Curso sobre qualidade do leite encerram os 2 anos do Sertão Empreendedor no Jabiberi

Capacitação tratou da qualidade do leite que os produtores vão ofertar ao laticínio – foto Ascom Cohidro

De 26 a 28 setembro ocorreu uma capacitação extra aos dois anos em que 16 microprodutores de leite do Perímetro Irrigado Jabiberi tiveram o acompanhamento e orientação técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (Senar-SE). Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra este polo leiteiro em Tobias Barreto (SE), o Senar-SE atuou via Programa Sertão Empreendedor, que incluem cursos de formação profissional rural (FPR) como este – sobre a qualidade do leite para à venda – e visitas periódicas e individuais aos lotes irrigados.

Aplicada pela zootecnista Annelise Aragão Correa do Senar-SE, a FPR foi sugerida e requisitada pelos próprios pecuaristas. “Aqui teve a atuação do Sertão Empreendedor, é um programa que atuou em sete municípios e Tobias Barreto foi contemplado. Foram atendidos 20 produtores de Tobias Barreto e o programa já acabou, só que eles pediram que fosse fornecido esse curso porque o laticínio aqui agora vai começar a comprar por qualidade. É para poder saber tirar o leite sem tanta bactéria e fazer o teste do alizarol (que é o teste de acidez do leite). Como eles vão começar a fazer, várias coisas causam acidez. Então, é para o leite deles não ser perdido financeiramente e ser descartado”, explicou.

Eles produzem leite com vacas acomodadas em unidades de produção criadas a partir de outro programa, o ’Balde Cheio’. Inserido no perímetro em 2010, consiste na divisão dos pastos irrigados em 24 piquetes menores. Os animais se alimentam cada dia em uma desses cercados, tendo aquela parcela de capim 24 dias para se recuperar, com boa irrigação e adubação, e servir novamente rebanho depois desse período. “Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa”, salienta José Reis Coelho, técnico agrícola da Cohidro em Tobias Barreto.

Desde 2016 os produtores do Jabiberi estavam inseridos em um programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) promovido pelo Senar-SE, que incluem os cursos e as visitas periódicas ao produtor. “Os cursos, eles são pedidos ou via CNPJ Rural ou se todos tivessem DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), mas precisa um mobilizador ter esse CNPJ Rural. E como eles são antigos produtores do programa e têm associação, eles pedem via associação”, acrescentou Annelise Aragão.

Um desses produtores de leite no Jabiberi é Antônio Meneses de Almeida. Criador de gado de leite (20 vacas) há cerca de 10 anos, ele acredita no benefício da capacitação, que vai influenciar diretamente na renda obtida na venda do produto. “Vendo para o laticínio aqui. É bom, porque quem não sabe, aprende, (entender) o que fazer para render o leite. Se trabalhar certinho muda sim, para (o laticínio) pagar o leite pela qualidade dele”, relatou ele, que participou da capacitação do Senar-SE que finaliza o Sertão Empreendedor no Jabiberi.

Transferência de tecnologia
Presidente da Cohidro, Carlos Fernandes de Melo Neto conhece tanto a produção de leite no perímetro de Tobias Barreto, como também foi conferir a sua ‘replicação’, feita pela transferência de tecnologia para o perímetro de Canindé de São Francisco, também administrado pela empresa. “O Balde Cheio é um sistema que deu certo no Jabiberi, que é um projeto de irrigação pequeno, de 75 lotes irrigados atendidos pelo Governo do Estado. No Califórnia, temos bem mais lotes atendidos (333) e se alguns aderirem à pecuária, vão diversificar os tipos de produtos (leite e derivados), que saem de lá e com isso haverá menos concorrência, esta que só favorece aos compradores”. O gestor expõe que no momento, existem dois processos licitatórios em curso para investir em melhorias nos dois polos irrigados.

“São recursos do Proinveste. Quase R$ 550 mil para recuperar e ampliar os reservatórios que têm cada lote do perímetro Jabiberi, aumentando a autonomia do produtor para resistir aos períodos de estiagem”, explica Carlos Melo. Em Tobias Barreto, a água para irrigação da Cohidro é distribuída por gravidade, em canais, e que chega nestes depósitos para então ser bombeada pelo produtor para irrigar os campos. “No Califórnia é bem diferente, são sete estações que fazem a água do São Francisco chegar com pressão suficiente para irrigar os lotes. Para lá, temos a outra licitação (prevista em R$ 3.368.539,34) para recuperação da estrutura, reposição de peças e montagem de equipamentos acoplados às 37 novas bombas, também adquiridas pelo mesmo financiamento, outro investimento de R$ 318 mil”, finalizou.

