Cohidro realiza ‘Dia de Campo sobre Goiaba’ em Canindé

Evento ocorre dia 28 de setembro, em Canindé

O Perímetro Irrigado Califórnia, polo agrícola do Governo do Estado administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, organiza um ‘Dia de Campo sobre Goiaba’, para ocorrer no dia 28 de setembro, com início ás 8h no escritório local da Empresa. O foco do evento de instrução técnica e gratuito, são os agricultores irrigantes do município e região, estudantes, técnicos agrícolas e contará com o Dr. José Egídio Flori, pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), como palestrante.

Segundo a gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, a intenção é levar o conhecimento tecnológico do cultivo de goiaba aos agricultores assistidos pela Cohidro no município, há 213km de Aracaju. “Além da irrigação, fornecida em cada um dos 333 lotes que formam o perímetro irrigado, temos a missão de fornecer a assistência técnica rural, a partir da atuação dos nossos técnicos. Trazendo esse evento, vamos transmitir aos nossos produtores as técnicas atualizadas, aplicadas lá em Petrolina, área de atuação da Embrapa, onde a fruticultura irrigada é referência mundial. Aprendendo mais sobre a cultura da goiabeira, melhor vão produzir e fazer render a agricultura familiar”, acredita.

O palestrante Egídio Flori possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, mestrado em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras e doutorado em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz. De 1993 até o presente momento, vem trabalhando como pesquisador III da Embrapa no Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido, em Petrolina-PE. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em fruticultura tropical nas culturas de goiabeira, maracujazeiro, bananeira, pupunheira e aspargo. Atua como propagador de temas relevantes nas culturas citadas, como controle fitossanitário de pragas e doenças, nutrição de plantas, manejo de adubação e irrigação.

Para José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, a iniciativa do Perímetro Califórnia motiva o produtor a continuar investindo na fruticultura. “O ‘Dia de Campo sobre Goiaba’ está sendo uma ação louvável da Diretoria de Irrigação da Empresa e da Gerente Eliane e sua equipe. Estamos contribuindo com tudo que nos é acessível, para que o evento aconteça. A produção frutícola continua sendo o talento principal da agricultura irrigada no Semiárido. O calor e falta de chuva, que na maioria das plantações só atrapalha, nesse caso só contribui com a produção de frutos precoces, de boa qualidade e aspecto superior aos cultivados em lugares mais úmidos.”, articulou.

No Califórnia são hoje 336 hectares de área irrigada cultivada com goiabeiras, que geraram em 2016 a produção de 8.400 toneladas do fruto, repercutindo na renda de R$ 10.080.000 a esses produtores. Há muitas safras a goiaba é o segundo alimento mais produzido no perímetro irrigado de Canindé, só perdendo para o quiabo, em que no mesmo ano foram quase 14 toneladas colhidas.

A expectativa da Cohidro é de que participem do Dia de Campo cerca de 200 pessoas que, inicialmente, terão uma palestra técnica na sede do perímetro e depois seguirão para as plantações de goiaba existentes. “Nos pomares, será possível mostrar, na prática, as técnicas de manejo como podas além dos cuidados fitossanitários e métodos de indução à produção, nos mesmos moldes do que é aplicado lá em Petrolina. Quem planta, já plantou ou tem vontade de plantar goiaba irrigada no Sertão, não pode perder esta oportunidade de qualificação técnica. E isso vale também aos estudantes de área agrícola. Boa oportunidade de adquirir conhecimentos”, conclui o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Primeira poda das uvas e início da produção de pera no Perímetro Califórnia

No Califórnia, já existe produção de cachos de uva perfeitos. Poda visa promover uma produção homogenia em dezembro – foto Andrea Santtos(Califórnia-Cohidro)

A poda estimula a videira na produção de novas brotações a partir de gemas dormentes, o que vem a gerar novos frutos. A expectativa é de que o manejo realizado nesta terça e quarta-feira, 29 e 30 de agosto, vá resultar na primeira colheita à nível comercial das uvas em dezembro, nos dois campos alocados em lotes de irrigantes do Perímetro Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. A Embrapa – Semiárido instalou quatro experimentos no município, via convênio de transferência de tecnologia, e já se prepara para trazer também a pera e a maçã, ao polo irrigado do Governo do Estado.

Uva já é uma cultura consolidada em Petrolina-PE – há 468km de Canindé que, por sua vez, fica distante 213km da capital sergipana – muito graças às pesquisas feitas pela unidade da Embrapa alocada no município pernambucano. De lá vieram engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, mudas e insumos, via convênio que ainda integra a Codevasf, administradora do Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba. Este fica situado entre Canindé e Poço Redondo e é onde outros dois campos experimentais foram implantados, recebendo a mesma assistência que os do Califórnia, gerido pela Cohidro.

Todo custo, que inclui a assistência técnica da Embrapa, mudas, nutrientes utilizados na fertirrigação e o próprio sistema de irrigação, são custeados pelo convênio durante dois anos e o produtor rural só entra com o a área de plantio e a mão de obra. Um deles, do grupo assistido pela Cohidro, é Levi Alves Ribeiro (Sidrack), que plantou 684 mudas da variedade Isabel, em meio hectare.Terça-feira recebeu um técnico da Embrapa e quatro da companhia sergipana.“Essa é a hora de maior importância. É claro que toda condução e orientação da videira é de suma importância, porém, agora estamos iniciando a poda de produção”, valoriza.

Sidrack explica que, ao fazer esse manejo de estimulo à produção das videiras, uma parte do parreiral por semana, facilitará fazer colheitas em dias diferentes, podendo ofertar frutos frescos, ao comércio, por um por período maior. O lote “será dividido em quatro parcelas de poda. A primeira, que foi hoje e a cada sete dias outra. Quarta-feira próxima iremos podar outra parte. A ideia da poda em parcelas, é trabalhar a comercialização”, conclui ele que, junto de José Leidison dos Santos, foram selecionados pela Cohidro a receber os campos experimentais, pela dedicação aos seus cultivos anteriores e a excelente assimilação que têm às orientações técnicas.

