Trabalhadores rurais contam com investimentos do Governo e auxiliam o estado a ter a avanços na produção de leite

O Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé, Poço Redondo, Glória e Monte Alegre, um investimento da ordem de R$ 250 milhões.

Nos últimos anos, o Governo do Estado tem investido no fortalecimento da cadeia produtiva do leite, o que contribuiu para Sergipe figurar como o estado com o maior crescimento da produção na região Nordeste. Políticas públicas foram planejadas e programas disponibilizados para o produtor, como o Mão Amiga, Sementes do Futuro, Mais Genética no Sertão, Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), campanha permanente de vacinação e o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), a fim de apoiar o produtor. Ações que têm resultado nesse avanço na produção do estado, refletindo em uma posição de destaque na região.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, essa notícia representa a importância tanto dos investimentos dos produtores como das políticas públicas consistentes empreendidas pelo Governo. “Sergipe vive um momento histórico no setor leiteiro, graças a um trabalho abnegado dos produtores integrado com os municípios e os incentivos do Governo de Sergipe, que reúne apoio técnico, ações de inseminação artificial, sanidade animal, incentivo à produção e beneficiamento do leite e ao escoamento, com a melhoria das estradas e compra de alimentos da agricultura familiar, além de crédito rural”, ressalta. 

Para o gestor, hoje se observa a concretização de um trabalho de fortalecimento do setor por um governo que acredita no potencial do campo e investe no produtor. “Com isso, conseguimos gerar mais renda, garantir alimento de qualidade e fortalecer a economia do nosso estado”, ressalta.

O produtor Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho, do povoado Pau do Cedro, em Monte Alegre, tem sete vacas e faz a ordenha manual. Ele é um dos beneficiários das políticas públicas estaduais. “Produzo 50 litros de leite por dia, com vacas da raça Girolando. Com essa produção sustento minha esposa e minha filha”, revela o produtor, que atua na cadeia produtora há 25 anos. “Esses programas me ajudam. Ganhei dez raquetes de palma, pelo programa Sementes do Futuro e, durante um ano, você pode fazer 100 raquetes, dá para variar”, disse Courinho, que produz queijo e vende em Monte Alegre. 

Já a família Martins, do Povoado Baixa Verde, também em Monte Alegre, possui 20 vacas e é com essa produção que tira o sustento. Márcio, conhecido como Buru, é um dos quatro irmãos que vivem da produção do leite. “Fazemos, em média, 18 litros de leite por dia, por vaca. Já participamos do programa de Inseminação Artificial e o Sementes do Futuro. Os técnicos da Emdagro vieram aqui na época da inseminação e aproveitaram e vacinaram todos os animais”, recorda o agricultor, que é pai de três filhos. “Retiramos o leite e vendemos para as fabriquetas de queijo daqui de Monte Alegre. Todos os irmãos trabalham há mais de 20 anos nessa área”, acrescenta. 

Marcelo Martins, que é o irmão mais velho da família, ressalta que o negócio foi herdado do pai. “Sobrevivemos do que produzimos. Tenho esposa e três filhos. O Governo do Estado traz benefícios, como orientações técnicas, o beneficiamento de inseminação artificial, que já recorremos uma vez e tivemos sete crias por meio dele, e conseguimos ampliar nossa produção”, declara Marcelo. 

De acordo com o técnico agrícola da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) Wagner Sousa Lapa, a vantagem da cadeia leiteira em relação às demais, como a do grão, por exemplo, é a possibilidade de empregar na própria região o dinheiro que foi investido. “O produtor paga o ajudante, a castração, compra os insumos, tudo dentro do município”, exemplifica o técnico. 

Investimento

Segundo estudo do Banco do Nordeste, feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sergipe teve o maior aumento da produção de leite do Nordeste, se comparado os três primeiros meses de 2024 e 2023. De acordo com o levantamento, o aumento foi de 22,6%, ou seja, o estado subiu de 107,8 mil para 132,2 mil litros de leite produzidos neste período. O segundo lugar ficou com a Bahia, que registrou crescimento de 10,7%. 

