Cohidro destaca orgânicos e produção artesanal na ExpoLagarto 2015

Stand da Cohidro tem jardim que expõe as espécies cultivadas no Perímetro Piauí

De sexta-feira a domingo, 4 a 6 de setembro, o Parque Nicolau de Almeida recebeu a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto 2015), que abrigou mostra de animais e julgamento das raças de bovinos, equinos e ovinos, que despontam no meio rural do município e região Centro Sul. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é parte fundamental do que cerceia a produção agrícola local, através do seu Perímetro Irrigado Piauí instalado lá, por isso o stand da Empresa foi das atrações mais ativas e visitadas do Evento.

Com seu stand fixo no Parque, a Companhia participa tradicionalmente da ExpoLagarto, sempre à mostrar aquilo que a irrigação pública propicia aos 421 lotes de agricultores irrigantes no Perímetro Piauí. A atividade agrícola no pólo de irrigação a cada ano se diversifica mais,da mandioca para fabricação de farinha, passando pela grande variedade de pimentas com aplicação industrial, até chegar aos produtos orgânicos. E são estes aspectos os mostrados por meio das espécies que compunham o stand da Cohidro e através de cartazes, panfletos e vídeos produzidos para a Feira.

Mas mereceu destaque nesta edição da Exposição, a novidade de que agora também a produção agrícola do Perímetro da Cohidro está sendo beneficiada pelas famílias de agricultores, agregando valor e gerando novos artigos como doces, compotas, cosméticos e remédios caseiros, feitos a partir de plantas naturais. A inovação não passou despercebida pela Gerência do Piauí, que criou espaço para demonstração e até a venda destes itens aos visitantes, que puderam levar para casa a qualidade e produtos feitos com ingredientes naturais.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira convocou as feirantes-expositoras por reconhecer a seriedade do trabalho delas. “São duas pessoas esforçadas, que além de atuarem na produção agrícola irrigada, como todos os outros, tem estas atividades paralelas e que geram outros produtos. É algo que serve de exemplo e que com a gente divulgando, cria interesse nos outros irrigantes, agricultores e também até gente da cidade, que vendo o resultado pode vir a se capacitar e também aderir a produção caseira de produtos naturais”, justifica.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, concorda e afirma serem constantes as atividades, nos seis perímetros irrigados, buscando capacitação. “Capacitando o agricultor, melhor ele produz. Mas quando isso também é estendido à família, cônjuges, filhos, estamos aparelhando esta família pra crescer, enfrentar melhor as dificuldades e poder contar com mais de uma fonte de geração de renda na zona rural, longe das oportunidades que a cidade oferece. Para tal, estamos sempre contando com o apoio de parceiros como o Sebrae, Senar e instituições de ensino superior, como a UFS”.

Doces caseiros
Josileide de Carvalho, ou Dona Dicuri fez um curso promovido pelo Sebrae Sergipe, em novembro do ano passado e agora vende seus doces nas feiras que participa com o marido, onde já vendiam produtos orgânicos cultivados no lote irrigado. Este diferencial acrescentou mais uma fonte de renda para a família. Estava fazendo tanto sucesso que acabou por ser destacado no stand da Cohidro na ExpoLagarto, em forma de banca para comercialização aos visitantes.

“Foi maravilhoso, gostei demais de participar da Exposição. O pessoal que estava visitando achou que era muito bonito o stand, os visitantes viam os produtos, gostavam e perguntavam se era para vender e eu vendia. Tinham doce de banana, leite, goiaba e mamão. Tanto faço em pedaço e de calda. Dos 40 potinhos que levei, vendeu tudo!” Contou empolgada Dona Dicuri, que faz os doces com frutas que colhe no próprio lote irrigado e quando tem, usa o leite das vacas que criam. “Estou levando sempre nas feiras, quando tem tempo de fazer, pois vende rápido. Até estou tendo que chamar sempre uma vizinha, que me ajuda”, relatou.

Plantas medicinais
Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rosimeire Barbosa (Meirinha). Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, ela cuida de um projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Companhia Sergipana, para produzir plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade. Ela explicou que a intenção principal de expor era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí.Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de hortelã com guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de flor da colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com manipueira e ainda o óleo de arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Orgânicos
O aspecto que atualmente dá ao Piauí o status de referência de produção orgânica agrícola no Estado, não poderia ficar de fora do trabalho exposto no stand da Cohidro na ExpoLagarto 2015. A Empresa produziu material impresso, banners e vídeos explicando como é feito o trabalho da empresa junto dos agricultores que pertencem à Organização de Controle Social (OCS), reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Órgão Federal forneceu a eles um documento, permitindo a comercialização dos produtos sob a designação de orgânicos, diretamente ao consumidor, ou a partir dos programas de Aquisição de Alimento (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae), geridos pela Conab.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que não é fácil o trabalho realizado pelos produtores do Perímetro Piauí e que muito da persistência deles se deve ao esforço da Companhia. “Nossos técnicos e engenheiros agrônomos têm um papel constante de acompanhamento do desenvolvimento destes produtores que optaram por produzir alimentos sem o uso de defensivos químicos. O que é até culturalmente dificultado, pois o que não falta é exemplo de gente que acaba por preferir ter menos trabalho, optando por insumos industrializados para produzir”, relatou.

