Secretaria de Agricultura leva sustentabilidade e qualidade de vida no campo para o ‘Sergipe é aqui’

Serviços incluíram abastecimento de água por poços, dessalinização de água potável, irrigação e meliponicultura

O município de Malhador, no agreste sergipano, foi contemplado pela 42ª edição do programa ‘Sergipe é aqui’, nesta sexta-feira, 21. Lá, no Perímetro Irrigado Jacarecica II, a ‘Terra do Inhame’, como o município é conhecido, é capaz de produzir muitas outras hortaliças, frutas, matriz energética e até mel. No evento, houve a exposição de equipamentos e colmeias de abelha, 14 irrigantes familiares receberam mangueiras de irrigação localizada e outros 112, sementes de milho do Governo do Estado. Na tenda da Agricultura, a população também teve acesso a serviços de perfuração e instalação de poços tubulares profundos, e aprendeu como funciona o Programa Água Doce.

Essas são atividades desenvolvidas pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A empresa tem um escritório em Malhador, de onde administra o Jacarecica II. O perímetro irrigado distribui água de sua barragem para manter produtivo, durante todo ano, 820 hectares, gerando renda para cerca de 600 famílias de Malhador, Areia Branca e Riachuelo. 

Prestação de contas com a sociedade
Em Sergipe, funcionam sete polos de irrigação por meio da Coderse, onde foram produzidas 600,8 mil toneladas de produtos agrícolas durante o ano de 2024. Seis são perímetros irrigados administrados diretamente pela companhia pública e onde 14 mil pessoas vivem da agricultura irrigada. Na área de infraestrutura hídrica a partir de poços, as ações da Coderse beneficiaram mais de 90 mil sergipanos no mesmo ano.

O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, reforça a importância do ‘Sergipe é aqui’ para a prestação de contas com a sociedade dos serviços executados pela empresa. “No ‘Sergipe é aqui’, atendemos a população com as demandas por perfuração e manutenção de poços e seus sistemas de abastecimento. Para os agricultores do Jacarecica II, foi possível trazer a sede da Coderse para Malhador, de portas abertas às carências e em um momento para sanar as dúvidas dos irrigantes. Mas também tem igual importância mostrar para o malhadorense que ele pode se orgulhar do Jacarecica II, onde a irrigação permite arranjos produtivos como o cultivo e o beneficiamento de macaxeira, batata-doce e amendoim, ainda na roça; a produção do mel, que vem da floração que ocorre nestes 820 hectares, e o abastecimento da indústria, com a cana e a acerola”, avaliou Paulo Sobral.

Meliponicultura 
A planta troca com as abelhas o seu néctar pelo serviço especializado desses animais, na distribuição do seu pólen para a fecundação das flores. O agricultor do Jacarecica II Eloi Francisco de Menezes teve a ideia de criar abelhas para que elas pudessem aproveitar de tudo que floresce no perímetro, durante todo ano, para produzir mel. Ele levou para o ‘Sergipe aqui’ a experiência, as próprias abelhas, os vários tipos de mel e os equipamentos, como forma de incentivar a meliponicultura entre a comunidade agrícola de Malhador como um meio de gerar renda e ajudar na produção das plantas.

“Estamos com uma caixa de vidro com a abelha europeia com ferrão, com uruçu e mandassaia. É com muita alegria, porque o povo está vendo e a gente está conscientizando para que as pessoas não matem as abelhas, para que preservem e chamem a gente para capturar. Uma experiência inédita. Eu fico satisfeito com a repercussão que está tendo e com a maravilha que é. E temos o mel ali para quem quiser provar”, comemorou Eloi Francisco.

Mangueiras de irrigação localizada
Distribuídas pela Coderse, as mangueiras de irrigação localizadas servem para a modernização da irrigação nos perímetros irrigados. O modelo é mais eficiente, econômico e se adequa às tecnologias de microaspersão, gotejamento e fertirrigação. De menor custo, as mangueiras permitem distribuir a irrigação por toda plantação, de forma fixa. Estima-se que era perdido 15% da água de irrigação com a conexão e desconexão dos antigos tubos rígidos e móveis ligados à aspersores convencionais, modelo usado no início dos perímetros irrigados sergipanos, na década de 1980.

“A produção inteira depende da irrigação, e com o sol que está fazendo, ela é fundamental. Tem que ter esse apoio para o agricultor. A gente fica focado na roça, e ter uma parceria que nos ajude, que fale: ‘nós estamos aqui para ajudar’, é excelente”, agradeceu Kelly Cristina Lopes Cardoso dos Santos, irrigante do Jacarecica II que recebeu 500 metros da mangueira multiuso. A ferramenta vai permitir que ela logo também use fertirrigação com os microaspersores.

Sementes do Futuro
Desde 19 de março, dia de São José, mais de 20 mil agricultores familiares de 60 municípios sergipanos passaram a ter acesso às 206 toneladas de sementes de milho selecionadas, via Programa Sementes do Futuro, do Governo do Estado. Por meio da Seagri e da Emdagro, foi realizada a escolha, fiscalização e aquisição das sementes, um investimento de R$ 3 milhões.

A Coderse, já em seu terceiro ano atuando no ‘Sementes do Futuro’, sempre fica encarregada de distribuir a sementes para a agricultura familiar dos perímetros irrigados. Só no Jacarecica II, são 164 produtores irrigantes recebendo dez quilos da semente da variedade potiguar. 

Gente como Clenildes dos Santos, que planta milho no Perímetro Irrigado Jacarecica II. “Vamos plantar agora, aproveitar a chuva e plantar. Usamos irrigação, plantamos duas vezes no ano. Ajuda muito, porque o milho é a base de tudo. Vou vender, comer e distribuir para família. A gente cozinha, assa, faz cuscuz, dá para os bichos, aproveitamos o máximo do milho”, listou Clenildes dos Santos.

Água Doce
Um modo de exemplificar como acontece o trabalho da Coderse em poços tubulares para captação de água subterrânea é o Programa Água Doce. No ‘Sergipe é aqui’ de Malhador, a empresa levou uma maquete que mostra como é um sistema de abastecimento de água dessalinizada para a população conhecer a tecnologia social. 