Essa etapa da assistência aos produtores foi feita por intermédio do Técnico Agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina. Ele reforça o uso do método que divide o lote em parcelas, explicando que outras ações precisarão ser feitas no parreiral até chegar a colheita. “Na poda de produção, a gente fez escalamento de poda, para que a gente possa colher o mês de dezembro inteiro. Então, essa poda de hoje, o objetivo é já colher frutos para daqui a 95 ou 100 dias, aproximadamente. Tem outros manejos, como a condução da rama. Mas previsível, só acompanhando mesmo a cultura, para ir monitorando ela”, condiciona ele que avaliou positivamente a atuação dos irrigantes donos dos parreirais em Canindé.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto orienta aos produtores dessas variedades frutíferas, exóticas à fruticultura da região, que é necessário estar aberto para orientação dos técnicos e agrônomos que fazem a assistência.“Há muitos procedimentos que dependem de uma avaliação profissional da situação da planta. Da poda à amarração dos ramos e orientação das gavinhas, adubação e período de irrigação. Para isso, os nossos técnicos estão sempre a postos, seja em Canindé, seja em Lagarto, onde existem campos experimentais de pera, caqui e maçã”, esclarece.

Pera e maçã
Técnico Agrícola do Califórnia, Roberto (Beto) Ramos está acompanhando o procedimento de transferência de tecnologia junto dos colegas de perímetro e esclarece que, até o momento, uma área foi preparada para receber mudas de pera em Canindé, mas é esperado a criação de campo experimental de maçã também. “Nós técnicos da Cohidro, juntamente com o técnico da Embrapa, estivemos no lote e ficou tudo certo para a implantação da referida cultura, com o casal de produtores Creusa e Charles Roberto. Serão 500 mudas plantadas, no espaçamento de 4 por 1,25 metros”, informou sobre o novo lote.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, acha que todo empenho para ampliar a gama de produtos ofertados nos perímetros irrigados, é válida para promover a geração de renda do agricultor familiar. “Se ele oferecer o que a maioria não tem, ele se sobressai com melhores preços de mercado, vai disputar preço com o produto de outros estados, com baixo custo de frete e gerar renda. O melhor disso tudo ainda é que, embora poucos produtores tenham recebido subsídios para plantar essas frutas, os outros produtores, dentro do perímetro ou não, poderão ir ver e se espelhar nessas tecnologias para produzir também, sem se aventurar em algo que ninguém sabia, até agora, se dava certo na região”, defende.

Guy Rodrigues informou ainda que, por enquanto, a Embrapa – Semiárido só dispõe de mudas de pera para trazer para Canindé, mas em seguida será a vez da maçã, em outro campo, assim que forem adquiridas. “A primeira é a cultura da pera, que o produtor já está com o solo pronto. Eu creio que dentro de 30 dias, deva haver o plantio dela”, completa o técnico que nas visitas aos campos do Perímetro Califórnia, tem sido sempre acompanhado pelos colegas da Cohidro: Joaquim Ribeiro, Edmilson Cordeiro, Tito Reis e o próprio Beto. Eles aprendendo, na intenção de continuar dando assistência aos produtores irrigantes após os dois anos de vigência do convênio.

Cohidro inicia plantio de uva em cooperação com a Embrapa

Pequenas mudas vão crescer, percorrer arames de sustentação e começar a dar frutos em cerca de 12 meses- Foto: Ascom/Cohidro

Foi retomado o plantio de uva adaptada ao clima Semiárido, no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em Canindé de São Francisco. Um acordo de transferência de Tecnologia com a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Petrolina-PE (Embrapa – Semiárido), vai propiciar o acompanhamento de quatro produtores irrigantes sergipanos, que irão cultivar campos experimentais das variedades cujo fruto será destinado para produção de suco e vinho, totalizando 2.700 pés, com a previsão de um ano para começar a primeira colheita.

Nesta quarta-feira, 7, chegaram a Canindé 2.400 mudas da variedade de uva BRS Isabel Precoce e 300 da BRS Violeta. Estas serão divididas entre os quatro campos experimentais de forma igual. Dois são produtores do Califórnia e outros dois pertencentes ao perímetro Jacaré-Curituba. Esses agricultores irão entrar com a área do lote para receber os parreirais e a mão de obra. O restante dos custos está incluso na cooperação técnica com a Embrapa, que entra com as mudas, sistema de irrigação, estaqueamento, adubos e insumos que serão utilizados para desenvolver a planta durante dois anos, tempo em que haverá também o acompanhamento dos técnicos e engenheiros agrônomos da empresa federal a estas plantações.

Técnico Agrícola da Cohidro em Canindé, Edmilson Cordeiro relata que os quatro agricultores foram selecionados levando em conta a experiência com plantas frutíferas e a facilidade de assimilar as orientações técnicas. “Eles são produtores que aceitam bem nossas orientações e estão abertos ao uso, por exemplo, de novos sistemas de irrigação. Aliás, já usam a microaspersão em suas plantações de goiaba, a cultura mais praticada aqui, depois do quiabo”, conta, explicando que este método de rega é mais econômico que a aspersão convencional, assim como o sistema de gotejamento, o que será usado nas uvas.

Um desses produtores, o primeiro a receber 625 mudas das duas variedades, é José Leidison dos Santos. Ele explica que aceitou o desafio proposto pelos técnicos da Cohidro por que pretende mudar, sair do cultivo da goiaba, de olho na aceitação do mercado. “A plantação de goiaba é uma cultura que não está dando uma rentabilidade como em anos anteriores. Por isso vou investir na uva para gente saber e ver se tem um futuro melhor. Pelo que eu percebo nesses canais de TV aí, eu acho que tem futuro”, explica o fruticultor que dedicou meio hectare para a uva, preparado com adubação de esterco.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, não é a primeira vez que o plantio de uva é inserido no Perímetro Califórnia. “Há 17 anos, o Governo do Estado tentou introduzir este cultivo no polo irrigado, mas nada comparado com o que hoje está sendo oferecido pela Embrapa. Eles estão treinando nossos técnicos agrícolas e produtores que já estiveram lá em Petrolina, vendo como a uva é produzida no clima semelhante ao de Canindé. Acreditamos no êxito principalmente, porque as novas variedades que estamos introduzindo no Califórnia são adaptadas e testadas pela Embrapa, sendo que uma delas é destinada ao consumo in natura ou na produção de sucos”.

