[vídeo] Agricultor do perímetro de Lagarto faz aproveitamento diversificado do lote irrigado

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A diversidade de cultivares encontrada no lote de Gilvan Fontes, agricultor irrigante do Perímetro irrigado Piauí [Lagarto], melhoram a capacidade que o ele tem para escoar a produção e garantir a renda familiar, sempre tendo diferentes produtos para ofertar e sem depender do preço de um só item. Mantendo a terra sempre ocupada com estas várias plantações ao mesmo tempo, ele aproveita todo potencial oferecido pela terra e na irrigação pública fornecida pelo Governo de Sergipe, através da Cohidro. Acompanhe a reportagem do último sábado (11), feita pelo programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, para saber mais desta experiência.

Produtores rurais irrigantes iniciam entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos

Cohidro fornece irrigação e assistência técnica para agricultores participarem do programa, que beneficia população em situação de insegurança alimentar no estado

Durante toda manhã do dia 1º de julho, agricultores levavam suas entregas à sede da ASSAI [Foto: Fernando Augusto]
Já começaram as primeiras entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 2020, em Sergipe. Através da modalidade “Compra com Doação Simultânea”, o Governo Federal adquire alimentos de cooperativas ou associações de agricultores familiares e realiza a doação para pessoas atendidas por equipamentos da rede socioassistencial do estado. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) administra os perímetros irrigados onde produzem agricultores que participam do programa. A Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), no Perímetro Califórnia, fez a primeira entrega deste ano, correspondente a 2.504 kgs de alimentos destinados a 316 famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional de Canindé. Também participam do programa agricultores de Itabaiana e Lagarto.

Os 14 irrigantes do Perímetro Califórnia que também são associados à ASSAI serão remunerados em R$ 111.997,60 com a venda de alimentos para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), gestora do PAA, durante nove meses. “Com a pandemia de coronavírus, as vendas ficaram difíceis. O programa só veio para ajudar. Primeiro, porque não precisamos de atravessador, a gente faz a venda diretamente. Além disso, o programa foi muito bom, pois conseguimos uma renda melhor”, contou José Teodoro, um dos produtores rurais que recebem a irrigação pública do perímetro mantido pelo Governo de Sergipe, através da Cohidro. “No primeiro dia, entreguei dez caixas de 30 kgs de goiaba, vendendo o quilo por R$ 2,10. É uma iniciativa boa, o Governo comprar alimentos para a população carente”, destacou Cícero Gouveia, também irrigante do Califórnia.

Ao total, o programa poderá investir mais de R$ 600 mil na compra de alimentos dos perímetros para a população em situação de insegurança alimentar. O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Prata, destaca que, além de Canindé, os irrigantes dos municípios de Itabaiana e Lagarto também farão a entrega de alimentos para equipamentos socioassistencias. “Os produtores do Perímetro Califórnia, em Canindé, farão entregas semanais ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que fará a distribuição das quase 40 toneladas de alimentos. Em Itabaiana, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno, do Perímetro da Ribeira, já está autorizada a entregar 22 toneladas de alimentos para 1.900 assistidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Já em Lagarto, o Movimento Associativista do Brejo, do Perímetro Piauí, fará a entrega de 42 toneladas ao Centro Comunitário Sociocultural de Barra dos Coqueiros, que tem 1.530 atendidos”, listou.

A assistente social do CREAS de Canindé, Andressa Salvador, ressalta que as entregas beneficiam o público do Cadastro Único para Programas Sociais  (CadÚnico). “Através desse sistema a gente puxa o cadastro das famílias que estão em vulnerabilidade social e, consequentemente, sofrem insegurança alimentar e nutricional. Por lei, é aquela família que está em situação de pobreza ou extrema pobreza. Nessa pandemia, a condição dessas famílias piorou e, com certeza, elas se sentem gratas pela atuação do PAA. Chegou em boa hora aqui para o município”, considerou. Ela explica que a distribuição está ocorrendo sem aglomeração, por senhas, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outras duas associações formadas por irrigantes têm propostas remetidas à Conab para participar do programa. “Com as propostas aceitas, mais 38 produtores – oriundos da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, e da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), em Canindé – serão remunerados em mais de R$ 280 mil para entregar cerca de 103 toneladas de alimentos, que serão doados a 3.400 pessoas atendidas pelos CRAS dos municípios de Santa Rosa de Lima, Simão Dias, Canindé e também para a Associação São Francisco de Assis, em Riachão do Dantas. Durante a pandemia, serão diretamente beneficiadas, aproximadamente, 1.800 famílias do campo e da cidade, entre agricultores que vendem sua produção rural e pessoas em situação de vulnerabilidade social que recebem os alimentos”, avaliou o presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

