Agricultores devem colher 2,8 milhões de espigas de milho verde irrigado no período junino

A estimativa de produção de espigas para as festas deste ano supera em torno de 300 mil unidades à colheita de 2021

[foto: Vieira Neto]
O milho verde é cultivado o ano inteiro nos perímetros públicos de irrigação do Governo do Estado de Sergipe, mas nas festas juninas ganha um destaque especial na cozinha, devido à grande demanda pelo incremento no consumo in natura, cozido ou assado, servindo de base para a canjica, pamonha e bolos, o que leva também ao aumento na produção.

Segundo dados da Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca, em quatro dos seus seis perímetros irrigados – Califórnia, Jacarecica I, Jacarecica II e Piauí – são esperados 2.847.200 unidades de espigas colhidas até o final de junho. O Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita, com 1.158.000 espigas para o período junino.

O secretário de estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, está otimista com a produção de milho verde nas áreas irrigadas que, segundo ele, somada à produção para forragem e para comercialização do grão, consolida o cultivo de milho em Sergipe. “Estamos vivendo dois momentos importantes: o da colheita do milho verde para os festejos juninos, com safra superior ao ano passado; e outro momento de início do plantio para produção do grão nas áreas de sequeiro, com estimativa superior a 740 mil toneladas. A consolidação dessa cultura é resultado do esforço dos produtores na aplicação correta das tecnologias e o apoio decisivo do Governo Estadual para os pequenos, médios e grandes produtores”, destaca o secretário.

O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, ratifica o otimismo na produção de milho verde nos perímetros irrigados administrados pela empresa pública. “Mesmo com alta nos preços dos insumos, a expectativa do irrigante é a de que estas festas juninas superem, em muito, as dos dois anos anteriores, quando tinha o isolamento social da pandemia. Por isso que a nossa estimativa de produção de espigas para as festas deste ano supera em torno de 300 mil unidades à colheita de 2021”, reforça.

O presidente ainda informa que, caso as espigas não sejam comercializadas, não há perdas nas lavouras de milho. “Se não vender as espigas, o irrigante tem comércio para vender a produção em forma de forragem para a pecuária ou então produzir o milho em grão, que também está com um preço ótimo de mercado. A Cohidro fornece água de irrigação e assistência técnica, o que reduz os custos de produção para este agricultor”, concluiu Paulo Sobral.

Um dos exemplos de boa colheita vem do agricultor Jackson Simões Fontes, do Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto. Ele é filho de agricultores e sempre trabalhou com o cultivo irrigado. Hoje, em sua terra, tem reservadas duas tarefas exclusivas para o milho verde. “A colheita de milho e amendoim é certa todos os anos. Ano passado, colhi 7 mil espigas e, agora em 2022, estou fazendo experiência com duas variedades diferentes e espero colher, no mínimo, 10 mil espigas. Também tenho uma tarefa de amendoim”, diz o produtor. O gerente do perímetro Piauí, mantido pela Cohidro, Gildo Almeida, informou que a previsão é produzir 579 mil espigas em todo o perímetro neste ano, numa área equivalente a 18,1 hectares.

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe

Tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor

Ainda em outubro do ano passado, animados com os resultados positivos do combate à pandemia do coronavírus, os plantadores de amendoim, que recebem água e assistência técnica agrícola nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe, retomaram os plantios. Esses agricultores irrigantes apostavam em um 2022 promissor para o turismo e lazer, setores que em Sergipe absorvem boa parte da produção de amendoim cozido, escoando praticamente todas as safras dos produtores.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, nos meses de março e abril deste ano, mais de 20 produtores colheram o amendoim, aproveitando o bom preço do período de entressafra nas lavouras de sequeiro.

O ano de 2021 terminou com a colheita de 905 toneladas nos cinco perímetros de aptidão agrícola da Cohidro. Mas a tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor.