“No semiárido sergipano temos 29 unidades do programa implantadas e o Governo do Estado está construindo, por meio da Seagri e da Coderse, mais três. Ao mesmo tempo em que o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional veio a Sergipe no ano passado, para anunciar recursos para a construção de 11 novos sistemas de dessalinização em Sergipe”, completou o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral.

Primeiro ‘Sergipe é aqui’ de 2025 destaca potencial agrícola de Neópolis

Na tenda da Seagri, empresas vinculadas levaram informações e realizaram atendimentos aos agricultores familiares
Governador Fábio Mitidieri recebeu frutas produzidas pelos concessionários do Platô de Neópolis . Foto: Fernando Augusto (Ascom/Coderse)

O programa de governo itinerante ‘Sergipe é aqui’ chegou nesta quinta-feira, 23, a Neópolis, na região do baixo São Francisco, para realizar sua 38ª edição. Conhecida como a “Capital Sergipana do Frevo”, a cidade também se destaca pelo grande potencial agrícola e por abrigar o Distrito de Irrigação Platô, uma estrutura física pública que compõe o patrimônio do Governo do Estado. Neste dia de atendimentos e serviços administrativos e sociais voltados à população local, a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) mais uma vez esteve presente, com suas empresas vinculadas (Coderse, Emdagro e Pronese) levando informações e realizando atendimentos público aos agricultores familiares.

Coderse em Neópolis
Durante o ‘Sergipe é aqui’, a Coderse fez uma exposição de itens produzidos no Platô de Neópolis. A área, que fica a 9 quilômetros da sede do município, é dividida em 41 lotes e ocupada por 40 empresários agrícolas (concessionários). A estrutura é administrada pela Associação dos Concessionários do Distrito de Irrigação do Platô de Neópolis (Ascondir), que possui concessão pública para cultivar a terra e operar o sistema.

Patrimônio da Coderse e administrado pelos seus concessionários, o Platô de Neópolis produziu quase 160 mil toneladas de frutas, mais de 51 milhões de cocos e 1.900.000 m² de grama ornamental e esportiva durante o ano de 2024. Os 41 lotes, sob cessão gerida pela companhia do Governo do Estado, geram 3.500 empregos diretos.

A Coderse expôs ainda a maquete de uma Unidade de Produção de Água Dessalinizada do Programa Água Doce. Técnicos da companhia estiveram no local prestando informações sobre a locação, perfuração, limpeza e teste de vazão em poços comunitários, além de informar sobre a instalação, manutenção e recuperação de sistemas simplificados de abastecimento de água.

Em 2024, a Coderse perfurou e fez limpeza com teste de vazão em novo poço para atender às cerca de 130 pessoas que vivem no Assentamento 1º de Maio, com a produção de 1.127 litros de água por hora e investimentos de R$ 67.023,75, com recursos dos governos Federal e Estadual.

Ações da Coderse beneficiaram mais de 90 mil sergipanos do campo em 2024

Administrados pela empresa, Ceasa Aracaju e perímetros irrigados geram segurança alimentar e renda no abastecimento das cidades 

Da perfuração à instalação de poços, manutenção de dessalinizadores, doação de equipamentos, até o fornecimento de água para irrigação, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) atendeu mais de 90 mil pessoas com seus serviços e ações neste ano. Além das 122 mil toneladas de produtos agrícolas e os 2,4 milhões de litros de leite produzidos nos seus seis perímetros irrigados em 2024. A tendência é que os atendimentos mais do que dobrem nos próximos anos, com a construção dos 108 km da Adutora do Leite e de 14 novas unidades do Programa Água Doce.

A principal atividade da empresa, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), é a operação e manutenção dos perímetros irrigados. São cinco perímetros agrícolas, em que a produção de hortaliças, frutas e grãos, em 2024, superou em 11% o resultado do ano anterior (110 mil toneladas). Já o perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, tem vocação pecuária e produziu 2.389.493 litros de leite, 7% a mais que no ano anterior. No total, esses irrigantes geraram R$ 249 milhões em renda na comercialização da produção.

A maior produção nos perímetros continua sendo a da batata-doce. Presente nos cinco perímetros agrícolas, foram colhidas cerca de 19 mil toneladas da raiz. Quase empatados na segunda e terceira colocação, estão as produções de milho verde e quiabo, com 6,3 e 6,1 mil toneladas colhidas, respectivamente. Destaque para as altas na produção do maracujá, com 184 toneladas e 162% a mais do que o ano anterior; e o feijão-de-corda, que superou a expectativa para o ano e gerou mais de mil toneladas do alimento, com 35% de aumento em relação a 2023.

Abastecimento

São beneficiadas diariamente 14 mil pessoas, com água bruta para irrigação, fornecida pela Coderse em 1.826 unidades produtivas rurais, em sete municípios sergipanos. As mais de 50 culturas agrícolas exploradas, nos seis perímetros, não poderiam ser cultivadas nas regiões mais secas do estado, ou durante todo o ano, sem poder contar com a irrigação. Abastecimento que gera segurança alimentar para a população e renda no campo, em lugares ou épocas antes improdutivas. 

Marcilio Rezende, do assentamento Mário Lago, em Riachuelo, é atendido com a água do Perímetro Irrigado Jacarecica II. No próximo ano, ele vai abastecer o mercado consumidor, colhendo inhame durante a entressafra da raiz. “Com essa água da Coderse, a gente está plantando agora no verão, para ter uma plantação irrigada diferente. No agreste, só se planta inhame no inverno”, conta. 

Desde maio de 2024, a Coderse passou a administrar a Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju. Segundo o presidente da empresa, Paulo Sobral, a iniciativa partiu de decisão judicial e aumentou a participação do Governo do Estado no processo de escoamento da produção e abastecimento da população.