De acordo com o agrônomo Nertom da Penha, lotado na regional de Nossa Senhora da Glória, produtores de Monte Alegre, por exemplo, são beneficiados por quatro programas executados pelo Governo do Estado. O ‘Sementes do Futuro’ distribuiu 20 sacas de sementes da palma Ipa Sertânia, que é livre de espinhos e facilita o manejo do produtor. Ela é multiplicada ano após ano para que o produtor aumente sua produção. “É uma palma para o futuro, como o programa diz”, declara Nertom.  

O Programa Mais Genética no Sertão e o Programa Estadual de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) são outras maneiras de melhorar o rebanho do produtor. “O sêmen dos melhores touros do país, até de fora, é inseminado nas vacas. Esse produtor terá bezerros mais produtivos, que aumentará a produção e com genética melhor”, explica.

Um programa permanente é o de vacinação do rebanho. A Emdagro trabalha com a vacinação para brucelose e clostridiose. Já o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é o documento que garante ao produtor o direito de acessar as políticas públicas do governo. “Principalmente com relação ao crédito, que é uma forma do produtor investir e melhorar a sua produção”, disse Nortom. 

Adutora

Com o objetivo de fomentar o potencial no agronegócio, o Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos, no último dia 5 de abril, o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre, um investimento da ordem de R$ 250 milhões. Por enquanto, o plano está em fase de estudo, que definirá a viabilidade da estrutura passando pelo alto sertão sergipano. Enquanto as obras da Adutora do Leite não entram em fase de execução, as obras de outra adutora importante, a do Curralinho, em Porto da Folha, já foram iniciadas em fevereiro.  

A Adutora do Leite será uma solução para a dessedentação animal no trajeto entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, com uso da água captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), no Rio São Francisco. A obra, reivindicação antiga na região que mais produz leite em Sergipe, levará água aos diversos tipos de criatórios comerciais, rebanhos que somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 km de extensão, que são: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, passando pelo polo leiteiro de Santa Rosa do Ermírio, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória. 

Somente na bovinocultura de leite, principal atividade econômica do alto sertão sergipano, a perspectiva é de que a produção leiteira dos cinco municípios ultrapasse os 296.062.000 litros por ano, registrado em 2022.  

Outra expectativa é que, com a água da Adutora do Leite diminuindo as distâncias de acesso e aumentando a oferta de abastecimento hídrico, os custos para os pecuaristas diminuam e cresça o potencial na região para investimentos em aumento e melhoria genética dos rebanhos. Mais produção, animais, tecnologia e infraestrutura empregada geram mais renda e novos postos de trabalho para o povo sertanejo. 

[vídeo] Conserto em tubulação do perímetro Califórnia reestabelece irrigação para lotes de maior altitude

Equipe técnica da Coderse no Perímetro Irrigado Califórnia (Canindé de São Francisco), no início do mês atendeu uma reivindicação dos produtores do Setor 6. Todo procedimento realizado, foi para o reparo da tubulação que estava avariada e que reduzia a vazão da água de irrigação, principalmente naqueles lotes situados na parte mais alta do Setor.

A partir do investimento com recursos próprios, a demanda foi atendida com muita presteza e esforço imensurável da parte dos funcionários, ligados à gerência do perímetro Califórnia. Restabelecendo o fluxo de irrigação dentro do padrão da normalidade.

Irrigantes de Tobias Barreto juntam forças com Estado por melhorias em perímetro público

Os 76 pequenos pecuaristas receberam Termos de Concessão de Área, para regularização fundiária em julho

[foto – Fernando Augusto]
A reforma do escritório do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, foi concluída ainda em junho e foi somente uma das iniciativas conjuntas entre os 76 produtores irrigantes que ocupam os lotes do projeto de irrigação e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A empresa subsidiária da Secretaria Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) fornece materiais, máquinas e parte da mão de obra, enquanto que os produtores entram com a outra parte da força de trabalho. Assim está sendo, nos dias em que as frequentes chuvas permitem, na limpeza e reparo dos canais de irrigação que percorrem todo perímetro e começou, nesta semana, na obra de duplicação de adutora, para ampliar o acesso à água em 10 lotes.

