Perímetros irrigados estaduais iniciam ‘doação simultânea’ ao Programa de Aquisição de Alimentos da Conab

Com irrigação, assistência técnica para lavoura e formalização dos projetos, Coderse facilita acesso dos produtores ao PAA desde 2008, entregando mais de quatro mil toneladas de alimentos para pessoas carentes de Sergipe

Cinco associações de produtores dos perímetros de irrigação estaduais começaram, em novembro, as primeiras entregas ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mantido pela Conab, na modalidade ‘compra com doação simultânea’. São 127 agricultores assistidos pelo Governo do Estado, produzindo alimentos em benefício de 15,5 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Elas vão receber, em entregas quinzenais, 230 toneladas de produtos da irrigação pública. 

São 10 meses de vigência para os projetos propostos pelos agricultores irrigantes dos perímetros irrigados estaduais Piauí, em Lagarto; Jacarecica II, em Malhador; Poção da Ribeira, em Itabaiana; e Califórnia, em Canindé de São Francisco. No período, eles serão remunerados com um montante de R$ 1,27 milhão. São beneficiadas as famílias carentes assistidas pelos centros de referência de assistência social (Cras) de Canindé, Divina Pastora, General Maynard, Lagarto e Santa Rosa de Lima.

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), acompanha os irrigantes dos perímetros, oferecendo um assessoramento na formalização e cadastro junto ao Governo Federal. 

Para o diretor-presidente da empresa, Paulo Sobral, a iniciativa é de fundamental importância para a agricultura familiar. “Beneficia o produtor rural, que tem a segurança de comercializar seus produtos com valor justo e, principalmente, as pessoas em insegurança alimentar. O Governo do Estado, por meio da Coderse, estimula e dá a condição para que os agricultores tenham esses produtos o ano todo e, com isso, possa atender esse e demais programas aqui no estado de Sergipe”, considerou Paulo Sobral. 

Desde 2008, a companhia apoia os irrigantes no PAA, gerando a doação de mais quatro mil toneladas de alimentos. 

Lagarto e General Maynard

A primeira associação a entregar os alimentos, no dia 12 de novembro, foi a do Povoado Fazenda Grande, formada por irrigantes do perímetro Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. 

A agricultora Patricia Santos Ferreira Santana e outros 29 produtores iniciaram o envio das quase 60 toneladas de alimentos que atenderão, durante 10 meses, 3.500 pessoas assistidas pelo Cras de General Maynard. “A vida no campo não é fácil, mas é maravilhosa. Só de colher o fruto do que a gente plantou, é maravilhoso. E esse PAA é muito bom porque repassa as mercadorias com preço justo. Isso mostra que o programa valoriza o trabalho no campo. E a Coderse é muito importante para gente porque, além do fornecimento da água, tem os técnicos que nos auxiliam. Quando a nossa roça dá alguma praga, eles nos orientam. A Coderse, aqui, é de suma importância. A irrigação é muito boa, para que a gente tire a nossa plantação”, avaliou Patricia.

Canindé

Presidente da Associação dos Agricultores Irrigantes de Canindé de São Francisco (Assai) e irrigante no perímetro Califórnia, Ozeias Beserra avalia que o PAA gera renda para o agricultor e diminui a insegurança alimentar no município. “Isso é um programa muito importante onde todo mundo sai ganhando. Desde a produção, até a elaboração do projeto, a Coderse vem nos ajudando. A Coderse fornece água, de inverno a verão, nove horas por dia, para que o produtor tenha a capacidade de produzir alimento durante o ano todo. Se não fosse a Coderse, a gente não conseguiria participar do PAA”, analisou. 

A Assai realizou sua primeira entrega no último dia 27, atendendo ao Cras mantido pela prefeitura daquele município do alto sertão, com 2.360 quilos de banana, batata-doce, melancia, goiaba, abobrinha, alface, couve, coentro, macaxeira, tomate, acerola, melão maracujá, milho e quiabo. São 32 agricultores do perímetro irrigado que vão fornecer, durante 10 meses, mais de 54 toneladas de alimentos para beneficiar três mil pessoas atendidas pelo Cras municipal. 

No dia da entrega da Assai, Conab, prefeitura municipal, associação, produtores e a Coderse, realizaram reunião introdutória sobre as regras do PAA. Coordenador do PAA na companhia federal em Sergipe, Francisco Carlos expõe que o programa atende a quase todos os 75 municípios de Sergipe, recebendo, em 2025, a inscrição de cerca de 120 projetos de compra da produção para a ‘doação simultânea’. Além do Cras, ele anuncia que o PAA vai passar a também fornecer alimentos ao programa Cozinha Solidária, também do Governo Federal.

“Atualmente, estamos participando em 80 projetos e aqui em Canindé é um deles, onde vai amenizar o custo da prefeitura. Os produtores vão fazer essa venda para Conab e doar diretamente para o Cras. E a Coderse é um dos grandes parceiros da gente. Tem nos ajudado muito nos perímetros, na questão da documentação, na qualidade dos produtos, que é muito importante. É uma ferramenta do governo estadual em parceria com o federal, que está melhorando a vida do homem do campo”, justifica Francisco Carlos.
 

Sergipe participa do Congresso Latino-Americano de Dessalinização e Reuso de Água em São Paulo

Até o fim de 2025, serão 34 comunidades e cerca de 2.760 famílias sergipanas atendidas por dessalinizadores mantidos ou implantados via Coderse

O Congresso da Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reuso de Água (ALADYR) 2025 teve início na última quarta-feira, 6, e segue até esta sexta-feira, 8, em São Paulo/SP, com mais de 300 participantes de 12 países. Uma das experiências brasileiras em evidência no evento é o Programa Água Doce (PAD), com 21 anos de atuação e que em Sergipe é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), sendo executado pelas suas empresas vinculadas, as Companhias de Desenvolvimento Regional (Coderse) e Agropecuário (Emdagro).