“Parte considerável da produção irrigada e de sequeiro de Sergipe, o que inclui o que é produzido nos 41 lotes do Platô de Neópolis, também da Coderse, é levada à Ceasa para abastecer a população, através do comércio varejista de muitas cidades. Assumimos a administração e estamos reestruturando a Ceasa, para que essa função seja executada com mais eficiência, realizando reformas, ampliação e implantação de novos serviços. Além disso, vamos adotar mecanismo de tarifação e controle de entrada e saída de produtos, para que a Ceasa também se mantenha autossustentável”, anuncia Paulo Sobral.

Poços tubulares

Elencadas como ações contínuas da Coderse, em 2024 foram perfurados 40 novos poços tubulares profundos. Serviço complementar à perfuração ou adotado para a recuperação dos poços antigos, houve a realização de 54 bombeamentos de limpeza, com teste de vazão no mesmo período. No total, as duas ações atenderam 23,5 mil pessoas, a partir do investimento conjunto de R$ 1.352.580,68 em recursos do Governo do Estado. Realizados em 28 municípios sergipanos, esses trabalhos também contaram com a cooperação das administrações municipais.

Foram instalados 15 novos poços em 2024. No mesmo ano, a Coderse executou 122 ações de manutenção e 32 recuperações em bombas submersas, caixa de força, tubulação, fiação e reservatórios de sistemas de abastecimento de água. Um total de 54 mil pessoas foram atendidas com essas três modalidades de serviços, a partir de um investimento, com recursos próprios, de R$ 233 mil, mais a contrapartida da maioria dos 34 municípios, onde as ações ocorreram.

Água Doce

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação realizada em parceria com o Governo Federal, através do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), para implantação de sistemas de dessalinização, a partir de poços. Em Sergipe. Hoje são 29 unidades em funcionamento, beneficiando 6 mil pessoas do semiárido sergipano com a produção de 17.400 litros de água potável por dia.

É a Seagri que coordena o programa em Sergipe e tem as suas empresas vinculadas como executoras. Através da Coderse, em 2024 houve o monitoramento e manutenção desses 29 sistemas localizados em nove municípios do semiárido sergipano, aplicando R$ 70 mil em recursos do PAD.

Em 2024 também foram iniciadas as obras de construção de três novas unidades do PAD. Atualmente, em 85% da sua execução, irão atender aproximadamente 500 famílias em Porto da Folha, Carira e Poço Verde, a partir do investimento de R$ 1.093.799,63, via Coderse. 

Foi em Sergipe que ocorreu, no último mês de novembro, o IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce, com participação dos 10 estados integrantes do PAD. Entre os compromissos assumidos pelo MIDR no evento, R$ 9 milhões foram destinados para o Governo do Estado implantar 11 novos sistemas de dessalinização em Sergipe, a partir de 2025.

Equipamentos

Ainda em 2024, a Coderse iniciou a aquisição para doação de equipamentos que desenvolvem atividades produtivas no interior de Sergipe. A Associação dos Pequenos Produtores e Trabalhadores das Pedreiras (Aspeed), de Tomar do Geru, recebeu um compressor de ar sobre rodas, fruto de emenda parlamentar do então deputado estadual Jorginho Araújo, no valor de R$ 317.333,33. Foram beneficiadas cerca de 250 famílias dos trabalhadores, que passarão a perfurar as rochas de granito em cinco minutos por metro, serviço que levava mais de três horas, sem o novo equipamento.

Adutora do Leite

A Coderse licitou, em 2024, e está fiscalizando os trabalhos da empresa de engenharia, que vai entregar os estudos e projetos para a construção da Adutora do Leite. São previstos 108 km de adutora, desde a captação, em Canindé de São Francisco, até Nossa Senhora da Glória, a partir de um investimento total de R$ 250 milhões.

“Para o próximo ano, está prevista a entrega do projeto para realização da obra, a partir de quando poderemos licitar a construção. Estamos montando esse plano de ação a quatro mãos, Governo e empresa de engenharia, mas também estamos recebendo, em Aracaju, e visitando a população que será assistida pela obra. Para que eles também opinem nas decisões”, reforçou o presidente Paulo Sobral.

A Adutora do Leite fornecerá água bruta para aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos. A região é uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste e a dessedentação animal é uma reivindicação antiga dos produtores. A expectativa é que a produção leiteira dos cinco municípios dobre, quando a adutora passar a fornecer água, a partir de reservatórios e pontos de abastecimento na área rural.

Programa Água Doce investirá R$ 9 milhões na construção de mais 11 dessalinizadores em Sergipe

Sistemas de dessalinização transformam a realidade das comunidades beneficiadas. Levam saúde, bem-estar e unem esforços em prol de objetivos comuns

A comunidade rural sergipana serviu de referência na programação do IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce (PAD) – Novo Ciclo. Nesta quinta-feira, 14, os participantes do evento foram ao município de Poço Verde, no centro-sul sergipano. No segundo dia de evento, representantes de todo o Nordeste e de Minas Gerais conheceram uma unidade de dessalinização bem-sucedida, que atende mais de 120 famílias no povoado Cacimba Nova, e o depoimento de operadores de sistemas de Sergipe e outros estados. O PAD sergipano é formado por 29 dessas unidades instaladas, com a perspectiva de receber mais 11 sistemas de abastecimento de água via Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), que conduz o programa.

Na última quarta-feira, 13, em Aracaju, o encontro foi iniciado com a reunião de técnicos envolvidos no projeto para um dia de capacitação, exposição de experiências exitosas e o debate sobre desafios e avanços da sua implementação. Na oportunidade, também foram assinados termos de compromisso com os secretários de Agricultura dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Sergipe, visando ampliar a cobertura geográfica e fortalecer a execução do PAD no país.

Ana Maria de Oliveira Souza Santos participou do evento em Aracaju, dando seu depoimento, e depois recebeu todos os participantes do encontro em sua comunidade. Ela é usuária da água e opera, com o marido, Nininho, o sistema de dessalinização do Cacimba Nova. Na opinião dela, o ‘Água Doce’ ajuda a unir as pessoas da comunidade para a gestão do equipamento e em outros objetivos em comum. “A vinda do sistema, há oito anos, mudou completamente a qualidade de vida, a saúde. Com a facilidade de ter água próxima da nossa casa, a nossa saúde melhorou 100%, porque água é vida, precisamos de água para viver. Além disso, teve união e cooperação de uns com ou outros para nos reunirmos e discutir as coisas da água. É a gente que toma conta, que gere os recursos e arrecada um pequeno valor das famílias para a manutenção”, pontuou.