“Neste período ele [o amendoim] está favorável. As colheitas aqui estão dando sempre de boa qualidade ultimamente e o preço agora está de R$ 30 a medida [balde de 12 litros], saindo da roça e já abatido o custo com a mão de obra da colheita. Toda semana está acontecendo a colheita do produto”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

No perímetro de Lagarto, de janeiro a dezembro de 2021, foram colhidas 144 toneladas, montante que deve ser superado, fazendo referência a produção dos três primeiros meses de 2022 que somam 47,5 ton.

Renilson de Jesus é irrigante no perímetro Piauí e há mais de um mês vem fazendo a colheita do amendoim plantado. As colheitas das suas lavouras geram mão de obra para dez pessoas por vez, além do irrigante.

O agricultor explica que, para ele, o período bom para produzir é fora do inverno, quando na região Nordeste tem chuvas escassas e só colhe quem possuir irrigação. Há dez anos produzindo amendoim, Renilson colhe até quando a produção da agricultura de sequeiro começa a chegar ao mercado.

“Eu pretendo plantar de novo só no final do inverno. Esse período é bom de produzir, mas, o preço fica mais barato. A partir de agora muitas pessoas plantam fora de irrigação, aproveitando as chuvas do inverno. A escolha do amendoim, no caso do período irrigado aqui, é por dar mais um dinheirinho. Porque o pessoal só planta irrigando mesmo”, salienta Renilson.

Cohidro mobiliza funcionários da capital e interior para exames clínicos anuais

Todos fazem exames de análise laboratorial básicos. Profissionais com exposição a riscos, fazem exames complementares específicos.

[foto arquivo pessoal]
Desde março, os funcionários da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) estão mobilizados na realização de exames de saúde básicos, complementares e as consultas médicas em cumprimento às Normas Regulamentadoras (NRs), para atualizar as suas informações quanto à saúde do trabalho do quadro funcional e emissão dos Laudos Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCATs) das unidades, na capital e interior, da empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Na sede em Aracaju e nos perímetros irrigados já foram feitos os exames e na sequência serão realizadas as consultas para emissão dos laudos. Funcionários do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, que fizeram os exames na quarta-feira (20).

Joventino Gomes, que trabalha na perfuração de poços, fez o exame radiografia e acredita que trabalha com mais tranquilidade ao saber da preocupação da empresa em saber do seu quadro de saúde. Da mesma forma que, para ele, são exames de rotina que uma hora ou outra teriam que fazer a pedido de algum médico. “Achei uma economia, uma coisa útil para todos nós. Que vamos precisar fazer exame e fazendo aqui na empresa é bem melhor para a gente”, avaliou o funcionário da Cohidro. Todos os funcionários alocados na sede fizeram a coleta de amostras de sangue, fezes e urina. Já os funcionários e os que estão em ambiente de maior risco, como Joventino, também já realizaram exames de radiografia, espirometria ou audiometria.

Trata-se de uma rotina anual que faz parte do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da Cohidro e se dá através da realização de exames médicos periódicos. O Trabalho da equipe de saúde contratada só será concluído com a emissão dos Atestados de Saúde Ocupacional (ASOs) de todos os trabalhadores, a partir da realização de consultas médicas, com base nos exames. O que muda, neste ano, é que todo o resultado do processo será lançado no sistema do eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, que a Cohidro se encontra em conformidade e por isso, em menos tempo vai retornar a emissão dos LTCATs.

A técnica da Divisão de Saúde e Segurança do Trabalho (Dissa), Jéssica Morgana informou que os exames nos perímetros começam por Lagarto, onde também fizeram o pessoal alocado em Tobias Barreto, e dos perímetros de Itabaiana, junto dos funcionários do escritório em Malhador. “Serão realizados exames periódicos básicos e complementares. A realização dos exames periódicos se dá em atendimento a NR-07, que trata da implementação, nas empresas e instituições, do PCMSO. A norma tem por objetivo, justamente, a preservação da saúde do conjunto dos colaboradores, em todos os ramos de atividades. Já concluímos a primeira etapa de exames da sede e em breve daremos início as consultas médicas para emissão do ASO. Todos os funcionários passarão por consulta para emissão deste atestado”, completou.

Diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Jean Nascimento, avalia como boa a receptividade dos funcionários à realização dos exames. “O investimento em saúde dos funcionários, não só cumpre as NRs, como se preocupa em identificar problemas e preservar danos maiores à saúde do indivíduo. Abrindo a possibilidade de tratamento clínico. Além do aspecto humano, de tratar bem o funcionário; existe o retorno financeiro para a empresa, quando evita os afastamentos e custo com reposição de pessoal e treinamento. Essa foi mais uma conquista que conseguimos junto com esta Diretoria Executiva para os servidores, atendendo também ao pleito do Sindisan (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água) e da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)”, declarou.

39 anos Cohidro: serviços priorizam permanência e produção no campo beneficiando os sergipanos

Dia 13, comemoram 403 servidores, 14 mil beneficiários dos perímetros, 3.500 empregados no Platô de Neópolis e população rural atendida por poços e barragens

[foto: Fernando Augusto]
Uma empresa jovem, mas que se orgulha dos seus quase 40 anos de serviços prestados à população sergipana. O sentimento resume o que pensa quem faz a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que completa 39 anos de criação neste dia 13 de abril. Seja perfurando e instalando cerca de 4 mil poços para a captação de água subterrânea; utilizando, fornecendo ou recuperando barragens de grande a pequeno porte para abastecimento humano, dessedentação animal e irrigação. Nos perímetros irrigados estaduais, 1.804 lotes agrícolas recebem água para a produção que superou 90 mil toneladas em 2021. Já no Platô de Neópolis, administrado por concessões públicas da Cohidro, a produção média anual é de 370.000 toneladas. E o investimento continua, o programa estadual Pró-Campo prevê R$ 15,3 milhões em ações que passarão pela companhia estadual a partir deste ano.

Ozeias Beserra é um dos agricultores irrigantes de Canindé de São Francisco assistidos pela companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Para ele, é importante a parceria que a Cohidro tem com os produtores. “Aqui, no Alto Sertão de Sergipe, ela vem nos dando água o ano todo. Também prestando assistência técnica aos pequenos produtores, para que produzam seu alimento”, acrescenta. No Perímetro Irrigado Califórnia, há 35 anos em atividade, o esforço da empresa pública é em manter a estrutura funcionando. Para isso, recuperou quatro estações de bombeamento (EBs) e tem do Pró-Campo o sinal verde para investir nas duas restantes. “Nós sabemos da dificuldade, mas são em todas as áreas. Mas é muito importante o apoio da Cohidro e do Governo do Estado aqui para o Califórnia. Se não fossem eles, a ajuda e parceria que a gente tem, nós não teríamos este resultado”.

São R$ 981.515,83 do Pró-Campo destinados para a recuperação da estrutura civil e mecânica das EBs 05 e 07, do Califórnia, e 02 do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. Para o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a empresa pública vai completar seus 40 anos, em 2023, já com uma cara nova. “O volume de investimentos que a Cohidro está protagonizando agora, quando completamos 39 anos, é provavelmente o maior desde que cinco, dos seis perímetros irrigados, foram entregues em 1987. E vai muito além dos perímetros de irrigação. São cerca de R$ 16,5 milhões entre Pró-Campo e emendas parlamentares para perfuração ou recuperação de poços e sistemas de abastecimento de água no campo. Ao mesmo tempo em que há a previsão de recuperarmos 1.021 barragens de terra, em regiões em situação de emergência pela falta de chuvas. Trabalho que iniciou na Barra da Onça, em Poço Redondo”, informou.

