Representantes da Unale consideram Sergipe exemplo no uso racional e inteligente da água

Deputados estiveram em Sergipe para conferir exemplos bem sucedidos em reservação de água, irrigação e aquicultura

Encerrou nesta sexta-feira, 1º,  a visita técnica de representantes da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) que estão em Sergipe para conferir exemplos bem sucedidos em reservação de água, irrigação e aquicultura. Estão à frente da visita técnica os representantes da Unale, o deputado estadual do Rio Grande do Sul, Adolfo Brito, presidente da Comissão de Agricultura, e o deputado estadual de Sergipe, Marcelo Sobral, vice-presidente de Assuntos Sociais da Comissão de Agricultura da União dos Legisladores. Foram recepcionados pelo secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, e pelos presidentes das empresas vinculadas, Paulo Sobral, presidente da Coderse, e Gilson dos Anjos, presidente da  Emdagro, que colocaram seus técnicos à disposição para mostrar barragens, sistemas de irrigação e os cultivos irrigados.

O vice-presidente de Assuntos Sociais da Comissão de Agricultura, Marcelo Sobral, explicou que os temas agricultura irrigada e barragens com aproveitamento da água da chuva foram discutidos este ano na convenção da Unale. Ele identificou também que o sul do Brasil passou por fortes estiagens e não tiveram a expertise de armazenar a água como é feita aqui. “ A proposta de trazê-los para cá é justamente essa, mostrar o que a gente mais sabe fazer, que a gente com pouca água consegue fazer muito e produzir muito. Só aqui em Jacarecica são 124 famílias que vivem tendo seu sustento daqui e produzem mais”, detalhou o deputado.

As regiões agreste e alto sertão sergipano foram as primeiras visitadas na quinta-feira. Pela manhã, os deputados conheceram a experiência do perímetro público Jacarecica I, administrado pelo Estado no município de Itabaiana, que fornece água de irrigação e assistência técnica agrícola. No período da tarde estiveram na barragem de Xingó em Canindé do São Francisco.

O presidente da Comissão de Agricultura da Unale, deputado Adolfo Brito, destaca Sergipe como um importante exemplo para o Brasil nos temas vinculados ao uso racional e inteligente da água. “A gente tá no intercâmbio, a nossa região precisa, tem um potencial muito grande, mas precisa inserir mudanças na legislação e também a própria população precisa saber o que ocorre em estados como é o de vocês que estão dando tanta importância e que a gente está vendo pessoalmente o potencial daqui”, pontuou Adolfo Brito.

Em Canindé de São Francisco, o grupo de deputados estaduais visitou o escritório do Perímetro Irrigado Califórnia, da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Em seguida, houve a visita ao lago de Xingó. O presidente da Coderse, Paulo Sobral, reforça a importância dessa aproximação entre o legislativo estadual e a companhia. “Acho que essa integração com deputados de outros estados, da Comissão de Agricultura da Unale, e com a nossa Assembleia Legislativa é uma experiência muito importante. Até porque, para conhecer, entender a importância que os perímetros irrigados tem para o estado de Sergipe.  E também, com certeza isso vai acontecer, mudar a perspectiva que outros deputados têm. Até para estruturar mais nossos perímetros. Perímetros esses que têm em torno de 35 anos de existência e precisam, de fato, de recuperações, que vêm sendo feito. Que as assembleias e deputados entendam dessa forma e também contribuam, participem. Até porque, esses perímetros fazem  diferença significativa para economia do estado de Sergipe”.

Na sexta-feira, foi a vez do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis receber a missão da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). Impressionou a comitiva gaúcha, o aproveitamento sustentável e de alta produtividade da água do Rio São Francisco. Feito pelos empresários concessionários da estrutura do Governo de Sergipe que compõem o platô. São mais de 7 mil hectares irrigáveis, divididos em 41 lotes, que produzem anualmente cerca de 370 mil toneladas e geram mais de 3.500 empregos diretos.

Os deputados estiveram na sede da Associação dos Concessionários do Platô de Neópolis (Ascondir). Visitaram a experiência do grupo empresarial GPE Fruticultura, com plantios de manga, banana, tangerina e laranja; e a Fruitfat, especializada na produção dos cocos verde e seco. O grupo encerrou a visita conhecendo a produção de  camarão em viveiros escavados e a planta industrial da Cooperativa Agropecuária de Ilha das Flores que faz o beneficiamento e venda do arroz produzido em Sergipe.

O secretário  de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, avaliou como muito boa essa iniciativa da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais de conhecer de perto o trabalho que é feito em Sergipe com o aproveitamento das águas superficiais para produção de alimentos com é o caso da grandiosidade dos perímetros administrados pelo Governo de Sergipe, a experiência empresarial do Platô de Neópolis e do arroz e camarão no baixo São Francisco. É a expertise de campo sergipana sendo mostrada para o Brasil para ser espelhada em outros estados.

