Irrigantes da Cohidro vão doar 648 toneladas via Conab

Evento reuniu agricultores, representantes das entidades beneficentes e técnicos da Cohidro e Conab

Representantes de associações de produtores rurais dos perímetros irrigados e de entidades beneficentes estiveram reunidos quarta-feira, 13, com os diretores das companhias de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) e Nacional de Abastecimento (Conab). Na sede da Estatal Sergipana, houve a assinatura de dois contratos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) federal, que consolidou a doação de quase 240 toneladas de alimentos, beneficiando mais de sete mil pessoas em insegurança alimentar durante um ano.

Esse montante é só parte dos contratos que em 2015 foram liberados, pela Conab, para execução. Ao todo foi autorizada a compra 648.265 quilos de alimentos, de 171 produtores irrigantes, sob a remuneração total de R$ 1.367.445 e que beneficiarão, pelos 12 meses de vigência de contrato, 18.260 pessoas. São agricultores que cultivam nos perímetros irrigados Piauí em Lagarto, Ribeira em Itabaiana e Jacarecica II, estes de Malhador. Serão beneficiados com cestas de alimentos in natura ou na preparação de refeições, os assistidos por entidades beneficentes de Barra dos Coqueiros, Pedra Mole, Lagarto, Itabaiana e Areia Branca.

Emanuel Carneiro, Superintendente Estadual da Conab, ressaltou a longa parceria entre as duas Companhias, onde a Cohidro assessora os agricultores a formalizarem os seus projetos para o PAA, na modalidade de “doação simultânea”. “Fizemos hoje a assinatura da ata que autoriza o inicio da doação dos produtos. Então, a partir de agora, essas instituições já estão aptas a entregar os produtos. À medida que eles prestam conta, é feito o faturamento na nossa unidade e automaticamente a gente já autoriza o banco a desvincular e liberar o valor relativo aquela prestação”, disse.

Astrapicica

A Associação dos Trabalhares Rurais do Perímetro Irrigado Jacarecica II (Astrapicica), de Malhador é a proponente do projeto de PAA no valor de R$ 263.995, correspondente a compra de 135,7 toneladas de alimentos de 35 agricultores, para a doação simultânea beneficiando 3,5 mil pessoas. Luiz Alves de Oliveira, presidente da entidade, conta que ele os produtores envolvidos no projeto conseguem melhores preços para o Inhame, Aipim, Quiabo, Maxixe, Batata-doce, Folhosos, Acerola, Abobora e Abobrinha, na as entregas.

“Para nós, é muito benéfico, porque conseguimos nos livrar do atravessador, que não vai mais em nossa porta. Compensa muito, já tem ano que o atravessador está comprando o saco de Batata-doce por R$ 10, e a Conab comprar por R$ 32. A vigência do contrato é de um ano e assim o preço que fica assegurado para este período”, contou Luiz Alves, que explica que a Empresa Sergipana atua em toda elaboração do projeto. “O que mais ajuda a gente é a credibilidade da Cohidro, esse projeto feito por Sandro tem muita facilidade de ser aceito, a Conab acredita no projeto”, completou.

Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata informa que a Astrapicica é uma associação que está ativa no PAA desde 2009. “A entidade participou do PAA propondo cinco projetos, totalizando R$ 873.510 pagos aos 207 produtores, correspondente a mais de 500 toneladas de alimentos doados a quase 20 mil pessoas”, confirmou o Técnico que na Empresa. Ele atua indo até cada uma das associações para reunir produtores, assessorando na formalização dos seus projetos e orientando de que forma deverão se comportar, depois das propostas aceitas.

Neste projeto a entidade que receberá os alimentos é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Areia Branca. O Secretário Municipal de Agricultura, Irrigação e Meio Ambiente, José Agnaldo dos Santos, na reunião representou a beneficiaria. “A gente vai entregar a três povoados bem necessitados. A prefeita esta maravilhada e com urgência para entregar, porque são muitas pessoas para receber na comunidade. Vai ser uma distribuição feita anotando no documento, pra depois a gente prestar conta tanto à Cohidro quanto a Conab”, advertiu, comunicando ser a quarta doação simultânea do PAA que participam em menos de um ano, antes recebendo suco de uva, leite em pó e feijão.

