Agro-SE: Perímetro irrigado de Canindé prospera com uva, pera e agora maracujá industrial

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No programa Agro-SE desta quarta-feira (25), a  Tv Atalaia  mostrou as novidades no ramo da fruticultura no Perímetro Irrigado Califórnia, que é administrado pelo  Governo de Sergipe , através da Cohidro, em Canindé de São Francisco. Por lá, desponta o cultivo de uva, pera e agora o maracujá. Este último já era cultivado pela Agricultura Familiar, mas agora ganha status de produção comercial, voltada para a demanda da indústria.

Uva e pera foram introduzidas naquele perímetro da Cohidro a partir de um convênio de transferência de tecnologia entre a Embrapa Semiárido, de Petrolina/PE, e o Governo do Estado. Onde, há 5 anos, a empresa federal entrou com mudas, material de construção dos parreirais, sistema de irrigação por gotejo, todos os insumos necessários à nutrição da planta e a assistência técnica, estes dois últimos durante os dois anos iniciais. A companhia sergipana, além da água para irrigar os três pomares, agora dá continuidade na assistência técnica aos fruticultores.

Um lote empresarial do Califórnia fez grande investimento em uma plantação de maracujá que ocupa 8 hectares de área, formada por maracujazeiros de espécie voltada ao aproveitamento industrial. A Cohidro contribui garantindo o fornecimento contínuo de água para irrigação e empreendimento tem gerado postos de trabalho para a implantação do pomar – com estacas para espaldeira, irrigação por gotejo e plantio de mudas, manejo – e vai continuar empregado nas etapas de reprodução artificial do maracujazeiros, mostrada na reportagem, e na colheita.

Alto Sertão produz toneladas de hortaliças irrigadas para Sergipe e estados vizinhos

Perímetro mantido pela Cohidro em Canindé produziu 626 T de alface e coentro até junho deste ano

 

Ednaldo Pereira [Foto: Fernando Augusto]
Em Canindé de São Francisco, os agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia produziram 1.330 toneladas (T) só de alface e coentro, em 2020. As folhosas, que requerem muita água e exposição direta aos raios solares, recebem irrigação durante todo o ano pelo Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O mercado para as duas olerícolas é grande, atendendo aos municípios vizinhos e até as feiras livres do estado de Alagoas. A alta produção rendeu aos irrigantes do Califórnia R$ 6,2 milhões em faturamento bruto no ano passado. Já em 2021, de janeiro a junho, foram produzidos 384 T de alface e 242 T de coentro no Califórnia, gerando um faturamento estimado em R$ 1.342.400,00.

Neste ano, o Califórnia já conta com uma área colhida de 38 hectares. Ednaldo Pereira é um dos agricultores que cultivam alface e coentro no perímetro irrigado pela Cohidro e está satisfeito com o retorno do investimento feito nas folhosas. “Para mim, é ótimo. Dá para sustentar minha família e ainda emprego um monte de gente. Tem três pessoas trabalhando comigo direto, e ainda têm as outras que trabalham indireto. Eu abasteço as feiras, então no meio da semana a gente bota mais quatro ou cinco funcionários. E, ali na frente, tenho mais pessoas trabalhando fazendo o plantio de milho”, conta o produtor.

Acompanhando Ednaldo e outros oleicultores, o técnico agrícola da Cohidro, Luiz Roberto Vieira, indica para onde as hortaliças de Canindé são enviadas. “Essas áreas abastecem todo o Alto Sertão. O principal escoamento é para as feiras livres de Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Canindé de São Francisco e até mesmo além-divisa com Alagoas, em Piranhas. É um faturamento semanal. Essa área daqui produz em torno de duas toneladas por semana. É uma contribuição social, pois Ednaldo é hoje um microempresário com cinco pessoas o auxiliando. E a Cohidro está presente e ativa para fazer o melhor para o produtor. O produtor rural é a razão da Cohidro e dos órgãos de assistência técnica do Governo do Estado”, disse.