O deputado estadual Adolfo Brito (RS), finalizou explicando que o  Rio Grande do Sul carece de projetos como o Platô de Neópolis. “Estamos vendo hoje aqui é fazendo essas visitas cultura por cultura, sabendo o que que acontece, como acontece é como aproveitar melhor os recursos naturais. E é claro, todos lutam para que, ao fim de cada safra, possam ter o seu lucro. A gente vê aqui, que organizadamente mais de 7 mil hectares de terra estão sendo utilizados da melhor maneira possível. Eu acho que o Estado de Sergipe está de parabéns. Nós temos uma agricultura bem adiantada, mas nesse aspecto do aproveitamento de água, nós ainda temos muitas dificuldades, que a gente hoje está vendo aqui e buscando soluções. É porque, onde está indo bem, a gente procura copiar”.

Oferta de feijão-de-corda nos perímetros irrigados estaduais aumentou 41% nos nove primeiros meses de 2023

Irrigação pública traz competitividade ao produtor dos perímetros; feijoeiro dá grãos e é adubo de fixação de nitrogênio
Clovis Severino vende o feijão, cultivado com a irrigação da Coderse, para Bahia e Alagoas / Foto: Fernando Augusto – Ascom Coderse

De janeiro a setembro de 2023, a produção de feijão-de-corda nos perímetros irrigados do Governo do Estado alcançou as 805 toneladas, o que corresponde a um crescimento de 41% em relação ao mesmo período do ano anterior (570 toneladas). O aumento foi ainda mais significativo quando comparados os valores das produções; enquanto nos nove primeiros meses de 2022 foram aplicados R$ 1,6 milhões em investimentos, no mesmo período de 2023 esse número saltou para R$ 2,8 milhões, refletindo um crescimento de aproximadamente 71%. A alta foi impulsionada pelas produções dos perímetros Califórnia (714 toneladas), em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, e Piauí (36 toneladas), em Lagarto, no centro-sul do estado.

No mês de março, a produção na propriedade do agricultor Helenilson Santos já indicava que o ano seria promissor. Atendido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), ele usa da irrigação do perímetro Piauí no verão, e no inverno chuvoso planta em área sem irrigação. O produtor ainda utiliza os pés de feijão que foram colhidos para adubar a terra nas lavouras seguintes.

“Ao ser misturado ao solo, os restos da cultura agem como adubo orgânico. Eu sempre planto [feijão-de-corda] com o intuito de fazer rotação de cultura, e também porque minha mãe vende na feira. A própria semente sou eu mesmo que produzo. Já deixo reservada e tenho colheita para o ano todo”, conta Helenilson. Em todo perímetro irrigado da Coderse, a área colhida até setembro foi de 12 hectares, e a renda gerada pela comercialização do produto foi de mais de R$ 203 mil.

De acordo com o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, o ciclo produtivo nos perímetros irrigados é contínuo e integrado devido ao fornecimento de irrigação. “É um círculo virtuoso. Os restos culturais servem de adubo, no caso das leguminosas, como o feijão-de-corda, e vão servir de fixação de nitrogênio ao solo para a próxima lavoura, que logo vai ser plantada. Os restos da batata-doce tanto servem de semente, como podem ser utilizados como ração animal. Do mesmo modo que os do milho”, explica.

Competitividade 

Com a água fornecida pela Coderse no semiárido, os produtores do perímetro Califórnia têm preço competitivo para enviarem suas safras para estados vizinhos. Nos nove primeiros meses deste ano, os irrigantes já geraram mais de R$ 2,4 milhões de renda a partir da comercialização do feijão-de-corda. O valor médio do quilo comercializado em Canindé no período foi R$ 3,41, safra que ocupou área total de 119 hectares. O irrigante Clovis Severino conta que, em sua plantação irrigada de 0,33 hectare, começou a colher após dois meses de plantio, e que deve passar cerca de 45 dias catando as vagens. 

“É feijão-de-corda de vagem vermelha. É o preferido do povo aqui de Canindé. Vendo aqui na região, e mando também para Salvador/BA e para Alagoas. Minha esposa vende na feira, minha filha vende na banca e eu mando lá para a feira de Salvador. Graças a Deus, tenho essa via de ajuda”, relatou Clovis Severino.

Segundo o diretor Júlio Leite, o auxílio não se dá somente por meio da irrigação, mas também com apoio da equipe técnica da Coderse, que acompanha o andamento das produções. “Nossos técnicos agrícolas acompanham as lavouras irrigadas dos perímetros. Mensalmente, fazem o levantamento do que está ocupando as áreas das unidades produtivas. Com base na data de plantio e tempo que cada espécie leva para ser colhida, eles contabilizam a produção mensal de cada produto, área colhida, área plantada a ser colhida e o valor da produção, e também com base nos relatos das vendas que esses irrigantes fazem”, complementou.

Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe recupera acesso a lotes de assentamento atendido por Perímetro Irrigado, em Malhador

Durante o ano, empresa realizou serviços coletivos e individuais para favorecer a produção dos lotes irrigados

A estrada de acesso vai facilitar o acesso aos lotes produtivos irrigados do assentamento Marcelo Déda // Foto: Fernando Augusto / Foto : Ascom/ Coderse

Com máquina e investimento próprios, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) acaba de concluir a ampliação da estrada de acesso a 12 lotes produtivos do Assentamento Marcelo Déda, em Malhador. A área é atendida com a irrigação do Perímetro Irrigado Jacarecica II, do Governo de Sergipe, e agora ficou mais fácil dos agricultores se deslocarem da agrovila até as áreas de produção agrícola, transportar insumos, máquinas e escoar a produção.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse administra o Jacarecica II, no fornecimento de água de irrigação e assistência técnica agrícola. Atende 344 lotes produtivos situados nos municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca. Nele, são beneficiadas diretamente 2.965 pessoas que tiram o sustento familiar da atividade agrícola. De Janeiro a setembro, esses lotes produziram 6,2 mil toneladas de alimentos.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite; o coordenador Operacional da Dirir, Roberto Marques; e o gerente do Jacarecica II, Jairson Cardoso, visitaram a etapa de execução da obra. “São só cerca de um quilômetro de estrada, mas pela topografia acidentada e vegetação que cresceu às margens da via, era difícil para o produtor, com veículo ou trator, ir até o lote para realizar o preparo da terra ou plantio, o manejo e a colheita. Tivemos a preocupação de melhorar esse acesso para que os lotes sejam melhor aproveitados a partir nossa irrigação”, destacou o diretor Júlio.

Produtor irrigante do Marcelo Déda, José Roberto disse que a estrada recuperada vai favorecer a produção. Cessando uma dificuldade que o produtor tinha para, principalmente, escoar as safras da irrigação. “Nós agradecemos primeiramente a Deus e na verdade, não tem nem como pagar a Coderse, só tenho a agradecer. Era um sofrimento aqui. Há 4 ou 5 anos nessa vida aqui, carregando caixa na cabeça com maracujá, banana, tudo”, recordou.

“Do mês de julho a outubro, além da estrada do Marcelo Déda, teve a abertura de drenos e a limpeza de lotes e abertura de tanques. Atendendo também aos assentamentos Mário Lago, Santa Maria e Colônia Penha, em Riachuelo”, acrescentou o coordenador operacional Roberto Marques.

Seu Luiz também é irrigante do Marcelo Déda e, da mesma forma, não gosta de lembrar de quando não tinha o acesso ao lote facilitado pela nova estrada. “É rapaz, eu mesmo tenho 4 anos que sofri aqui carregando, já estou com o pescoço torto. Aqui a gente não tinha acesso para trabalhar e é de hoje que a gente luta, corria para um lado, corria para o outro e não conseguia. Hoje, nós temos esse objetivo aqui, Com fé em Deus, vamos andar mais para a frente”.

Tomaticultura na irrigação estadual do sertão cresceu 84% de janeiro a setembro  

Coderse atende 373 lotes em Canindé. Produção irrigada beneficia diretamente quase duas mil pessoas

Produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia tem como vantagem a baixa incidência de pragas. Cultivo do tomate rasteiro, direto no solo, é o mais empregado – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

Cultivado no semiárido de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, a produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia totalizou 294,5 toneladas nos nove primeiros meses de 2023, o que representa um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Os agricultores que cultivam no local têm irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado e, a cada ano, investem mais na produção.

Em 2023, esses irrigantes estão adotando novas tecnologias de irrigação e variedades mais adaptadas ao clima para aumentar a produtividade e valor de mercado. No comparativo, o valor desta colheita é 53,7% maior (R$ 744.128,96), acompanhando a área colhida de 6,65 hectares, que dobrou. Contudo, pela soma das áreas plantadas com o fruto em outubro (15 hectares), a estimativa é que a produção total deste ano se distancie ainda mais do resultado anterior, que chegou a 344,4 toneladas em 2022.

Segundo o técnico agrícola do Califórnia, Flamarion Déda, a equipe do perímetro orienta o cultivo de tomates híbridos pela sua adaptabilidade ao solo, ao clima, tolerância e resistência a pragas e doenças. “São altamente produtivos, com frutos que têm uniformidade, variando entre 180 e 220 gramas, podendo chegar até a 400 gramas por unidade. Os produtores já chegaram a colher 47 toneladas por hectar desse tomate, com uma irrigação por gotejamento, que minimiza o uso da água e diminui a incidência de pragas”, explicou.

