Perfil: Sidrack, mãos de agricultor e alma de empreendedor

Ele trabalha com a fertirrigação, adicionando o adubo ao sistema de distribuição de água para chegar às plantas

Agricultor irrigante do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Levi Alves Ribeiro trabalha há 20 anos cultivando alimentos variados, em especial a goiaba, sua maior fonte de renda financeira. Casado com Lucia Vieira Ribeiro e pai de dois filhos, sendo eles Esdras Ribeiro, que é acadêmico no curso de Administração e Eloyr Vieira Santos Ribeira, a caçula da família. Vivem junto ao lote, situado no município de Canindé de São Francisco, 213km da capital.

‘Sidrack’ – apelido que adquiriu quando criança, pela semelhança com o famoso árbitro de futebol Sidrack Marinho – tem uma rotina árdua, que começa ás cinco da manhã e não tem hora para terminar. Ele afirma não se arrepender das escolhas que fez na vida, entre elas a agricultura, definida como a mais importante. Filho de agricultor, de quem seguiu os ensinamentos na produção de alimentos, ele se tornou dono do lote 04 do Califórnia, com 2,50 hectares (ha).

Apesar das dificuldades que todo agricultor enfrenta, principalmente para plantar no Sertão, em seu lote consolidou um pomar com 780 pés de goiabas, atividade que, segundo ele, “hoje é o que coloca comida na mesa da família”. Para isso, a Cohidro foi parceira fundamental no crescimento e fortalecimento da terra, principalmente no fornecimento de água e orientação técnica. Com a assistência da Empresa, a produção de hortaliças – das mudas até o alimento pronto para o consumo – também se estruturou e hoje a venda desses produtos na feira é outra das práticas que garante a renda familiar.

Ele também viu na carência existente por fornecedores de mudas no Califórnia uma oportunidade e investiu na produção. O negócio deu tão certo que quis expandir. “Começamos a observar que o pessoal estava indo buscar mudas em Itabaiana, assim decidi produzir, no meu viveiro, mudas para vender aqui. Compensa financeiramente, tenho um viveiro de 7x26m, mas pretendo construir outro em breve, ainda maior, com 9 metros de largura”, admite Sidrack.

Partindo do conceito da diminuição dos custos com infraestrutura e mão de obra, Sidrack passou a apostar no tomate sem estaqueamento, baseado em variedades mais resistentes às pragas e uso de novas técnicas de produção. “Acho que até o pequeno produtor, tem que estar atento às novidades da tecnologia. Antes, aqui o cultivo era feito sem a irrigação por gotejamento ou fertirrigação, situação em que se tem um trabalho maior para suprir o que a planta requer”, justificou.

Diretor-presidente da Companhia que assiste Sidrack, José Carlos Felizola conta que “andando por todos os perímetros irrigados da Cohidro, é possível conhecer muitas histórias de conquista da autonomia de renda via o trabalho no campo, sob o benefício da irrigação pública do Governo do Estado. Mas há alguns, com Levi Ribeiro, que se sobressaem e viram referência, um exemplo para seguir, levando o trabalho de lidar com a terra além do simples ‘em se plantando tudo dá’. E se os fracassos devem ser usados de exemplo daquilo que não deve ser feito, os bem-sucedidos precisam ser destacados, como um ‘status quo’ para ser alcançado pelos demais”.

Mas quem pensa que o sucesso que o agricultor nessas empreitadas o acomodou, se engana. Agora, produzir alimentos orgânicos se tornou prioridade na vida de Sidrack. E isso se deu, ao ele perceber o aumento da procura de atravessadores. E tudo indica que esta conversão está iniciando em suas estufas, passando agora a produzir mudas para atender a demanda de clientes adeptos à produção sem uso de agrotóxicos.

Outra novidade no lote de Sidrack é o cultivo de uvas. Ele foi um dos dois produtores escolhidos a receber um campo experimental da transferência de tecnologia entre Embrapa e Cohidro. Neste, todo custo é arcado pelo convênio e o agricultor só entra com a terra, água e mão de obra. “Eu acho que é importante esse programa e através do Governo do Estado, é mais uma cultura nova. Com certeza estamos com uma boa expectativa. Temos assistência técnica, que é muito boa, muito responsável através da Cohidro e agora somando com o pessoal da Embrapa”.

O produtor considera que, havendo sucesso com as uvas, não terá dificuldade de escolar a produção. “O mercado é muito espaçoso. Só precisamos trabalhar, produzir e mercado a gente consegue”, confia o produtor que plantou, em 0,5ha, 684 mudas da variedade Isabel em dezembro do ano passado e já está colhendo, mas aguarda dar um ano, das videiras implantadas, para colher a primeira safra em nível comercial.

João Quintialiano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação da Cohidro, acompanha de perto a implantação do projeto em Canindé, explicando o objetivo da Companhia. “A intenção não é só favorecer os agricultores diretamente contemplados, como o Sidrack. Se a experiência se mostrar produtiva em seu lote e no do seu colega (José Leidison dos Santos), é a chance de uma nova cultura ser abraçada pelos demais irrigantes e assim favorecer a agricultura local, que quanto mais diversificada, melhor será o preço final dos produtos, oriundos daquele Perímetro Irrigado”, considerou.

Reconhecimento

Professores do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, citado no município vizinho de Poço Redondo, já adotaram o lote irrigado de Levi Alves como um ‘laboratório vivo’, uma extensão da sala de aula onde seus alunos para aprender melhor a lidar com a terra e as plantas. O que sugere que Sidrack está no caminho certo e seu trabalho é considerado exemplar, principalmente pelo ‘mix’ de atividades diferentes que ele consegue cultivar dentro de uma mesma propriedade, o ideal e recomendável à Agricultura Familiar.

Para o diretor do Centro de Educação Profissional, Edjenaldo Ferreira dos Santos, o Perímetro Irrigado Califórnia tem muita atividade rural para ser mostrada para os alunos do Curso Técnico em Agropecuária da instituição, mas isso corre “especialmente o lote do senhor Levi Alves Ribeiro, que tem sido um parceiro do nosso Centro, devido a diversificação de culturas implantadas. Abre a possibilidade para o estudo de quase todos os cultivos e disciplinas da área agrícola, tais como: fruticultura, olericultura, irrigação e drenagem, topografia e outras disciplinas”, avalia.

Jackson Barreto entrega sistemas de abastecimento de água em Canindé e comenta investimentos em Perímetro Irrigado

Foto: ASN

Para levar o acesso à água potável para a população de Canindé de São Francisco, o governador Jackson Barreto foi até o município do Alto Sertão nesta sexta-feira, 11, e entregou sistemas de dessalinização do Programa Água Doce em três localidades: assentamentos Mandacaru, 12 de Março e Comunidade Caiçara, um investimento de R$ 450 mil. A ação beneficia cerca de 750 pessoas de 150 famílias canindeenses.

O governador foi recepcionado com festa e explicou que ampliar o abastecimento de água nas comunidades do Sertão sergipano significa levar dignidade e felicidade a um povo que enfrenta dificuldades ao conviver com a seca.

“As chuvas chegaram, mas o governo continua trabalhando para levar água de qualidade para o povo do Sertão. Nós não podemos passar mais a situação que já passamos, a população sofreu muito. Estamos entregando hoje três dessalinizadores. O valor pode parecer pouco, mas quando se trata de levar água de qualidade para a população do Sertão, estamos fazendo um benefício sem tamanho. Para mim, é uma alegria voltar ao nosso sertão, já que estive aqui na semana passada para inaugurar cerca de dez obras em Nossa Senhora da Glória ao lado do prefeito Chico dos Correios”, declarou, relembrando o ex-prefeito do município Orlandinho Andrade, falecido em março. “Quando eu venho em Canindé, para uma solenidade dessa, lembro de Orlandinho. Impossível não lembrar dele”.