O técnico agrícola da Cohidro no Perímetro Califórnia informa, ainda, que a equipe presta a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) nos lotes diariamente. Nas roças com hortaliças, em que o plantio e a colheita ocorrem quase todo dia, os técnicos comparecem quando são chamados. “No caso desse produtor, embora seja diariamente, é mais pontual. Por exemplo, se tiver alguma praga que fuja do controle dele, por não ter o recurso técnico para lidar, ele consulta a nossa equipe técnica e aí a gente faz o atendimento devido”, explicou Luiz Roberto Vieira.

O diferencial do trabalho do produtor Ednaldo Pereira é trabalhar todas as etapas da produção, investindo em ferramentas, mão de obra e tecnologia. Desde a semente com produção das mudas; o preparo do solo, em que ele investiu em motocultivador para arar a terra; até os tratos culturais diários e a irrigação por microaspersão, mais econômica e fixa. “Eu digo direto: a pessoa consegue produzir até em cima de uma pedra, se faz com carinho, sabendo o que está usando. A gente trabalha o ano todo sem preocupação com o sistema de água, porque tem água de inverno a verão”, finalizou o produtor, destacando a importância da irrigação pública para a produtividade dos seus lotes.

Cohidro segue realizando obras de melhorias nos perímetros irrigados e sede

Foto: Gabriel Freitas

Desde 2019, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) vem realizando obras para a promoção de melhorias nos escritórios e estações de bombeamento (EBs) dos perímetros irrigados e, mais recentemente, da sede da empresa, em Aracaju. Cerca de R$ 870 mil em recursos próprios já foram investidos na execução, que inclui a recuperação das coberturas, estruturas metálicas, pintura e revisão da rede elétrica de almoxarifados e oficinas; pequenas reformas e sinalização; e reparos nos escritórios de Lagarto e Canindé de São Francisco e EBs em Itabaiana. A próxima obra será dedicada à recuperação do telhado, rede elétrica e hidráulica do pavilhão administrativo.

A reinauguração das coberturas dos almoxarifados e oficinas aconteceu no início de Maio, em ato do Governo de Sergipe para a autorização de obras e licitações para implantação de sistemas de abastecimento e aquisição de equipamentos, compra de equipamentos e revitalização do edifício na sede. Na obra entregue, ao todo foram investidos via licitação R$ 514.309,84 em recursos próprios, recuperando 1.956 m² de uma estrutura construída em época anterior à fundação da Cohidro, como aponta o Diretor Administrativo e Financeiro da empresa, Jean Nascimento. “As telhas de zinco estavam deterioradas, assim como algumas partes da estrutura metálica que as sustentam. Pedaços de metal que poderiam se soltar e atingir alguém. Foi um esforço financeiro na empresa, encontrar recursos para fazer a obra, em meio a um período de contingenciamento por conta da pandemia, mas pela urgência de manter acessível o local de trabalho, demos prioridade”, explica.

Além disso, também houve ações na parte interna e administrativa na sede da empresa, aproveitando o período de menor circulação de pessoas, por conta das medidas preventivas à Covid-19. Na sede, foi possível realizar a reforma da recepção, pintura de estacionamento, reforma do protocolo, instalação de placas de sinalização (vagas de deficientes e para motos). E nos perímetros, foram feitas pintura e revitalização de motobombas nas EBs dos perímetro irrigado Poção da Ribeira e Jacarecica I, em Itabaiana; reparos nos escritórios dos Perímetros Irrigados Califórnia, em Canindé; e Piauí, em Lagarto; dentre outros, realizados a partir da mão de obra dos próprios funcionários.

