Seidh implantará Feira da Agricultura Familiar em perímetro irrigado de Canindé

Edições semanas ocorrerão na sede da Cohidro, próximo ao centro comercial da cidade, abrindo espaço aos agricultores irrigantes comercializarem a produção rural

Definição da feira ocorreu em reunião na quinta-feira, 22 – foto Andrea Santtos (Cohidro-Califórnia)

A produção gerada na irrigação pública fornecida pelo Governo do Estado, em Canindé de São Francisco, ganha mais um canal de escoamento. A parceria entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e a Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e da Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), que organiza as Feiras da Agricultura Familiar (FAF) em todo estado, vai promover edições semanais da feira no município. A primeira está previamente agendada para o próximo dia 7 de março, das 9:30 às 14h, no pátio do Perímetro Irrigado Califórnia, unidade local da empresa pública.

Estes detalhes foram definidos nesta quinta-feira, 22, em reunião entre a gerência do Califórnia, o Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da Seidh (DSAN) e os representantes dos irrigantes – da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai) e Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) – interessados em comercializar a produção agrícola na feira. Não será somente a primeira FAF a ocorrer dentro de um perímetro irrigado da Cohidro, mas também é a estreia do projeto em Canindé, há 213 quilômetros de Aracaju, 19º município atendido em Sergipe.

“Serão 27 famílias de agricultores que vão vender na feira, que vão acontecer todas as quartas-feiras. Serão comercializados: frutas, verduras, derivados da mandioca, macaxeira embalada, doces em compotas e também itens de artesanato”, expôs a diretora do DSAN, Lucileide Rodrigues dos Santos, que adverte ser necessário possuir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), para que o agricultor participe da FAF. “O papel da Seidh, através do Departamento, é o de fortalecer a Agricultura Familiar, eliminando a figura do atravessador, fortalecendo mais um canal de escoamento dos produtos. Além da assistência técnica, junto da Cohidro, nós vamos fazer a doação dos equipamentos: as barracas, balanças e as caixas hortifrútis”.

Ainda segundo Lucileide, o Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Icoderus) funciona como um parceiro das FAFs, fornecendo treinamento direcionado aos agricultores participantes, relacionado ao processo de venda direta ao consumidor, sob o aspecto econômico e dentro das normas sanitárias. “Depois desta primeira feira, vamos construir um calendário de capacitação com eles, sobre comercialização, sobre manejo, sobre venda e boas práticas de produção”, completou.

Para a gerente do perímetro Califórnia, Eliane de Moura Moraes, é mais uma vitória conquistada pela Cohidro para os agricultores. “Fomos buscar na Secretaria de Inclusão mais esta alternativa de comercialização que propõe, ao produtor, a diversificação de suas culturas. Abandonando, cada vez mais, a velha prática de produzir um só produto para atender a demanda do atravessador, sem nenhuma chance de impor seu preço e sem prazo para receber. A clientela diversificada dessa feira vai incentivar ele a sair do comum, que geralmente é de só produzir quiabo e goiaba, atendendo agora também aos pedidos por alimentos que serão mais rentáveis para quem produz”, defendeu, agradecendo por toda a estrutura que a Seidh vai dispor aos irrigantes assistidos no polo irrigado.

“Ficamos muito felizes em inaugurar mais um ponto da Feira da Agricultura Familiar em Canindé de São Francisco; mais um canal de escoamento da produção no Alto Sertão. Geração de renda também é inclusão social. A Feira é um programa importantíssimo, que incentiva o homem do campo e proporciona, para a população consumidora, a chance de acessar produtos saudáveis e com a máxima qualidade, devido ao mínimo de manuseio. Sem intermediários, é alimento direto da horta para a mesa. Não tem coisa melhor”, pontuou o secretário de estado Zezinho Sobral, titular da Seidh.

Participação do irrigante
João Quintiliano da Fonseca Neto é diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Companhia. Ele observa não ser a primeira vez que os agricultores assistidos pela empresa comercializam nas feiras organizadas pela pasta estadual. “Em Lagarto, os nossos irrigantes tanto participam da FAF local, como também aqueles que são orgânicos, vêm para Aracaju vender nas feiras especializadas, que são só para venda de produtos agroecológicos, na sede da Seidh e em outras secretarias. Também damos assistência e irrigação para outros feirantes de Itabaiana, Areia Branca, Malhador e Riachuelo, nos perímetros irrigados da Ribeira, Jacarecica I e II, que também estão presentes nessas feiras”, observa.

Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola salienta que a irrigação fornecida pelo Governo do Estado, através da Cohidro, qualifica estes produtores a participarem ativamente das FAFs. “É uma oportunidade, para o produtor, que estava faltando em Canindé. Com irrigação contínua no lote, é grande a capacidade do agricultor produzir, durante todo ano, alimentos para fornecer tanto ao atacado, quanto para o varejo e ainda atender aos programas públicos de compra da produção rural (PAA e Pnae). Bastam ter oportunidades como estas, para que ele plante, colha e venha receber o justo, para o sustento de sua família. Mais uma parceria frutífera entre nossa empresa e a inclusão estadual, dois entes públicos com o objetivo em comum de promover o desenvolvimento humano na zona rural de Sergipe”, assinala o administrador da Companhia que recentemente concluiu quatro sistemas de abastecimento de água residencial em comunidades rurais de Lagarto e Simão Dias, via recursos da Seidh.

Levi Alves Ribeiro, presidente da Coofrucal, compareceu com alguns dos colegas cooperados à reunião desta quinta-feira. Para ele, a FAF de Canindé será um sucesso, pois todos saem ganhando, agricultor e consumidor. Já que não existem intermediários, será uma oferta de alimentos a preços atrativos e frescos, vindos direto da lavoura. “É de suma importância fazermos essa feira com produtos diretamente do produtor rural, tendo como objetivo principal melhorar mais a renda familiar. Lembrando que são produtos colhido no dia, com melhor qualidade”, argumentou o irrigante que representa outros 75 filiados à entidade que dirige dentro do perímetro Califórnia.

