Produtores rurais irrigantes iniciam entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos

Cohidro fornece irrigação e assistência técnica para agricultores participarem do programa, que beneficia população em situação de insegurança alimentar no estado

Durante toda manhã do dia 1º de julho, agricultores levavam suas entregas à sede da ASSAI [Foto: Fernando Augusto]
Já começaram as primeiras entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 2020, em Sergipe. Através da modalidade “Compra com Doação Simultânea”, o Governo Federal adquire alimentos de cooperativas ou associações de agricultores familiares e realiza a doação para pessoas atendidas por equipamentos da rede socioassistencial do estado. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) administra os perímetros irrigados onde produzem agricultores que participam do programa. A Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), no Perímetro Califórnia, fez a primeira entrega deste ano, correspondente a 2.504 kgs de alimentos destinados a 316 famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional de Canindé. Também participam do programa agricultores de Itabaiana e Lagarto.

Os 14 irrigantes do Perímetro Califórnia que também são associados à ASSAI serão remunerados em R$ 111.997,60 com a venda de alimentos para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), gestora do PAA, durante nove meses. “Com a pandemia de coronavírus, as vendas ficaram difíceis. O programa só veio para ajudar. Primeiro, porque não precisamos de atravessador, a gente faz a venda diretamente. Além disso, o programa foi muito bom, pois conseguimos uma renda melhor”, contou José Teodoro, um dos produtores rurais que recebem a irrigação pública do perímetro mantido pelo Governo de Sergipe, através da Cohidro. “No primeiro dia, entreguei dez caixas de 30 kgs de goiaba, vendendo o quilo por R$ 2,10. É uma iniciativa boa, o Governo comprar alimentos para a população carente”, destacou Cícero Gouveia, também irrigante do Califórnia.

Ao total, o programa poderá investir mais de R$ 600 mil na compra de alimentos dos perímetros para a população em situação de insegurança alimentar. O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Prata, destaca que, além de Canindé, os irrigantes dos municípios de Itabaiana e Lagarto também farão a entrega de alimentos para equipamentos socioassistencias. “Os produtores do Perímetro Califórnia, em Canindé, farão entregas semanais ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que fará a distribuição das quase 40 toneladas de alimentos. Em Itabaiana, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno, do Perímetro da Ribeira, já está autorizada a entregar 22 toneladas de alimentos para 1.900 assistidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Já em Lagarto, o Movimento Associativista do Brejo, do Perímetro Piauí, fará a entrega de 42 toneladas ao Centro Comunitário Sociocultural de Barra dos Coqueiros, que tem 1.530 atendidos”, listou.

A assistente social do CREAS de Canindé, Andressa Salvador, ressalta que as entregas beneficiam o público do Cadastro Único para Programas Sociais  (CadÚnico). “Através desse sistema a gente puxa o cadastro das famílias que estão em vulnerabilidade social e, consequentemente, sofrem insegurança alimentar e nutricional. Por lei, é aquela família que está em situação de pobreza ou extrema pobreza. Nessa pandemia, a condição dessas famílias piorou e, com certeza, elas se sentem gratas pela atuação do PAA. Chegou em boa hora aqui para o município”, considerou. Ela explica que a distribuição está ocorrendo sem aglomeração, por senhas, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outras duas associações formadas por irrigantes têm propostas remetidas à Conab para participar do programa. “Com as propostas aceitas, mais 38 produtores – oriundos da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, e da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), em Canindé – serão remunerados em mais de R$ 280 mil para entregar cerca de 103 toneladas de alimentos, que serão doados a 3.400 pessoas atendidas pelos CRAS dos municípios de Santa Rosa de Lima, Simão Dias, Canindé e também para a Associação São Francisco de Assis, em Riachão do Dantas. Durante a pandemia, serão diretamente beneficiadas, aproximadamente, 1.800 famílias do campo e da cidade, entre agricultores que vendem sua produção rural e pessoas em situação de vulnerabilidade social que recebem os alimentos”, avaliou o presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

O presidente da Associação ASSAI e irrigante do Perímetro Califórnia, Ozeias Beserra, considera o benefício mútuo, pois ajuda aos socialmente vulneráveis e também aos agricultores. “Nós estávamos sem conseguir escoar os produtos, porque diminuiu o fluxo de pessoas em feiras livres e a procura de alimentos na roça. Já estávamos perdendo alguns produtos sem conseguir vender. Os produtos que estão sendo entregues ao programa têm um preço bom e auxiliam a comunidade que não tem recursos para comprar alimentos”. O presidente da Coofrucal, Levi Ribeiro, acredita que sua cooperativa deve iniciar a entrega de produtos nos próximos 60 dias. “Negociamos uma pendência que tínhamos e nosso projeto está em andamento. A expectativa é positiva, os produtores estão engajados. Até mesmo porque, nessa fase de pandemia, a situação de alguns ficou mais difícil para escoar a produção”, avalia.