Melhoramento do rebanho
Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, com a irrigação fornecendo alimento para o gado de leite, a tendência é dos produtores investirem mais nas criações. “Mesmo eles contando com pouco espaço, em lotes com tamanho médio de um hectare, eles conseguem manter muito mais animais, com a irrigação e capim separado por piquetes (Balde Cheio), do que se eles estivessem criando em sistemas de sequeiro. Esse incentivo da irrigação favorece a eles investirem em melhoramento do rebanho e inseminação artificial para a renovação dos plantéis. Isso já se tornou realidade no Jabiberi e agora avançam mais um passo, aprendendo a trabalhar com a qualidade final do leite, para vender dentro das normas sanitárias e com valor agregado, traduzindo em mais renda por litro de leite entregue”, argumenta.

Pedro Vidal é um dos pequenos criadores do Jabiberi que mais bem se adaptou à melhoria que a irrigação e o sistema de rotação de pastagens do Balde Cheio trouxeram à produção de leite. Participante do curso que finalizou o Sertão Empreendedor, ele acredita que a capacitação vai trazer mais benefícios ao seu negócio. “Sempre traz, quanto mais conhecimento melhor, para a produção do leite e a qualidade. E o preço vai melhorar, pois terá qualidade e irá aumentar no mínimo uns 15 a 25 centavos por litro. Durante dois anos eu tive um assistente para direcionar (ATeG), mas já terminou, daí teve esse curso aqui e com certeza vai ajudar mais ainda”, concluiu.

Embrapa e Cohidro planejam novas parcerias em reunião de gestores

Foto: Ascom Cohidro

Chefes da unidade ‘Tabuleiros Costeiros’ da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) e diretores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) tiveram reunião para tratar de pautas em comum às duas instituições, nesta segunda-feira (6), na sede da estatal sergipana. A empresa estadual tem interesse que surjam novas parcerias de transferência de tecnologia alocadas em seus perímetros irrigados, já a federal conta com a cooperação para a perfuração de poço em seu campo experimental de Itaporanga d´Ajuda, visando o uso da água para irrigação.

As transferências de tecnologia de unidades da Embrapa para com a Cohidro já vêm ocorrendo há algum tempo. Como em 2010, quando a unidade Pecuária Sudeste, de São Carlos-SP, cedeu as informações e acompanhamento necessários para que em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, fosse implantado o programa “Balde Cheio’ de produção de leite, com a parceria do Sebrae-SE. Na época, a junção de esforços e representatividade destas três instituições deu aporte necessário aos pecuaristas fazerem financiamentos no Banco do Brasil para os investimentos no sistema.

O Balde Cheio consiste na subdivisão do pasto em diversos piquetes em que o gado faz o uso durante um dia, de forma que quanto findar a ocupação do último dos cercados, o primeiro já estará recuperado pela irrigação contínua e a adubação, pronto para abrigar novamente os animais. Um ano após implementado no perímetro de Tobias Barreto, a produção de leite dos micro-pecuaristas aumentou de 1.080 litros para cerca de 2,5 mil por dia.

Hoje a própria Cohidro se encarrega de replicar a tecnologia, empregada no Jabiberi, para seu perímetro irrigado de Canindé de São Francisco, o Califórnia, onde já existe um projeto piloto do Balde Cheio em plena produção. Já o Sebrae-SE usa da experiência no projeto em que participou, em 2010, como base para criar outras quatro unidades do sistema nos municípios de Riachão do Dantas, Boquim, Itabaianinha e Lagarto.

Carlos Fernandes de Melo Neto, diretor-presidente da Cohidro, considera muito importante que as duas instituições públicas tenham parcerias na troca de suas informações e tecnologias. “A Embrapa já é uma parceira importante aqui da Cohidro. Nós já desenvolvemos no perímetro de Canindé, no ‘Califórnia’, estudo juntamente com a Embrapa para produção de uva de pera e maçã, ou seja, são culturas que agregam muito mais valor à produção e a terra, para o agricultor. É importante que a gente esteja sempre conversando, desenvolvendo parcerias para ser feito um convênio permanente e implementar pesquisas já feitas em outras áreas, para incrementar e agregar produção aos nossos perímetros irrigados”, considera.