Até 2013, Sergipe era atendido pela Conab na Bahia e o Presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, considerou que a vinda de uma unidade da Companhia para o Estado só contribuiu com as equipes da Cohidro e as entidades proponentes e beneficiadas. “O Governador Jackson Barreto foi excelente ao cobrar do Governo Federal e assim viabilizar a vinda de uma Superintendência para nosso Estado. Isso facilitou muitíssimo o acesso aos programas e para nós, foi um voto de confiança em nossa capacidade de gerir os projetos para receber os recursos. O que retribuímos com o trabalho, instruindo e auxiliando cada vez mais agricultores para serem proponentes”.

Povoado São José

Paulo Souza Melo é o presidente da Associação dos Moradores de Amigos do Povoado São José, que é a outra entidade proponente ao PAA que possui recursos já liberados para a comercialização dos alimentos. Para o produtor e líder do grupo participante pela terceira vez com um projeto, é um benéfico que compensa para o agricultor. “A estabilização dos preços seria uma das vantagens. Em poucas oportunidades o preço de mercado está maior que o pago pela Conab. E a Cohidro tem um papel primordial, na elaboração dos projetos, no acompanhamento, na distribuição, inclusive na arrecadação dos produtos. Sem a Cohidro dificilmente se realizaria esse trabalho”, revelou.

“Formada por agricultores irrigantes do Perímetro da Ribeira, em Itabaiana os 34 produtores da Associação vão fornecer 103.175 quilos de alimentos, sub uma remuneração de R$ 272.000 que vai beneficiar 3,6 mil pessoas atendidas pelo Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros e a Associação de Moradores e Amigos de Pedra Mole”, informou Sandro Prata da Cohidro.

Sandro assinala que também já possuem projetos, liberados para execução, a Associação dos Moradores e Amigos do Povoado Mangueira, também do Perímetro da Ribeira e a Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (Appip), esta de Lagarto. “Ambos projetos somam mais de R$ 800 mil em recursos para adquirir alimentos em quantidade superior a 400 toneladas. Estão somente aguardando a liberação da verba federal, o que pode ocorrer à qualquer momento”, acrescentou.

Lania Ribeiro é assistente social e gestora de projetos sociais da Entidade da Barra dos Coqueiros, que prepara refeições para as crianças da creche e aos jovens que participam de oficinas culturais ou da programação da Rádio Comunitária que fica na sede do Centro, ou então o alimento que recebem das doações é distribuído às famílias de baixa renda da mesma comunidade. Esta será a segunda vez que a ONG participa como beneficiária de um projeto de “doação simultânea” oriundo de um perímetro irrigado da Cohidro.

“O que a gente sempre conta, é que tem uma grande diferença de quando a gente passou a receber os alimentos e antes. A qualidade da alimentação na comunidade que a gente atende mudou muito, dos idosos e principalmente das crianças, que chegam lá de manhã sem ainda terem feito uma refeição e a gente tem alimentação para oferecer. Da nossa parte, é um trabalho sério de preparo, de distribuição e principalmente de conservação, para não haver desperdício ou qualquer perda”, relatou Lania Ribeiro.

Balanço do PAA

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto lista que desde 2008, quando a Empresa passou a prestar assessoria aos produtores proponentes ao PAA, os perímetros irrigados comercializaram mais de 3 mil toneladas de alimentos, que foram doados para 114.977 pessoas e que remuneraram 1.284 agricultores em quase R$ 6 milhões. “Quero agradecer a minha equipe que cuida destes projetos: o Sandro, a Gerente de Desenvolvimento Agrícola Sônia Loureiro e os gerentes dos perímetros irrigados, pelo excelente trabalho que têm feito. Aqui o programa sempre foi muito bem-vindo, porque é fantástico, tanto beneficia o produtor como às entidades”.