Emprego e renda

De Ribeirópolis, Fábio Menezes produz tomate no Califórnia com irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). “A gente decidiu vir aqui para Canindé devido aos custos de produção. Aqui tem água com abundância. Estamos na produção de tomate e também gerando emprego e renda”, contou o produtor.

Produção

Os técnicos agrícolas da Coderse que atendem o perímetro irrigado registraram, de janeiro a setembro de 2022, a colheita de 160,1 toneladas de tomate em uma área de 3,33 hectares e produção que teve o valor estimado em R$ 484.147,20. Já os mesmos resultados registrados neste ano foram 294,5 toneladas (+84%), 6,65 hectares (+100%) e R$ 744.128,96 (+53,7%), respectivamente.

“Investimos na regularidade do serviço de abastecimento de água no perímetro Califórnia, fazendo manutenção, recuperação de bombas, motores e tubulações com a meta de diminuir as interrupções no fornecimento, no menor tempo possível. Também distribuímos mangueiras de irrigação que fazem o produtor consumir menos água, uniformizando a distribuição em todo sistema”, explicou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Mais investimento

Ao investir em novas variedades de tomate, o produtor tem resultados na qualidade e no valor de mercado. Flamarion Déda conta que no lote irrigado do produtor irrigante Genilson Cunha, está sendo experimentada uma variedade que já demonstra suportar as altas temperaturas de Canindé, mantendo uma produtividade de 12 toneladas a cada mil pés plantados.

“Aqui está um híbrido que tem um tempo de prateleira muito bom, o que faz com que os produtores optem por esse tipo de tomate, para ser comercializado sem que haja dano e mantendo a qualidade do fruto com os padrões iniciais”, complementou Flamarion Déda.

Segundo o irrigante Genilson Cunha, a produção tem sido bem-sucedida, pois a irrigação e a assistência técnica da Coderse diminuem custos. “O custo aqui é menor. Tem muita água. Na mão de obra, é mais fácil de cuidar aqui. Não tem pragas”, avalia o produtor, que está colhendo um hectare de tomate.

Coderse leva serviços para agricultores do Perímetro Irrigado Jacarecica II durante ‘Sergipe é aqui’ em Riachuelo

Além de capacitação, capacidade produtiva do perímetro foi exposta à comunidade presente ao Governo Itinerante.
Governador Fábio Mitidieri e diretoria da Coderse entregou mangueiras aos irrigantes – Foto Vieira Neto – Ascom Seagri


Em Riachuelo, nesta sexta-feira, dia 20, ocorreu o primeiro ‘Sergipe é aqui’ em um município beneficiado por um perímetro irrigado do Governo do Estado. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) organizou uma roda de conversa com os agricultores do perímetro Jacarecica II, sobre a ‘irrigação localizada’, fez a entrega de mangueiras de irrigação localizada e ainda teve uma exposição de produtos que são cultivados, por meio desta irrigação pública, durante esta 13ª edição do programa de Governo Itinerante.

“Todos os serviços que tradicionalmente a empresa leva, recebendo as demandas da comunidade para a perfuração, instalação, manutenção de poços comunitários e a exposição do nosso trabalho no Programa Água Doce, por meio de maquete, continuaram na tenda que compartilhados com a Seagri [Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca], a quem somos vinculados, e com as coirmãs Emdagro e Pronese”, informou o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

O diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite, explica que foi preparada uma tenda exclusiva para receber os agricultores irrigantes. “Tivemos uma roda de conversa sobre a adoção da irrigação localizada nos lotes produtivos do Perímetro Jacarecica II, com o doutor em Irrigação Luiz Gonzaga Reis, da Coderse, momento em que faremos a entrega de mangueiras específicas para esse sistema e assim, incentivar ainda mais a adesão à tecnologia que economiza água e é mais eficiente, dois pontos essenciais para que todo o perímetro funcione bem”, avaliou.

Uma amostra do que é produzido nos lotes da porção riachuelense do perímetro irrigado foi feita durante o ‘Sergipe é aqui’. “São produtores rurais que convidamos para mostrar o que eles produzem com a irrigação e assistência técnica fornecida pelo Governo do Estado, por meio da Coderse”, acrescentou Júlio Leite. Ao todo, o Jacarecica II atende 344 lotes irrigados, onde quase três mil pessoas são beneficiadas, ao incluir as localidades rurais em que o serviço de irrigação pública chega aos municípios vizinhos de Areia Branca e Malhador.

Rosinete Oliveira é agricultora irrigante do Jacarecica II no Assentamento Colômbia Penha. Ela trouxe para expor no ‘Sergipe é aqui’ a sua produção de cebolinha, coentro, alface, mamão, maracujá, milho verde e batata-doce. Ela considera importante a oportunidade de mostrar aos usuários do ‘Sergipe é aqui’ o que colhe em seu lote irrigado.