No ‘Califórnia’, dois campos experimentais de uva implantados pela Embrapa Semiárido, de Petrolina-PE, já tiveram duas safras e um terceiro de pera aguarda a sua primeira florada para daqui cerca de um ano e meio. Da mesma forma também ocorreu no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, com a maçã, pera e caqui. Em ambas unidades da Cohidro, a empresa federal atuou fornecendo mudas, sistema de irrigação por gotejo e fertirrigação, materiais para construção dos espaldeiras, os insumos para a adubação e a assistência técnica pelo período de 2 anos. Nesses casos, os agricultores que acolhem os projetos em seus lotes só arcam com a mão de obra empregada nesses plantios.

Marcelo Ferreira Fernandes, chefe-geral da unidade da Embrapa em Sergipe, informou que ele e sua equipe já visitaram outras instituições congêneres, como a Codevasf, Sebrae e a Emdagro, visando a melhoria das relações e firmar parcerias. “Procuramos a Cohidro e foram levantadas várias questões: a da agropecuária e da diversificação de culturas, que são temas muito alinhados com a ação da Embrapa que nós temos interesse na capacitação para essas cadeias (produtivas). Podemos apresentar e contribuir com o que nós temos gerado e a Cohidro, podendo contribuir nas áreas de atuação dela, com essa capacitação, na organização de eventos (técnicos) e na disponibilização de áreas para fazer as unidades de transferência de tecnologia nas áreas de atuação da Cohidro”, previu o gestor.

Campo de Itaporanga

Também conhecido como Reserva do Caju, o Campo Experimental ocupa área de 1.030 hectares, onde os pesquisadores da Embrapa em Sergipe fazem pesquisas, desenvolvimento, validação e transferência de tecnologias, com foco em práticas agrícolas agroecológicas sustentáveis e do uso do solo em agroecossistemas. “Temos também uma demanda pontual que é muito importante, que é a solicitação de perfuração de poços, quando for possível, para que a gente possa melhorar a demanda de algumas culturas que nós temos em Itaporanga d´Ajuda”, complementou Marcelo Ferreira, sobre a solicitação feita à Cohidro.

Convencido do benefício que Sergipe ganha em tecnologia agrícola pesquisada e desenvolvida pela Embrapa no estado, o presidente Carlos Melo autorizou à sua Diretoria de Infraestrutura o início de estudos geológicos para a perfuração do poço solicitado pela empresa federal, acrescendo a demanda ao cronograma de perfurações que a Cohidro tem para executar no estado.

Participaram também da reunião o chefe-adjunto de Administração da Embrapa em Sergipe, Paulo César Silva de Carvalho e o assessor da chefia-geral, Márcio Rogers Melo; o diretor de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, responsável pela parte de perfuração poços e o diretor de Irrigação, João Quintiliano da Fonseca Neto, responsável pelo desenvolvimento e gestão da agricultura irrigada nos perímetros da empresa estadual.

 

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Primeira safra de uva no Califórnia no Sergipe Rural

Hoje programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, foi até o campo experimental de uva do produtor irrigando José Leidison, no Perímetro Irrigado Piauí.

As videiras foram trazidas à Canindé de São Francisco via o convênio de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), para o polo irrigado da Cohidro.

Durante todo mês de dezembro os dois produtores com campos de uva, vão passar na primeira colheita de nível comercial dos parreirais, exatamente um ano depois de que as mudas foram plantadas.

Perímetro irrigado de Canindé faz sua primeira colheita de uva em campo experimental

Videiras foram introduzidas via convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa e a Cohidro

Obtiveram sucesso os campos experimentais de uva implementados em Canindé de São Francisco, no Perímetro Irrigado Califórnia. Fruto do convênio de transferência de tecnologia da Embrapa Semiárido para a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do polo irrigado onde dois campos tiveram as videiras implantadas há exatamente um ano. A partir de agora e durante um mês, os irrigantes fazem a primeira colheita em nível comercial, com coletas duas vezes por semana. A expectativa é de uma produção total de 8 toneladas nesta primeira safra. Será reflexo disso, a ampliação desses parreirais e adesão de novos viticultores.