As reformas têm sido satisfatórias, para o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, que comemora o fato de companhia vir encontrando meios de realizar melhorias nas condições de trabalho na sede e unidades do interior, oferecendo melhores serviços à população. “Em paralelo à reforma dos almoxarifados e oficinas na sede, revitalizamos outras três EBs, partindo agora para a quarta obra, no perímetro Califórnia, e duas no perímetro Piauí. Em todas as obras, pesa muito a condição de trabalho para o nosso servidor e, no caso das EBs, fortalece a garantia de prestação contínua do serviço de fornecimento de água, o produtor irrigante. Ele, que tem contribuindo de forma crucial para as obras nos perímetros, através do pagamento da tarifa d’água que é revertida nestas melhorias”, conclui.

[vídeo] Irrigação pública no Alto Sertão permite plantio de hortaliças e movimenta economia de Canindé

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Nesta quarta-feira (04), o programa Agro-SE, da  TV Atalaia , trouxe reportagem mostrando que no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, a irrigação para a produção agrícola e assistência técnica fornecidos pelo Governo de Sergipe, através da Cohidro, permitem que os agricultores irrigantes produzam uma grande variedade de hortaliças em pleno clima Semiárido.

A geração de renda beneficia o produtor, trabalhadores rurais dedicados ao cultivo e feirantes, que pela proximidade, adquirem os produtos direto das hortas, sem necessidade de atravessadores. Ganham as famílias envolvidas na rede de produção e os moradores do Alto Sertão, que pagam um preço mais justo pelo alimento, produzindo ali mesmo. Ao mesmo tempo que consumem produtos frescos, de qualidade e confiança; garantidos por quem conhece a pessoa que planta.

Batata-doce é cultivada no Alto Sertão com irrigação pública e assistência técnica

No perímetro de Canindé, agricultores desafiam clima e solo com o auxílio da assistência técnica da Cohidro

[Foto: Fernando Augusto]
Na agricultura, sempre haverá produtores que desafiam as tradições, promovendo experiências novas e bem-sucedidas. Cultivando produtos ainda não explorados, multiplicam suas chances de sucesso que, por vezes, se transformam em realidade e inspiram outros produtores a aderirem ao mesmo tipo de cultivo. Com a oferta de água de irrigação o ano todo e assistência técnica para a produção agrícola, os perímetros de irrigação pública estaduais têm o papel de acelerar essas revoluções no campo. No Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé, o clima semiárido e o solo argiloso sempre foram entraves ao cultivo da batata-doce, que no Agreste e Centro-Sul gera lucro nos perímetros irrigados há um bom tempo.

Em Canindé, juntos, os bataticultores produziram 355 toneladas em 2020, e boa parte disso se deve ao produtor Gilson Jesus Santos. Ele é irrigante do Califórnia, mas nasceu em Moita Bonita, capital da batata-doce em Sergipe. “Planto macaxeira, quiabo, inhame e batata o ano todo! De batata consigo arrancar de 80 a 100 caixas por semana, e vendo a R$60 cada. Minha família trabalha comigo direto; três filhos e três noras. Os meninos trabalham na cidade e elas me ajudam na roça. Tudo é vendido para a população de Canindé mesmo e, graças a Deus, todo dia tenho dinheiro na mão – R$ 300, R$ 600, R$ 1.000, conforme o tanto que sair”, conta o agricultor familiar, que cultiva batata-doce em mais da metade dos seus 4,6 hectares irrigados pela água fornecida pela Cohidro.

De janeiro a junho de 2021, a produção da batata-doce no perímetro de Canindé já chegou a 254 toneladas, se aproximando do total produzido no ano passado e sugerindo que o produto está ganhando mais espaço no polo irrigado. Gerente do Califórnia, Eliane Moraes destaca o bom preço da batata-doce como principal incentivo para os irrigantes optarem pela lavoura. “E a gente incentiva, dando assistência técnica agrícola, além da água do nosso sistema de estações de bombeamento, canais e adutoras. Sem a água, não teria como esse cultivo prosperar no Alto Sertão. E se por um lado tem a água o ano todo para plantar, o sol forte do semiárido ajuda toda planta a crescer, e dificulta o surgimento de diversas pragas comuns em regiões mais úmidas”, avaliou. Ainda segundo a gerente, um dos benefícios da produção para a Bacia Leiteira do Alto Sertão Sergipano é o material forrageiro derivado da rama da batata-doce, rica em proteína, podendo ser usada para a nutrição animal.