Guy Rodrigues de Santana é o Técnico Agrícola da Embrapa que trouxe as mudas e vem acompanhando de perto os produtores na explicação das técnicas de manejo da uva. “Nossa intenção é de estar passando aqui constantemente, vindo para cá quando a plantação tiver sequência. Havendo necessidade a gente vem, orientando eles no dia a dia, como vai ocorrer a formação das mudas”. Para ele, as características de Petrolina e Canindé são bem parecidas. “Temos a mesma água de irrigação, que é a do Rio São Francisco. Um solo um pouco diferente, o nosso lá é muito arenoso e o solo aqui é bem argiloso. Mas a gente tem 90% de certeza que vai dar certo sim, a produção de uva aqui”.

Fertirrigação
Outro produtor que está apostando na uva é Levi Alves Ribeiro (Sidrack). Por um lado, ele tem vasta experiência no cultivo de frutas, como a goiaba. Do outro, já trabalha com a fertirrigação produzindo, com alto rendimento, o tomate. No sistema, os nutrientes necessários para a planta progredir são diluídos e dosados na própria água, sendo levados pela irrigação localizada, que usa mangueiras de gotejamento para que não haja desperdício dos fertilizantes. O método diminui o uso de mão de obra, que na forma convencional teria que lançar manualmente a adubação e ainda é mais eficiente, pois no meio líquido vai chegar mais de pressa às raízes.

Sidrack acredita que será muito benéfico aos produtores do Califórnia a inserção da uva. “Eu acho que é importante esse programa e através da Cohidro, do Governo do Estado, é mais uma cultura nova. Com certeza estamos com uma boa expectativa.Temos assistência técnica, que é muito boa, muito responsável através da Cohidro e agora somando com o pessoal da Embrapa”. Ele considera que, havendo sucesso em produzir o fruto, não terá dificuldade de escolar a produção. “O mercado é muito espaçoso. Só precisamos trabalhar, produzir e mercado a gente consegue”, confia o produtor que irá plantar 684 mudas da variedade Isabel, também em meio hectare.

A Cohidro, que é uma empresa pública subsidiária à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), presta o serviço de fornecimento contínuo de irrigação e assistência técnica para produtores rurais como Levi Ribeiro, neste em mais cinco perímetros irrigados em Sergipe. Para o presidente da Companhia, José Carlos Felizola Filho, também é papel da estatal introduzir novos modelos de plantação. “Se der tudo certo com a uva, dos quatro, multiplicaremos para muito mais parreirais. Outros produtores vão acreditar e investir na produção desse fruto que tem muito potencial. Diferente do quiabo, a uva pode ser processada e virar suco ou vinho, criando novas oportunidades de negócios para Canindé, atraindo investidores e desenvolvendo essa região carente de recursos, mas rica por poder contar com a água do São Francisco”.

Isabel e Violeta
Ambas são variedades criadas ou melhoradas pela Embrapa, a fim de adaptar o plantio às características dos microclimas brasileiros, tanto para suco quanto para vinhos. A BRS Violeta, mais recente, é tanto recomendada ao clima temperado do Sul do Brasil como para o clima tropical, do Nordeste. Com sua cor preto-azulada, é de alta produtividade, chegando a produzir dois cachos – pesando em torno de 150 gramas – por broto. A BRS Isabel Precoce, preta e com cachos pesando em média 110 gramas, tem tempo de produção mais reduzido e foi selecionada para regiões tropicais. Esta última, além da aplicação industrial, tem potencial também para o consumo in natura.

“Evolui as variedades e evolui também o manejo. A gente hoje tem um acompanhamento técnico mais consistente. Já se modernizou bem mais coisas, como a absorção dos nutrientes pela planta, disponibilidade de nutrientes através de fertirrigação e manejo da planta. Também esse manejo semanal, de estar amarrando, de estar conduzindo a planta e trabalhando ela no solo. E isso a gente faz diariamente. Isso tudo somado, aumentou a capacidade de colheita que em vez de ser dois anos, como era no passado, a gente consegue colher com 11 a 12 meses, quando se faz a primeira que poda”, concluiu o técnico Guy da Embrapa.

Agricultores de Gararu fazem visita técnica à Cohidro em Canindé

A visita culminou nos pomares de Goiaba irrigada

Quinta-feira, 7, o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, recebeu a visita de um grupo de oito produtores rurais provenientes de Gararu, ambos municípios localizados no Alto Sertão Sergipano. Pensando em diversificar os tipos de culturas que já trabalham, eles queriam conhecer as principais plantas cultivadas nesse polo agrícola que utiliza tecnologia agrícola e métodos de irrigação adaptados à realidade do clima Semiárido.

A agricultura empregada nos perímetros irrigados da Cohidro serve de modelo para outras áreas agrícolas devido ao empenho de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas que tem a função de coordenar e incentivar a aplicação de métodos aprimorados de produção, buscando fazer valer o investimento público de prover irrigação para mais de duas mil unidades de produção agrícola nos seis polos de irrigação da Empresa. Segundo o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o auxílio dos especialistas vai dos cultivos escolhidos pelos agricultores até os campos experimentais propostos pela Companhia e parceiros.

“Nossos valorosos técnicos e engenheiros ajudam os agricultores irrigantes produzirem melhor aquilo que estão acostumados, ou o cultivo que está sendo mais lucrativo da época, como também estão aptos para orientar a produção nos campos experimentais. Está sendo assim em Lagarto (Perímetro Piauí) com a Pimenta-do-reino e foi com a Maçã, Pera e Caqui, através de convênio com a Embrapa, mesma parceria que vai introduzir, em breve, a Uva no Califórnia. E não podemos esquecer do Programa Balde Cheio (originado na Embrapa São Carlos-SP) de produção leiteira, introduzido com sucesso no Perímetro Jabiberi (Tobias Barreto)”, relacionou o presidente Mardoqueu.