Agricultores irrigantes de Lagarto recebem tratores e kits de irrigação que consomem menos água

Equipamentos foram adquiridos através de emenda parlamentar de Fábio Reis executada pela Codevasf, e chegam ao perímetro irrigado gerenciado pela Cohidro
Foto: arquivo pessoal

A chegada de dois tratores com arado, grade niveladora e carreta agrícola no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, tornou a produção de alimentos mais proveitosa para os agricultores da região. Juntamente com 15 kits de irrigação por gotejo, que possuem tecnologia que economiza água, a entrega dos tratores aconteceu na sexta-feira (15) e beneficia duas associações, que somam cerca de 320 produtores atendidos pela irrigação e assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Com investimento total de R$ 397 mil, provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Fábio Reis, a aquisição foi feita através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf.

Os tratores e os equipamentos auxiliares, que cada associação recebeu, eliminam o custo que os agricultores familiares tinham com a locação deste tipo de máquina de terceiros, conforme reforça o presidente da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP, Antônio Cirilo. “Esse trator turbinado e ‘cabinado’ é de grande importância para nós agricultores, é um sonho de muitos anos e que hoje está sendo realizado. Será um diferencial para que os agricultores possam produzir com um custo bem mais barato. É um momento de muita alegria e satisfação, para que possamos atender a toda nossa população da agricultura. Fico muito feliz nesse momento, só temos que agradecer”.

Para o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, os equipamentos adquiridos trazem um incentivo à produção agrícola em momento em que o escoamento está prejudicado pela pandemia do coronavírus. “Esses implementos são necessários ao preparo da terra e servem no plantio e na colheita. É mais um motivo para os produtores plantarem. Eles já recebem água diariamente em seus lotes (fornecida pela rede de tubulações e estações de bombeamento da Cohidro) e têm a assistência feita pelos nossos técnicos agrícolas. Um detalhe importante é que esses kits de irrigação doados usam a tecnologia das mangueiras de gotejamento que, comparadas com os aspersores convencionais, consomem menos água para irrigar a mesma área. Isso elimina desperdícios e preserva a nossa barragem, que é compartilhada com a distribuição de água potável da Deso”, destacou.

A associação de agricultores do povoado Mariquita, também em Lagarto, recebeu os mesmos implementos agrícolas, na sexta-feira. Em suas redes sociais, o deputado Fábio Reis afirmou que as máquinas chegaram em momento propício para o plantio e que já estão trabalhando no campo. “Mais um dia de muita conquista, de muito trabalho. Os equipamentos chegam em uma boa hora, quando o nosso inverno está próximo, pois este é o momento de agricultores prepararem sua terra, fazer o seu plantio para no futuro colherem a sua produção, sustento de sua família. Hoje, estamos entregando para a APPIP e associação do povoado Mariquita, e na semana que vem entregaremos para o do povoado Brejo, também em Lagarto”, informou o parlamentar. Também é prevista a entrega desses equipamentos para associações de agricultores de outros municípios.

Nesta semana, será a vez do Movimento Associativista do Brejo, em Lagarto, receber o trator e implementos. A associação APPIP e o Movimento Associativista do Brejo são entidades ativas, formadas por irrigantes do perímetro Piauí e que participam, desde 2010, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na modalidade ‘doação simultânea’. Nesse sistema de compra da produção rural, a companhia federal remunera os agricultores familiares à cada entrega quinzenal de alimentos, que são convertidos em doações para entidades beneficentes ou de serviço social, como asilos, creches, hospitais e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) dos municípios. A Cohidro, através de sua Gerência de Agronegócios, auxilia a montagem dos projetos-proposta das associações e ajuda os produtores na prestação de contas ao programa, complementando a irrigação pública e a assistência técnica agrícola prestadas.

 

 

[perfil] Agricultor irrigante Nilson dá lição de alta produtividade em pequeno espaço

Dos restos e perdas da horta, produtor do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, ainda mantém criação de 100 galinhas em parceria com o sogro

Nilson Araújo [Foto: Gabriel Freitas]
Agricultor do Perímetro Irrigado Piauí, Nilson Araújo trabalha há 22 anos no seu próprio lote, completamente cultivado com verduras, legumes e frutas mantidas com a água de irrigação pública e sob a orientação técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Pelo aproveitamento de 100% de sua área e utilizando técnicas como a fertirrigação e o sistema de gotejamento, o produtor consegue o sustento de sua família – ele, esposa e dois filhos – com a comercialização destes produtos. Todos eles residem junto ao lote, no povoado Limoeiro, município de Lagarto, a 76 km da capital sergipana.

A rotina intensa de trabalho de Nilson vai de domingo a domingo: plantando, cultivando, colhendo e fazendo a entrega, ou recebendo os próprios compradores para colher os frutos na sua propriedade. “Hoje o que eu produzo, vendo direto para o comprador”, conta. A freguesia ele viu crescer após a inauguração do Mercado Municipal José Correa Sobrinho, entregue pelo governo do Estado à população de Lagarto em 2016. Hoje, a comercialização da sua produção é exclusiva para os varejistas do setor de hortifruti do mercado público. Tudo que não se tem aproveitamento na venda [cascas, folhas, caules, ramas e perdas da horta], o agricultor destina integralmente à criação de cerca de 100 galinhas caipiras, mantidas no lote do sogro.