Toda tecnologia estudada e implantada pela Embrapa em Petrolina-PE, foi trazida para quatro destes campos experimentais em Canindé, somando aos outros dois no Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Os produtores – escolhidos pelas duas companhias atendendo requisitos de conhecimento técnico e adoção da policultura, ou seja, cultivar a terra com mais de um tipo de plantação simultaneamente – receberam as mudas, os materiais para fazer os parreirais, o sistema de irrigação e os insumos que são utilizados na fertilização das plantas. Insumos estes que terão fornecimento mantido até completar os dois anos de abrangência do convênio, mesmo tempo em que dura a assistência dos técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos da estatal de pesquisa.

O primeiro a colher as uvas foi o produtor irrigante do Califórnia Levi Alves Ribeiro, mais conhecido por Sidrack. Em seu parreiral foram 25 caixas de 20 quilos cada, retiradas nesta quarta-feira, 13. No início da semana, de alguns cachos precoces tirou outras 15, que vendeu para feirantes e mercados da cidade por valores entre R$ 50 e R$ 60, a caixa. “Vou colher duas vezes por semana, por um mês inteiro. Minha expectativa aqui é de colher 4 mil quilos nessa primeira, depois sobe para 7 mil, segundo os técnicos da Embrapa”, acredita. O que ele não vender aos vizinhos e visitantes, ele mesmo vai pôr nas próximas feiras de Itabaiana e de Canindé. “Recebi a visita de um empresário de Alagoas, que quer fazer suco de uva, me comprou duas caixas para experimentar e conversou comigo sobre eu fornecer a uva”.

Sidrack acredita no potencial da uva e quer expandir. Mas para ele, o maior problema de produzir frutas em Canindé é o escoamento da produção, que depende de atravessadores e não conta com indústrias de processamento. “Para ter uma ideia, nesta mesma área eu plantei maracujá antes. A produção foi boa, mas a dificuldade foi escoar, o mercado local não absorve. Quero reorganizar a cooperativa para promover a poupa de fruta, com o excedente que não vender. Vamos buscar recurso, buscar treinamento através do Sebrae e quem sabe em breve possamos pensar em produzir vinho”, aspira o produtor irrigante que acaba de se tornar presidente da cooperativa de produtores do Perímetro Califórnia.

Melhor renda

José Carlos Felizola é presidente da Cohidro e pensa que para melhorar a renda do agricultor, tem que agregar valor ao que saí das lavouras. “Incentivamos muito, em nossos seis perímetros irrigados, as experiências em plantações que não comuns na região. Esse aumento na variedade faz com que o mercado não refute um produto pela superprodução, como já ocorre em Canindé com o Quiabo. E o risco de mudar, como estão fazendo estes produtores de uva novatos, é mínimo, quando se tem o apoio técnico, nosso e da Embrapa, e a infraestrutura do Estado para fornecer irrigação. Outros campos experimentais estão sendo projetados em Canindé e em Lagarto isso já foi feito com a banana prata anã, a pera, a maçã e o caqui”, coloca o diretor, acrescendo que em Canindé, a empresa também apoiou doando o terreno da central de distribuição, que está sendo construída e vai facilitar o escoamento agrícola local.

Quem conhece bem as dificuldades ao vender o quiabo, é o outro agricultor irrigante, com os também meio hectares de uva, José Leidison dos Santos. Como Sidrack, ele recebeu 625 mudas de uva. A maioria da variedade Isabel, de mesa e para vinho, mas com uma parcela menor da Violeta, mais apropriada para sucos. “Vai deixar de plantar um produto desses, que sai por baixo uma caixa por R$ 40, para plantar o quiabo, que tem gente vendendo por R$13 o saco?”, questiona o produtor. “Se der certo, vamos tentar financiamento para aumentar. Pois se arranjar comprador, tem que ter mais. Botar mais um hectare”, acrescenta.

Manejo da uva

A fertirrigação é um sistema em que a água é enriquecida com todos os nutrientes necessários à planta e chega até ela na dosagem correta, através de mangueiras de gotejo. Tal sistema, empregado pela Embrapa nos campos experimentais, facilitou muito o trabalho de José Leidison. “Para mim está bom, trabalhei sozinho, não tive muito custo”, considera. Outra facilidade na operacionalização do parreiral é a poda feita por parcelas, com intervalo de sete dias uma da outra. Isso possibilita ter uva por quatro semanas e fracionar a mão de obra com a colheita que, por acaso, o agricultor fez nesta quinta-feira, 14.