“O investimento nos perímetros é necessário, para que a história de sucesso, na produção de alimentos e geração de renda tenha continuidade. Mais da metade dos produtos da cesta básica de Aracaju, a mais barata do Brasil, tem influência direta nesta produção”, avaliou o diretor de irrigação da Cohidro, João Fonseca. “Fizemos um esforço extra para que os recursos próprios pudessem, além de manter o funcionamento, fazer a revitalização das EBs. E, agora, o Pró-Campo vem dar este fôlego extra para concluirmos este trabalho”, avaliou o diretor Administrativo e Financeiro da empresa, Jean Nascimento. “Sem dúvida, será nos sistemas de abastecimento e barragens o maior volume de investimentos recebidos do Pró-Campo, ampliando esta nossa atuação de levar água e dignidade às famílias que vivem e produzem no campo”, acrescentou a diretora de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Elayne de Araújo.

Orgulho
Assistente administrativa da Cohidro, Luciene Pinto, guarda de cabeça a data de sua admissão na empresa: 04 de julho de 1983. “Eu me sinto mais que orgulhosa fazendo parte desta empresa. Porque, para mim, não é só um trabalho. Ela é minha mãe, é quem me deu tudo, minha casa, pude criar meus filhos, tudo. E acredito que ela cresça ainda mais daqui para frente. Até porque nós hoje temos um grupo especializado que tem dado muito resultado em poços e nos perímetros irrigados,” avalia.

Para o administrador Ceciliano Gama, é importante comemorar os resultados obtidos nesses 39 anos. “É uma empresa estadual de vital importância à sociedade, com seus perímetros irrigados, produzindo hortifrutigranjeiros. E seus poços tubulares, levando água de qualidade aos mais carentes, evitando assim a mortalidade infantil e o êxodo rural. E, hoje, eu sou o que sou, graças a essa gloriosa empresa, e me sinto orgulhoso em fazer parte dela”, ressalta o também funcionário.

Governo do Estado reforça assessoria técnica para irrigantes participarem do Alimenta Brasil

Projetos de aquisição de alimentos diminuem a vulnerabilidade social e ampliam a geração de renda no campo, comprando do produtor por preços acima do mercado

[foto: arquivo pessoal]
O saldo é de 4,2 mil toneladas de alimentos doados para alimentar, pelo período médio de um ano, 155.701 pessoas em insegurança nutricional, movimentando mais de R$ 10,6 milhões, pagos nas 1.693 participações de agricultores irrigantes dos perímetros do Governo do Estado. Isso ocorreu nos 14 anos em que eles forneceram produtos ao antigo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade ‘Doação Simultânea’. Em 2022, estes produtores rurais atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) nos perímetros, estão recebendo atenção extra da Gerência de Agronegócios da empresa para adequar e enviar novas propostas de participação ao novo programa federal Alimenta Brasil.

O gerente-técnico Sandro Prata auxilia na regularização das associações e cooperativas formadas nos perímetros irrigados da Cohidro e as assessora para formular e honrar as propostas feitas ao programa federal. Mas no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, ele agora conta com o reforço dos técnicos em agropecuária Anildo Caldas e Jackson Ribeiro, com experiência nestes projetos após passagem pelas empresas de desenvolvimentos Sustentável (Pronese) e Agropecuário (Emdagro) do Estado de Sergipe, que como a Cohidro, são vinculadas à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Na última semana, eles se reuniram com toda a assistência técnica daquele perímetro de Lagarto. Lá, duas associações já forneceram alimentos ao programa federal e uma terceira associação está sendo formada para atender outra parcela dos 421 agricultores com lotes atendidos com irrigação pública.

“O objetivo da reunião foi esclarecer que o sistema CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) ainda está em período de testes e que as DAPs (Declaração de Aptidão ao Pronaf) feitas agora, ainda serão válidas por dois anos. E já que eles estão concluindo a formalização da uma nova associação, nada melhor que ter a DAP jurídica para poder participar das propostas neste ano”, argumentou Sandro Prata. Ele destaca que em Lagarto, eles têm a mobilização extra de organizar a Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP) para fornecer alimentos a partir de recursos ainda liberados em 2021, conforme os critérios propostos no ranqueamento das propostas em todo estado.

