Perímetros irrigados estaduais iniciam ‘doação simultânea’ ao Programa de Aquisição de Alimentos da Conab

Com irrigação, assistência técnica para lavoura e formalização dos projetos, Coderse facilita acesso dos produtores ao PAA desde 2008, entregando mais de quatro mil toneladas de alimentos para pessoas carentes de Sergipe

Cinco associações de produtores dos perímetros de irrigação estaduais começaram, em novembro, as primeiras entregas ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), mantido pela Conab, na modalidade ‘compra com doação simultânea’. São 127 agricultores assistidos pelo Governo do Estado, produzindo alimentos em benefício de 15,5 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Elas vão receber, em entregas quinzenais, 230 toneladas de produtos da irrigação pública. 

São 10 meses de vigência para os projetos propostos pelos agricultores irrigantes dos perímetros irrigados estaduais Piauí, em Lagarto; Jacarecica II, em Malhador; Poção da Ribeira, em Itabaiana; e Califórnia, em Canindé de São Francisco. No período, eles serão remunerados com um montante de R$ 1,27 milhão. São beneficiadas as famílias carentes assistidas pelos centros de referência de assistência social (Cras) de Canindé, Divina Pastora, General Maynard, Lagarto e Santa Rosa de Lima.

A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), acompanha os irrigantes dos perímetros, oferecendo um assessoramento na formalização e cadastro junto ao Governo Federal. 

Para o diretor-presidente da empresa, Paulo Sobral, a iniciativa é de fundamental importância para a agricultura familiar. “Beneficia o produtor rural, que tem a segurança de comercializar seus produtos com valor justo e, principalmente, as pessoas em insegurança alimentar. O Governo do Estado, por meio da Coderse, estimula e dá a condição para que os agricultores tenham esses produtos o ano todo e, com isso, possa atender esse e demais programas aqui no estado de Sergipe”, considerou Paulo Sobral. 

Desde 2008, a companhia apoia os irrigantes no PAA, gerando a doação de mais quatro mil toneladas de alimentos. 

Lagarto e General Maynard

A primeira associação a entregar os alimentos, no dia 12 de novembro, foi a do Povoado Fazenda Grande, formada por irrigantes do perímetro Piauí, em Lagarto, no centro-sul sergipano. 

A agricultora Patricia Santos Ferreira Santana e outros 29 produtores iniciaram o envio das quase 60 toneladas de alimentos que atenderão, durante 10 meses, 3.500 pessoas assistidas pelo Cras de General Maynard. “A vida no campo não é fácil, mas é maravilhosa. Só de colher o fruto do que a gente plantou, é maravilhoso. E esse PAA é muito bom porque repassa as mercadorias com preço justo. Isso mostra que o programa valoriza o trabalho no campo. E a Coderse é muito importante para gente porque, além do fornecimento da água, tem os técnicos que nos auxiliam. Quando a nossa roça dá alguma praga, eles nos orientam. A Coderse, aqui, é de suma importância. A irrigação é muito boa, para que a gente tire a nossa plantação”, avaliou Patricia.

Canindé

Presidente da Associação dos Agricultores Irrigantes de Canindé de São Francisco (Assai) e irrigante no perímetro Califórnia, Ozeias Beserra avalia que o PAA gera renda para o agricultor e diminui a insegurança alimentar no município. “Isso é um programa muito importante onde todo mundo sai ganhando. Desde a produção, até a elaboração do projeto, a Coderse vem nos ajudando. A Coderse fornece água, de inverno a verão, nove horas por dia, para que o produtor tenha a capacidade de produzir alimento durante o ano todo. Se não fosse a Coderse, a gente não conseguiria participar do PAA”, analisou. 

A Assai realizou sua primeira entrega no último dia 27, atendendo ao Cras mantido pela prefeitura daquele município do alto sertão, com 2.360 quilos de banana, batata-doce, melancia, goiaba, abobrinha, alface, couve, coentro, macaxeira, tomate, acerola, melão maracujá, milho e quiabo. São 32 agricultores do perímetro irrigado que vão fornecer, durante 10 meses, mais de 54 toneladas de alimentos para beneficiar três mil pessoas atendidas pelo Cras municipal. 

No dia da entrega da Assai, Conab, prefeitura municipal, associação, produtores e a Coderse, realizaram reunião introdutória sobre as regras do PAA. Coordenador do PAA na companhia federal em Sergipe, Francisco Carlos expõe que o programa atende a quase todos os 75 municípios de Sergipe, recebendo, em 2025, a inscrição de cerca de 120 projetos de compra da produção para a ‘doação simultânea’. Além do Cras, ele anuncia que o PAA vai passar a também fornecer alimentos ao programa Cozinha Solidária, também do Governo Federal.

“Atualmente, estamos participando em 80 projetos e aqui em Canindé é um deles, onde vai amenizar o custo da prefeitura. Os produtores vão fazer essa venda para Conab e doar diretamente para o Cras. E a Coderse é um dos grandes parceiros da gente. Tem nos ajudado muito nos perímetros, na questão da documentação, na qualidade dos produtos, que é muito importante. É uma ferramenta do governo estadual em parceria com o federal, que está melhorando a vida do homem do campo”, justifica Francisco Carlos.
 