A Feira da Agricultura Familiar
Voltada para promover geração de renda para o pequeno produtor, e contribuir com a qualidade de vida da população, através do fomento à produção e consumo de alimentos orgânicos no estado, é um projeto desenvolvido pela Seidh e parceiros que, em 2017, ganhou três novos pontos: no Parque da Sementeira, no município de Santa Luzia do Itanhy e no campus da UFS, em São Cristóvão. No mesmo ano, bateu a marca de 900 edições realizadas em todo Estado. Cerca de 500 famílias que vivem do campo são beneficiadas pelo projeto, em todas as regiões de Sergipe. Hoje, com a nova feira em Canindé, a FAF está totalizando 24 destes pontos venda coletiva em 19 municípios.

Ascom/Cohidro com informações da Ascom/Seidh

Reunião no Califórnia define projetos do PAA para 2018

Foto Andrea Santos

Na terça-feira, 12, ocorreu uma Reunião do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no Perímetro Irrigado Califórnia, entre Cohidro, Centro de Referência de Assistência Social de Canindé (Cras) e associação de produtores Assai, para desenvolver as propostas de ‘doação simultânea’ à Conab, que serão apresentadas para vigorar em 2018. Na sede do Perímetro, os gerentes da Cohidro, Sandro Luiz Prata (Agronegócios) e Eliane de Moura Morais (Perímetro Califórnia), juntos dos técnicos agrícolas do perímetro irrigado, receberam os representantes do Cras e os agricultores irrigantes que compõem a Assai.

Atualmente esta associação tem um contrato vigente com o PAA da Conab, onde 24 produtores tem que entregam um total de 103 toneladas de alimentos para serem doados para 2.300 pessoas carentes, quinzenalmente. Para tanto, serão remunerados pela União, até o final do ano e do projeto, em R$ 192.000. Esse encontro de hoje serviu para que as duas partes, produtores (proponentes) e Cras (entidade receptora), representando à população em situação de insegurança alimentar no município, definam o novo projeto à ser proposto à Conab e vigorar a partir de janeiro.

Segundo Sandro Prata, o debate tem que ser incessante e outras reuniões devem acontecer, já o Governo Federal tanto cortou recursos para o financiamento do PAA, quanto impôs novas regras para ‘ranquear’ as propostas, afim de selecionar as que melhor se adequam nos novos critérios. São favorecidos os projetos como o menor valor e um menor número de agricultores fornecedores. Em contrapartida, projetos com um percentual maior de fornecedoras mulheres, assentados de reforma agrária e de produtores orgânicos, são também melhor pontuados.

Foto Andrea Santos
Foto Andrea Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

Jackson leva ações de combate aos efeitos da seca para Porto da Folha e Monte Alegre

Fotos: Jorge Henrique/ASN

Nesta quinta-feira, 11, o governador Jackson Barreto deu prosseguimento às ações de valorização dos agricultores sergipanos e de combate aos efeitos da seca no estado. Nos municípios de Porto da Folha e Monte Alegre, foram entregues 1.073,9 toneladas de material forrageiro a 1.166 produtores familiares, um investimento de R$ 804.223,04; assinado termo de adesão estadual ao programa Garantia Safra, e entregues 159 títulos de regularização fundiária.

No primeiro município do Alto Sertão visitado, Porto da Folha, Jackson Barreto distribuiu 556 toneladas de silagem, proporcionando que 580 produtores da agricultura familiar sejam beneficiados. O município recebeu em investimentos R$ 416.377,70.

“É um compromisso que assumimos. Ontem estivemos no município de Poço Redondo e de Canindé de São Francisco. Nós tínhamos prometido aos pequenos produtores do sertão, material forrageiro e aqui em Porto da Folha, além do material forrageiro, nós prometemos também a entrega de títulos de regularização fundiária, que é feito através da Emdagro. Entendemos que precisamos estar presentes aqui, pra dizer à população do sertão, aos pequenos produtores, àqueles que vêm sofrendo com a seca. Da mesma forma que o Exército, com caminhões, o governo do Estado também colocou caminhões-pipa pra ajudar a população e, agora, trazemos o material forrageiro. Em Monte Alegre, são oito caminhões-pipa, enquanto o Exército manda apenas cinco. Já em Porto da Folha, são 11 veículos para levar água à população”, disse o governador.

Além de Porto da Folha e Monte Alegre, serão contemplados com material forrageiro os municípios de Carira, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Aquidabã, Canhoba, Cedro de São João, Cumbe, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabi, Japoatã, Macambira, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Pinhão, Poço Verde, Propriá, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, São Miguel do Aleixo, Simão Dias, Telha, Tobias Barreto e Tomar do Geru.

A distribuição teve início na quarta-feira Poço Redondo, onde 702 produtores rurais receberam 604,2 toneladas, e em Canindé, onde foram distribuídas 307,9 toneladas de material forrageiro a 368 produtores rurais.

A aquisição de material forrageiro se deu por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, ligada à secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh). “São muito importantes essas ações emergenciais, algumas já vinham acontecendo como, por exemplo, a operação carro-pipa. A Defesa Civil mantém a operação e hoje trouxemos a ação de entrega de material forrageiro, que é comida para os animais. Essa ação é de extrema importância, considerando o contexto da região, que tem a maior bacia leiteira do Nordeste. Esse material tem por objetivo salvaguardar os animais, garantindo que a economia não seja mais impactada com os efeitos da seca. Além disso, já tínhamos ações como perfuração de poços e limpeza de barragens, ambas realizadas pela Cohidro”, explicou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Erivaldo Mendes.

