CANINDÉ | Cohidro conclui reforma em estação de bombeamento no Perímetro Irrigado Califórnia

Melhorias estruturais são custeadas com recursos do pagamento da tarifa d’água e qualificam trabalho dos irrigantes

Funcionários da Cohidro presentando: operários da obra, Associação dos Servidores da Cohidro, Diretoria Executiva, operação de bombas e engenharia., [Foto: arquivo pessoal]
Foi concluída a reforma física e estrutural da Estação de Bombeamento (EB) 04, que abastece parte do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, com revitalização de pinturas, telhados, pisos, calçamentos e banheiros. A intervenção foi realizada para melhorar a qualidade de trabalho dos operadores, aumentar a vida útil de equipamentos e diminuir riscos de falha no serviço estadual, que fornece a água para irrigação de lotes agrícolas do perímetro. Anteriormente, as EBs 03 e 06 do Califórnia já tinham recebido a mesma melhoria; e as estações de bombeamento do perímetro Piauí, no município de Lagarto, também recebem as ações de recuperação, realizadas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

A recém-finalizada reforma na EB 04 do Califórnia envolveu nova pintura protetiva para todas as tubulações e conexões, instalação de piso permeável [em brita], instalação de telhado para proteger o maquinário da ação do tempo, além das restaurações no alojamento dos funcionários, localizado anexo à casa de força, com reforma estrutural nos telhados, pintura, piso, calçamento externo e banheiros. As próximas obras no Perímetro Irrigado Califórnia acontecerão nas EBs de número 05 e 07. Já no município de Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí já teve a EB 02 revitalizada e foram iniciadas as melhorias na EB 01, desde a última sexta-feira (28). As revitalizações das estações de bombeamento fazem parte do programa de recuperação das EBs da Cohidro.

O agricultor Leidison dos Santos é um irrigante considerado atuante pelos técnicos do perímetro. Selecionado para abrigar em seu lote um campo experimental de uvas – oriundas de transferência de tecnologia com a Embrapa Semiárido -, ele se diz satisfeito com a reforma da EB do seu setor (04). O agricultor relembra que, em 2016, o Governo de Sergipe adquiriu 45 novas bombas, das quais 37 foram somente para Canindé. “Colocando essas bombas novas e fazendo a reforma direito, as coisas ficam diferentes. A gente trabalha melhor e tem aquela tranquilidade de que não vai faltar água. É um serviço que nos ajuda. A expectativa é que continue assim. A tendência é ir sempre melhorando para dar mais tranquilidade ao produtor, que sofre tanto durante a estiagem, no verão, com a falta d’água”, pontua o produtor.

As reformas são custeadas através do pagamento das tarifas de água pelos próprios irrigantes, segundo destaca o diretor administrativo e financeiro da Cohidro, Jean Nascimento. “Foram investidos cerca de R$ 20 mil na reforma da EB 04 do Califórnia, através da reversão do pagamento da tarifa d’água em benefício do próprio agricultor. Com as reformas, melhoramos a qualidade do serviço para garantir o fornecimento da água necessário à produção dos alimentos”, ressalta Jean. O diretor de irrigação e desenvolvimento rural da companhia, João Fonseca, também avalia que as ações melhoram o trabalho do agricultor. “Aliado à assistência técnica agrícola, as estações de bombeamento em bom estado dão mais garantia ao produtor irrigante, de que ele poderá plantar e colher o seu produto. Isso repercute em maior confiança em seu empreendimento rural, para ele reinvestir e garantir maior renda familiar para si e para os seus colaboradores”, defende João Fonseca.

O diretor presidente da Cohidro, Paulo Sobral, reforça que as reformas nas estações de bombeamento são possíveis por contar com a mão de obra do próprio quadro de funcionários da companhia. “Além de contarmos com a receita obtida da tarifa paga pelos agricultores, dando a contrapartida ao interesse deles em contribuir com o serviço, também reduzimos os custos que teríamos caso contratássemos uma construtora. Conduzimos, portanto, nosso pessoal que atua em serviços gerais e conservação predial para fazer as revitalizações. Servidores estes a quem devo meu agradecimento por se aliarem ao projeto da Diretoria Itinerante, que percorre, semanalmente, os perímetros e obras executadas pela Cohidro no interior do estado”, ressalta Paulo Sobral.