O Governo de Sergipe mantém 29 unidades do PAD, está concluindo mais três e pleiteia outras 11. Até o fim do ano, serão 2,6 mil famílias atendidas pelo programa no estado. O coordenador do Núcleo Estadual do PAD, Vandesson Carvalho, está no Congresso da ALADYR, participando de atividades e levando as demandas da agenda do programa em Sergipe.

“Nesta quinta-feira, já participamos de reunião com o Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas e Planejamento em Segurança Hídrica (DRHB), seguida da apresentação do PAD feita pelo Secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira, ambos do MIDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional)”, informou Vandesson. Ele explicou ainda que, por meio da Coderse, é feito o acompanhamento frequente das unidades do PAD, com a manutenção, recuperação ou troca de equipamentos em dessalinizadores e poços tubulares profundos.

Na reunião que Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte e Minas Gerais participaram, o diretor do DRHB, Nelton Miguel Friedrich, abordou o compromisso que a gestão dos
sistemas de abastecimento têm com a destinação correta dos rejeitos da dessalinização. “A pauta tratou do alinhamento do novo termo de compromisso e ampliação dos sistemas, voltado ao reuso e saneamento básico nas áreas rurais, com esses estados”, pontuou.

A partir deste diálogo já feito no Congresso, foi possível agendar a participação de Sergipe em reunião em Brasília, e assim fortalecer a destinação dos recursos do
PAD para o estado. “Estamos nas tratativas finais para que Sergipe receba mais 11 sistemas do Água Doce, somando 43 unidades de dessalinização. Além desses do PAD, a Coderse também implantou, em 2023, outros dois sistemas de dessalinização em comunidades de Poço Verde e Riachão do Dantas. Com isso, ainda neste ano, de três novos sistemas do PAD, serão cerca de 2.760 famílias sergipanas atendidas diariamente com água potável de dessalinizadores”, complementou Vandesson Carvalho.

Governo fortalece agricultura familiar de Sergipe por meio do fomento e assistência técnica

Gestão estadual tem priorizado a atividade, que colhe bons resultados em diversas culturas, que contribuem para a economia sergipana

Cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são de agricultores familiares, segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Aqui no estado, como em todo Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção de alimentos que vão diretamente para o consumo diário da população e tem importância significativa na economia sergipana. A força que hoje tem a agricultura familiar em Sergipe reflete, também, o incentivo oferecido pelas ações e políticas públicas implementadas pelo Governo do Estado, que tem fortalecido as principais atividades produtivas.

Nesta sexta-feira, 25 de julho, quando se celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar, os bons resultados obtidos pelos pequenos produtores são destacados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A produção de arroz no baixo São Francisco, a laranja produzida no sul sergipano, a pecuária leiteira do alto sertão, a ovinocaprinocultura no agreste e sertão, e a produção de mandioca na região centro-sul são bons exemplos de atividades agropecuárias significativas para a economia do estado, com participação importante do agricultor familiar. Regulamentada no âmbito federal pela Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, a atividade é constituída de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, aquicultores, extrativistas e pescadores.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, o Governo de Sergipe tem priorizado as atividades da agricultura familiar, por meio da Seagri e suas empresas vinculadas (Emdagro, Cohidro e Pronese). “Por meio destas empresas, o governo presta assistência técnica rural, pesquisa agrícola, fomento à produção irrigada e áreas de sequeiro, assim também como defesa sanitária e ação fundiária”, explica o gestor.

Fortalecimento da agricultura
Uma das ações de fortalecimento da agricultura executadas pela Seagri é o de distribuição de sementes de milho e arroz. Por meio do programa Sementes do Futuro, o Governo de Sergipe já investiu R$ 12,7 milhões com a entrega de 980 toneladas de sementes (milho e arroz) distribuídas para agricultores de 60 municípios.  De acordo com a secretaria, a ação visa fortalecer a agricultura familiar no estado, garantindo acesso a sementes de qualidade e incentivando a produção agrícola.

Por meio deste trabalho da Emdagro, o agricultor Adalgido Correia da Silva, 42 anos, foi contemplado no Sementes do Futuro. Natural de Nossa Senhora da Glória, ele possui uma pequena propriedade na Colônia Paulo Freire 2, sendo beneficiado com sementes de milho de qualidade, gerando uma produção eficiente. “Esse programa nos auxilia bastante, a quantidade de sementes já me ajuda muito. A semente boa e selecionada normalmente é cara, de custo alto, e isso já nos dá uma economia. Aqui no assentamento, são 30 famílias e todas elas recebem. As famílias gostam muito do programa, tanto que querem mais, porque, às vezes, as sementes acabam rápido”, conta.

O governo também tem investido na agricultura irrigada. São 14.415 pessoas beneficiadas nos 1.674 lotes dos seis perímetros públicos irrigados, administrados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Mais de 122 mil toneladas de produtos agrícolas, com o valor total da produção de R$ 249.055.276,00, foram comercializadas nos seis perímetros irrigados, apenas no ano de 2024.

Nesses perímetros, o governo faz investimentos em obras, como serviços de limpeza e reforma de canais, conserto de adutoras, recuperação de equipamentos, drenagem e limpeza em estações de bombeamento, recuperação de hidrantes, estradas e manutenção nos lotes. “Com estas ações, o Governo do Estado melhora a oferta de água para irrigação e a segurança operacional dos perímetros públicos”, destaca o presidente da Coderse, Paulo Sobral.