Garantia Safra
Assim como Poço Redondo e Canindé, Porto da Folha e Monte Alegre também foram beneficiados pelo Garantia Safra. Jackson Barreto assinou nos dois municípios termo de adesão estadual ao programa, assegurando contrapartida do aporte financeiro para a nova safra 2017/2018, que inicia em 1º de julho de 2017 e se encerra em 30 de junho de 2018. O aporte estadual corresponde a 12% do Fundo Garantia Safra, o municipal é de 6%, o agricultor participa com 2%. 80% correspondem ao aporte do Governo Federal.

“Para se ter uma ideia, o aporte do governo foi de R$ 1,7 milhão e nós tivemos de retorno para o estado, direto para os cartões e conta das famílias, mais de R$ 14 milhões, então é um investimento que vale a pena por ter um retorno consolidado, confirmado, como foi no ano passado. Nós temos aqui, no município de Porto da Folha, barragens sendo limpas, também em Gararu, no município de Poço Redondo, todos os municípios do Sertão sergipano beneficiados pela limpeza de barragens, uma ação da Cohidro. Além disso, há parcerias como a Codevasf e outras empresas públicas, inclusive federais, para que todas as ações que possam ser desenvolvidas no sertão, tenha o apoio do Estado”, destacou Esmeraldo Leal, secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Leia a matéria completa clicando aqui

Nota Ascom/Cohidro
Diante da atuação da Cohidro em Porto da Folha, via Programa Água Doce, Programa de Recuperação de Barragens, poços perfurados e reformados na zona rural, a Empresa esteve representada pelo seu diretor-presidente, José Carlos Felizola, durante o evento.

Quarta-feira, Jackson Barreto esteve no escritório do Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, local escolhido para a doação de material forrageiro , para os micro-criadores de gado do município de Canindé, além assinatura do termo de adesão ao Plano Safra. Não deixou de ser ocasião para que o Governador prestasse satisfação à população presente e ouvintes da imprensa, sobre o andamento da recuperação do Perímetro Califórnia . Deixou claro que a licitação para reforma das estações de bombeamento está pronta, e em breve inicia obras nos prédios para então abrigarem as 37 novas bombas adquiridas pelo Governo de Sergipe via Proinveste.

Ainda na quarta, Jackson Barreto visitou o local das obras da Central de Abastecimento de Canindé, sendo construído em terreno da Cohidro cedido para a Prefeitura Municipal. A estimativa para os investimentos iniciais é de R$ 3,5 milhões, numa área de 20 mil metros quadrados. O projeto contempla a construção de 164 boxes de 3×5 metros para os comerciantes de frutas, verduras e legumes, mais outras 10 lojas onde serão comercializados produtos como laticínios, carnes e cereais.

A expectativa da administração municipal é a de gerar 400 empregos com o empreendimento que executa em convênio com a inciativa privada. Além de criar postos de trabalho diretos, na comercialização dos produtos, a obra será incentivadora da produção no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro, gerando mais renda ao produtor irrigante.

Já em Porto da Folha, ontem o secretário Esmeraldo Leal e o presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe (ALESE), Luciano Bispo, reforçaram a importância da Cohidro no combate aos efeitos da seca, citando os R$ 2.000.000 do convênio Seagri/SEIDH

para perfuração de novos poços e recuperação de 14 barragens, sempre em áreas em situação de emergência devido à seca.

 

Irrigantes assistidos pela Cohidro em Canindé fazem primeira entrega ao PAA

Alimentos então são distribuídos para as famílias cadastradas pelo Cras e listadas no projeto

Aconteceu na última terça-feira (13), assim que foi liberado o repasse da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) uma semana antes, foi enfim realizada a primeira entrega de alimentos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) promovida pela Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai). Foram 1.467 quilos de alimentos, produzidos nos lotes de 24 produtores irrigantes assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no Perímetro Irrigado Califórnia. Ao todo 103 toneladas serão entregues ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da prefeitura de Canindé para então serem doados a 2.300 pessoas quinzenalmente, durante um ano.

No município, há 213 quilômetros da capital Aracaju, esse foi também o primeiro projeto, proposto por agricultores ao PAA, que obteve sucesso. A Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), contribui com o assessoramento destes irrigantes para elaborar a proposta que será apresentada à Conab, na modalidade de “Doação Simultânea”, para que assim eles tenham sucesso no pleito. Mas antes disso a Companhia já auxilia o agricultor e tem a garantia de que ele pode atender continuamente essa demanda por alimentos que, por sua vez, serão plantados e colhidos sob a assistência técnica e irrigação pública oferecida pela mesma Empresa Pública.

Ao todo, o projeto da Assai envolve recursos da ordem de R$ 192.000 pagos aos 24 produtores proponentes em parcelas, conforme explica o gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata. “Todo dinheiro fica depositado em uma conta em nome da associação, bloqueada, e que só tem liberação por parte da Conab assim que constatada a entrega e a partir da guia de recebimento emitida pela entidade receptora, a parcela referente àquela entrega é liberada para uma na segunda conta, de livre acesso da Associação, para então repassar aos agricultores. Se não houver confirmação de que a entrega foi feita, eles não recebem”, avisa. Ele ainda informa que R$ 1.319.339,00 é o valor dos quatro projetos do PAA que foram autorizados pela Conab no Estado em 2016.

Presidente da Assai, João Aureliano da Silva comemora a primeira entrega, que ocorreu como foi planejada. “Pensei que não ia chegar esse povo, mas está tudo bem. Eu me animei no dia da reunião (uma semana antes), ali que eu vi o pessoal disposto”, conta. Dos 24 agricultores, quem não entregou desta vez, o fará na próxima. “Para começo está ótimo. Os outros não entregaram porque também não está tendo produto, mas semana que vem tem outra entrega e os mesmos que botaram agora, quando for na próxima, colocam”, justifica o também agricultor. Ele está animado com a possibilidade de reunir mais produtores nos próximos projetos. “Deus ajude que quando esse terminar, venha outros, né? Outro maior ainda. O pessoal aqui está em duvida, porque acharam que não ia dar certo. Quando virem que está dando certo, todo muito vai se animar, se interessar”.