O agricultor irrigante José Alves pesquisou bastante e buscou a assistência técnica da Cohidro para também plantar batata-doce irrigada no perímetro Califórnia. Mesmo assim, ele conta que foram necessários alguns fracassos até chegar ao sucesso de ter o produto com regularidade para oferecer ao mercado local. “Eu comecei a plantar aqui bem antes do inverno do ano passado. Quando chegou foi muita chuva, e não deu para preparar a terra. Precisei parar oito meses e, no verão, voltei de novo. No momento não estou cultivando outras plantas, apenas a batata-doce, e foi o sofrimento do dia-a-dia que me incentivou. Eu plantava muito quiabo, que precisa de muito atravessador, então não foi muito rentável para mim. Precisava implantar algo diferente, arrisquei na batata-doce e, graças a Deus, está dando certo. A entrega agora é feita para os feirantes, já tenho o pessoal certo”, complementa.

Mesmo não encontrando no solo argiloso de Canindé a mesma facilidade para crescer que lhe dá o solo arenoso do Agreste, a batata-doce tem trazido alegria para trabalhadores como Cícero da Costa. No lote de Gilson Jesus, ele encontrou emprego e conhecimento sobre o cultivo. “É tudo graças ao Seu Gilson, que trouxe essa cultura diferenciada que não tínhamos aqui. Antes a gente até plantava, mas não tinha ciência, não sabia mexer direito. Depois que a batata chegou, está virando uma tradição”, destaca o trabalhador rural.

[vídeo] Agro-SE: conheça o carro chefe do Perímetro Irrigado Califórnia, o quiabo

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O quiabo é um dos cultivos mais antigos e é o que mais está presente nos lotes irrigados do Perímetro Irrigado Califórnia, administrado pela  Cohidro em Canindé de São Francisco. A reportagem do programa Agro-SE, da  TV Atalaia, veiculada na última quarta-feira (28), mostrou que o cultivo da planta já transformou a vida de muita gente e continua se aprimorando, usando tecnologia agrícola para produzir mais e gerando frutos com mais qualidade, através da água de irrigação e assistência técnica fornecidas pelo Governo de Sergipe.

Cohidro estima produção de 1.795 T de milho verde irrigado para o período junino

Agricultores de quatro perímetros devem colher 2,3 milhões de espigas em área superior a 120 ha, no período

[Foto: arquivo pessoal]
A pandemia de Covid-19 pode até querer atrapalhar a festa, mas a tradição do consumo de milho verde no período junino resiste, contribuindo não só para a perpetuação da tradição cultural, mas também com a geração de renda para os sergipanos que plantam, transportam e comercializam o produto. Nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) não é diferente: o milho verde é o cultivo predominante em praticamente em todos os lotes, seja para comercializar ou para o consumo da família no período de festas. Em quatro dos seis perímetros – Califórnia, Jacarecica I, Piauí e Ribeira – são esperados 1.795.000 quilos colhidos em junho, o que corresponde a 2.332.000 espigas. O perímetro o Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita: 960 mil espigas só para este mês.

A maioria da produção é destinada à demanda interna, mas existem exceções. No Califórnia os agricultores irrigantes fornecem para feiras livres de algumas cidades de Alagoas. No perímetro Piauí, em Lagarto, o milho verde atende mercados baianos, na região da divisa com Sergipe, como informa o gerente do perímetro, Gildo Almeida. “O pessoal de Paripiranga compra milho verde aqui para vender para aquela região de lá; tem pessoas de Boquim que pegam aqui; e essa semana encontrei um comprador de Campo do Brito”, conta Gildo. Dos perímetros irrigados de Itabaiana também saem cargas diárias para a capital baiana. “Se até o São João não tiver milho chegando em Salvador, com certeza um pouco desse milho daqui deve ser enviado para lá também”, reforçou o técnico agrícola do perímetro Jacarecica I, Simeão Santana.