[vídeo] Especial do Dia dos Pais mostra relação em família assistida pela irrigação pública da Cohidro

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

O programa Estação Agrícola, da TV Sergipe, na edição do último domingo (09), Dia dos Pais. fez uma homenagem aos pais e filhos que compartilham às obrigações na atividade agrícola. A relação entre o irrigante do Perímetro Irrigado Califórnia [Canindé de São Francisco] José dos Santos e a sua filha Danielle Caroline, foi mostrado. A bióloga, depois de estudar na capital Aracaju, voltou para o Sítio Umbuzeiro para seguir os passos do pai, agregando à propriedade agrícola os conceitos agroecológicos, implantando duas unidade produtivas do Sistema Agroflorestal (SAF). Confira!

[vídeo] Estações meteorológicas da Cohidro geram dados climáticos para irrigação e outras áreas

Assista o vídeo apontando a câmera do seu celular para o QR Code

Além de aferir a pluviosidade, a estação meteorológica do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, faz outras medições como o grau de evaporação, da posição e incidência do sol, da posição e velocidade do vento e às variações de temperatura durante o dia. O programa Sergipe Rural do último sábado (25) mostrou pela Aperipê TV o funcionamento dos equipamentos e a leitura que é feita diariamente pelo técnico agrícola Sérgio Xavier, da Cohidro. A estação pertence à Cohidro, mas outros órgãos e instituições públicas fazem uso das leituras obtidas nesses aparelhos. além da do Califórnia, a companhia estadual tem estações em Itabaiana, no Perímetro Irrigado da Ribeira e em Lagarto, no Perímetro Irrigado Piauí.

 

Irrigante cria sistema agroflorestal em perímetro irrigado da Cohidro em Canindé

A técnica produz alimentos sem usar agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, a partir de um ambiente biologicamente equilibrado

 

[Foto: Danielle Caroline / Sítio Umbuzeiro]
Nos últimos três anos, foram introduzidas unidades experimentais bem-sucedidas para produção de frutas exóticas e leite no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. E há dois anos, em um lote da família naquele perímetro, a bióloga Danielle Caroline utiliza a infraestrutura de irrigação do Governo do Estado para a implantação de um sistema agroflorestal (SAF) adequado ao semiárido sergipano. Nas redes sociais ela divulga seu progresso, para incentivar outros projetos à troca de conhecimentos. A técnica produz alimentos sem usar agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, a partir de um ambiente biologicamente equilibrado, e se adequa à implantação de áreas de preservação permanente (APP) ou de reserva legal (ARL), em que o agricultor gera renda produzindo hortaliças em curto prazo; frutas, em médio; e madeira, em longo prazo.

“Nosso intuito é mesmo divulgar a técnica para o maior número de pessoas”, afirma Danielle, por ter criado o perfil @sitio.umbuzeiro no Instagram. Neste, são diárias as atualizações mostrando o desenvolvimento das plantas que produzem alimentos ou são ‘adubos verdes’, devolvendo componentes essenciais ao solo. Porém, a trajetória da jovem agricultora não começa no campo. “Apesar dos meus pais terem este sítio há muito tempo, eu nunca estive muito perto da agricultura. Só vim morar aqui depois de concluir a faculdade. Formei em Biologia pela UFS em 2010, depois fiz mestrado em Entomologia. Foi quando conheci a Agrofloresta por vídeos, na internet, e fui fazer um curso com Henrique Sousa, na Fazenda Ouro Fino [Jaguaquara-BA], em 2017. De lá para cá, venho implementando o sistema. Muita coisa fiz sozinha; em outras, tive ajuda do meu pai”, conta a jovem.

Além do conhecimento adquirido no meio acadêmico e cursos livres, a participação em atividades em grupo também ajudou Danielle Caroline a implantar o SAF no lote dos pais. “Fiz mais um curso no início de 2018 e participei de alguns mutirões, para a implantação de outra área. Depois um grupo de pessoas fez um mutirão aqui também. Tenho recebido ajuda de outras pessoas e tudo é fruto da busca por conhecimento; pelo dia-a-dia, vivenciando na prática o que é trabalhar com agroflorestal; e pegando os conhecimentos que meu pai tem. Ele é técnico agrícola aposentado, trabalhou na Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe) por muitos anos e tem o sítio há 16 anos. Aqui moramos os três: eu, meu pai [José dos Santos] e minha mãe [Maria Luiza de Jesus Santos]”, detalha.