O agropecuarista José Almir de Oliveira Souza planta milho, feijão e cria cabras leiteiras. A família dele consome a água potabilizada na unidade do PAD no Cacimba Nova e usa a água bruta do poço para uso doméstico e na dessedentação dos animais. O produtor conta que, sem o sistema, a comunidade consumia a água sem tratamento. “Ajuda na facilidade de ter água para o consumo. Antes, era água de caminhão [pipa] ou de chuva, e essa tem resíduo do telhado. Hoje, a água é muito boa”, detalhou.

Gestores
O programa é gerido nacionalmente pelo MIDR, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, e, em Sergipe, são coordenadores a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), junto às empresas vinculadas, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro).

“É um programa que visa levar água doce para as comunidades mais carentes, mais longínquas, onde não existe água potável para se beber. Comunidades do semiárido, onde a escassez de água é muito grande. Tivemos dois dias de trabalho. Ontem foi um circuito indoor, em que tivemos a apresentação da representação de todos os estados do Nordeste. Foi o primeiro encontro do programa depois da pandemia, e tivemos a satisfação de ter sido aqui em Sergipe, onde foi firmado mais um convênio, no valor de R$ 9 milhões, para a instalação de mais 11 unidades do sistema de dessalinização em Sergipe”, anunciou o secretário de Estado da Agricultura de Sergipe, Zeca Ramos da Silva.

O secretário nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Serra, agradeceu a receptividade de Ana Maria e de toda a comunidade do Cacimba Nova ao Encontro Nacional. “É um sistema que está sendo bem zelado, bem conduzido, e com esse engajamento de toda a comunidade, em prol do benefício coletivo”, avaliou. O gestor explicou a atuação do ministério no desenvolvimento de recursos hídricos, que envolve outras pastas do governo federal. “A gente preside o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, mas a água é um tema que une não só os esforços do MIDR, tem uma atuação muito forte de vários outros parceiros, nessa temática da ‘Agenda Azul’, como a gente chama, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério das Cidades, que foi recriado pelo presidente Lula no ano passado, para poder atuar fortemente na agenda de saneamento também”, complementou.

Bom conselho
Operador de dessalinizador da comunidade de Amparo (PB), Everaldo Maciel também participou da visita ao Cacimba Nova e pôde conhecer uma unidade do PAD sergipana. “Quero me dirigir especialmente à comunidade. Deixar aqui uma mensagem: cuidem, abracem esse sistema, zelem, porque não é o secretário, não é o prefeito, não é o governador que é beneficiado. Tem muitas comunidades que queriam ter a oportunidade de ter um sistema desse e não tem”. O de PAD de Amparo, o primeiro da Paraíba, é considerado referência entre os sistemas daquele estado.

Sergipe sedia encontro nacional do Programa Água Doce

Avaliação positiva feita pelos beneficiários e novos investimentos marcam primeiro dia do evento

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) escolheu Sergipe para realizar nesta quarta-feira, 13, a nona edição do Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce – Novo Ciclo. Ocorrido pela última vez no ano de 2019, o evento teve como objetivo central reunir e capacitar os técnicos envolvidos no projeto, proporcionando um espaço de debate sobre os desafios e avanços da sua implementação. Durante a abertura do encontro, em Aracaju, foram assinados termos de compromisso com os secretários dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Sergipe, visando ampliar a cobertura geográfica e fortalecer a execução do Programa Água Doce no país.

São 29 unidades instaladas, em nove municípios sergipanos, onde são produzidos 17.400 litros de água potável por dia, que atendem a um total de oito mil pessoas. O evento irá continuar em um segundo momento nesta quinta-feira, 14, quando os participantes farão uma visita ao sistema de dessalinização da comunidade Cacimba Nova, no município de Poço Verde. No local será realizada uma mesa de diálogo com o tema “Um olhar para os resultados nas comunidades e impacto na vida das pessoas”, permitindo ao público conhecer de perto os resultados do programa e realizar uma troca de experiências.

O Governo do Estado apoia a realização do encontro, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e de suas vinculadas – Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), empresas executoras do Programa Água Doce em Sergipe. Para o secretário da Seagri, Zeca Ramos da Silva, foi muito gratificante sediar esse importante evento, o primeiro após o período da pandemia, e fortalecer ainda mais essa parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional.

“Para nós dos estados nordestinos, que vivemos constantemente essa problemática da escassez de água, o Programa Água Doce é de suma importância por promover a dessalinização da água, dando dignidade às comunidades mais longínquas, com água potável e de qualidade tão necessária para a subsistência das pessoas e de seus animais. Hoje comemoramos aqui o retorno dessa atividade e a assinatura de R$ 100 milhões em recursos, para atender todas as regiões assistidas no país, sendo R$ 9 milhões para Sergipe, onde serão implantados 11 novos sistemas”, ressaltou.

De acordo com o secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Serra, a escolha do ministério para que Sergipe fosse sede da nona edição do encontro se deu pelo estado ser um grande parceiro. “O programa Água Doce está contemplado no novo PAC, lançado no ano passado pelo presidente Lula, e precisávamos retomar as tratativas com os estados. Escolhemos Sergipe principalmente pelo interesse demonstrado pelo secretário Zeca, que tem buscado junto ao Ministério recursos para garantir a continuidade do programa, onde já estamos com três novos sistemas prestes a serem concluídos”, destacou se referindo aos sistemas de Poço Verde, no povoado Saco do Camisa, que vai atender 200 famílias; em Porto da Folha, no povoado Bela Aurora, para 40 famílias; e no município de Carira, no assentamento Carlos Prestes, para beneficiar 50 famílias.

