Cohidro repõe placas de controle de vazão no Califórnia

Uma placa de controle de vazão normal e uma das versões adulteradas (Foto Ascom-Cohidro)

Procedimento iniciado em dezembro, concluiu em maio a troca e reposição de 80 placas de controle de vazão. O método controla o uso abusivo da água para irrigação, por parte dos agricultores abastecidos pelo Perímetro Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, município do Alto Sertão. A ação possibilitou que os irrigantes abastecidos por último, nas adutoras, tivessem o fornecimento regularizado nos setores 06 e 07.

Desde 1992, esta foi a terceira vez que os operários da Empresa fizeram a mobilização para inibir a ação daqueles que adulteram ou eliminam o mecanismo. Todos eles foram notificados extrajudicialmente, mas dois foram reincidentes e tiveram a água cortada por três dias, além de sofrerem denúncia na justiça pelo descumprimento das normas do serviço oferecido pelo Governo do Estado. Segundo o gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro, o problema ocorre quando o agricultor quer fazer a irrigação dos lotes em escala além das especificações técnicas do sistema.

“Quando foi criado o projeto de irrigação Califórnia, a norma era de que cada irrigante usasse até 10 aspersores com vasão de 1,71 m³/h (metros cúbicos por hora) por vez. Seguindo esta regra, todos os lotes receberiam a irrigação de forma igualitária. Mas eles passaram a usar aspersores maiores, com vazão de 2,5 m³/h e em número muito maior. Por isso foi necessário, logo em seguida, a colocação das placas de orifício. Pouco tempo depois nossas equipes se depararam com um novo problema: ação de alguns irrigantes que, por conta própria, aumentavam esse orifício, para poder ter mais vazão, ou seja, ter mais água para irrigar mais rápido do que os vizinhos”, relatou Edmilson.

No percurso que segue uma adutora, em média são 40 saídas de registro cada, atendendo o mesmo número de agricultores. Se a água for usada em demasia no caminho que ela percorre, vai chegar ao seu destino final, o último irrigante, com uma força de vazão insuficiente para acionar os aspersores. Os equipamentos não só esguicham água, como dependem da força motriz dela para girar e atingir um raio de ação. Quanto menos vazão, menor efeito terá a irrigação.

Antônio (do Vale) Ferreira de Oliveira é o último irrigante do Setor 06 do Califórnia. Ele planta quiabo, feijão-de-corda e milho em seus 4,3 hectares (ha) irrigados, mas estava com dificuldades de tocar a lavoura até ocorrer a reposição. “Agora mudou, depois que trocou as placas, melhorou. Aqui sempre teve esse problema, mas resolve depois que os funcionários da Cohidro trocam as placas. Agora tenho como irrigar todo lote. Mas sem as placas, não passava água por aqui”, relatou agricultor, que ainda temo lote em um ponto mais elevado. “A água lá embaixo ‘tava’ sobrando. Eles não se importavam com quem não tem água”.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrário da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto recomenda aos agricultores que levem em conta as especificações dos técnicos dos perímetros ao comprar ou substituir os equipamentos, alertando do risco da água faltar para a agricultura. “Não é o caso de Canindé ainda, mas há perímetros irrigados onde haverá o processo de total troca do sistema para a microaspersão, pensando na disponibilidade de água que atenda igualmente a todos agricultores e principalmente traga economia. Vale lembrar que as reservas de água não são infinitas e se o uso com a irrigação não for otimizado, quando faltar, a prioridade será para o abastecimento humano”, advertiu.

José Carlos Felizola Filho, presidente da Cohidro, está plenamente de acordo com as ações de fiscalização frequentes. “É um sistema de uso coletivo, mantido com dinheiro do Estado, dinheiro dos contribuintes. Logo, o sistema de irrigação dos perímetros não é algo particular, onde quem usa manda na quantidade de água que quer consumir. É falta de consciência com a situação dos vizinhos, companheiros e colegas de atividade. É falta de consciência com o uso da água, o bem mais precioso no Sertão, que é bem o caso de Canindé. Precisa ser consumido de acordo com as normas técnicas recomendadas”, assinalou ele, que anunciou, aos produtores do Califórnia, o inicio das obras de recuperação dos pontos críticos do Canal N1, no perímetro irrigado.

“É uma obra de R$ 199 mil, com recursos oriundos de convênio nosso com o Funerh (Fundo Estadual de Recursos Hídricos), para complementar as ações de recuperação do Perímetro. Isso foi relatado aos agricultores irrigantes na reunião em que estive com eles, dia 27 (de maio). A intenção é eliminar os pontos de vazamento que podem causar perda de água na estrutura de concreto e assim garantir que ela chegue nas EBs (Estações de Bombeamento) em maior volume”, acrescentou o presidente Felizola.

No Setor 07, a irrigante Lindinalva Ferreira Soto, planta no último lote em que chega a água do Perímetro. São 4,6ha irrigados, onde ela trabalha a terra há 6 anos e 5 meses. “Eu enfrentava problema com a água, mas melhorou depois de trocar as placas. Agora consigo irrigar com os 10 aspersores de uma vez”, afirmou a agricultora que produz quiabo, goiaba, acerola e o feijão-de-corda. Ela assinala que não é a primeira vez que foi necessária a intervenção da Cohidro para regularizar a distribuição. “Teve outra vez, quando cheguei aqui tinham acabado de trocar, mas o pessoal começou a mudar por conta própria e criou de novo o problema. Agora o que falta melhorar, é a reforma das bombas”.

“Com recursos do Proinveste houve a aquisição de novas bombas para todos os setores do Califórnia, que começam a ser instaladas agora no mês de Junho, conforme informou o Presidente Felizola aos agricultores, em reunião no dia 27 de maio, um total de 37. Quando ocorrerem, o potencial do perímetro será regularizado, retomando a capacidade de distribuição de quando foi criado,” informa João Quintiliano.