O presidente da Associação ASSAI e irrigante do Perímetro Califórnia, Ozeias Beserra, considera o benefício mútuo, pois ajuda aos socialmente vulneráveis e também aos agricultores. “Nós estávamos sem conseguir escoar os produtos, porque diminuiu o fluxo de pessoas em feiras livres e a procura de alimentos na roça. Já estávamos perdendo alguns produtos sem conseguir vender. Os produtos que estão sendo entregues ao programa têm um preço bom e auxiliam a comunidade que não tem recursos para comprar alimentos”. O presidente da Coofrucal, Levi Ribeiro, acredita que sua cooperativa deve iniciar a entrega de produtos nos próximos 60 dias. “Negociamos uma pendência que tínhamos e nosso projeto está em andamento. A expectativa é positiva, os produtores estão engajados. Até mesmo porque, nessa fase de pandemia, a situação de alguns ficou mais difícil para escoar a produção”, avalia.

[vídeo] Estação Agrícola destaca milho verde irrigado no perímetro da Cohidro em Lagarto

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O Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro em Lagarto, foi um dos que menos sentiu a situação de emergência da pandemia do coronavírus, quanto ao escoamento da produção. Lá, é esperado que o mês de junho feche com 840 mil espigas de milho verde colhidas. E no balanço do produto produzido em todo estado, feito neste domingo (28) pelo programa Estação Agrícola da TV Sergipe, o agricultor Genivaldo Azevedo disse que houve boa procura do milho e não se arrependeu quem apostou no cultivo antecipado do milho irrigado no perímetro Piauí.

[vídeo] Sergipe Rural mostra que perímetro de Lagarto mantém tradição junina do milho verde

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Cerca de 42 hectares do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Cohidro em Lagarto, foram destinados ao plantio do milho para o período junino e dessa área é esperada à colheita de 840 mil espigas de milho verde até o fim de junho. No sábado (27) o programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, mostrou o exemplo do lote do irrigante Gilvan Fontes, que plantou mesmo com o preço de venda menor, reflexo na baixa de consumo pela proibição das festas juninas durante a pandemia do coronavírus. O produtor, como a maioria dos 421 irrigantes assistidos no perímetro, dedicou uma parte do lote para o milho verde, seja para venda, seja para o próprio consumo durante o período em que é forte a tradição das comidas típicas à base do milho.

 

Produção orgânica ganha destaque em perímetro irrigado de Lagarto

Cohidro incentiva conversão agroecológica para promover saúde e geração de renda para agricultores irrigantes

João Pacheco [Foto: Ascom/Cohidro]
Há quase 20 anos, o produtor rural João Pacheco, do município sergipano de Lagarto, começou a investir no cultivo de legumes e hortaliças folhosas sem o uso de agrotóxicos. O agricultor iniciou a sua própria produção orgânica após participar de atividades e visitações promovidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro Irrigado Piauí, onde sua propriedade está localizada. Além de fornecer a água para irrigação, o que permite a produção em qualquer época do ano, a empresa do Governo Estadual fornece ainda a assistência técnica e extensão rural aos agricultores, juntamente com assessoria em agronegócio, para ajudar a escoar a produção.

Reconhecido e registrado como agricultor orgânico no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, seu João conta que a produção agroecológica foi a melhor maneira que encontrou para cultivar no campo, com saúde e segurança. “A gente evita aquele cheiro forte dos agrotóxicos, fica livre de muitas doenças, acostuma e não quer mais sair”, afirma. Participando de cursos, palestras e dias de campo, o agricultor aprendeu a fazer o seu próprio composto orgânico para fertilizar o solo, com esterco de gado e torta da mamona. Já para pulverizar e combater as pragas, utiliza a planta Nim e outros produtos naturais. Ele planta variadas culturas agrícolas em seu lote: couve, pimentão, coentro, rúcula, alface, repolho, cebola, cebolinha, couve flor, brócolis, alho poró.