Segundo o diretor de Irrigação de Desenvolvimento Agrícola da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), João Fonseca, os perímetros irrigados administrados pela empresa pública são ambientes propícios para a inovação do campo. “Só em Canindé, Em cooperação com a Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), introduzimos com sucesso três campos experimentais de videiras e pereiras, em que os produtores já vendem uva pra produzir vinho e partem para a industrialização de suco. Noutro lote, implantamos um projeto piloto do sistema Balde Cheio de produção de leite, com base na experiência adquirida no perímetro irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. A expectativa da Cohidro é que essas áreas, e também a experiência com o SAF, influenciem outros produtores rurais de todo o estado a se espelharem na produção de alimentos, geração de renda e iniciativas de preservação ambiental”, afirma.

No Sítio Umbuzeiro, Danielle criou dois lotes de SAF, que somam uma área de 0,1 ha – pequena só no tamanho. “A gente já plantou de tudo. Atualmente, a gente tem mamão em produção, banana, árvores frutíferas, como a graviola e a pinha, que estão crescendo. Já colhemos açafrão, milho e fava. É muita coisa que dá para colocar nesse tanto de área e tive excedente para vender. Minha mãe vende na feira e ela sempre leva coisa aqui da área do SAF. Esse momento agora é de fazer podas, é um momento de renovação. Fiz o manejo do sistema e agora é hora de plantar novamente [milho, feijão, abóbora]. Mesmo assim, tem uma produção”, destaca. A agricultora quer que o seu SAF seja referência agroecológica para o semiárido sergipano. Além de compartilhar os saberes para além das redes sociais, ela planeja abrir sua agrofloresta para visitas técnicas e aplicação de cursos.

 

 

Pera irrigada é cultivada como alternativa de renda no Alto Sertão Sergipano

Perímetro irrigado da Cohidro em Canindé abriga campo experimental com mais de 400 plantas, para testar viabilidade de três variedades do fruto
O irrigante Ozeias Beserra [Foto: Fernando Augusto]

A pera tem se mostrado uma produção inovadora no Alto Sertão Sergipano, dando bons frutos de diferentes variedades. No Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco [infraestrutura mantida pelo Governo do Estado para fornecer irrigação e assistência técnica agrícola para 333 lotes agrícolas], chama a atenção um pequeno pomar com quase 400 pereiras, campo experimental fruto da parceria entre a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A mesma cooperação de transferência de tecnologia também levou a Canindé a produção de uva, criando modelos de alternância de culturas, no perímetro, economicamente favoráveis à geração de renda para os agricultores.

Ozeias Beserra é técnico em agropecuária e produtor rural irrigante no Califórnia. Com o convite para participar do experimento da Embrapa, enxergou na pera uma nova oportunidade de renda e melhoria da sua produção no campo. “Eu apostei na pera por ser uma cultura nova. Eu não conhecia, nem nunca tinha visto o pé da pereira, porque é uma planta que não tem tantos produtores. Eu, praticamente, sou exclusivo aqui no município. Resolvi apostar pra ter uma cultura nova, na expectativa de uma renda a mais, além do que consigo com as outras culturas que já venho trabalhando. Até agora, está sendo muito tranquilo de trabalhar, não vi dificuldades no manejo dela e dá pra ter um controle das pragas e insetos”, relata o produtor que, após a colheita no início de ano, fez uma pausa estratégica no ciclo de produção no pomar.

Ao mesmo tempo em que aplicou um tratamento fitossanitário para eliminar, com sucesso, uma doença fúngica, Ozeias quis atrasar a próxima colheita, para evitar colocar a produção no mercado em meio à pandemia e arriscar prejuízo. Agora, após induzir a quebra da dormência e a poda, que influenciam na produção, o processo de frutificação tem sido promissor e as plantas já estão florescendo. Em breve, haverá colheita nova. No pomar de 0,2 hectare, introduzido no final de 2017, há quase 400 pés de pera. A variedade Triunfo ocupa mais da metade da produção, enquanto as variedades Princesinha e Santa Maria ocupam o resto do cultivo – melhoradas e adaptadas para o clima do sertão nordestino.