“Vocês estão vendo, vão reconhecer o trabalho que a gente tem na roça”, enfatizou Rosinete Oliveira. Ela vende em casa e na feira de Maruim, o que cultiva com a irrigação fornecida pela Coderse. Para ela, é essencial para a agricultura. “Porque se não tiver água não tem como colher. É necessário para levar a vida. Serve para tudo”.

Irrigação Localizada
“Viemos aqui hoje para prestigiar o evento, fazendo identidade, saúde para mulher, no Outubro Rosa. Agradecemos muito ao nosso governador Fábio Mitidieri. Agradecemos muito a Coderse, que dá sustentação para a gente”, avaliou o também irrigante Adeilton de Oliveira, do Assentamento Mário Lago.

Ele participou da Roda de Conversa sobre Irrigação Localizada e recebeu um rolo de mangueira própria para instalar a tecnologia no seu lote. “A Coderse ajuda muito em nosso perímetro Jacarecica II.  A mangueira vai ajudar muito, tendo um terreno maior, sai esticando. Fica melhor porque as terras encharcaram um bocado no inverno, mas vai dar muita coisa no verão”, completou Adeilton de Oliveira.

Produtores da irrigação pública estadual vão produzir sementes no alto sertão

Serão 12,2ha irrigados produzindo os insumos no perímetro da Coderse. Primeira colheita e beneficiamento de sementes de quiabo acontece daqui a 90 ou 100 dias.
As lavouras para a produção de sementes são feitas a partir de avaliação topográfica e correção de nutrientes a partir da análise de solos. O plantio também é feito de maneira mecanizada

Sementes de quiabo, abóbora, berinjela, pimenta jalapeño e cebola serão os mais novos itens a serem produzidos a partir da irrigação do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. Com a água para irrigação e assistência técnica agrícola fornecida pelo Governo de Sergipe, produtores irrigantes passaram a ser parceiros de indústria de porte nacional.

A Agristar do Brasil fornecerá insumos para o cultivo de 12,2 hectares de lotes de oito irrigantes inseridos no perímetro Califórnia. Levi Ribeiro, presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), explica que já foram plantados 2,5ha de quiabo e que eles estão preparando terreno e insumos para o restante da área.

“Ainda estamos desenvolvendo as mudas para no próximo mês fazer o transplantio. Também o aporte para compra dos fertilizantes, e outros insumos. Análise de solo e o preparo da terra estão sendo adiantados pela cooperativa, com reembolso na colheita. Toda assistência técnica agrícola continua sendo da Coderse (Companhia de Desenvolvimento de Regional de Sergipe)”, informou Levi Ribeiro.

O presidente da (Coderse), Paulo Sobral, disse que a conquista agrega valor à produção do perímetro administrado pela empresa. “O Governo do Estado mantém o perímetro por 36 anos e o retorno financeiro do agricultor agora é elevado à outra categoria, ao fornecer sementes para o beneficiamento e venda a horticultores de todo Brasil”, avalia o diretor da companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

José dos Santos é um dos irrigantes que já tem 1,3ha do seu lote irrigado ocupado com o plantio de quiabo para a produção de sementes do vegetal. “Eu estou vendo que coisa está boa. Se a pessoa aplicar certinho, eu acho que vai ter um bom resultado. O período de produção é o mesmo do quiabo. A colheita para vender na feira, é verde, mas para colher para semente, tem que ser ele seco, entre 90 e 100 dias”, destacou.

Mercado regional
O quiabo plantado em Canindé é de uma variedade utilizada por irrigantes dos cinco perímetros irrigados mantidos pelo Governo do Estado em Sergipe, principalmente o Califórnia, o maior produtor. Já a pimenta jalapeno tem mercado na indústria de molhos e é cultivada pelos agricultores irrigantes assistidos pela Coderse em Lagarto.

“A produção de sementes será com espécies que vão se adaptar bem ao clima e sol abundante do alto sertão e vai ser indispensável a água fornecida pela Coderse. Ao mesmo tempo, vão gerar produtos que são adquiridos por agricultores sergipanos. Dentro e fora dos perímetros irrigados”, colocou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Já plantou um hectare de quiabo e está preparando área de 0,3 ha, a ser ocupada com a pimenta jalapeño, o irrigante do Califórnia, Marcos Vasconcelos. “Na próxima semana eu vou plantar a pimenta, que é para colher as sementes. Pretendo fazer com que dê certo essa parceria e continuar plantando para a produção de sementes. No momento, para mim, é mais viável”, disse.

Produção de quiabo é a principal atividade do perímetro irrigado estadual de Canindé

Com irrigação do Governo do Estado, irrigantes produzem durante todo o ano, suprindo mercado interno e de estados vizinhos
Quiabo é o alimento mais produzido no perímetro Califórnia – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

O quiabo é o alimento mais produzido no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Quando comparada à do ano passado, a produção do quiabo de janeiro a agosto de 2023 aumentou em 5%, e a área plantada, em 13%, o que demonstra que a produção anual deve ser ainda maior este ano.