O produtor irrigante destaca a importância das orientações obtidas no processo de cultivo orgânico, e do auxílio recebido, sempre que necessário. “O pessoal da Cohidro incentivou bastante a gente, eu gostei e agora só paro quando morrer”, brinca João Pacheco, que reforça ainda a importância dos conhecimentos adquiridos durante o período de experimentação na agricultura, desde a iniciativa de abandonar o uso de agrotóxicos até a busca pelas espécies que se dão bem com o solo, passando pelas técnicas de produzir sem usar veneno. “No início, só plantava fumo e mandioca; depois de ser orgânico, entrei para as hortaliças. Até tentei tomate, mas não deu certo. Agora só são folhosas, todo tipo de folhosa a gente planta”, conta o agricultor orgânico.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, reconhece o empenho dos produtores orgânicos e ressalta a contribuição dos técnicos e agrônomos da companhia. “Nosso pessoal faz visitas frequentes aos lotes familiares, passando toda orientação técnica da melhor forma de plantio, estimulando a conversão para a agricultura orgânica, que tem um forte potencial na agricultura familiar nos nossos perímetros”, explica. Esse potencial se transforma em realidade na melhoria da renda do agricultor, quando ele se dedica ao cultivo de alimentos orgânicos. Os produtos que são autênticos e reconhecidos por órgãos competentes, como é o caso dos cultivados pelo João Pacheco, têm preço de mercado geralmente 40% superior ao mesmo produto quando cultivado de modo convencional [com o uso de agrotóxicos].

Por incentivo da Cohidro, João Pacheco e outros 10 produtores do perímetro Piauí formam uma Organização de Controle Social (OCS), que é autorizada pelo MAPA para venda direta ao consumidor de produtos sob a designação de orgânicos. Pacheco comercializa seus produtos nas feiras livres e também para clientes que negociam diretamente com o produtor. “Tem muitos clientes, de Aracaju mesmo, que passam aqui pra levar. Já acostumei com esse ramo, não tem jeito. Vou continuar, se Deus quiser!”, conclui o produtor rural.

Cohidro estima que produção de milho verde pode superar 2,4 milhões de espigas em perímetros no período junino

Com procura reduzida durante pandemia, agricultores destacam outras finalidades para o produto

[foto: Fernando Augusto]
No São João de 2020, é esperada a colheita de 2.440.000 espigas de milho verde, nos perímetros irrigados do governo estadual, gerenciados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Iniciada em maio, a colheita dos lotes que recebem abastecimento de água pela companhia irá até o final de junho. A expectativa de colheita se equipara a do ano anterior, que contabilizou a produção de 2.480.000 espigas de milho, em meio ao prolongado período de estiagem que comprometeu a capacidade hídrica de barragens e a irrigação dos lotes. Neste ano, a grande produção de milho contrasta com a redução da procura pelo produto, em razão do isolamento social para enfrentamento à pandemia de Covid-19. Mas isso não desanima os irrigantes.

O produtor rural Ozeias Beserra, por exemplo, possui lote no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Ele tem 0,5 hectares plantados em duas áreas, de onde poderão ser colhidas, na semana de São João, cerca de 10 mil espigas. “Tem muito milho plantado e, pelo que estou vendo, será difícil para vender. Mas, não tomo prejuízo, porque aqui o milho que plantamos fica também para os animais, serve de ração. Uma parte que seca vai para as galinhas, e das palhas do milho a gente faz o ‘rolão’. Da palhagem mais verdosa, faz silagem. Este ano, ainda quero plantar umas quatro roças de milho, porque participo do projeto do PAA (Programa Aquisição de Alimentos)”, disse o produtor rural. No Califórnia, em todos os lotes, é aguardada a colheita de 960.000 espigas.

A Cohidro administra os perímetros estaduais, fornecendo aos produtores irrigação, assistência técnica rural e assessoria em agronegócio. O diretor-presidente da companhia, Paulo Sobral, destaca que os projetos das associações de produtores junto ao Programa Aquisição de Alimentos (PAA), aprovados em 2019, começaram a ser pagos e, no período de um ano, movimentarão cerca de meio milhão de reais nos perímetros. “Vem em boa hora a notícia de que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que administra o PAA, está liberando os pagamentos para a compra da produção dos 59 irrigantes cadastrados. Essa venda pública ajuda o produtor rural, com dificuldade de vender em meio à pandemia. Como é na modalidade ‘doação simultânea’, mais de 150 toneladas de alimentos serão doadas para entidades que atendem cerca de 6,6 mil pessoas em vulnerabilidade social, situação também agravada pelo isolamento social provocado pelo coronavírus”, explica o diretor.