Perímetro Califórnia

No Perímetro Califórnia, foram duas das suas particularidades as mais observadas pelos visitantes: a experiência dos produtores irrigantes com a fruticultura, em destaque a goiaba e as técnicas por eles usadas para conviver com a aridez do clima do Alto Sertão Sergipano, ao qual compreende, igualmente, Gararu. Josias José dos Santos é presidente da Associação de Produtores Rurais de Gararu e um dos produtores que estiveram em Canindé para observar a agricultura assistida pela Cohidro.

“Como a gente já produz, têm irrigação direto do rio ou de cisterna, estamos entrevistando os agricultores, sobre as plantas que cultivam, espaçamento e tipo de adubação. Vamos tentar transferir isso daqui para nós. Eu já vi e gostei da goiaba, estamos tirando foto, catalogando as técnicas usadas. Lá temos condição de produzir, mas não conhecemos. Vamos também levar contatos sobre fornecedores de mudas e usar lá”, relatou Josias José.

Segundo Josias, eles pretendem repassar tudo que viram para os demais produtores das três localidades que enviaram representantes: povoados Monte Santo, João Pereira e Assentamento Nova Esperança. “Cada um vai ser um agente multiplicador, nossa intenção é isso”. Ele e os outros sete agricultores visitantes fornecem alimentos para Prefeitura Municipal através do Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Todos nós somos cadastrados no fornecimento para a merenda escolar e por isso viemos aqui na intenção de diversificar a produção, procurar outras culturas”, acrescentou o produtor do Monte Santo.

O gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro foi quem recepcionou os agricultores e os orientou em toda visita, acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas, também da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto) e Joaquim Ribeiro dos Santos. “Considero como um intercâmbio técnico, é bom a gente mostrar o nosso trabalho para esses agricultores que estão interessados em diversificar os plantios, procurando fazer uma agricultura agroecologia e sustentável, aproveitando a água que está bem próximo dos seus lotes”, expôs o chefe do Perímetro que, como em Gararu, utilizada do Rio São Francisco para irrigação.

“Mostramos para eles desde o histórico do Califórnia, como está hoje, todos os dados técnicos de plantio, a produção e toda infraestrutura do Perímetro. Mostramos a importância econômica do Perímetro Califórnia para o município de Canindé. Depois fizemos a visita ao lote de José Bispo do Nascimento (Zé Branco), produtor de goiaba que é referência aqui. Ainda fomos até a EB-100 (Estação de Bombeamento), onde eu expliquei todo o sistema, como funciona desde a captação até a pressurização nos lotes”, complementou Edmilson, relatando como foi toda a visita que guiou.

Agricultura Familiar e Orgânica

Cleovan de Freitas é o Secretário Municipal de Agricultura de Gararu e estava também na visita ao Califórnia. Ele agradeceu a forma como foi recebido em Canindé. “A gente queria, de início, ressaltar o apoio que teve aqui ao chegar. A equipe da Cohidro atendeu a gente muito bem. A atenção do produtor, Zé Branco, foi muito boa, que atendeu as perguntas que a gente fez sobre adubação, mudas e poda da goiaba”, avaliou. Ele disse ainda que esses agricultores, além de fornecer para a merenda escolar, participam da Feira da Agricultura Familiar da Cidade, conduzida em parceria com a Seidh (Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos).

Feirante assídua na Feira da Agricultura Familiar é a agricultura Neusa Soares Poderoso Santos. Ela também atravessa o São Francisco para levar, os alimentos que produz com o Marido no Povoado João Pereira, em mais duas feiras no Estado de Alagoas e ainda fornece para o Penae. Mesmo com sua rotina corrida na lavoura, vendas e ainda cuidar da família, arranjou tempo de participar da visita ao Califórnia. Do que viu, chamou mais atenção a goiaba, embora também quisesse saber mais da Agricultura Orgânica praticada no Perímetro de Canindé.

“Eu Planto quiabo, melancia, milho, coentro, alface e pimentão, que forneço para a merenda escolar e trabalho na feira livre também, uma em Gararu, uma em Traipu (AL) e uma em Giral (do Ponciano-AL). Há 15 anos na luta, trabalhando no campo, consigo sustentar a família e boto o filho ainda na faculdade, um está formado e o outro está formando e tudo isso é fruto da agricultura”. Embora estudem, Ela diz que todos em casa têm que ajudar. “Eu só boto funcionário quando eu vou colher, mas para produzir e trabalhar somos nós quatro, é só a gente mesmo”, relatou Neusa.

Embora a Agricultora não tenha certificação, trabalha coma produção orgânica baseada na confiança que seus produtos conquistaram e já tem freguesia certa. “Procuram muitos produtos orgânicos, eles gostam muito. – Olha o pessoal que não usa veneno! Aí todo mundo chega para cá. É tudo na confiança. É você ver a qualidade né? Há anos a gente trabalha e dizem: – Ah, eu comprei seu Coentro e não apodreceu na geladeira, comprei na outra banquinha e apodreceu. São mais duradouros, mas é difícil de plantar, a gente perde muito”, justifica Neuza Soares, o motivo dos Agroecológicos custarem mais nas feiras livres.

Irrigantes da Cohidro em Tobias Barreto reduzem custo do leite

As palestras serviram para os produtores revisarem aquilo que eles aprenderam durante a consultoria

Palestras e prática de campo na última quinta-feira, 10, encerraram os quatro meses de consultorias aplicadas em 20 pequenas propriedades de produção leiteira no Perímetro Irrigado Jabiberi, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), em Tobias Barreto. Correção de solo, orientações em Zootecnia e Veterinária promoveram melhorias na qualidade do rebanho, leite e reduziram custos na criação. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe (Sebrae-SE) custeou 80% da assistência pelo SebraeTec. Ano que vem outros 20 micro-pecuaristas também querem ser atendidos.

Desde 2010, o Perímetro Irrigado focou sua aptidão à criação de gado leiteiro, quando a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, consultoria do Sebrae e financiamento do Bando do Brasil, inseriram no Jabiberi o modelo de produção de leite do “Programa Balde Cheio”. No sistema, criado pela unidade de São Carlos-SP da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as vacas tem diariamente acesso a pastagem de qualidade, a partir da subdivisão do pasto em piquetes. Enquanto um deles recebe os animais, os outros são irrigados e se regeneram para logo voltarem a servir de alimento, em um ciclo contínuo.

Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 produtores que aderiram ao sistema, segundo o Gerente do Perímetro, Jose Reis Coelho. “Hoje eles produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. A Cohidro faz um acompanhamento contínuo e muito do que foi repassado aos 20 produtores que participaram da capacitação, será revisto por nós e servirá de parâmetro de atendimento aos demais pecuaristas, já que a realidade deles é bastante semelhante e têm os mesmos objetivos”, relatou o também Técnico Agrícola, um dos palestrantes do evento que ocorreu no Escritório da Companhia no Jabiberi.

Palestras

“Falei para os produtores sobre o Estresse Térmico, mostrando a partir de exemplos práticos de fotografias, que o gado de leite carece de proteção ao sol, visto que sempre procura a sombra ou a água para se refrescar depois da ordenha, momento em que se eleva muito a temperatura corporal da vaca. O produtor tem que se atentar a isto e se o pasto não possui árvores adequadas para abrigar os animais, é necessário investir em coberturas artificiais, feitas seguindo especificações técnicas de tamanho, altura e posição geográfica”, alertou José Coelho da Cohidro.

A outra palestrante do dia foi a Médica Veterinária Rebeca dos Santos Souza. Ela foi um dos profissionais responsáveis pelo atendimento realizado nestes quatro meses de consultoria aos produtores e aproveitou a oportunidade para falar mais da Sanidade Animal na Produção de Leite. “A orientação geral dada na consultoria e reafirmada nesta palestra, era de ter muito cuidado com o carrapato, para evitar a Tristeza Parasitária Bovina, que causa anemia, fraqueza e toda doença que possa ocasionar a redução da produção de leite”, explicou a Doutora do Instituto Eaquitas, contratado pelo Sebrae-SE para a consultoria.

“Fizemos de quatro a cinco visitas a cada um dos 20 produtores, onde se trabalhou muito com o manejo reprodutivo, como saber se a vaca estava prenha ou não. No geral, não encontramos nenhum caso que atentasse à qualidade sanitária dos rebanhos atendidos, que na média estava boa”, considerou Rebeca Souza. Ela assinalou também a boa receptividade dos produtores à consultoria.

Helenilson de Jesus Oliveira, Analista Técnico de Agronegócio e Empreendedorismo do Sebrase-SE, explica o SebraeTec – Inovação e Tecnologia. “Nele o produtor entra com 20% do custo da consultoria, não é nada de graça. E a gente traz veterinários, agrônomos, que fazem um diagnóstico da propriedade, começando pelo solo e manejo, ainda contando com os recursos do equipamento de ultrassom para acompanhar a prenhes. Nesse Perímetro é bom o trabalho porque tem um Técnico em Agropecuária que acompanha que é o José Coelho, é como um a consultoria continuada”, disse, informando que é de interesse dois outros 20 pecuaristas, no Balde Cheio, também receber a consultoria no próximo ano.

O Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, comemora mais um ano em que o Perímetro Jabiberi supera o ano anterior em produção de leite, findando 2015 com o balanço de 1.342.795 litros. “Foram 118 mil litros a mais, um ganho de 9% de um ano para o outro nessa micro-bacia leiteira, criada com base na irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado. Se estão produzindo cada vez mais, isso muito se deve a iniciativa dos criadores em elevar a qualidade do rebanho, investindo em melhoramento genético e agora que estão atendendo às orientações dos valorosos técnicos deste convênio com Sebrae-SE, sempre nosso parceiro”, considerou.

Práticas de campo
Zootecnista que fez a consultoria aos produtores do Jabiberi, Thiago dos Santos Almeida encerrou o evento aplicando práticas de diagnóstico das principais doenças associadas à produção de leite, incluindo a aplicação de testes com reagentes à amostra de leite e ubre das vacas, na intenção de reafirmar aquilo que foi passado de forma individual, durante os quatro meses em que esteve orientando os micro-pecuaristas.

“Na área nutricional, o principal foi a formulação de dietas conforme a prioridade de cada lote, priorizando a redução de custos. Inclusive na introdução de um alimento que eles não utilizavam que é o sorgo, existe produção na região e pode substituir o milho. Foi recomendada também a correção do solo via adubação e assim ter os nutrientes necessários para o pasto crescer, ter volume suficiente para nutrir o animal, unindo quantidade e qualidade, um equilíbrio pra suprir o animal”, relatou Thiago Almeida, Especialista também ligado ao Instituto Eaquitas.

Primeiro a ser atendido pela consultoria em setembro, Pedro Vidal reconhece que a ajuda surtiu bons resultados na produção. “Com certeza teve benefício. O mais importante foi a o atendimento veterinário e na formulação da ração. Também foi a parte reprodutiva das vacas, que agora estão emprenhando no tempo certo”, contou animando o Produtor, que atualmente tem 13 vacas em período de lactação e duas fora, entrando uma para parir em breve.

Quanto ao custo de produção, o Produtor não tem dúvida de que houve mudança. “A redução aconteceu. A Gente diminuiu a soja, que é o mais caro, e entrou com a uréia na composição da ração, que agora é feita com a soja, a uréia, o milho e torta de algodão”, completou o micro-pecuarista que hoje produz 250 litros de leite por dia, contra os 190 do início do atendimento. Muito embora Pedro Vidal tenha crescido um pouco o rebanho, a melhoria na produção também ocorreu.

A Associação dos Pequenos Criadores do Perímetro Irrigado Jabiberi (APCPIJ) foi quem firmou o acordo com o Sebrae-SE para viabilizar a consultoria. O presidente da Entidade, Acrisio Jesus Nascimento, considerar bem sucedido o projeto, pois constatou a mudança tanto em sua propriedade como na dos companheiros produtores. “O povo tava até meio desanimado com a produção, mas o custo da ração diminuiu e com isso aumenta o lucro do leite. A gente aprendeu mais tecnologia, inserimos o sorgo e foi tão bom que agora estamos procurando outro local pra comprar, porque aqui não estamos achando mais”, relatou o micro-pecuarista que tem um rebanho de 12 vacas no Perímetro, 10 em lactação.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto ratifica o sucesso desse Programa de Produção Leiteira em Tobias Barreto. “Garante aos produtores irrigados excelentes produtividades em pequenas áreas, garantindo aumento significativo da renda e disseminando essa tecnologia a outras propriedades do nosso Estado”, avaliou. Ele afirma ainda que “com a parceria com o Sebrae, os produtores recebem assistência técnica específica da atividade, que melhora o manejo, a produção e reduz custos, aumentando a renda dos produtores”, finaliza.