Semana do Sebrae capacita irrigantes da Cohidro em Lagarto

A tenda montada pelo Sebrae na Praça Filomeno Hora, em Lagarto

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo

A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

 

Cohidro e UFS em Lagarto mantêm farmácia viva para estudos fitoterápicos

O encontro terminou com a realização de didáticas de grupo 1

A Semana de Capacitação Empresarial, dentro do Movimento Compre do Pequeno Negócio do Sebrae, aconteceu até sábado, 26, em Aracaju, Propriá, Tobias Barreto, Nossa Senhora do Socorro, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Lagarto. Neste último, na terça-feira, 22, houve logo cedo um curso seguido de palestra pela tarde, direcionado exclusivamente aos agricultores, incluindo 15 irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no município.

O Sebrae No Campo, inserido na Semana de Capacitação Empresarial, teve uma programação com palestras e oficinas direcionadas ao produtor rural, realizadas nas tendas instaladas em Lagarto, Estância, Itabaiana e Glória. Os produtores tiveram tanto lições sobre custos, quanto as formas de escoar a produção por meio dos programas federais.

Com o tema “Custo para Produzir no Campo” a oficina, segundo o instrutor do Sebrae Sergipe Alex Mecenas, tem a intensão de inserir no modelo de negócio da Agricultura Familiar, noções administrativas e de contabilidade sobre as receitas e dividendos na atividade rural. “O objetivo do curso é principalmente capacitar o agricultor a calcular o seu custo para depois saber como comercializar a sua produção”, elucidou ele que, em sua capacitação, fornece calculadoras aos alunos, para realização de exercícios contábeis.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira considerou válida a iniciativa de convidar os agricultores irrigantes para as capacitações. “Eles são agricultores familiares pequenos, mas por contarem com este apoio do Governo do Estado, fornecendo a irrigação pública, possuem a possibilidade de então produzirem o ano todo. Isso favorece muito para que progridam tendo um bom retorno financeiro na atividade rural. O que pode atrapalhar isso é justamente o tema que estas atividades do Sebrae trataram: saber fazer bons negócios e não perder dinheiro ao produzir”, alertou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, agradeceu o convite feito, pelo Sebrae Sergipe, aos agricultores do Perímetro, avaliando como muito frutífera a parceria entre as duas instituições. “Não é só no Piauí que o Sebrae nos ajuda, eles são parceiros nosso em diversas iniciativas, como na produção de leite no Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, e sempre colabora no tocante a capacitação do produtor rural, para que ele produza melhor e sem levar prejuízo”, avaliou.

Vender para o Governo no Campo
A palestra oferecida aos agricultores pela tarde tinha como tema “Vender para o Governo no Campo” e tratava da preparação que os produtores devem fazer para estarem aptos a participarem dos programas federais de compra de safra, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Como eles podem fazer para vender para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e também o mais recente, o ‘Compras Institucionais’, igualmente da Conab”, explicou o capacitador Alex Mecenas.

João Quintiliano da Fonseca Neto, Diretor de Irrigação da Cohidro, ressalta a importância da instrução ao produtor dos perímetros quanto aos programas federais, visando a ampliação do numero de participantes. “Os irrigantes já atuam fornecendo alimentos ao PAA desde 2008. Até o ano passado, contabilizamos mais de duas mil toneladas de alimentos entregues às entidades beneficiadas, que prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Cerca de 934 agricultores forneceram alimentos nesse período, número que ainda pode crescer”, considerou. Só em 2015, os projetos em andamento e acompanhados pela Empresa, pretendem superar a marca de R$ 1 milhão negociado.

Marcos Melo, agricultor irrigante do Piauí, acompanhou o dia todo as atividades oferecidas pelo Sebrae. Para ele, esta capacitação auxilia o produtor que ainda não conhece os programas governamentais de compra de produção agrícola. “Foi muito bom, tirei muitas dúvidas sobre como atuam as associações de produtores para a venda de produtos para as prefeituras e vou utilizar estas lições de administração para controlar a minha produção”, disse ele, convidando para conhecer a sua nova plantação de tomate irrigado, feita no sistema de lona “mulching” e com previsão de colher 2 mil caixas em dezembro próximo.

Por serem as entidades representativas as responsáveis por elaborar os projetos proponentes aos programas federais, o Presidente da Associação dos Produtores Rurais do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), Antônio Cirilo de Amorim, considerou proveitosa a palestra da tarde. “Foi ótimo, foi muito bom aprender mais e as dúvidas que eu tinha foram tiradas. Vai mudar muita coisa nesses projetos, como a abertura para a participação de mais agricultores em cada projeto, os valores e o número de projetos que podemos participar, temos que estar preparados”, concluiu.