Foto: ASN

De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, em cada sistema dessalinizador foram investidos R$ 150 mil. “Isso aqui é uma obra importantíssima para governo do Estado, que trouxe algo da melhor qualidade: água pura e tratada que proporcionará qualidade de vida paras as comunidades beneficiadas e refletirá na saúde dessas pessoas. O senhor, governador, vem aqui para fazer obras para as pessoas, para trazer um benefício tão importante quanto esse, isso representa o olhar do Estado. Os dessalinizadores são investimentos do governo em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Programa Água Doce”.

Olivier também ressaltou a preocupação ambiental do programa. “Essa obra tem uma responsabilidade ambiental muito grande. O descarte da água, por ter um alto grau de salinização, tem que ser feito de forma responsável para não prejudicar o solo. Para isso, são construídos, também, um tanque pra receber esse rejeito”, acrescentou.

Para a líder comunitária do assentamento Mandacaru, Maria das Dores França, a chegada da água representa uma grande alegria para os moradores locais. “Estamos todos felizes com essa água boa. Isso é muito importante para gente, porque era muita escassez de água e dependíamos dos carros-pipa, agora vamos ficar tranquilos”.

Já a líder comunitária do assentamento 12 de Março, Jailma Pereira, afirmou que os recursos disponibilizados pelo governo na comunidade ajudarão a acabar com a dependência dos carros-pipa. “A gente necessitava muito dessa água, porque dependíamos dos carros-pipa. Agradecemos muito por esse trabalho. Estamos em um paraíso, só a gente sabe o quanto significa essa água pra nossa comunidade”.

Mãe de três crianças, a moradora da Comunidade Caiçara, Maria Daniele Niela, comentou o quanto o acesso a água facilitará sua rotina e ajudará a melhorar a saúde na localidade. “Antes, a gente precisava carregar água do chafariz. Agora, vai ficar melhor. Essa água é muito boa, é tratada. Os moradores estão felizes demais”.

Respondendo a uma solicitação da população da Caiçara, Jackson incumbiu ao secretário Esmeraldo Leal que recorra aos trâmites legais, por meio do crédito fundiário, para regularizar as terras da comunidade e, a partir disso, realizar um projeto junto à Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) para levar a rede de energia elétrica ao local e possibilitar maior segurança e conforto aos moradores.

Programa Água Doce
O programa é uma ação do Ministério do Meio Ambiente, por meio da secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O programa assumiu a meta de implantar 1.200 sistemas de dessalinização, com investimentos de R$ 240 milhões beneficiando, aproximadamente, 500 mil pessoas.

Em Sergipe, serão implantados 33 sistemas de dessalinização. São 25 sistemas que disponibilizarão água potável com qualidade numa primeira etapa e oito na segunda etapa. Ao todo, serão 75 comunidades beneficiadas em 14 municípios, a partir de um investimento total de R$ 6.652.305,90, beneficiando 2.757 famílias.

O primeiro município sergipano a ter um sistema de dessalinização instalado foi Poço Redondo, na comunidade remanescente quilombola Serra da Guia. Também já foi entregue um sistema em Nossa Senhora da Glória, em Aningas; quatro em Carira, nos povoados Bezerra, Três Tanques, Lagoa dos Porcos e Macaco e seis dessalinizadores em Poço Verde, nos povoados de Cova da Índia, Recanto, Ponta da Serra, Lages, Cachorro Morto e Cacimba Nova.

Ao todo, o Alto Sertão vai receber 12 sistemas de abastecimento, levando água de qualidade para os municípios de Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória.

O prefeito de Canindé, Ednaldo Vieira, falou das ações do governo do Estado no município. “Ficamos felizes porque são dias melhores para o nosso município. Esse é o papel da nossa gestão e do governador, que não tem fechado os olhos para o nosso povo. Mesmo com tantas dificuldades enfrentadas pelo Estado, ele tem trazido para o sertão e para todas as comunidades o que há de melhor”.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Esmeraldo Leal, a implantação de dessalinizadores ajuda na permanência das famílias em seu local de origem. “Nós estamos numa das regiões mais secas do estado de Sergipe, com uma excelente produção de leite, no entanto, com pouco acesso à água. Trazer água significa viabilizar a permanência dessas famílias aqui. Com isso, a gente vai ter certeza que essas comunidades vão produzir bem e viver bem”.

“Não é apenas nos momentos de dificuldades que temos que pensar a questão da água. Água de qualidade é saúde também. Estamos aqui entregando mais um compromisso que o governo do Estado em prol das comunidades do Sertão”, declarou o vice-governador Belivaldo Chagas.

Ações na região
Durante a solenidade, Jackson fez um resumo das ações já empreendidas na região. Ele destacou a construção da Orla de Canindé, os investimentos em bombas e motores no projeto Califórnia e a reforma do pelotão Especial de Policiamento em Área de Caatinga (Pepac), situado no povoado Vaca Serrada, em Porto da Folha.

“Estamos investindo mais de R$ 4 milhões nas bombas, motores do projeto Califórnia para que os pequenos agricultores daqui mantenham seu sustento. Estive recentemente em Brasília lutando pela barragem da Barra da Onça. Não saio do governo sem antes realizar essa obra. Estamos reformando o Pelotão da Caatinga, atendendo um pedido da população, que me parava para perguntar do retorno do Pelotão. Nesta semana, também fui ao Ministério da Educação para pedir a liberação de mais recursos para a construção do Instituto Federal, que está sendo construído em Poço Redondo. Tive a garantia do ministro da Educação da liberação dos recursos para o Instituto Federal, tanto de Poço Redondo, como o de Nossa Senhora da Glória. É dessa forma que o governador procura atuar”, afirmou, anunciando a licitação da ponte da Lagoa da Volta, em Porto da Folha.

“Nós já estamos no processo para fazer a licitação da ponte da Lagoa da Volta. Já conseguimos os recursos de R$ 3,5 milhões. Já avisei ao prefeito e ao ex-prefeito Manoel de Rosinha”, declarou Jackson.

Presenças
Acompanharam as solenidades o deputado federal João Daniel; os deputados estaduais Luciano Bispo (presidente da Assembleia), capitão Samuel, Jefferson Andrade e Jairo de Glória; os prefeitos de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, Chico do Correio e Marinez Silva; o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), José Carlos Felizola Filho; o ex-prefeito de Poço Redondo, Roberto Araújo; o ex-deputado federal Rogério Carvalho, o ex-deputado estadual, Mardoqueu Bondano e lideranças locais.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Programa de Recuperação de Barragens tem êxito no Alto Sertão

Barragem na Serra da Guia em obras -Foto Fernando Augusto(Ascom/Cohidro)

No Alto Sertão Sergipano, foram sete barragens públicas que passaram este ano por obras do Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, executado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Todas captaram água, graças às chuvas que caíram a partir de abril e, na maioria dos casos, atingiram a capacidade total de armazenamento e até verteram. Em outros municípios fora dessa microrregião e que, de igual forma, decretaram situação de emergência devido à seca em 2016, a Empresa reformou seis reservatórios de médio porte.