Perímetros irrigados do Governo de Sergipe garantem produção de amendoim durante todo o ano

Agricultores abastecidos pelo Perímetro Piauí, em Lagarto, estão no período de colheita e celebram bons rendimentos com o plantio

O amendoim é uma das culturas mais relevantes para a segurança alimentar em Sergipe, sendo um dos itens mais produzidos e consumidos no estado. Ao contrário do que acontece em outros estados do país, onde há maior produção e consumo em meses como maio e junho, em decorrência dos festejos juninos, em Sergipe, a produção é contínua, muito por conta da alta demanda. Para suprir essa necessidade, os perímetros irrigados administrados pelo Governo de Sergipe têm papel fundamental, tanto para o cultivo quanto para o apoio aos pequenos produtores que dependem dessa cultura. 

De janeiro a agosto deste ano, os perímetros de Jacarecica I (Itabaiana) e Piauí (Lagarto), por exemplo, colheram um total de 73,25 hectares de amendoim, 25,6% a mais que no mesmo período de 2024, produzindo 310 toneladas de vagens para cozimento, também 31% a mais, e a produção rendeu R$ 1.752.790 aos agricultores irrigantes, 27% maior que no mesmo recorte do ano anterior. 

No município de Lagarto, a produção continuada no Perímetro Irrigado Piauí, que existe desde 1987, tem sido essencial para os produtores. Para eles, sem esse abastecimento fornecido pelo governo, a produção ficaria comprometida, sobretudo do amendoim cozido, declarado patrimônio cultural e imaterial de Sergipe em 2021. 

No ano passado, nos cinco perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), foram cultivados 169,4 hectares de amendoim, o que equivale a 794,6 toneladas de vagens para cozimento. A produção rendeu R$ 4.475.772,00 aos agricultores irrigantes, somente com esta leguminosa. 

O diretor de Irrigação da estatal, Júlio Leite, explica que o cultivo do amendoim é incentivado nos perímetros por oferecer um conjunto de benefícios que vão além da produção. “Como a produção sergipana é praticamente toda destinada ao amendoim cozido, nos perímetros há sempre produtores que cozinham a sua e a produção dos vizinhos, agregando valor ao produto, que já sai do perímetro pronto para o consumo, gerando mais renda para a agricultura irrigada. Outra vantagem é que o amendoim é uma ótima cultura de transição, fixando nutrientes e conservando a qualidade do solo para a próxima lavoura a ser plantada na mesma área”, enfatizou.

Bons rendimentos
Com a chegada do final do ano, produtores como Antônio Barbosa, de 22 anos, que administra com a família uma propriedade de 4,8 hectares, estão em período de colheita. “Tudo que tenho hoje, como carro e casa, eu tirei da roça. Aliás, minha família toda também construiu bens assim. Estamos no período da colheita para vender para a cidade porque os amendoins já estão maduros. Se fosse na época dos meus pais, quando não havia o perímetro, muito provavelmente a gente plantaria poucos dias antes do inverno e aguardaria a chuva”, declarou o produtor, que precisou contratar funcionários para ajudá-lo na colheita.

O lavrador lembrou, também, que antes do perímetro irrigado a população se restringia apenas às culturas de fumo e mandioca, em Lagarto, diferentemente do que ocorre hoje, quando uma mesma propriedade consegue trabalhar o ano inteiro com, pelo menos, cinco tipos de culturas diferentes. “Naquela época, além da cultura ser limitada, ainda tinha que esperar o tempo certo de plantar”, completou. 

Para implantar o perímetro irrigado, o Governo do Estado construiu a barragem, deu infraestrutura aos lotes, que é o ponto de água, e daí para frente o produtor assumiu a responsabilidade da produção, sempre com o apoio dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). “O perímetro irrigado modificou a economia da cidade porque deu para introduzir mais culturas, que podem ser produzidas o ano inteiro”, acrescentou Antônio.

O lavrador Raimundo Lisboa, mais conhecido como Cacá, também reconhece a importância da estrutura para os produtores, que, segundo ele, possibilitou o envio de seus dois filhos à faculdade. “Com o que produzi aqui, hoje tenho um filho policial militar e outro dentista”. 

Variedades de culturas
Sua propriedade de 2,1 hectares está no período de replantio de amendoim. “Já colhemos e estamos plantando novamente, mas temos outras culturas aqui também, inclusive milho. Com o perímetro irrigado, não estou restrito a um tipo específico de cultura, posso plantar a qualquer momento ao longo do ano. Normalmente cultivo uma tarefa [0,33 hectares] aproximadamente de amendoim. Na última colheita tive 237 medidas [baldes de 12 litros], o que me rendeu cerca de R$ 2 mil de lucro. O amendoim leva três meses para ser colhido, então é possível plantar novamente. Ou seja, não há um longo intervalo. Não há necessidade de alternar a terra”, relatou o agricultor de 60 anos de idade, que atua na região desde a implantação do perímetro irrigado em Lagarto.

Francisco Saturnino dos Santos, o Chiquinho de Neusa, segue a mesma lógica de Raimundo: sua propriedade abastecida pelo perímetro irrigado lhe rendeu bens e investimentos para a família. Apesar dos 82 anos de idade e já estar aposentado, ele segue com a produção junto de dois, dos cinco filhos. “Minha propriedade mede 25 tarefas [7,5 hectares] e aqui tem de tudo. O amendoim são meus dois filhos que estão plantando, mas continuo trabalhando com eles. Inclusive, o nosso amendoim já está bom de colher”, pontuou o produtor, que afirma tirar, em média, R$ 5 mil de lucro por colheita.

