[vídeo] Melão de alta produtividade é cultivado no perímetro Califórnia

#TBT de julho de 2022, quando o programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, esteve no Perímetro Irrigado Califórnia, para mostrar uma produção de melão de alta produtividade.

Melão que conta com técnicas de manejo fitossanitário, irrigação e de fertirrigação avançadas. A partir dos serviços de fornecimento de água de irrigação e assistência técnica disponibilizados pelo Governo de Sergipe, através da Coderse, a 333 produtores irrigantes de Canindé de São Francisco.

Barragens recuperadas pelo governo têm 100% de aproveitamento após período de boas chuvas

Foram revitalizadas 301 aguadas em Canindé do São Francisco e Porto da Folha

Sr. Manoel Moura, do povoado São Domingos [foto: Fernando Augusto]
O Governo de Sergipe tem dado continuidade ao trabalho de limpeza e ampliação de pequenas e médias barragens, comunitárias ou de pequenos criadores, no alto e médio sertão sergipano. No último ano, foram revitalizadas 301 aguadas pelo Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, em Canindé de São Francisco e Porto da Folha. Todas elas receberam recarga de água com as boas chuvas que caíram em todo estado de Sergipe, em dezembro de 2022.

Conforme o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), Paulo Sobral, o governo está investindo R$ 4,9 milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) para fazer a limpeza das barragens e aguadas instaladas no sertão sergipano. “A prioridade é atender os municípios com decretação de situação de emergência devido à estiagem. As aguadas dos pequenos proprietários que também estão sendo atendidas são de pequenos criadores, com até 19 cabeças de gado e que aceitem o compromisso de compartilhar a água de seu reservatório recuperado com o restante da comunidade”, explicou.

O Programa de Recuperação se dá via Termo de Cooperação Técnica entre a Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania de Sergipe (Seasc) e a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), por meio da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). A companhia é a responsável pela execução da contratação de empresa de engenharia e fiscalização das obras.

“Os reservatórios cheios garantem o abastecimento de água no período de verão, quando outras lagoas, riachos e cisternas secam, atendendo as demandas domésticas e, principalmente, para saciar a sede dos rebanhos. Até o fim do programa, a meta é a recuperação de 20 barragens de médio porte e mil de pequeno porte”, afirmou Paulo Sobral.

O dirigente da Coderse disse que, em 2022, quando a edição do programa de recuperação iniciou, foi aberta uma exceção para incluir a barragem João Alves Filho, que atende o abastecimento de água potável de quatro municípios do agreste sergipano e o Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, administrado pela Coderse, em Itabaiana. Essa barragem atende o perímetro irrigado de 466 agricultores e o abastecimento humano em Itabaiana, Campo do Brito, São Domingos e Malhador.

Segundo Paulo Sobral, o nível da água estava muito baixo e a irrigação teve que ser suspensa. “Com o trabalho, pudemos ampliar a capacidade de armazenamento da barragem, depois da remoção de boa parte do material argiloso decantado no fundo, o que facilitou o bombeamento de água efetuado pela Deso. Agora está tranquilo para quem depende dessa água para produzir e gerar renda, empregos e produzir alimentos”, informou.

Edições anteriores
Desde o início do programa, em 2012, já foram recuperadas quase duas mil barragens, beneficiando cerca de 70 mil pessoas, atendendo comunidades rurais dos municípios em situação de emergência por conta da seca.

Até o momento, na edição 2022/2023 foram atendidos, em Porto da Folha, os povoados São Domingos, Linda Flor, Lagoa da Volta – estes três com barragens de médio porte; Deserto (7), Lagoa do Rancho (44), Lagoa das Panelas (4), Dão Guimarães, Chumbinho, Lagoa Grande (5), São Judas Tadeu (3), Catinga (2), Goiabeira (2), Craibeiro (4), Girassol (3), Bom Jardim, Ponta da Vaca (4), Jericó (2); e Assentamento Sítio Alto.

Em Canindé, foram contemplados o Povoado Padre Cícero (29); assentamentos Canadá (77), Daniel Ricardo (13), Santa Rita (72) e Oroco (23).