O agricultor planeja gerar divisas para a fruta produzida em Canindé, escoando sua colheita para outras regiões, a fim de melhorar o rendimento financeiro do pomar. “Tenho planos de expandir essa produção para os municípios vizinhos, para a CEASA. A depender do tamanho que for a colheita, acredito que o mercado local não irá comportar, por isso, penso em expandir as vendas para outras regiões”, conta Ozeias. Na parceria, a Embrapa forneceu ao produtor toda a estrutura de fertirrigação por mangueiras de gotejamento, espaldeiras, mudas e nutrientes especiais para as plantas. A Cohidro, através do perímetro Califórnia, fornece a água de irrigação e os técnicos agrícolas que prestam assistência, em cooperação com os especialistas de Petrolina, que fazem visitas periódicas aos campos experimentais em Canindé.

Técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos acompanhou, desde o início, a introdução dos pomares de pera e uva no Califórnia. “A gente sabe que é uma cultura nova e fica com uma expectativa muito boa de que essa área de pera sirva como vitrine, para que os outros produtores possam observar o que está sendo feito, a maneira que está sendo cultivada e, dentro dos resultados alcançados, queiram levar para os seus lotes. Quem sabe assim, mais tarde, a gente não tenha uma área bem maior de pera aqui na região?”, torce. Para ele, a experimentação de novas culturas expande o potencial econômico do perímetro. “É uma cultura resultante de uma enxertia por borbulhia, que leva um ano e meio para começar a produzir. O sistema de irrigação é o mesmo que se utiliza na área de uva, com duas mangueiras com gotejadores, cada um com uma vazão de um litro por hora. É o modelo que vai ter uma eficiência maior para esse tipo de cultura”, conclui.

Produtores rurais irrigantes iniciam entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos

Cohidro fornece irrigação e assistência técnica para agricultores participarem do programa, que beneficia população em situação de insegurança alimentar no estado

Durante toda manhã do dia 1º de julho, agricultores levavam suas entregas à sede da ASSAI [Foto: Fernando Augusto]
Já começaram as primeiras entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 2020, em Sergipe. Através da modalidade “Compra com Doação Simultânea”, o Governo Federal adquire alimentos de cooperativas ou associações de agricultores familiares e realiza a doação para pessoas atendidas por equipamentos da rede socioassistencial do estado. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) administra os perímetros irrigados onde produzem agricultores que participam do programa. A Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), no Perímetro Califórnia, fez a primeira entrega deste ano, correspondente a 2.504 kgs de alimentos destinados a 316 famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional de Canindé. Também participam do programa agricultores de Itabaiana e Lagarto.

Os 14 irrigantes do Perímetro Califórnia que também são associados à ASSAI serão remunerados em R$ 111.997,60 com a venda de alimentos para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), gestora do PAA, durante nove meses. “Com a pandemia de coronavírus, as vendas ficaram difíceis. O programa só veio para ajudar. Primeiro, porque não precisamos de atravessador, a gente faz a venda diretamente. Além disso, o programa foi muito bom, pois conseguimos uma renda melhor”, contou José Teodoro, um dos produtores rurais que recebem a irrigação pública do perímetro mantido pelo Governo de Sergipe, através da Cohidro. “No primeiro dia, entreguei dez caixas de 30 kgs de goiaba, vendendo o quilo por R$ 2,10. É uma iniciativa boa, o Governo comprar alimentos para a população carente”, destacou Cícero Gouveia, também irrigante do Califórnia.

Ao total, o programa poderá investir mais de R$ 600 mil na compra de alimentos dos perímetros para a população em situação de insegurança alimentar. O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Prata, destaca que, além de Canindé, os irrigantes dos municípios de Itabaiana e Lagarto também farão a entrega de alimentos para equipamentos socioassistencias. “Os produtores do Perímetro Califórnia, em Canindé, farão entregas semanais ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que fará a distribuição das quase 40 toneladas de alimentos. Em Itabaiana, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno, do Perímetro da Ribeira, já está autorizada a entregar 22 toneladas de alimentos para 1.900 assistidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Já em Lagarto, o Movimento Associativista do Brejo, do Perímetro Piauí, fará a entrega de 42 toneladas ao Centro Comunitário Sociocultural de Barra dos Coqueiros, que tem 1.530 atendidos”, listou.