O agricultor Aguinobaldo José do Nascimento, o Badinho, também vive do que produz, e prepara o filho de 23 anos de idade para dar sequência ao legado da família. “Tenho duas tarefas [0,6 hectares] de terra dentro do perímetro. Como o amendoim já está maduro, devo colher, no máximo, em 30 dias. É uma cultura muito fácil porque dentro de três meses ele já está maduro e aparece logo gente para comprar. O perímetro irrigado foi uma das melhores coisas para o produtor. Se não tivesse irrigação, não teríamos como plantar. Só poderíamos plantar para colher no inverno, no São João. Mas nós plantamos para colher o ano inteiro”, garantiu. 

Perímetro irrigado
A Coderse gerencia o perímetro irrigado em Lagarto fornecendo água e assistência técnica, que inclui suporte para a aplicação de novas tecnologias como fertirrigação e plasticultura. O perímetro produz uma grande variedade de culturas, como milho verde, abóbora e tomate, e tem como objetivo fortalecer a economia local e estadual, gerando emprego e renda para os agricultores. 

A produção agrícola no Perímetro Irrigado de Lagarto tem apresentado bons resultados. Em 2024, a produção total foi de 11 mil toneladas, um aumento significativo em relação ao ano anterior, impulsionada em parte pela melhora na infraestrutura do sistema, como a entrega de novas motobombas.

Atualmente, a Companhia administra seis perímetros: Califórnia (Canindé do São Francisco), Jabiberi (Tobias Barreto), Jacarecica I (ltabaiana), Jacarecica II (Malhador, Areia Branca e Riachuelo), Piauí (Lagarto) e Poção da Ribeira (Itabaiana).

Coderse realiza cadastro da Agricultura Familiar para incentivar investimentos e benefícios nos perímetros irrigados

Com o CAF, irrigante tem acesso ao crédito subsidiado, benefícios sociais e vende para programas de compras governamentais.

Agricultor precisa do CAF para participar dos programas de compras governamentais, como PAA e PNAE / Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Complementando os serviços oferecidos nos perímetros irrigados, de fornecimento de água de irrigação e assistência técnica agrícola, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), em 2025, passou a realizar o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) dos irrigantes. São quase 80 documentos já cadastrados pelos técnicos da empresa. A Coderse ainda tem levado o Banco do Nordeste (BNB) aos perímetros para apresentar aos irrigantes as linhas de crédito que o CAF dá acesso. O último encontro foi na quinta-feira, 9, com 87 produtores de Areia Branca, Malhador e Riachuelo.  

O CAF também permite que o agricultor participe do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) com ‘doação simultânea’. No perímetro Piauí, em Lagarto, 44 irrigantes com CAF propusessem à entrega de 85 toneladas de alimentos para 5,5 mil pessoas em condição de insegurança alimentar. Ao iniciar os pagamentos, eles serão remunerados pela Conab em um montante de R$ 440 mil. A Coderse — vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) — incentivou o cadastramento dos irrigantes para a participação no PAA. Um deles foi José Ailton Soares dos Santos, 39 anos, que também já adquiriu cabeças de gado com financiamento do BNB.

“Só temos a agradecer a essa equipe, pela forma que eles nos tratam, a assistência da Coderse. Toda a atenção deles é voltada para a gente, que facilitou para esse CAF, orientando. Se quiser uma criação, o Banco do Nordeste oferece um empréstimo, com uma carência muito boa. E tudo isso é desse documento.  Estou participando desse PAA pela primeira vez. Já tiveram outros projetos, mas eu não participava, porque eu não tinha esse CAF”, pontou José Ailton. Quem está indo até os perímetros fazer o cadastramento in loco, são os técnicos da Divisão de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) e da Coordenação Operacional, ambos da Diretoria de Irrigação da Coderse.

Diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite reforça que a emissão do CAF vem como uma forma de aumentar o potencial produtivo dos perímetros. “Tomando financiamentos próprios para a Agricultura Familiar, eles podem investir na modernização, comprando equipamentos novos para as unidades produtivas que ainda utilizam o sistema de irrigação de quando o perímetro começou. A maioria dos perímetros foram criados há 38 anos. Eles podem diversificar a produção, investindo em criatórios alimentados com o que é produzido na agricultura irrigada. Mas também o CAF ajuda o trabalhador rural a ter acesso à outros benefícios e os permite vender nos programas de compras governamentais, como PAA e PNAE (Programa Nacional Alimentação Escolar)”, avaliou.

José Humberto dos Santos, produtor irrigante do Perímetro Irrigado Jacarecica II, resume bem a importância do Cadastro da Agricultura Familiar. “CAF é a identidade do agricultor. Serve para tudo: fazer empréstimo, para se aposentar, auxílio doença, para você botar uma mercadoria pelos projetos beneficentes do governo. E a Coderse dando apoio. Então, se não tiver o CAF, você não é agricultor”, alertou.

Reuniões com o BNB
O gerente de relacionamento, Antoane Amaro, e o analista de projetos, Fernando Pessoa, do BNB, na quinta-feira, expuseram as linhas de crédito para a agricultura familiar a 87 agricultores irrigantes do Jacarecica II, que assiste povoados de Areia Branca, Malhador e Riachuelo. Uma semana antes, o colega deles no banco, o agente de crédito Luan de Oliveira, conversou com 32 produtores do perímetro Piauí, em Lagarto.  