Dia do agrônomo foi comemorado com palestra de Carlos Britto

Dia do Agrônomo

Agrônomos foram homenageados nesta terça-feira, 13 de outubro, pela Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE) em solenidade que contou com a participação do Secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal dos Santos, representando o Governo Estadual. A solenidade contou com palestra do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres de Britto com o tema “A ética como indutora no combate à corrupção e para o desenvolvimento do Brasil”; seguida da entrega do título de agrônomo do ano ao Engenheiro Luiz Mário Santos.

O Presidente da AEASE, Naum Araújo, disse que o evento tinha o objetivo de comemorar o dia do Engenheiro Agrônomo, 12 de outubro, trazendo um debate fluente e promovendo a celebração entre os profissionais da categoria, parentes e amigos. “Nossa expectativa é de que possamos sair deste encontro congregados e valorizados com a palestra do ministro Carlos Britto e do título de agrônomo 2015 para o Engenheiro Luiz Mário que ao longo dos seus 45 anos de profissão se destacou como pesquisador na área da fruticultura.”

O Secretário Esmeraldo Leal destacou a AEASE como importante parceiro do Estado no debate e proposição de questões voltadas para a agropecuária sergipana. “É como muita alegria que venho trazendo o abraço do governador em exercício Belivaldo Chagas e do governador Jackson Barreto para esta categoria que tanto tem contribuído para o desenvolvimento do estado”.

Ele destacou também que os números positivos na agropecuária sergipana se dá, também, com o trabalho do agrônomo. “Apesar de sermos um estado pequeno, nos orgulha ver que nossa produção e produtividade se destacam em relação a outros estados do Brasil, a exemplo do milho, do arroz, do leite e da laranja. Devo concordar com a música que diz que Deus é sergipano, porque temos aqui todas as condições favoráveis: homens e mulheres que trabalham com muito gosto no campo, um clima ameno em relação a outros do nordeste, uma terra fértil e, além de tudo isso, temos a força e a qualidade profissional e tecnológica dos agrônomos que em muito contribuem para o desenvolvimento de nosso estado. Essa soma de esforços entre os homens e mulheres trabalhadores rurais e o profissionais da agronomia muito nos orgulha, parabéns a todos”, concluiu o secretário.

Palestra com Carlos Britto

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, disse que o Brasil atravessa um período muito difícil e conturbado com uma crise simultaneamente ética, econômica e política. Ele traçou uma retrospectiva histórica para explicar que sofremos consequências da forma que foi feita a colonização Brasileira e comparou o processo de colonização brasileiro com o norte-americano para sustentar as raízes da histórica crise ética brasileira. “Permito-me dizer que os nossos males começam desde a colonização. Nosso processo de ocupação do solo brasileiro não foi virtuoso como o norte-americano. Lá a sociedade chegou antes do Estado, aqui o contrário, o que teve consequências até hoje”.

O ministro conta que tivemos um início de república conturbada. Logo no início até 1930 tivemos uma republica dos coronéis, com aqueles maus costumes da colônia de grandes propriedades rurais, eleição à bico de pena, influência econômica no processo eleitora, entre outros. Logo veio o período Vargas e a tentativa de permanência no poder. A constituição democrática de 1945, mas que era mais no papel do que de fato.

Carlos Britto passou a elogiar o Brasil com a chegada da Constituição de 1988 “que nos últimos anos vem turbinando a cidadania e fortalecendo as instituições”. “O país conseguiu uma Constituição essencialmente democrática, que investiu na sua própria força normativa para resolver coisas importantes, sem mediador”. Ele explicou que à luz dessa Constituição o Poder Legislativo produziu leis exemplares como a Lei da Ficha Limpa, A Lei Anti Corrupção Eleitoral, Lei Maria da Penha, Lei de Acesso à Informação, entre outras. Também à luz dessa Constituição o STF vem tomando medidas saneadoras dos novos costumes e afirmando princípios como o da publicidade, moralidade e impessoalidade.

Ao falar sobre ética Ayres citou o Bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga quando disse: “Ética é ter vergonha na cara e amor no coração”. É imprescindível o respeito pelo cidadão, pelo erário, pelas leis, evitar nepotismo e patrimonialismo?. Ele cita ainda a frase do ex-presidente norte-americano Thomas Jefferson: “a arte de governar consiste exclusivamente na arte de ser honesto”. O ministro levou o público a refletir que a moralidade, a honestidade e a ética depende de uma decisão de dentro para fora do indivíduo, e concluiu este ponto dizendo “inteligente é ser honesto”.

Ayres conclui a palestra dizendo que o país reúne condições de superação de suas dificuldades. O maior aspecto, segundo ele, é que temos uma Constituição primorosa que começa a produzir efeitos e a se incorporar no nosso cotidiano “Uma Constituição que nos lega à democracia que é o valor dos valores, o princípio dos princípios”. Outra condição é a criatividade. Ele aconselha dizendo precisamos agora é ser mais propositivos frente aos desafios, e cita o exemplo da Espanha em relação à crise de desemprego. “Lá eles resolveram abrir micro-crédito para a população montar seu próprio negócio. Acredito que sem abrir mão da honestidade, praticando o rigor da penalização podemos usar da nossa criatividade para superar as dificuldades. Esse é o quadro que queria traçar para vocês”, finaliza.

A programação da AEASE seguiu entregando os títulos de engenheiro do ano 2015 ao agrônomo Luiz Mário Santos da Silva, seguido de coquitel. Participaram ainda da programação o reitor da Universidade Federal de Sergipe, Angelo Roberto Antoniolli, o diretor-presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano, o Chefe Geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Manoel Moacir, e o representante do Confea, João Bosco Lima.