[Foto: Fernando Augusto]
Derinaldo Brito, irrigante do perímetro Jacarecica I, plantou 0,6 hectares (ha) de milho verde, pensando no São João. “Sempre planto nesse período, para vender na feira mesmo. Este milho faz 50 dias que plantei e vou colher daqui uns 15 dias. Só planto o milho nesse período; tiro a batata-doce e planto; e quanto tirar o milho, ponho o quiabo. Vejo que tá R$ 40 o cento, mas vai depender do tempo”, afirma o agricultor. Não se perde nada no lote. Tem a oferta de palha do pé de milho, depois de colhido verde, e até com, se tiver alguma sobra de espigas: tudo é picado para servir de ração para as vaquinhas que ele cria no lote. “Aproveita a palha para o gado que crio. Dá para aproveitar a palha do milho, o milho e a rama da batata”, completa Derinaldo. No Jacarecica I, foi estimada a área de 37 ha plantada para o período junino de 2021, o que pode promover uma colheita de 481 toneladas, ou 740 mil espigas.

Em Canindé, para o período junino neste ano, foram plantados 48 hectares de milho verde irrigado também pensando nos festejos, o que pode render, aproximadamente, a colheita de 624 toneladas. Mas, segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, nem todo esse milho tem como destino certo a mesa dos sergipanos. “Nós temos uma produção de milho que irá atender, na época junina, a população do Estado de Sergipe, mas nessa produção, principalmente em Canindé, há uma predisposição dos irrigantes em produzir milho também para que, no próximo verão, possa acontecer a integração entre o irrigado e o sequeiro, para o fornecimento de ração para os animais da nossa bacia leiteira”, explica João Fonseca.

Manoel Alves [Foto: arquivo pessoal]
A gerente do Califórnia, Eliane Moraes, reforça que a produção de milho no perímetro do Alto Sertão Sergipano é continuada, acontecendo durante todo ano. “Neste mês de junho ainda vão plantar mais, e colher em 65 dias. Cerca de 16 hectares foram plantados em maio, para colher lá para agosto”, revela a gerente. O irrigante no perímetro Califórnia planta o milho com a certeza de que vai colher, já que a irrigação fornecida diariamente garante o desenvolvimento das plantas e também tem a certeza de que, se não for como espiga, ele vai encontrar comprador para outros usos do produto. Um deles é Manoel Alves, que sempre aproveita esta época para plantar milho, esperando as boas vendas. “Plantei uma roça, uma tarefa (0,33 ha) de milho para vender agora no São João, mas se não vender a gente sabe que dá para fazer outras coisas com ele”, confirma o agricultor.

 

 

 

Governo cria bancos de sementes em perímetro irrigado para multiplicar palma forrageira no Alto Sertão

Produtores beneficiados devolvem primeiras raquetes colhidas, para que mais produtores utilizem como semente

[foto: Fernando Augusto]
Própria do clima Semiárido, a palma forrageira é, por natureza, uma espécie que sobrevive a longos períodos de seca e chuva escassa. Ao mesmo tempo que serve de alimento para o gado, ela contribui, principalmente na região Nordeste, com a produção de leite e carne. Para auxiliar os pequenos criadores na alimentação dos seus rebanhos, o Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), contribuiu para a criação de mais dois bancos de sementes da palma forrageira do Projeto Sergipe de Combate à Desertificação no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, Alto Sertão Sergipano. Mesmo resistente à escassez de água, é na irrigação que a palma cresce acelerada, chegando precocemente ao ponto de corte das novas sementes.