“Primeiro passo quando a gente visita um perímetro irrigado, que é um diferencial para a agricultura familiar, é tanto buscar a regularização de dívidas, como também a gente apresentar linhas de crédito que visam, sobretudo, estimular a produção sustentável. Estamos com o programa Desenrola Rural, com desconto que vai até 95%. Tem linhas de crédito voltadas para a agroecologia, uma atividade que demanda muita atenção por parte do Governo Federal”, listou Antoane Amaro. Os técnicos do BNB apresentam o Agroamigo, com linhas de crédito do Pronaf A e B, com subsídios, carência e os valores limites para crédito diferenciados.

As reuniões com o BNB também criam o interesse por criar o CAF junto aos técnicos da Coderse. Claudiene Barreto, produtora rural do Jacarecica II, participou para conhecer melhor o benefício. “Eu não tenho o CAF, mas aí eu quero ter conhecimento, quais os benefícios que vão render para o meu terreno. Porque eu fiquei sabendo que é muita informação e é muita coisa boa. Vai facilitar muito aqui na área rural da gente. Para comprar material, benefícios para o terreno e assim sucessivamente”, explicou.

“O CAF é um documento muito importante para pequenos agricultores rurais, porque a gente pode pegar empréstimo para trabalhar na nossa terra. Por isso que vim hoje até aqui, ouvir a palestra do pessoal que está aqui hoje, da Coderse e todos aqui presentes, para que possamos tirar nossas dúvidas”, acrescentou a presidente da Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Mário Lago, Maria Angélica Araújo, também irrigante no Jacarecica II.

Atuação da Coderse em General Maynard vai de poços à doação de alimentos

Município se tornou a capital de Sergipe por um dia durante o ‘Sergipe é aqui’

Na edição 53 do “Sergipe é aqui’, nesta sexta-feira, 25, em General Maynard, leste sergipano, a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), compareceu oferecendo e mostrando seus serviços em todo estado, em demandas de infraestrutura de recursos hídricos. A irrigação da empresa pública gerou 83 toneladas de alimentos doados a 4 mil pessoas em insegurança alimentar daquele município, em 2024. Neste ano, os agricultores só aguardam liberação dos recursos federais para repetir estas entregas.

Deste modo, atuação da Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), vai além dos cinco poços de excelente vazão perfurados em General Maynard — o principal deles produz 15.840 litros de água por hora no povoado Pedro Gonçalves. A perfuração, limpeza, instalação, recuperação e manutenção de poços são serviços ofertados pela empresa durante as edições do evento itinerante, realizado pelo Governo do Estado em 53 municípios, até agora.

Em Lagarto, centro-sul sergipano, a empresa administra o Perímetro Irrigado Piauí. Neste, no último ano, 23 produtores irrigantes, juntos, receberam quase R$ 345 mil do PAA, na modalidade ‘compra com doação simultânea’, mantido pela Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), para a entregar abóbora, acerola, alface, batata-doce, cebolinha, coentro, couve, laranja, mamão, maracujá, milho verde, pimentão, quiabo e macaxeira às famílias atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de General Maynard.

“A empresa atuou no fornecimento de irrigação e assistência técnica para a produção de mais de 60t de alimentos, em Lagarto; fornecidos à 4 mil pessoas em insegurança alimentar da General Maynard, através do PAA, em 2024. Em nova proposta, já aceita pela Conab, esses mesmos irrigantes vão produzir para entregar esses alimentos novamente, em 2025”, informou o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite.

Ainda segundo o diretor, desde 2008 os produtores irrigantes atendidos na irrigação pública do Governo do Estado já entregaram ao PAA mais de 4 mil toneladas de produtos. “Foram mais de 150 mil benefícios, remunerando o produtor para produzir alimentos de qualidade ou beneficiando pessoas atendidas por essas instituições socioassistenciais. Os agricultores irrigantes foram remunerados em cerca de R$ 13 milhões para cultivar esses produtos”, explicou Júlio Leite.

Coordenadora do Cras de General Maynard, Márcia Nascimento disse que as pessoas beneficiadas pelo PAA, no último ano, sempre perguntam a ela quando vai começar a próxima edição de entregas. “As famílias adoraram, realmente são produtos de qualidade, que atendem às necessidades. Programas como esse são de extrema significância e realmente ajudam na situação de insegurança alimentar. Dando alimentos de qualidade, que realmente vão direto para a mesa. Serve aos filhos e à toda a família. Produtos que a gente sabe a origem, sabe que realmente têm uma certificação porque a Coderse sempre trabalha com produtores que realmente se preocupam com a sua produção”, reforçou a coordenadora.

Água Doce

Outra ação da Coderse no ‘Sergipe é aqui’ de General Maynard, foi levar ao conhecimento da população o trabalho que o Governo do Estado realiza mantendo e ampliando o Programa Água Doce (PAD). Isso é feito com a exposição da maquete de uma unidade de produção de água dessalinizada. Sergipe tem 29 sistemas de abastecimento, como este, em operação em nove municípios. Três novos sistemas foram construídos e serão entregues à população do semiárido ainda em 2025.

Sergipe produz repolho irrigado do centro-sul ao alto sertão

Vegetal tem boa demanda de mercado e funciona como opção de rotação de cultura que ajuda na saúde do solo
Em Canindé, produtor irrigante está obtendo sucesso ao produzir repolho na irrigação fornecida pelo Governo do Estado // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Aliados ao uso de tecnologia de irrigação e assistência técnica, agricultores de Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, estão conseguindo produzir repolho no clima semiárido. A hortaliça se desenvolve melhor no clima frio e já chamava atenção quando era plantada, há alguns anos, na irrigação pública do centro-sul e no agreste do estado, onde o clima é mais úmido. São produtores de repolho atendidos pelo Governo do Estado em perímetros irrigados que produziram quase 74 toneladas, em 2024.