Quem explica bem como é isso, é o técnico em agropecuária da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto). “Depois que poda, tem 95 a 100 dias para uma nova colheita. Assim, dá para ter três colheitas por ano. A poda feita para esta colheita foi entre os dias 29 de julho e 30 de agosto. Pelo escalonamento da poda de produção que foi feita, segundo o técnico da Embrapa, é para que tenha uva em ponto de colheita durante o mês de dezembro inteiro”, explica o técnico que vem acompanhando a introdução da cultura no Califórnia desde o começo. Acompanhando os técnicos da Embrapa nas visitas aos parreirais e vendo de perto o crescimento das plantas, hoje têm atuado como um suporte, da parte da estatal sergipana, na assistência técnica aos viticultores.

Aprendizado

Não é só Beto que faz dos novos parreirais uma escola. Segundo a gerente do perímetro irrigado, Elieane de Moura Moraes, está sendo terreno fértil para o aprendizado dos estudantes técnicos em agropecuária. “Mandei, com os nossos técnicos Joaquim Ribeiro, Tito Reis e Edmilson Cordeiro, os nossos estagiários para ajudar na colheita. Aqui todo mundo trabalha. Para eles que estão acompanhando o plantio de uva desde o começo, quando os visitavam com os professores do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, é uma experiência enriquecedora e, provavelmente, serão eles mesmos que vão cuidar dessas videiras, se a atividade realmente se consolidar e crescer no futuro”.

Pera e maçã

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, já foi introduzido um campo experimental de pera no Perímetro Califórnia e em breve terá outro de maçã. “Nos dias 1 e 2 de novembro, no lote do agricultor irrigante João Fernandes dos Santos, foram plantadas 384 mudas, totalizando uma área de 0,19 hectares com uma variedade de pera já testada em Petrolina. O técnico agrícola da Embrapa, Guy Rodrigues, informou que por enquanto eles só dispõem de mudas de pera, mas em seguida será a vez da maçã em outro campo, assim que forem adquiridas. Da mesma forma com que foi as uvas, estes dois outros campos terão o mesmo tipo de assistência e custeio para o produtor. Sem custos, eles só contribuem com a mão de obra”, completa.

Convênio com a Embrapa introduz pera no perímetro da Cohidro em Canindé

O plantio envolveu a participação dos técnicos da Embrapa e Cohidro, além dos estudantes do curso técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, estagiando no Perímetro Irrigado Califórnia (Foto acervo Califórnia/Cohidro)

Ontem e hoje, 1 e 2, no Perímetro Irrigado Califórnia teve início o primeiro plantio de mudas de pera em Canindé do São Francisco. A novidade se deu a partir do convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa) Semiárido, que antes já trouxe mudas de Petrolina-PE e introduziu outros dois campos experimentais de uva. São variedades dos frutos melhorados e adaptados ao clima do sertão nordestino, a partir da fertirrigação por gotejo, que leva nutrientes e influi nas fases da planta, favorecendo a produção mesmo longe do seu habitat natural de clima temperado.

O técnico agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina, foi quem trouxe e orientou o pessoal de campo do Califórnia deste novo campo de pera, no lote 4 NE-20, no setor 5 do perímetro, do irrigante Ozeas Beserra. Acompanhou tudo de perto o técnico da Cohidro Roberto Ramos (Beto), que ficará responsável pelo manejo da pera, orientar o produtor, demais técnicos e estagiários, quando não estiverem presentes os técnicos ou engenheiros agrônomos da Embrapa em Canindé.

No convênio, a Embrapa presta assistência técnica ao agricultor beneficiado e fornece os insumos necessários à adubação e manutenção das plantas pelo período de dois anos. No início, também incluí o fornecimento de estacas, sistemas de irrigação e as próprias mudas, vindas de viveiros do Sul do País. Em todos os três campos experimentais da Embrapa no perímetro da Cohidro em Canindé, o produtor só está, por enquanto contribuindo com a própria mão de obra, ou arcando o custo na contratação de terceiros.

Cohidro realiza ‘Dia de Campo sobre Goiaba’ em Canindé

Evento ocorre dia 28 de setembro, em Canindé

O Perímetro Irrigado Califórnia, polo agrícola do Governo do Estado administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, organiza um ‘Dia de Campo sobre Goiaba’, para ocorrer no dia 28 de setembro, com início ás 8h no escritório local da Empresa. O foco do evento de instrução técnica e gratuito, são os agricultores irrigantes do município e região, estudantes, técnicos agrícolas e contará com o Dr. José Egídio Flori, pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), como palestrante.