O subsecretário de saneamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD/MG), Anderson Diniz, também destacou a importância do “Água Doce” para as comunidades assistidas. “O Água Doce leva dignidade e ainda movimenta a economia local, à medida que algumas pessoas fazem o transporte de água para outras localidades, cobrando um valor mínimo por isso, gerando sustentabilidade e economia”, pontuou.

Comunidades assistidas

O operador de dessalinizador da comunidade de Amparo/PB, Everaldo Maciel, veio a Sergipe para contar um pouco de sua experiência. “Na zona rural coletávamos água de cacimba, nos poços, e nem sempre ela era favorável ao consumo humano e dos animais. Graças ao equipamento, hoje temos um líquido de qualidade, foi uma mudança muito grande. Quando começou o programa, em 2016, tínhamos 120 famílias cadastradas e produzíamos 800 litros de água por hora. De lá para cá a demanda aumentou muito, e hoje aumentamos para 1.400 litros/hora”, comemorou.

Ana Maria Oliveira Souza, representante do povoado Cacimba Nova, no município de Poço Verde, comemorou a assinatura dos novos sistemas de dessalinização, ao destacar a importância para as comunidades rurais. “Esse programa precisa seguir adiante pelo povo que sofre com a seca e com dificuldade de conseguir água de qualidade, como é a do programa Água Doce. Nós mesmos administramos os poços, com ajuda de voluntários que operam a máquina, que veio para melhorar a nossa qualidade de vida”, afirmou.  

Sobre o programa

O Programa Água Doce leva água potável às comunidades rurais sergipanas que não contam com sistemas de abastecimentos convencionais. Ele chegou em Sergipe no ano de 2011, sob a gestão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que após ser transformada em superintendência em 2019, passou o programa para ser administrado pela Sedurbi, e mais tarde em 2021 pela Seagri.

Em Sergipe, são 29 unidades instaladas em nove municípios: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre de Sergipe, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória, Carira, Simão Dias, Poço Verde e Tobias Barreto.

Agricultores de Canindé são beneficiados com kits de irrigação durante 32º ‘Sergipe é aqui’

Os equipamentos fazem parte dos investimentos do Governo do Estado para incrementar a produtividade e a economia de água e energia elétrica

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), participou da 32ª do ‘Sergipe é aqui’, que ocorreu nesta sexta-feira, 9, no município de Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano. Na oportunidade, foram entregues kits de irrigação e ofertados serviços aos agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia. 

Para o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o ‘Sergipe é aqui’ em Canindé atendeu irrigantes do perímetro, população rural e mostrou o trabalho da pasta realizado em todo estado. “Canindé é onde a Coderse tem a maior atuação em Sergipe. Basta dizer que o perímetro Califórnia é a maior infraestrutura de irrigação pública que o Governo do Estado mantém, gerando a maior produção de alimentos entre os perímetros. É o município mais inserido na região do semiárido brasileiro e, por isso, tem muita carência por ações de exploração da água subterrânea, via poços, e superficial, com as águas que acumulam água da chuva. Além dos três sistemas de dessalinização do Programa Água Doce (PAD) que a Coderse faz a manutenção constante”, listou Paulo Sobral.

Kits de irrigação
No ‘Sergipe é aqui’, a Coderse fez a entrega de cinco kits de irrigação, compostos por dois rolos de mangueiras de irrigação, somando mil metros cada, microaspersores e acessórios. Esses equipamentos vêm se somar a um montante de 700 mil metros de mangueiras de irrigação que estão sendo distribuídas pela Coderse no Perímetro Irrigado Califórnia e no Assentamento Valmir Mota, também em Canindé. Insumos com capacidade para irrigar um total 90 hectares de lavouras. 

O diretor-presidente da Coderse explicou que “esses equipamentos substituem o uso dos antigos aspersores de irrigação convencionais, que consumiam mais água e eram menos eficientes que as tecnologias que as novas mangueiras oferecem. A distribuição de kits de irrigação faz parte da gama de investimentos que o Governo do Estado realiza para incrementar a produtividade e a economia de água e energia elétrica, no perímetro irrigado estadual”, acrescentou Paulo Sobral.

A agricultora Selma Oliveira cultiva milho, feijão e quiabo no lote de sua família e vai ser beneficiada com o kit de irrigação para modernizar a produção irrigada. “Sim, vai ajudar bastante. Uso metade da aspersão comum da grande. Pretendo colocar todo lote em microaspersor. A vantagem é que o trabalho é bem menos, a produção aumenta e vai ser melhor. Tudo fica mais organizado. Muito legal o Sergipe é aqui, muito bom”, avaliou. 

Serviços ao irrigante
Nas tendas da Agricultura, a Coderse atendeu às demandas dos agricultores irrigantes do perímetro Califórnia; fazendo a emissão de segunda via de boleto de tarifa d’água do perímetro, a consulta à sua situação de pagamentos e acordos para a quitação de débitos nas tarifas. Os produtores rurais também tiveram acesso no ‘Sergipe é aqui’ a emissão de declarações para o acesso a benefícios sociais e o atendimento para registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

O agricultor irrigante José Matos, do Setor 04 do Califórnia, tem uma lavoura bastante diversificada, com plantação de milho verde para espiga e silagem, pimenta, quiabo, abóbora e tomate. No ‘Sergipe é aqui’, ele procurou os serviços do Setor Comercial da Coderse. “Quando chega no mercado tem a época de produzir bem, colher bem e vender bem, porque um precisa do outro. O sucesso é nesse ponto, vender e produzir bem. Eu vim hoje para fazer levantamento de débitos do meu lote para pagamento e uma possível negociação, acredito que não tenham muitos, mas acho que me perdi em uma ou duas faturas. Graças a Deus fui muito bem atendido por Paulo (Sobral) e Ricardo (Pereira)”, destacou. 

Água Doce
No ‘Sergipe é aqui’ a Coderse leva a maquete de uma das 29 unidades de dessalinização de água do PAD instaladas no estado. Só em Canindé, o Governo do Estado mantém três desses sistemas de abastecimento: no Acampamento Caiçara, Assentamento 12 de Março e no povoado Mandacaru.