O presidente da Appip, Antônio Cirilo Amorim, considerou válido o reforço dado à assistência e assessoria técnicas nos projetos para os programas de aquisição de alimentos. “O homem do campo precisa trabalhar com a presença dos técnicos no dia a dia na sua roça. Então, precisa sim. Depois dessa pandemia, as coisas mudaram muito. Então, precisávamos de mais apoio dos técnicos da Cohidro na nossa lavoura. Em relação ao Alimenta Brasil, nós estamos tentando enviar uma proposta para ir para a Conab. Eu tenho certeza que a gente vai poder participar desse alimenta Brasil, o que para nós é uma grande alegria, poder fazer uma nova renovação na associação, junto com a Cohidro. Porque a gente tem esse apoio da Cohidro aqui, graças a Deus, e vamos colocar o agricultor para trabalhar novamente. Uma proposta sempre faz o agricultor se renovar”.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, orienta que o irrigante deve procurar os seus escritórios locais, para ser assessorado a participar dos programas de aquisição de alimentos. “Seja uma entidade formal, informal ou participação individual, existem técnicos aptos para orientar a regularização da documentação, que dá credencial para a participação. A elaboração das propostas, que é onde o produtor diz o quê, quando e quanto ele pode fornecer de alimentos para a ‘doação simultânea’. Em alguns desses programas, a associação também tem que dizer para que entidade irão doar; item que exige atenção redobrada ao fazer o projeto. Sendo aceita a proposta, o produtor conta com a ajuda da Cohidro para organizar a sua produção para cumprir o cronograma de entregas, na mobilização para as entidades receberem, na prestação de contas e no recebimento do pagamento pelos produtos”.

Antônio Cirilo ainda destacou que os projetos de ‘Doação Simultânea’ estimulam a atividade da Agricultura Familiar. “O agricultor não parou de trabalhar, mas não tem essa alegria que tinha antes dos projetos, porque neles a gente já trabalhava com venda garantida. É totalmente diferente, você já plantou sabendo para onde vai colocar. E outra coisa é você plantar para se aventurar no mercado, o atravessador leva tudo”, desabava o irrigante do perímetro Piauí. “Todas as propostas do ano anterior ainda estão em aguardo de recursos. Vamos insistir em elaborar mais propostas para este ano, conforme liberação do sistema e recursos do Governo Federal. Temos também uma nova associação em nosso perímetro irrigado em Malhador. Os representantes querem nossa ajuda para fazer as propostas deste ano”, completa Sandro Prata.

 

Cresce demanda por pimenta habanero e anima agricultores irrigantes de Lagarto

Pipericultores são assistidos pela Cohidro e têm contratos de venda com indústria local

[foto: Fernando Augusto]
A pimenta habanero é originária do México e tem, em média, o dobro da ardência da brasileiríssima malagueta comum. Seus frutos são maiores, ovalados mas assimétricos, pelas rugosidades no seu formato. Estão prontos para colher por volta de 110 dias após o plantio das mudas, quando ficam nas cores vermelha, laranja ou marrom. Estas duas espécies, além da Jalapeno e da pimenta biquinho, são produzidas no Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado em Lagarto. Um aumento na procura pela habanero, da parte da indústria de molhos de pimenta, tem animado os agricultores assistidos com água de irrigação e assistência técnica em seus lotes no perímetro. A produção da habanero em 2021 foi considerada boa, quase 82 toneladas (ton.) e neste ano tende a aumentar com o incentivo dado a estes produtores pelo mercado.

No perímetro Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a malagueta continuou sendo a mais produzida (120 ton.) no último ano, seguida da jalapeno (95 ton.) e da biquinho (75 ton.), a de menor produção e ardência, que é beneficiada e tem seus frutos vendidos inteiros em conserva. Os preços por quilo ofertados pela indústria, não são proporcionais ao grau de ardência, no caso da habanero (R$ 3) e da malagueta (R$ 4), e da sua outra variedade menor e de ardência mais acentuada, a malaguetinha (R$ 8). Quanto menor a pimenta, maior é o grau de dificuldade de colheita e custo de mão de obra. Por conta do manejo mais facilitado, qualquer melhora na demanda e no preço da habanero ou jalapeno, que o fruto ainda é maior, ou da biquinho, é motivo para passar a investir mais nestas espécies.