São lotes como o de José Domingos, situados na outra margem do Rio Jabiberi e que dependem de uma tubulação que interliga os canais de irrigação. Por enquanto, ele usa a água para irrigar o capim suficiente para atender somente quatro vacas de leite. Produção que ele entrega ao laticínio anexo ao perímetro. “Ajuda bastante, porque a gente sofre com a disponibilidade de água, não chega o suficiente para produzir. Daí, tendo esta quantidade aumentada, vai melhorar a qualidade de vida, o nosso trabalho para a gente produzir mais. E a gente ajuda, o pessoal está limpando e reformando os canais, colaborando. Se a Cohidro está ajudando, a gente tem que ajudar também a desenvolver o nosso perímetro, pois quem vive aqui somos nós”, considerou José Domingos, voluntário no trabalho que vai dobrar a quantidade de água que chega ao seu e aos lotes vizinhos, permitindo ampliar os rebanhos e a produção.

“Por sorte, até o momento não foi preciso interromper o fornecimento de irrigação por conta da obra de duplicação da adutora. Tem chovido bem por esses dias e ainda não há necessidade e irrigar todos os dias”, explicou o técnico agrícola da Cohidro, José Reis Coelho, que presta assistência aos irrigantes do perímetro Jabiberi. Ele recorda que outra ação conjunta, entre a empresa e os irrigantes, proporcionou uma maior autonomia ao perímetro nos períodos de estiagem. Economizando água no período de distribuição, que foi reduzido de 12 para 6 horas diárias.

“Em 2019, em parceria, a Cohidro forneceu a retroescavadeira e o operador, enquanto os produtores custearam o combustível gasto para a escavação de reservatórios com capacidade de 100.000 litros de água. Isso permitiu que a Cohidro liberasse a água para o enchimento dos reservatórios durante o período diurno, com uma recarga diária para o produtor irrigar no período da noite. Antes, com reservatórios menores, era preciso várias recargas durante a irrigação noturna”, pontou José Coelho.

José Ricardo dos Santos, irrigante do Jabiberi, sempre participa dos mutirões das obras de revitalização do perímetro. “Como sempre, através da Cohidro, a gente vem fazendo serviços para melhoramentos, para economizar sempre mais água. Que é o que a gente precisa. Para evitar perda de água, em buracos no canal, que foi todo renovado. A minha parte eu fiz e os outros produtores estão fazendo. Só não concluiu ainda por causa da chuva. A Cohidro está sempre nos ajudando aqui, eu quero agradecer e parabenizar o perímetro Jabiberi”, disse. Ao mesmo tempo, o pequeno pecuarista está animando com recuperação das estradas que está prestes a ocorrer. “É muito importante, está precisando de mais, há muito tempo que a gente vem sofrendo, que não teve nenhuma melhoria. E hoje, graças a Deus, nós temos uma promessa boa de melhorar os nossos caminhos, para a gente passar, porque está horrível”.

Em julho, o governador Belivaldo Chagas foi ao Jabiberi entregar 76 Termos de Concessão de Área, para regularização fundiária dos irrigantes e assinou um Termo de Cooperação entre a Cohidro e o Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER). O gerente do Jabiberi, José Fernandes de Oliveira, informa que, também nesta semana, uma equipe de engenheiros do DER foi ao perímetro fazer o levantamento das estradas. “São as estradas internas (que interligam os lotes à agrovila de moradores e também ao laticínio) que começam as obras. Mas a estrada que liga o perímetro à SE-170, asfaltada, também será recuperada. É por onde é escoada a produção do laticínio. Da mesma forma que as estradas do perímetro, depois de recuperadas, vão facilitar a entrega diária do leite para o beneficiamento”, avaliou, informando, ainda, que a obras estão dependendo das chuvas cessarem para terem início.

Última atualização: 15 de novembro de 2022 15:03.

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