Segundo o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, o Programa vem sendo possível a partir de convênio com a Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do trabalho, dos Direitos Humanos e Juventude (Seidh). “Neste ano, a Empresa contou com R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep). Isso permitiu recuperar 12 barragens públicas em todo Estado, a perfuração de 20 poços comunitários e a instalação de quatro sistemas de abastecimento de água em povoações rurais de Lagarto e Simão Dias”. Mas o diretor completa que essas obras também ocorreram em anos anteriores. “A parceria vem desde 2012 e já reformou quase 2 mil aguadas rurais, 33 delas públicas e de médio porte”.

Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral explica que as barragens recuperadas têm como função principal a dessedentação animal. “ São pequenas aguadas em propriedades de pequenos criadores, ou reservatórios maiores de acesso coletivo, como é o caso de todas as que foram limpas e ampliadas agora, neste ano. Em todos casos, usamos máquinas para retirar o excesso de sedimentos, aumentar sua a extensão e reforçar as barreiras de contenção”, disse, reforçando que sempre que a benfeitoria for em terreno particular, o proprietário da área assina um termo de concessão pública da água, para atender os demais moradores.

No Assentamento Paulo Freire, em Porto da Folha, a obra de recuperação já alcançou o seu objetivo por completo. A chuva, com maior intensidade neste município sertanejo do que em outros, fez a barragem chegar ao ápice e até verteu. Assentados, como Eronildes Antônio da Silva, levam o gado para beber no reservatório ou carregam a água até os criatórios. “Crio duas vacas, uso para levar água, para botar aqui, a gente bebe daqui, para botar no tanque, no terreno, que diga”, contou.

Os assentados do Paulo Freire comemoram, acreditam que agora, com a barragem ampliada e cheia, a reserva vá durar por mais de um ano. “Foi boa, foi um projeto bom para nós, porque tem muita água para nós, para os bichos beber. Estava aterrada com muita lama, quando ‘os cabras’ vieram não tinha mais água não, agora tem muita água graças a Deus”, agradece Eronildes.

Poço Redondo
Na Comunidade Serra da Guia o Programa recuperou o reservatório que estava completamente vazio e que depois das chuvas deste inverno, está agora inteiramente cheio. A localidade existe como território quilombola oficializado desde a sua demarcação, em 2004. Em seus 2.310 hectares de terra produzem, de forma coletiva, 200 agro-famílias e a principal atividade é a criação de gado leiteiro.

José Sandro dos Santos é presidente da Associação Quilombola Manoel Rozendo da Guia. Produtor agrícola local, ele relata que agora que está cheia, a á água acumulada pode durar até 2 anos, principalmente por que ali não é permitido a captação da água que não seja para o uso da própria comunidade. “Essa obra da barragem chegou em uma boa ora, graças a Deus! A barragem existe há mais de 30 anos e usamos a água tanto para dar ao gado como para a lavagem de roupas”, relata.

Mesmo sendo no mesmo município, no Povoado Queimadas a chuva foi em menor intensidade do que na Serra da Guia, resultando em uma barragem recuperada que não encheu em sua totalidade, alcançando cerca de 50% da capacidade. Engenheiro Civil da Cohidro responsável pela obra, Valdi Aragão Porto explica que do reservatório foi retirada muita lama, sedimentos depositados no fundo. O que aumentou bastante a sua capacidade de reservamento de água.

Osman Vieira Aragão, pequeno criador de gado vizinho à Barragem, contou o seu uso da água da barragem é para o consumo residencial e para o gado, principalmente. “Mais gente usa, a redondeza aqui usa. A esperança é ver ela cheia, que é para todo mundo ficar alegre”. Ele ficou satisfeito com a reforma, comparando com a sua situação anterior. “Rapaz, já tem muito tempo, nós morávamos aqui já, tem mais de 10 anos que vieram fazer essa barragem e agora tem mais volume de água. Estamos satisfeitos, ficou melhor, muito maior e ela demora mais tempo para secar”, completa.

Canindé de São Francisco
O acúmulo de água na obra do Programa de Recuperação de Barragens em Canindé ainda é tímido. As chuvas não caíram em volume suficiente para encher o reservatório reformado na localidade. Mas o morador da Agrovila Serra Azul, no Assentamento João Pedro Teixeira, João Vieira de Lima (mais conhecido por Gaspar) acredita que sem a intervenção da Cohidro na barragem, que secou há bastante tempo, nem estaria apresentando a atual reserva. Também é expectativa deles, que a água alcance um volume bem maior quando chegarem as chuvas de trovoadas, no final para o início do novo ano. Mais ou menos quando secarem os pequenos tanques que cada pequeno criador assentado tem em seu lote, e daí se fará necessário o uso desta maior.

“Satisfeitos nós estamos né? Porque se não tivesse feito a limpeza, ela não estaria apresentando a água que tem hoje, porque ali todinha tinha lama. Então, provavelmente a água ia ficar por baixo da lama. Ruim é como ela estava, mas hoje graças a Deus! Há uns três ou quatro anos ela estava seca, sem água nenhuma. Com essa chuva que teve é um pouco, mas um pouco que está agradando todo mundo com essa água. Nós estamos tendo água para os animais, tanto na barragem grande comunitária que foi limpa, como nas barragens pequenas, que não estamos mais dependendo do carro pipa, para estar abastecendo as comunidades”, comemora Gaspar.

Canindé de São Francisco
Rildo Joaquim Carvalho, secretário Municipal de Agricultura em Canindé, considera de grande importância o Programa e espera que ação se repita, nos próximos anos, aproveitando o grande volume de chuva que ocorre no inverno. “A importância das obras que a Cohidro vem realizando, a nível de Estado, é exatamente você aproveitar as águas da chuva e reter elas. E a gente ficar com um volume de água, não jogado fora e sim, para que seja servido as comunidades. A comunidade estava necessitando, todo Sertão, não só da Serra Azul. Esperamos que esse programa venha cada vez mais crescendo e o Governador se sensibilize com as ‘chuvadas’ que estão acontecendo”, direcionou.

Outros municípios sertanejos
O Governador inaugurou a barragem no Povoado Aningas, em Nossa Senhora da Glória, no dia 22 de maio. Esta foi recuperada também nessa edição do Programa e na época já estava cheia, pela ação das chuvas ainda do comecinho do inverno. “São benefícios importantes para o homem do campo e o produtor rural neste momento em que levamos medidas ao Sertão para enfrentar a estiagem”, afirmou Jackson Barreto.

Da mesma forma ocorreu em Nossa Senhora de Lourdes, com o reservatório próximo à sede municipal completamente cheio. Em Gararu, no Povoado Lagoa de Dentro, a reforma obteve êxito por ter acúmulo da água na barragem que, mesmo não chegando à sua capacidade total, já serve de alento à comunidade que depende da reserva hídrica para dar de beber ao gado.

PAA nos perímetros irrigados estaduais já beneficiou mais de 273 mil pessoas

Doação de alimentos in natura então são distribuídas para as famílias cadastradas pelo Cras – (Povoado Curituba – Canindé) Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Desde 2008, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) incentiva e orienta os produtores irrigantes, assistidos nos perímetros irrigados do Governo do Estado, a participarem do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade ‘Doação Simultânea’. O resultado disso é que até agora foram 2.860 famílias de agricultores participando de projetos que geraram 7.230.627 quilos de alimentos doados in natura ou que serviram para o preparo de refeições, atendendo 259.552 pessoas em situação de insegurança alimentar. Cada projeto tem vigência de um ano de entregas periódicas e no total foram R$ 6.499.737,69 pagos a estes produtores.