Já o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, considera fundamental ao desenvolvimento da agricultora irrigada, o incentivo dado pelo Programa. “Eles produzem o ano todo, graças à água que oferecemos em seus lotes. Sem o PAA, sem o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), todo esse alimento acaba parando na mão do atravessador, que paga um valor bem abaixo do que é justo. Se existe esse método de venda garantida, com preço tabelado na assinatura do contrato e o valor acima da média de mercado, até os compradores particulares terão que se adaptar aos preços praticados pela Conab e a renda de quem produz, melhora, se torna mais justa”, acredita.

Edenizio Martins dos Santos é um desses produtores que se interessou pelos melhores preços oferecidos no PAA. “O interesse é de melhorar a vida da gente lá na roça. Durante esse tempo todo (mais de 20 anos) que eu moro aqui, nunca vendi um saco de quiabo neste preço, só na época de Cosme e Damião. Um preço que é, graças a Deus, razoável, bom, que dá para o cara trabalhar sossegado. Ai a gente vai tentar atingir outros objetivos maiores, de crescer mais, de botar novos produtos, para melhorar a situação da gente lá na roça, porque está muito difícil”, considera, acreditando que as obras que ocorrem no Califórnia, através do Proinveste, vão melhorar a capacidade de irrigar do produtor.

O Proinveste garantiu R$ 7 milhões em investimentos nos perímetros da Cohidro, R$ 4 milhões somente para o Califórnia. Diretor-presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho afirma que o quantitativo de obras vão “reinaugurar” o polo irrigado. “Já adquirimos e estamos montando as 37 novas bombas, para reabilitar as estações de bombeamento e garantir maior vazão com economia, já que são bombas novas e modernas. Reformas também já estão acontecendo nos canais de irrigação de concreto. O N1 teve seus pontos críticos restaurados, para evitar a perda de água em vazamentos, em breve o restante dele também será restaurado. Agora será a vez do C1, que terá a obra de cobertura reiniciada, a fim evitar a exposição da água à poluição da cidade, à evaporação e garantindo segurança aos habitantes de Canindé”.

Segurança alimentar

Jorge Gomes dos Santos é presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional de Canindé e está acompanhando a entrega de alimentos na Assai. “A Cohidro, na verdade, foi mesmo a ponte entre o produtor e o Programa, como eles têm um conhecimento limitado, por si próprio, não teriam a iniciativa. Mas através da Associação, com o apoio da Conab e da Cohidro eles conseguem”, argumentou. Para ele, o principal diferencial desse projeto é a qualidade dos produtos entregues. “Muitas vezes as pessoas fornecem muitas coisas e que não são daqui da nossa região, aí traziam um feijão que já era dificultoso para cozinhar, mas com esse produto nosso aqui, é um produto saudável, uma coisa boa e interessante para socorrer algumas pessoas que realmente são assistidas pelo Cras. E Ajuda os dois lados, incentiva o produtor e vai para a mão daquele que realmente não tem condição”.

Alimento que tem a qualidade garantida, pelo zelo com que trabalha sua horta, é o da agricultura irrigante Maria Aparecida Nascimento Santana (Cida). Ela leva em conta a vantagem financeira, de fazer parte do PAA, onde tem venda certa do seu produto e por valor maior que o do mercado, mas ainda assim, para ela pesa o fato desse alimento produzido ser destinado à doação, para a alimentação de pessoas carentes. “Eu acho bom, porque a gente vai trabalhar sabendo que vamos vender a mercadoria mais em conta, pegar mais dinheiro e matar a fome das pessoas que estão mais precisadas e muitos de seus parentes”, considera ela que entrega coentro ao projeto.

Secretária Municipal de Bem-Estar Social de Canindé, Maria Leila dos Santos é a responsável pelo Cras e avalia o projeto em que a instituição foi favorecida. “Muito positivo, estamos fechando a nossa gestão com chave de ouro. É um projeto que a gente almejou, há dois anos que estamos tentando alcançar esse projeto e graças a Deus chegou. Então assim, a assistência social está de parabéns, a Cohidro, a Conab, a associação também, que abraçou o projeto. Com a vinda desse projeto, com a comercialização do produto deles, não vamos mais precisar de atravessador e com isso, a renda de Canindé aumenta, o consumo aumenta, então todo conjunto é positivo na vinda desse projeto, graças a Deus”.

Maria Aparecida Lisboa Lima mora no Povoado Curituba e vive só do que produz na roça que cuida, em outra localidade. Chegou encima da hora para poder levar para casa macaxeira, quiabo, goiaba, pimentão, acerola e coentro e não se arrependeu. “É uma benção, para a gente tem precisão, que não tem trabalho, aqui já é uma ajuda. Eu vim agora de São Bento e que Jesus abençoe todos e que dê saúde para trabalhar e ajudar os que mais precisam”, benzeu.

Cohidro e Conab querem levar o ‘PAA – Frutos da Terra’ aos irrigantes de Canindé

Reunião

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) se reuniram, nesta terça-feira, 21, com irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco. A intenção foi apresentar a estes produtores agrícolas os programas federais, administrados pela Estatal Federal, voltados à aquisição de alimentos da agricultura familiar e que tem no Estado a Empresa Sergipana como colaboradora e parceira na formalização de projetos de garantia de comercialização da produção.

Desde 2008, só nos projetos implantados por intermédio da Cohidro, os agricultores dos seus perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira venderam para Conab mais de 2 mil toneladas de alimentos, gerando R$ 3,8 milhões em renda para estes produtores. Um montante de R$ 1 milhão está sendo comercializado somente em 2014, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Frutos da Terra, no método de “Doação Simultânea”, onde a Estatal Federal adquire esses alimentos para serem encaminhados a instituições que beneficiam populações em situação de insegurança alimentar. Nisso, estes projetos acompanhados pelo Governo de Sergipe já beneficiaram 79.471 pessoas carentes, com a comida produzida por 934 dos seus irrigantes.