O caruru de São Cosme e Damião, em setembro, e as moquecas da Semana Santa são oportunidades para que os irrigantes vendam um maior volume de produtos. Essa produção, em pleno semiárido, é possibilitada pela irrigação fornecida pelo Governo do Estado durante todos os meses do ano, permitindo que sempre haja colheita de quiabo no Califórnia. São carregamentos periódicos que seguem, em sua maior parte, para a capital baiana, Salvador, mas o estado de Alagoas e os demais municípios sergipanos também compram o vegetal produzido em Canindé.

Neste ano, os irrigantes do Califórnia já produziram 4.411 toneladas de quiabo até o mês de agosto, superando a produção de 2022 (4,2 mil toneladas). Gerente do perímetro irrigado, Anderson Rodrigues indica que os 333 lotes são atendidos pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

“Os agricultores do Califórnia recebem o abastecimento de água contínuo, de inverno a verão. A nossa equipe também dá assistência técnica ao produtor, na questão de adubação da planta, na colheita e na forma de irrigar. Neste período de agora e na Semana Santa é quando há maior demanda e saída do quiabo para Salvador”, apontou Anderson Rodrigues.

Um dos produtores que conseguiram enviar o quiabo para a capital baiana no dia de São Cosme e Damião foi o irrigante Abel Santana. Sua lavoura, de meio hectare, tem 60 dias com uma semente de variedade precoce, e já lhe permitiu colher quatro vezes em uma semana, totalizando dez sacas. “Eu sempre gosto de plantar em Cosme e Damião e na Semana Santa. A procura é maior. Não é sempre que eu tenho o quiabo. Às vezes eu planto em outras épocas, mas é muito difícil”, conta.

Diretor de irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que o quiabo está presente em todos os cinco perímetros irrigados do Governo do Estado com vocação agrícola, do total de seis polos agrícolas administrados pela empresa pública.

“Em Itabaiana, Riachuelo, Malhador, Areia Branca e Lagarto, plantam o quiabo com a irrigação e a assistência técnica fornecida pela companhia, atendendo à demanda interna dos estados vizinhos, mas é em Canindé onde a produção do quiabo supera todas as outras culturas agrícolas; o plantio ocorre durante todo o ano”, detalhou Júlio Leite.

Produção de batata-doce nos perímetros irrigados estaduais em 2023 já superou todo o ano de 2022

Polos de Itabaiana lideram a produção, com 11 mil toneladas; irrigação da Coderse facilita plantio em qualquer época do ano
Produção de batata doce no Perímetro Irrigado Jacarecica – Fernando Augusto – Ascom Coderse

A batata-doce representa uma boa alternativa de renda para o agricultor, e o momento tem sido favorável para o cultivo do tubérculo em Sergipe. Somente entre janeiro e julho de 2023, os cinco perímetros irrigados de vocação agrícola do Governo de Sergipe já produziram 13,56 mil toneladas, superando em 23,27% toda a produção do ano anterior, que foi de 11 mil toneladas.

Com o fornecimento de água administrado pelo Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), os perímetros irrigados também contam com a assistência técnica oferecida pela empresa pública.

De acordo com informações da Coderse, devido ao baixo custo de produção e à curta duração do ciclo, que propicia um fluxo regular de capital e maior produtividade, o sistema de produção e beneficiamento da batata-doce em Sergipe envolve mais de 600 famílias nos perímetros irrigados.

Nas feiras livres e mercados públicos, a comercialização do produto ainda gera renda para mais famílias, conforme destaca o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva. “Nos sete primeiros meses de 2023, o valor de produção anual está estimado em R$ 25 milhões, 66,7% maior do que o de todo ano de 2022, que foi de R$ 15 milhões. Isso demonstra a importância social e econômica da cultura no estado”, detalha Zeca da Silva.

No Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado, Luciano Oliveira cultiva uma nova variedade de batata-doce, e compartilha seu entusiasmo com a produção. “A ourinho roxa é a que o pessoal mais está plantando agora. Com essa nova variedade, já na penúltima safra, superei a meta de produção de 120 quilos por tarefa”, comemorou o agricultor, que também produz amendoim e milho na irrigação pública. “É uma batata excelente e boa de lidar. Com água em abundância, fica favorável para nós, agricultores”, considerou.

Perímetros produtivos
A maior produção de batata-doce em Sergipe está nos perímetros irrigados administrados pela Coderse em Itabaiana, no agreste sergipano. Em 2023, de janeiro a julho, o Poção da Ribeira produziu 7,97 mil toneladas e o Jacarecica I, 2,88 mil toneladas.