Sobre estas mudanças, Maria Terezinha Albuquerque, técnica da Gerencia de Desenvolvimento Agrícola (Gedea) da Cohidro, elucidou as novas regras aplicadas. “Através da Política Pública de Comercialização da Produção, que entra em vigor a partir de Janeiro de 2016, o Governo Federal ampliou os mercados institucionais e será obrigatório comprar no mínimo 30% da agricultura familiar, através das chamadas públicas. Isso contribuirá cada vez mais com o fortalecimento do setor, na diversificação da produção e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, esclareceu ela que acompanhou os produtores rurais durante as capacitações de terça-feira.

Convênio entre Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Movimento Popular de Saúde (Mops), criou uma coleção viva de espécies vegetais com aplicação fitoterápica, junto ao escritório do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Empresa Pública em Lagarto. No último sábado, 19, aconteceu no local o segundo encontro das turmas do Curso de Extensão de Práticas Interativas, dos campi Lagarto e São Cristóvão, com a participação da pesquisadora Fátima Guedes, de Parintins-AM.

A Farmácia Viva serve como laboratório de estudo para os alunos do Curso de Farmácia e do Curso de Extensão da UFS em Lagarto. Para reunir cerca de 50 espécies de plantas, foi válido tanto o conhecimento dos pesquisadores ligados à Universidade e Mops, como também a contribuição das famílias de agricultores, alocadas no pólo de irrigação da Cohidro.

Rosimeire Barbosa, mais conhecida como Meirinha, é Coordenadora do Curso de Extensão no Campus de Lagarto e cuida do projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Cohidro, para produzir as plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora na área no Perímetro Piauí. Ela conta que, além disso, a farmácia viva que toma conta recebe sempre a visita de professores e alunos de outras instituições.

“Hoje são 160 alunos das Práticas Interativas envolvidos nesse projeto e que vêm aqui, onde promovemos as práticas de Fitoterapia, para plantar, cuidar e colher as plantas. Depois disso existem práticas que envolvem o preparo para o consumo e também esse projeto envolve o plantio de mudas para distribuição em outros municípios, onde as prefeituras desenvolvem projetos de farmácias vivas em suas secretarias de saúde, a exemplo de Capela e Poço Verde”, relatou Meirinha.

Explica ela que o grande incentivo ao projeto se deu com a criação da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). Meirinha possui boa parte das 71 espécies que, segundo o Ministério da Saúde, apresentam potencial para gerar produtos farmacêuticos. 12 delas já fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) desde 2014. “Dessas 12 tenho em nossa Farmácia Viva a Aroeira, a Babosa, o Guaco, o Hortelã, o Salgueiro e o Plantago, conhecida popularmente como ‘Transagem’”, relacionou.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, conhece o projeto e se diz deslumbrado com a ação promovida no Perímetro Piauí. “É impressionante saber que este trabalho que nós fazemos, de fornecer irrigação e assistência técnica no campo, também cria espaço para este tipo de movimento. Este conhecimento da cura por meio das plantas precisa ser resguardado de alguma forma, para que não se perca diante de tantos avanços da indústria farmacêutica. Hoje criam, em laboratório, solução para tudo, mas que não garantem a mesma facilidade de acesso, que uma planta regada no quintal de casa dispõe”, afirmou.

Sabedoria popular
A Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, foi quem solicitou à direção da Companhia a autorização para acolher o projeto na área da Cohidro. Para ela, é importante promover este trabalho de resgate da sabedoria popular. “Colaboramos com esta ação da UFS e Mops, porque os produtores também contribuem, trazendo as plantas que tem em casa e conhecendo as demais aqui plantadas. Contribuímos assim para que eles tirem da terra a cura para muitas enfermidades, além do próprio alimento e sustento, garantido pela irrigação pública”, relata.