A assistente social do CREAS de Canindé, Andressa Salvador, ressalta que as entregas beneficiam o público do Cadastro Único para Programas Sociais  (CadÚnico). “Através desse sistema a gente puxa o cadastro das famílias que estão em vulnerabilidade social e, consequentemente, sofrem insegurança alimentar e nutricional. Por lei, é aquela família que está em situação de pobreza ou extrema pobreza. Nessa pandemia, a condição dessas famílias piorou e, com certeza, elas se sentem gratas pela atuação do PAA. Chegou em boa hora aqui para o município”, considerou. Ela explica que a distribuição está ocorrendo sem aglomeração, por senhas, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outras duas associações formadas por irrigantes têm propostas remetidas à Conab para participar do programa. “Com as propostas aceitas, mais 38 produtores – oriundos da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, e da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), em Canindé – serão remunerados em mais de R$ 280 mil para entregar cerca de 103 toneladas de alimentos, que serão doados a 3.400 pessoas atendidas pelos CRAS dos municípios de Santa Rosa de Lima, Simão Dias, Canindé e também para a Associação São Francisco de Assis, em Riachão do Dantas. Durante a pandemia, serão diretamente beneficiadas, aproximadamente, 1.800 famílias do campo e da cidade, entre agricultores que vendem sua produção rural e pessoas em situação de vulnerabilidade social que recebem os alimentos”, avaliou o presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

O presidente da Associação ASSAI e irrigante do Perímetro Califórnia, Ozeias Beserra, considera o benefício mútuo, pois ajuda aos socialmente vulneráveis e também aos agricultores. “Nós estávamos sem conseguir escoar os produtos, porque diminuiu o fluxo de pessoas em feiras livres e a procura de alimentos na roça. Já estávamos perdendo alguns produtos sem conseguir vender. Os produtos que estão sendo entregues ao programa têm um preço bom e auxiliam a comunidade que não tem recursos para comprar alimentos”. O presidente da Coofrucal, Levi Ribeiro, acredita que sua cooperativa deve iniciar a entrega de produtos nos próximos 60 dias. “Negociamos uma pendência que tínhamos e nosso projeto está em andamento. A expectativa é positiva, os produtores estão engajados. Até mesmo porque, nessa fase de pandemia, a situação de alguns ficou mais difícil para escoar a produção”, avalia.

Orientação técnica ajuda a elevar produtividade da abóbora irrigada no Alto Sertão

De janeiro a maio, foram produzidas 270 toneladas de abóbora no perímetro irrigado da Cohidro em Canindé

Produção de abóbora entregue para o PAA, no primeiro dia, foi de 287kgs [Foto: Fernando Augusto]
A produção de abóbora no Alto Sertão Sergipano é feita há quase dez anos em Canindé de São Francisco, a partir da irrigação fornecida pelo Governo do Estado no Perímetro Irrigado Califórnia. Além da água do Rio São Francisco, que a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro faz chegar aos lotes agrícolas, os agricultores familiares têm também assistência técnica agrícola fornecida pela empresa. Indicado por nutricionistas por ser alimento saudável e nutritivo, o fruto já faz parte da culinária sergipana. Não por acaso, alguns dos produtores de abóbora irrigada estão participando do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e sua produção será entregue, via projeto na Conab, à doação simultânea para pessoas em insegurança alimentar naquele município.

Na proposta da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco – ASSAI ao PAA, os irrigantes se propuseram a entregar até 1.000kgs de abóbora à ‘doação simultânea’, entregues para pessoas vulnerabilidade social cadastradas no Centro de Referência Especializado Assistência Social – CREAS, pelo período de nove meses. Na primeira entrega, que ocorreu na última quarta-feira (01), a abóbora lá esteve presente, com 287kgs que foram no mesmo dia para a mesa dos canindeenses. O preço pago pela Conab à abóbora fornecida aos projetos de doação simultânea no PAA em Sergipe é considerado excelente (R$ 3,43 o quilo), incentivando os produtores a cultivá-la ainda mais.