O Perímetro Irrigado Jacarecica II também não fica para trás. Situada entre os municípios de Riachuelo, Malhador e Areia Branca, até julho deste ano, a região teve uma produção de 2,2 mil toneladas de batata-doce. É nele que a família de Allysson Junior da Silva tem um lote assistido pela Coderse. O que chama a atenção em sua plantação de batata-doce é a produtividade e a organização da lavoura, dividida em parcelas de plantio com idades diferentes.

“Cresci trabalhando com meu pai e, de uns três anos para cá, ele me deu esta área onde estou produzindo. Ele sempre gostou dessa excelência em qualidade, e eu tento seguir os passos dele”, conta Allysson Junior, e revela que um dos segredos do sucesso da família no plantio da batata é a adubação com esterco de gado.

O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, observa que, atualmente, a batata-doce é o item de maior destaque quando somadas as produções dos perímetros (11 mil toneladas em 2022), e a tendência é que o saldo ainda seja superado este ano. “Os irrigantes contam com o trabalho da empresa para oferecer água e assistência. Com isso, apostam seu trabalho e recursos nos produtos que mais geram retorno. A própria rama da batata colhida vai servir no plantio da próxima lavoura. O produtor não tem custo com sementes. O ciclo produtivo, de três a quatro meses, também é rápido, se comparado ao inhame e à mandioca”, explicou Júlio César Leite.

Tomaticultura na irrigação estadual do sertão cresceu 84% de janeiro a setembro 

Coderse atende 373 lotes em Canindé. Produção irrigada beneficia diretamente quase duas mil pessoas
Produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia tem como vantagem a baixa incidência de pragas. Cultivo do tomate rasteiro, direto no solo, é o mais empregado – Foto Fernando Augusto – Ascom Coderse

Cultivado no semiárido de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, a produção de tomate no Perímetro Irrigado Califórnia totalizou 294,5 toneladas nos nove primeiros meses de 2023, o que representa um aumento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Os agricultores que cultivam no local têm irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado e, a cada ano, investem mais na produção.

Em 2023, esses irrigantes estão adotando novas tecnologias de irrigação e variedades mais adaptadas ao clima para aumentar a produtividade e valor de mercado. No comparativo, o valor desta colheita é 53,7% maior (R$ 744.128,96), acompanhando a área colhida de 6,65 hectares, que dobrou. Contudo, pela soma das áreas plantadas com o fruto em outubro (15 hectares), a estimativa é que a produção total deste ano se distancie ainda mais do resultado anterior, que chegou a 344,4 toneladas em 2022.

Segundo o técnico agrícola do Califórnia, Flamarion Déda, a equipe do perímetro orienta o cultivo de tomates híbridos pela sua adaptabilidade ao solo, ao clima, tolerância e resistência a pragas e doenças. “São altamente produtivos, com frutos que têm uniformidade, variando entre 180 e 220 gramas, podendo chegar até a 400 gramas por unidade. Os produtores já chegaram a colher 47 toneladas por hectare desse tomate, com uma irrigação por gotejamento, que minimiza o uso da água e diminui a incidência de pragas”, explicou.

Emprego e renda
De Ribeirópolis, Fábio Menezes produz tomate no Califórnia com irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). “A gente decidiu vir aqui para Canindé devido aos custos de produção. Aqui tem água com abundância. Estamos na produção de tomate e também gerando emprego e renda”, contou o produtor.

Produção
Os técnicos agrícolas da Coderse que atendem o perímetro irrigado registraram, de janeiro a setembro de 2022, a colheita de 160,1 toneladas de tomate em uma área de 3,33 hectares e produção que teve o valor estimado em R$ 484.147,20. Já os mesmos resultados registrados neste ano foram 294,5 toneladas (+84%), 6,65 hectares (+100%) e R$ 744.128,96 (+53,7%), respectivamente.

“Investimos na regularidade do serviço de abastecimento de água no perímetro Califórnia, fazendo manutenção, recuperação de bombas, motores e tubulações com a meta de diminuir as interrupções no fornecimento, no menor tempo possível. Também distribuímos mangueiras de irrigação que fazem o produtor consumir menos água, uniformizando a distribuição em todo sistema”, explicou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Mais investimento
Ao investir em novas variedades de tomate, o produtor tem resultados na qualidade e no valor de mercado. Flamarion Déda conta que no lote irrigado do produtor irrigante Genilson Cunha, está sendo experimentada uma variedade que já demonstra suportar as altas temperaturas de Canindé, mantendo uma produtividade de 12 toneladas a cada mil pés plantados.

“Aqui está um híbrido que tem um tempo de prateleira muito bom, o que faz com que os produtores optem por esse tipo de tomate, para ser comercializado sem que haja dano e mantendo a qualidade do fruto com os padrões iniciais”, complementou Flamarion Déda.

Segundo o irrigante Genilson Cunha, a produção tem sido bem-sucedida, pois a irrigação e a assistência técnica da Coderse diminuem custos. “O custo aqui é menor. Tem muita água. Na mão de obra, é mais fácil de cuidar aqui. Não tem pragas”, avalia o produtor, que está colhendo um hectare de tomate.