Benção
Com as chuvas de dezembro, a barragem do Povoado São Domingos ficou com 100% de sua capacidade. O aposentado Manoel Moura, 79 anos, usa essa água para as criações e o consumo em casa. “A água desse tanque é uma grandeza que Deus mandou. A gente não pode fazer nenhuma loucura com ela. Porque, sem comer, a gente passa, mas sem beber, não. Este tanque é bom de água. Toda vida foi e agora, com essa limpeza, é para sempre. Retiraram a lama e agora está uma nova vida”, comemorou o morador.

Ele agora está atento em fiscalizar e proibir o acesso da meninada ao reservatório. “Por conta da segurança, já que o reservatório ficou mais profundo com o desassoreamento, e também para que a qualidade da água não seja prejudicada”, diz.

Governo ultrapassa quatro mil poços com unidade de alta produção em Canindé

Povoado atendido com novo poço fica há 30km da sede municipal, distante das redes convencionais de abastecimento de água urbana
Foto: Vieira Neto

No último mês de outubro, o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), conquistou a marca de 4 mil poços perfurados. O feito aconteceu na comunidade Pedra de Amolar, em Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano e vai atender as demandas de abastecimento doméstico e da atividade de pecuária leiteira na comunidade rural.

O que chama atenção não é só o fato de ser o poço de número quatro mil – da empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – mas o novo poço apresentou vazão (5.462 l/h) e qualidade da água considerada boa, quando no solo do semiárido o mais comum é o poço ser salino e produzir pouca água.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Zeca da Silva, a perfuração de poços artesianos é uma das obras mais importantes que um governo pode realizar para o homem do sertão. “Uma obra vital para a dessedentação animal e o uso doméstico da água e ainda mais gratificante conseguir um resultado como esse, com água de qualidade e em abundância”, comemorou ao destacar que outros dois poços serão abertos nas comunidades de Cana Brava e Antônio Conselheiro, em Canindé de São Francisco.

“Para nós foi uma grata satisfação poder comemorar de forma dobrada a marca dos 4 mil poços, desse jeito: oferecendo para uma comunidade, que realmente necessita de água, no Alto Sertão, água de qualidade e em um poço que produz uma quantidade/ hora que permite abastecer um novo sistema que vamos construir”, anunciou a diretora de Infraestrutura Hídrica da Cohidro, Elayne de Araújo. Para ela, este número é um marco que se soma às comemorações dos 40 anos da empresa, que ocorrerão em abril do próximo ano. “Agradeço ao governador Belivaldo Chagas e ao secretário (da Agricultura) Zeca da Silva, pela oportunidade de contribuir com este trabalho tão importante que a Cohidro desenvolve nos interiores do nosso Sergipe”, afirmou.

Presidente da Cohidro, que também já ocupou a função de diretor da área de perfuração, Paulo Sobral comemora o feito da empresa, dando o crédito aos funcionários do corpo técnico. “Isso é resultado do empenho dos nossos funcionários, que passam, quase sempre, toda uma semana útil longe de suas famílias, no interior, para o serviço de perfuração. Um trabalho contínuo, onde máquinas e homens fazem longas jornadas para concluir um poço que, algumas vezes, não gera um resultado tão positivo quanto este, em Pedra de Amolar”.

Quem perfurou o poço 4.000 foi a Perfuratriz PF12 da Cohidro, uma roto-pneumática operada pelos funcionários Geraldo Miranda, Antônio Benedito e Moises dos Santos e que aos 28 metros de profundidade alcançou água. “Nos sentimos alegres, porque está servindo ali aquela comunidade que estava necessitada de água, e foi uma água doce, dificilmente encontrada naquele sertão de Canindé. onde às vezes dá água, mas geralmente é salgada”, avaliou o sondador Geraldo Miranda.

A vazão de 5.462 litros por hora, atingida pelo poço, foi constatada na etapa de limpeza e teste de vazão, feita pelo sondador Valcimar Tavares. “Só Deus para poder recompensar um trabalho desse, porque foi muito gratificante. A Cohidro está de parabéns por esse trabalho. O pessoal ficou muito agradecido. É muito importante esse serviço de poços para o pessoal do sertão. Foi um sentimento de muita alegria, por ter um poço com uma vazão dessa e com água de qualidade no sertão”, afirmou.