No período de janeiro a maio deste ano, os agricultores irrigantes no Califórnia colheram 270 toneladas de abóbora em 13 ha enquanto, no mesmo período, outros 17,7 ha foram semeados com o cultivo, indicando que, até o fim do ano, a colheita deva ser ainda maior. As abóboras cultivadas no perímetro variam de formatos e tamanhos, podendo uma só peça chegar a até 8kgs. A principal variedade é a abóbora jerimum ou de leite, também conhecida por abóbora ‘sergipana’ ou ‘maranhão’. O agricultor Samuel de Oliveira conta que está investindo pela primeira vez na cultura, apostando 2 ha do lote no cultivo da abóbora. “Primeira vez que investimos na abóbora, mas vários agricultores já plantavam antes. Esperamos uma boa colheita e um bom preço do mercado”, relata Samuel.

A depender da produtividade, se promissora, o rendimento pode ser superior a 25 toneladas por hectare, mas isso só ocorre graças à irrigação fornecida e orientada pela Cohidro. O técnico agrícola da empresa, Luís Roberto, explica como foram feitas as orientações para o bom cultivo no lote do agricultor. “O Samuel cumpriu exatamente a orientação técnica. Foram feitas análises de solo e, baseado nisso, ele pôde fazer a adubação de fundação e, depois, as três adubações de cobertura. Uma aos 25 dias, outra próxima da florada, e outra próxima da fortificação, cumprindo assim o ciclo técnico da cultura da abóbora”, explica.

O técnico alerta também sobre os riscos de desperdícios e mal uso de adubos por parte dos agricultores em suas áreas e aponta a necessidade do uso correto dos mesmos. “Por mais orientações que demos, alguns produtores insistem em recorrer a meios diferentes dos que recomendamos, baseados em experiências de outros produtores, que podem dar certo ou não, às vezes configurando erro no processo de adubação. Já verificamos casos de agricultor utilizar dois sacos de adubo, totalizando 100kg por tarefa (0,33 ha), quando na verdade, a recomendação que se use apenas 17kg por tarefa”, conta Luís Roberto.

Cohidro estima que produção de milho verde pode superar 2,4 milhões de espigas em perímetros no período junino

Com procura reduzida durante pandemia, agricultores destacam outras finalidades para o produto

[foto: Fernando Augusto]
No São João de 2020, é esperada a colheita de 2.440.000 espigas de milho verde, nos perímetros irrigados do governo estadual, gerenciados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Iniciada em maio, a colheita dos lotes que recebem abastecimento de água pela companhia irá até o final de junho. A expectativa de colheita se equipara a do ano anterior, que contabilizou a produção de 2.480.000 espigas de milho, em meio ao prolongado período de estiagem que comprometeu a capacidade hídrica de barragens e a irrigação dos lotes. Neste ano, a grande produção de milho contrasta com a redução da procura pelo produto, em razão do isolamento social para enfrentamento à pandemia de Covid-19. Mas isso não desanima os irrigantes.

O produtor rural Ozeias Beserra, por exemplo, possui lote no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Ele tem 0,5 hectares plantados em duas áreas, de onde poderão ser colhidas, na semana de São João, cerca de 10 mil espigas. “Tem muito milho plantado e, pelo que estou vendo, será difícil para vender. Mas, não tomo prejuízo, porque aqui o milho que plantamos fica também para os animais, serve de ração. Uma parte que seca vai para as galinhas, e das palhas do milho a gente faz o ‘rolão’. Da palhagem mais verdosa, faz silagem. Este ano, ainda quero plantar umas quatro roças de milho, porque participo do projeto do PAA (Programa Aquisição de Alimentos)”, disse o produtor rural. No Califórnia, em todos os lotes, é aguardada a colheita de 960.000 espigas.

A Cohidro administra os perímetros estaduais, fornecendo aos produtores irrigação, assistência técnica rural e assessoria em agronegócio. O diretor-presidente da companhia, Paulo Sobral, destaca que os projetos das associações de produtores junto ao Programa Aquisição de Alimentos (PAA), aprovados em 2019, começaram a ser pagos e, no período de um ano, movimentarão cerca de meio milhão de reais nos perímetros. “Vem em boa hora a notícia de que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que administra o PAA, está liberando os pagamentos para a compra da produção dos 59 irrigantes cadastrados. Essa venda pública ajuda o produtor rural, com dificuldade de vender em meio à pandemia. Como é na modalidade ‘doação simultânea’, mais de 150 toneladas de alimentos serão doadas para entidades que atendem cerca de 6,6 mil pessoas em vulnerabilidade social, situação também agravada pelo isolamento social provocado pelo coronavírus”, explica o diretor.