Uma das irrigantes, a agricultora Nivalda Santos Silva, que há 13 anos cultiva hortaliças no povoado Mangabeira, no município de Itabaiana, abastecido pelo perímetro irrigado Poção da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe, ressalta os benefícios das iniciativas governamentais. Ela vende sua produção em diversas localidades, incluindo Aracaju, Feira de Santana e outros municípios da Bahia.

Participante do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) há oito meses, Nivalda explica que o programa tem sido importante para sua estabilidade financeira. “O PAA facilita muito nosso trabalho, pois já sabemos para onde nossa colheita será destinada. Isso dá segurança para continuar investindo na produção”, relata.

Já naquelas áreas de sequeiro, que o plantio depende das chuvas, o governo implementa o Programa Garantia Safra, em parceria com Governo Federal e municípios. Agora em 2025, o seguro atendeu aos 14.689 agricultores cadastrados que tiveram perdas referentes à safra de 2023/2024. Foram injetados. R$ 17.626.800,00 na economia dos municípios. Para a próxima safra 2024/2025, serão 18.512 agricultores inscritos em 24 municípios sergipanos.

Regularização fundiária

O programa de regularização fundiária, coordenado pela Emdagro, é uma política de Estado que visa democratizar e otimizar o uso da terra em Sergipe, por meio da execução de cadastramento de imóveis rurais, com produção de base cartográfica digital, georreferenciamento e titulação de imóveis. São 4.285 títulos de terra emitidos no período de 2023 a 2025. A ação garante a segurança jurídica para o beneficiário e para os seus herdeiros, além da valorização da propriedade. O título de terra contribui, ainda, para o acesso a crédito agrícola, para os direitos sociais da Previdência, como a aposentadoria rural, auxílio maternidade, vários benefícios e programas do Governo Federal.

Nos últimos dois anos e meio, o programa beneficiou famílias dos municípios de Aquidabã, Arauá, Brejo Grande, Campo do Brito, Canindé de São Francisco, Cristinápolis, Frei Paulo, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Simão Dias e Umbaúba. “A atual gestão foi a que mais entregou títulos de terra na história de Sergipe. E o Governo do Estado já determinou, por meio da Seagri e Emdagro, a titulação de todas as colônias agrícolas do sertão. Já começamos por Canindé de São Francisco e, até o fim do primeiro semestre do próximo ano, 100% das colônias agrícolas do sertão estarão tituladas, beneficiando cerca de 1.500 famílias”, informa o presidente da Emdagro, Gilson dos Anjos.

Para a agricultora Mailde Mesquita da Silva, de 45 anos, a garantia de posse do terreno no qual ela e o marido, José do Santos, plantam amendoim, feijão, mandioca, milho, coco e laranja, traz mais tranquilidade para o presente e para o futuro. “A equipe da Emdagro veio aqui e nos deu todo o apoio. Nós não pagamos nada e é muito bom, porque serve para que nós dois possamos nos aposentar. Também vai ser bom para minha menina, que é filha única”, pontua.

A identidade do agricultor familiar

Com o trabalho da equipe técnica do Governo do Estado, por meio da Emdagro, mais que dobrou a meta de Cadastros de Agricultor Familiar (CAF), chegando ao expressivo resultado de 56.460 CAFs emitidos. O documento tem um papel fundamental na identificação e qualificação das Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) e suas formas associativas, como associações e cooperativas. Com ele, os agricultores têm acesso a uma gama de políticas públicas, incluindo Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), Garantia-Safra, linhas de crédito, entre outros programas essenciais para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. 

O agricultor Gilmar da Cruz Alves, 46 anos, morador da Serra Comprida, localizado entre as cidades de Itabaiana e Areia Branca, reforça a importância desse documento. “Com o CAF, conseguimos participar de programas como o PAA, o que nos dá mais segurança porque já sabemos para onde nossa produção vai”, pontua.

Incentivos para pequenos pecuaristas

A Secretaria de Estado da Agricultura destaca várias ações desenvolvidas para apoiar o pequeno criador. Entre as ações estão a inseminação artificial de gado, caprinos e ovinos, a vacinação gratuita contra brucelose e clostridiose, a execução de programa que ajuda no escoamento da produção e consumo de leite (PAA-Leite), regularização dos laticínios (SIE, SIB), incentivo fiscal para venda do gado, liberação de crédito para a pecuária –por meio do Banese –, além da inspeção, fiscalização agropecuária e insumos agropecuários e o programa Mão Amiga Bacia Leiteira.

Apenas por meio do programa de melhoramento genético, nos últimos dois anos e meio foram inseminados 1.054 bovinos e 177 ovinos e caprinos. A propriedade de Genildo Alves é classificada como bom exemplo de melhoramento genético, que também inclui os melhoramentos alimentar e nutricional. A Emdagro levou todo equipamento, material e, inclusive, enviou o profissional para fazer a inseminação. Desde a introdução, já nasceram oito animais por meio desta técnica na propriedade.

Embora seja uma área de apenas nove hectares, as terras de Genildo são consideradas um grande sucesso de produtividade. “Tenho 25 cabeças de gado. Eu, minha esposa e minha filha vivemos dessa produção, que basicamente é vendida para Glória. A Emdagro sempre acompanha o rebanho, a reprodução e a inseminação”, detalhou o criador.