Nilson possui 0,66 hectares de terra irrigada que, segundo ele, “tem de tudo um pouco: tomate, brócolis, berinjela, abobrinha, jiló, quiabo, pepino, mamão e macaxeira”. Para o agricultor, essa plantação variada foi uma aposta proveitosa, quando comparada aos investimentos que ele havia feito anteriormente. “Eu deixei de plantar o fumo porque não era rentável, então achei melhor plantar de tudo um pouquinho para aproveitar mais. Se eu fosse produzir só um plantio poderia tomar mais prejuízo”, justifica. Tirando a macaxeira, o produtor escolheu espécies vegetais que permitem o aproveitamento de uma mesma planta para executar diversas colheitas semanais e por um período contínuo, que pode chegar a três meses. Isso lhe garante uma propriedade onde praticamente todo dia tem algum produto para colher.

José Américo é o técnico agrícola da Cohidro que dá orientação no cultivo do lote de seu Nilson. “Eu acompanho Nilson há mais de 15 anos. Acompanho com recomendações técnicas e, quando ele precisa de mais alguma coisa, como um receituário agronômico para uso de defensivos agrícolas ou documentação relacionada ao perímetro irrigado”. O técnico conta que Nilson também já atuou como produtor fornecedor no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade ‘Doação Simultânea’. O agricultor e os demais sócios da Associação de Produtores Irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí – Appip recebem da Conab pelos alimentos entregues para instituições como asilos, creches, hospitais ou que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar.

“A Cohidro está de parabéns, pela orientação e ajuda. Sempre que a gente precisa eles (os técnicos) estão junto, auxiliando”, disse o agricultor, que passou a pagar a tarifa através da qual a Cohidro partilha com os irrigantes o custo com a energia elétrica usada no bombeamento. Nilson também não descuida e sempre busca se adaptar às novas tecnologias utilizadas no campo. Há quatro anos, a irrigação do seu lote é feita por sistema de mangueiras de gotejamento e, de acordo com ele, ficou ainda mais fácil e melhor para o cultivo das suas produções. “Já utilizei a irrigação de outras formas, mas a irrigação feita por cima, com aspersores, dá mais trabalho. Tenho ainda a fertirrigação, mas ela só é usada no quiabo”, concluiu.

DIA DA ÁGUA | Alunos e irrigantes de Lagarto comemoram no perímetro do Governo

Cohidro convida comunidade escolar, agricultores e autoridades em recursos hídricos para celebrar e conscientizar sobre a importância da preservação da água
Foto: Fernando Augusto

Para uma plateia formada por cerca de 200 alunos do ensino fundamental de escolas estaduais e municipais Lagarto, uma manhã de programação alusiva ao Dia Mundial da Água foi promovida na última sexta-feira, 22, pela equipe do Perímetro Irrigado Piauí. Administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, o perímetro recebeu a comunidade escolar e agricultores irrigantes em torno de depoimentos, palestras, música ao vivo com Marcos Paiol, mágica com o palhaço Pilambeta e apresentação de trabalhos sobre a água e sua conservação.

“A gente tenta passar para essas crianças a importância que tem a água no perímetro e no município de Lagarto, da grandeza de produção que nós temos. A gente antes só trabalhava com duas culturas (fumo e mandioca) e hoje tem uma diversidade enorme, com mais de 20 categorias de alimentos. E é importante que a água seja preservada, consumida com cautela e sem desperdício, para que eles possam ter acesso a água de qualidade, sem prejuízos no futuro”, observou o Antônio Cirilo Amorim, presidente da Associação de Produtores o Perímetro Irrigado Piauí – Appip, que iniciou o evento falando para os estudantes.

João Fontes Júnior é vereador, fundador a da Associação Ambientalista em Boquim, técnico em Meio Ambiente da prefeitura de Lagarto e presidente do Comitê da Bahia Hidrográfica do Rio Piauí. Ele agradeceu ao convite para palestrar e destacou a importância de eventos como esse. “Na palestra, fiz menção a uma professora de ciências que eu tinha e que me estimulava. De todas as matérias, eu passei a ter um trato, um carinho, uma afeição melhor por esta. Acredito que o que está sendo feito pela Cohidro, com estes professores, está dando um novo norte, um novo olhar para esta garotada. Eles vão para as suas casas com um conceito de racionalidade muito maior que antes”.

Andressa dos Santos Moraes é diretora da Escola Estadual Nossa Senhora da Piedade. Ela participou do evento com 25 alunos do 4º ano do Ensino Fundamental. “Esse dia foi muito importante por conta da conscientização sobre a água. Como foi dito nas palestras, a gente precisa estar sempre cuidando, porque sem a água não há vida. Durante a semana a gente trabalhou em sala o Dia da Água, com vídeos sobre sua preservação, e as professoras estão sempre conscientizando os nossos alunos nesse sentido”, esclareceu.