Cohidro e Abid discutem realização de Congresso Nacional de Irrigação em Sergipe

Cohidro e Abid

Diretores da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (Abid) estiveram na Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no dia 12, quinta-feira. A reunião entre os presidentes das instituições tinha como objetivo conseguir o apoio da Empresa Pública para a realização do XXV Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (Conird), que neste ano ocorre em Aracaju de 25 a 30 de outubro, na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e também para agendar visitas técnicas aos seis pólos de agricultura irrigada, que a Estatal Sergipana administra.

Itinerante, a diretoria da Abid concentra seus trabalhos cada ano em um estado diferente da Federação, conforme a programação do Conird. Segundo o presidente da Entidade Nacional, Helvecio Mattana Saturnino, neste ano em Sergipe irá começar o ciclo de congressos anuais que vão ocorrer no Nordeste, sob a temática da “Agricultura Irrigada no Semiárido Brasileiro”. Embrapa, UFS e Secretaria de Estado de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri) são outros parceiros que Associação procurou estreitar relações durante toda aquela semana de visitas.

Prioridade no uso da água
Atualmente, segundo Helvecio Mattana, o que mais se discute é a questão da prioridade do uso dos recursos hídricos, cada vez mais escassos e demonstrando já fazer falta em algumas regiões brasileiras em determinados períodos. “Está faltando uma reservação e uma preservação da água, porque a água só é vital para a produção de alimentos, para dessedentação humana, animal e para nossa higiene”, coloca o presidente da Abid, em oposição ao atual modelo de produção energética, muito dependente do setor hidroelétrico, ao qual, para ele, não deveria ser a prioridade no uso dos mananciais.

Também preocupado com as reservas hídricas o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, discorre que “em Sergipe ainda existe muita água disponível para irrigação, porém é muito pouco usada e quando é, principalmente fora dos nossos perímetros, é usada de modo errado. Temos um trabalho constante de conscientização e captação de recursos para promover, continuamente, uma mudança no modelo de irrigação nas unidades da Companhia, para que cada vez mais estes agricultores passem a aderir à irrigação localizada, a microaspersão e o uso de sistemas automatizados, para daí reduzirmos ao máximo o desperdício e assim fazermos a nossa parte, pensando neste futuro em que a água será cada vez mais escassa”, expôs.

Também presente na reunião, a Gerente Geral dos Perímetros Irrigados da Cohidro, Maria Lúcia Ferraz, colocou que atualmente existe uma discussão, entre os poderes públicos, em função da prioridade que vai ser dada à água dos reservatórios dos perímetros da Empresa, que foram construídos para o uso na irrigação. Conforme as cidades crescem, cada vez mais estas reservas estão sendo requisitadas na captação para consumo humano.

“Nesse sentido, atualmente o que temos de ação mais importante é a intervenção do programa ‘Águas de Sergipe’, na recuperação ambiental da Bacia do Rio Sergipe, em que fazem parte os perímetros Jacarecica I e Ribeira, em Itabaiana. No projeto, uma das ações está sendo a mudança para a irrigação localizada e assim reduzir o nosso consumo para a irrigação”, explicou Maria Lúcia, sobre o atual conflito entre o uso da água para o consumo humano, agrícola e ainda para piscicultura, também presente nos polos de Irrigação da Cohidro.

O presidente da Abid vai ainda mais longe na questão que envolve a prioridade que deve ser dada às reservas hídricas. “Não é correto dizer que a irrigação consome a maioria da água, quando não existe nenhum projeto que trate do seu reuso. Vejo a agricultura irrigada como grande parceiro do consumo humano, pois eu posso pegar o efluente urbano, usar na irrigação e devolver como água tratada, com um custo mais baixo, em estado igual ou melhor do que qualquer sistema de tratamento industrial”, pondera Helvécio, idealizando projetos que podem amenizar a falta d’água em um futuro próximo.

Bons exemplos
Já o presidente da Cohidro explicou aos visitantes que o uso de novas tecnologias têm sido uma constante na Empresa, visando, ao mesmo tempo, uma melhor produção e redução de consumo de água. “Uso de exemplo o Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, onde a irrigação não dava certo quando era feita por inundação. Hoje, depois de implantado o projeto ‘Balde Cheio’ da Embrapa, tanto se consome menos água com o sistema de microaspersão automatizado, quanto a produção de leite dos irrigantes passou, de uma média de 250 litros por dia, para os atuais 3 mil litros”, comemorou Mardoqueu Bodano.

Conird
Bastante entusiasmado com a possibilidade da Cohidro participar do XXV Conird, Mardoqueu Bodano já planeja ações que possam enriquecer a discussão focalizada na agricultura irrigada que o evento propõe à Sergipe. “Vamos procurar reunir nossos diretores, gerentes de perímetros e engenheiros para planejar e enumerar de que forma poderemos contribuir com nossos especialistas, infraestrutura e instalações para fazer deste Congresso não só o primeiro, mas também o melhor do Nordeste”, se entusiasmou o presidente da Cohidro.

Maria Lucia
Mardoqueu
Helvecio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embrapa e Cohidro iniciam a produção de pera, caqui e maçã em Lagarto

Produção de Pêra

Com intenção de mostrar os resultados do projeto experimental, para produzir maçã, pera e caqui no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) convidou os técnicos e diretores, dos órgãos parceiros da iniciativa, para uma visita às “unidades de observação” na última quinta-feira, 22. A Companhia de Desenvolvimento Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é quem administra o pólo de irrigação que abriga as plantações e presta assistência técnica direta através de seu quadro funcional.

Além da Cohidro, compareceram técnicos e diretores da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), parceira da Embrapa no mesmo projeto em outros campos experimentais, como os de Petrolina-PE, onde se originou o plantio das primeiras mudas frutíferas e também fica a unidade “Semiárido” da Empresa de Pesquisa. Também compareceram à visita técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), interessados na novidade que inseriu estas culturas ao leque de variedades agrícolas produzidas no Estado.