Segundo a gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes, a intenção é levar o conhecimento tecnológico do cultivo de goiaba aos agricultores assistidos pela Cohidro no município, há 213km de Aracaju. “Além da irrigação, fornecida em cada um dos 333 lotes que formam o perímetro irrigado, temos a missão de fornecer a assistência técnica rural, a partir da atuação dos nossos técnicos. Trazendo esse evento, vamos transmitir aos nossos produtores as técnicas atualizadas, aplicadas lá em Petrolina, área de atuação da Embrapa, onde a fruticultura irrigada é referência mundial. Aprendendo mais sobre a cultura da goiabeira, melhor vão produzir e fazer render a agricultura familiar”, acredita.

O palestrante Egídio Flori possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, mestrado em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras e doutorado em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz. De 1993 até o presente momento, vem trabalhando como pesquisador III da Embrapa no Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido, em Petrolina-PE. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em fruticultura tropical nas culturas de goiabeira, maracujazeiro, bananeira, pupunheira e aspargo. Atua como propagador de temas relevantes nas culturas citadas, como controle fitossanitário de pragas e doenças, nutrição de plantas, manejo de adubação e irrigação.

Para José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, a iniciativa do Perímetro Califórnia motiva o produtor a continuar investindo na fruticultura. “O ‘Dia de Campo sobre Goiaba’ está sendo uma ação louvável da Diretoria de Irrigação da Empresa e da Gerente Eliane e sua equipe. Estamos contribuindo com tudo que nos é acessível, para que o evento aconteça. A produção frutícola continua sendo o talento principal da agricultura irrigada no Semiárido. O calor e falta de chuva, que na maioria das plantações só atrapalha, nesse caso só contribui com a produção de frutos precoces, de boa qualidade e aspecto superior aos cultivados em lugares mais úmidos.”, articulou.

No Califórnia são hoje 336 hectares de área irrigada cultivada com goiabeiras, que geraram em 2016 a produção de 8.400 toneladas do fruto, repercutindo na renda de R$ 10.080.000 a esses produtores. Há muitas safras a goiaba é o segundo alimento mais produzido no perímetro irrigado de Canindé, só perdendo para o quiabo, em que no mesmo ano foram quase 14 toneladas colhidas.

A expectativa da Cohidro é de que participem do Dia de Campo cerca de 200 pessoas que, inicialmente, terão uma palestra técnica na sede do perímetro e depois seguirão para as plantações de goiaba existentes. “Nos pomares, será possível mostrar, na prática, as técnicas de manejo como podas além dos cuidados fitossanitários e métodos de indução à produção, nos mesmos moldes do que é aplicado lá em Petrolina. Quem planta, já plantou ou tem vontade de plantar goiaba irrigada no Sertão, não pode perder esta oportunidade de qualificação técnica. E isso vale também aos estudantes de área agrícola. Boa oportunidade de adquirir conhecimentos”, conclui o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto.

Primeira poda das uvas e início da produção de pera no Perímetro Califórnia

No Califórnia, já existe produção de cachos de uva perfeitos. Poda visa promover uma produção homogenia em dezembro – foto Andrea Santtos(Califórnia-Cohidro)

A poda estimula a videira na produção de novas brotações a partir de gemas dormentes, o que vem a gerar novos frutos. A expectativa é de que o manejo realizado nesta terça e quarta-feira, 29 e 30 de agosto, vá resultar na primeira colheita à nível comercial das uvas em dezembro, nos dois campos alocados em lotes de irrigantes do Perímetro Califórnia, unidade da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco. A Embrapa – Semiárido instalou quatro experimentos no município, via convênio de transferência de tecnologia, e já se prepara para trazer também a pera e a maçã, ao polo irrigado do Governo do Estado.

Uva já é uma cultura consolidada em Petrolina-PE – há 468km de Canindé que, por sua vez, fica distante 213km da capital sergipana – muito graças às pesquisas feitas pela unidade da Embrapa alocada no município pernambucano. De lá vieram engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, mudas e insumos, via convênio que ainda integra a Codevasf, administradora do Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba. Este fica situado entre Canindé e Poço Redondo e é onde outros dois campos experimentais foram implantados, recebendo a mesma assistência que os do Califórnia, gerido pela Cohidro.