O pequeno pecuarista Sebastião Bezerra, do povoado Pedra de Amolar, distante 30 quilômetros da sede do município de Canindé e onde cerca de 20 famílias serão beneficiadas com o novo poço, presenciou o processo de bombeamento feito pela Cohidro e não escondeu a alegria de ver a água molhando o chão seco do Seminário. “Nossa alegria maior é porque a água é uma das coisas mais importantes para nós, que vivemos do gado de leite. Vai ajudar muito na criação dos animais e também nos serviços de casa”, disse. O produtor explicou que produz cerca de 600 litros de leite por semana e que com a abertura do poço vai diminuir o custo de produção, economizando R$ 800 por mês, quando parar de comprar carradas de água durante o verão”, comemorou o produtor rural.

 

[vídeo] AgroSE mostrou cultivo de melão em pleno inverno inverno do Alto Sertão Sergipano

Espécie frutífera de cultivo ainda tímido em Canindé de São Francisco, o melão agora ganhou destaque no lote de Erivaldo Peixoto, atendido com água de irrigação e assistência técnica agrícola pelo Governo do Estado, através da Cohidro, no Perímetro Irrigado Califórnia, situado naquele município. Foi o que mostrou a reportagem do programa Agro SE, da TV Atalaia, em julho.

A dificuldade encontrada pelo produtor para emplacar o melão no Alto Sertão Sergipano foi maior, pois a sua lavoura vai passar a maior parte do seu ciclo produtivo (que leva torno de 75 dias) vai ser durante o inverno chuvoso. Época de maior incidência de pragas e doenças. Uma primeira lavoura — cultivada por Erivaldo Peixoto quase toda no período seco — alcançou um excelente produção: 25 toneladas de frutos de qualidade comercial, em 5 mil pés cultivados em 0,7 hectares. Sucesso que rendeu até a realização de um Dia de Campo.

[vídeo] Dia de Campo de produção de tomate de alto rendimento em perímetro de Canindé


No final de junho, o programa Sergipe Rural, da Aperipe TV, foi até o Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, acompanhar o Dia de Campo do Cultivo Irrigado do Tomate, realizado no lote do agricultor irrigante Erivaldo Peixoto. Ele é atendido pelo Governo de Sergipe com água de irrigação e assistência técnica fornecidos pela Cohidro, e no evento, coorganizado pela companhia pública, mostrou para os colegas de perímetro e comunidade acadêmica, os métodos utilizados para plantar tomate em pleno Semiárido.

Produzir tomate de qualidade comercial no Alto Sertão Sergipano sempre foi um desafio aos agricultores. No outono e inverno, quando a chuva aumenta a incidência de pragas e doenças, a dificuldade ainda é maior. Com o apoio da Cohidro, , Erivaldo Peixoto conseguiu vencer esses dois obstáculos. Sempre de olho no preço de venda do fruto, que sobe neste período pela baixa oferta dos estados que são os maiores produtores.

Aplicação de calda sulfocálcica inova tratamento de pomares em perímetro irrigado estadual

A assistência técnica da Cohidro insere composto alternativo de baixo custo como tratamento fitossanitário em goiabeiras e coqueiros.

[foto: Paulo Ricardo]
Fruticultores do Perímetro irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano, passaram a contar com uma alternativa fitossanitária para combater problemas recorrentes das plantas que, ao mesmo tempo possui aceitação agroecológica (não é nocivo como os agrotóxicos) e é de baixo custo, se comparado com as alternativas comerciais. A calda sulfocálcica – uma mistura de enxofre e cal virgem, tem origem nas pesquisas da Embrapa Agropecuária Centro Oeste e serve para o controle de fungos, ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores em hortaliças e plantas frutíferas. No perímetro Califórnia, os técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), tiveram bons resultados com o coco e a goiaba, mas a intenção é aumentar o leque de cultivos tratados com este produto.

“A Embrapa recomenda 2 kg de enxofre para 1kg de cal, mas aqui no perímetro utilizamos a proporção de um para um, pelo fato de aqui ser mais quente do que o bioma do Cerrado onde foram realizados experimentos da Embrapa. Pulverizamos pela tarde ou logo cedo, pela manhã. E está dando resultado, que é o que importa. Serve para todas as fruteiras. Eu recuperei aqui uns 15 coqueiros que praticamente não produziam, o ácaro tomava conta e hoje tem cada cacho de coco bonito arretado. Tem que disseminar a aplicação desse produto para todos os produtores, porque é barato e não agride o meio ambiente”, explicou Luiz Roberto Vieira, técnico agrícola da Cohidro, companhia  vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

No lote de Joel de Oliveira, produtor irrigante no Setor 6 do perímetro Califórnia, as goiabeiras estavam improdutivas, quase mortas. Foi então que ele pediu ajuda para o técnico Luiz Roberto. “Passamos o composto de enxofre com cal e resolvemos o problema. Muitas doenças desapareceram, a exemplo da doença da madeira, quando quebrava a madeira e estava enxuta. Agora as goiabeiras estão todas verdinhas também. Eu dou conselho para que os vizinhos também passem que o resultado é muito bom”, orienta o agricultor.