Presenças
Na abertura da ExpoLagarto, sexta, representou a diretoria executiva da Cohidro, o seu Diretor de Infraestrutura (Dinfra) e Mecanização, Paulo Henrique Machado Sobral. Ele ficou bastante impressionado pelo que foi exposto pela empresa no stand, valorizando a produção agrícola que seu departamento também ajuda a propiciar. “Estamos trabalhando aqui na reforma da estrutura do Perímetro Piauí, obra propiciada pelo Proinveste que está recuperando as duas casas de bomba, distribuidoras de água da barragem no Rio Piauí até os lotes irrigados”, atestou.

Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal reiterou a importância da realização do Evento. “Nós participamos e ajudamos a construir a 52ª Exposição de Lagarto, que na verdade é de toda a região Centro Sul. É uma forma dos produtores mostrarem a qualidade da genética, já que estamos falando de animais de porte e premiados nacionalmente.Nós temos exposições de caprinos, de ovinos, de bovinos, de equinos, sem falar da produção vinda de assentamentos de reforma agrária. Então foi um espaço de integração, de exposição, de trocas de experiências muito ricas”, relatou.

No ultimo dia, Esmeraldo participou de diversas atividades junto aos expositores, visitando cada um dos stands, inclusive o da Cohidro, Empresa Pública que é subsidiada à Seagri. Ele fez questão de chamar a atenção de que a Exposição foi fruto de uma mobilização que reuniu diversas instituições do poder público e organizações representativas. “O resultado obtido dessa exposição é graças à responsabilidade dos gestores do Estado e do Município. E dessas entidades que apoiaram, principalmente dos próprios produtores”, concluiu o Secretário, que visitou a Companhia em mais de uma ocasião durante a Feira.

 

Governo investirá 90 milhões na Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe

Olivier Chagas – Foto: Paulo Tim Tim/Semarh

Será implantada nos perímetros irrigados Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana, a irrigação localizada, com respaldo do Programa Águas de Sergipe (PAS). Este será o principal investimento que os R$ 12 milhões, financiados pelo Banco Mundial, farão somente nos pólos de irrigação da Cohidro.

Incluindo outras ações do Governo do Estado, ao todo serão R$ 90 milhões investidos pelo Programa. O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, apresentou este e os outros projetos que estão previstos para a bacia hidrográfica do rio Sergipe através do PAS, na última quarta-feira, 02, na Câmara Municipal da Cidade.

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Convite: Cohidro estará na 52ª ExpoLagarto a partir de sexta

Cartaz EXPOLAGARTO

Nesta sexta-feira, 4, começa a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto. Prefeitura, Governo do Estado e Faese uniram esforços para promover esta edição do evento, que serve de vitrine ao universo agropecuário do município e região. Para os criadores será a mostra de caprinos e ovinos a parte mais aguardada da festa, que ainda conta com a venda de animais e stands expositivos ao público. Dentre eles o da Cohidro, que trás como novidade uma feirinha de doces caseiros e cosméticos fitoterápicos, produzidos no Perímetro Irrigado Piauí.

A Companhia, que administra o Perímetro Piauí, possui um stant fixo no Parque Nicolau de Almeida, local da festa, e tradicionalmente é expositora assídua de todas as edições do Evento. O Box da Cohidro se destaca dos demais pelo sempre bem cuidado jardim, onde são exibidas as principais culturas agrícolas possibilitadas pela irrigação pública no município incluindo as alimentícias, ervas medicinais, flores e plantas ornamentais. Além do lago, onde espécies de peixes de cativeiro também agradam aos visitantes, principalmente as crianças.

Nesta edição, a Cohidro traz uma exposição de vídeos produzidos nas lavouras irrigadas, mostrando o trabalho e técnicas aplicadas no cultivo de alimentos, com explicação dos técnicos da Empresa. Mas o que mais aguarda atrair a atenção do público será a barraquinha de doces artesanais, produzidos pela agricultora familiar e orgânica Josileide de Carvalho (Dona Licuri), feitos de frutos e vegetais retirados do lote que ela cuida com o marido, Delfino Batista, no Perímetro Piauí.

Outra banquinha venderá produtos cosméticos fitoterápicos e plantas medicinais, que tem no Perímetro Irrigado o principal ponto de cultivo e coleta de espécies. Trabalho que tem origem na pesquisa de Rosimeire Barbosa (Meirinha), Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da UFS. Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade.

Horta de fitoterápicos na Cohidro
Estande da Cohidro
Agricultora e doceira Josileide de Carvalho

Perímetro da Cohidro recebe projeto de fossas sépticas em Lagarto

agricultores se reuniram na sede da Cohidro em Lagarto

O Sindicato dos trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Sintraf) de Lagarto, em reunião realizada no último dia 19, levou a proposta da instalação de fossas sépticas nas residências rurais instaladas na área de atuação do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O foco inicial do projeto, que tem a participação do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador (Cerest) e Vigilância Sanitária de Lagarto, são as propriedades orgânicas do pólo de irrigação e uma unidade piloto será construída na Associação de Produtores Rurais.

Fossas sépticas biodigestoras são uma solução adequada às áreas rurais, longe das redes urbanas de esgoto, para o tratamento do esgoto doméstico, de forma a evitar a contaminação do solo e das águas por meio de doenças de veiculação hídrica, um risco inerente ao descarte em fossas escavadas ou sumidouros. Na unidade, instalada na sequência da encanação que sai dos sanitários, são feitas divisões, etapas para a separação de sólidos e líquidos. E a partir da ação de bactérias anaeróbicas, é possível eliminar os agentes contaminantes e ainda extrair um resíduo, que pode ser usado como adubo orgânico.