IBGE prevê 770 mil toneladas de milho em Sergipe

Presidente da Cohidro, Felizola/ Foto: Ascom/Cohidro

Atualmente, a área plantada com milho destinado à colheita verde nos perímetros públicos atendidos pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), é de 137 hectares e tem média de produtividade de 20 mil espigas por hectare. Sob o auxílio da irrigação pública, é esperada uma produção de 2,7 milhões unidades colhidas em junho. O presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, comemora essa safra junina. “Com auxílio público, o risco do produtor não ter boa colheita é mínimo. A água e assistência de nossos técnicos vão garantir milho para as festas dos Santos Antônio, João e Pedro”, defendeu.
Segundo dados da Emdagro, no ano passado Sergipe colheu 1.308 hectares de milho verde, equivalente à produção de 8.591 toneladas, e o rendimento foi de 6.568kg por hectare, superando os números de 2014.

“Sempre pensamos o milho como grão, mas Sergipe é destaque também na produção de milho in natura, utilizado principalmente no São João. E aí o destaque especial vai para os perímetros irrigados. Temos seis do Estado e mais dois, o Jacaré-Curituba e Platô de Neópolis, que têm recurso público envolvido. Se somarmos esses perímetros públicos, temos excelente produção de milho em espiga, e isso pouca gente nota”, expôs o secretário de Agricultura.

Destaque na produção de milho verde e em pleno Alto Sertão, é o perímetro irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Foram 65 hectares plantados visando à demanda do mês de junho. Um dos produtores é José Ivanio Almeida. “Plantei duas tarefas dia 02 de abril e vou colher no dia 23. Tenho 12 anos aqui, sempre fazendo a mesma coisa. Depois de tirar o quiabo, planto o milho verde”.

No Perímetro, as plantações de milho verde alcançam a produtividade de 5,5 toneladas por hectare e, segundo José Ivanio, a espiga na região está sendo comercializada à R$ 0,50. “No verão, planto também, mas é para fazer silagem”, completou o agricultor que tem um total de dois hectares de terra irrigada.

Agricultores do perímetro irrigado do Piauí, município de Lagarto, também garantem milho para o período junino e pretendem evitar o atravessador. O agricultor Genivaldo Azevedo de Jesus, por exemplo, pretende se encarregar de todo processo de plantio, colheita e investe para fornecer o produto diretamente ao consumidor final, alcançando, assim, maior lucro com sua lavoura.

Genivaldo e seu pai, João Benigno de Jesus, plantaram dois hectares de milho, sendo parte cultivado na última semana de março, e o restante uma semana depois, intervalo de tempo para poder conciliar as atividades da colheita e da comercialização. “Quero vender nas feiras livres em Lagarto, Boquim e Simão Dias, colocando funcionários para me ajudar a colher e vender nas feiras”, anunciou o agricultor, que espera produzir 60 mil espigas nesta safra e pretende vender entre R$ 0,75 e R$ 1 cada uma delas.

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Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Estudantes agrotécnicos fazem aula prática em perímetro da Cohidro no Sertão

Grupo de estudantes aprendem com explicações e nas práticas – Fotos: Ascom/Cohidro

Desafio de fazer horticultura orgânica no semiárido sergipano, abraçado pelos agricultores da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), chamou atenção de alunos e professores do Curso Técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, de Poço Redondo. Segunda e terça-feira, 16 e 17, respectivamente o primeiro e o segundo anos do curso visitaram o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco e onde a irrigação pública estadual dá suporte ao projeto agroecológico.

Atualmente os irrigantes associados à Bio5 cultivam, de forma coletiva, um espaço cedido pela Cohidro anexo ao escritório do Perímetro Califórnia. Nessa área de terra estão sendo desenvolvidas atividades que vão desde a experimentação de métodos alternativos de controle de pragas e produção biofertilizantes, até a aplicação de cursos. Os alimentos resultantes deste campo estão sendo comercializados por esses agricultores na feira de Canindé e no próprio local, onde o freguês pode colher o próprio alimento, tudo livre de qualquer agrotóxico.

Foi nessa área que o Técnico em Agropecuária da Cohidro Tito Reis, recebeu as duas turmas de estudantes. “No primeiro dia foi mais uma explicação, para o primeiro ano, do que acontece aqui. Já o segundo ano teve que praticar na horta, com a colaboração dos técnicos colegas, dividi a turma de 28 alunos em atividades diferentes. Com Beto (Roberto Ramos) construíram um sistema de irrigação por microaspersão, Joaquim (Ribeiro) coordenou o transplante de mudas de alface e coentro para os canteiros. Já meu grupo confeccionou bioinseticida que foi aplicado nas culturas”, relatou o servidor que assiste todos os orgânicos do Califórnia.

Os estudantes agrotécnicos puderam conhecer quais os insumos usados para garantir que a produção seja orgânica, a forma de trabalho e as dificuldades que eles vão encontrar para garantir que a planta produza. Emerson Matos Santos, 16, do primeiro ano do curso, foi um deles. “Legal conhecer de perto, foi boa a atividade. O bom é que aqui tudo é orgânico”. Com a explicação dada, o aluno do curso técnico logo pode perceber qual é a maior dificuldade existente no cultivo sem o uso agrotóxico. “Só é ruim as doenças, que no modo convencional podem ser combatidas facilmente, no orgânico é bem mais difícil”, concluiu.

José Carlos Felizola Filho, presidente na Cohidro, argumenta que quanto mais cresce a experiência dos orgânicos, nos perímetros irrigados, menor é a dificuldade de superar as pragas que atrapalham os cultivos. “Sei que, testando e experimentando as receitas difundidas pelos nossos técnicos, é que eles vão encontrar a melhor forma de superar essa falta que faz os inseticidas industrializados. Resultados que vêm a médio e longo prazo, mas o benefício é imediato: agricultores e famílias mais saudáveis, meio ambiente protegido e alimentos que só nos fazem bem. Por isso, prefira os orgânicos! Valorize o trabalho dessa gente dedicada em melhorar a qualidade de nossa comida”, conclamou.