Conforme listou o superintendente da Conab em Sergipe, Emanuel Carneiro, o PAA – Frutos da Terra dispõe de mais métodos de compra da produção rural além da “Doação Simultânea”. “A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente ou são doados em cestas básicas ou para venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, informou ele, ao explicar aos irrigantes que a Companhia Federal pode contribuir com a comercialização de suas produções por meio dessas modalidades.

Doação Simultânea

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que os projetos de “Doação Simultânea” são celebrados por duas classes de entidades, onde a Conab entra como financiadora e a Cohidro presta o serviço de assistência técnica na elaboração e acompanhamento aos agricultores assistidos dos perímetros irrigados. “Para cada contrato, há a entidade proponente, a associação ou cooperativa de produtores rurais que propõem o projeto, do outro lado há as entidades filantrópicas receptoras, que vão informar a quantidade de pessoas que serão atendidas pelas doações, tanto para o preparo de refeições diárias, quanto para distribuição às famílias que a entidade atende”, revelou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, reconhece que são muitos os esforços realizados pela Companhia para favorecer a produtividade e recompensação do trabalho dos irrigantes. “Nos perímetros irrigados são várias as ações que superam o simples fornecimento de água para irrigação e para isso optamos por parcerias como esta com a Conab. Cumprindo nosso papel, procuramos detectar tanto os produtores que se encontram aptos para fornecer o alimento durante os 12 meses de vigência dos projetos, como também as associações de produtores regularizadas para participar do PAA. Por outro lado, é preocupação vigente nossa e das comissões de segurança alimentar, atender entidades receptoras que realmente vão levar este alimento até a quem necessite”, completou.

Orgânicos

Tanto no PAA como no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o produto agrícola produzido de forma orgânica é adquirido por valor 30% superior ao similar produzido por método convencional. A presidente da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5), Marli Soares dos Santos Pereira, está a frente da entidade criada no Califórnia, mas que pelos esforços demonstrados neste primeiro ano de fundação, já proporcionou aos seus seis integrantes iniciais cadastro de uma Organização de Controle Social (OCS) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um documento que lhes atestam vender, inclusive pela Conab, com a autenticidade de alimentos livres do uso de agrotóxicos. Para a também, poder participar destes programas federais trará mais incentivo à agroecologia no Perímetro.

“Encontramos mais dificuldade do quem produz os convencionais, principalmente no inverno em que a chuva e o frio faz perder muitos produtos, por isso o nosso custo é maior. Mas quando chega na feira, nem todo cliente sabe valorizar o orgânico, não está disposto a pagar mais caro por um produto de maior qualidade, ainda mais se ele for de tamanho menor. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo a valorização por ser orgânico, vai ser um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares.

Já para Quitéria da Silva Araújo, outra irrigante orgânica da BIO5, o que mais pesa é não poder atender outros mercados consumidores pela dificuldade geográfica de Canindé, 207 quilômetros distante da capital de Sergipe, Aracaju. “Só vendo na feira aqui, não tenho condição financeira para levar para fora da cidade. Produzo quiabo, pimentão, alface, coentro e outras verduras, sem usar agrotóxicos. Se tivermos esta ajuda de uma venda garantida toda semana vai melhorar muito”, considerou.

Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro Bezerra, esclarece que a Cohidro vem buscando meios de garantir que seja mais bem valorizada a produção dos irrigantes. “Já tem a iniciativa garantida pela Prefeitura de Canindé para incluir parte da feira como exclusiva dos orgânicos como incentivo à comercialização diferenciada para estes produtos. O PAA será uma alternativa para o agricultor, não só para o orgânico, como para quem produz de maneira convencional. O produtor assim não fica refém do preço estipulado pelo atravessador, podendo negociar um melhor preço, já que tem a venda garantida para a Conab de parte de sua produção e por preços de mercado”, reforçou.

Novas reuniões

O Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, explica os próximos passos a serem tomados para a inserção do PAA em Canindé. “Depois de ouvir as necessidades dos agricultores familiares, ficou definido que será marcada uma outra reunião, como uma quantidade maior de produtores – tanto convencionais como orgânicos – e também nesta teremos a participação do Conselho Regional de Segurança Alimentar, Centro Referência de Assistência Social (CRAS), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) – para discutir emissão da DAP jurídica – e representantes de outras associações e cooperativas. O objetivo para o próximo encontro é de já iniciar a formalização primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ do Califórnia”, concluiu ele que, junto do engenheiro agrônomo José Claudegio Messias, coordenam as ações do PAA na Empresa Sergipana.

Seides e Mapa se reúnem com orgânicos da Cohidro em Canindé

Fotos: Felipe Coringa – Ascom/COHIDRO

Iniciativa técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), de viabilizar o cultivo agroecológico para horticultores do Perímetro Irrigado Califórnia – em Canindé de São Francisco – despertou a atenção da Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides). A Entidade pretende viabilizar duas Feiras da Agricultura Familiar exclusivas para orgânicos, em convênio com a Prefeitura Municipal na capital sergipana e se reuniu, nesta terça-feira, 20, com estes agricultores de Canindé. Encontro que contou também com a presença do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que trata da regulamentação da produção orgânica a nível nacional.

Para que os produtores orgânicos tenham autorização para a venda direta de alimentos agroecológicos, eles necessitam formalizar uma Organização de Controle Social (OCS), grupo que coopera entre si na orientação e fiscalização dos métodos de cultivo e tratos culturais, para garantir um produto livre da adição de aditivos ou defensivos químicos. Formalizado o grupo, aí então cada agricultor é cadastrado pelo Mapa, o qual atesta a OCS, com certificado de registro individual, à venda direta ao consumidor.