O agricultor irrigante, com a orientação do técnico Luiz Roberto, já ficou prático no preparo da calda sulfocálcica. Acrescentando água, na proporção de 20 litros por quilo de enxofre e de cal, ele leva ao fogo os ingredientes por 1h20min, em média, ou até diluir totalmente o enxofre. Após o fim do preparo, ele aguarda até esfriar para aplicar nas goiabeiras. Nesta frutícola, a receita pulveriza uma área em torno de 0,12 hectares e tem o custo médio de R$ 12 na aquisição dos ingredientes.

“Isso aí mata doença, que eu sei que mata e melhora a qualidade do produto também. A goiaba cresce, desenvolve e pode comer tranquilo, que não é veneno. Antes eu tratava com veneno, mas não era bom. Quando passava o veneno tinha que esperar 15 dias para a catação das goiabas. E hoje, graças a Deus, eu só passo três vezes e pronto. O custo é menor do que o agrotóxico. Se todo mundo fizesse como a gente faz aqui, estava todo mundo bem, sem precisar gastar com veneno”, reafirmou Joel.

DER e Cohidro firmam cooperação para recuperar estradas e limpar canais de irrigação

O Departamento Estadual colabora fornecendo máquinas e operadores que fazem a restauração e roçagem das estradas

Paulo Sobral visita obras em Canindé [foto – arquivo pessoal]
Desde setembro, máquinas do Departamento Estadual da Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER-SE) estão trabalhando na recuperação e piçarramento das estradas vicinais e roçagem das margens dos canais de irrigação do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, Alto Sertão Sergipano. A parceria bem-sucedida iniciou em 2021, por toda malha viária do Califórnia, com os canais revitalizados entre setembro e outubro daquele ano. Mas, desta vez, o Termo de Cooperação Técnica também abrangeu o Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, Centro-Sul do estado. Com isso, o agricultor ganha praticidade para escoar a produção agrícola irrigada, assim como são facilitadas a operação do perímetro e assistência ao produtor por parte da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

De acordo com Paulo Sobral, diretor-presidente da Cohidro, empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), o projeto facilita o acesso às unidades de operação de bombeamento, reservatório, adutoras, hidrantes e aos lotes onde os técnicos agrícolas da empresa prestam assistência ao agricultor.

“Com as estradas boas, o custo de manutenção da frota diminui para o Estado. A roçagem dos canais impacta muito também, já que essa vegetação estraga as placas de concreto dos canais e lançam material orgânico na água – interferindo na qualidade e prejudicando bombas e equipamentos de irrigação, com entupimentos”, explica Sobral. Além dos benefícios mencionados, a melhoria das estradas reduzirá o valor do frete dos produtos. “O agricultor e o consumidor final vai comprar um produto sem o valor de frete impactado por estradas ruins”, avalia Sobral.

O diretor de Operações do DER-SE, Vinícius de Andrade, comemora a parceria com a Cohidro, com a junção dos dois entes do Estado trabalhando de forma cooperada. “O DER faz o seu papel, que é conservar a área viária do estado de Sergipe e claro, dentro da medida do possível, sempre auxilia os demais órgãos do Estado. No caso dos perímetros da Cohidro, a gente tem que fazer a limpeza das estradas vicinais e dos canais”. Segundo Andrade, esse trabalho ajudará a melhorar a trafegabilidade na região. “Ao gastar menos com o veículo, a pessoa economiza o frete na hora de escoar a produção. Vai andar mais rápido, não vai ter nenhum tipo de infortúnio como quebras ou qualquer tipo de problema mecânico”, conclui.