Antes de ir ao campo, os quatro técnicos agrícolas do Califórnia fizeram breve relato de como é a profissão que os estudantes escolheram seguir. “O grande gargalo da produção agrícola hoje é a comercialização, mas semana passada nós entregamos na Conab o primeiro projeto ao PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) do grupo de 24 produtores que vão fornecer 16 tipos de alimentos por um ano, à preço fixo e tabelado, tudo repassando ao Cras de Canindé. Resultado do trabalho iniciado pelos técnicos há um ano, na seleção e preparação desses agricultores”, demonstrou Edmilson Cordeiro, Gerente do perímetro irrigado.

O Dom José Brandão de Castro
Localizado no Assentamento Queimada Grande, em Poço Redondo, o Centro Estadual de Educação seleciona, todo ano, 175 novos educandos entre as turmas de Agropecuária e Agroindústria. 90% das vagas são destinadas para os filhos de assentados, acampados, agricultores familiares, posseiros, indígenas, quilombolas e ribeirinhos do território do Alto Sertão. As aulas são em período integral e o curso profissionalizante tem duração de três anos, provendo ainda a graduação no Ensino Médio, ao final.

Edson Ferreira é Engenheiro Agrônomo e professor de Olericultura e Agricultura Geral na Instituição e acompanhou os seus alunos nos dois dias de visita. “É importante a vinda deles aqui para vivenciarem a prática fora da sala de aula. Escolhemos o Perímetro primeiramente pela estrutura que é disposta pela Cohidro aos agricultores irrigantes, depois pela proximidade”, justificou o docente da Escola que fica no município vizinho e distante 27 km do Califórnia.

Agricultores de Gararu fazem visita técnica à Cohidro em Canindé

A visita culminou nos pomares de Goiaba irrigada

Quinta-feira, 7, o Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco, recebeu a visita de um grupo de oito produtores rurais provenientes de Gararu, ambos municípios localizados no Alto Sertão Sergipano. Pensando em diversificar os tipos de culturas que já trabalham, eles queriam conhecer as principais plantas cultivadas nesse polo agrícola que utiliza tecnologia agrícola e métodos de irrigação adaptados à realidade do clima Semiárido.

A agricultura empregada nos perímetros irrigados da Cohidro serve de modelo para outras áreas agrícolas devido ao empenho de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas que tem a função de coordenar e incentivar a aplicação de métodos aprimorados de produção, buscando fazer valer o investimento público de prover irrigação para mais de duas mil unidades de produção agrícola nos seis polos de irrigação da Empresa. Segundo o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o auxílio dos especialistas vai dos cultivos escolhidos pelos agricultores até os campos experimentais propostos pela Companhia e parceiros.

“Nossos valorosos técnicos e engenheiros ajudam os agricultores irrigantes produzirem melhor aquilo que estão acostumados, ou o cultivo que está sendo mais lucrativo da época, como também estão aptos para orientar a produção nos campos experimentais. Está sendo assim em Lagarto (Perímetro Piauí) com a Pimenta-do-reino e foi com a Maçã, Pera e Caqui, através de convênio com a Embrapa, mesma parceria que vai introduzir, em breve, a Uva no Califórnia. E não podemos esquecer do Programa Balde Cheio (originado na Embrapa São Carlos-SP) de produção leiteira, introduzido com sucesso no Perímetro Jabiberi (Tobias Barreto)”, relacionou o presidente Mardoqueu.

Perímetro Califórnia

No Perímetro Califórnia, foram duas das suas particularidades as mais observadas pelos visitantes: a experiência dos produtores irrigantes com a fruticultura, em destaque a goiaba e as técnicas por eles usadas para conviver com a aridez do clima do Alto Sertão Sergipano, ao qual compreende, igualmente, Gararu. Josias José dos Santos é presidente da Associação de Produtores Rurais de Gararu e um dos produtores que estiveram em Canindé para observar a agricultura assistida pela Cohidro.

“Como a gente já produz, têm irrigação direto do rio ou de cisterna, estamos entrevistando os agricultores, sobre as plantas que cultivam, espaçamento e tipo de adubação. Vamos tentar transferir isso daqui para nós. Eu já vi e gostei da goiaba, estamos tirando foto, catalogando as técnicas usadas. Lá temos condição de produzir, mas não conhecemos. Vamos também levar contatos sobre fornecedores de mudas e usar lá”, relatou Josias José.

Segundo Josias, eles pretendem repassar tudo que viram para os demais produtores das três localidades que enviaram representantes: povoados Monte Santo, João Pereira e Assentamento Nova Esperança. “Cada um vai ser um agente multiplicador, nossa intenção é isso”. Ele e os outros sete agricultores visitantes fornecem alimentos para Prefeitura Municipal através do Penae (Programa Nacional de Alimentação Escolar). “Todos nós somos cadastrados no fornecimento para a merenda escolar e por isso viemos aqui na intenção de diversificar a produção, procurar outras culturas”, acrescentou o produtor do Monte Santo.

O gerente do Califórnia, Edmilson Cordeiro foi quem recepcionou os agricultores e os orientou em toda visita, acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas, também da Cohidro, Antônio Roberto Ramos (Beto) e Joaquim Ribeiro dos Santos. “Considero como um intercâmbio técnico, é bom a gente mostrar o nosso trabalho para esses agricultores que estão interessados em diversificar os plantios, procurando fazer uma agricultura agroecologia e sustentável, aproveitando a água que está bem próximo dos seus lotes”, expôs o chefe do Perímetro que, como em Gararu, utilizada do Rio São Francisco para irrigação.

“Mostramos para eles desde o histórico do Califórnia, como está hoje, todos os dados técnicos de plantio, a produção e toda infraestrutura do Perímetro. Mostramos a importância econômica do Perímetro Califórnia para o município de Canindé. Depois fizemos a visita ao lote de José Bispo do Nascimento (Zé Branco), produtor de goiaba que é referência aqui. Ainda fomos até a EB-100 (Estação de Bombeamento), onde eu expliquei todo o sistema, como funciona desde a captação até a pressurização nos lotes”, complementou Edmilson, relatando como foi toda a visita que guiou.