A produção de milho gera outros benefícios ao agricultor por ser um alimento com múltiplos usos, reforça o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Rural da Cohidro, João Fonseca. “O milho verde é tradicional no período junino e quase a totalidade dos lotes dos perímetros irrigados aumentam suas áreas visando à comercialização da espiga neste período. O excedente é comercializado para produção de silagem, principalmente para o rebanho leiteiro, e também vira milho em grão, que gera maior integração irrigado-sequeiro”. O perímetro irrigado que menos sentiu a situação de emergência da pandemia foi o Piauí, em Lagarto. Lá, são esperadas 840 mil espigas colhidas no período junino. “Neste perímetro, muitos que não viram futuro no milho verde para o São João, por causa do isolamento social, estão migrando para produção do milho em grão, que está com preço bom, em média R$ 50 a saca”, acrescenta o diretor.

O produtor rural Genivaldo de Azevedo é irrigante no perímetro Piauí, em Lagarto, e afirma que o milho verde tem procura o ano todo. “Está sendo o ponto forte aqui. O coronavírus, infelizmente, está judiando a gente. Nós até pensávamos que não iria vender, por conta dessa doença triste, mas a procura até que está boa”, considerou o agricultor, que tem vendido a unidade da espiga entre R$0,40 e R$0,50. “A Cohidro nos dá assistência aqui o ano inteiro, com abastecimento de água e com os técnicos, que acompanham a gente. Temos um gerente do perímetro (Gildo Almeida) que dá todo o suporte aos agricultores, incentivando, correndo atrás de projetos, dando assistência técnica. Graças a Deus, só temos a agradecer”, pontua o agricultor.

Repolho: uma aposta rentável e saudável para o inverno

Produtor do perímetro irrigado de Lagarto conta as vantagens do cultivo e recomenda não plantar em altas temperaturas

[Foto: André Moreira- ASN]
Rico em vitaminas e minerais, capaz de fortalecer o sistema imunológico, o vegetal é mais produtivo no período chuvoso, entre o outono e inverno. Embora se dê melhor com a chuva, o repolho depende de água todos os dias e por isso se desenvolve bem nos lotes produtivos do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado em Lagarto, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. A safra no polo irrigado abastece boa parte do comércio de hortifrútis dos municípios sergipanos, principalmente em Lagarto, Simão Dias, Itabaiana, Boquim e redondezas.

O clima pode interferir diretamente no cultivo do repolho. Baseado em experiências anteriores, o agricultor Renilson Araújo relata que não arrisca mais cultivar a planta nas estações quentes do ano. “Plantei de dezembro para janeiro, mas a experiência não foi muito boa. Com muito calor e alta temperatura, mesmo com água, muitas pragas aparecem. A gente pulveriza, mas não tem jeito. Tomei uns prejuízos e agora só planto no período de inverno mesmo e, graças a Deus, nunca mais tomei prejuízo”. O produtor irrigante recebe a irrigação fornecida pela Cohidro em seu lote compreendido no perímetro Piauí, onde também conta com a assistência técnica rural a empresa pública.

José Américo, técnico agrícola da Cohidro que atende Renilson, reafirma o que o produtor disse. “No verão não é bom plantar o repolho, porque a temperatura é alta e atrai muitas pragas, como a broca e a mosca branca. Isso acaba prejudicando a formação da cabeça do repolho. Assim, o produtor terá pouco lucro. Combatendo as pragas e investindo em irrigação, é prejuízo na certa”, alega. Mesmo assim, o técnico recomenda a aplicação quinzenal (sendo que a última seja feita 15 dias antes da colheita) de inseticida que combata a borboleta da ‘lagarta de rosca’. “O repolho tem a vantagem de ter as folhas externas – usadas de adubo para a próxima cultura a ser plantada na área – que, de certa forma, protegem o ‘miolo’ da ação do agrotóxico aplicado, não havendo contato direto com a parte que comemos”, disse ele.

Considerado um vegetal de fácil manejo e produção, o repolho leva cerca de 60 a 75 dias desde a germinação até a colheita e, às vezes, conforme explica Renilson, dispensa o uso de defensivos. “Do plantio à colheita é até rápido, em três dias na bandeja para mudas, as sementes começam a germinar. Com 30 dias mudamos para a terra e, no máximo, com 60 a 75 dias, estamos colhendo. A depender da época, usamos pouco agrotóxico. No inverno, utilizamos apenas uma vez na semana e às vezes nem colocamos. O período de plantio começa em abril e, até agosto, é capaz que dê, mas a partir de setembro em diante não compensa, por causa das pragas”, alerta o produtor, que geralmente vende a unidade do repolho no valor entre R$ 1,50 e R$ 2,00, a depender do tamanho.