Cícero Alves dos Santos é agricultor irrigante no Perímetro Piauí e foi até a Farmácia Viva levar um pé de Abre Caminho. “Trouxe porque eu tive que arrancar o pé por falta de espaço, mas a maioria das plantas que preciso tenho lá em casa. Antes eu perdia muita coisa, o espaço é pequeno, agora tenho pra onde trazer”, elucidou. Conhecedor da aplicação das plantas, ele diz que está vendo no jardim criado pelo Convênio, uma maneira de expandir o que sabe e compartilhar com a comunidade essa informação que tem.

Meirinha explica que o Abre Caminho, embora seja bastante usado nos rituais da Umbanda, como o próprio nome popular sugere, tem mais de uma propriedade medicinal, sendo usado na América do Sul, África e Índia como analgésico e anti-inflamatório. “A população já sabe de tudo isso, a gente só precisa lapidar este conhecimento deles, conservar essa informação e oferecer essas alternativas de cura. É disso que nosso Curso de Extensão trata, preparando agentes de disseminação deste conhecimento”, informou.

Encontro dos cursos
Coordenadores, facilitadores e alunos do Curso Práticas Interativas se encontraram na unidade da Cohidro em Lagarto no sábado passado. As turmas do campus local e também de São Cristóvão puderam conhecer melhor o trabalho desenvolvido na Farmácia Viva que vem sendo constituída no Perímetro, além de poder adquirir o conhecimento passado pelos fitoterapeutas, como a amazonense Maria de Fátima Guedes de Araújo. Ela desenvolve trabalho junto do Movimento de Mulheres, Mops e atualmente faz a pesquisa acadêmica de especialização denominada “Vestígios do Curandeirismo”.

Na sua pesquisa, Fátima Guedes busca unir o conhecimento caboclo, do cultivo de ervas medicinais e o indígena, que é extrativista, tirando a cura da mata. Em ambos os casos, ela acredita numa cultura de não agressão aos “outros elementos naturais que constituem a mãe terra, além de nós. Principalmente os ‘engenheiros do solo’, que são as minhocas, formigas, os insetos que promovem a trituração dos nutrientes brutos, para facilitar a transformação feita pelos microrganismos, as bactérias e fungos, para então servirem de alimento às plantas”, considerou ela que no processo de disseminação fitoterápica valoriza o papel da mulher, precursora da agricultura nos primórdios da formação social.

Sergipano de Aquidabã, José Erivaldo de Oliveira passa o conhecimento familiar e de suas pesquisas em Fitoterapia, aos alunos dos cursos de Práticas Interativas, como facilitador. “Meu trabalho é mais focado na identificação de plantas com princípio ativo para uso medicinal”. Para ele, pode ter aplicação como remédio “desde o simples mato, sem valor, até os alimentos que utilizamos, incluindo suas folhas, talos e cascas que não consumimos”, esclareceu ele que também desenvolve atividades de alimentação alternativa. Exemplo dado por ele foi o de fazer um brigadeiro de feijão, para motivar a nutrição das crianças.

Simone Leite é coordenadora Estadual do Mops e do Curso de Extensão no campus São Cristóvão da UFS, que existe há mais tempo que em Lagarto. “Lá já é a sexta turma, aqui a segunda, porém nossa farmácia viva é menor”. Ela conta que participam dos cursos pessoas de diversas ocupações. “Tem gestores de saúde dos municípios, agentes de saúde, lideranças comunitárias, estudantes e professores universitários. Além de Fitoterapia, há cursos de Massagem Terapêutica, Reiki, Acupuntura Auricular e o Cone Chinês”, listou, convidando a todos para 6ª Conferência Estadual de Saúde, de hoje, 23, até amanhã, no Clube do Banese, no Bairro Atalaia em Aracaju. Na ocasião, o Grupo distribuirá mudas e sementes de plantas medicinais.

ExpoLagarto
Recentemente, a Coordenadora Meirinha participou como expositora da 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto2015), no stand da Cohidro. Ela explicou que a intenção principal era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí. Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de Hortelã com Guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de Flor da Colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com Manipueira e ainda o óleo de Arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de Aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Cohidro destaca orgânicos e produção artesanal na ExpoLagarto 2015

Stand da Cohidro tem jardim que expõe as espécies cultivadas no Perímetro Piauí

De sexta-feira a domingo, 4 a 6 de setembro, o Parque Nicolau de Almeida recebeu a 52º Exposição Agropecuária de Lagarto (ExpoLagarto 2015), que abrigou mostra de animais e julgamento das raças de bovinos, equinos e ovinos, que despontam no meio rural do município e região Centro Sul. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) é parte fundamental do que cerceia a produção agrícola local, através do seu Perímetro Irrigado Piauí instalado lá, por isso o stand da Empresa foi das atrações mais ativas e visitadas do Evento.