Agricultura Familiar e Orgânica

Cleovan de Freitas é o Secretário Municipal de Agricultura de Gararu e estava também na visita ao Califórnia. Ele agradeceu a forma como foi recebido em Canindé. “A gente queria, de início, ressaltar o apoio que teve aqui ao chegar. A equipe da Cohidro atendeu a gente muito bem. A atenção do produtor, Zé Branco, foi muito boa, que atendeu as perguntas que a gente fez sobre adubação, mudas e poda da goiaba”, avaliou. Ele disse ainda que esses agricultores, além de fornecer para a merenda escolar, participam da Feira da Agricultura Familiar da Cidade, conduzida em parceria com a Seidh (Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos).

Feirante assídua na Feira da Agricultura Familiar é a agricultura Neusa Soares Poderoso Santos. Ela também atravessa o São Francisco para levar, os alimentos que produz com o Marido no Povoado João Pereira, em mais duas feiras no Estado de Alagoas e ainda fornece para o Penae. Mesmo com sua rotina corrida na lavoura, vendas e ainda cuidar da família, arranjou tempo de participar da visita ao Califórnia. Do que viu, chamou mais atenção a goiaba, embora também quisesse saber mais da Agricultura Orgânica praticada no Perímetro de Canindé.

“Eu Planto quiabo, melancia, milho, coentro, alface e pimentão, que forneço para a merenda escolar e trabalho na feira livre também, uma em Gararu, uma em Traipu (AL) e uma em Giral (do Ponciano-AL). Há 15 anos na luta, trabalhando no campo, consigo sustentar a família e boto o filho ainda na faculdade, um está formado e o outro está formando e tudo isso é fruto da agricultura”. Embora estudem, Ela diz que todos em casa têm que ajudar. “Eu só boto funcionário quando eu vou colher, mas para produzir e trabalhar somos nós quatro, é só a gente mesmo”, relatou Neusa.

Embora a Agricultora não tenha certificação, trabalha coma produção orgânica baseada na confiança que seus produtos conquistaram e já tem freguesia certa. “Procuram muitos produtos orgânicos, eles gostam muito. – Olha o pessoal que não usa veneno! Aí todo mundo chega para cá. É tudo na confiança. É você ver a qualidade né? Há anos a gente trabalha e dizem: – Ah, eu comprei seu Coentro e não apodreceu na geladeira, comprei na outra banquinha e apodreceu. São mais duradouros, mas é difícil de plantar, a gente perde muito”, justifica Neuza Soares, o motivo dos Agroecológicos custarem mais nas feiras livres.

Jackson Barreto busca fortalecer programa de dessalinizadores no sertão sergipano

O governador Jackson Barreto reuniu-se na tarde desta terça-feira, 1°, com a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, para tratar da ampliação do programa “Água Doce”, que prevê a instalação de 33 dessalinizadores no sertão de Sergipe. O programa é fruto da parceria entre Estado e Governo Federal e tem como meta a recuperação, implantação e gestão de 33 sistemas de dessalinização, beneficiando mais de 13.800 pessoas com investimentos de R$ 6,6 milhões. Serão beneficiados sete municípios: Poço Redondo, Canindé de São Francisco, Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Poço Verde e Carira.

A Cohidro é parceira da iniciativa, pois é a principal responsável pela perfuração de poços em todo Estado e que também atua fazendo manutenção e recuperação desse tipo de sistema de abastecimento de água já existentes.

 

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Fonte: AGÊNCIA SERGIPE DE NOTÍCIAS

Governo autoriza retomada do anteprojeto do Canal de Xingó

A Cohidro esteve presente no ato em que o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi e o governador Jackson Barreto assinaram a autorização para a retomada da elaboração da primeira fase do anteprojeto de engenharia do Canal de Xingó, ocorrido na sexta-feira, 26, no Palácio de Despachos.

O canal vai ter uma vazão de 36 m³/s, já assegurada pela ANA, que será disponibilizada para atender aos projetos de irrigação do Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, e do Jacaré-Curituba (Codevasf), além do Manoel Dionísio (a ser implantado).

O ministro também autorizou a liberação de R$ 60 milhões para a conclusão da ampliação das adutoras Tomar de Geru, Sertaneja e Alto Sertão e entregou o Sistema de Abastecimento de Água para comunidades rurais de Porto da Folha.

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Fonte: AGÊNCIA SERGIPE DE NOTÍCIAS

Irrigação da Cohidro vai gerar R$1,3 mi em alimentos para doação

Os produtos são entregues, em média, a cada 15 dias devido a perecividade

Agricultores que são atendidos pela irrigação pública, oferecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), têm oferta de água para produzir alimentos ininterruptamente e na mesma quantidade o ano inteiro. Isso cria uma maior facilidade para eles cumprirem os contratos com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), gerido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na semana passada, mais duas associações de produtores assinaram contrato e três delas iniciaram a entrega de alimentos às entidades beneficentes inscritas.

Hoje são quatro associações de produtores dos perímetros da Cohidro que possuem contratos em vigência, totalizando 648 toneladas de alimentos gerados por 171 agricultores que serão remunerados em R$ 1.367.445. Compromissos em que a Conab remunera os agricultores para que sejam feitos os repasses, duas vezes por mês durante um ano, às entidades sócio-assistenciais credenciadas na homologação das propostas ao PAA e que atendem 18.260 pessoas em situação de insegurança alimentar.

Sandro Luiz Prata, Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, é diretamente responsável por assessorar os produtores na confecção e trâmites burocráticos das propostas enviadas à apreciação da Conab, um serviço que complementa o fornecimento de água e a assistência técnica que a Empresa oferece aos agricultores, nos perímetros. “Além dos contratos em andamento, estamos trabalhando para homologar novos contratos com o PAA para entrar em vigência já em 2016, no perímetros irrigados: Piauí em Lagarto, em Riachuelo no Jacarecica II e ainda no Califórnia, este em Canindé de São Francisco”, acrescenta.