Em 2025, no perímetro Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), em Canindé, o repolho foi plantado em abril e dependia unicamente da irrigação. Perto de sua colheita, no fim de junho, já era influenciado pela diminuição da temperatura do período chuvoso. Já no perímetro Piauí, em Lagarto, neste ano, a safra do repolho começou ainda mais cedo, com o plantio em março, para ser colhido em maio e com um aproveitamento ainda menor do período de frio, em Sergipe. 

Segundo o gerente do Piauí, Gildo Almeida, mesmo em dias de chuva, as bombas do perímetro irrigado voltam à funcionar em casos especiais, como o do repolho. “A gente fica atento, para oferecer a irrigação através da Coderse e dar o suporte que eles precisam, como parte do acompanhamento técnico. Pela estação meteorológica, lá no perímetro, sabemos, todos os dias, quantos milímetros choveu. Se for pouco e como o repolho requer mais água, a gente sempre fica em comunicação com o produtor e faz, da melhor forma, um abastecimento de água extra”, explica.

Califórnia, Piauí e Jacarecica I, em Itabaiana, no agreste sergipano, foram os três perímetros irrigados estaduais que produziram quase 74 toneladas de repolho, durante o ano de 2024. Eles fazem parte do conjunto de sete unidades em que a Coderse – vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – incentiva a agricultura irrigada no estado, oferecendo infraestrutura de armazenamento e distribuição de água bruta. 

Para o diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, o repolho é mais uma opção de produto da irrigação pública no mercado, para o produtor não ficar atrelado à insegurança da monocultura.  “O produtor tem mais segurança financeira, se sua renda vier da produção e comercialização de uma diversidade de produtos. Se ele oferecer só um produto, ele assume o risco de uma queda no valor de mercado e pode até ter prejuízo. Por isso a Coderse sugere variar a produção, com assistência técnica, estudo de mercado e principalmente, a água, para irrigar o ano todo”, analisa.

Manejo e comercialização
O produtor Genilson Cardoso, conhecido como Genilson do Quiabo, investe, pelo segundo ano, com sucesso, na produção de repolho, em Canindé, por ser uma planta de ciclo rápido para a rotação de culturas agrícolas. “Tem que mudar de cultura e eu optei pelo repolho, que, em 90 dias, já colhemos e plantamos outra cultura porque, se plantar só o repolho, a terra vai ficando fraca. Aqui eu já plantei tomate, milho, quiabo e agora repolho”, conta o irrigante do Perímetro Califórnia.

Genilson conta que não teve dificuldade com pragas e doenças no repolho, cultivado em Canindé. A comercialização da safra de 2025, com quase um hectare plantado, já estava negociada antes da colheita e desta vez atendeu a demanda do próprio estado. “Essa aqui vai para Itabaiana, mas eu já mandei para Recife, Caruaru, Salvador, Maceió e Aracaju. Foram dois caminhões de repolho”, destaca.

O produtor irrigante aconselha aos outros produtores rurais o plantio do repolho. “Se você quiser plantar, é uma cultura fácil de vender. Eu gosto de plantar, todo ano eu planto, mas tem que plantar no tempo frio porque, no verão, é difícil de tirar ele. No tempo de inverno é bom, ele não adoece muito”, aconselha.

Assistência técnica e irrigação
Mesmo experiente para plantar, Genilson do Quiabo tem o auxílio dos técnicos agrícolas da Coderse. “Eles sempre dão uma dica. A gente vai na prática e vai pedindo para eles, como é que a gente vai fazer para sair melhor. Nós não estudamos para isso, só sabemos mexer com a terra. Mas a importância da irrigação é tudo, a gente sobrevive dessa irrigação. Se não tiver irrigação aqui, o ‘cabra’ não tem emprego. Quem é agricultor tem que ter irrigação, para manter a família e manter os trabalhadores, também. Todo o tempo a gente tem roça aqui. É tirando uma roça e já plantando outra”, completa.

Acumulado de chuvas elevam barragens de irrigação do centro-sul sergipano à capacidade máxima

Perímetro Irrigado Piauí produziu 11 mil toneladas de hortaliças, frutas, grãos e material forrageiro em 2024. Já o Jabiberi alcançou produção de 2,4 milhões de litros de leite
Barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, verteu pela primeira vez em 2025 // Foto: Coderse

Como resultado das chuvas que caem em Sergipe há mais de uma semana, a barragem do Perímetro Irrigado Jabiberi, mantido pelo Governo do Estado em Tobias Barreto, município do centro-sul sergipano, chegou à sua capacidade máxima nessa quarta-feira, 21, e verteu. Na mesma microrregião do estado, a barragem do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, desde as primeiras chuvas do ano já vinha cheia. A situação é favorável à segurança hídrica para a irrigação nesses perímetros, e ao abastecimento humano nos municípios, bem como nas cidades de Riachão do Dantas e Simão Dias.

A meta alcançada em Tobias Barreto era a mais importante para segurança hídrica estadual, em barragens de irrigação, para 2025. No início do mês de fevereiro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac) havia declarado situação de atenção para o nível da barragem do Perímetro Irrigado de Jabiberi, que estava entre 50% e 30% do seu volume útil. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) é a responsável por administrar o Jabiberi. O diretor de Irrigação da Coderse, Júlio Leite, comemorou o resultado das chuvas no perímetro. Segundo ele, isso evitou que pequenos produtores assistidos com irrigação, tivessem prejuízos na sua produção.