Novos investimentos

O secretário Zeca da Silva pontua novos investimentos. “O Governo de Sergipe não para por aqui. Reconhecendo a importância do setor, o governo está investindo R$ 400 milhões em três grandes ações: a construção da Adutora do Leite; implementação da Citricultura Sustentável; e a implantação do Projeto Sertão Vivo, esse último com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para a região do semiárido. Além dessas, dezenas de ações permanentes são realizadas por meio da Coderse, Pronese e da Emdagro voltadas à segurança hídrica, defesa animal e vegetal, regularização fundiária, pesquisa e assistência técnica aos produtores.

“Nós temos um governo que acredita e fomenta a agropecuária, temos agentes financeiros investindo bastante para fortalecer o setor e um mercado consumidor bastante favorável e crescente. Somado a todo esse leque de oportunidades, não podemos deixar de acreditar que o setor agropecuário – mesmo o pequeno, o da subsistência – seja parte importantíssima nas vidas brasileiras e sergipanas, garantindo a segurança alimentar”, complementa o secretário da Agricultura.

Técnicos do governo estadual levam experiência de uso da calda sulfocálcica para agricultores do Jacaré-Curituba

Fungicida, acaricida, inseticida e fertilizante, receita caseira é barata e bem aceita entre irrigantes atendidos pela Coderse e Codevasf no alto sertão

Laudelino Ferreira é o irrigante do Jacaré-Curituba em que primeiro experimentou a aplicação de calda sulfocálcica // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Já conhecida há mais tempo pelos agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia — mantido pelo Governo de Sergipe, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano — a calda sulfocálcica é um defensivo agrícola de preparo caseiro eficiente em plantações de goiaba, manga, coco, limão, pinha, acerola, dentre outras. Há cerca de um ano teve início uma cooperação técnica com o vizinho Projeto Público de Irrigação Jacaré-Curituba, federal, que está preparando os técnicos agrícolas e produtores rurais para também usarem a solução de baixo custo.

A calda sulfocálcica é feita da mistura de enxofre e cal virgem em água fervente, que age como fungicida, acaricida, inseticida e também fornece os nutrientes cálcio e enxofre às plantas. Na receita do perímetro Califórnia, o custo da solução chega aos R$ 0,40 por litro. Quem ensina a fórmula e suas aplicações é o técnico agrícola Luiz Roberto Vieira, da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

“Fica um custo lá embaixo. Em um tambor de 200 litros de água vai pegar 10 de enxofre, que custa R$10,00 e 10 de cal, que custa R$ 70,00. Um excelente custo-benefício. Tem tripla ação com uma vantagem de ter 19% enxofre, que é adubo foliar e 6% de cálcio”, ensinou o técnico agrícola da Coderse. Em Canindé a companhia estadual administra o perímetro Califórnia, fornecendo água de irrigação e assistência técnica para 337 produtores rurais.

Cooperação técnica

O Jacaré-Curituba é administrado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Segundo o seu técnico em agropecuária e extensionista, Avelange Santos, uma cooperação técnica com o perímetro Califórnia foi criada a partir da iniciativa dos agricultores irrigantes assistidos no projeto público de irrigação federal. Eles procuraram a equipe técnica do Jacaré-Curituba para também usar a calda sulfocálcica em suas lavouras, em Canindé e Poço Redondo. 

“Os produtores já tinham conhecimento, através da televisão, que ela seria útil no controle de algumas doenças nas culturas. E aí, como a gente não tinha na época a prática, com a parceria dos técnicos da Coderse podemos replicar essa atividade aqui, no Jacaré-Curituba. O mais interessante é que alguns produtores tiveram a habilidade de aprender e eles mesmos passaram a confeccionar e fazer a aplicação. Então, não se limitou apenas aos técnicos”, reforçou Avelange Santos. 

O extensionista Avelange conta que sempre ocorreram parcerias frutíferas com o perímetro irrigado estadual e antes de fabricarem a calda sulfocálcica, os agricultores puderam ver de perto a sua eficiência. “Inclusive, a gente também fez intercâmbio com outros produtores do Califórnia. Levamos nossos produtores para conhecer algumas experiências que estão dando certo, para controle de pragas e doenças. E isso está sendo muito gratificante”, concluiu.

Manga

“Eles não conheciam o procedimento e o pessoal da Codevasf falou com a gerência do nosso perímetro, que autorizou que eu viesse para cá junto com eles para que eu pudesse demonstrar na prática como era o processo do uso da calda. A minha dúvida na época era se daria certo na cultura da manga, porque eu nunca tinha usado. Fizemos 400 litros e depois foi mais 800. Tudo foi aplicado em 971 pés de manga”, recordou o técnico do perímetro Califórnia, Luiz Roberto.

Laudelino Ferreira é o irrigante do Jacaré-Curituba em que primeiro experimentou a aplicação de calda sulfocálcica em suas 971 mangueiras, há cerca de um ano, e conta que já viu o resultado. “A calda é muito boa. A produção estava sendo baixa, quando passei pela primeira vez, tive renda com a produção. Para mim este ano foi bom e no próximo vai estar melhor. O custo é acessível e o benefício é incalculável”. 

Um dos diferenciais para Laudelino Ferreira usar a calda sulfocálcica é a baixa toxicidade. Ele adota o não uso de agrotóxicos. “Eu não gosto de passar veneno. Prejudica a gente que passa, a natureza e também quem vai se alimentar com o fruto”, finalizou o agricultor, que a partir da ajuda dos técnicos da Codevasf e Coderse já produz o seu próprio defensivo.

Ação do Governo do Estado na limpeza das barragens é destacada pela secretaria municipal da Agricultura de Aquidabã

Foram concluídos serviços de limpeza e ampliação em 18 reservatórios, sendo quatro de médio porte, auxiliando diretamente o município

Mais uma vez a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) marcou presença no ‘Sergipe é aqui’, desta vez na 52ª edição, em Aquidabã, levando serviços de desenvolvimento de recursos hídricos para a população do campo. Ao mesmo tempo, a Companhia expôs seu trabalho realizado na região de seminário do estado via maquete de um sistema de abastecimento do Água Doce, programa federal executado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri).