Mais de 5 mil sergipanos têm acesso à água potável por meio do programa Água Doce

São 29 comunidades, em nove municípios, atendidas pelo Governo de Sergipe, que garante água de qualidade

Garantir o acesso à água potável é um compromisso que o Governo de Sergipe tem ampliado à população sergipana com a implantação do Programa Água Doce (PAD). A iniciativa tem transformado a vida de milhares de sergipanos, especialmente nas áreas rurais do semiárido, onde o abastecimento convencional nem sempre consegue chegar.

O Programa Água Doce é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIRD), e, em Sergipe, é gerido pela Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). A execução do programa conta com a colaboração da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), que presta assistência técnica, e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que capacita as comunidades para o uso sustentável da água. Outras parcerias incluem a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), a Defesa Civil estadual e municipal, além dos próprios moradores das regiões beneficiadas.

Somente neste ano o Governo de Sergipe investiu mais de R$ 380 mil no Programa Água Doce, abrangendo manutenção, monitoramento, apoio à gestão, capacitação de operadores e sustentabilidade ambiental. São mais de cinco mil sergipanos em 29 comunidades, distribuídas por nove municípios, que têm acesso a água potável de qualidade. Segundo o coordenador estadual do Programa Água Doce em Sergipe, Vanderson Carvalho, com um fornecimento diário de 17 mil litros de água potável, o programa é uma política pública permanente que visa a recuperação, implantação e gestão de sistemas de dessalinização, integrando cuidados técnicos, ambientais e sociais.

O gestor falou sobre a importância do programa devido à formação geológica do semiárido, onde a água é predominantemente salina. “Fazemos uma análise prévia para dimensionar o dessalinizador, tratamos a água e realizamos todos os testes necessários”, explicou Vanderson, ao garantir que a água dessalinizada atende a todos os parâmetros de qualidade.

Impacto

Em Nossa Senhora da Glória, alto sertão sergipano, o Programa Água Doce beneficia diretamente as comunidades dos povoados Aningas (122 famílias), Assentamento Fortaleza (90 famílias) e Periquito (30 famílias).

Iranilda Vieira de Andrade Freitas, moradora do Assentamento Fortaleza, destacou a melhoria na qualidade de vida após a instalação do sistema de dessalinização. “A água é muito boa e saudável”, afirmou, ao acrescentar que o problema de dores de barriga causado pela água da cisterna foi resolvido. Iranilda mencionou que a família usa a água dessalinizada para beber e cozinhar, e que a quantidade fornecida é suficiente para suas necessidades diárias.

Residente na mesma comunidade, Estrina Souza Neto compartilhou sua satisfação com a água dessalinizada. “A água tem uma qualidade muito boa e não queremos que falte de jeito nenhum”, disse. Ela explicou que, antes do sistema, as pessoas da localidade dependiam da água da chuva e do Estado, mas agora a nova água é usada para todas as necessidades domésticas, melhorando significativamente a qualidade de vida.

Qualidade da água

Em relação à tecnologia utilizada, o sistema de dessalinização funciona por osmose reversa, tratando a água salina do semiárido e tornando-a potável. A ação consiste num sistema mecânico-hidráulico e elétrico, com bombas e membranas que realizam a osmose. A água dessalinizada é coletada e enviada para o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS) para análise, garantindo que todos os parâmetros de qualidade sejam atendidos.

Vanderson ressaltou a importância da qualidade da água fornecida pelo programa. “Sabemos que a água bruta tem toxinas, alta salinidade e é salobra. Por isso, fazemos uma análise prévia para dimensionar o dessalinizador. Depois, tratamos a água e realizamos todos os testes necessários”, explicou o coordenador. 

O agricultor Ariolando Feitosa de Souza destacou a transformação que o Programa Água Doce trouxe para sua comunidade. “Receber o sistema de abastecimento de água de qualidade foi uma verdadeira bênção”, comentou, ao lembrar dos tempos difíceis, quando dependiam dos caminhões-pipa. Ele disse que a nova água é boa, de qualidade e segura para consumo, eliminando os problemas de saúde que enfrentavam anteriormente.

A comunidade coleta 30 mil litros de água por mês. A ação conta com operadores que são responsáveis por tratar e distribuir a água. O sistema de abastecimento na localidade conta com a gestão compartilhada, envolvendo o Estado, o município, a comunidade e o Governo Federal.

Ampliação

A expectativa é que sejam instalados mais 23 sistemas dessalinizadores neste e no próximo ano. Três deles já foram licitados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe, com os demais em processo final de licitação. “Temos um sistema que é em Carira, no Assentamento Luiz Carlos Prestes, que está a 85% de sua fase de conclusão, e os outros em Porto da Folha e em Poço Verde, que vão abastecer mais de 500 famílias também nessas comunidades”, informou.

A expansão do Programa Água Doce vai trazer esperança e melhorias para as comunidades do semiárido sergipano. Vanderson Carvalho frisou que o programa traz uma nova perspectiva, diminui custos e oferece autonomia às pessoas. “É um compromisso do Governo de Sergipe fornecer recursos hídricos seguros e acessíveis para todos”.

Governo do Estado investe R$ 12 mil na manutenção de dois sistemas do ‘Água Doce’ no alto sertão

Com a implantação de mais três novas unidades de dessalinização, serão 32 sistemas funcionando em Sergipe

Somente no mês de junho, quase 140 famílias da zona rural do alto sertão sergipano já foram beneficiadas com a manutenção no fornecimento de água dessalinizada. A equipe do Núcleo Estadual do Programa Água Doce (PAD) trocou seis membranas do sistema de abastecimento no povoado Areias, em Poço Redondo, e no Assentamento Mandacaru I, em Canindé de São Francisco, consertou a bomba auxiliar e ajustou o dessalinizador. Só em peças, o investimento com recursos próprios do Governo do Estado foi de aproximadamente R$ 12 mil.

