comparada a outros perímetros,  ainda é pequena e tem espaço para mais produtores aderirem ao cultivo. O alimento recomendado por nutricionistas para emagrecimento e preparo físico, tem um mercado bastante promissor”, considerou Júlio Leite.  

Gerente do Califórnia, Jonathan da Mota aponta que o perímetro irrigado é de grande importância para a região do alto sertão, pelo incentivo que o Governo do Estado proporciona para os produtores. “Garantindo o fornecimento de água, eles têm a confiança de fazer novos plantios, como no exemplo da batata-doce. A batata ourinho roxa é uma coisa nova aqui e que está dando certo. Uma batata de boa qualidade, escoada aqui para Sergipe e para os estados vizinhos, como Pernambuco, Bahia e Alagoas”, pontuou.

Passo a passo
Gilson de Jesus diz a receita para vencer as dificuldades que o solo e o clima apresentam para acomodar o plantio de batata-doce. “Eu passo o arado na terra, gradeio, o trator faz a leira, a gente remonta na enxada, e depois vem o plantio. A rama tem que ser de qualidade. Daí vem a adubação, com 20 dias, depois eu passo um inseticida para a praga não comer a batata e o processo é esse”, explica.

Todo conhecimento do agricultor com o produto vem de sua origem na capital sergipana da batata-doce. “Eu sou de Moita Bonita e trabalhei muito com batata. Vim para cá tentar a vida com ela e está dando certo. O solo é meio duro, mas com trabalho o cara consegue. A plantação está boa. Graças a Deus está de primeira qualidade. O cara tem que mudar a cultura para batata-doce, inhame, estar pronto para tudo”, reforça Gilson de Jesus.

Governador Fábio Mitidieri celebra 40 anos da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse)

Na solenidade, o governador destacou a importância da Coderse para Sergipe e o significado dessa data para a atual gestão estadual
Na solenidade, o governador destacou a importância da Coderse para Sergipe e o significado dessa data para a atual gestão estadual [Foto – André Moreira]

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O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, marcou presença na cerimônia em comemoração aos 40 anos da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). O evento aconteceu nesta quinta-feira, 15, na sede do órgão, localizada no bairro Novo Paraíso, Aracaju.

Durante a solenidade, o governador Fábio realizou a entrega de um monumento simbólico, representando as quatro décadas de serviços prestados pela Coderse. Além disso, foram prestadas homenagens aos funcionários mais antigos da empresa, aos ex-presidentes e outras autoridades presentes.

A instalação artística que compõe o monumento utiliza como elemento principal a perfuratriz PF-02 da Coderse, que, assim como a empresa, desempenhou papel fundamental na perfuração de poços em Sergipe ao longo de 40 anos.

Durante seu discurso, o governador destacou a importância da Coderse para o estado de Sergipe e o significado desta data para a atual gestão do governo. “Essa companhia tem um papel essencial, pois desenvolve um trabalho para proporcionar melhor qualidade de vida para a população, por meio da irrigação de experimentos agrícolas e do fornecimento de água para aqueles que mais necessitam”, disse.

Fábio Mitidieri também compartilhou os planos do governo para a Coderse nos próximos anos, com o objetivo de agilizar suas ações e buscar mais recursos e investimentos para torná-la ainda mais relevante no cenário estadual. 

“Nossa prioridade também é seguir trabalhando para dar ainda mais agilidade às ações da companhia, captando mais recursos e investimentos para que ela possa ser ainda mais relevante em nosso cenário estadual. Não tenho dúvidas que dessa forma vamos fazer com que ela seja cada vez mais presente nos municípios, recuperando sua pujança e reoxigenando-a, recuperando seu papel de destaque e impulsionando o desenvolvimento do estado e é isso que estamos fazendo. Tenho certeza que a Coderse continuará fazendo com que nosso estado cresça cada vez mais com o apoio do nosso governo, do secretário Zeca e do presidente Paulo”, ressaltou o governador.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, expressou sua alegria e satisfação por comemorar os 40 anos da empresa que carrega uma grande importância para a agricultura sergipana. “A Coderse trabalha pelo pequeno produtor rural, pela agricultura familiar, que também é o foco da nossa gestão. Toda essa confraternização reflete o momento atual que a Coderse vive, um momento de rejuvenescimento, pois é uma empresa que tem recebido diversos recursos, e com isso estamos podendo ampliar o seu leque de atuação. Pelas mãos da Coderse conseguimos colocar alimento na mesa das pessoas e os produtores conseguem produzir milhões de toneladas durante esses anos. Vamos seguir fortalecendo a empresa, valorizando os funcionários. Eles, especialmente, estão de parabéns, que são quem fazem a empresa. Parabenizo também o presidente Paulo Sobral que está à frente. Seguiremos a orientação do nosso governador, fortalecendo, dando autoestima ao servidor, ampliando o leque de atuação da Coderse”.