Neste ano, quatro grupos de produtores de Lagarto, Itabaiana e Canindé de São Francisco, que ao todo somariam 207 agro-famílias, estavam mobilizados pela Cohidro e suas associações para apresentar propostas ao PAA, onde se comprometeriam em produzir mais 492.983 quilos de alimentos, que a partir das doações iriam chegar há 18.400 beneficiados e geraram a renda, a estes agricultores, de um total de R$ 1.567.000. Mas os cortes do Governo Federal sobre os programas sociais determinaram que em 2017 só fossem gastos com este Programa R$ 38.500.000 em todo Brasil e que Sergipe teria 1,98% deste montante, ou seja, R$ 762.300. Além disso, a Conab implantou nova metodologia de ‘ranqueamento’, em que projetos de valores e número de participantes menores, teriam mais chance de serem aceitos.

Assim, em um total redimensionamento das propostas à serem apresentadas, levando em conta tanto o teto aplicado ao Estado quando ao valor de cada proposta, todos projetos foram refeitos, conforme explica o gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata. “Tivemos que diminuir todos fatores do que as associações e agricultores iria apresentar. Agora são três propostas onde 50 beneficiários fornecedores serão remunerados por um montante de R$ 375.000, para produzir quase 100 toneladas de alimentos à serem doados 5.700 pessoas carentes”, listou. Sobre o fato do valor ser praticamente 50% o teto de recursos para Sergipe, o técnico explica. “A Conab recebe propostas de outras associações além das que atendemos nos perímetros. Não havendo procura de outras associações, no futuro podemos replanejar as propostas dos nossos irrigantes”.

Para o diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o PAA estava passando por um momento ímpar e se não houvessem os cortes no orçamento, este ano seria quando os produtores teriam melhor retorno financeiro. “A tabela da Conab para a compra dos produtos a serem doados nunca esteve tão a favor do agricultor. Por exemplo, pelo quilo da batata-doce e da macaxeira, que são a base da dieta sugerida nas refeições preparadas, está sendo pago R$ 2 e R$ 1,75, respectivamente. Infelizmente as doações serão menores e menos pessoas vão poder participar, mas o que for entregue, será bem pago. Isso representa no campo, maior poder de barganha ao produtor, que deixa de ficar totalmente dependente do preço dos atravessadores, com mais esta opção de escoamento de produção de forma mais justa”, avalia.

Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, reforça esta opinião de que o PAA favorece a renda do agricultor, mas considera importante que os recursos do Governo do Estado, para gerar produção agrícola via irrigação e assistência técnica, sirvam para doar alimentos para pessoas necessitadas. “É gratificante para nós, é bom para o Sergipe, que o dinheiro investido para manter nossa Empresa colabore, somado aos recursos da Conab, para o combate à fome no Estado. Em 9 anos, foram quase 260 mil pessoas assistidas só com as doações que saem de nossos perímetros. Por isso e também, para melhor remunerar os produtores que assistimos, damos total apoio à mobilização dos projetos nos perímetros”, afirma.

No PAA, a Cohidro orienta a confecção dos projetos propostos pelos agricultores que assiste nos seus perímetros irrigados e depois auxilia no processo de produção (via irrigação), colheita, controle de qualidade e conferência desses alimentos ao serem doados. Mas quem aceita as propostas e remunera os agricultores é a Conab. Como regra, a Companhia Federal tem nos conselhos de segurança alimentar-nutricional municipais e nos centros de referência de assistência social (Cras) das prefeituras, os órgãos de conferência da quantidade e da qualidade dos alimentos doados, para então fazer o pagamento diretamente ao grupo de agricultores que propôs o projeto, a cada vez que houver uma entrega.

Lagarto
Instalada no município e há 69km de Aracaju, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), sob o novo teto e metodologia, propôs estregar à ‘Doação Simultânea’ 37.647 quilos de Alimentos. 18 agricultores irrigantes associados à APPIP, por um ano produzirão abobrinha, acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, maracujá, milho verde, pimentão, quiabo e macaxeira, para entregar, a cada 15 dias, as doações que vão chegar a 1.900 pessoas carentes. Para tal, até o fim do projeto serão pagos R$ 125.000 ao grupo associado, em média R$ 6.944,44 por agricultor, distribuídos em parcelas menores, pagas após a conferência de cada entrega do produtor. A proposta sendo aceita pela Conab, será a sétima vez que a entidade fornece alimentos ao PAA.

Também do Perímetro Piauí, o Movimento Associativista do Brejo participa com proposta em que 16 produtores vão gerar 30.975 quilos de acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, maracujá, pimentão, quiabo e macaxeira. Da mesma forma, outras 1.900 pessoas em situação de insegurança alimentar serão atendidas com as doações e os agricultores, remunerados, no total, também em R$ 125.000, uma média de R$ 7.812,50 por produtor. Esta será a terceira vez que a entidade representativa participa do PAA, se o projeto for aceito.

Itabaiana
Sendo composta por produtores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, há 50km da capital, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno já participou de outros três projetos com sucesso. Nessa nova proposta, 16 agricultores produzirão 30.270 quilos de alface, batata-doce, cebolinha, cenoura, coentro, couve, inhame, pepino, pimentão verde, quiabo, macaxeira, salsa, tomate e vagem. R$ 125.000 (R$ 7.812,50 por produtor) serão pagos para que sejam gerados os alimentos que servirão de doação para 1.900 pessoas.

Governo do Estado amplia fornecimento de água para sergipanos na zona rural

Inve

Sistemas de abastecimento instalados em poços da Cohidro solucionaram carência por água potável em regiões fora do alcance redes de distribuição

stimentos realizados pelo Governo do Estado estão garantindo maior acesso à água no interior sergipano. Seja em comunidades rurais ainda sem fontes de abastecimento, ou em regiões afetadas pela seca e sem reservas hídricas para o gado, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), neste ano dispôs de R$ 2 milhões do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), para investir na compra de materiais de perfuração para 20 poços, instalação de quatro sistemas de abastecimento e a recuperação de 12 barragens de médio porte, beneficiando cerca de 20.000 pessoas em 22 municípios sergipanos.

São recursos oriundos do convênio entre o órgão e a Secretaria de Estado Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). O trabalho nas barragens foi concluído e agora estes reservatórios estão acumulando água das chuvas de inverno, para uso no próximo período de estiagem nessas áreas onde, em 2016, foi decretado estado de emergência devido à seca e que atendem, principalmente, a dessentação animal, em rebanhos que são a geração de renda para 9.978 moradores da zona rural.

No último dia 9, o vice-governador Belivaldo Chagas, em Simão Dias assinou ordem de serviço para começo das obras que vão construir quatro sistemas de armazenamento e distribuição de água para consumo humano no Assentamento Maria Bonita e no Povoado Sítio Alto, naquele município, atendendo 217 pessoas. O mesmo vai acontecer nos povoados Saco Grande e Piabas, em Lagarto. Neste último, a infraestrutura vai poder também abastecer a comunidade vizinha de Candeal das Cajazeiras, totalizando o benefício para cerca de 800 pessoas no município.

“Quando a gente investe no campo, a gente tem a garantia de desenvolvimento do estado, afinal de contas, quando falamos dos pequenos agricultores, os agricultores da agricultura familiar, são eles que produzem os alimentos que levamos à mesa em nossas casas. Então é preciso que a gente dê condições de trabalho para eles. Quando trabalhamos em benefício do campo, também fazemos com que o município como um todo tenha desenvolvimento. Porque o que se produz lá gera uma cadeia produtiva e, além, de ajudar os agricultores, ajudamos a economia local e do estado”, disse Belivaldo, no ato em que distribuiu 28 mil quilos de sementes de feijão e milho, material forrageiro para pequenos criadores e a reforma do Terminal Rodoviário de Simão Dias.