Agricultores irrigantes de Lagarto recebem tratores e kits de irrigação que consomem menos água

Equipamentos foram adquiridos através de emenda parlamentar de Fábio Reis executada pela Codevasf, e chegam ao perímetro irrigado gerenciado pela Cohidro
Foto: arquivo pessoal

A chegada de dois tratores com arado, grade niveladora e carreta agrícola no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, tornou a produção de alimentos mais proveitosa para os agricultores da região. Juntamente com 15 kits de irrigação por gotejo, que possuem tecnologia que economiza água, a entrega dos tratores aconteceu na sexta-feira (15) e beneficia duas associações, que somam cerca de 320 produtores atendidos pela irrigação e assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro. Com investimento total de R$ 397 mil, provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Fábio Reis, a aquisição foi feita através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf.

Os tratores e os equipamentos auxiliares, que cada associação recebeu, eliminam o custo que os agricultores familiares tinham com a locação deste tipo de máquina de terceiros, conforme reforça o presidente da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí – APPIP, Antônio Cirilo. “Esse trator turbinado e ‘cabinado’ é de grande importância para nós agricultores, é um sonho de muitos anos e que hoje está sendo realizado. Será um diferencial para que os agricultores possam produzir com um custo bem mais barato. É um momento de muita alegria e satisfação, para que possamos atender a toda nossa população da agricultura. Fico muito feliz nesse momento, só temos que agradecer”.

Para o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, os equipamentos adquiridos trazem um incentivo à produção agrícola em momento em que o escoamento está prejudicado pela pandemia do coronavírus. “Esses implementos são necessários ao preparo da terra e servem no plantio e na colheita. É mais um motivo para os produtores plantarem. Eles já recebem água diariamente em seus lotes (fornecida pela rede de tubulações e estações de bombeamento da Cohidro) e têm a assistência feita pelos nossos técnicos agrícolas. Um detalhe importante é que esses kits de irrigação doados usam a tecnologia das mangueiras de gotejamento que, comparadas com os aspersores convencionais, consomem menos água para irrigar a mesma área. Isso elimina desperdícios e preserva a nossa barragem, que é compartilhada com a distribuição de água potável da Deso”, destacou.

A associação de agricultores do povoado Mariquita, também em Lagarto, recebeu os mesmos implementos agrícolas, na sexta-feira. Em suas redes sociais, o deputado Fábio Reis afirmou que as máquinas chegaram em momento propício para o plantio e que já estão trabalhando no campo. “Mais um dia de muita conquista, de muito trabalho. Os equipamentos chegam em uma boa hora, quando o nosso inverno está próximo, pois este é o momento de agricultores prepararem sua terra, fazer o seu plantio para no futuro colherem a sua produção, sustento de sua família. Hoje, estamos entregando para a APPIP e associação do povoado Mariquita, e na semana que vem entregaremos para o do povoado Brejo, também em Lagarto”, informou o parlamentar. Também é prevista a entrega desses equipamentos para associações de agricultores de outros municípios.

Nesta semana, será a vez do Movimento Associativista do Brejo, em Lagarto, receber o trator e implementos. A associação APPIP e o Movimento Associativista do Brejo são entidades ativas, formadas por irrigantes do perímetro Piauí e que participam, desde 2010, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na modalidade ‘doação simultânea’. Nesse sistema de compra da produção rural, a companhia federal remunera os agricultores familiares à cada entrega quinzenal de alimentos, que são convertidos em doações para entidades beneficentes ou de serviço social, como asilos, creches, hospitais e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) dos municípios. A Cohidro, através de sua Gerência de Agronegócios, auxilia a montagem dos projetos-proposta das associações e ajuda os produtores na prestação de contas ao programa, complementando a irrigação pública e a assistência técnica agrícola prestadas.