O novo momento vivenciado pela companhia também foi destacado pelo presidente, Paulo Sobral. “São 40 anos de muita história, e tenho o privilégio de fazer parte dessa trajetória, acompanhando as mudanças ao longo desse período, desde quando ainda era Cohidro. E com essa última mudança ampliou as ações da empresa para o homem e a mulher. É muito importante a gente festejar esse dia e homenagear quem faz essa empresa, que são os funcionários, os diretores, os presidentes que passaram por aqui nesse período. Esta é uma empresa de fundamental importância para o desenvolvimento da agricultura sergipana. E nessa gestão, Fábio continua dando total apoio à Coderse, valorizando a empresa e o funcionário”, destacou.

Coderse
Autorizada pela Lei 2.410 (14 de março de 1983), instituída pelo Decreto 5.718 (13 de abril de 1983 e registrada no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica em 9 de junho 1983; a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), ente público vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), se consolidou, ao longo de 40 anos de existência, como referência em irrigação pública e perfuração de poços no estado.

A perfuração de poços é uma das atividades mais importantes da Coderse, pois leva água de qualidade e em maior quantidade à população sergipana. Esta ação é utilizada não apenas para o abastecimento humano, mas também na irrigação, aquicultura, piscicultura e dessedentação animal.

As equipes e máquinas da empresa pública já superaram a marca dos quatro mil poços perfurados ao longo desses 40 anos. Assim, oferece ao trabalhador do campo uma melhor condição de vida, evitando o êxodo rural.

A companhia contribui também para a redução da mortalidade infantil provocada por doenças de veiculação hídrica. Com a atuação da Coderse o estado de Sergipe recebeu um prêmio da UNICEF por produzir modificações saudáveis nos hábitos higiênicos e sanitários das famílias atendidas por esses sistemas.

A Coderse administra seis perímetros irrigados responsáveis pela produção de alimentos variados e que estão localizados nos municípios de Areia Branca, Canindé de São Francisco, Itabaiana, Lagarto e Malhador, Riachuelo e Tobias Barreto, ocupando uma área total de mais de 12 mil hectares.

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Perímetros irrigados apresentam expressiva produção de amendoim para o período junino

Mais da metade do que se colheu nos primeiros quatro meses do ano já foram produzidas nesse mês de junho

Agricultor irrigante Luciano Oliveira [Foto: Arthuro Paganini]

No atual período junino, a produção de amendoim apresentou ligeira evolução no que diz respeito à quantidade produzida nos perímetros irrigados no estado. Importante e tradicional iguaria, o amendoim verde cozido é reconhecido há dez anos como patrimônio imaterial de Sergipe. Ao todo, tanto nas áreas de sequeiro como nas áreas irrigadas, são 38 municípios responsáveis pela produção estadual. 

Os cinco municípios maiores produtores são Itabaiana, com cerca de 25,5% de toda a leguminosa do estado; Malhador; Lagarto; Areia Branca e Moita Bonita. Juntos, eles representam mais de 50% de todo o amendoim produzido no estado. De acordo com o último Perfil Agrícola publicado pelo Observatório de Sergipe, a produção estadual foi de 1,5 mil toneladas por ano, em uma área de 820 hectares.

A maior parte do amendoim sergipano é produzida nos perímetros irrigados administrados pelo Governo de Sergipe. Ações realizadas pela gestão estadual, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e sua vinculada, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), garantem irrigação nas lavouras e, consequentemente, uma produção favorável o ano inteiro. 