O presidente da Cooperativa de Fomento Rural e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia Ltda (Coofrucal), e também irrigante, Levi Alves Ribeiro, reivindicou pela melhoria nas estradas que cortam os lotes do perímetro. Ribeiro participa ativamente do projeto e chegou a colaborar com as equipes de engenharia, mostrando os pontos mais sensíveis das estradas a problemas provocados pelas chuvas e que mereciam mais atenção nas obras. “Aqui temos o acompanhamento, e assistência técnica muito competente para o fornecimento de água e a manutenção do perímetro”. Segundo ele, a assistência ao perímetro é um trabalho contínuo e em execução. “Estamos buscando outras políticas públicas e as ações do Governo do Estado. E já estamos trabalhando na recuperação e piçarramento das estradas”, conclui.

Esse projeto mudará a vida dos agricultores, como Geraldo Francisco Lima, agricultor irrigante do Califórnia. “As novas estradas vão agilizar a escoação da nossa mercadoria. Será tudo mais fácil e rápido. O governo está olhando nossas estradas e o que acontece no projeto Califórnia”, assinalou o produtor rural.

Perímetro do Alto Sertão adota telas para diminuir custos e paradas

Iniciativa da Cohidro é replicada por produtores irrigantes para melhorar acesso à água de irrigação

[foto – Fernando Augusto]
A Estação de Bombeamento (EB) 02, do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, desde setembro passou a funcionar com o reforço operacional de caixas de tela. Elas fazem a filtragem de todo material que cai no canal de irrigação e reservatório, antes de chegar naquela EB, protegendo assim o complexo de motobombas que atende outras cinco estações e 333 lotes irrigados no Alto Sertão Sergipano. Todo este material flutuante, orgânico ou não, quando chega às bombas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que mantém o Califórnia, causa prejuízo, como entupimentos e quebras que podem paralisar o importante serviço de fornecimento de água, realizado pela subsidiária da Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

A experiência foi bem-sucedida, tanto que os produtores irrigantes do Setor 07 também decidiram juntar esforços com a Cohidro e estão instalando os equipamentos em sua EB. Este é o setor em que a água leva mais tempo para chegar e faz este trajeto por canais. Por este motivo, também fica mais sujeito a sofrer com a sujeira que cai nos canais. “Nos últimos dois anos as ações do Governo do Estado, através da Cohidro, na manutenção de reservatórios de bombas já melhoraram muito, mas continuamos nos trabalhos, nessa parceria que temos da cooperativa com a Cohidro, inclusive na colocação de uma tela, em um dos reservatórios do perímetro. Isso vem dando certo, porque é a proteção para a água que vem do canal, que fica a céu aberto, para que não venha ter problema com a sucção e o bombeamento, chamada de pressurização”, considerou o irrigante do Setor 07, Levi Ribeiro.

São aproximadamente quatro quilômetros de canais trapezoidais de concreto, que ficam situados dentro do Perímetro Irrigado Califórnia. Eles permitem a água chegar até a EB 02 e ser redistribuída para outras cinco EBs secundárias, que por sua vez, fazem a água chegar nos lotes agrícolas. Os canais internos do perímetro, expostos, acumulam material orgânico que cai da vegetação às margens, mas também estão passíveis de sofrer a contaminação de quem faz o descarte de lixo irregular ao trafegar pelo perímetro.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, destaca a dimensão do perímetro irrigado. O que obriga a adoção de alternativas para dinamizar a operação do perímetro. “O perímetro Califórnia tem uma área total de 3.980 hectares, 1.360 somente de área irrigável, com estradas, pessoas e mercadorias circulando”, observou. Segundo ele, cabe à empresa encontrar alternativas de convivência da atividade rural e operação do perímetro, sempre em parceria com o produtor irrigante e o Governo do Estado.

Mecânico e chefe de operação e manutenção da Cohidro, no perímetro Califórnia, José Erlito França destaca que a ação visa aumentar a vida útil do sistema e diminuir os custos do Estado com a manutenção das bombas das EBs. “A tela é para proteger o sistema de sucção. Fazer com que a bomba tenha melhor rendimento e proteger o equipamento para que qualquer objeto não entre na sucção e cause danos ao sistema”, disse. De acordo com ele, é comum chegarem fitas, sacos plásticos, garrafas pet, garrafas de cerveja (que são de um material leve), além de outros materiais que o pessoal joga. “Sempre acontece de a água trazer e pode chegar à sucção. Essa tela é para proteger de tudo isso, para que venha melhorar nosso sistema e não causar danos na sucção. Quando isso acontece, o rendimento da bomba diminui a vazão e vem causar danos para o agricultor, que precisa da quantidade de água. Agora, com essa tela, tem melhorado bastante”, ressaltou.