Segundo os dados levantados pelos técnicos da Cohidro em Lagarto, a habanero ocupou uma área colhida de 14,5 hectares e rendeu, aos produtores, o valor total da produção de R$ 356.720 em 2021. Para o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, a oportunidade é boa para quem quer investir na espécie de pimenta. “É desde o início que a gente, da Cohidro, começa a auxiliar através do perímetro e está dando certo. Eles têm um contrato com a indústria local, para quem eles já fornecem o produto. O preço está dando para manter o lucro e eles estão produzindo cada vez mais e aumentando a área plantada de pimenta habanero”, avaliou. No mesmo levantamento da Cohidro do valor da produção, no ano passado, já era anunciada a vantagem da habanero que, mesmo tendo produzindo menos, deu mais retorno aos agricultores do que a também mexicana jalapeno (R$ 269.450).

No lote irrigado de Luan de Oliveira já são um hectare ocupado com 9 mil pés de pimenta habanero, com a intenção de aumentar, caso o mercado para a pimenta continue atrativo. “Já plantamos diretamente para a empresa do município. A gente está na fase de colheita agora, quando oferecemos trabalho para o pessoal que faz a colheita, catando as pimentas. Acaba sendo algo muito benéfico ao nosso município, esta indústria que faz o contrato com a gente. Gerando renda para nós, que trabalhamos na roça e também para o pessoal que trabalha colhendo”, avaliou o agricultor irrigante de Lagarto.

Luan e demais produtores de pimenta investem em técnicas modernas de irrigação para alcançar maior produção, racionalizando o uso das reservas de água do perímetro de irrigação pública e também trazendo maior eficiência nos tratos culturais. É o caso da fertirrigação, em que o adubo chega até a planta diluído na água e através dos equipamentos de irrigação. “Molhamos aqui através da irrigação de gotejamento, que já molha diretamente no solo e acaba economizando água. A irrigação vem da Cohidro, pelo Perímetro Irrigado Piauí, que é a que a gente tem aqui”, confirmou o irrigante.

 

Perímetro irrigado de Lagarto dobra produção de tomate gerando renda aos agricultores

Cohidro registrou produção de quase 40 ton. do fruto em 2020. Ano seguinte produziu mais do que o dobro e já plantou tomate para colher em 2022.

[foto: arquivo pessoal]
No Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a colheita de tomate dos irrigantes em 2021 foi de pouco mais de 88 toneladas (ton.) e ocupou 2,5 hectares (ha), gerando uma renda bruta estimada em R$ 225.333, dividida entre três agricultores. Crescimento otimista, já que no ano anterior, este levantamento de campo feito pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) que gerencia aquele perímetro do Governo do Estado, registrou a produção de tomate de 39 ton. no perímetro Piauí. Em 2020, o mercado desaquecido pela pandemia e a alta no preço dos insumos fez com que produtores irrigantes investissem em plantações menos exigentes em manejo e investimento inicial, como mandioca, batata-doce e quiabo.

A produção de tomate em Sergipe é aliada do calor do verão. O tomateiro não se dá bem com as pragas e doenças que a chuva e o clima mais úmido trazem, mas ele precisa de água para desenvolver seus frutos. Assim, a irrigação é tão essencial para o cultivo quanto à estiagem. No perímetro de Lagarto, quem investiu no tomate não se arrependeu, por conta dos preços de venda atrativos. Aos poucos, a produção é retomada e com planos de evoluir em tecnologia.