Em Aquidabã, a Seagri e a Coderse, em parceria com a Prefeitura Municipal, estão executando os serviços de abertura, limpeza e recuperação de barragens de terra, para acúmulo de água das chuvas para dessedentação do rebanho no município. Máquinas e operadores estão atualmente trabalhando no município e já foram concluídos 18 reservatórios – sendo quatro de médio porte – nos povoados Mucambo, Arranhento, Assentamento João Félix, Lagoa do Segredo, Saco de Areia, Segredo e sede municipal.

“Em todo estado, neste ano e em serviços executados pela Coderse, foram preparadas para o período de estiagem 326 aguadas, sendo 16 delas de médio porte. Além de Aquidabã, também foram atendidos os municípios de Canindé de São Francisco, Feira Nova, Gararu, Itabi e Poço Redondo. O foco principal é o aumento da capacidade de armazenamento de água das chuvas para dar de beber ao gado no sertão”, enumerou o diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena. Ele informou ainda que, de 2023 para cá, já são 1.079 ações nessas barragens de terra.

A secretária Municipal de Agricultura de Aquidabã, Maria Gressi de Santana Silveira, informou que com os trabalhos desta semana, já foram atendidos oito povoados do município. Segundo ela, algumas barragens tinham mais de 40 anos sem limpeza.

“Nós, graças a Deus, através do nosso Governo do Estado, da parceria com a prefeitura e a Coderse, estamos conseguindo realizar esse programa de limpeza dos açudes comunitários, que foi recebido com muita esperança. O atendimento da Coderse é nota mil, temos um diálogo muito aberto. A gente só tem que agradecer”, avaliou Gressi.

A secretária também destacou a necessidade que Aquidabã tem pelos serviços. “Somos atingidos por vários períodos de seca, e várias comunidades sofrem com a escassez da água para o consumo animal e produção de alimentos”, ressaltou.

Crédito rural movimenta R$ 1,5 milhão no perímetro irrigado Califórnia

Técnicos da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe atuam na formalização de produtores e na elaboração de propostas para que agricultores tenham acesso a crédito para investimento ou custeio de empreendimentos

Agricultores do município de Canindé de São Francisco têm recebido assistência técnica do Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) – empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – para elaboração de projetos e obtenção de crédito rural, junto ao Banco do Nordeste (BNB). Orientados por técnicos da companhia, que atuam na formalização dos produtores e na elaboração das propostas, os agricultores do perímetro irrigado Califórnia obtêm crédito para investimento ou custeio de empreendimentos, inclusive a compra de veículos para o escoamento da produção. O montante financiado pelos irrigantes até o momento chega a R$ 1,5 milhão só neste perímetro do sertão, com a realização de 54 projetos.

Conforme observa o técnico agrícola da Coderse, Luiz Roberto Vieira, a implantação do Pronaf B, no Califórnia, foi importante para resolver um problema latente no perímetro: a descapitalização da maioria dos pequenos agricultores. “Aqui, os grupos B e Variável, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foram determinantes e se encaixaram perfeitamente à necessidade dos agricultores. Hoje, eu posso dizer que é uma realidade, pois já temos 54 projetos aqui, sendo 39 aprovados e 15 em apreciação, pela equipe do agente financeiro”, disse ao destacar que o Pronaf serve para tudo no campo e, além da assistência técnica, também a água fornecida pelo governo é de suma importância para a produção agrícola.

Orlando Moura é produtor rural do perímetro e optou por um sistema de irrigação de microaspersão, para sua lavoura. Para isso, contratou um financiamento de R$ 12 mil e investiu na compra de microaspersores em 1,65 hectares. Já o filho construiu um curral, com outro financiamento em nome dele, dentro da mesma unidade produtiva familiar. “Esse projeto foi muito bom, economizou tanto no serviço, como na quantidade de água. Antes eu me aperreava para molhar uma área pequena, agora, estou despreocupado. Eu investi todo o montante na irrigação e não me arrependo”, afirmou.

Também para o produtor rural Glicério Caetano, obter o financiamento foi muito importante. “A gente aqui costuma trabalhar com o próprio recurso, que é muito pouco. Então, quando o Banco do Nordeste fez esse financiamento para a gente, foi, como diz o ditado: uma mão na roda, e todo mundo ficou satisfeito. No meu caso mesmo, plantei 200 mudas de goiaba. Se fosse para eu fazer com recursos próprios, até conseguiria, mas teria que ir arrastando um pouquinho, então isso me aliviou muito”, enfatizou.

Linha de crédito

O Pronaf B tem taxas de juros bem acessíveis e prazo para pagamento a depender da atividade, que pode ser de até três anos, com parcelas semestrais ou anuais para quitar o financiamento. O empréstimo pode ser renovado e, a depender do perfil do agricultor familiar, o financiamento tem juros subsidiados. “A Coderse identifica os irrigantes habilitados e com interesse no financiamento, que são assessorados quanto a documentação necessária para formalizar os projetos”, explica Luiz Roberto, da Coderse.

Clima junino aquece as vendas na Central de Abastecimento de Sergipe na véspera de São João

Principal estrela das festas juninas, o milho verde tem gerado boas expectativas entre os comerciantes e consumidores; a previsão é de aumento de 50% na produção em 2025

O clima junino impulsiona as vendas na Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju. Nesta segunda-feira, 23, véspera de São João, o movimento começou cedo, com barracas lotadas de espigas de milho e clientes circulando com sacolas cheias. Administrada pelo Governo de Sergipe, a Ceasa é protagonista na economia e na cultura do estado neste período, que aquece a cadeia produtiva e mantém vivas as tradições nordestinas.