 

 

Cohidro realiza obras de manutenção no perímetro irrigado de Lagarto

Investimento destinado à manutenção é oriundo das tarifas d’água pagas pelos agricultores irrigantes

A EB 02 passou por revitalização do prédio, registros e tubulações [Foto arquivo pessoal]
Responsável por fornecer água para 421 lotes agrícolas, o Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, recebeu obras de reparo e conservação em três edificações que fazem parte do seu sistema. Com o investimento de R$ 18 mil, a manutenção foi realizada pelo Governo de Sergipe, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe – Cohidro. As obras aconteceram na área externa do prédio administrativo do escritório do perímetro, na Estação de Bombeamento (EB) 02 e no alojamento de operadores de bomba.

O investimento destinado às obras de manutenção é oriundo das tarifas d’água pagas pelos agricultores irrigantes, que são revertidas em melhorias para o próprio sistema. A Estação de Bombeamento (EB) 02 recebeu nova pintura e reparos no reboco em todo prédio, incluindo a aplicação de tintas especiais na tubulação, registros e conexões da área externa, para prevenir o desgaste causado pela ação do clima. No alojamento que recebe os operadores de bomba durante os turnos de trabalho, houve a troca das portas e louças do banheiro, a instalação de novo revestimento nos pisos e de novo forro em PVC. Além disso, foi feita ainda a manutenção na pintura geral do prédio e o retelhamento. Em 2016, o Governo do Estado já havia investido R$ 500 mil na EB-02, com a entrega de oito novas motobombas e recuperação do toda a parte mecânica e das tubulações.

As revitalizações também ocorreram nas EBs 03, 06 e 04, localizadas no perímetro irrigado pela Cohidro em Canindé de São Francisco. O diretor Administrativo e Financeiro da Cohidro, Jean Nascimento, destaca que uma nova metodologia de ação tem sido fundamental para identificar as carências na estrutura da empresa. “Temos uma rotina administrativa batizada de ‘Diretoria Itinerante’, através da qual deixamos de centralizar a atuação no gabinete e passamos a percorrer, semanalmente, todos os perímetros e as obras executadas pela Cohidro no interior do estado. Isso tem permitindo identificar com mais exatidão o que cada um desses polos necessita. Com essa proximidade, identificamos a necessidade e estamos entregando novos equipamentos de informática para facilitar o trabalho burocrático, distribuímos novos EPIs [equipamento de proteção individual] e crachás de identificação aos nossos funcionários operacionais”, informou Jean Nascimento.

O agricultor Adelmo Bispo é um dos produtores atendidos pela irrigação do perímetro Piauí. Em seu lote, tem realizado a produção de melancia consorciada com maracujá. Ele considera que as reformas melhoram as condições de trabalho dos operadores, refletindo na qualidade do serviço de irrigação. “Tem que fazer reforma. A pintura do prédio da Cohidro dá uma melhor estrutura para os trabalhadores do perímetro. Com isso, eles nos dão boa atenção nas bombas, para termos água de qualidade com mais pressão, e assim poder molhar a nossa plantação mais rápido”, destacou o produtor.

O gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, explica que a obra de revitalização da área externa do escritório foi uma solicitação feita à Diretoria para atender ao evento que tradicionalmente ocorre no final de março: o Dia da Água. “A obra foi feita no tempo certo, pena que a pandemia de coronavírus nos forçou a adiar, tanto pelo risco de contaminação que ocorre quando tem aglomeração de pessoas, quanto pela suspensão das aulas nas escolas. Os estudantes são a maioria do público que participa de atividades de conscientização ambiental que a gente traz todo ano”, disse.

[vídeo] Irrigante João Pacheco dá exemplo na Agricultura Orgânica

João Pacheco é um agricultor irrigante que, junto de outros produtores atendidos pela Cohidro no Perímetro Irrigado Piauí, fazem parte da Organização de Controle Social – OCS. Eles têm registro no Ministério da Agricultura que os autoriza à venda dos seus produtos sob a denominação de orgânicos, diretamente ao consumidor, seja em feiras ou diretamente no lote agrícola aonde a irrigação é fornecida pelo Governo de Sergipe.

Fazem quase 20 anos desde de que a Cohidro introduziu o conceito de produção orgânica aos irrigantes desse perímetro, como alternativa mais rentável em relação aos gêneros produzidos de maneira convencional e que ofereciam uma qualidade de trabalho e de vida para as agrofamílias, livres do risco de contaminação por agroquímicos. João Pacheco é exemplo a ser seguido e símbolo de que a produção de alimentos sustentável é possível e lucrativa.

Última atualização: 20 de abril de 2020 09:19.

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