Um das suas alunas, Marcela Vital mostra que aprendeu bastante e que está pronta para dar dicas aos alunos que não participaram do evento, e na sua própria casa. “Eu aprendi que a gente não tem que gastar tanta água, não deixar as torneiras abertas, porque a água é muito importante para nossa vida”, contou a estudante de 9 anos.

Premiação
Todos os alunos das escolas apresentaram trabalhos artísticos realizados em sala de aula, para concorrer ao melhor prêmio. Tendo a Escola Municipal Luíza Pereira conquistado o terceiro lugar, cantando uma paródia; a Eliezer Porto o segundo, com a aluna Maria Vitória recitando um poema; e a Monsenhor Jason Barbosa Coelho o primeiro, interpretando a música Água, de Cristina Mel. Ao entregar os prêmios, o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, agradeceu o empenho e parabenizou a equipe da empresa em Lagarto, disponibilizando o apoio para outras iniciativas como esta.

“É um evento que demonstra a importância da empresa e a importância da água. Estamos aqui com a juventude, que vai propagar – com certeza – tudo aquilo fez, que escutou e observou nesse processo, sobre a importância da conservação desse bem finito. Nós temos que ter consciência no uso, para que possamos prolongar a disponibilidade desse bem precioso na vida da gente. Ao pessoal aqui da Cohidro, eu digo que a presidência está à disposição para tornarmos cada vez mais forte a nossa empresa e o Perímetro Irrigado Piauí”, disse o presidente Paulo Sobral.

Também participaram do Dia da Água da Cohidro, alunos e professores da Escola Estadual Dr. Evandro Mendes e da Escola Municipal Adelina Maria; além dos secretários municipais da Articulação Política e das Relações institucionais de Lagarto Euzébio Francisco; da Agricultura, Fábio Frank; da Ordem Pública, da Defesa e Cidadania, Cel. Jackson do Nascimento.

Assistidos pela Cohidro propõem mais 354,2 ton. de alimentos à ‘Doação Simultânea’

Propostas de 2018 sendo aceitas pela Conab, PAA via Cohidro superará os R$ 11 milhões pagos aos irrigantes e doará quase 4 mil toneladas de alimentos à mais de 144 mil pessoas.

 

Doação de alimentos in natura é feita às famílias cadastradas pelo Cras municipal – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que faz a remuneração justa e garantida da produção rural e destina estes alimentos à famílias em situação de insegurança alimentar e instituições beneficentes; a Compra com Doação Simultânea encontra terreno fértil nos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), pela disponibilidade de água para produzir e fazer entregas de alimentos durante todo ano. Três projetos de 2017 ainda estão em execução, concluindo a entrega de 387,5 toneladas de alimentos para 14.950 pessoas, mas com a ajuda dos técnicos da empresa os agricultores irrigantes já propuseram a entrega de mais 354,2 mil quilos este ano, contemplando mais 12.730 beneficiados.

Segundo dados contabilizados Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, que se dedica ao PAA desde 2008, ocorrendo a aceitação das sete propostas que auxiliou os agricultores a fazer em 2018, serão 1.599 participações destes irrigantes em 47 projetos encaminhados à Conab nos últimos 10 anos, da mesma forma que totalizam 144.461 pessoas estarão listadas nestes projetos como beneficiadas com alimentos. Estes que somariam 3.991.027 quilos plantados e colhidos nos polos de irrigação pública do Estado e que geram, de renda bruta ao produtor, R$ 11.983.910,64, em valores corrigidos pelo IGP-M.

Sandro Prata auxilia diretamente os agricultores na organização documental e na formulação das propostas de fornecimento de alimentos ao PAA – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

“Nosso trabalho é de primeiro mobilizar os produtores interessados em fazer entregas ao PAA a se organizarem em associações ou cooperativas, e isso inclui a orientação quanto à regularização de toda documentação necessária, como a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) física e a jurídica. Após isso, tem a parte de montar a proposta que inclui a quantidade de produtores, que baseado nos itens que eles podem oferecer, vai determinar a quantidade de alimentos que, por sua vez, vai também indicar quantas pessoas serão assistidas pelas doações. O valor do projeto vai ser baseado na tabela da Conab sobre a quantidade de alimentos. Sendo que em 2018, propostas acima de R$ 80 mil têm menos chance de serem aceitas. Por este motivo é que orientamos os produtores para que fossem feitos sete projetos menores dessa vez”, relata Sandro Prata.

Para o presidente da Cohidro, Carlos Melo, o apoio na organização do PAA, dado aos produtores que a empresa assiste, é um investimento que até agora sempre surtiu bons resultados. “São dez anos em que a irrigação que a empresa fornece já abonou mais de R$ 10 milhões que foi para o bolso do agricultor familiar que participa desses projetos. Dinheiro a mais, pois no contrato com a Conab é estabelecida uma garantia de escoamento da produção, de que aquilo que plantar vai ter destino certo e preço justo, sem contar com a sorte na especulação dos atravessadores. O melhor é que ajuda famílias sem condições de comprar alimento e instituições filantrópicas, como hospitais, asilos e creches. Até hoje, só com o alimento adquirido pela Conab nos perímetros do Governo do Estado, foram mais 130 mil pessoas que já receberam esta assistência”, informa.