São aparelhos que podem ser adquiridos por inteiro e prontos para a instalação no subsolo, com diversos modelos disponíveis no mercado de materiais para construção e fabricados com os mais variados materiais, como o concreto pré-moldado ou plástico. Mas também é possível de ser montado artesanalmente usando caixas d’água e tubos de PVC, seguindo a plantas facilmente encontradas na Internet, modelos já ensinados em diversas reportagens de tevê.

Antônio Dantas, vice-presidente do Sintraf, é quem foi apresentar a ideia aos produtores do Piauí. Segundo ele, o Governo da China construiu 4,5 milhões de fossas sépticas e passou a economizar US$ 20 bilhões por ano com a saúde rural, devido à ação. “Quem aplica um real, economiza quatro com a saúde. Foi feito uma pesquisa que duraram 30 anos, onde se constatou que 80% das doenças que levam a pessoa ao hospital, na zona rural, são por causa do esgoto não tratado”, argumentou, acrescentando que “a gente também tem que se preocupar com o meio ambiente que esta sendo poluído”.

Mas a proposta que Antônio Dantas levou vai além dos cuidados com a saúde. “Primeiro vamos mostrar ao trabalhador rural para ver como faz, como funciona. Vamos construir em 12 ou 20 dias uma unidade demonstrativa e queremos uma fossa séptica que transforme dejetos humanos e adubo. Entrei em contado com Instituto Trata Brasil, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ministério Público do Trabalho, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e prevejo começar com 20 fossas no Perímetro Irrigado. Dessas, como aqui tem 10 agricultores orgânicos, vamos dar a eles a prioridade”, acrescentou, advertindo que a expectativa é de que ideia seja copiada por outros produtores, que desembolsariam em torno de mil à R$ 1,2 mil para construção.

Gilvanete Teixeira, Gerente do Perímetro Piauí, disse que atendeu prontamente ao pedido do Sindicato, quando foi procurada com a proposta aos agricultores. “A gente sabe que é um problema presente em praticamente toda propriedade rural, isso do descarte correto do esgoto, pois estão muito longe da rede das cidades. Se vai eliminar o risco de contaminação das famílias no campo, ótimo. Se estes resíduos são comprovadamente aplicáveis à adubação, melhor ainda. por isso prontamente levei a demanda para direção da Cohidro que atendeu ao pedido de convocar uma reunião com os produtores”, expôs.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, vê com otimismo a proposta, que considera como um sinal da preocupação que hoje existe com a qualidade de vida no campo. “Antes esquecidos, hoje os pequenos produtores rurais são alvo de muitas políticas públicas dos governos nas três esferas do executivo, como é o caso deste projeto audacioso, onde todos querem contribuir de alguma forma para alavancar a ideia. Uma novidade que, com os recursos aplicados, ajudará muitos e abrirá o interesse de muitos outros que se espelharão, ao ver o projeto aplicado trazendo mais saúde às famílias atendidas primeiro”, prenunciou.

Projeto piloto

Esta primeira unidade demonstrativa se pretende instalar na Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP). Antônio Cirilo de Amorim, presidente da Entidade, assumiu a responsabilidade de abrigar o projeto, visando favorecer a saúde do trabalhador rural e promover a iniciação deste método alternativo de produção de insumos para a agricultura.

“Parece ser muito viável, pelo que a gente assistiu a apresentação do sindicado. Dando certo, a experiência que vão fazer, a gente vai inserir mais produtores. O projeto piloto vai ficar na sede da Associação, um lugar que a gente usa bastante no final de semana para o lazer e tem banheiro. Lá vai ser mais rápido para ver resultado, pelo fluxo de pessoas. Depois desse produto estar pronto, a gente vai fazer analise em laboratório para ver se não há risco de ser aplicado na plantação, antes de qualquer tentativa”, advertiu Antônio Cirilo.

Carlos Sarmento, Coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, ligada à SMS, participou da reunião e está colaborando com o projeto, dando ideias ao grupo de como proceder. ”O que a gente preconiza é que seja feito um projeto piloto para a gente avaliar e analisar os efluentes, o lençol freático e para explicar, ao consumidor final, como será isso de usar fezes humanas como adubo, para quebrar paradigmas”, reforçou.

O Coordenador disse não existir uma norma, da Vigilância Sanitária, específica para a forma de construir e onde instalar essas fossas sépticas, mas alerta que quanto ao uso dos resíduos como fertilizante, é necessário ter cautela. “A gente acredita na ideia, acha que é viável, mas a gente precisa seguir algumas normativas. Tem uma normativa de que não pode ser usado em hortaliças, só em culturas longas, por exemplo”, completou Carlos Sarmento, levando como referência o uso do adubo na fruticultura, onde o insumo, depositado ao solo, não teria contato com o alimento.

Representando o Cerest de Lagarto, Udalio Neto também reforçou a necessidade do piloto, embora acredite no potencial do projeto. “O projeto é bom, precisa de estudo. Tem que fazer uma para, com o tempo, ver o resultado”, colocou. Igualmente, ele foi cauteloso quanto ao uso dos resíduos como adubo. “Tem que evitar as hortaliças, só plantação de capim ou culturas maiores. A ideia mesmo é mais para prevenir problemas de saúde pela contaminação pelos dejetos. Os níveis de contaminação por coliformes fecais saem zero, pelo que os estudos apresentados mostraram”, considerou.