André Barretto Pereira, Chefe da Divisão de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa em Sergipe e Coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Sergipe ( CPOrg-SE), foi em Canindé ver de perto o trabalho de conversão ao cultivo agroecológico desenvolvido pela Cohidro, em visita – que sucedeu a reunião – aos seis lotes dos produtores que formam a recém criada Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5). Para ele, estes agricultores estão no caminho certo rumo à formalização e já tem requisitos além do necessário para criar a OCS, ao fundar uma associação de produtores.

“Vim aqui para consolidar a OCS e vi um grupo motivado, organizado e buscando uma melhoria, que agora estão buscando uma forma de legalizar para vender seus produtos como orgânicos.”, relatou André Pereira, que elogiou a organização e mobilização dos produtores, que promovem reuniões e visitas entre si periodicamente. Ele também orientou quanto à regra geral que qualifica os cultivos agroecológicos. ”A legislação determina que deve ter um período de conversão de um ano para verduras e de um ano e meio para frutíferas”, relaciona o Coordenador da CPOrg-SE, sobre o tempo que leva para uma plantação deixar de ser convencional após a suspensão do uso de agroquímicos.

Sônia Loureiro, gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Cohidro qualificou como muito importante a visita dos dirigentes do Mapa e anunciou que outros encontros ocorrerão. “A gente tem o trabalho de incentivar, convencer, orientar, levar as alternativas que qualifiquem estes produtores como orgânicos, mas quem atesta é o Ministério da Agricultura que, junto dos próprios integrantes da OCS, também fiscalizam a autenticidade do cultivo orgânico. Esta reunião foi a primeira, mas estão programados outros encontros. Um no perímetro Piauí em Lagarto, no dia 10 de maio e depois se reencontrarão no Jacarecica II em Malhador, com data a ser marcada. Lá os agricultores já tem autorização para venda de orgânicos, mas o Mapa vai vistoriar o andamento dos trabalhos, além deles também serem cadastrados para fornecer seus produtos a nova Feira da Seides”.

Feira da Agricultura Familiar
Técnico do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Dsan) da Seides e coordenador estadual do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-Frutos da Terra), o engenheiro agrônomo Lucas Aroaldo Dantas Cavalcante esteve nos lotes orgânicos e na reunião com os produtores. A intenção das visitas é a de cadastrar produtores agroecológicos que forneçam regularmente seus produtos nas duas novas Feiras de Agricultura Familiar a serem implantadas pelo Órgão, com previsão de início em junho próximo. Trata-se de um convênio entre a Secretaria e a Prefeitura de Aracaju, que cedeu os espaços físicos no Parque Augusto Franco (Sementeira) e no pátio do Museu do Mangue, localizado no Bairro Coroa do Meio.

“Viemos para estreitar a nossa relação com a Cohidro, com o Mapa e catalogar áreas de produção orgânica. Nossa Feira de Aracaju é de base agroecológica, mas nesses novos locais serão restritas a fornecedores orgânicos e para tal, precisamos de mais produtores catalogados”, enumerou o técnico do Dsan, relacionando a Feira hoje realizada quinzenalmente na sede da Seides, à Rua Santa Luzia, 680, no Bairro São José. Nela já atuam irrigantes orgânicos atendidos pela Cohidro, de Lagarto e Malhador.

O maior entrave na realização das Feiras da Agricultura Familiar, com produtores de outros municípios, é o transporte dos alimentos que é de custo muito elevado, já que se tratam de pequenas produções familiares. Sobre este tema, Lucas Aroaldo também demostrou estar buscando meios de viabilizar a participação dos orgânicos do Perímetro Califórnia. “Vamos tentar criar uma ‘rota solidária’, da mesma forma que acontece nas outras feiras e garantir a logística. Como já existem rotas que atendem Canindé, para levar daqui os produtos convencionais, vamos buscar, pela Seides, parcerias com a Emdagro, Seagri e ‘ONGs’, para atender esta nova demanda”.

A integração, entre as secretarias do Governo em Sergipe, é algo que vem sendo defendido pelo presidente da Cohidro Mardoqueu Bodano. Para ele, a união dos esforços soma força para cumprir as metas e objetivos. “Nós, que somos parte da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), sempre pudemos contar com o apoio da Seides, que viabiliza estes espaços, já em 17 municípios, para nossos irrigantes comercializarem sua produção familiar. Da mesma forma que ela também conta conosco, para fornecer assistência técnica e água para irrigação aos produtores e assim ser farta e constante a oferta de alimentos nas suas feiras”.

Bio5
Marli Soares dos Santos Pereira é uma das cinco irrigantes que deram origem à Bio5. Ela foi escolhida pelos seus pares para presidente da associação de produtores orgânicos que acaba de nascer em Canindé e que já começa a agregar mais membros. “Graças a Deus está melhorando cada vez mais, agora vamos trabalhar com tomate orgânico, pois queremos diversificar a forma de venda da gente, com um projeto de oferecer ‘salada pronta’. Temos também uma nova integrante ao grupo, que quer trabalhar com fruticultura orgânica. Vamos melhorando a cada dia o que a gente tem e incluindo mais culturas para conseguir melhor situação de vida”, relata a agricultura, anunciando a aquisição do grupo da produtora Valdice de Jesus Menezes, que já trabalha com a criação de “galinha de capoeira” com fundamentos orgânicos.

Técnico agrícola e servidor da Cohidro, Tito Reis foi a força motivadora para os horticultores do Perímetro Califórnia passarem a ser orgânicos. “Primeiro reunimos aqueles que tinham a intenção de atuar com produção agroecológica, dessa junção, surgiu a ideia da construção de estufas para plantio de mudas, em cada um dos lotes, em regime de mutirão. Hoje eles já estão organizadas em associação e partem para a regulamentação junto ao Mapa, criando a OCS. Isso é só o começo, pois outros agricultores já demonstram interesse de se integrarem ao grupo, com novas ideias, acrescentando a fruticultura, aves e ovos ao nosso cardápio de produtos orgânicos”, finalizou agradecendo o apoio do gerente do perímetro, Edmilson Cordeiro e da equipe técnica os quais não têm medido esforços para ajudar com andamento deste projeto.