Segundo o diretor de Infraestrutura e Mecanização Agrícola da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, a atuação da Empresa tem se adaptado à realidade de cada município, buscando parcerias, como esta na Seidh e com as prefeituras. “Nos dois sistemas de abastecimentos em Simão Dias, as obras incluem a implantação de tubulação que vai ampliar e interligar a uma rede pré-existente, permitindo com que a água chegue até as casas dos moradores desses povoados”, informou. Complementando que os recursos do Funcep ainda vieram por contribuir na perfuração de 20 poços comunitários em Poço Redondo, Lagarto, Simão Dias, Moita Bonita, Umbaúba, Neópolis, Rosário do Catete, Siriri, Santa Rosa de Lima, Aquidabã, Santa Luzia do Itanhy, Boquim, assistindo aproximadamente 10 mil pessoas.

Programa de Recuperação de Barragens

As reformas ocorreram nos povoados Alagadiço, em Frei Paulo; Serra da Guia e Queimadas, em Poço Redondo; Poço dos Bois, em Cedro de São João; Mancinha, em Carira; Montes Coelho, em Tobias Barreto; Aningas, em Nossa Senhora da Glória; Lagoa de Dentro, em Gararu. E também nos assentamentos Paulo Freire, em Porto da Folha; Francisco José dos Santos, em Poço Verde; João Pedro Teixeira, em Canindé do São Francisco e na sede do município de Nossa Senhora de Lourdes.

As barragens recuperadas pela Cohidro neste ano dão sequência às ações iniciadas em 2012, quando foi lançado o Programa de Recuperação de Barragens. Antes, foram mais 1.800 dessas aguadas recuperadas, incluindo barragens particulares de pequenos criadores de gado que assinaram termo de compromisso, de compartilhar a água com os vizinhos, para poder receber o benefício. Mas também, nestes quatro anos anteriores, ocorreram obras em 20 barragens de médio porte, iguais às 12 reformadas em 2017. José Carlos Felizola, diretor-presidente da Companhia, acredita que essa ação garante maior autonomia ao homem do campo, dando uma sobrevida à criação que é seu sustento.

“No Sertão, quando as chuvas vão embora, a água dos pequenos barreiros, que todo criador abre no lote, logo acaba. Essas barragens maiores e coletivas criam uma reserva emergencial de água para que o vaqueiro leve seu gado lá ou puxe água de carroça. Muitas vezes a assistência vai para longe, outro município e não muito raro esses reservatórios, que nós recuperamos, abastecem até regiões da Bahia, como nos foi revelado em Glória e Carira. Em outros casos, o uso da água é múltiplo, como em Cedro de São João, onde a Barragem do Algodão abastece as criações, casas, serve para pescar e atrai gente de longe, para o lazer”, assinalou Felizola.

Nas obras, o trabalho das máquinas consiste em limpar os sedimentos depositados no fundo das barragens, assoreadas pela erosão e pela terra trazida pelas enxurradas. Barreiras de proteção são reforçadas e também, quando é possível, há a retirada de terra para aumentar o leito do reservatório. O conjunto de ações sempre amplia e muitas vezes até dobra a capacidade de acúmulo, fazendo com que esses depósitos emergenciais água durem por um maior período assistindo o sertanejo.

Assentado no Paulo Freire desde 2001, José da Silva Pereira cria 80 cabeças de gado em seu lote e disse que todos na comunidade utilizam da barragem reformada pela Cohidro para a dessedentação animal. “Quando tem água aqui, é a fonte mais certa. Aqui é assim, quando está chovendo, todo mundo utiliza as barragens pequenas dos terrenos, né? Mas aí quando o verão pega, todo mundo vem para cá. Alguém de fora pega, mas é para gado também. Eu estou achando muito bom (a obra), aqui está aumentando muito a barragem e como vai encher agora, vai durar mais para secar, né? Um dos benefícios maiores que a gente está recebendo aqui, nesse período seco. Uma barragem grande, é muito viável aqui para gente”, afirmou.

 

Cohidro adere ao ‘Dia do Rio’ em seus polos irrigados

Foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Passando a valer a partir de ontem, 21, via a Resolução Nº 1.043 da Agência Nacional de Águas (ANA), o ‘Dia do Rio’ impõe a paralisação, todas às quartas-feiras e até 30 de novembro, em todas as captações feitas no Rio São Francisco, em barragens e principais afluentes, desde Minas Gerais até a foz, na divisa entre Alagoas e Sergipe.Salvo quando se trata de uso de água para consumo humano e dessedentação animal. O Governo do Estado de Sergipe, através de sua Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), atendendo a resolução já determinou esta suspensão no bombeamento do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco e no Platô de Neópolis.

A medida, tomada na 660ª Reunião Ordinária da Diretoria Colegiada da ANA, se vale da “grave situação de escassez hídrica ocorrente na bacia do rio São Francisco desde 2013, caracterizada pelas baixas precipitações (pluviométricas) com prejuízo para a reposição do estoque de água dos reservatórios”, e em seu artigo primeiro, estabelece que, “tendo em vista a situação de escassez hídrica na bacia, o Dia do Rio como medida de restrição de uso para captações em corpos d’água superficiais perenes de domínio da União na bacia hidrográfica do rio São Francisco que ainda não estejam submetidas a outras regras de restrição de uso mais restritivas”. A regra, que vai até o dia 30 de novembro, poderá ser prorrogada, “caso se observe atraso no início do período de chuvas na bacia do rio São Francisco”, acrescenta o documento publicado no Diário Oficial da União em 20 de junho.

No Perímetro Califórnia, há 213Km de Aracaju, segundo o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, a determinação já está sendo adotada e não vai afetar a os beneficiados pela Empresa e nem das suas conveniadas, que utilizam do sistema de irrigação. “Em Canindé, diferente do dispositivo proibitivo a nós e que lá vale também para o Perímetro Jacaré-Curituba da Codevasf, a Deso pode utilizar-se de sua captação própria, sem prejudicar o abastecimento da cidade. Muito mais do que uma regra, punível com multas, será uma forma de nós, que utilizamos do ‘Velho Chico’ para desenvolver a Agricultura, contribuirmos com a reversão da situação de escassez de água em seu leito ou represas”, avalia.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir), João Quintiliano da Fonseca Neto, o impacto que possa ocorrer na irrigação dos dois polos irrigados da Empresa, passará a ser sentido só depois do fim do período de chuvas. “Por agora e desde abril, quando se iniciou um dos melhores períodos de chuva registrados em Sergipe, nossos perímetros têm permanecido praticamente todo tempo inoperantes quanto ao serviço de bombeamento de água até os lotes irrigados. A boa precipitação registrada elimina quase por completo a necessidade de irrigação em todo Estado”, observa.

Porém, ainda segundo João Fonseca, a estiagem vai chegar e com ela, a necessidade de religar as bombas. Para isso, o diretor considera que o manejo hídrico das lavouras, orientado pelos técnicos agrícolas da empresa e de parceiros, vai saber superar a suspensão de água das quartas-feiras. “Depois de agosto, provavelmente, quanto chegar ao fim o período de chuvas, é que esta paralisação da Resolução da ANA vá de fato interromper o fornecimento de água para a agricultura. Porém, nesses perímetros que utilizam do São Francisco dificilmente haverá prejuízos na produtividade, pois predominam as culturas de ciclo longo, como a fruticultura, que suportam mais de um dia sem irrigação. Já para as olerícolas, como a alface e o coentro, um dia sem água ainda é suportável. De toda forma, estaremos atentos para identificar qualquer necessidade orientar mudanças na forma de irrigar essas plantações, no decorrer dos outros seis dias da semana”, completou.