O Analista da Conab, Engenheiro Agrônomo José Bomfim Júnior, durante a assinatura de contratos, dia 16, confirmou que a assistência da Cohidro auxilia na composição das propostas oriundas de produtores dos perímetros irrigados e explica que “a reunião foi uma orientação para as entidades que vão participar do PAA e deixando bem claro os objetivos, em termos de não fazer qualquer coisa errada e seguir corretamente o projeto. O dinheiro já está na conta bloqueada das associações e a partir de agora eles podem entregar os produtos que, à medida que já forem prestando contas, nós da Conab iremos liberando o dinheiro,” garantiu.

Contratos assinados

De Lagarto veio a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip) assinar o contrato para passar a entregar, a partir de 22 de março, 296 toneladas de alimentos. Antônio Cirilo Amorim, presidente da entidade, explica de que forma o PAA contribui com o agricultor. “O mercado hoje tem vários preços e na Conab é um preço garantido e vai beneficiar assim, mais de 69 agricultores nesse projeto e mais de seis mil pessoas receberão esses produtos. É muito gratificante, é muito compensador e a gente fica feliz por mais um projeto em Lagarto. Vai para cinco projetos que participamos já, só da Associação”, completou.

Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considera crucial a Empresa dar este auxílio ao produtor, para atuar neste e em outros programas governamentais que possam trazer benefício ao homem do campo, dentro dos perímetros irrigados. “Faz parte de nosso papel de incentivar a produção agrícola, assim como fazemos fornecendo água e assistência técnica. Para nós, é muito gratificante que esses projetos bonifiquem os produtores, com preços justos pela riqueza que é fruto do seu trabalho. Muito melhor quando sabemos que a Conab beneficia a população carente com esses alimentos, produzidos com o nosso apoio”.

A outra entidade que acaba de assinar contrato é a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, formada por agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, em Itabaiana. O presidente, José Silva de Menezes, vê no PAA uma forma do produtor evitar os intermediários. “Atravessador só quer comprar barato e como esse dinheiro da Conab vem para os agricultores, é bom por que o preço sai mais caro. Porque tem tempos mesmo lá que são baratas demais as plantações e na Conab é fixo. Bom para a gente, que coloca e mais ainda para quem recebe, que é gente carente”, avaliou.

Entregas

A Associação do Povoado Mangueira foi uma das que, na quinta-feira, 18, fez a sua primeira entrega de alimentos, diretamente a três entidades beneficentes também de Itabaiana. Foram, por exemplo, 565 quilos de Cenoura, mesma quantidade também de Quiabo e Vagem; 525 de Inhame e ainda outros 500 de Batata-doce. Totalizando, foram mais de sete toneladas de 16 alimentos variados, compondo uma dieta básica para doação in natura à população assistida pelas ONGs. Até o final da vigência de um ano do contrato, serão 113 toneladas entregues só por estes 35 agricultores da Ribeira.

No mesmo dia e no mesmo Perímetro Irrigado, outros 34 produtores da Associação dos Moradores e Amigos do Povoado São José (AMAPSJ) entregaram também Aipim, Pimentão, Rúcula e mais 13 tipos de alimentos, totalizando 6,4 toneladas. Produtos doados, pelo vínculo do PAA, ao Centro Sócio Cultural de Barra Dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole, entidades que vão dividir as 103 toneladas produzidas por estes agricultores irrigantes da Ribeira, até o fim do contrato.

O agricultor José Carlos Xavier é irrigante da Ribeira e fez a entrega de 10 sacos, de 50 quilos, de Batata-doce. Fará este mesmo processo duas vezes por mês, durante um ano. Ele conta que agora, que é verão e o produto é mais valorizado, o preço de mercado até supera o valor pago pela Conab, mas isso não garante um ganho estável durante todo ano, como proporciona o Programa. “Recebo R$50 pelo saco, serão R$ 8 mil sem os impostos, bruto, até o final do projeto. Vale mais a pena no inverno, quando o preço de mercado baixa”.

Em Malhador, no dia 16, a Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica) também fez sua a primeira entrega do ano ao PAA e iniciou a temporada 2016 de doações nos perímetros da Cohidro. Neste projeto, os produtos são destinados a 3,5 mil pessoas assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. São 33 agricultores irrigantes que vão fornecer, durante um ano, 135.700 quilos de alimentos como Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora, Abobrinha e outros.

Surge produção de carne e ovos caipiras na Irrigação Pública de Canindé

No encontro produtores, representantes e técnicos da Cohidro puderam tirar dúvidas sobre o Agromaigo

Criação de frango e ovinos para abate e produção de ovos, em instalações sustentáveis, já é realidade no Perímetro Irrigado Califórnia, unidade da Cohidro (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) em Canindé de São Francisco. A intenção é a de ter um ciclo produtivo totalmente orgânico, via a adoção de métodos alternativos para prevenção de doenças. Com a ajuda da irrigação, serão geradas as plantas para alimentação que, por sua vez, receberão a adubação pelo esterco destes animais.

Até cerca de um ano atrás, o produtor irrigante Gercino Teles de Andrade era dedicado à fruticultura no Perímetro Califórnia, sem se preocupar muito com os efeitos causados pelos defensivos químicos que são usados no cultivo tradicional. Mas a vida do agricultor começou a mudar quando a Cohidro começou a promover à criação da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5). Segundo ele, a força de vontade e a confiança do grupo lhe deu suporte para participar dos projetos da entidade, que é formada em sua totalidade por agricultores familiares inseridos no Califórnia e que recebem assistência técnica da Cohidro.

Agora Gercino já tem lotes de frangos caipiras machos, da raça americana “Rhode Vermelha”,com 57 dias, preparados para o abate que será realizado aos 100 dias. Já as fêmeas ocupam outro viveiro e serão usadas para a produção de ovos, quando atingirem os 4,5 meses de vida. Em ambos os casos, as aves estão dispostas em instalações cobertas e com telas de proteção, nas três repartições. Mas o aviário se entende para uma área externa bem maior, os “quintais ecológicos”, cercados por “palets” reaproveitados, doados pelo comercio varejista de Aracaju.