As propostas enviadas à Conab passam por um ‘ranqueamento’ para determinar quais projetos terão sua parte no orçamento determinado em cada estado. Pontuam mais os projetos com os valores mais baixos; os que possuírem maior número de proponentes mulheres, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, a oferta de produtos orgânicos e ainda o grau de vulnerabilidade à insegurança alimentar do município beneficiado com a ‘doação simultânea’. Também servem de critério de desempate o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM), renda per capta do fornecedor e se a proposta foi enviada pelo sistema online do PAA. Em sergipe, associações de dentro e fora dos perímetros disputam os recursos na ordem de R$ 453.200,00, para 2018, valor bem abaixo dos R$ 625 mil que só os agricultores assistidos pela Cohidro receberam nos projetos do ano passado.

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, lista os grupos de produtores que, com ajuda daCohidro, propuseram projetos à Conab este ano. “Só de Lagarto são três, a Appip (Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí), o Movimento Associativista do Brejo e a Cooperappip (Cooperativa dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí), onde participam 66 produtores que propõem fornecer alimentos para 6 mil pessoas. De Itabaiana, no perímetro da Ribeira, temos as associações dos povoados Lagoa do Forno e São José, juntas têm 31 produtores e mais 3.650 beneficiados. Já de Canindé de São Francisco temos a Cofrucal (Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia) e a Assai (Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco), formalizando mais 41 produtores com projetos para atender outras 3.660 pessoas”.

Receptoras

Atualmente, toda ‘doação simultânea’ que sai dos perímetros irrigados tem como destino os centros de referência da assistência social (Cras). Nos novos projetos, serão atendidos os municípios aonde ocorrem às coletas, ou seja, em que os agricultores dos perímetros plantam e propõem projetos ao PAA, além da cidade de Simão Dias. Nesta, hoje ainda ocorrem entregas da Appip de Lagarto no projeto iniciado em 2017, que 18 produtores irrigantes se propuseram à doação de 37.647 quilos de alimentos, que está sendo concluída agora. No Cras simão-diense, uma parte dos alimentos é distribuída às famílias carentes cadastradas na instituição, a outra é destinada ao preparo de refeições aos internos do Asilo São Francisco de Assis, da casa de acolhimento para menores e dos pacientes da Unidade de Pronto-Atendimento de Saúde (UPA), todos administrados pela prefeitura.

 

Cohidro e irrigantes participam do Fórum Estadual de Implementação de Políticas Públicas para a Agricultura Familiar

No Fórum Estadual de Implementação de Políticas Públicas para a Agricultura Familiar, realizado ontem pelo Circuito Integrado de Cooperação e Economia Solidária na Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e da Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), a Cohidro foi representada pelo seu gerente de Agronegócios Sandro Luiz Prata e o técnico agrícola Edimilson Cordeiro, do Perímetro Irrigado Califórnia. Acompanhado dos produtores irrigantes, também do polo irrigado, Levi Alves Ribeiro e João Aureliano da Silva, respectivamente presidentes da Coofrucal e da Assai, de Canindé de São Francisco. Também presentes Antônio Gedeão José de Santana e Cirilo Amorim, presidentes das associações Movimento Associativista do Brejo e de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), de Lagarto.

A Seidh realiza o evento, com a participação de representantes de 50 associações e cooperativas de todo estado, buscando o fortalecimento das políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional. Devido ao corte orçamentário de 2018 em programas sociais federais, o foco principal das discussões foi o Programa De Aquisição De Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade ‘Doação Simultânea’.

No PAA, a Cohidro atua fornecendo irrigação e assistência técnica, tanto rual como escritural, para a o produtor irrigante ter garantias de produção agrícola e participar com seus projetos. Atualmente, dois contratos no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, estão em vigência, através da Appip e Movimento Associativista do Brejo, para fornecer 68 toneladas de alimentos em entidades sócioassistências, para o preparo de refeições em asilos, hospital e abrigo de menores, além de cestas in naturas para famílias em situação de insegurança alimentar. Até o fim de 2017, só nos projetos de ‘doação simultânea’ originados nos perímetros da Cohidro, foram produzidos 3.232.280 quilos de alimentos.

Na ocasião, a Seidh entregou dois caminhões-baús refrigerados para incrementar o atendimento à comunidade nos municípios, através das cooperativas, objetivando a prestação gratuita de serviços sociais no âmbito do PAA.

 

Primeira entrega de alimentos pelo PAA em 2018

Em 7 de fevereiro, quando os agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), fizeram a primeira entrega ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no ano. As associações Movimento Associativista do Brejo e de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), juntas coletaram 10 toneladas de alimentos dos seus associados, repassados aos centros de referência de assistência social municipais (Cras) dos municípios de Lagarto, há 75km da capital e onde é feita a produção agrícola, e do vizinho Simão Dias, distante 100km de Aracaju.