Platô de Neópolis
Distante 107km da capital, área e sistema de distribuição de água do Platô de Neópolis pertencem ao Governo do Estado através da Cohidro. Estrutura administrada pela Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação de Neópolis (Ascondir), que possuem a concessão pública para cultivar a terra e operar o sistema. Lá, predominam a fruticultura e a plantação de cana de açúcar, cultivos de ciclos longos e até resistentes a períodos maiores de que um dia por semana.

Antônio Paulo Feitosa, Engenheiro Agrônomo da Dirir, é responsável por gerenciar e fiscalizar a operação do polo irrigado e ontem esteve com os concessionários para oficializar a decisão que foi tomada no dia 19, pela ANA. “Fomos até lá só para dar certeza de que a Resolução estava em vigor, pois todos concessionários já estavam cientes da paralisação semanal. A paralisação da quarta nem precisou ocorrer ontem, pois como está chovendo bem, também na região de Neópolis, não houve necessidade de irrigação nesta semana”, informou.

 

Milho verde irrigado pela Cohidro vai colher mais de 4 milhões de espigas em junho

De agora em diante, todo dia é dia de colheita de milho verde, até chegar o dia de São Pedro. 

Irrigação permite plantar o milho em qualquer época do ano e fazer chegar ao mercado antes do período junino – Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Em dois dos principais perímetros de irrigação pública do Governo do Estado, a expectativa é a de colheita de 4.137.550 espigas em junho. Em Lagarto e Canindé de São Francisco a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) garantiu água para a plantação de 124,7 hectares (ha), quase todos os 754 lotes assistidos pela empresa nesses locais reservaram uma parcela de terra para plantar milho, garantindo o produto antes mesmo da demanda dos festejos juninos. Essa oferta regulou os preços ao consumidor, que podem variar de R$ 40 à R$ 70 o cento, dependendo da quantidade, variedade e região, em que se compra.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, esta produção nos demais perímetros de irrigação pública estadual só não foi maior devido à falta de chuvas em 2016. “A reposição de nossos reservatórios, que dispõe água para irrigar as barragens de cinco dos seis perímetros irrigados da Cohidro, não ocorreu no ano passado, devido à pouca chuva. O déficit hídrico repercutiu neste ano, em que tivemos que racionar água em Tobias Barreto e suspender em Itabaiana, nos perímetros Jacarecica I e da Ribeira (65km e 50km da capital). Nesses dois últimos, os produtores não puderam plantar milho verde pela incerteza de quando a chuva iria devolver a capacidade de irrigar regularmente. Salvo em Lagarto, em que as primeiras chuvas do ano foram suficientes para recuperar a barragem e em Canindé (213Km de Aracaju), que depende unicamente das águas do São Francisco para irrigar”, constatou João Fonseca.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, considera o quadro positivo, já que a chuva veio em boa hora para recuperar as barragens e garantir a produção de milho verde. “A tradição seguida por quem não tem irrigação para produzir o ano inteiro, é a de plantar no São José para colher no São João e as chuvas deste ano chegaram na hora certa, permitindo que isso fosse possível acontecer. Mesmo se os nossos perímetros não tivessem recebido esta recarga d’água para irrigar e aumentar a oferta de milho em junho, foi também possível plantar sem precisar irrigação. Só não foi maior a produção de milho nos perímetros, por que a chuva demorou chegar ao Agreste, agravante que prejudicou os plantios dos nossos perímetros em Itabaiana”, lamentou.

A diferença entre depender só da chuva, que iniciou este ano farta, e de ter a irrigação, o agricultor irrigante do Perímetro Irrigado Piauí, José Roberto de Jesus, sabe bem. “Antes era mais complicado, porque não tinha irrigação e a gente esperava o período da chuva. Hoje, com a irrigação, a gente já pode plantar antes de São José, já vai molhando, tem água o suficiente, já facilita a colheita, mais”. As vantagens que o serviço oferecido pelo Governo do Estado promovem vão muito além de não precisar esperar a chover para plantar. “É, exatamente, não necessita tanto da chuva. Fica mais independente para o agricultor. Sempre melhora a produção, sempre dá espiga melhor. Fica bonito, não é?”, analisa o agricultor que plantou 2,64 ha de e antes mesmo de dar julho, estava colhendo milho verde em Lagarto.

Canindé
No Perímetro Irrigado Califórnia, o milho do período junino saiu da lavoura por até R$0,50 a espiga e neste ano foram plantados 90,775 ha pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 2,95 milhões de espigas. Mesmo se não houver procura para todo este milho, ele pode vir a ser usado junto da palhada para a ração animal. José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes em Canindé que promove as três formas de comercializar o milho: a espiga, a palhada e o pé inteiro, para forragem. Para ele, essa flexibilidade garante mais segurança de plantar e ter certeza de que irá vender.

“O milho proporciona tudo, várias coisas. Nem penso no São João, que é só naquela época, a gente pensa no decorrer do ano inteiro, porque para a gente tanto faz a ração, quanto faz a espiga”, avalia Leidison. Mesmo assim, ele considera a venda da espiga mais vantajosa financeiramente, embora a forragem com a espiga junto tenha um valor de mercado diferente.“Tem, porque na hora que você for tirar a espiga, ela (a forragem) não tem peso, diminui bastante, mais o menos uns 50%.Se você quer uma ração com a espiga, você vai pagar ela no peso”.

Lagarto
Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida Lima, já em março foram plantados 25,63 ha de milho, em abril, 8,30. Cada hectare produz de 20 a 25 toneladas e isso vai corresponder à 1.187.550 espigas colhidas. “De agora em diante, no perímetro da Cohidro de Lagarto, todo dia é dia de colheita, até chegar o dia de São Pedro. Aqui o preço varia de R$ 40 à R$ 50 o cento e sai a R$ 0,50 a unidade, no varejo”, informou. Ele disse que toda esta produção ainda gera, também em Lagarto, uma boa produção de ração animal. “25 toneladas de matéria fresca, palhada para ser utilizado com forragem”, acrescentou.

Raimundo Rocha de Araújo, adquiriu a produção de um lote de 0,66 ha, plantados com milho pronto para o consumo verde, no Perímetro Piauí. Pagou por ele R$ 3,5 mil e vai arcar com o custo de colheita e distribuição. Pagaria R$ 5 mil, se não houvesse um ataque de lagarta na plantação, já que sem isso, a área produziria 23.100 espigas, mas nessa lavoura colheu 17 mil sadias. “Vendo à R$45 o cento, para quem for revender e estou fazendo 7 espigas por R$5 no varejo”, informou.

Cohidro estuda transferência de tecnologia de produção de leite entre Tobias Barreto e Canindé

Visitação ocorreu em um período em que as pastagens se recuperam de uma das piores secas – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Quinta-feira, 8, foi dia de visita em que técnicos do Perímetro Califórnia e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), em Canindé de São Francisco, visitaram os colegas e conheceram a estrutura e modelo produtivo do Jabiberi, em Tobias Barreto. Ambos polos agrícolas são atendidos pela infraestrutura de irrigação do Governo do Estado, administrada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A intenção é a transferência de tecnologia do programa ‘Balde Cheio’ de produção de leite, implantado no Centro Sul Sergipano desde 2010, para o Alto Sertão.

O Perímetro Irrigado Jabiberi, que fica 123 Km ao sudoeste de Aracaju, focou sua aptidão à criação de gado leiteiro quando, em 2010, a assistência técnica e a irrigação pública da Cohidro, a consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Sergipe (Sebrae-SE) e financiamento do Banco do Brasil, possibilitaram a implantação do modelo de produção de leite do ‘Balde Cheio’, criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em sua unidade de São Carlos-SP. Técnico agrícola da Cohidro que acompanha o projeto desde o início, José Reis Coelho contabiliza os resultados obtidos.

“Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 criadores que aderiram ao sistema e hoje produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa. Num dos melhores anos de produção, 2015, foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a acima do ano anterior”, salienta Coelho. Ele e o gerente do Perímetro, José Fernandes de Oliveira, receberam os visitantes com uma palestra que ilustrou todos os aspectos técnicos do programa, seguido de uma visita até dois produtores que aderiram ao sistema de produção e o conservam até hoje.

A essência do sistema de manejo do Balde Cheio consiste em dividir a área de pastagem irrigada em pequenos piquetes, onde os animais pastam por 12 ou 24 horas, a depender do tamanho do rebanho e deste cercado. No turno seguinte, este mesmo gado é realocado noutro espaço em que o capim está alto e pronto para o pastejo. O pasto antes usado para alimentar as vacas, vai repousar por cerca de 12 dias até novamente servir de alimento, tempo em que recebe irrigação diária e adubação para se recuperar. Fora isso, há orientações que envolvem a disponibilidade de água em tempo integral e uso de alimentação complementar à base de proteína encontrada na gliricídia, planta arbórea que, se plantada na área comum ao gado, ainda serve de sombra, outro fator obrigatório no programa de produção de leite.

Técnico agrícola do Cohidro em Canindé, distante 213 Km da Capital, Joaquim Ribeiro ficou animado com a possibilidade do ‘Balde Cheio’ ser implantando também no Alto Sertão. “Sim, é possível sim, é uma boa alternativa para os pequenos agricultores lá do Califórnia, porque eles sentem muitas dificuldades com a comercialização com os produtos que eles produzem lá no perímetro e o leite é muito bom a comercialização é muito fácil, que nem foi dado depoimento dos produtores aqui do Jabiberi, que não tem dificuldade nenhuma de vender o leite, sempre comercializam tudo que tem”, avaliou.

Para o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, a introdução do programa em Canindé tem tudo a ver com a característica da região. “A aptidão de todo Alto Sertão Sergipano, quando se fala da atividade rural, é a pecuária e mais precisamente, a que envolve a produção de leite. Embora o Perímetro Califórnia tenha sido projetado para a produção vegetal (fruticultura e horticultura), a possibilidade de um sistema de produção leiteira, sem aquela necessidade de vastas áreas de terra, a partir dos piquetes irrigados, pode ampliar a renda ao homem do campo. Ao diversificar os produtos gerados em sua área irrigada, ele dispõe de maior retorno financeiro”, defende.

Lenaldo Soares da Silva, mais conhecido por Galego, defende que o programa trouxe benefícios aos produtores que aderiram, no Jabiberi. “Compensa, é muito bom o Balde Cheio, antes eu produzia 20 litros, 30, disso para trás.Hoje, eu já alcancei 200 litros, que foi do começo do Balde Cheio, aquilo foi uma maravilha para mim. Agora ‘descambou’ um pouco, mas que o projeto foi bom para nós, foi sim. Hoje eu estou com 70 e poucos litros, mas eu sei que lá na frente eu vou conseguir um objetivo maior. Foi por causa da seca, das águas que não tivemos. Como você está vendo, está bom agora, mas há um mês atrás, era tudo seco”, recorda.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explicou que a partir de dezembro passado, em face do baixo nível hídrico da Barragem do Jabiberi, a prioridade do ficou sendo apenas com a dessedentação animal, isso para poder garantir reservas para a captação feita pela Deso, que fornece água potável à sede municipal e povoados. “Antes que não fosse possível nem matar a sede do gado, foi decidido interromper o fornecimento da água usada para irrigar a pastagem, mantendo o fornecimento somente duas vezes por semana. E isso durou até o início das chuvas, em abril, quando a barragem foi recarregada, até verter”, justificou. Para ele, “a importância dessa visita técnica é a possibilidade de implantarmos o projeto em Canindé visando oferecer mais uma atividade econômica aos produtores, bem como um melhor aproveitamento dos lotes irrigados, diversificando suas atividades”.

A viabilidade em Canindé
Vereador de Canindé e irrigante do Califórnia, Adriano de Bonfim acompanhou os técnicos da Cohidro e Emdagro na visita a Tobias Barreto, tanto para conhecer o método, pensando em modificar a forma como cria seu gado, como também foi representando a Câmara e a população canindeense, que viria a ser beneficiada, caso seja implantado em seu município o programa. “Bom, muito bom, é uma experiência, uma oportunidade que poucos produtores têm. Isso é um avanço, Canindé está precisando não ficar naquela rotina do quiabo, tem de ter uma mudança, e isso aí é uma solução para a bacia leiteira no Alto Sertão”.

Eliane de Moura Moraes, gerente do perímetro da Cohidro em Canindé, foi quem organizou a visita e avalia qual foi o retorno da viagem técnica. “Foi importantíssima, porque a gente viu a viabilidade de implantar esse projeto lá no Califórnia.E hoje, eu já estou considerando isso uma realidade, porque você viu o produtor que veio, o Adriano de Bonfim, vereador da cidade e também os técnicos aqui. Viu o entusiasmo e eles é que vão fazer essa implantação.E a gente fica feliz, isso vai melhorar a condição do produtor, a condição econômica e financeira do produtor, que as vezes fica limitado a uma cultura e que vai abrir horizontes”, considerou.

 

Gestora da Emdagro de Canindé, Rita Selene Quixadá Bezerra participou da visita a Tobias Barreto para conhecer o Balde Cheio.“Foi fantástico, tudo foi muito valido e é um projeto que eu acredito que dê muito certo”, considera. Sua instituição é responsável pela assistência técnica à pecuária em todo Estado e ela, também Médica Veterinária, vê possibilidade de sua equipe contribuir na implantação do projeto no Alto Sertão. “Com certeza, a parceria é boa com a Cohidro, com Eliane, e eu acredito que a gente vai dar bem certo. Como sou técnica da Emdagro, tem a parte vegetal, mas tem a animal, principalmente quando entra na parte de saneamento animal, na parte de manejo, de boas práticas na produção de leite”.

Presenças
Também participaram da visita ao Jabiberi os técnicos agrícolas do Califórnia Edmilson Cordeiro, Roberto Ramos (Beto) e Tito Reis; os auxiliares técnicos da Cohidro, Andrea Santtos, do Califórnia e Jonathas Bruno, da Gerência de Desenvolvimento Agrícola (Gedea).

Milho produzido no Perímetro de Canindé promove integração Irrigado-Sequeiro ao servir à nutrição animal

Variedades hoje utilizadas pelos irrigantes, alcançam o tamanho de colheira do milho verde aos 70 dias e aos 85, está pronto para fazer silagem – foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

A utilização e comercialização do milho para a formulação de ração animal é cada vez mais constante dentre os produtores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia em Canindé de São Francisco, há 213km de Aracaju. Infraestrutura hídrica criada pelo Governo do Estado, e administrada pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), para desenvolver a agricultura no Semiárido, mas que vem fornecendo a alimentação à pecuária, via silagem ou produção de feno.

Como silagem ou na produção de feno, processo ocorre aproveitando a palhada, após a colheita, ou ainda destinando toda ou parte da lavoura para a formação da forragem. Isso resulta em uma integração da agricultura irrigada – feita no Perímetro – e a pecuária leiteira, nas áreas de sequeiro. Ou seja, propriedades rurais fora do projeto de irrigação pública e que não contam diretamente com o benefício, estão tendo acesso à ração animal por esta via.