Alto sertão recebe serviços de recuperação de barragens e abertura de poços artesianos

Dentre as obras, a recuperação da Barragem Chapéu de Couro, no Assentamento Barra da Onça, com capacidade de armazenar cerca de 9 milhões de litros de água
Foto: Vieira Neto

Com a chegada da estiagem, cresce a preocupação com a necessidade de água no Alto Sertão Sergipano, principal bacia leiteira do estado. O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, acompanhado do presidente da Companhia de Recursos Hídricos de Sergipe (Cohidro), Paulo Sobral, estiveram em Poço Redondo e Canindé de São Francisco para visita técnica de verificação das obras que pretendem suprir a necessidade hídrica para dessedentação animal e uso doméstico da população sertaneja. Na oportunidade, acompanharam, também, os serviços de recuperação das estradas vicinais danificadas por conta das chuvas no Perímetro Irrigado Califórnia.

Conforme explicou o secretário Zeca da Silva, uma das obras estruturantes para a região é a recuperação da Barragem Chapéu de Couro, no Assentamento Barra da Onça, em Poço Redondo, com capacidade de armazenar cerca de 9 milhões de litros de água e que será concluída ainda neste mês. “É a primeira intervenção desse porte na barragem que foi inaugurada na década de 1980, uma ação de grande importância econômica e social para essa região do sertão que vai beneficiar 410 famílias, especialmente fortalecendo a bacia leiteira local. A obra sofreu um atraso por conta das chuvas, mas está na fase final. Nós pedimos agilidade nos serviços e a empresa contratada nos prometeu entregar em, no máximo, em 20 dias”.

A obra na barragem Chapéu de Couro é resultado do Programa Pró-Campo do Governo Estadual, viabilizado mediante Termo de Cooperação Técnica entre as secretarias de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), a secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e a sua vinculada, a Cohidro, com investimento R$ 800.213,11 do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), gerido pela Seias. A execução e fiscalização da obra, realizada por empresa licitada, está a cargo da Cohidro.

O presidente da Cohidro, Paulo Sobral, destacou que as ações voltadas para a segurança hídrica do rebanho e da população são permanentes e envolvem a abertura de milhares de poços artesianos e construção, limpeza e recuperação de barragens de pequeno, médio e grande porte. “Um exemplo é que a Cohidro está alcançando, neste mês, o importante marco com a abertura do poço artesiano de número 4 mil. Agora em 2022, só com o Programa de Recuperação e Ampliação de Barragens o Governo do Estado investe R$ 5.710.986,01 para atender 20 barragens de médio porte e 1.000 de pequeno porte. Desse total, 168 já foram realizadas nos municípios de Porto da Folha e Canindé”, detalhou Paulo.

Na comunidade Pedra de Amolar, distante 30 quilômetros da sede Canindé, o agricultor familiar Sebastião Estevão Bezerra, conhecido como Tião, demonstrou alegria ao ver jorrando água de qualidade na região. O produtor explicou que produz cerca de 600 litros de leite por semana e que com a abertura do poço vai diminuir o custo de produção, economizando R$ 800 por mês com a compra de água durante o verão. “Nossa alegria maior é porque a água é uma das coisas mais importantes para nós, que vivemos do gado de leite. Vai ajudar muito na criação dos animais e também nos serviços de casa”, disse. Segundo a Cohidro, em Canindé também estão sendo abertos poços artesianos nas comunidades Cana Brava e Antônio Conselheiro.


Recuperação de estradas
Durante a visita em Canindé, os representantes da Seagri e Cohidro acompanharam o trabalho de recuperação das estradas vicinais no perímetro Califórnia. “Essa recuperação das estradas vicinais está sendo realizada com apoio do DER. Não é uma ação paliativa, estamos passando a máquina e aplicando pavimentação de terra. Uma ação que contribui diretamente para o escoamento da produção local, que é bastante significativa”, acrescentou Zeca da Silva. O gestor da Seagri ainda informou que a Cooperação técnica com o DER também está acontecendo na recuperação das estradas internas e de acesso do perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto.