Principal estrela das festas juninas, o milho verde tem gerado boas expectativas. Quem vive da venda desse tipo de produto comemora o bom momento, como Sérgio Sampaio Souza, conhecido como ‘Borracha’. O comerciante trouxe o produto diretamente do município de Aquidabã e falou com otimismo sobre a expectativa da venda do produto no período.  “Está vendendo bem, graças a Deus. A Ceasa está abastecida, está saindo e chegando mais milho. Não vai faltar para ninguém. Dá pra tirar um trocadinho e garantir o sustento”, revela.

Na banca de dona Maria Aparecida de São José de Oliveira, que vende há cerca de dois anos na Ceasa, o movimento surpreendeu positivamente. “Hoje e ontem foram os melhores dias de venda do mês, está saindo muito milho. O meu vem de Itabaiana, mas chega de todo canto. Tem milho para todo mundo. Está de trinta, quarenta, cinquenta reais, a depender. Tem gente que não pode comprar uma mão por cinquenta, mas quem procura acha mais em conta”, frisa.

Por conta do feriado, a Ceasa tem horário de funcionamento alterado. Nesta segunda, o espaço tem funcionamento até às 17h. Já nesta terça-feira, 24, Dia de São João, a Central funcionará das 3h às 13h. 

Consumidores satisfeitos

Entre os compradores, o servidor público José Paixão, morador de Nossa Senhora do Socorro, veio em busca dos ingredientes para uma noite junina em família. “Comprei milho, coco e outros derivados. Vim aqui por ser mais prático e ter variedade. O São João é nossa identidade, então não pode faltar”, expõe. 

Para Marizete Santos Nascimento, que costuma visitar o Ceasa apenas uma vez por ano, o milho também é essencial. “Esse ano eu não plantei, então, vim comprar. A mão está quarenta reais, mas vale a pena. Vou fazer canjica, cozinhar, fazer de tudo. Moro com meus netos e, graças a Deus, ainda mantenho essa tradição de acender fogueira e celebrar São João”, conta. 

Além do milho, o Ceasa oferece uma diversidade de produtos típicos da época, como macaxeira, amendoim, coco seco e laranja. Débora dos Santos de Jesus, que trabalha com comidas típicas o ano inteiro, destaca o aumento da procura neste período. “A demanda está grande, principalmente por canjica, pamonha, bolo, sarolho, pé-de-moleque. Os preços estão razoáveis, mesmo assim, aqui ainda é o melhor lugar para encontrar tudo isso junto”, destaca. 

Demanda atendida 

Grande parte dos vendedores do produto na Ceasa é oriunda do povoado Colônia 13, em Lagarto, e o milho comercializado vem do Perímetro Irrigado Piauí, gerido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Segundo o órgão, há uma expectativa de aumento de 50% na produção, em 2025, em relação ao ano anterior. A previsão para o período junino deste ano é de 4.591.300 espigas, cultivadas em uma área estimada de 157,2 hectares, com uma produção total de cerca de 1.955 toneladas.  

De acordo com o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o planejamento estratégico do Governo do Estado tem sido essencial para garantir a oferta do produto mais procurado do mês junino. “A oferta de milho verde está sendo suficiente para atender a demanda no Ceasa Aracaju, o principal ponto de concentração da produção estadual no mês junino. Nos perímetros irrigados, mantidos pelo Governo do Estado, já prevíamos um aumento de 50% na produção e isso contribuiu positivamente para a oferta do milho verde para Sergipe e até outros estados”, destaca.

Conforme Paulo, há, ainda, outros incentivos, como o Programa Sementes de Futuro, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). “Foram investidos R$ 7,5 milhões para doar 527 toneladas de sementes de milho à agricultura familiar, entre 2023 a 2025. E o Governo do Estado reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2% na venda do milho em grão. Como resultado e antes de garantir o milho destas festas juninas, o agricultor sergipano alcançou a maior produtividade em quilos por hectare na produção nacional de grãos de 2024, quando também foi registrada uma safra recorde de mais de 1 milhão de toneladas de milho em Sergipe”, afirma. 

Agricultores de Lagarto produziram quase 11 mil toneladas de produtos agrícolas em 2024, 116,5% a mais que no ano anterior

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe atende, com água de irrigação e assistência técnica, 421 unidades produtivas no perímetro Piauí

Há 38 anos a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) administra o Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no centro-sul do estado. Nesta sexta-feira, 25, os agricultores irrigantes do perímetro e toda a população rural lagartense teve acesso aos serviços que a empresa oferece em sua sede, em Aracaju, inclusive relacionados a perfuração e instalação de poços tubulares, enquanto os demais lagartenses conheceram mais esse trabalho realizado na irrigação pública, segurança alimentar, infraestrutura hídrica e dessalinização. Isso porque o Governo do Estado transferiu, simbolicamente, a capital de Sergipe para a sede do município por um dia, na 46ª edição do ‘Sergipe é aqui’.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse atende, com água de irrigação e assistência técnica, 421 unidades produtivas no perímetro Piauí. Juntas, elas colheram quase 11 mil toneladas de produtos agrícolas em 2024, aumento de 116,5% em relação ao ano anterior (5.100T). Em lavouras que utilizaram 430 hectares de área irrigada. O valor total dessa produção anual foi de mais de R$ 7,5 milhões, revertidos em renda para os agricultores.