A produção de milho gera outros benefícios ao agricultor por ser um alimento com múltiplos usos, reforça o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Rural da Cohidro, João Fonseca. “O milho verde é tradicional no período junino e quase a totalidade dos lotes dos perímetros irrigados aumentam suas áreas visando à comercialização da espiga neste período. O excedente é comercializado para produção de silagem, principalmente para o rebanho leiteiro, e também vira milho em grão, que gera maior integração irrigado-sequeiro”. O perímetro irrigado que menos sentiu a situação de emergência da pandemia foi o Piauí, em Lagarto. Lá, são esperadas 840 mil espigas colhidas no período junino. “Neste perímetro, muitos que não viram futuro no milho verde para o São João, por causa do isolamento social, estão migrando para produção do milho em grão, que está com preço bom, em média R$ 50 a saca”, acrescenta o diretor.

O produtor rural Genivaldo de Azevedo é irrigante no perímetro Piauí, em Lagarto, e afirma que o milho verde tem procura o ano todo. “Está sendo o ponto forte aqui. O coronavírus, infelizmente, está judiando a gente. Nós até pensávamos que não iria vender, por conta dessa doença triste, mas a procura até que está boa”, considerou o agricultor, que tem vendido a unidade da espiga entre R$0,40 e R$0,50. “A Cohidro nos dá assistência aqui o ano inteiro, com abastecimento de água e com os técnicos, que acompanham a gente. Temos um gerente do perímetro (Gildo Almeida) que dá todo o suporte aos agricultores, incentivando, correndo atrás de projetos, dando assistência técnica. Graças a Deus, só temos a agradecer”, pontua o agricultor.

CANINDÉ | Produção de quiabo contabiliza 33 anos de história no Perímetro Irrigado Califórnia

A capital baiana, Salvador, é o principal destino da volumosa produção do Alto Sertão Sergipano

Marcado na história como um dos cultivos pioneiros nos lotes do Perímetro Irrigado Califórnia – projeto de irrigação pública implantado em 1987 pelo Governo de Sergipe em Canindé de São Francisco –, o fruto do quiabeiro tem presença forte na tradição culinária dos brasileiros e ainda é nutritivo, tem alta concentração de fibras, sais minerais e das vitaminas A e B1. O quiabo se dá bem em solo argiloso e clima quente e seco, motivo pelo qual a produção ganhou espaço nas áreas irrigadas do Alto Sertão Sergipano que reúnem essas características. Só no Califórnia, a produção anual supera a média das 12 mil toneladas e chega a movimentar em torno de R$ 12 milhões com a venda da produção, no mesmo período.

Das colheitas realizadas toda semana no perímetro, sem falta, o escoamento é quase sempre feito para Salvador e Feira de Santana, na Bahia, segundo afirma Manoel Cassiano. Agricultor irrigante do Califórnia, onde cultiva hortaliças há 30 anos, ele reservou parte da sua propriedade para plantar o quiabo durante o ano inteiro. Conforme conta o produtor, cerca de 30 sacos são colhidos por semana na sua área. “Essa quantidade pode variar, assim como os preços. Tudo depende da época”, afirma o produtor, que é atendido pela irrigação pública e assistência técnica agrícola fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que opera o perímetro público.

Ainda de acordo com o produtor Manoel Cassiano, na Semana Santa, por exemplo, a venda do produto é mais rentável, mesmo que durante os poucos dias que antecedem o feriado religioso. Esse aumento nas vendas se deve à tradição culturalmente mantida no Nordeste, que guarda em seu rol de sabores diversos pratos típicos utilizando o quiabo como um dos ingredientes principais, em datas comemorativas. O mesmo acontece com o Dia de São Cosme e Damião, em 27 de setembro. “Quando chega em setembro, dá uma nova alta no preço, por causa do caruru”, completa Cassiano. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permitir coletas semanais por até 3 meses, o quiabo é a plantação preferida dos irrigantes.