Através do projeto, mais de três mil famílias estão sendo beneficiadas com a entrega de sementes da palma forrageira, da variedade Orelha de Elefante Gigante, e mudas de gliricídia. Entre eles, há cinco pequenos criadores de gado de leite irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, que assim como o Califórnia, é administrado pela Cohidro. O Projeto Sergipe de Combate à Desertificação é fruto da parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A execução fica por conta da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), tendo na ponta a expertise técnica das suas subsidiárias, Cohidro e Emdagro [Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe].

Nos dois perímetros irrigados, além das sementes, as famílias também receberam os insumos necessários para iniciar a produção, como kits de irrigação. A irrigação ajuda no crescimento vegetativo acelerado da palma e geram, em menor tempo, as ‘raquetes’ de palma, que já podem ser picadas e oferecidas como alimento às criações, mas também servem de semente para gerar uma nova planta. O irrigante do Califórnia, Antônio da Silva, beneficiário do projeto com o campo de palmas, aponta que há uma perspectiva de colheita já para os próximos meses. “O governo forneceu adubo, já plantamos e, por enquanto, estamos aguando com o sistema da irrigação de aspersor, mas a Cohidro forneceu o sistema de bico, só falta a gente instalar. A perspectiva é a gente colher, e depois entregar os primeiros cortes. Colher tudo certinho”, confia seu Antônio.

Nesses campos, que são bancos de sementes, após as plantas atingirem o tamanho de colheita, cada produtor irá repassar parte da produção para outros criadores, multiplicando o alcance do projeto e a disseminação mais rápida da variedade para os outros produtores. A gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes, conta que houve uma parceria entre a empresa e os produtores. “Firmamos com eles o compromisso de que, nos dois primeiros cortes, serão entregues 80% da produção ao Governo do Estado e, a partir do terceiro corte, a produção será 100% dos produtores. Por ser uma produção rápida, a palma irrigada já pode ter o primeiro corte com apenas seis meses”, explica a gerente.

Irrigação estadual no Alto Sertão deverá ser ampliada com o Canal de Xingó

Quando concluído, o Canal poderá otimizar os sistemas de distribuição de água para irrigação nos perímetros públicos ao mesmo tempo em que amplia a oferta de água
Foto: Fernando Augusto

A notícia do aporte federal de R$ 5,9 milhões para elaboração do projeto executivo do Canal de Xingó renovou as expectativas. Quando concluído, o Canal poderá otimizar os sistemas de distribuição de água para irrigação nos perímetros públicos. Ao mesmo tempo em que amplia a oferta de água, podendo irrigar uma área de cerca de 11 mil hectares de terra, só no Alto Sertão Sergipano, também se amplia em até 16,5 mil o número de empregos diretos ofertados pela agricultura irrigada naquela microrregião. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, tem a expectativa de otimizar a oferta de água e diminuir custos operacionais com o novo canal; além de dispor de volume operacional para cobrir a demanda de novos projetos de irrigação que poderão surgir na faixa de influência do canal.

O engenheiro agrônomo que atua no planejamento dos perímetros irrigados da Cohidro, Platô de Neópolis e no projeto do futuro Perímetro Irrigado Manoel Dionísio, Paulo Feitosa, dá uma dimensão do que será o Canal de Xingó. “O canal inicia-se na barragem (da hidrelétrica) de Paulo Afonso IV, na Bahia. Entra em Sergipe com uma vazão de aproximadamente 22 mil litros de água por segundo e percorre 104km, aproximadamente, iniciando no município de Canindé passando por Poço Redondo, Porto da Folha e Monte Alegre de Sergipe, chegando até Nossa Senhora Glória. Esse projeto tem influência de 5km para cada margem, portanto, vai beneficiar pessoas que se situam nesta faixa de 10km, por onde passar dentro de Sergipe”, explicou o agrônomo.