Está sendo possível de agricultores familiares produzirem alimentos de primeira qualidade, que são diretamente doados a famílias em situação de insegurança alimentar. Se dá pela ação conjunta entre órgãos públicos dos três níveis de governo, a partir do PAA, que é gerido e custeado pela Conab, em sua modalidade ‘Doação Simultânea’. Os Cras, fazem o repasse dessa produção a entidades beneficentes e diretamente a população carente. O Estado, por sua vez, fortalece os meios de produção, com a irrigação, assistência técnica e assessoramento documental.

 

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Produtores irrigantes de Lagarto iniciam entregas ao PAA em janeiro

Foto do gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida

Reunião hoje, no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, com agricultores irrigantes, técnicos da Cohidro e Conab. Serviu para dar os últimos esclarecimentos quanto aos projetos de Compra da Produção Rural /Doação Simultânea aprovados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), ainda em 2017 e autorizados à fazer a primeira entrega já em janeiro. Ao mesmo tempo, estes produtores tiram as últimas dúvidas para as próximas propostas, que neste ano contarão com um orçamento federal maior para Sergipe.

São 34 os proponentes, pertencentes às associações Movimento Associativista do Brejo e de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), que vão receber juntos R$ 250.000, para entregarem mais de 68 toneladas de alimentos, beneficiando, a partir da doação simultânea, 3.800 pessoas em situação de insegurança alimentar, que recebem porções de alimentos in natura, distribuídos pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Abobrinha, acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, maracujá, milho verde, pimentão, quiabo e macaxeira, serão entregues pelos 18 agricultores da Appip que receberão, em média, R$ 6.944,44 cada, para suplantar 37.647 quilos em Alimentos para doação. Esta é a sétima vez que a entidade fornece alimentos ao PAA.

No Brejo, participam 16 produtores que vão gerar 30.975 quilos de acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, maracujá, pimentão, quiabo e macaxeira. Será uma média de R$ 7.812,50 por produtor, da entidade que participa do PAA pela terceira vez.

A Cohidro contribui com estes agricultores que, sendo atendidos pela irrigação pública fornecida pela empresa, recebem a assistência na formalização dos projetos propostos à Conab e os auxiliam na organização e contabilização das entregas. Por contarem com esta irrigação contínua, fornecida pelo Governo do Estado, tais produtores têm a vantagem competitiva de poderem aderir e entregar alimentos ao PAA há qualquer tempo do ano. Desde 2008, já foram 3.221.777 quilos de alimentos doados via a ‘doação simultânea’.

Irrigantes no perímetro de Lagarto querem beneficiar e exportar pimenta

Pimenta do perímetro irrigado atraiu compradores estrangeiros – foto: Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Descontentes com a diminuição do preço pago pela indústria local e estimulados pelo interesse de importadores europeus em comercializar seu produto lá fora, produtores de pimenta que são agricultores irrigantes no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, estão se mobilizando para montar estrutura fabril necessária para, eles próprios, beneficiarem o produto e alcançarem mais valorização comercial. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) já fornecia irrigação e assistência técnica agrícola, afim deles obterem melhor rendimento nesses cultivos. Agora, a sua gerencia no polo irrigado presta auxílio ao grupo e busca parceiros para essa nova empreitada.

Em Lagarto, 75km de Aracaju, a produção das variedades de pimenta malagueta, jalapeño e habanero surgiu há cerca de 10 anos e sempre foi impulsionada pela atividade industrial local. Atraídos pelo preço compensativo, produtores irrigantes do perímetro irrigado investiram na implantação de plantações de pimenta. Mas como o tempo e sob influência da crise econômica, o preço de venda decaiu e passou a ser cada vez menos vantajoso investir nesta produção. O produtor irrigante Marcos Melo Menezes que o diga, um dos poucos que manteve a produção de pimenta malagueta na mesma proporção em que iniciou.

“Hoje a venda da pimenta baixou muito. De R$ 10, a malagueta passou para R$ 6, a jalapeño R$ 1,50 e a habanero R$ 2,50. Como produtor, eu fico triste com um negócio desse, e a gente não esperava também”, explicou Marcos Melo. Há cerca de um mês, ele recebeu a visita de representantes de uma companhia holandesa que faz a exportação de produtos agrícolas, do Brasil para outras partes do mundo. “Eles vieram e foram lá em minha roça, olharam, tiraram (pimenta) para fazer análise. Olharam a do meu irmão lá, foram na propriedade do meu pai também. E chegaram aqui na associação, que tinha uma fábrica de poupa, desativada. Mas eles olharam o galpão e gasta pouco para fazer. E mandou reunir o pessoal que tem interesse de fazer a compra”, relatou o produtor de pimenta.

O técnico em Agropecuária da Cohidro alocado em Lagarto, Marcos Emílio Almeida, acompanhou os visitantes holandeses e está mantendo contato, os informando quanto ao andamento das reuniões que e vem organizando com os produtores e das visitas que tem feito em outras instituições, para buscar auxílio. “Entramos em contato com o Sebrae e foi sinalizada a possibilidade deles fornecerem uma consultoria especializada aos agricultores, sobre mercado de exportação. Da mesma forma que o BNB (Banco do Nordeste), informou existir linhas de crédito destinadas a fomentar esse tipo de empreendimento agroindustrial, a partir de uma associação ou cooperativa agrícola”, destacou.