Entre janeiro a abril de 2023, a produção de amendoim in natura nos perímetros foi de aproximadamente 195 toneladas, em lavouras que ocuparam uma área de 89 hectares. Isto ocorreu nos perímetros irrigados Poção da Ribeira (Itabaiana e Areia Branca), Piauí (Lagarto) e Jacarecica I (Itabaiana), administrados pelo Governo de Sergipe.

O presidente da Coderse, Paulo Sobral, explica que já se produziu em junho mais da metade do que se colheu nos primeiros quatro meses do ano. “No levantamento feito por uma equipe de técnicos, a produção esperada nos mesmos perímetros irrigados para o atual período junino é de 110 toneladas de amendoim em casca, dentro de uma área de 48,6 hectares a ser colhida”, explica. 

Esse feito deixa os produtores sergipanos muito satisfeitos, como é o caso do agricultor irrigante Luciano Oliveira. Luciano aproveita a irrigação fornecida pela Coderse, no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, para plantar duas culturas. “No espaço entre as espaldeiras do maracujá, eu planto o amendoim. Assim, tenho duas colheitas em um só espaço de terra”, comemora o produtor.

O amendoim tem ciclo curto de cultivo, em torno de 70 dias. Ele fica pronto para colher antes que a ramada de maracujá cubra a área, entre uma linha e outra, e se torne impossível o plantio e o manejo de mais uma plantação. Dessa forma, o produtor agrícola promove o cultivo consorciado, uma opção prática para quem tem a garantia da irrigação fornecida durante o ano inteiro.

O resultado positivo da safra também é comemorado pelo secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva. Ele destaca que o amendoim verde cozido é uma deliciosa iguaria que tradicionalmente é apreciada nos festejos juninos, e que representa uma importante fonte de renda para os produtores sergipanos. “Essa produção positiva é sinal de que não vai faltar o amendoim cozido em nossos festejos”, pontua Zeca.

O produtor Antônio Braz de Souza, mais conhecido como Toinho, está otimista com a venda do amendoim que produz no povoado Brejo, município de Lagarto. “Além de plantar, também compro o amendoim de outros produtores, cozinho e vendo para feirantes aqui de Lagarto, Simão Dias e Malhador”, disse o agricultor, que espera colher 500 sacos do produto na próxima semana, para os festejos de São João deste ano. “Graças a esse sistema de irrigação, temos amendoim o ano inteiro, de inverno a verão”, celebra. 

“Se não fosse a irrigação promovida pelo governo, não conseguiríamos produzir no verão no perímetro Piauí. É uma ajuda cem por cento bem vinda”, confirma o agricultor Renilson de Jesus Araújo, de 35 anos, que afirma se orgulhar de ser produtor rural desde que se entende por gente. “Além do amendoim, planto batata, milho, maracujá e repolho. Neste ano já colhi todo o meu amendoim, que me rendeu cerca de sete mil quilos. Agora é esperar o mês de setembro chegar, pra plantar novamente”, observa Nicinho, como é mais conhecido na região.

Convênio entre governos federal e estadual leva incentivo e inovação ao perímetro irrigado de Canindé

Até agora, 93 irrigantes da Coderse receberam doações de produtos de inovação agrícola e pecuária pelo ‘Lagos do São Francisco’. Programa tem vigência até 2024.
O gerente do Califórnia, Jonathan da Mota e o técnico agrícola da Coderse no ‘Lagos do São Francisco’, Joaquim Ribeiro, entregam sementes de milho e sorgo à irrigantes do perímetro irrigado [Foto: Coderse]

Com o objetivo de ofertar alternativas tecnológicas e incentivar o aparecimento de novos empreendedores em áreas de influência das represas do rio São Francisco, o projeto ‘Lagos do São Francisco’ reúne os esforços da Embrapa, Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), em convênio com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Sergipe tem como beneficiários produtores rurais dos municípios de Canindé de São Francisco, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo.

Perímetro Irrigado que se estende por 333 lotes agrícolas em Canindé, o potencial produtivo do Califórnia está sendo levado em conta para que os agricultores irrigantes recebam incentivos e tenham acesso às inovações agrícolas e ambientais do projeto ‘Lagos do São Francisco’. Em 2023, os produtores do perímetro estadual já receberam sementes de milho; sorgo; tomate e seus insumos; mudas de goiaba resistentes à doença do nematoide; ração e pintos da raça rústica de galinha Canela Preta.

Pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE) e coordenador do ‘Lagos’, o engenheiro agrônomo Rebert Coelho informou que o projeto continuará a ser executado em Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco até janeiro de 2024. Ele explicou também que para a escolha dos produtores rurais participantes, são consideradas a aptidão, experiência e a estrutura disponível para levar adiante os sistemas de produção incentivados com as inovações.

“Em Canindé temos um agricultor com experiência na produção de goiaba (no perímetro Califórnia) para introduzir a variedade BRS Guaraçá, que mistura características da goiaba com araçá, é resistente à praga do nematoide e foi desenvolvida pela Embrapa Semiárido. Para distribuição dos pintos da raça Canela Preta, em Canindé, raça rústica difundida pela Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI), foi necessário selecionar produtores rurais que tenham cercado de tela. Criadas soltas, não trariam o resultado esperado”, justificou Rebert Coelho.

Produtor irrigante do Califórnia, Jair da Silva recebeu do ‘Lagos do São Francisco’, 100 mudas da BRS Guaraçá e da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada da Seagri, que administra o perímetro irrigado de Canindé e ganhou 500 metros de mangueira de irrigação localizada, para implantar o novo pomar. “Eu já tenho uma área de goiaba produzindo e estou aumentando o plantio. Já que eu ganhei essas mudas, creio que em torno de uns oito meses elas já vão estar produzindo, essa é a expectativa. Eu vendo aqui para os feirantes e para Itabaiana. É uma plantação boa”, afirmou.

No perímetro Califórnia, além de Jair da Silva, o também irrigante Valmir Matos recebeu outras 200 mudas de goiabeiras. Lá ainda foram distribuídos pelo projeto 420 kg de sementes de milho BRS Gorutuba (Embrapa Milho e Sorgo), beneficiando 42 famílias de irrigantes; 480 kg de sementes de sorgo BRS Ponta Negra (Embrapa Milho e Sorgo), para 48 produtores; 160 pintos Canela Preta e oito sacos de ração inicial, beneficiando oito famílias, com produção de ovos e carne. Três mil sementes de tomate e 150 kg de adubo foram doados para o também irrigante Ozeias Bezerra. Em agosto, quando chegarem as lonas mulching, cedidas pelo ‘Lagos do São Francisco’, ele vai iniciar a lavoura de tomate.

“Eu já plantei tomate umas três vezes. A gente não semeou ainda por conta do período chuvoso. Vou fazer as mudas em julho e em agosto estaremos plantando no campo. Tomate nessa quantidade aqui em Canindé tem saída, porque é para o PAA, tem o PNAE, tem os feirantes. As três mil sementes vão dar, aproximadamente, 600 caixas. É um bom incentivo para o produtor mudar um pouco de cultura, deixar de plantar só quiabo”, contou o irrigante Ozeias. Ele está sendo orientado pelo técnico agrícola da Coderse, Joaquim Ribeiro, indicado pela Seagri para atuar no ‘Lagos do São Francisco’, em Canindé.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite comemora o incentivo garantido pelo projeto, que já atendeu 93 irrigantes. “É muito gratificante saber que os nossos produtores estão tendo acesso a essas sementes e insumos, que são fruto das pesquisas de vários polos da Embrapa, às vezes até antes deles chegarem ao comércio. Não é por menos, os irrigantes têm toda a condição técnica para prosperar com essas inovações. Recebem a irrigação fornecida pelo Governo do Estado, a assistência agrícola e a assessoria em agronegócio dos técnicos da Coderse”, pontuou.

Irrigação localizada
Gerente do perímetro Califórnia, Jonathan da Mota, reforça a importância dos 35 kits de irrigação distribuídos para os irrigantes. Eles são para a adoção da irrigação localizada (gotejamento ou microaspersão), que é mais econômica do que a aspersão convencional. “Os kits de irrigação foram doados não só para esse produtor de goiaba, mas para diversos produtores aqui do perímetro. Essa ação serve para renovar o plantio dos agricultores e também dá uma assistência melhor. A Coderse vem desenvolvendo esse serviço na parte de doação, justamente para que eles tenham um incentivo para a produção. Tanto da parte de frutíferas, quanto da parte de hortaliças”, concluiu.