“Se a situação não se revertesse, com a recarga da barragem através das chuvas, e a barragem chegasse a uma situação de alerta, seria necessário implementar um regime de racionamento e restrição na produção agropecuária do Jabiberi, que é a vocação do perímetro. A água de irrigação é utilizada para a produção de material forrageiro e pasto, que alimenta vacas leiteiras. A importância desta produção  — quase 2,4 milhões de litros em 2024 — é tamanha, que permitiu a instalação de um laticínio dentro do perímetro para beneficiar exclusivamente o leite desses pecuaristas, produzindo em torno de 272 toneladas de queijo no mesmo período”, avaliou Júlio Leite.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a Coderse está ciente das condições climáticas que dificultam a recarga do reservatório. Há cerca de dois anos, a Coderse reduziu o tempo de distribuição de água no perímetro Jabiberi de nove para cinco horas diárias. Isso foi possível graças à parceria da Coderse com irrigantes, construindo reservatórios de 100 metros cúbicos (m³), o suficiente para atender toda a demanda diária de cada lote.

Em Tobias Barreto, é constante também o serviço de reparo das placas que compõem os canais de irrigação e a limpeza da vegetação, para evitar vazamentos. Ainda foi incentivado, a partir de banco de sementes, o cultivo de palma forrageira e gliricídia, mais resistentes à seca, para atender às criações de gado do perímetro em períodos de racionamento.

Outros perímetros
A partir do monitoramento periódico feito oficialmente pela Semac, em cooperação técnica com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), e com a medição feita pelos técnicos de campo, a Coderse acompanha o nível das barragens em cinco, dos seus seis perímetros de irrigação. “Além das barragens Jabiberi e perímetro Piauí, as outras três barragens estão com o nível normal, com a expectativa de que a partir de junho, como é de costume, cheguem à capacidade total e vertam”, completou o diretor Júlio Leite.

Produtores dos perímetros irrigados garantem produção de milho para o período junino

A expectativa da produção para a época é de mais de quatro milhões de espigas, cerca de 50% a mais do que no ano passado

A época do ano mais esperada pelos sergipanos está batendo à porta. Cheios de manifestações culturais, os festejos juninos também carregam tradições culinárias exaltadas pela população, como o consumo do milho e pratos derivados, por isso, boa parte da produção do alimento é pensada para abastecer os estoques e atender a alta demanda. Para tanto, o Governo de Sergipe atua para garantir a produção de milho verde, sobretudo nos perímetros irrigados, por meio do trabalho realizado pelos produtores, com o apoio e orientação técnica da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). 

A expectativa de produção dos perímetros irrigados para o ano de 2025 é de mais de 4,5 milhões espigas de milho até o mês de junho, o que representa um aumento de 50% em relação ao ano passado, quando foram comercializadas pouco mais de três milhões de espigas, segundo levantamento da Coderse. A área correspondente à produção de 2025 é de 157,2 hectares, espaço que conta com infraestrutura do governo para garantia da irrigação adequada à produção. 

Para quem é produtor, contar com o perímetro irrigado faz muita diferença na produção, como é o caso do agricultor familiar e administrador de empresas Paulo Henrique de Oliveira, 29 anos, que acompanha o pai na lida no campo desde a infância. Atualmente, o negócio da família é todo focado nas culturas mais procuradas no período junino, em especial o milho. “Somos beneficiados com o perímetro irrigado. Podemos plantar de inverno a verão que sempre haverá produção. Ficamos despreocupados em relação a isso. Não dependemos somente da chuva”, justifica o rapaz, que concilia um emprego na indústria com as obrigações no campo, no Povoado Brejo, em Lagarto. 

Segundo ele, a produção de milho do ano passado foi muito boa e a expectativa para este ano é que seja melhor. “Ano passado, foram cerca de 30 mil espigas e os preços ficaram em torno de R$ 40 a R$ 50 a mão [50 espigas]. Só em junho do ano passado faturamos R$ 14 mil e esperamos que neste ano seja melhor”, vislumbra o produtor, que destina sua produção para a Central de Abastecimento (Ceasa) de Aracaju e de Areia Branca. “Eu poderia me sustentar só com o trabalho do campo, se eu quisesse. A produção de milho já me supre, se eu quiser manter só uma profissão”, pontua. 

Paulo Henrique relata que o milho é o item mais procurado nessa época junina, mas ele produz, também, batata-doce, macaxeira e maracujá. “Apesar de diversificarmos as culturas, no momento, nosso foco é o milho, por conta do São João. O perímetro irrigado nos ajuda bastante. Nós, produtores, tanto no inverno quanto no verão conseguimos garantir a produtividade. Não ficamos só dependendo da época chuvosa. Conseguimos nos programar”, reconhece.

Demais culturas

Agricultora há 12 anos no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, no Ppovoado Fazenda Grande, Mirabel Ferreira dos Santos disse que se prepara para entregar o milho para o consumidor, assim como outros alimentos tradicionais do período junino, como a macaxeira. “A macaxeira está perto de colher. Já dá para vender para o comércio, se eu quiser”, declara a mulher, acrescentando que colhe cerca de 400 a 500 quilos de macaxeira por dia. “Já cheguei a uma tonelada de macaxeira por mês”, informa Mirabel, ao destacar que maio é a época certa de colheita para que a macaxeira esteja à disposição do consumidor em junho.