Ele também tem investido na inserção de outras raças, como o “Gigante Negro”, e o “Caipira Francês”, este que tem a peculiar característica do “pescoço pelado”. Além de promover uma diversidade maior de aves para oferecer no mercado de “frango vivo”, Gercino quer avaliar qual destas raças destinadas à produção de carne e ovos caipiras, se adapta melhor ao clima do Alto Sertão, em ambiente semi-intensivo. “Também quero usar a ‘cama de frango’ para adubar as plantações, inclusive o capim irrigado que vai tomar toda parte externa do galinheiro, o quintal delas”, colocou.

De acordo com o agricultor, a Bio5 proporcionou uma melhora visível aos seus produtos, como é o caso das goiabas e da acerola, que se encaminham para se tornarem orgânicas. Hoje Gercino diz que as frutas são bem mais saborosas se comparadas às de outros lugares e os alimentos não apresentam mais lagartas como antes. “Nós também fazemos polpa das nossas acerolas, mais ideias estão surgindo para aumentar nossa diversidade com os alimentos”,revela o produtor que investiu R$ 4 mil nos seus galpões para as aves, fora os palets que ganhou da Associação.

Tito Reis, Técnico Agrícola que atende os produtores da Bio5 pela Cohidro, incentiva a criação destas alternativas produtivas para esses agricultores e tem inserido ideias e novos métodos. Além de usar o palet, que se mostrou um excelente material para construção de aviários e cercados, ele criou um sistema no telhado arrefece com água o calor dentro do aviário. Também tem motivado o reaproveitamento de restos culturais e outros tipos de alimentação como complemento à ração, além da adoção de métodos alternativos para prevenir doenças.

“Promovendo o acesso das aves ao pé dos pomares, cercados pelos palets, elas podem aproveitar as frutas que caem, por exemplo. Estamos ministrando aos frangos alguns tipos de capim, como o Amargoso, que na ‘cultura do campo’ é tido como erva daninha, mas as aves adoram, principalmente as sementes. O Capim alimentar e ainda traz o benefício dos frangos se esticarem ou pularem para ter acesso, assim se exercitam e tornam a carne mais rija. Outro material que temos usado com freqüência é a folha de bananeira, que além de ser bem apreciado pelos frangos, é constatado ser um vermífugo de origem natural”, listou Tito Reis.

Instalações sustentáveis

A produção de frangos do casal Quitéria e José Gonçalves de Araújo tem como particularidade o uso de palets para a construção de praticamente a totalidade da estrutura que abriga as aves, desde os abrigos fechados para a proteção ao frio e de predadores à noite, até o cercado que não deixa os animais fugirem ou terem acesso às hortas orgânicas que cultivam também. “Foram usados 300 palets, para construir o quintal e os três galpões: berçário, intermediário e para engorda”, revelou o agricultor que já tem dois anos na Bio5.

Os palets que a BIo 5 tem usado são fruto de doação, angariada pelo grupo em lojas de materiais de construção. Até o momento eles arrecadaram 10 caminhões cheios dessas peças. São estrados madeira que servem de base para cargas pesadas ou fardos, adaptados para o uso de empilhadeiras quando as mercadorias vêm da indústria. Um dos empresários que doou seis dessas cargas é Francisco Sales Barbosa. Segundo o empreendedor, esse material não retorna às fábricas devido ao alto custo do frete. Assim, fica a critério do comprador dar uma finalidade a eles.

“Aqui na nossa Empresa, tanto este como centenas de outros projetos nós sempre damos apoio na doação deste material, o porta-palet. É muito gratificante, pra mim, fazer essa doação de um material que até casa faz. Faz mesa, faz cercado, faz de tudo, seja no campo ou na cidade, mas tem pessoas que não veem o tanto de proveito que tem”, justificou Sales Barbosa, que avaliou positivamente os resultados de Canindé. “Estão aproveitando muito bem os palets nesse projeto, que já to vendo aqui ser maravilhoso, lindo e que vai pra frente. Quero doar muito mais e ajudar este povo muito sofrido do Sertão”, completou.

Além de Quitéria e José, serão outros quatro associados da Bio5 que terão galpões para criação de frangos para engorda e postura, baseado no mesmo sistema com o uso de palets. “Nosso projeto é um modelo, o piloto. Cada galpão comporta cerca de 100 frangos, que vamos vender vivo por R$ 30 cada, de três a quatro quilos de peso, aos 100 dias. É mais fácil vender assim vivo, só mesmo quem conhece nosso trabalho é capaz de comprar abatido, fica desconfiado”, relatou Seu José, que cria as raças “Rhode Vermelha” e “gigante negro”. Por possuir horta orgânica, tem atenção especial com a cama de frango, que serve de adubo.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, se diz entusiasmado com o desenvolvimento desses novos arranjos produtivos no Perímetro Califórnia. “Toda vida essas famílias de agricultores somente usaram a plantação como fonte de renda, a partir da irrigação pública. As criações eram sempre para subsistência. Enquanto isso, existe um vasto mercado para compra de produtos de origem animal, que são criados em métodos rústicos, os chamados caipiras. Isso sem falar na oferta de carne e ovos orgânicos, que é praticamente inexistente em nosso Estado. É Mercado garantido”, afirmou.