Helenilson Santos é produtor irrigante no perímetro Piauí. Planta milho, feijão-de-corda, amendoim e batata-doce. Animado com o preço de venda desta última, de R$ 3,00 o quilo da raiz, o agricultor pretende fazer um novo cultivo em breve, usando microaspersão na sua propriedade irrigada. Hoje ele aplica os tratos culturais do milho verde que vai colher no período junino.

“A expectativa é muito grande, em parceria com a Coderse e a Secretária de Agricultura do município. Tivemos um movimento, para fazer com que a produção pudesse crescer ainda mais. Vamos com alegria, força e fé para que este ano a gente bata o recorde, mais uma vez, de produção. Além da água, temos todo o apoio técnico do pessoal da Coderse, todo o apoio psicológico; eles nos incentivam. Estamos unidos no campo com a Coderse para melhorar a qualidade de vida do ser humano”, colocou. 

Entre 2023 e 2024, houve um investimento de mais de R$ 2 milhões, em recursos do Estado, na manutenção elétrica, mecânica ou substituição de motores e bombas e dos seis perímetros irrigados administrados pela Coderse. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite considera a irrigação pública como essencial para a segurança alimentar dos sergipanos. “Há vários anos, a cesta básica registrada em Aracaju é a mais barata do país, e o que é produzido nos perímetros do Governo de Sergipe influencia na maioria dos produtos pesquisados. Com irrigação, se produz mais e com maior diversidade. São colheitas o ano inteiro e não há perda por conta da falta de chuvas”, pontuou.  

Segurança alimentar

A assessoria dos técnicos da Coderse refletiu positivamente para que 23 agricultores irrigantes do perímetro irrigado de Lagarto participassem do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na modalidade ‘Compra com doação simultânea’, em 2024. Eles entregaram 83,2 toneladas de alimentos que beneficiaram quatro mil pessoas em situação de insegurança alimentar de General Maynard, no leste sergipano, durante dez meses, repercutindo em R$ 344.995,97 de renda para esses produtores pela comercialização dos alimentos.

“Em 2025, são 65 produtores, de três associações de irrigantes de Lagarto que fizeram proposta para Conab de entregar para o PAA mais de 180 toneladas de Produtos. Alimentos que podem beneficiar até dez mil pessoas carentes. Se forem aceitas as propostas, esses agricultores irão receber, no período de dez meses, quase R$ 975 mil pelo total das entregas de alimentos. Um grande incentivo para produzir usando a irrigação da Coderse”, avaliou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

Infraestrutura hídrica

Em 42 anos de atuação da empresa, são mais de 210 poços perfurados pela Coderse em Lagarto. Nas ações de bombeamento com limpeza e teste de vazão, instalação, recuperação e manutenção de poços, feitas pelas equipes da companhia estadual, foram investidos R$ 72.837,83 em recursos do Governo do Estado, beneficiando cerca de 7,3 mil lagartenses, entre 2023 e 2024. Diretor de Infraestrutura Hídrica da Coderse, Ernan Sena, conta que a novidade do setor são os três sistemas de dessalinização que o Governo do Estado vai entregar em breve.

“É um trabalho desenvolvido na região de semiárido, onde tem pouca oferta de água para população rural. Trouxemos para o ‘Sergipe é aqui’, para a população de Lagarto conhecer a maquete de uma unidade do Programa Água Doce, coordenado em Sergipe pela Seagri e executado com as suas empresas vinculadas. Por meio da Coderse, o programa está concluindo a construção de três novos sistemas de abastecimento em Porto da Folha, Poço Verde e Carira. A partir disso, Sergipe terá 32 sistemas de dessalinização e vai atender aproximadamente 6.400 famílias com água potável”, concluiu Ernan Sena.

Programa Sementes do Futuro impulsiona a agricultura familiar nos perímetros irrigados

Nas áreas com irrigação pública estadual, o programa ganha versatilidade, pois o milho pode ser cultivado fora do período de chuvas

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, participou da distribuição de sementes no Jacarecica II // Foto: Coordenação Operacional de Irrigação da Coderse

O Programa Sementes do Futuro, do Governo de Sergipe, atende agricultores familiares dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). São 2,6 toneladas de sementes para 264 produtores irrigantes que, com a irrigação, podem plantar em qualquer época do ano. A empresa é vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que está beneficiando mais de 20 mil produtores rurais com 206 toneladas de sementes de milho selecionadas em todo estado, investindo R$ 3 milhões.

Agricultores como Maria Isabel dos Santos, irrigante do Perímetro Irrigado Jacarecica II no assentamento Santa Maria, ressalta a importância da entrega pontual das sementes, que permite um plantio eficiente e aproveita melhor as condições climáticas.Ela agradece e destaca a relevância da parceria com o Governo do Estado para a produção de milho. “Estou agradecendo a semente que chegou em dia, no tempo certo, precisamos plantar para colher. As pessoas comem o que a gente planta. Vamos fazer com que esse milho chegue na mesa de vocês, povo da cidade. Favoreça e mantenha com que o agricultor viva no campo, comprando nosso milho quando chegar aí”, recomenda Maria Isabel.

A entrega das sementes — que começou em 19 de março, Dia de São José —  segue a tradição rural religiosa que se alinha às chuvas da época, favorecendo o cultivo. Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite explica que, nos perímetros irrigados, os agricultores têm maior liberdade para escolher o momento ideal para plantar. “O agricultor pode plantar no período que mais lhe favoreça colher e comercializar as suas espigas, aproveitando até períodos em que o mercado está desabastecido”, avalia.