Ainda de acordo com Paulo Feitosa, a água que vem aduzida do Rio São Francisco pelo canal será distribuída pelo Sertão, região mais seca do Estado, para fins de irrigação, abastecimento humano e animal, e também para indústria. “No caso da irrigação, ele prevê irrigar 11 mil hectares nessa trajetória, sendo os perímetros irrigados Califórnia e Jacaré-Curituba (Codevasf), em operação, o Manoel Dionísio Cruz, a ser implantado pelo Governo do Estado, e diversos outros novos projetos de irrigação previstos em toda sua extensão, até chegar em Glória. Do ponto de vista social, ele é de grande importância, assim como da parte do desenvolvimento econômico na região do Semiárido, que abrange 36 projetos de reforma agrária do Estado e do INCRA existentes, com cerca de 2 mil famílias assentadas. Cada hectare de terra irrigada gera de 1 a 1,5 emprego direto fixo por ano. Além disso, tem grande produção de alimentos”, complementa Paulo Feitosa.

O presidente da Cohidro, Paulo Sobral, considera a iniciativa um passo importante para o desenvolvimento do Alto Sertão, favorecendo as atividades-fim da Cohidro. “Recebemos, em Sergipe, a visita do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho no dia 23 de abril, que, na presença do governador Belivaldo Chagas, assinou a ordem de serviço para elaboração do projeto executivo do Canal de Xingó. A nossa companhia terá grande benefício na execução das suas atividades. Para a irrigação, a redução dos custos será repassada à tarifa d’água cobrada do irrigante do Califórnia, que tem como base o consumo de energia elétrica do perímetro. O canal vai colaborar muito na missão de levar água às localidades rurais distantes e carentes de abastecimento – demandas que hoje suprimos com a perfuração de poços, instalação de dessalinizadores, abertura e limpeza de barragens e construção de cisternas”, conclui Paulo Sobral.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, quando concretizada, a obra trará os benefícios de, ao mesmo tempo, otimizar o abastecimento de água no perímetro Califórnia e viabilizar o início das atividades no Manoel Dionísio, novo perímetro cujo projeto executivo já está elaborado, prevendo o atendimento de 1.205 famílias com irrigação. “Hoje, o maior dos custos operacionais do perímetro Califórnia é a energia elétrica que bombeia a água com uma altura manométrica de 70m até o início do canal adutor do perímetro Califórnia, e, daí, a água chega à Estação de Bombeamento 02 (EB-02). O Canal de Xingó eliminaria esse uso de energia, com a água chegando à EB-02 só por gravidade”, destaca João Fonseca.

[vídeo] Projeto Sergipe de Combate à Desertificação no perímetro de Canindé

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Parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF); o Projeto Sergipe de Combate à Desertificação está beneficiando mais de 3 mil famílias sergipanas com sementes da palma forrageira Orelha de Elefante e mudas de gliricídia, para criar campos de produção consorciada destinado à alimentação dos rebanhos no semiárido. A iniciativa foi destaque na edição do último sábado (01), do programa Sergipe Rural, da Aperipê TV.

Quem executa o projeto é a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e da Cohidro. A reportagem de Patrícia Dantas, com imagens de Jorge Henrique, mostrou agricultor do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, animado por abrigar em seu lote um dos bancos de sementes de palma forrageira Orelha de Elefante.

A Cohidro, além de fornecer a água de irrigação nestes lotes, forneceu todo equipamento de irrigação para desenvolver as mudas de palma. As plantas, por condição ao agricultor participar do projeto, terão 80% da sua primeira colheita de ‘raquetes‘ destinada à doação, para outros agricultores usarem como sementes e criarem novas plantações. Em Tobias Barreto, no Perímetro Irrigado Jabiberi, há outros cinco produtores participando do projeto, inclusive cultivando a gliricídia.

Última atualização: 12 de maio de 2021 18:38.

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