Aula prática com culturas de uva e limão do Perímetro Irrigado Califórnia proporciona aprendizado a alunos do ensino profissionalizante

Com incentivo do Governo do Estado, 333 agricultores produzem, anualmente, mais de 33 mil toneladas de alimentos a partir da irrigação em Canindé de São Francisco
Estudantes aprenderam fazendo a poda produtiva das videiras – Foto Fernando Augusto-Ascom Coderse

Futuros técnicos em agropecuária aprendem e exercitam suas habilidades em práticas de campo, em lotes de agricultores que cultivam uva e limão no município de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano. Eles são alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo, e visitaram as plantações que fazem parte do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A produção rural é feita a partir do fornecimento de água de irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo do Estado.

O produtor José Leidson dos Santos é um dos irrigantes do Perímetro Califórnia e cultiva uvas. No início desta semana, ele recebeu os alunos e professores para a aula prática. Na oportunidade, ele compartilhou sua experiência com a turma, que, por sua vez, ajudou o produtor na poda das videiras – processo a partir do qual, em 120 dias, a planta dá novos frutos para a colheita. “A força é bem-vinda, e o trabalho a gente vai fazendo e ensinando. Porque eu também não sabia e, com a prática, você vai aprendendo. Tem que ter a interação um com o outro. Assim, eles aprendem, e o que eu sei posso passar para eles, que também estão me ajudando. É uma troca”, considerou o agricultor.

Aluno do 2° ano do curso Técnico de Agropecuária, Dionísio Silva Alves contou que essa foi sua primeira experiência prática, e revelou que pretende atuar na área assim que concluir o curso. “Estamos aprendendo a podar a uva. Vai me ajudar muito quando eu me formar. Está sendo muito produtivo”, apontou o estudante.

De acordo com o funcionário da Coderse, Tito Reis, que acompanhou os alunos e professores nas atividades nos lotes, a ação teve como objetivo aproximar a instituição de ensino, os estudantes e corpo docente dos produtores rurais atendidos no perímetro irrigado. “Fez com que a gente pudesse reunir os saberes e proporcionar uma condição melhor para nosso sistema de produção. A gente juntou os alunos, os saberes técnicos, com os saberes do produtor.  Mostramos, na prática, como funciona a situação no campo, como os alunos vão se comportar assim que forem profissionais”, detalhou.

Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, as cooperações e parcerias ampliam o potencial das políticas públicas oferecidas e permitem o engrandecimento profissional dos colaboradores e beneficiários assistidos com a irrigação do Governo do Estado. Ele acrescenta que, no perímetro Califórnia, há 333 lotes assistidos com irrigação e assistência técnica, que produzem, anualmente, mais de 33 mil toneladas de alimentos.

“Neste caso em específico, a troca de saberes melhora a qualidade do serviço oferecido à população em ambas as instituições. Os agricultores vão ver suas atividades agrícolas renderem mais com essa ajuda técnica, e o colégio vai formar técnicos melhores, que aprenderam nos nossos perímetros”, avaliou Júlio Leite.

Limão Taiti
Para o estudante Thainan Feitosa, aluno do 2º ano da instituição de ensino, a aula foi uma oportunidade de adquirir conhecimentos que não poderiam ser passados apenas nas aulas teóricas. “Viemos para a implantação de alporquia no dia 8 de junho, e agora a gente veio novamente para colher os resultados. É uma experiência excepcional. Colhendo experiência e resultados fora da sala, juntamos novos conhecimentos. A gente aprende na prática”, destacou Thainan Feitosa.

O agricultor José Eldes do Santos, também assistido pelo Perímetro Irrigado Califórnia, cultiva o limão Taiti em seu lote. Há três meses, professores, alunos e técnicos agrícolas começaram um processo de produção de mudas pela técnica de alporquia, e a visita da turma serviu para verificar os resultados. “Eu agradeço ao Estado. Já tenho entre quatro e cinco anos de plantio de limão, e vou continuar por muitos anos. É muito boa esta troca de experiências”, relatou o agricultor.

O engenheiro agrônomo Alexandro Mecenas é um dos professores do Instituto José Brandão, responsável por lecionar as disciplinas de ‘Irrigação e Drenagem’, ‘Manejo de Pragas e Doenças’ e ‘Fruticultura’. De acordo com o professor, as culturas agrícolas como limão e uva são menos tradicionais em Sergipe, e por isso precisam ser mais incentivadas. “Trouxemos os alunos para aprender. Eles fizeram toda a poda da uva, uma cultura que tem pouca no estado. Foi uma oportunidade ímpar, pois dificilmente eles terão outra chance de ver e trabalhar com uva”, indicou o professor Alexandro. 

Última atualização: 18 de outubro de 2023 08:41.

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