De acordo com a equipe técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), devido ao desgaste em seu funcionamento, as membranas de osmose reversa são itens do grupo de máquinas e equipamentos do dessalinizador que têm que ser trocados quando deixam de fazer a filtragem. O sistema de abastecimento do povoado Areias beneficia 93 famílias. Participaram do serviço o coordenador estadual do programa, Vanderson Carvalho, e o componente de serviço em dessalinizador, Claudinier Rodrigues.

“Fizemos a troca utilizando as membranas fornecidas pela Coderse. As peças são o coração do sistema, fazem a filtragem da água salina, coletada dos poços tubulares profundos, separam o concentrado e fornecem água potável para o consumo humano. Mas a unidade de produção de água dessalinizada é formada de muitos itens, como reservatórios, tanques de contenção, tubulação, e o poço. Todos são componentes que carecem de manutenção e reparo feitos pelas comunidades, Coderse, prefeituras ou em parceria entre eles”, pontuou Vanderson Carvalho.

Presente nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais, o PAD é uma ação do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e, em Sergipe, é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). As suas vinculadas, Coderse e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), são as executoras do programa. São 29 unidades em operação no estado, e também por meio da Coderse, outros três sistemas atualmente estão sendo implantados em Carira, Poço Verde e Porto da Folha.

Morador do povoado Areias, Cleiton Rodrigo Vieira dos Santos ficou feliz com o conserto no dessalinizador da comunidade, que agora voltou a filtrar a água salina corretamente. “Estou tão satisfeito que o programa vem atendendo a gente, a água está super maravilhosa. Eu só tenho que agradecer. Nunca deixam a gente sem ser acolhido. Água é muito importante para a gente. A água agora está 83% mineral. É uma benção de Deus e só temos a agradecer”, destaca o usuário, com base na leitura do grau de salinidade feita pela equipe do PAD ao concluir a troca das membranas.

Mandacaru I
Outra beneficiária, Maria Auxiliadora, moradora do Assentamento Mandacaru fala o quanto o sistema de dessalinização é importante. “São cerca de 40 famílias, e a gente depende muito dessa água. É uma água saudável, sadia, tratada, muito boa”, elogiou Maria Auxiliadora.

O serviço, também realizado pela equipe da Coderse inserida no ‘Água Doce’, consertou a bomba auxiliar, que potencializa a capacidade de processamento, da água salgada para a doce. “Essa bomba é para dar um reforço na bomba principal do dessalinizador. Também regulamos o dessalinizador, para melhor fazer a produção de água potável”, concluiu Vanderson Carvalho.

Novo sistema do Programa Água Doce é destaque na 26ª edição do ‘Sergipe é aqui’ em Carira

Equipamento público está 80% construído e será a 5ª unidade do programa no município e a 30ª do estado

Quando a mais nova obra do Programa Água Doce (PAD) for entregue à população do Assentamento Luís Carlos Prestes, em Carira, no agreste sergipano, 340 famílias terão acesso a água potável, a partir de cinco sistemas de dessalinização do Programa Água Doce (PAD) no município que se tornou, de maneira simbólica, a capital do estado nesta sexta-feira, 19, na 26ª edição do ‘Sergipe é aqui’. Na ocasião, o novo PAD foi destaque da participação da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no governo itinerante, por meio de uma maquete ilustrativa que apresentou a unidade de abastecimento à população.

Em Sergipe, o PAD é coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), por intermédio da Coderse e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), executoras do programa. Nas 29 unidades de dessalinização em operação em Sergipe, são produzidos 17.400 litros de água potável por dia, atendendo uma população total de cinco mil sergipanos.  

Pela condição de dificuldade para obtenção de água doce, superficial ou subterrânea, Carira já possui quatro unidades do PAD nos povoados Bezerras, atendendo 50 famílias; Lagoa dos Porcos, com 80 famílias; Macacos, 100 famílias;  e Três Tanques, 60 famílias. Segundo o presidente da Associação dos Agricultores do Assento Luis Carlos Prestes, Jadiel Santos Bispo, por ser uma comunidade carente de abastecimento e longe das redes de distribuição de água da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), a unidade do PAD se mostra necessária.

“Quero agradecer ao Governo do Estado, que está implantando esse sistema lá junto com o pessoal do ‘Água Doce’. Vai beneficiar muitas famílias que não têm água potável. A comunidade é carente e precisava muito desse sistema. Hoje, o  abastecimento que tem lá é o carro-pipa, e agora teremos uma água de qualidade, na hora que a gente quiser”, comemorou Jadiel Santos Bispo, em visita ao estande da Agricultura, no ‘Sergipe é aqui’.

Execução do programa 

A Emdagro capacita, mobiliza e faz a extensão rural nas comunidades atendidas pelo PAD. A Coderse, além de fazer a capacitação técnica dos operadores, faz a manutenção e reposição dos equipamentos de dessalinização, dos poços tubulares que abastecem os sistemas e está à frente da licitação de construção das três novas unidades do ‘Água Doce’ no estado, totalizando 32 em Sergipe. No Assentamento Carlos Prestes, a companhia também perfurou um novo poço para suprir a demanda por água que o dessalinizador exige. Um investimento total – estadual e federal – de R$ 315.901,35.

“Estamos em Carira, trazendo as ações da Secretaria de Estado da Agricultura, em mais um ‘Sergipe é aqui’, no município em que temos quatro unidades do PAD, atendendo 290 famílias, e agora estamos trazendo o quinto, no Assentamento Carlos Prestes, com mais 50 famílias sendo abastecidas com água de qualidade. A obra está em cerca de 80% de sua execução completa e, em breve, estaremos entregando o novo sistema à comunidade”, afirmou o coordenador estadual do Núcleo do PAD em Sergipe, Vandesson Carvalho.

Maquete do Água Doce 

A unidade de produção de água dessalinizada do PAD possui vários módulos de processamento da água, reuso, contenção de resíduos e pode ser bem ilustrada por meio da maquete que a Coderse tem exibido em todas as suas participações no ‘Sergipe é aqui’. O módulo do dessalinizador tem três reservatórios, um de água bruta e salina, da forma como vem do poço tubular; outro com a água potabilizada e que abastece um chafariz público; e um terceiro, que contém a água resultante do processo de filtragem e com teor de salinidade superior à água bruta captada no subsolo. 