Agricultores dos perímetros irrigados devem colher quatro milhões de espigas de milho verde no período junino

O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde
Secretário da Agricultura, Zeca da Silva, visita produção de milho em Canindé, ao lado do produtor José Marcos [Foto: Vieira Neto]

Não é exagero dizer que o milho verde é o grande protagonista das comidas típicas dos festejos juninos. E este ano não será diferente, com a expectativa de colheita de quatro milhões de espigas pelos agricultores dos perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado de Sergipe. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) o resultado do plantio supera a produção do ano passado, que foi de 2,8 milhões de espigas.

O secretário da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, pontuou que a expectativa de produção é feita pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Seagri que administra os perímetros públicos irrigados, nos perímetros de Canindé de São Francisco, Lagarto e Itabaiana. Neles, foram plantados 127,5 hectares dos lotes irrigados para a colheita de milho verde. “O levantamento da produção leva em conta as médias de produção nos três perímetros irrigados, que variam entre 26 mil a 40 mil espigas por hectare”, explica.

O agricultor já consegue colher os benefícios do resultado da produção em alta. Para José da Silva Andrade, irrigante do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a vantagem de plantar milho verde é poder realizar a colheita fora de época, por um preço satisfatório. “Não são todos que conseguem ter isso. Nós conseguimos e para nós que somos produtores é muito bom”, comemora.

No perímetro Califórnia, em Canindé do São Francisco, o produtor José Marcos explica que a produção do milho irrigado tem colheita semanal com venda garantida para além das fronteiras estaduais. “O comércio do produto irrigado alavanca a economia do município e da região, e essa produção só é possível com a irrigação porque aqui no alto sertão temos longos períodos sem chuvas”, destacou.

Além de ingrediente essencial dos deliciosos pratos como canjica, pamonha, o milho é também usado para silagem, para alimentação de animais, ou, como resume o produtor do perímetro irrigado Piauí, no Povoado Brejo, Matheus Santos Jesus, “ele serve para tudo”. O produtor revela que, graças à boa irrigação, é possível plantar e colher o ano todo, sem depender da chuva. “A gente pode ter a colheita, render, agregar um valorzinho, porque tem épocas que só tem a gente e isso sempre é bom”, diz o agricultor.

Outros agricultores estão colhendo a roça de milho pela primeira vez este ano. Helenilson Santos, produtor irrigante do perímetro Irrigado Piauí, Lagarto, colheu recentemente sua primeira roça e já faz a contagem para a próxima colheita, em junho, de cerca de duas mil espigas. Santos tem planos de vender sua produção para comerciantes vizinhos, das quitandas de beira de rodovia. “Tirei as espigas verdes para o comércio local e agora estou fazendo o silo para vender para ração animal. Eu sempre vendo o milho verde e depois faço silo com a folhagem que fica ou passo o trator por cima das palhas, para correção e proteção do solo”, comenta o produtor. Segundo ele, os dois principais motivos do aumento da safra foram o tempo favorável e os insumos bem mais baratos em relação ao ano passado.

Para o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o crescimento da produção de milho verde está diretamente relacionado ao aumento da demanda. “Nos perímetros irrigados, a água não está faltando para o irrigante plantar e colher até mais de uma vez antes de chegar o período junino. Para atender a demanda que cresceu. Tem uma extensa programação festiva na capital e no interior, do Governo do Estado, dos municípios e assim são muitos dias para comemorar os santos juninos, o que pede mais e mais milho verde”, analisou.

Mais uma vez, a produção de milho verde nos perímetros irrigados irá beneficiar famílias de produtores, e estará presente em abundância nas nossas festas juninas. “O resultado da colheita é bom para o produtor, que melhora a renda familiar, e também para a população, que pode saborear os deliciosos pratos à base de milho verde, como a canjica, pamonha, bolos ou mesmo o milho cozido ou assado”, finaliza Zeca.

Última atualização: 14 de julho de 2023 11:17.

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