Por conta do aparato do perímetro irrigado, ela consegue se programar mais de uma vez no ano para a plantação. “Vamos plantar tudo de novo porque temos irrigação. Não tem época de plantar, dá o ano todo”. Além da macaxeira e do milho, Mirabel cultiva em sua propriedade batata-doce, feijão carioca, feijão de corda e amendoim. “Recebo assistência técnica por meio de técnicos da Coderse, que nos visitam e nos instruem. Contamos com a modernidade e tecnologia do perímetro. Eles sempre vêm, de acordo com a nossa demanda”, enfatiza.

Na temporada de São João também é tradição a venda de amendoim, produto típico que já está sendo providenciado nas duas propriedades de oito tarefas do produtor Antônio Barbosa, também assistida pelo Perímetro Irrigado Piauí, de Lagarto, no Povoado Brejo. “Sou um dos beneficiados do programa de irrigação e produzimos durante o ano todo, independentemente da época”, declara o agricultor de 22 anos de idade, que sustenta a casa onde vive com os pais graças ao dinheiro que fatura com a venda de amendoim e milho.  

Segundo ele, além do amendoim, até junho sua propriedade disponibilizará de 10 a 15 toneladas de milho prontas para comercializar. “No dia 24 de junho, o milho será entregue à Ceasa de Aracaju e de Maceió”, garante o agricultor, que trabalha com milho há cinco anos. “A produção é tão rentável que pretendo me manter no milho, amendoim e batata-doce. É o que está me rendendo. O perímetro permite isso”, conclui.

Irrigantes retomam produção de batata-doce em perímetro estadual de Lagarto

Cinco perímetros irrigados estaduais produziram quase 19 mil toneladas da raiz em 2024

Agricultores irrigantes de Lagarto aumentam a cada ano a produção de batata-doce feita no Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado no município do centro-sul sergipano. Em 2024, a alta foi de quase 30%, alcançando 648 toneladas da raiz. O perímetro é administrado pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Este resultado mostra que os bataticultores superaram as dificuldades com pragas e doenças, as quais praticamente suspenderam a produção em 2019. Naquele ano, a incidência dos insetos pulgão e mosca branca transmitiam aos pés de batata-doce os vírus do Mosqueado Plumoso e Suave, que causam clorose irregular em forma de mosaico nas folhas. Isso provoca o atrofiamento da planta, que diminui o seu tamanho e o número de raízes. A assistência técnica oferecida pela Coderse reverteu a situação.

Segundo o técnico agrícola da Coderse, Marcos Emílio Almeida, a ocorrência da doença foi contornada de forma simples, apenas trocando as ‘sementes’. Como os produtores usavam as ramas dos pés de batata-doce colhidas na lavoura anterior, esta propagação passava o vírus de uma lavoura ou safra para outra. “Os produtores estavam com dificuldade de plantar por conta do material genético, muito propagado e com baixa produtividade. Conseguimos outro material genético e agora eles retornaram o plantio”, explicou.

O produtor irrigante Fabiano Martins planta batata-doce há cerca de oito anos. No fim do mês de fevereiro, ele tem um hectare plantado com da variedade roxa, divididos em três parcelas de idades diferentes. A mais próxima de colher tem 36 dias desde que foi plantada. O agricultor está confiante de ter bom rendimento e renda com essas três lavouras.

“A expectativa é que dê uma produção que nós consigamos vender, no mínimo, a R$ 2 o quilo. A gente costuma vender para atravessadores da região. Escolhemos a batata-doce roxa, porque ela colhe mais rápido que a ourinho branca, que não estava dando tão boa quanto o esperado. Muitos agricultores, como meu pai, plantaram a ourinho há uns anos e praticamente perderam por inteiro. A batata-roxa até para lavar é melhor, e tem boa aceitação”, pontuou.

Marcos Emílio relatou que a adubação de fundação, feita pelo produtor Fabiano Martins, ainda aproveitou os restos culturais de outras lavouras para baratear mais os custos. “A batata-doce não requer muito custo inicial para plantação, é mais resistente. Além disso, tem um mercado certo no município. Ele fez a plantação em covas, ficou mais espaçado, mas a produtividade mantém-se boa”, finalizou o técnico agrícola da Coderse.

Produção anual de maracujá na irrigação pública aumentou 161% em 2024

Agricultores são assistidos pelo Governo do Estado por todo ano, em 1.866 unidades produtivas de seis perímetros irrigados

Perímetros irrigados estaduais produtores de maracujá até setembro deste ano produziram 183 toneladas de maracujá, atingindo 161% a mais que as 70 toneladas em todo o ano de 2023. Em Lagarto, região Centro-Sul do estado, a assistência técnica dada aos irrigantes pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) superou a fusariose em pomares irrigados, e também registrou aumento de 106% na produção já nesses nove meses. Já no perímetro de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão, a produção parcial foi de mais de 45 toneladas e fez ressurgir a cultura agrícola.

No Perímetro Irrigado Califórnia, administrado em Canindé pela Coderse – empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) -, um dos responsáveis pelo retorno do maracujá às áreas irrigadas e nas prateleiras do comércio local foi o agricultor José dos Santos. Ele planta maracujá há pouco mais de um ano e meio, e está satisfeito com os resultados e a facilidade de escoar o produto. Em uma área de 0,75 hectares, ele colhe até 60 caixas de 30 kg por semana.

“Gostei do maracujá porque é um plantio que a gente vende diretamente para o consumidor. O pessoal compra o maracujá aqui e leva diretamente para a feira. Não tem dificuldade. A Coderse fornece água de qualidade para nós, os técnicos estão aí dando assistência, e todos estão de parabéns”, agradeceu José dos Santos, conhecido no perímetro como ‘Duda’.