Como é de frequência, o engenheiro agrônomo e pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa-Semiárido, veio de Petrolina-PE para visitar os sete pomares instalados nas “unidades de observação” dos agricultores irrigantes. Além de coletar dados sobre o experimento, ele orienta os produtores sobre o manejo das frutíferas,poda,adubação e controle de pragas e doenças. “As plantações estão indo bem, com o desenvolvimento correndo dentro do esperado. A maçã está melhor que a pera e o caqui, mas isso não quer dizer que ela se adapte melhor ao clima de Lagarto, é mais uma questão de cuidado, dedicação que cada produtor dá ao seu plantio. São produtores diferentes para cada cultura e é esperada esta diferença”, comentou ele que trouxe os parceiros no projeto de transferência de tecnologia, demostrando os resultados parciais.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, acompanha de perto estes resultados por meio da assistência que a Companhia Sergipana também dá ao projeto. “A novidade que o Paulo Roberto quis mostrar, aos representantes dos outros órgãos envolvidos neste experimento, é o resultado preliminar que prova a eficiência e o resultado das técnicas empregadas. Desde o transplante das mudas – que ocorreu de agosto há novembro de 2013 – até agora, em que os agricultores já se preparam para a colheita das frutas com volume de produção comercial – a partir do final do ano e início do próximo–confirmam ser possível produzir estas variedades, de clima temperado, também em Sergipe. Estes parceiros agora poderão usar o modelo implantado aqui em Lagarto para disseminar esta nova proposta de produção por todo Estado,fomentando com isso a diversificação de culturas em nossa agricultura,o que permite novas oportunidades de negócios aos agricultores”, comentou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, também compareceu à visita técnica e se diz “maravilhado” com o que os produtores, Embrapa e Cohidro estão desenvolvendo no Perímetro Piauí. “O que mais me deixa satisfeito é o fato de serem estes agricultores familiares os agraciados pela iniciativa. Os pequenos produtores irrigantes são o público alvo principal das ações da nossa Companhia e garantir a eles o pioneirismo no mercado interno de frutas, os primeiros a poder oferecer pera, caqui e maçã, será um incremento significativo na capacidade de geração de renda por meio do trabalho deles na própria terra”, comentou, também lembrando de agradecer ao empenho do senador Antônio Carlos Valadares, que em 2012 propôs a emenda parlamentar destinando R$ 300 mil para viabilização do projeto.

Fruticultores

Produtor orgânico de hortaliças, João Pacheco foi um dos agricultores inseridos no Perímetro Irrigado e escolhido para acolher, em seu lote, uma das plantações de caqui do projeto. Para ele a falta de familiaridade com a planta vem a ser a maior dificuldade enfrentada até agora. “A gente não conhece o desenvolvimento da planta, às vezes desanimo, tipo quando caem as folhas, mas ai elas rebrotam de novo e a gente fica novamente contente”, desabafou ele. Diz também que, segundo o agrônomo da Embrapa, está fazendo o manejo correto dos seus 500 caquizeiros. Seu pomar já deu frutos e agora passam por um período de recuperação para nova produção, conforme orientação técnica.

Técnico agrícola da Cohidro, William Domingos Silva é responsável por acompanhar diariamente os sete pomares em Lagarto. Para ele, as visitas da Embrapa e a viagem que fez à unidade Semiárido da Empresa em Petrolina-PE, fazem parte do aprendizado para entender o desenvolvimento das frutíferas, que até o início do projeto eram inéditas em Sergipe. “Este manejo tende a imitar o processo natural das plantas em seu habitat original que são as regiões de clima frio e temperado, onde as estações do ano são bem definidas. Diferente daqui, onde há pouca diferença no clima de uma estação para a outra, nisso entra a irrigação e o manejo adequado às nossas condições climáticas oferecendo às plantas condições ideais de produção,mesmo na nossa região,”explicou.

Jânio Gonçalves dos Santos é outro agricultor irrigante do Perímetro Piauí atendido pela assistência técnica do projeto por abrigar 1000 pés de pera, das variedades “hossui” e “packham’striumph”. Na visita do agrônomo Paulo Roberto da Embrapa, recebeu a orientação para a poda e amarração dos galhos das pereiras. Este manejo tende a formar pequenas árvores de copa larga, para abrigar mais frutos e também de estatura média, facilitando a colheita. “Uma coisa que a gente não conhece fica difícil de lidar sem este acompanhamento de um especialista. Por sorte William está sempre aqui dando assistência, ele como técnico da Cohidro pode nos orientar melhor”, comentou o produtor que plantou seu pomar em novembro de 2013 e foi orientado que, aos um ano e quatro meses, terá uma produção mais plena das frutíferas.

Satisfeito com a primeira colheita, o irrigante José Josemir de Souza tem um pomar com 1000 macieiras e já fez sua primeira colheita há 20 dias. “Aos 15 dias de plantadas, as mudas já começaram a produzir esporadicamente frutos pequenos, fomos até orientados a descartar para ajudar a planta se desenvolver melhor. Mas agora em agosto, menos de um ano de plantadas às mudas, o pomar deu uma produção impressionante, com frutas em tamanho comercial, próprias pra consumo em que eu tirei 15 baldes grandes de maçã”, comemora ele que diz que agora espera outra produção maior e mais consistente, depois da poda de suas macieiras das variedades “princesa” e “julieta”, como foi orientado a fazer nesta visita do agrônomo Paulo Roberto.

Gilvanete Teixeira, gerente do perímetro irrigado da Cohidro em Lagarto, é outra que tem comemorado os resultados obtidos pelos produtores inseridos no projeto. “Isso é só o começo. A previsão é para que no final do ano se colha uma safra que se aproxime às 35 toneladas, em cada um destes sete campos de duas tarefas (0,6 hectares) destas frutas e em 2015, ao completar os dois anos, se espera o dobro disso”, informa ela que ainda comenta sobre outra vantagem do plantio das frutíferas. “Os irrigantes podem utilizar da mesma terra – e do sistema de irrigação fornecido pelo projeto – para plantar outras culturas no intervalo de três metros entre uma linha e outra de árvores, desde que elas não façam nenhum tipo de sombra. Aqui já foram experimentadas com sucesso as pimentas malagueta, biquinho, jalapeño e de cheiro; feijão-de-corda; tomate; couve-flor e até brócolis”.

Última atualização: 6 de dezembro de 2017 09:26.

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