Gildo Almeida Lima, gerente do Perímetro Piauí, vem mobilizando produtores e técnicos do Cohidro para o amplo debate, de como pode ser promovido esse avanço produtivo dos irrigantes pimenteiros. “Hoje (5 de dezembro), foi realizada mais uma reunião, com mais produtores que na primeira, crescendo o número de interessados. Infelizmente o dia de paralisação nacional não permitiu a vinda dos representantes do BNB e Banco do Brasil, mas a conversação tem caminhado para um entendimento de ser possível investir na indústria de beneficiamento”, expôs. Segundo ele, os produtores têm interesse de atender a demanda criada pelos importadores estrangeiros da pasta de pimenta, mas também pensam em beneficiar o produto para outros compradores aqui mesmo no Brasil e ainda fabricar a polpa, um processamento pronto para o consumidor final.

Para o presidente da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo Amorim, “é uma ideia maravilhosa sim, que pode ajudar muito o agricultor, porque ele ultimamente vem sofrendo com a venda de pimenta. O custo de manutenção da pimenta vai para R$ 4, ele entrega de R$ 6 e fica com R$ 2. Não existe condição do agricultor estar no campo dessa forma. Então, estamos organizando a tentar montar uma fábrica para gente mesmo vender nosso produto, porque aí é uma forma de agregar associação, cooperativa, agricultores para ter um fim lucrativo, para que ele possa sustentar sua família, porque do jeito que está é muito difícil”, avalia.

Já o diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, considera frutífera a organização dos produtores buscando melhorar a renda obtida via a agricultura no perímetro irrigado. “Eles já têm a vantagem de contar com a irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado, através da nossa empresa e têm também a valiosa assistência técnica rural dada pelos nossos técnicos. Eles têm que se valer disso, para não aceitar qualquer negócio na hora de vender o produto. Usar esse ‘folego’ que a Cohidro dá e buscar novos arranjos produtivos, se isso for necessário. Mas vai depender não só da nossa ajuda e do interesse dos compradores. Têm que se unir pelo interesse comum de obter os meios necessários para valorizar esse produto final”, salienta.

Alternativas de produção
A assistência técnica da Cohidro, dada ao produtor de pimenta no Piauí, vai além da orientação de como produzir e combater pragas. Passa também pelo aspecto econômico e a necessidade de inovar para alcançar a economia. Outro técnico em agropecuária do perímetro é Willian Domingos, que explica bem como isso vem ocorrendo em Lagarto. “Das alternativas de produção que nós estamos tentando baratear o custo da produção da pimenta, a principal é a fertirrigação, que é a adubação via água, que se torna mais barato. E introduzindo o gotejamento, que é uma mangueira no pé da planta irrigando, gotejando. Nisso, ele reduz o custo de mão de obra do produtor e com isso vai baratear muito os custos de produção. Invés de ele ter quatro ou cinco trabalhadores aqui, ele vai ter ele próprio, manejando tudo”, afirma.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica que além da tecnologia que pode melhorar o ganho do produtor de pimenta e até a intermediação de novos acordos de comercialização do produto, dentro e fora de Sergipe, a empresa tem influenciado a troca, a alternância e até o plantio consorciado com outros cultivos. “Em busca de um preço melhor e de um custo mais reduzido de produção, nós temos incentivado os produtores a investirem em variedades que possam ter um custo-benefício mais vantajoso que a pimenta, como a batata-doce. Da mesma forma que incentivamos que coloquem outras plantas entre os canteiros de pimenta, aproveitando a mesma irrigação. Um exemplo bem-sucedido disso foi o maracujá”, conclui.

PAA nos perímetros irrigados estaduais já beneficiou mais de 273 mil pessoas

Doação de alimentos in natura então são distribuídas para as famílias cadastradas pelo Cras – (Povoado Curituba – Canindé) Foto Fernando Augusto (Ascom/Cohidro)

Desde 2008, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro) incentiva e orienta os produtores irrigantes, assistidos nos perímetros irrigados do Governo do Estado, a participarem do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade ‘Doação Simultânea’. O resultado disso é que até agora foram 2.860 famílias de agricultores participando de projetos que geraram 7.230.627 quilos de alimentos doados in natura ou que serviram para o preparo de refeições, atendendo 259.552 pessoas em situação de insegurança alimentar. Cada projeto tem vigência de um ano de entregas periódicas e no total foram R$ 6.499.737,69 pagos a estes produtores.