Cerca de 50% da água que passa pela filtragem no dessalinizador, feito por  membranas de osmose reversa, não pode ser aproveitada no processo de dessalinização. Anexo ao módulo de dessalinização, existe outro com o tanque de contenção onde este concentrado salino é depositado para evaporação e descarte apropriado do sal resultante. Há experiências exitosas de usuários dos sistemas, no uso do mesmo tanque para criação de espécies de peixes resistentes à água salgada, uma atividade que serve de complemento na renda das comunidades assistidas. 

Outro incentivo produtivo do sistema do PAD é a existência de chafarizes e cochos para uso da dessedentação animal, a partir da água bruta do poço tubular. Há pesquisas da Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para uso da forrageira Atriplex no PAD. A planta resistente à água salinizada, também conhecida como erva sal, encabeça o projeto futuro para construção de um terceiro módulo nestas unidades do PAD, que vão abrigar um campo irrigado com água salgada e produção de material forrageiro. Anexo, no mesmo módulo e ainda aproveitando a água bruta do poço, também se pretende implantar tanques em concreto com a tecnologia necessária para piscicultura ou carcinicultura, modelo detalhado que também consta na maquete do programa exibida pela Coderse.

Coderse comemora 41 anos de serviços e desenvolvimento do meio rural sergipano

Equipes, infraestrutura e equipamentos levam políticas públicas e fixam famílias no campo com qualidade de vida, emprego e renda

Irrigação pública da Coderse beneficia 14 mil pessoas com emprego e renda no campo – Foto Fernando Augusto (Ascom Coderse)


A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) completa 41 anos de fundação neste sábado, 13 de abril. Durante todo esse período, a empresa perfurou 4.065 poços tubulares e administrou a infraestrutura para a irrigação pública de quase quatro mil hectares que beneficiam, com emprego e renda, 14 mil pessoas no campo. Atualmente, a companhia executa a implantação da Adutora do Leite, com 108 quilômetros de extensão; a expansão do Programa Água Doce, com mais três unidades de dessalinização; e a segunda fase do Programa Água para Todos, com 20 novos sistemas de abastecimento.

Na percepção do secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva, a Coderse desempenha um papel importante na produção de alimentos e fornecimento de água para a população do campo, para o abastecimento dos animais e para a produção agrícola. “O Governo do Estado ampliou a atuação da Coderse para trabalhar ações de desenvolvimento, como é o caso do projeto Adutora do Leite, que está em fase de licitação dos estudos. Por todo esse trabalho, em nome do presidente da empresa, Paulo Sobral, e toda a diretoria, apresento minha saudação de gratidão a todos os servidores”, considera.

A Adutora do Leite é uma iniciativa do Governo do Estado, intermediada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que tem como finalidade beneficiar, principalmente, a bacia leiteira do alto sertão sergipano. O edital para a contratação dos estudos e projetos foi lançado no dia 2 deste mês. O diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, frisa que a obra vai permitir que o produtor diminua custos com a dessedentação animal e reinvista na alimentação, qualidade e tamanho do próprio rebanho.

“Estamos comemorando, além dos 41 anos da Coderse, o primeiro passo dessa obra tão importante para os sergipanos, que vai encurtar distâncias ao acesso à água para produzir em Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória. Com isso, a intenção é dobrar a produção de leite para 460 milhões de litros nesses municípios”, disse o presidente da companhia vinculada à Seagri.

Paulo Sobral acrescenta que, neste 41º ano, o acesso da população rural à água potável também aumenta. “São mais três que vão somar, ao serem concluídas, 32 unidades de dessalinização e produção de água potável no semiárido sergipano. A unidade do Programa Água Doce no Assentamento Carlos Prestes, em Carira, está perto da conclusão, com as dos povoados Saco da Camisa (Poço Verde) e Bela Aurora (Porto da Folha), em andamento”, informou.

Produção de alimentos
O presidente da companhia também lembrou que a Coderse, nos seis perímetros irrigados que administra, levou irrigação para a produção de mais de 110 mil toneladas de alimentos e outros 2.295.500 litros de leite em 2023, gerando uma renda superior a R$ 210 milhões, em benefício de 14 mil pessoas envolvidas na produção. “Esse resultado, repetido anualmente, contribui para consolidar a cesta básica de Aracaju como a mais barata do país já por vários anos”, pontuou Paulo Sobral. Ele acrescenta que, além da irrigação, existe o investimento em assistência técnica ao agricultor e a manutenção periódica de toda a infraestrutura de bombeamento e barragens.

Recursos humanos
Nos 41 anos, comemoram os beneficiários de suas políticas públicas; a população, que tem mais acesso à alimentos que antes da irrigação vinham de outros estados; e os cerca de 400 funcionários envolvidos em todo esse processo.  “A gente testemunha a satisfação que eles têm em fazer parte de todo esse processo de desenvolvimento e de qualidade de vida levado à população rural. São servidores de todas áreas; desde a de projetos, licitação, execução, extensão rural e de fiscalização. Trabalham na sede, nos perímetros irrigados, ou vão a todos os interiores do estado, construindo ou recuperando a infraestrutura hídrica. Dedico os meus parabéns, pelos 41 anos, a esses importantes parceiros que a mulher e o homem do campo têm aqui nesta empresa”, coloca a diretora Administrativa e Financeira da Coderse, Patrícia Moura.

Presidente da Associação de Servidores da Coderse, Luiz Roberto Moura destaca o momento em que a Coderse completa 41 anos como um período em que a responsabilidade da empresa e funcionários aumenta, com a ampliação da gama de atuação. “A antiga Cohidro se transformou na Coderse, para abraçar novos desafios, com grandes obras de construção de adutoras, dessalinizadores e de saneamento rural, como o calçamento de estradas. Do ponto de vista do servidor, cresce a responsabilidade, mas também o orgulho que sempre existiu no peito de cada um que faz parte desta grande família”, finalizou.

Última atualização: 3 de junho de 2024 09:23.

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