Sertanejos têm barragens ampliadas e recarregadas para o período de estiagem

Obras de limpeza e ampliação ocorrem em municípios que decretaram situação de emergência devido à estiagem

José Almiro [foto: Fernando Augusto]
Ao mesmo tempo em que cai muita chuva no Médio e Alto Sertão Sergipano, animando agricultores e pecuaristas, máquinas trabalham para limpar os sedimentos acumulados nas barragens com o passar dos anos. Aproveita-se o serviço para até ampliar a capacidade de acumulação de água, garantindo aos produtores rurais mais capacidade de reserva da água da chuva para que a fartura do período chuvoso se prolongue também para o tempo de estiagem. Porto da Folha e Canindé de São Francisco já receberam obras em 57 pequenas aguadas e açudes comunitários. Em Itabaiana, a ação estatal via Programa Pró-Campo desassoreou também a grande barragem do Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, responsável pelo abastecimento humano em quatro municípios e a irrigação de 466 lotes agrícolas.

O produtor rural José Almiro, de 56 anos, está a cerca de 1 ano no Assentamento de Reforma Agrária 09 de Junho (Povoado Padre Cícero). Antes de receber o benefício, ele assinou um termo se comprometendo em compartilhar a água do seu reservatório, recuperado, com os seus vizinhos. Este é um dos pré-requisito para participar do Programa de Recuperação de Barragens da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), além dos os requisitos de ter o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (antigo Pronaf) e possuir até 19 cabeças de gado. Para o assentado, a limpeza e ampliação da pequena barragem que tem em seu lote vai abrir possibilidade de começar a investir mais na área que tomou posse.

“Eu estou pensando em criar gado, cavalo e ovelha. É muito útil para mim. O lote sem um tanque fica muito ruim, não tem como você criar nem tem como produzir nada. Tem que estar comprando. Porque a cisterna é para o uso do dia a dia, para o consumo da casa, então tem que ter um tanque para cuidar dos bichos, um boi, uma vaca, chegar e ter onde tomar água. Foi um negócio que chegou na hora certa para a gente. Assim como eu, que estou adorando, acho que o reservatório é muito necessário para todos nós que moramos por aqui”, destacou José Almiro.

Desde 2012, já foram mais de 2 mil barragens recuperadas em municípios em situação de emergência devido à estiagem, com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) viabilizados a partir de Termo de Cooperação Técnica entre as secretarias de estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e a sua vinculada, a Cohidro. Segundo o engenheiro civil da Cohidro, Ícaro Fagundes, neste ano, são R$ 5.710.986,01, para atender outras 20 barragens de médio porte e 1.000 de pequeno porte.

“Montante que inclui a obra da barragem de grande porte de Itabaiana, no perímetro irrigado da Cohidro, já revitalizada, ampliada e hoje completamente cheia pelas boas chuvas que o estado de Sergipe recebeu ainda em junho. No Alto Sertão, recuperamos as barragens de médio porte nos povoados São Domingos, Linda Flor e Lagoa da Volta, em Porto da Folha. E pequenas, nos povoados Deserto (7), Lagoa do Rancho (16), Lagoa das Panelas (4), Chumbinho, Lagoa Grande (5), São Judas Tadeu (3), Caatinga (2), Goiabeira (2), Craibeiro (3), Girassol (3), Bom Jardim, Assentamento Sítio Alto e Ponta da Vaca, em Porto da Folha; e Padre Cícero (3) Dão Guimarães, em Canindé”, listou Ícaro Fagundes.

Líder comunitário no Assentamento 09 de Junho, Naldo Batista destaca a importância das obras feitas nas pequenas e médias barragens da localidade. “Uma coisa que a gente precisa aqui que é a água, é muito seco e uma carrada de água para chegar até aqui, custava R$ 180,00. Nesse verão, ela vai para R$ 250,00, por aí. É muito importante, essa beleza que vocês estão fazendo para nós, e nós estamos bem gratos, todos os produtores. São 250 famílias. Aqui a gente depende da vaca de leite, então a vaca de leite para produzir tem que ter a água, a água é essencial. Muitos não têm condições de comprar carrada de água, daí essa água já serve para o banho, muito açudes são muito bons. Então, nós estamos muito felizes mesmo com essa conquista que está vindo para a gente”.

Última atualização: 31 de outubro de 2022 17:56.

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