Ovinocultura

Rafael Oliveira Andrade é filho de Seu Gercino e está investindo na criação de ovelhas para engorda, onde os palets também estão sendo usados para fazer o cercado dos animais pastarem. Ele alimenta os animais no aprisco com uma mistura de Capim Elefante e o pé inteiro do milho verde que ele mesmo produz no Perímetro Irrigado. Tudo picado para o animal aproveitar totalmente os vegetais. Dessa mistura, são gastos 120 quilos por dia para seus 35 carneiros do primeiro lote. Assim como nos frangos do pai, o jovem empreendedor quer aproveitar o esterco para adubar as hortas que pretende criar.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, lembra dos benefícios do esterco dos ovinos e caprinos para a adubação de hortas orgânicas, com a grande diferença de ser natural. “É um adubo bastante completo, superior, por exemplo, ao dos bovinos. Tem grande quantidade de matéria orgânica e equilíbrio nos níveis de Nitrogênio, Fósforo e Potássio (NPK). É bastante aconselhável o uso na horticultura, pois favorece o crescimento de folhas”, informou.

Jovens do Perímetro Califórnia são certificados em empreendedorismo e comunicação

Autoridades, agricultores, técnicos da Cohidro e os jovens da B5. Fotos: B5-Jovem

Tendo a assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) como o pilar inicial para a sua fundação, há dois anos, a Associação Sergipana de Orgânicos – Bio5 é formada por produtores agroecológicos do Perímetro Irrigado Califórnia, pólo agrícola administrado pela Empresa Pública em Canindé de São Francisco. O grupo estabeleceu, como regra fundamental, que os associados seriam agricultores familiares e todos os integrantes, de cada um desses lares, iriam participar das ações. Assim, não demorou em surgir uma ala jovem dentro desta entidade, a B5-Jovem.

Nesta quinta-feira, 4, no Salão nobre do Hotel Águas do Velho Chico, 30 desses jovens receberam certificados de conclusão do “Curso Empreender no Campo”, oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizado Rural (Senar-SE) e outros 30 do “Curso de Comunicação, Oratória e Radialismo”, oferecido pela própria Bio5. As duas capacitações têm, respectivamente, a intenção de inserir esses adolescentes no processo da produção rural das famílias, focando na comercialização dos alimentos e também criar um subgrupo responsável pela divulgação externa das ações da Associação, agregando a função de ser um veículo de conscientização à comunidade rural.

Esses jovens que participaram dos cursos já têm campo de atuação garantido. Por um lado, a Bio5 acabara de ganhar 10 barracas padronizadas da Feira da Agricultura familiar da Seidh (Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos), para atuar na feira livre de da Cidade, em espaço cedido pela Prefeitura Municipal de Canindé. Além disso, os jovens da outra frente de trabalho, a da comunicação, vão ter um horário semanal na rádio local Xingó FM e na rádio comunitária canindeense Amanhecer FM, todos os dias.

Camila Xavier Costa, Engenheira Agrônoma e instrutora do Senar-SE, explica que o curso de 40 horas, que ela aplicou em Canindé, teve a intenção de levar ideias para incrementar o negócio agrícola existente ou para motivar a criação de novos empreendimentos. “O curso busca capacitar os jovens que estão sem uma atividade. Pudemos observar que lá os lotes são pequenos, não há muito que fazer para os jovens, mas eles podem trabalhar em atividades que agreguem valor à produção, como no beneficiamento e na comercialização destes produtos,” informou.

Emprego e renda

O técnico Agrícola Tito Reis da Cohidro, que também Técnico em Radialíssimo, é o representante da Empresa Pública que motivou criação da entidade e desenvolve, junto das famílias de produtores, todas essas atividades. “Com essas mobilizações, eles estão diminuindo custos de produção e aumentando a renda familiar. Esses jovens estão agora mais preparados para oferecer os produtos gerados pelas famílias e também estão ‘afiados’ para divulgar as realizações a toda sociedade e levar a informação, o conhecimento agroecológico para a sua comunidade, através do rádio”, destacou ele, que foi o instrutor do curso de comunicação.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, também reforça a questão da geração de empregos. “O jovem, nas pequenas propriedades rurais vira mão de obra excedente, pois não vai adquirir uma renda significativa só como ajudante dos pais. Assim, o caminho natural deles acaba sendo a cidade, o êxodo rural e como consequência, aquela unidade agrícola não vai ter um herdeiro para tocar a plantação. Se um projeto exemplar como este, dá chance do jovem se desenvolver em outras áreas sem abandonar o campo, garante renda para ele ajudar a família e para ele se estabelecer”, comenta, parabenizando os servidores de Canindé por este trabalho.

Edmilson Cordeiro, gerente do Perímetro Califórnia, apoia a iniciativa da Bio5 e espera que essa semente plantada por eles instigue, nos demais produtores do pólo de irrigação, este espírito de mobilização. “Gostaríamos de ver todo setor produtivo que se desenvolve dentro do Perímetro e que subdivide os 333 lotes de produtores, ativo dessa forma, se organizando em associações que os ajudem a prosperar da mesma forma que a Bio5. A Cohidro aqui em Canindé estará sempre disposta ajudar, como faz no caso dessa associação de orgânicos”, reforçou.

Presidente da Bio5, Rosângela Oliveira Andrade estabelece que objetivo principal dos cursos era o de capacitar os jovens ao mercado de trabalho. “E o intuito maior deste espaço no radio é de divulgar o trabalho, os produtos que já estamos comercializando e produzindo e dar dicas, para tentar conscientizar sobre o uso dos defensivos. Usando uma linguagem jovem no rádio, vamos atingir os filhos e eles terão uma persuasão maior, uma forma de fazer chegar essa informação em cada casa”, advertiu ela, acreditando que essa divulgação também vá atrair mais famílias de agricultores interessadas em aderir à Associação, como consequência, não sendo esse o objetivo do grupo.

O Promotor Público de Canindé, Dr. Emerson Oliveira, presente ao evento destacou a importância destas capacitações para a juventude Canindeense. A mesa foi também composta pelo Radialista Arnoud Andrade (Xingó FM), Franklin Roosevelt (Supervisor da Senar), Jornalista Bruno Balbino (Amanhacer FM), Secretário Municipal de Agricultura Carlos Fonseca, Secretária Municipal de Bem Estar Social e do Trabalho Leila Santos, Coordenadora do CRAS Angela Lima, Vereador Rildo Andrade e Rita Selene, Coordenadora da Emdagro.