A Coderse, já está em seu terceiro ano atuando no ‘Sementes do Futuro’, e sempre fica encarregada de distribuir a sementes nos perímetros irrigados. Neste ano, está distribuindo sementes nos perímetros Jacarecica I e II, nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador e Riachuelo; e também no perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto. Nos perímetros Califórnia, em Canindé de São Francisco; e no perímetro Piauí, em Lagarto, a distribuição das sementes do programa está sendo feita pelas prefeituras municipais.

A iniciativa é bem recebida por outros agricultores. Iranildo Conceição da Silva, irrigante do Jacarecica II, enfatiza a praticidade do programa. “Acho isso muito importante, porque além de facilitar o transporte, nós ganhamos as sementes e já fica mais propício para a gente plantar mais cedo, na época boa e a nossa agricultura vai ser maravilhosamente boa, graças a isso”, expressa Iranildo, sublinhando os benefícios de receber as sementes no tempo certo.

Adriana Regina Souza, agricultora do Jacarecica II, também demonstra sua gratidão. “A semente está chegando no período correto do plantio e iniciaremos a plantação. Só a agradecer, porque será de grande utilidade”, afirma. Essa ação não só apoia a produção agrícola, mas também fomenta a valorização do trabalho rural e a manutenção das comunidades no campo, refletindo um compromisso com o desenvolvimento sustentável da região.

Início da distribuição

Desde 19 de março, mais de 20 mil agricultores familiares de 60 municípios sergipanos passaram a ter acesso às 206 toneladas de sementes de milho selecionadas, via Programa Sementes do Futuro, do Governo do Estado. Por meio da Seagri e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), foi realizada a escolha, fiscalização e aquisição das sementes, um investimento de R$ 3 milhões.

Governos e comunidade elaboram acordo de gestão para entrega de novo dessalinizador em Porto da Folha

Sergipe terá 32 sistemas abastecendo de água dessalinizada em nove municípios, beneficiando 6.400 famílias

No povoado Bela Aurora, em Porto da Folha, alto sertão sergipano, 52 famílias em breve vão passar a contar com o fornecimento de água potabilizada, por uma unidade de dessalinização do Programa Água Doce (PAD). O Governo do Estado está realizando reuniões com os moradores e a prefeitura municipal para, além de explicar o funcionamento do novo sistema de abastecimento, dar início ao Acordo de Gestão Compartilhada e Participativa. Ao ser elaborado, em comum acordo, o termo determina o papel dos usuários, gestores e operadores; além da atuação dos governos municipal, estadual e federal. 

Para Esmerindo Rosendo dos Santos, que vive e trabalha no Bela Aurora há 40 anos, o sistema vem para melhorar a qualidade de vida da comunidade. “É uma água potável, boa, mineral que aqui não tem. Aqui só temos a água que a prefeitura bota e a que nós compramos, de particular”, explica o funcionário público e pequeno pecuarista, presente à primeira das reuniões feitas pelo Governo do Estado na comunidade, no dia 1º de abril.

Moradora no Bela Aurora, Daniele de Jesus Oliveira conta que também tem dificuldade para ter acesso a água potável na comunidade e está na expectativa do sistema do Água Doce começar a funcionar. “Hoje tem que comprar, de graça não vem. É difícil. Para encher nossa cisterna, tem que comprar. E isso [a unidade de dessalinização] melhora muita coisa. Tenho uma criança, aí que precisa mesmo de água”, avaliou.

“Todos os envolvidos assumem um compromisso, em coletivo, para garantir o funcionamento e a manutenção do dessalinizador, do poço tubular profundo que fornece a água, dos reservatórios para que todo o sistema continue atendendo a comunidade. Da mesma forma que foi feito nas outras 29 unidades do programa em Sergipe, todas com mais de 10 anos de implantação. A nossa empresa participa agora da construção, está ajudando as comunidades a se organizarem e vai acompanhar no que for possível para manter ativa essa importante infraestrutura nas comunidades”, destacou o diretor de Infraestrutura Hídrica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), Ernan Sena.

Programa federal, hoje gerido pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o PAD é coordenado em Sergipe pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e por meio das suas empresas vinculadas, Coderse e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que executam o programa. O estado terá 32 sistemas, como os três novos que estão sendo implantados em Porto da Folha, Poço Verde e Carira, quando vai atender um total aproximado de 6.400 famílias.

O Secretário Municipal de Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente e Paisagismo de Porto da Folha, João Alves de Campos Neto, afirmou que o novo sistema vai contribuir com o trabalho da administração municipal. “É muito importante esse poço com sistema de abastecimento, porque já desafoga um pouco das demandas do nosso município. Porto da Folha é uma cidade bastante extensa e a gente tem dificuldade de abastecimento. Então, isso traz um grande benefício para nós. Estamos aqui, em parceria com a Coderse, e vamos prosseguir para dar assistência a essa comunidade”, afirmou. 

O coordenador estadual do PAD, Vandesson Carvalho, apresentou o programa, explicando como funciona o sistema de dessalinização e a proposta do Acordo de Gestão Compartilhada e Participativa. “Nesse acordo, a comunidade vai eleger o grupo gestor, o operador e a forma de distribuição; com os horários, dias e quantidade de água para cada usuário. Vai ser formalizado um documento, com essas decisões e as responsabilidades do Estado, do município, do Governo Federal e da comunidade. A gente vem, reúne, mas eles têm que ficar sabendo utilizar esse sistema, para ele ter uma vida útil maior e, consequentemente, água de qualidade para toda a comunidade”, concluiu, informando que no sistema do Bela Aurora só faltam alguns acabamentos e testes para iniciar as operações.

Última atualização: 2 de maio de 2025 09:59.

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