Milho verde irrigado pela Cohidro é manchete no Globo Rural

Joselito da Costa – agricultor

Nesta manhã, o programa Globo Rural, da Rede Globo, destacou em reportagem a produção de milho irrigado no Perímetro Califórnia, administrado pela Cohidro em Canindé de São Francisco, Alto Sertão Sergipano. Produzida pela afiliada TV Sergipe, a matéria trouxe a informação de que os produtores adiantaram a produção para colher o milho verde no início do mês de junho, atendendo a demanda das festas juninas tanto em Sergipe, como em outros estados vizinhos, como Alagoas, Bahia e Pernambuco.

O volume a ser produzido também é outro fator evidenciado, 400 ton. são esperadas a serem colhidas durante 2014, superando em 45 mil quilos o que foi alcançado no ano anterior. Ao todo, 72 ha do Perímetro estão ocupados com o cultivo do milho, plantações viabilizadas, em pleno Semiárido, por meio da irrigação fornecida pelo Governo do Estado. Os irrigantes pela Cohidro, Joselito da Costa José Leivison dos Santos, foram entrevistados e demostraram estar confiantes com a antecipação da colheita, que vai lhes proporcionar a venda garantida de toda safra no São João.

Clique aqui para assistir a reportagem na íntegra

Cohidro promove palestra de prevenção a Helicoverpa em Canindé

Praga que vem causando prejuízos em plantações comerciais nas regiões Sul, Centro Oeste e Sudeste do Brasil, a lagarta Helicoverpa armigera também pode ser prejudicial às lavouras sergipanas, já que o inseto atinge uma vasta gama de variedades culturais e não encontra barreiras naturais que inibam sua proliferação. Deste modo, pensando na prevenção a esta ameaça também aos cultivos irrigados em suas unidades, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), realizou palestra educativa no Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, proferida pelo seu engenheiro agrônomo Remi Bastos, no último dia 15 de abril.

Segundo o agrônomo e especialista fitossanitário da Cohidro, o risco da Helicoverpa chegar ao Nordeste era eminente e a descoberta da presença da lagarta na cidade alagoana de Arapiraca, a 156 quilômetros de Canindé, determinou a prioridade da realização da primeira palestra sobre o tema no Califórnia, que pretende atender a todos os produtores rurais nos perímetros irrigados da Companhia. “Trata-se de um inseto pertencente à ordem Lepidóptera que vem destruindo lavouras de soja, milho, algodão, feijão, sorgo, pastagens e tomate em vários estados do Brasil, inclusive no Nordeste começa a comprometer as culturas de feijão, milho, pimentão e quiabo”, revela Remi Bastos.

A palestra, segundo Remi Bastos, visa reforçar sobre a presença desta lagarta nos cultivos irrigados, evitando desse modo o uso de inseticidas indiscriminadamente a menor suspeita de presença da Helicoverpa. “Somente através da identificação da espécie em laboratórios específicos é que se pode confirmar a presença ou não da praga”, acrescenta o agrônomo Remi Bastos, reforçando que as ações com aplicações de agrotóxicos devem ser a última a ser posta em prática, para evitar possíveis invasões do inseto, decorrentes das aplicações desajustadas de inseticidas.

Ainda segundo Remi Bastos, no momento o produtor irrigante deve dar atenção ao manejo integrado, iniciando pela instalação de armadilhas com feromônio, armadilhas luminosas, destruição dos restos de culturas, sobretudo o milho, tomate, pimentão e o quiabo, seguido do monitoramento na lavoura, de duas a três vezes por semana.

Para o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, a ação da Cohidro vai servir de alerta aos seus irrigantes, com o objetivo de identificar a presença da praga antes que ela se transforme em um problema maior. “Cada produtor deve ser um agente fiscalizador, que deverá informar aos técnicos e agrônomos da Companhia qualquer suspeita, para que possamos identificar se realmente se trata da Helicoverpa e assim determinar o melhor e mais eficaz tratamento para que não passemos, em nossos perímetros, pela mesma adversidade que outros produtores passaram em outras regiões do país”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, está confiante na ação impetrada pelos técnicos e especialistas da Empresa e prevê a eficácia no combate da praga, já que se tem tomado a atitude antes do problema acontecer. “Felizmente, ou infelizmente, o infortúnio ocorrido nas lavouras de produtores das regiões ao sul da nossa, fez com que pesquisadores passassem a conhecer bastante a Helicoverpa, que hoje não sai das manchetes da imprensa agrícola nacional. O controle da praga, por sorte nossa, já está sendo pesquisado há algum tempo e por isso, é pouco provável que aqui tenhamos que passar pela mesma infelicidade”.

Possíveis focos

Na reunião realizada no Perímetro Califórnia, com a presença de 20 irrigantes, a maioria produtores de quiabo e milho, o agrônomo Remi Bastos conta que ouviu depoimentos de alguns produtores irrigantes que confirmaram a existência, em 2013, de lagartas diferentes daquelas comuns a estas culturas e que apesar das aplicações de inseticidas, o controle não se mostrou eficiente, causando danos significativos.

“A Helicoverpa armigera ou lagarta do velho mundo, pode ter sim se instalado em plantios de milho nos municípios de Lagarto e Canindé, porém, sob baixa densidade populacional e a exemplo do que ocorreu em outros estados, talvez esteja sendo confundida com a lagarta-do-cartucho-do-milho e a lagarta-da-maçã-do-algodoeiro”, completa o especialista, que adverte que só após analises laboratoriais dos insetos será possível confirmar a presença da praga em solo sergipano.