Neste ano, quatro grupos de produtores de Lagarto, Itabaiana e Canindé de São Francisco, que ao todo somariam 207 agro-famílias, estavam mobilizados pela Cohidro e suas associações para apresentar propostas ao PAA, onde se comprometeriam em produzir mais 492.983 quilos de alimentos, que a partir das doações iriam chegar há 18.400 beneficiados e geraram a renda, a estes agricultores, de um total de R$ 1.567.000. Mas os cortes do Governo Federal sobre os programas sociais determinaram que em 2017 só fossem gastos com este Programa R$ 38.500.000 em todo Brasil e que Sergipe teria 1,98% deste montante, ou seja, R$ 762.300. Além disso, a Conab implantou nova metodologia de ‘ranqueamento’, em que projetos de valores e número de participantes menores, teriam mais chance de serem aceitos.

Assim, em um total redimensionamento das propostas à serem apresentadas, levando em conta tanto o teto aplicado ao Estado quando ao valor de cada proposta, todos projetos foram refeitos, conforme explica o gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata. “Tivemos que diminuir todos fatores do que as associações e agricultores iria apresentar. Agora são três propostas onde 50 beneficiários fornecedores serão remunerados por um montante de R$ 375.000, para produzir quase 100 toneladas de alimentos à serem doados 5.700 pessoas carentes”, listou. Sobre o fato do valor ser praticamente 50% o teto de recursos para Sergipe, o técnico explica. “A Conab recebe propostas de outras associações além das que atendemos nos perímetros. Não havendo procura de outras associações, no futuro podemos replanejar as propostas dos nossos irrigantes”.

Para o diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o PAA estava passando por um momento ímpar e se não houvessem os cortes no orçamento, este ano seria quando os produtores teriam melhor retorno financeiro. “A tabela da Conab para a compra dos produtos a serem doados nunca esteve tão a favor do agricultor. Por exemplo, pelo quilo da batata-doce e da macaxeira, que são a base da dieta sugerida nas refeições preparadas, está sendo pago R$ 2 e R$ 1,75, respectivamente. Infelizmente as doações serão menores e menos pessoas vão poder participar, mas o que for entregue, será bem pago. Isso representa no campo, maior poder de barganha ao produtor, que deixa de ficar totalmente dependente do preço dos atravessadores, com mais esta opção de escoamento de produção de forma mais justa”, avalia.

Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola, reforça esta opinião de que o PAA favorece a renda do agricultor, mas considera importante que os recursos do Governo do Estado, para gerar produção agrícola via irrigação e assistência técnica, sirvam para doar alimentos para pessoas necessitadas. “É gratificante para nós, é bom para o Sergipe, que o dinheiro investido para manter nossa Empresa colabore, somado aos recursos da Conab, para o combate à fome no Estado. Em 9 anos, foram quase 260 mil pessoas assistidas só com as doações que saem de nossos perímetros. Por isso e também, para melhor remunerar os produtores que assistimos, damos total apoio à mobilização dos projetos nos perímetros”, afirma.

No PAA, a Cohidro orienta a confecção dos projetos propostos pelos agricultores que assiste nos seus perímetros irrigados e depois auxilia no processo de produção (via irrigação), colheita, controle de qualidade e conferência desses alimentos ao serem doados. Mas quem aceita as propostas e remunera os agricultores é a Conab. Como regra, a Companhia Federal tem nos conselhos de segurança alimentar-nutricional municipais e nos centros de referência de assistência social (Cras) das prefeituras, os órgãos de conferência da quantidade e da qualidade dos alimentos doados, para então fazer o pagamento diretamente ao grupo de agricultores que propôs o projeto, a cada vez que houver uma entrega.

Lagarto
Instalada no município e há 69km de Aracaju, a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), sob o novo teto e metodologia, propôs estregar à ‘Doação Simultânea’ 37.647 quilos de Alimentos. 18 agricultores irrigantes associados à APPIP, por um ano produzirão abobrinha, acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, maracujá, milho verde, pimentão, quiabo e macaxeira, para entregar, a cada 15 dias, as doações que vão chegar a 1.900 pessoas carentes. Para tal, até o fim do projeto serão pagos R$ 125.000 ao grupo associado, em média R$ 6.944,44 por agricultor, distribuídos em parcelas menores, pagas após a conferência de cada entrega do produtor. A proposta sendo aceita pela Conab, será a sétima vez que a entidade fornece alimentos ao PAA.

Também do Perímetro Piauí, o Movimento Associativista do Brejo participa com proposta em que 16 produtores vão gerar 30.975 quilos de acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, maracujá, pimentão, quiabo e macaxeira. Da mesma forma, outras 1.900 pessoas em situação de insegurança alimentar serão atendidas com as doações e os agricultores, remunerados, no total, também em R$ 125.000, uma média de R$ 7.812,50 por produtor. Esta será a terceira vez que a entidade representativa participa do PAA, se o projeto for aceito.

Itabaiana
Sendo composta por produtores irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, há 50km da capital, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno já participou de outros três projetos com sucesso. Nessa nova proposta, 16 agricultores produzirão 30.270 quilos de alface, batata-doce, cebolinha, cenoura, coentro, couve, inhame, pepino, pimentão verde, quiabo, macaxeira, salsa, tomate e vagem. R$ 125.000 (R$ 7.812,50 por produtor) serão pagos para que sejam gerados os alimentos que servirão de doação para 1.900 pessoas.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:49.

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