 

Irrigante pela Cohidro aposta em tomate fertirrigado no Sertão Sergipano

O plantio irrigado ocupa uma área de 1,5 ha

Partindo do conceito de diminuição dos custos com infraestrutura e mão de obra, o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro (o popular Sidrack), assistido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Perímetro Irrigado Califórnia (Canindé de São Francisco), aposta na variedade de Tomate Ty 2006, que dispensa o uso de estaqueamento, é resistente ao Geminivírus e se adéqua ao sistema de fertirrigação, onde a adubação é levada até a planta por meio da irrigação por gotejamento. Na primeira de três áreas que pretende implantar, o Agricultor quer colher 3,6 mil caixas em 1,5 hectares.

O Geminivírus, transmitido pela Mosca Branca, praticamente dizimou o cultivo do Tomate no Vale do Rio São Francisco no início da década passada. Com o surgimento de variedades híbridas como a Ty 2006, associado ao manejo correto de espaçamento e correção de solo, o problema foi superado, despontando atualmente o Semiárido Baiano como grande produtor do fruto. Atrás desses resultados, Sidrack adequou a variedade a um sistema de fertirrigação amparado pela irrigação pública, fornecida pelo Governo do Estado através da Cohidro.

“Acho que até o pequeno produtor, tem que estar atento às novidades da tecnologia. Antes, aqui o cultivo era feito sem a irrigação por gotejamento e a fertirrigação, situação em que se tem um trabalho maior, para suprir o que a planta requer”, justificou Sidrack. No método de adubação que aderiu os nutrientes complementares à planta são transferidos por meio da água, que já é o meio de transporte dos elementos naturais fundamentais à sobrevivência vegetais, a citar o Hidrogênio, Oxigênio e sais minerais.

O trabalho começou a partir da análise de solo via laboratório, para depois reparar as deficiências que precisam ser corrigidas. “Além do esterco de gado, usado para adubar o solo, a partir da análise pudemos saber o quando era necessário repor de Nitrogênio, Potássio e Fósforo (NPK)”, complementou Sidrack. Paralelo a isso, o Agricultor desenvolveu o plantio das mudas de Tomate em sua estufa. Na instalação ele produz mudas de outras plantas que cultiva, mas também para comercialização, atendendo produtores do Califórnia e do Jacaré-Curituba, Perímetro Irrigado administrado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), em Canindé e Poço Redondo.

As mudas hoje com 28 dias de transplantadas da estufa-berçário, têm um acompanhamento frequente para suprir suas necessidades de fertilização e é onde entra a assistência fornecida pela Cohidro. O técnico agrícola da Empresa, Antônio Roberto Ramos (Beto), é o responsável por atender o setor do Perímetro Califórnia onde se encontra a nova plantação de tomates. “Nesse caso, oriento o Sidrack nas alterações que podem ser feitas na dosagem de cada um dos adubos usados para nutrição da planta, via irrigação por gotejamento. Dependendo do estágio em que se encontra, a idade e aspecto da planta, é necessário alterar a proporção do NPK adicionado à água”, considerou.

Utilizando canteiros com espaçamento de 2,5 metros entre eles, e de 0,60 entre uma planta e outra, a plantação é irrigada, na maior parte do terreno, por duas mangueiras microperfuradas em cada leira. Por ser um declive, na seção menos elevada da área, os canteiros são atendidos por só uma mangueira. “É uma forma de compensar a dispersão de água neste nível, pois na parte alta, onde há menos pressão, a água sai com menos força e poderia até não sair se na parte mais baixa tiver uma vazão maior, ou seja, se usarmos duas mangueiras também”, complementou o técnico Beto.

Uva fertirrigada
Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro disse não ser a primeiro cultivo via fertirrigação por gotejamento no Pólo de Irrigação, mas em poucos casos se mostraram ser tão eficazes como o de Levy Alves. “É um investimento bem estruturado o que Sidrack está fazendo e há até projetos bem mais elaborados para um futuro bem próximo, como é o caso do acordo transferência de tecnologia que está sendo firmado com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Semiário de Petrolina (PE), onde vai ser usado o mesmo sistema para o cultivo da Uva”, ressaltou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, esclarece que o convênio com a Embrapa foi propiciado via Emendas Parlamentares (EP) propostas pelo senador sergipano Antônio Carlos Valadares. “A primeira EP de Valadares, há dois anos, beneficiou o nosso Perímetro Piauí, em Lagarto, levando para lá campos experimentais de Maçã, Pera e Caqui, dois mil pés de cada uma. Nesta terceira empreitada, será trazido para o nosso Sertão o cultivo de Uva. Todos plantios já em estágio de produção comercial em Petrolina, que deram certo”, compartilhou sobre a inovação que chegará ao Califórnia ainda este ano.

Rotação de culturas
Beto esclarece o período produtivo dos tomates, que pode durar até 130 dias. “Por 20 dias, depois de plantadas em bandejas, as pequenas mudas ficam na estufa. Depois de transplantadas, elas vão demorar mais 80 dias no campo até começar o ciclo produtivo, que vai propiciar uma colheita por semana, que vai durar entre 25 e 30 dias”, esclareceu. Para depois disso, o Técnico da Cohidro orientou o Produtor introduzir um outro tipo de planta, de preferência uma leguminosa, como o feijão de corda, ou o milho, para repor nutrientes perdidos no solo e prevenir doenças. “Na rotação de culturas, você quebra o ciclo de algumas pragas que atacam só o tomate. Mudando a cultura, a praga perde a ação”, completou.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, afirma que o sistema de irrigação por gotejamento é algo bem-vindo aos perímetros da Empresa. “Há culturas que se adaptam bem ao método e se desenvolvem evitando excesso de umidade, reduzindo a ação dos fungos, como é o caso do tomate. No mais, é um sistema de irrigação que proporciona economia de água, pois a água só cai no pé da planta, o que na fertirrigação trás enorme vantagem para seu desenvolvimento”, finalizou.

Última atualização: 26 de novembro de 2018 09:40.