José Carlos Felizola, diretor-presidente da Cohidro, considera positivo o fenômeno, por mais pessoas serem assistidas indiretamente pela Companhia, e isso no Semiárido Sergipano, região carente de recursos hídricos para manter qualquer cultivo voltado à nutrição animal.

“Ocorre uma ampliação da área assistida pelo Governo do Estado com a irrigação pública, para além do território que compreende o Perímetro da Cohidro. No Sertão, aonde a principal atividade rural e a pecuária leiteira. Isso reflete positivamente em uma maior resistência do sertanejo, criador de gado de leite, aos efeitos da seca”, considerou Felizola.

Agricultor irrigante do Califórnia, José Leidison dos Santos, produz milho para vender espiga destinada ao consumo humano, mas também a palhada ou o pé inteiro, para fazer forragem de nutrição animal. “O preço aqui varia, vai de R$ 0,25, mas dependendo da precisão, o cara paga até R$ 0,50 o quilo da ração e a gente tira a espiga também. A gente tira assim, suponha que seja 2ha. Tira um para vender a espiga, porque ajuda você financeiramente a pagar uma gradiação de terra, pagar um adubo, um trabalhador, ajuda muito. Porque se você plantar só para vender a ração não sai, é muita gente que trabalha né? Então, a gente tem que saber dosar dos dois lados”.

Já Pedro Luís Martins, produz o milho, irrigado no Califórnia, só para fazer a silagem, alimento para sua própria criação de gado, atualmente de 15 novilhos. “85 dias o pé está pronto para silagem, ele já tem espiga né? Já está no ponto de silagem. Aí é só botar debaixo da lona para cozinhar. Aí, quando der 45 dias, você pode dar ao gado. Mas dependendo da lona, você pode colocar 1 ano, 2 anos, 3 anos”. O método que o agropecuarista usa se adéqua ao fato de lavoura, silo e criação estarem em um mesmo lote, mas a palhada com a espiga também pode ser triturada e desidratada, em forma de feno, o chamado ‘rolão’, que facilita inclusive no armazenamento e transporte.

Mercado
Em Canindé, o milho do período junino pode sair da lavoura há preços de até R$0,50 a espiga e neste ano foram plantados 90,775ha pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 2,95 milhões de espigas. Mas segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, nem todo este milho tem, como destino certo a mesa dos sergipanos.

“Nós temos uma produção de milho que irá atender, na época junina, a população do Estado de Sergipe. Nessa produção, principalmente em Canindé de São Francisco, há uma predisposição dos produtores em produzir milho também para que no próximo verão, no segundo semestre de 2017, possa estar havendo a integração entre o irrigado e o sequeiro, para o fornecimento de ração para os animais da pecuária leiteira do nosso Sertão Sergipano”, justificou João Fonseca.

Técnico agrícola e servidor da Cohidro, alocado no Perímetro Califórnia, Tito Reis explica como os produtores que ele assiste, nos lotes irrigados, fazem a comercialização da ração animal. “Além dos produtores que plantam para o consumo humano, a palhada se utiliza para forragem, então o produtor tem diversas formas de melhorar o seu sistema de comercialização. Existem pessoas que vem com o interesse de querer o milho completo, ou seja, o pé junto com a espiga, para pode enriquecer a base nutricional da forragem. E existem outros compradores, que compra o milho, só o palhagem. Eles não levam em consideração muito, para diminuir o custo, ele usa só a palha como base nutricional para os animais, e ai deixa para o produtor, a espiga, que ele consegue vender para os mercados, dentro do Estado e até fora dele, como Salvador, Maceió e no Ceasa em Aracaju”.

Governador garante liberação de recursos para adutora do São Francisco e barragem em Poço Redondo

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges / Fotos: Roque Sá

O governador Jackson Barreto reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 31, com o diretor de obras hídricas do Ministério da Integração, Marcelo Pereira Borges, para tratar da liberação de R$ 10 milhões para finalizar a ampliação da Adutora do São Francisco, responsável por 67,19% do volume produzido para o abastecimento do sistema integrado da Grande Aracaju. Também durante a manhã, Jackson esteve com Marlon Carvalho Cambraia, secretário de desenvolvimento regional para tratar da recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo, e do lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico, o qual ocorrerá próximo dia 07, no Palácio de Despachos, em Aracaju.

A adutora do São Francisco contempla não só a capital sergipana, como os municípios de Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Malhada dos Bois. Os serviços de ampliação foram iniciados em novembro do ano passado e são realizados por meio de convênio com o governo federal no valor de R$ 127.748.027,41, com contrapartida estadual de R$ 12.774.802,74. A obra possui 1/3 de sua extensão executada e, atualmente, uma equipe de 50 pessoas trabalha no local, entre operários e técnicos.

“Essa obra deverá estar concluída dentro de quatro meses e atende mais de um milhão de pessoas. Estamos aguardando somente a liberação dos últimos recursos, que foram assegurados pelo ministro”, declarou Jackson.

O diretor presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Carlos Melo, informou que a ampliação da adutora possibilitou que a Capital não sofresse desabastecimento apesar da seca que atinge o estado. “As obras estão em fase final e, para não paralisarmos, o governador se reuniu com o ministro para fazer a solicitação. A duplicação da adutora do São Francisco vai garantir o abastecimento da Grande Aracaju pelos próximos 20 anos. Temos 90% da obra concluída e alguns pontos em operação, o que garantiu que Aracaju não sofresse rodízio de abastecimento de água nesse período der estiagem”, disse.

Barra da Onça
O governador solicitou, também, a liberação de R$ 1 milhão para recuperação da barragem Barra da Onça, em Poço Redondo. Jackson lembrou que a solicitação foi feita durante visita ao município de Poço Redondo, para entregar material forrageiro e o Centro de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro. Na ocasião, o governador conversou por telefone com o ministro, que solicitou o envio de um projeto sobre a utilização dos recursos.

O Programa de Recuperação de Barragens do Governo do Estado, edição 2017, já recuperou 12 reservatórios neste ano. Foram executados trabalhos em barragens de Frei Paulo, Poço Redondo, Cedro de São João, Carira, Tobias Barreto, Porto da Folha, Poço Verde, Canindé do São Francisco, Gararu, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes. O investimento para recuperação dos reservatórios foi de R$ 1.240.341,64, recurso oriundo do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

No último dia 22, o governador Jackson Barreto entregou a recuperação e ampliação da Barragem Aningas, situada no povoado que leva o mesmo nome, no município de Nossa Senhora da Glória. Foram investidos mais de R$ 100 mil para limpar, recuperar e ampliar a barragem que abastece, além de Glória, os municípios de Carira, Monte Alegre, e até municípios baianos.

Planejamento
Durante a audiência, o secretário de desenvolvimento regional do Ministério da Integração, Marlon Carvalho Cambraia, anunciou o lançamento do Planejamento de desenvolvimento social e econômico para o dia 07 de junho, em Aracaju. Com base nesse documento, a gestão estadual norteará as ações públicas desenvolvimento e crescimento econômico.

Acompanharam as audiências o secretário de Estado de Comunicação, Sales Neto, e o superintendente executivo de Sergipe em Brasília, Heleno Silva.

 

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Nota Ascom/Cohidro: Para a Cohidro, se traduz em recursos para recuperar a grande barragem do Povoado Barra da Onça, em Poço redondo, e a construção de outras duas, de médio porte, na localidade. Ações que têm como principal função o reservamento de água das chuvas para a dessedentação animal.

Última atualização: 18 de junho de 2018 21:33.

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