“As lonas do tipo ‘mulching’ tem como matéria prima o petróleo, que está caro. Sem elas, aumenta mais a mão de obra, mas quem plantou, colheu e vendeu bem, restando dois produtores que pretendem colher até o fim do período de verão, também sem usar a lona”, informou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida. Segundo ele, a alternativa mais econômica foi o retorno ao método tradicional de estaqueamento. O mercado estava propício para os plantadores de tomate, motivando os produtores a investirem mais nas próximas safras. “O produtor Gilvan Fontes, por exemplo, estava abastecendo toda cidade nas últimas semanas, vendendo por até R$ 150 a caixa. Orientamos ele na quantidade do calcário para adubar este tomate, mas o resto foi pela experiência dele e a irrigação da Cohidro”, completou o gerente do perímetro.

“Eu plantei em 8 currais de terra (0,5ha), a variedade do tomate ‘cajazinho’. Eu ia usar o plástico, mas era muito caro, daí eu usei as varas. A irrigação é na mangueira no gotejo, porque se colocar a água por cima entra mais praga. O adubo é na fertirrigação, até acabar de colher. Eu boto duas vezes na semana no período que está colhendo. Antes de colher eu boto dia sim, dia não. A quantidade de adubo você coloca uma grama por pé, se você plantar 3 mil pés você coloca 3 kg. Na minha área tem 3.500 pés”, ensina o irrigante Gilvan Fontes.

Seu Gilvan conta que o clima não ajudou, teve chuva acima da média no comecinho do verão, mas o bom preço de venda aliado à produção garantida pela irrigação pública, compensaram esta adversidade. “Eu tirei umas 500 caixas, já está no resto da safra, mas acredito que ainda colho umas 50 caixas. O tomate eu plantei no dia 13 de outubro, passei um mês colhendo, já está no fim da safra. No inverno, o tomate não é muito bom de plantar, tem as mariposas, que já estavam começando a aparecer em dezembro, porque o tempo esfriou. A mariposa acaba com a lavoura, desova e quando o tomate se forma, ela sai e o tomate já fica defeituoso, o que é ruim para o comércio. Mas, graças a Deus, deu tudo certo e eu colhi muito tomate”, avaliou.

Irrigação pública dá suporte a viveiros de mudas e plantas ornamentais em Lagarto

Situados às margens da rodoviária SE-270 ou nas suas redondezas, os empreendimentos estão inseridos dentro do Perímetro Irrigado Piauí, do Governo do Estado, e recebem a mesma água fornecida aos lotes que cultivam lavouras ou pomares pela Cohidro, vinculada à Seagri

[foto: Fernando Augusto]
Além da agricultura e da pecuária, em que as plantações irrigadas mantêm a alimentação dos animais, outra atividade econômica que a irrigação pública permite em Lagarto, Centro-Sul sergipano, é a de viveiros de produção e comercialização de mudas de espécies frutíferas, plantas para casa e jardim e até de árvores adultas. É o exemplo da palmeira real, vendida em tamanho ideal para projetos de paisagismo ou embelezamento de vias públicas, atendendo clientes de dentro e fora do estado. Situados às margens da rodoviária SE-270 ou nas suas redondezas, os empreendimentos estão inseridos dentro do Perímetro Irrigado Piauí, do Governo do Estado, e recebem a mesma água fornecida aos lotes que cultivam lavouras ou pomares pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