Governo do Estado apresenta o PAS aos irrigantes através da Cohidro

Reunião reuniu agricultores, técnicos e diretores da Empresa

Representantes das associações de produtores rurais irrigantes, dos perímetros irrigados João Alves Filho (Poção da Ribeira) e Jacarecica I, administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Itabaiana e Areia Branca, foram recebidos na sede da Empresa, no último dia 11, por diretores, técnicos e o Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal.

A pauta principal da reunião foi apresentar, aos agricultores, a ação de irrigação localizada a ser executada nos dois pólos de irrigação, com respaldo do Programa Águas de Sergipe (PAS), assim como expor os principais investimentos que os recursos, totalizando R$ 12 milhões financiados pelo Banco Mundial, trarão em suas atividades produtivas.

A Instituição Financeira, através da subsidiária Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) disponibilizou, ao Governo do Estado, o empréstimo de US$ 70,275 milhões, com a finalidade de recuperação e conservação da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe (BHRS). Nela estão inseridos os dois perímetros irrigados, além do Jacarecica II, que abrange os municípios de Malhador, Riachuelo e Areia Branca. Neste, estão inseridos no projeto, ações de recuperação das matas ciliares de sua barragem. Mas no Jacarecica I e Ribeira, além desses cuidados, o PAS vai promover a substituição de todo sistema de irrigação para microaspersão automatizada, em todos os 592 lotes.

O Engenheiro Agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis, expôs seu estudo feito na área, que apresenta excesso no uso de água na irrigação e até o risco de desabastecimento, se não ocorrer uma total transformação no sistema. “O solo encharcado lava e tira os nutrientes do solo, inclusive a adubação posta pelo agricultor, além disso, favorece a salinização. Em cortes que fiz, encontrei água até a um metro de profundidade, o que não é necessário para o cultivo o que comprova o uso abusivo”, informou. Ele calcula que uma lâmina correspondente a um terço da água na barragem esteja espalhada no subsolo da área total dos perímetros. Sendo este montante “alimentado” todos os dias, através do excesso de irrigação, o dado corresponde a um desperdiço hídrico diário.

O especialista expôs que hoje, com o uso da aspersão convencional, o consumo mensal de água no Perímetro da Ribeira é de 3.200 metros cúbicos por hectare. “Com a implantação da Irrigação Localizada (Sistema de Microasperssão), esse consumo diminui para 1.200, o que é totalmente justificável a troca do sistema de irrigação, vindo também a permitir que a irrigação seja efetuada de forma 100% automatizada. Todo processo vai promover uma folga de vazão nos sistemas de bombeamento, da ordem de 44,35% na Ribeira, e de 27,71% em Jacarecica I”, conta Luiz Gonzaga. Mas o agrônomo falou que as transformações não param somente na troca dos aspersores.

“Não só os aspersores, como também toda tubulação, mangueiras, registros, filtros, injetores de fertilizantes, válvulas nos lotes, como também dos sistemas de bombeamento, serão fornecidos pela Cohidro no Programa. Equipamento novo, moderno e de primeira linha, que ainda incluiu o sistema automatizado que fará a gestão da água para até oito setores de irrigação diferentes, irrigando um de cada vez e sem sobrecarregar o sistema”, completou Luiz Gonzaga, lembrando que com a vazão reduzida em cada lote, os que são atendidos no final das adutoras terão o fornecimento regularizado.

Irrigação noturna

A preocupação com a economia, por parte dos especialistas que elaboraram o projeto do PAS, não se limitou somente à racionalização do uso da água para irrigação, explicou o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto. “O projeto inclui também a mudança no horário de bombeamento e irrigação, que passará a ser noturno, das 21h às 6h, somando nove horas de irrigação, justamente no período de tarifação reduzida da energia elétrica, utilizada no bombeamento”, colocou.

Para o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o plano prevê o uso racional de todos os recursos: naturais, energéticos e financeiros. “Vai se pagar o equivalente a 10% ou 15% do que se paga hoje. O menor gasto com a eletricidade vai contribuir com a redução do maior custo que o Governo do Estado tem com estes dois perímetros. Diante da atual conjuntura, de cortes de gastos em todos os níveis do poder executivo, nós estaremos assim contribuindo bastante com Sergipe”, justificou.

Mas olhando além do atual panorama da economia, que nacionalmente enfrenta situação corte de despesas públicas, Mardoqueu projeta, na iniciativa do PAS, o desenvolvimento para o futuro. “Isso é economia não só para a Estado, é para o contribuinte, que verá o dinheiro da Estatal investido em outros setores, como a própria ampliação da capacidade de irrigar, que é um dos aspectos previstos também no Programa. Se todos vão usar menos água e se ela não for fazer falta nas outras prioridades que tem a barragem, poderemos sim ampliar o número de famílias com acesso à um ponto de água para irrigação”, concluiu o presidente da Cohidro.