No Perímetro Califórnia, o rendimento das 45 toneladas produzidas até setembro de 2024 foi de R$ 259.089,00 de renda bruta aos irrigantes. Depois de plantado no perímetro de Canindé, o maracujazeiro leva seis meses para começar a dar frutos, em colheitas que podem durar até dois meses. Daí então ele pode passar até dois anos produzindo frutos em escala comercial, com intervalos de três ou cinco meses entre as safras.

Lagarto
A maior produção, até setembro, está sendo a do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. São 138 toneladas até agora em 2024, contra as 66,7 lá produzidas durante todo o ano de 2023, e superando as 97 toneladas de expectativa inicial para a safra anual. Nos nove primeiros meses deste ano foram R$ 393.350,00 em renda bruta para o irrigante lagartense.

Muito disso se deu pelo surto de fusariose em pomares irrigados de maracujá no início do ano. Esta doença fúngica mata as plantas infectadas e tem alta capacidade de contaminação do solo e até de outras plantações. Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Aldebrando Leite, a ação da assistência técnica prestada no perímetro teve influência direta no quadro positivo.

“Os técnicos agrícolas e os engenheiros agrônomos da Coderse levaram aos produtores afetados com a doença, a orientação necessária para controle, tomando medidas sanitárias com os pomares existentes e a iniciativa de só adquirir mudas ou sementes certificadas. Isso evitou tanto que a fusariose se alastrasse, como a entrada da doença vinda de outras regiões produtoras”, disse ele.

Entrega simultânea de alimentos da irrigação pública em Lagarto tem incentivo do Governo do Estado

Irrigação e assistência técnica da Coderse contribui para o agricultor atender exigências dos programas

Em um só dia, agricultores irrigantes de Lagarto, centro sul sergipano, entregaram quase 2,5 toneladas de alimentos da Compra com Doação Simultânea (CDS) via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entregas que, na mesma quinta-feira, 18, foram colhidas, pesadas, transportadas e distribuídas às pessoas assistidas pelo Centro de Referência de Assistência Social de General Maynard, no leste sergipano.

O Irrigante do perímetro Piauí Antônio de Carvalho Neto destacou a satisfação de vender a produção em um programa que ajuda as pessoas. Ele produziu em sua unidade irrigada e entregou nesta etapa do PAA 100kg de quiabo, 80kg de pimentão, 60kg de acerola e 90kg de laranja pera. “Ajuda bastante, pois produzimos fora de época e podemos vender num melhor preço, de acordo com o projeto. É gratificante poder produzir e ajudar o próximo de maneira sustentável e boa, com mercadorias de alta qualidade do perímetro, como tem que vir”, considerou.

O agricultor Valmir Barbosa cultiva abóbora, milho verde, amendoim e mandioca em sua unidade produtiva irrigada. Ele confirma a importância de ter destino certo com preço justo. “Hoje, fiz entrega de 150kg de abóbora. O que ajuda é que tenho alguém certo para entregar e também com preço bem melhor que o do comércio. Meu sentimento é de alegria por poder ajudar, o trabalho passa a ser mais significativo”, considerou.

Sem agrotóxico
Para o agricultor Raimundo Batista Nascimento, a modalidade de compra com doação simultânea é boa para os produtores. “Não tenho o que reclamar e cada dia que passa as coisas melhoram para nós. Quero que tenham mais outros anos para a gente produzir e já entregar a produção. Temos o acompanhamento da Coderse, os técnicos são maravilhosos e nos ajudam muito. A força do nosso trabalho vem da união”, contou.

O irrigante entregou ao PAA, no dia 18, alface, couve, cebolinha e coentro, cultivados no sistema de produção agroecológica que Raimundo adotou há cerca de 15 anos. “Aqui também tem a ajuda do Governo do Estado, que vem com esses projetos através do Governo Federal e nossa responsabilidade é colocar mercadoria de boa qualidade. Não pode trazer nada ruim. Isso é muito bom e eu trabalho sem usar agrotóxico, tipo orgânico, que é bom e saudável”, complementa.

Assistência do Estado
Das frentes de atuação que o Governo do Estado para beneficiar os produtores dos perímetros irrigados, três delas ficam bem evidentes quando eles optam por participar desses programas de compras governamentais. A primeira é a irrigação o ano todo, fornecida pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Para produzir continuamente durante a vigência dos contratos, em volume para atender a demanda e atendendo aos critérios de qualidade.

A segunda frente de atuação do governo é a assistência técnica agrícola no campo. Outra atuação é a assessoria da equipe ao produtor e associações para estarem quites com a documentação, na elaboração dos projetos-proposta de entrega de alimentos e na parte de prestação de contas com os órgãos contratantes.

“São 23 produtores e eles têm o limite de mais de R$ 340 mil para entregar alimentos durante 10 meses, em entregas quinzenais. Produtos que são destinados a pessoas em insegurança alimentar de General Maynard. A gente analisa se a documentação está correta e na elaboração das propostas. E isso é com todas as associações e cooperativas. Esta que está entregando e outra que aguarda a liberação de recursos da Conab”, explicou o gerente do Perímetro Irrigado Piauí, Gildo Almeida. Ele complementa que este projeto é para atender um montante de 60,8 toneladas de alimentos durante o período de vigência.

Última atualização: 19 de agosto de 2024 10:18.

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