É o que aponta o técnico agrícola da Cohidro, Luís Roberto Vieira. “O quiabo aqui se tornou tradicional, pois há 33 anos, desde o início do perímetro Califórnia, que o fruto vem sendo cultivado, levando o posto de produção pioneira, entre as vistas pela região. Mas assim como toda cultura, existem os prós e contras em relação ao seu cultivo – com o quiabo não seria diferente. Seguindo as recomendações técnicas dadas por nós, da Cohidro, os agricultores precisam tomar cuidado com a praga do Nematoide, que pode danificar o plantio. Por isso, o uso de inseticidas é essencial, desde que assistido pelos técnicos profissionais”, orienta o técnico Luís Roberto, alocado na unidade da Cohidro em Canindé.

Ocupando anualmente de 500 a 600 hectares dos lotes do perímetro, a produção do quiabo é tão grande que a Cohidro se preocupa em sempre incentivar a adoção de novos negócios rurais pelos irrigantes, a fim de que tenham menos concorrência e consequente rentabilidade maior. Para estimular o cultivo, por exemplo, de goiaba, uva, pera, amora e até mesmo a produção de leite, a empresa tem implantando projetos pilotos e dias de campo, com a ajuda da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e do outro perímetro da Cohidro situado em Tobias Barreto, o Jabiberi. “Todos plantando a mesma coisa ou optando por plantios que têm pouco rendimento na venda, como é o caso aqui com o quiabo, acaba trazendo pouca rentabilidade para o agricultor e é até uma subutilização de toda essa infraestrutura que o Governo do Estado está oferecendo a eles. Por isso incentivamos produções alternativas sempre”, argumenta a gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes.

Cultivo da manga Palmer apresenta bom desempenho no Perímetro Califórnia, em Canindé

Irrigação pública e assistência técnica permitem produção em clima semiárido durante todo o ano

Carlos Alberto [Foto: arquivo pessoal]
Em Canindé de São Francisco, o cultivo da manga, da variedade Palmer, apresenta resultados positivos no Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro, a 213 km da capital sergipana. Considerada uma das mais doces dentre as variedades da fruta, a manga Palmer possui pouca ou nenhuma fibra e, por ter um caroço pequeno, mais de 70% do fruto é formado por polpa. O bom cultivo no Perímetro Califórnia surge como alternativa à produção de outras cultivares com mercado mais concorrido.

Recebendo irrigação e assistência técnica agrícola da Cohidro, o lote empresarial de Carlos Alberto se destaca no cultivo da fruta e serve de espelho para os outros produtores irrigantes iniciantes na produção da variedade da manga Palmer. Com ajuda da tecnologia, as mudas enxertadas permitem que as plantas cresçam em proporções diferentes, podendo ser controlada com podas regulares e destinando sua força para a frutificação, diferentemente do cultivo por semente.

O fruticultor conta que os resultados chegaram rápido e que estão sendo testados novos espaçamentos entre as plantas.  “Começamos a trabalhar com essa variedade e estamos vendo os frutos em tão pouco tempo. Hoje, na plantação de manga, tem plantas que estão até com espaçamento de 1,4m entre elas, e tem gente que duvida do que estamos fazendo. Tenho um hectare com 3.000 plantas e não vou diminuir essa distribuição.  A tendência é a tecnologia avançar e a gente chegar até o limite. A pretensão é que a área de 2 hectares possa ter 10 mil plantas. Trabalhamos em cima de duas coisas: qualidade e padrão. Esse é nosso objetivo”, afirma Carlos Alberto.

O técnico em agropecuária da Cohidro, Roberto Vieira, destaca que o lote do produtor é modelo para outros agricultores vizinhos no perímetro irrigado Califórnia. “Como a manga Palmer é pouco conhecida aqui no perímetro, a gente está aprendendo com a experiência do lote empresarial do Carlos. O que é de grande valia, porque serve de estímulo para outros produtores. Ele abriu aqui o lote para que a gente pudesse, inclusive, fazer visitas com outros irrigantes. Isso tem ajudado na difusão da variedade de manga Palmer”, explica.

A irrigação no perímetro e a assistência técnica da companhia permitem a produção de fruticultura durante todo o ano, mesmo no clima semiárido do Alto Sertão Sergipano, considera o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca. “Como quase não existe inverno, o produtor irrigante do semiárido pode induzir as plantas à frutificar em qualquer temporada do ano, inclusive preenchendo as lacunas entre uma safra e outra dos locais de clima temperado. Com potencial de ocupar o mercado em época em que no mundo todo não existe oferta da fruta”, avalia.

Última atualização: 1 de junho de 2020 17:50.

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