A parte dos irrigantes

A Diretoria de Irrigação, através da Coordenação do PAS, informou que nenhum agricultor irrigante vai ser forçado a aceitar as modificações sem antes ser ouvido em reuniões, a serem realizadas entre o final de agosto e início de setembro, na Ribeira e Jacarecica I. Ocasião em que poderão sugerir ou contestar qualquer ponto proposto. Depois dos detalhes discutidos, todos vão assinar um documento, firmando o compromisso em atender as orientações e deveres estipulados neste acordo. O ente financiador, no caso o BIRD, só liberará os recursos sob esta condição.

Janiel Domingos Santos é presidente da Associação dos Produtores Rurais do Povoado Mangabeira e presidente do Conselho de Desenvolvimento Social (CMDS) de Itabaiana. Ele posicionou-se a favor das mudanças e considera que a maioria dos irrigantes do Perímetro Irrigado da Ribeira, como ele, concordam que deva existir um controle no consumo de água, inclusive punindo aqueles que adulterarem os mecanismos de limitação, para ter acesso a mais água que os demais.

“Eu acho ótimo e isso pode resolver todos os problemas que existem hoje no Perímetro. A Cohidro precisa arranjar meios de proibir os abusos, que acabam prejudicando muito os agricultores que estão no fim de linha, onde a água demora e chega pouca. Lá 80% hoje pensa assim, só mesmo quem faz a coisa do modo errado, que prejudica os demais para ter mais água, é que vai ser contra”, enfatizou o agricultor Janiel, que produz em seu lote uma grande variedade de hortaliças.

Para o Secretário Esmeraldo Leal, ao mesmo tempo em que a Cohidro discute a sua própria reestruturação, para melhor cumprir sua obrigação, está preocupada com a melhoria da oferta da água nos perímetros irrigados que, para ele, contribuem muito com a economia do Estado na produção de alimentos e na economia. Mas o que ele considera mais importante é o fato dos beneficiários destes pólos agrícolas, os produtores, se mostrarem receptivos às mudanças e estão participando deste processo de modernização, em que o Governo está investindo.

“Os próprios beneficiários também se deram conta que eles têm que assumir um papel cada vez mais protagonista, de sujeito de fato, não só de beneficiário passivo, como alguém que recebe um favor do Estado, mas de alguém que ajuda a pensar todo perímetro e deve contribuir também, para que isso seja um financiamento mútuo.Até porque o Estado está fazendo um investimento muito grande, em tecnologia, justamente privilegiando este publico em especial. Toda sociedade ganha com o uso racional de água, que é importante pro planeta, não só para o Estado”, completa Esmeraldo.

O engenheiro Agrônomo da Cohidro, Antônio Paulo Feitosa, encerrou a reunião expondo, aos agricultores presentes, um estudo dos custos de uma possível taxação do fornecimento de água para irrigação. “Sanados todos os problemas que comprometem hoje a eficiência dos perímetros, a partir desta modernização e automação de todo sistema, o Governo do Estado imbuiu à Cohidro de averiguar uma forma de, ao menos, dividir este custo com a energia elétrica com o produtor. Custo que será bem menor do que é pago hoje, por operar em horário reduzido e rateado com todos os irrigantes, o valor total vai se tornar então bastante acessível”, finalizou.

Seidh doa 10 barracas para feira de irrigantes orgânicos pela Cohidro

Barracas matálicas servirão para a venda de produtos orgânicos no Mercado Municipal de Canindé

Quinta-feira, 20, os agricultores irrigantes da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5), receberam 10 barracas padronizadas, enviadas pela Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). Constituem a da Bio5, agricultores orgânicos instalados no Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), sendo que a entrega se deu na sede da unidade da Empresa, em Canindé de São Francisco.

Desta forma, serão mais 10 agricultores orgânicos participando de uma Feira da Agricultura Familiar (FAF), desta vez em Canindé. Estes eventos são organizados pela Seidh em diversas cidades do interior de Sergipe, mas até o momento, as únicas com base agroecológica, eram as realizadas quinzenalmente, na capital Aracaju. Mas a partir de agora e devido ao nível organizacional que se encontra a Bio5, a turística cidade do Alto Sertão também vai contar com um ponto de venda, que privilegie a comercialização de alimentos produzidos livre do uso de agrotóxicos.

Tal benefício concedido a estes agricultores se fez possível depois deles receberem uma visita da Secretária de Estado Marta Leão, no último dia 11. A titular da Seidh fez questão de ver de perto o trabalho que estava sendo feito pela Bio5 de Canindé. Para ela, é um compromisso do Governo do Estado, promover ações que privilegiem a produção orgânica, que exige do agricultor mais dedicação do que nos cultivos tradicionalmente feitos com defensivos industriais.

“Esses agricultores enfrentam muitas dificuldades na concorrência com os alimentos produzidos de forma tradicional. Então, o Governo de Sergipe estende as duas mãos a estes produtores, oferecendo capacitações, orientações técnicas e abrindo editais, como o que possibilitou a aquisição de um caminhão baú refrigerado pela Associação de Agricultores Orgânicos do Agreste (Aspoagre)”, colocou a secretária Marta Leão, em referência ao veículo adquirido com recursos Estaduais e do BNDES.

Já o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, agradeceu a ajuda bem-vinda à agricultura orgânica de Canindé, em nome dos irrigantes beneficiados. “A Seidh é parceira nossa de longa data, seja através do espaço que oferece aos nossos agricultores, nas FAFs em todo Estado. Ou através de outras iniciativas, como o Programa de Recuperação de Pequenas Barragens, onde juntas, Seidh e Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca), através de nossa Companhia, já reformaram 1.865 aguadas destinadas à dessedentação dos rebanhos, sendo 15 delas comunitárias e de médio porte”, confirmou.