No lote de Marcos de Carvalho, no perímetro Piauí, depois de cultivá-las por 4 ou 5 anos acontece o incrível processo de colheita, embalagem e embarque da palmeira imperial adulta. “Vendo para Sergipe e para outros estados como Bahia e Alagoas. É para paisagismo em chácaras, fazendas, prefeituras. Eu trabalho com palmeiras, plantas ornamentais, reflorestamento, citrus e frutíferas, neste lote e em outro”, informou o irrigante dono do viveiro. Ele pondera que o tempo de vida que a palmeira é colhida, para replantar em outro lugar, vai depender do que foi encomendado para atender ao projeto de paisagismo. “O tempo que ela fica plantada, é de acordo com o porte que o cliente vai querer. Depois que arranca, ela tem um período de 5 a 4 dias [para replantar] e tem que molhar desde o início, manter molhada todos os dias”, recomenda.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, este é mais um ramo do empreendedorismo que surgiu dentro dos Perímetros Irrigados do Governo Estado, e que promove a diversidade de produção. “Geralmente é um tipo de irrigante que, em espaços pequenos, consegue dar uma finalidade comercial para seu lote irrigado e obtém lucro para o sustento da sua família e a dos seus empregados, envolvidos no processo de produção agrícola e na venda das plantas. O viveirista tem uma gama de clientes, inclusive, na própria agricultura. Lagarto está no Centro-Sul, que junto da região do Sul Sergipano, abriga o polo citrícola sergipano, com muitos clientes para quem os vários viveiristas irrigantes do perímetro Piauí produzem mudas e borbulhas de cítricos com alto padrão de qualidade em estufas”, argumentou.

Antônio Batista está no Perímetro Irrigado Piauí desde a sua fundação, em 1987. “Então eu ‘nasci’ junto com ela, com a Cohidro. Com o apoio dos técnicos, dos engenheiros e com esse pedaço de terra, foi surgindo alguma coisa melhor para mim. Então eu fui plantando, alugando terra e hoje, graças a Deus já estou na minha propriedade”. Toinho de Estevão, como o agricultor é mais conhecido, diz que a viabilidade do seu negócio se deu através da irrigação pública. “Foi muito importante para nós da região. Aqui supre quase mil hectares, todo mundo produz e todo mundo tem barriga cheia. Só não tem barriga cheia quem vai se deitar e dormir, mas quem quiser trabalhar e viver nessa região aqui, não passa fome”, avisa Seu Antônio.

O agricultor tem uma grande variedade de espécies em seu viveiro irrigado com a água fornecida pela Cohidro. Entre tentativas, erros e acertos, Toinho de Estevão chegou às espécies que têm mais mercado em Lagarto e em outras cidades. Ao mesmo tempo, ele cultivou as suas preferências, contudo, algumas das plantas são de estimação. “Lutei com várias plantas, foi o maracujá irrigado, acerola, coco verde, sapoti. Muda de laranja, também produzo e entrei também, há uns 25 anos atrás, com mudas de palmeiras. Então, é o meu predileto hoje, é o que eu mais gosto e faço com o maior amor da minha vida. Eu plantei aqui uns 30 pés de coco, e aí nasceu um coqueiro com três pés [três troncos]. Então eu deixei ele, isso foi em 2000 e até hoje ele está produzindo bastante coco”, conta o irrigante de Lagarto.

[vídeo] Irrigantes de Lagarto apostam na abóbora de olho no bom preço

O programa Agro-SE, da TV Atalaia , mostrou na quarta-feira (10), que o mercado escasso de abóbora abre espaço para o irrigante lagartense mudar sua estratégia e investir neste cultivo, no Perímetro Irrigado Piauí. Para isso, o produtor conta com a flexibilidade garantida pela assistência técnica e a irrigação fornecida durante todo ano pela Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

[vídeo] Agricultores retomam cultivo da pimenta biquinho no perímetro da Cohidro em Lagarto

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), a Cohidro fornece água e dá a orientação técnica para esses irrigantes do Perímetro irrigado Piauí, em Lagarto, atenderem à demanda de mercado pela biquinho. O programa  Sergipe Rural, da Aperipê TV , foi até lá para mostrar esta nova realidade depois de um período de retração da produção, por conta da pandemia. A indústria local renovou os contratos para a compra da pimenta e comerciantes de outros municípios, e até de fora do estado, retomaram à procura e o produto volta a ter mercado com o abrandamento da crise provocada pelo coronavírus. A biquinho, de ardência muito baixa, é ideal para conservas e até a fabricação de geleias.

Última atualização: 13 de novembro de 2021 12:19.

Acessar o conteúdo