Governo impulsiona irrigação da produção de mudas em Canindé

Agricultores de Canindé de São Francisco, atendidos com a irrigação fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no Perímetro Irrigado Califórnia, diversificam a atividade rural ao produzir mudas. Seus viveiros atendem as próprias hortas e pomares, mas o grosso da produção é comercializado com outros produtores, do próprio Perímetro e do Projeto de Irrigação Jacaré Curituba, gerido pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), neste município e no vizinho Poço Redondo.

Hoje, segundo o gerente do Perímetro Califórnia, Joaquim Ribeiro dos Santos, são 5 irrigantes que se dedicam a cuidar de viveiros para produção de mudas, mas a tendência é de que este número venha aumentar. “Outros agricultores também têm interesse em implementar estufas e viveiros afim de atender a crescente demanda que já é maior que a oferta. Tanto na fruticultura e na horticultura, o processo de plantio por meio de mudas garante um resultado melhorado, dando atenção especial à planta no período que ela exige mais cuidado e garante uma produtividade superior”.

Joaquim esclarece que a Companhia, além de fornecer a água que viabiliza o cultivo destas mudas, busca acompanhar este processo, fornecendo toda assistência agronômica e capacitando seus técnicos para atender estes produtores. “Enviamos técnicos do Perímetro para fazer treinamento sobre produção de mudas na Embrapa Semiárido, em Petrolina-PE, que é referência no cultivo de variedades frutíferas irrigadas no Sertão. Também foram várias visitas ao Perímetro Irrigado Piauí, também da Cohidro, em Lagarto, onde se destaca a horticultura orgânica”, explica.

Em todos os casos, são agricultores que cultivam alimentos, do plantio à colheita, em suas áreas irrigadas, mas que também se destinam à atividade de produção de mudas como um incremento à renda familiar. É o caso de Maria do Socorro Aragão Silva, que em seu lote produz quiabo, mas no viveiro que construiu, cultiva mudas frutíferas, de hortaliças, flores e plantas ornamentais. No caso das verduras, ela comercializa as plantas em bandejas de 180 ou 200 unidades.

“As alfaces eu vendo as 180 mudas, com 3 semanas de plantio e prontas para replantar em uma horta, por R$ 10. O pimentão, com 4 semanas, sai por R$ 15. Vendo aqui no Califórnia, no Jacaré Curituba e até gente de Paulo Afonso (BA) vem buscar. Vendo na cidade também plantas para jardins e pés de flores, como as mini-rosas”, contou Maria do Socorro, advertindo que este preço é sem a bandeja de isopor, que preferencialmente é devolvida e reaproveita para novamente usar na produção de mudas. Ela ainda explica que não usa qualquer tipo de defensivo químico no cultivo, mas que a germinação se dá no substrato terroso feito com esterco de gado, pó de coco e torta de mamona.

Mercado em expansão

Levi Alves Ribeiro, o popular Sidrack , é irrigante do Perímetro Irrigado da Cohidro, cultiva um pomar de goiaba e planta hortaliças. Para atender suas plantações, montou um viveiro, onde produz mudas de pimentão, tomate, pimenta de cheiro, couve, couve flor, pepino e maracujá.  “Cerca de 10% desta produção fica para minha horta, o restante são para atender encomendas. Destas, 30% vão para agricultores do Projeto Jacaré Curituba, mas a maioria fica com os daqui do Califórnia”, explicou.

O irrigante viu na carência existente por fornecedores de mudas no Perímetro Irrigado uma oportunidade e investiu na comercialização. O negócio deu tão certo que agora ele pretende expandir. “Começamos observar que o pessoal estava indo buscar mudas em Itabaiana, assim decidi produzir, no meu viveiro, mudas para vender aqui. Compensa financeiramente, tenho um viveiro de 7x26m, mas pretendo construir outro em breve, ainda maior, com 9 metros de largura”, admite Sidrack.

Produção orgânica

A preocupação com a qualidade das mudas que serão comercializadas é constante entre os produtores e todos buscam, cada vez mais, fornecer matrizes que foram cultivadas com técnicas livre de agrotóxicos. “Só aplico o fertilizante foliar de baixa toxidade – faixa verde – e uso um substrato comercial, mas quero produzir o meu, orgânico. Já procuramos a Cohidro, que está fornecendo toda orientação para isso”, finalizou Levi Alves, que tem a intenção de se tornar um horticultor orgânico.

O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano Fonseca, explica que tanto para produzir mudas, como para fornecer alimentos totalmente orgânicos, o irrigante tem como opção a Organização de Controle Social (OCS).  “Todos os irrigantes podem optar pela formalização de uma associação de produtores agroecológicos. Desde que se mobilizem e assumam o compromisso de não usar agroquímicos, seguindo técnicas de cultivo orgânico. A Companhia presta todo suporte aos interessados e incentiva, sempre que possível, o agricultor a optar por essa conversão, mas quem vai atestar a autenticidade do caráter orgânico da OCS, assim como fiscalizar sua produção, é o Ministério da Agricultura”.

Um passo à frente está a irrigante do Perímetro Califórnia, Maria Aparecida Nascimento Santana. Cida produz seu próprio substrato terroso para cultivar as mudas, que suprem sua própria horta e também fornece para outros produtores do Perímetro. Embora não tenha certificação orgânica ou faça parte de uma OCS, a horticultora aplica técnicas agroecológicas que servem de referência na sua região.

“O pessoal da Cohidro me ensinou como produzir hortaliças de forma orgânica e sempre me acompanham. Quando tenho alguma dúvida eu vou lá e tiro com eles. Sempre recebo visita de escolas para conhecer minha produção, onde não uso agrotóxicos”, conta a irrigante Cida, que além de comercializar as mudas produzidas em seu viveiro, também vende verduras e legumes diretamente no seu lote e em feiras livres.

Última atualização: 6 de maio de 2021 18:10.

Acessar o conteúdo