A Bio5

Fundada há cerca de dois anos, sob tutela da Cohidro e acompanhada de perto pelo Técnico Agrícola da Empresa, Tito Reis, a Bio5 integra 20 agrofamílias, sendo que seis delas formam uma Organização de Controle Social (OCS), que depois de ser registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), teve a autorização federal para a venda direta de produtos agrícolas sob a titulação de orgânicos.

“Assim, com estas novas barracas e agora integrando uma nova FAF, estes agricultores pleiteiam aumentar o número de produtores agroecológicos e querem ocupar um espaço no Mercado Municipal de Canindé, que a Prefeitura acenou estar disposta a conceder”, informou o Técnico Tito.

Segundo a presidente da Bio5, Rosângela Oliveira Andrade, existem poucas restrições para que os agricultores, irrigantes no Perímetro Califórnia, possa fazer parte da Associação, mas elas precisam ser levadas à risca. “Hoje a única restrição que fazemos é de que não aceitamos o trabalho individual, pois o grupo trabalha com a Agricultura Familiar, então é necessário que esta família esteja interessada em praticar a agricultura orgânica”, expôs.

Edmilson Cordeiro, Gerente do Califórnia, apóia as iniciativas dos agricultores em se organizar dentro do pólo de irrigação da Cohidro. “Se há disposição dos membros do grupo em trabalharem juntos, contem com nosso apoio para se organizarem. Hoje temos o trabalho desses produtores que souberam se organizar e estão de parabéns, mas quero deixar claro que isso não é algo exclusivo para eles e estamos aqui, de portas abertas, para todas as entidades que existem dentro do Perímetro ou que venham a ser formadas.”, informou.

Convite: Seminário avalia pesquisas agropecuárias voltadas para Políticas Públicas

Pesquisas que resultaram da parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri/SE) e a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec/SE) serão apresentadas no Seminário de Avaliação do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas que acontecerá no dia 20 de agosto no auditório da Sociedade SEMEAR, bairro São José.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Pesquisa Agropecuária e de Análise de Políticas Públicas do Desenvolvimento Rural (NAP) da Seagri, Neuzice Andrade, o objetivo do seminário é avaliar os resultados dos projetos de pesquisas dos NAPs de todas as secretarias realizados em parceria com a Fapitec/SE.

Ela explica que “o Programa de Políticas Públicas visa realizar pesquisas que venham contribuir para análise, formulação e implementação de políticas públicas que atendam às demandas sociais e institucionais das secretarias do estado de Sergipe”.

A coordenadora do NAP da Seagri detalha que são seis as pesquisas realizadas por meio da Secretaria de Agricultura que serão apresentadas no seminário: Controle do ácaro-da-ferrugem com o fungo Hirsutella Thompsonil em pomares citrícolas de Sergipe – coordenada por Adenir Vieira Teodoro; Clonagem de acesso de mangabeira por enxertia – coordenada por Ana Veruska da Silva; Constituição de sistemas de integração lavoura/pecuária/floresta para as condições de Sergipe – coordenada por Evandro Neves Muniz; Proposta para a constituição de diagnóstico dos assentamentos rurais no estado de Sergipe – coordenado por José Eloizio da Costa; Controle biológico do mal-do-pé da batata-doce por bactérias antagonistas de isolamento comum e raro – coordenada por Marcelo Ferreira Fernandes; Controle de carrapatos mediante uso de manipueira – coordenada por Tânia Valeska Medeiros Dantas Simões.

O programa é fruto da parceria entre a Fapitec/SE e as secretarias de Estado: Secretaria de Estado da Saúde (SES), Secretaria do Estado da Educação (SEED), do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (SEDETEC), Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento (SEAGRI), Secretaria de Estado do Meio ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) e Secretaria de Estado de Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (SEINFRA).

Na programação, os pesquisadores de diversas áreas apresentarão resultados de pesquisas. A abertura oficial do evento acontecerá às 8h e logo em seguida, a partir das 8h30 acontecerão as apresentações dos projetos.

Serviço:
O que: Seminário de Avaliação do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas.
Quando: Dia 20 de agosto, das 8h30 às 12h30.
Onde: Auditório da Sociedade SEMEAR, bairro São José.

Fonte: Ascom/Seagri

Seidh incentiva produções orgânicas no Perímetro Califórnia

Marta Leão, o prefeito de Canindé Heleno,o vereador Rildo Joasquim e assessoras.

Com o objetivo de incentivar a produção de alimentos orgânicos no Alto Sertão sergipano, a secretária de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos, Marta Leão percorreu, esta semana, os municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, onde visitou os Projetos de Assentamento Florestan Fernandes e os localizados nos perímetros irrigados Jacaré-Curituba e Califórnia, onde são desenvolvidos trabalhos já expressivos na produção de alimentos livres de agrotóxicos e adubos químicos.

Acompanhada pelo Diretor Estadual do MST pelo Setor de Produção, Manoel Antônio de Oliveira Neto, a secretária pôde conhecer, in loco, a produção agroecológica realizada nas áreas de assentamentos do Alto Sertão. Segundo Manoel, a visita teve como objetivo estimular a produção, que significa a geração de trabalho e renda para os assentamentos, fortalecendo grupos de jovens e de mulheres, e mobilizando in loco o conjunto familiar dos assentados.