Todo custo, que inclui a assistência técnica da Embrapa, mudas, nutrientes utilizados na fertirrigação e o próprio sistema de irrigação, são custeados pelo convênio durante dois anos e o produtor rural só entra com o a área de plantio e a mão de obra. Um deles, do grupo assistido pela Cohidro, é Levi Alves Ribeiro (Sidrack), que plantou 684 mudas da variedade Isabel, em meio hectare.Terça-feira recebeu um técnico da Embrapa e quatro da companhia sergipana.“Essa é a hora de maior importância. É claro que toda condução e orientação da videira é de suma importância, porém, agora estamos iniciando a poda de produção”, valoriza.

Sidrack explica que, ao fazer esse manejo de estimulo à produção das videiras, uma parte do parreiral por semana, facilitará fazer colheitas em dias diferentes, podendo ofertar frutos frescos, ao comércio, por um por período maior. O lote “será dividido em quatro parcelas de poda. A primeira, que foi hoje e a cada sete dias outra. Quarta-feira próxima iremos podar outra parte. A ideia da poda em parcelas, é trabalhar a comercialização”, conclui ele que, junto de José Leidison dos Santos, foram selecionados pela Cohidro a receber os campos experimentais, pela dedicação aos seus cultivos anteriores e a excelente assimilação que têm às orientações técnicas.

Essa etapa da assistência aos produtores foi feita por intermédio do Técnico Agrícola Guy Rodrigues de Santana, da Embrapa de Petrolina. Ele reforça o uso do método que divide o lote em parcelas, explicando que outras ações precisarão ser feitas no parreiral até chegar a colheita. “Na poda de produção, a gente fez escalamento de poda, para que a gente possa colher o mês de dezembro inteiro. Então, essa poda de hoje, o objetivo é já colher frutos para daqui a 95 ou 100 dias, aproximadamente. Tem outros manejos, como a condução da rama. Mas previsível, só acompanhando mesmo a cultura, para ir monitorando ela”, condiciona ele que avaliou positivamente a atuação dos irrigantes donos dos parreirais em Canindé.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto orienta aos produtores dessas variedades frutíferas, exóticas à fruticultura da região, que é necessário estar aberto para orientação dos técnicos e agrônomos que fazem a assistência.“Há muitos procedimentos que dependem de uma avaliação profissional da situação da planta. Da poda à amarração dos ramos e orientação das gavinhas, adubação e período de irrigação. Para isso, os nossos técnicos estão sempre a postos, seja em Canindé, seja em Lagarto, onde existem campos experimentais de pera, caqui e maçã”, esclarece.

Pera e maçã
Técnico Agrícola do Califórnia, Roberto (Beto) Ramos está acompanhando o procedimento de transferência de tecnologia junto dos colegas de perímetro e esclarece que, até o momento, uma área foi preparada para receber mudas de pera em Canindé, mas é esperado a criação de campo experimental de maçã também. “Nós técnicos da Cohidro, juntamente com o técnico da Embrapa, estivemos no lote e ficou tudo certo para a implantação da referida cultura, com o casal de produtores Creusa e Charles Roberto. Serão 500 mudas plantadas, no espaçamento de 4 por 1,25 metros”, informou sobre o novo lote.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, acha que todo empenho para ampliar a gama de produtos ofertados nos perímetros irrigados, é válida para promover a geração de renda do agricultor familiar. “Se ele oferecer o que a maioria não tem, ele se sobressai com melhores preços de mercado, vai disputar preço com o produto de outros estados, com baixo custo de frete e gerar renda. O melhor disso tudo ainda é que, embora poucos produtores tenham recebido subsídios para plantar essas frutas, os outros produtores, dentro do perímetro ou não, poderão ir ver e se espelhar nessas tecnologias para produzir também, sem se aventurar em algo que ninguém sabia, até agora, se dava certo na região”, defende.

Guy Rodrigues informou ainda que, por enquanto, a Embrapa – Semiárido só dispõe de mudas de pera para trazer para Canindé, mas em seguida será a vez da maçã, em outro campo, assim que forem adquiridas. “A primeira é a cultura da pera, que o produtor já está com o solo pronto. Eu creio que dentro de 30 dias, deva haver o plantio dela”, completa o técnico que nas visitas aos campos do Perímetro Califórnia, tem sido sempre acompanhado pelos colegas da Cohidro: Joaquim Ribeiro, Edmilson Cordeiro, Tito Reis e o próprio Beto. Eles aprendendo, na intenção de continuar dando assistência aos produtores irrigantes após os dois anos de vigência do convênio.

Última atualização: 8 de junho de 2020 16:04.