“A gente visitou grupos de mulheres que já trabalham a agroecologia com o sistema Mandalla ou com a tecnologia social Pais (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), promovida pelos Ministérios de Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário (MDS e MDA) através da Seidh. A visita também buscou organizar a produção agroecológica, de forma a viabilizar a sua comercialização e mercado, para feiras livres e shopping, dos produtos in natura e agroindustrializados. As lideranças do MST parabenizam a secretária por fazer essa visita e buscar esse contato, para sentir a organização da produção dos assentamentos de reforma agrária”, comentou o líder do MST.

Outro destaque das visitas realizadas foi a Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5). Devidamente regulamentada, a Bio5 é autorizada à comercialização dos produtos orgânicos que produz, por meio da venda direta ao consumidor, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), ou do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Composta pelos irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, a Bio5 já está até diversificando a produção, com a introdução da galinha de capoeira criada pelo sistema agroecológico, sob a orientação técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé de São Francisco.

Segundo produtores, na concepção agroecológica de produção, o manejo das aves criadas no fundo do quintal já era feito com alimentação baseada em milho, restos de culturas e de frutas produzidas organicamente por uma das integrantes da associação. Na água de beber, ela colocava limão, alho e arruda, para prevenir doenças. E foi nessa experiência exitosa que os demais produtores se espelharam, associando-a à busca de novas tecnologias, para diversificar sua produção.

Estudos feitos pelo grupo mostram que essas aves levam de quatro a cinco meses a mais para crescer até o abate, tempo muito superior ao que leva um frango de granja [até 39 dias], em virtude da utilização de raças melhoradas e de técnicas que priorizam somente o ganho de peso, como aviários climatizados e ração enriquecida com aditivos químicos industriais. Não fazer uso desses recursos resulta numa produção mais saudável, ecologicamente correta e com maior valor agregado. Por si só, a galinha rústica, de quintal, já oferece vantagens popularmente aceitas em relação à de granja comercial, de postura ou de engorda, como o sabor mais acentuado, rigidez, cor e textura.

O movimento tem adquirido tanta força, que surgiu o Projeto B5-Jovem, em julho passado, que visa introduzir os filhos dos agricultores orgânicos no processo produtivo que o grupo já desenvolve. E, entre as atividades desenvolvidas em prol dos seus integrantes, estão cursos de capacitação. Segundo o técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis, idealizador do Bio-5, esses cursos têm foco no processo de comercialização dos produtos orgânicos cultivados, e na preparação destes membros familiares em técnicas de venda, conservação, normas de higiene e exposição de produtos, para feiras livres e agroecológicas.

As atividades do B5 Jovem estão se utilizando do espaço do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT), uma estrutura instalada no Perímetro Califórnia cedida à Prefeitura de Canindé a partir de convênio com a Cohidro. A intenção dos produtores orgânicos é de utilizar aquela área de 2,2 ha para desenvolver experimentos em adubação orgânica, a partir do plantio de espécies de vegetais leguminosas, visando à recuperação de solos degradados.

De acordo com a secretária Marta Leão, é de extrema importância que o Estado incentive produções desse tipo. “Esses agricultores enfrentam muitas dificuldades na concorrência com os alimentos produzidos de forma tradicional. Então, o Governo de Sergipe estende as duas mãos a estes produtores, oferecendo capacitações, orientações técnicas e abrindo editais, como o que possibilitou a aquisição de um caminhão baú refrigerado pela Associação de Agricultores Orgânicos do Agreste”, concluiu a secretária.

Fonte: Ascom/Seidh

Governo do Estado garante água para 20 mil pela Cohidro e prevê R$ 2 mi do PAA

Milho verde em Lagarto

Foram 40 novos poços na zona rural, só neste ano e junto a outras ações, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) garantiu água para mais de 20 mil pessoas neste período. Já a irrigação pública fez os perímetros irrigados produzirem de goiaba e quiabo, mais de 5 mil toneladas cada, aproximadamente 600 toneladas de milho verde e 600 mil litros de leite, no primeiro semestre. No segundo, a produção terá o incentivo de R$ 1 milhão negociado junto à Conab, mas somado a outros projetos em elaboração, é previsto o dobro deste valor.

Por meio do Proinveste, que através da Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca) disponibilizou a Companhia R$ 11 milhões, a Cohidro busca se reestruturar. Quatro dos seis perímetros irrigados que administra estão recebendo reformas, depois de passarem mais de 25 anos sem tais investimentos. Mas os recursos que o Governo do Estado tomou de empréstimo junto à União também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os pólos de irrigação, como também para a área de poços.

Perfuração de poços

De janeiro até julho, as equipes da Cohidro perfuraram 27 novos poços, sendo que a Empresa também determinou a locação, orientou e fiscalizou a conclusão de outros 13, consumados por licitação e que fazem parte do empenho do Governo do Estado através do “Água Para Todos”, do Ministério da Integração Nacional. É a Empresa Pública a executora dos novos sistemas de abastecimento, que o programa federal destinou à Sergipe.

O Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, informa que os novos sistemas comunitários com poço, do “Água para Todos”, beneficiarão 107 localidades rurais, em 28 municípios. “São localidades escolhidas a partir do um levantamento socioeconômico e tiveram origem numa lista de 144 pré-selecionados por prefeituras, associações comunitárias e outras entidades governamentais. Nosso trabalho consistiu em avaliar, in loco, a real necessidade destas comunidades“, relatou Paulo Sobral, acrescentando que só em 2015 são 1,9 mil pessoas beneficiadas através desses poços do programa e outras três mil, nas demais perfurações da Empresa. Suas equipes também realizaram 34 testes de vazão em novos poços e outras 55 intervenções de manutenção, instalação e recuperação, somando mais 16 mil usuários atendidos no campo.

Proinveste

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, relaciona os investimentos que a empresa está fazendo pro meio dos recursos do Proinveste. “Em equipamentos que estão sendo comprados, são R$ 119 mil em bombas submersas, para tender novos poços. R$ 385 mil em brocas tricônicas, aparelhando as novas perfuratrizes. Em uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, serão empenhados mais R$ 200 mil. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou.

Califórnia

No Perímetro Irrigado em que se pretende investir R$ 4 milhões, em obras e equipamentos pelo Proinveste, o destaque em produção no primeiro semestre foi para a goiaba, que produziu de janeiro a junho 5.075,2 toneladas. A meta anual, para a fruta, é a de triplicar este número e então superar as 9.625 toneladas colhidas em 2014. O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica o porquê do segundo semestre ser mais produtivo. “O crescimento vegetativo das plantas é reduzido no inverno, que em Sergipe é caracterizado pelo período de chuva, de maio a agosto. Depois disso e contando com a água farta e o calor, a propensão é de que a produção aumente, principalmente a das frutas”, informou.

Além da goiaba, o Perímetro Califórnia faz de Canindé de São Francisco o maior produtor de quiabo do Estado e na metade do ano, seus irrigantes já colheram 5.066 toneladas do vegetal, com meta de se equiparar às 15.600 do ano passado. Situação diferente do feijão de corda, que com suas 770 toneladas produzidas até junho, facilmente vai superar as 1.480 de todo 2014. O levantamento parcial apresenta que nesses seis meses o pólo de irrigação já produziu 21.371,76 toneladas de alimentos, o que gerou aos produtores familiares a renda de R$ 21.371,76, nos 701,56 hectares de área plantada.

Piauí

Em Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí se destaca pela produção de diversos tipos de pimentas consumidos em indústrias de alimentos locais. Só da nova variedade jalapeño, até junho, foram colhidas 149 toneladas e 195 da malagueta. No mesmo período, esses agricultores irrigantes produziram 232 toneladas de batata-doce e 380 de milho. Nesses seis primeiros meses, pelo cultivo em 62 hectares irrigados, a rentabilização dos agricultores foi estimada em R$ 3,1 milhões.

No caso do Piauí, Mardoqueu Bodano reforça os investimentos do Proinveste, que irão ser feitos no pólo de irrigação que atende 421 famílias de agricultores. “R$ 572,5 mil estão disponíveis para a recuperação estrutural e dos dutos, nas duas Estações de Bombeamento (EB) do Perímetro, a EB-01 está quase pronta. Outros R$ 241 mil servirão para compra de novas bombas, justamente para reequipar estas EBs em reforma, dando assim mais eficiência no fornecimento de água aos produtores”, colocou o presidente da Companhia.

Jabiberi

No Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em 2010 foi implantando o Programa Balde Cheio de produção de leite. Transferência de tecnologia da Embrapa de São Carlos-SP, via convênio com o Sebrae Sergipe e Banco do Brasil, este que propiciou linhas de financiamento para compra das vacas. Com o auxilio da irrigação fornecida pela Cohidro, os 45 produtores que aderiram ao projeto criam os animais com manejo de pastos rotativos. Nesse sistema, enquanto uma área é usada para pastagem, as outras recuperam aquele capim com a oferta constante de água, para futuramente voltar a receber o gado.

Hoje o rebanho leiteiro do Jabiberi conta com 250 vacas e depois de passar, recentemente, por melhorias na seleção genética desses animais, a produção diária só vem subindo. Nos dados acumulados, de janeiro a junho, teve uma média de produção diária de 3,3 mil litros. Ao todo, o primeiro semestre de 2015 produziu 607.591 litros de leite, o qual foi comercializado in natura ou transformado em 60,75 toneladas de queijo nos laticínios da região. Com preço médio de R$ 0,85, o leite vendido pelos produtores até o momento gerou a renda de R$ 516.452,35.

Conab

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) assiste os irrigantes da Cohidro a partir da compra da produção rural (CPR), durante o período de 12 meses, alimentos que são revertidos em doações para entidades que assistem pessoas em insegurança alimentar. Trata-se do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e as ações do Governo do Estado, que viabilizam este processo fazem parte do programa “Frutos da Terra”. A Empresa Pública atua dando assistência às associações de produtores, para formalizar os projetos-proposta.

Neste ano, são três projetos do PAA já formalizados por agricultores assistidos pela Cohidro nos perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira. São 136 produtores que só aguardam a liberação de pagamento do Governo Federal. Juntos, vão fornecer 534.875 quilos de alimento, para serem doados a 13.960 pessoas, sob uma remuneração total de R$1.087,44 para quem cultiva. São previstos outros três projetos, hoje em fase de coleta de documentação e que pretendem dobrar estes números do primeiro semestre. São outros dois na Ribeira e Piauí e um terceiro no Califórnia, só de produtos orgânicos da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5).

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:03.

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