Com seu stand fixo no Parque, a Companhia participa tradicionalmente da ExpoLagarto, sempre à mostrar aquilo que a irrigação pública propicia aos 421 lotes de agricultores irrigantes no Perímetro Piauí. A atividade agrícola no pólo de irrigação a cada ano se diversifica mais,da mandioca para fabricação de farinha, passando pela grande variedade de pimentas com aplicação industrial, até chegar aos produtos orgânicos. E são estes aspectos os mostrados por meio das espécies que compunham o stand da Cohidro e através de cartazes, panfletos e vídeos produzidos para a Feira.

Mas mereceu destaque nesta edição da Exposição, a novidade de que agora também a produção agrícola do Perímetro da Cohidro está sendo beneficiada pelas famílias de agricultores, agregando valor e gerando novos artigos como doces, compotas, cosméticos e remédios caseiros, feitos a partir de plantas naturais. A inovação não passou despercebida pela Gerência do Piauí, que criou espaço para demonstração e até a venda destes itens aos visitantes, que puderam levar para casa a qualidade e produtos feitos com ingredientes naturais.

Gerente do Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira convocou as feirantes-expositoras por reconhecer a seriedade do trabalho delas. “São duas pessoas esforçadas, que além de atuarem na produção agrícola irrigada, como todos os outros, tem estas atividades paralelas e que geram outros produtos. É algo que serve de exemplo e que com a gente divulgando, cria interesse nos outros irrigantes, agricultores e também até gente da cidade, que vendo o resultado pode vir a se capacitar e também aderir a produção caseira de produtos naturais”, justifica.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, concorda e afirma serem constantes as atividades, nos seis perímetros irrigados, buscando capacitação. “Capacitando o agricultor, melhor ele produz. Mas quando isso também é estendido à família, cônjuges, filhos, estamos aparelhando esta família pra crescer, enfrentar melhor as dificuldades e poder contar com mais de uma fonte de geração de renda na zona rural, longe das oportunidades que a cidade oferece. Para tal, estamos sempre contando com o apoio de parceiros como o Sebrae, Senar e instituições de ensino superior, como a UFS”.

Doces caseiros
Josileide de Carvalho, ou Dona Dicuri fez um curso promovido pelo Sebrae Sergipe, em novembro do ano passado e agora vende seus doces nas feiras que participa com o marido, onde já vendiam produtos orgânicos cultivados no lote irrigado. Este diferencial acrescentou mais uma fonte de renda para a família. Estava fazendo tanto sucesso que acabou por ser destacado no stand da Cohidro na ExpoLagarto, em forma de banca para comercialização aos visitantes.

“Foi maravilhoso, gostei demais de participar da Exposição. O pessoal que estava visitando achou que era muito bonito o stand, os visitantes viam os produtos, gostavam e perguntavam se era para vender e eu vendia. Tinham doce de banana, leite, goiaba e mamão. Tanto faço em pedaço e de calda. Dos 40 potinhos que levei, vendeu tudo!” Contou empolgada Dona Dicuri, que faz os doces com frutas que colhe no próprio lote irrigado e quando tem, usa o leite das vacas que criam. “Estou levando sempre nas feiras, quando tem tempo de fazer, pois vende rápido. Até estou tendo que chamar sempre uma vizinha, que me ajuda”, relatou.

Plantas medicinais
Coordenadora do Curso de Extensão de Práticas Interativas, do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rosimeire Barbosa (Meirinha). Em uma área cedida pela Cohidro, junto à sede do Piauí, ela cuida de um projeto de intercâmbio entre a Instituição de Ensino e a Companhia Sergipana, para produzir plantas medicinais. Uma grande variedade de fitoterápicos são coletados e mantidos pela pesquisadora, para servir de estudo aos alunos da Universidade. Ela explicou que a intenção principal de expor era a de mostrar o trabalho que vem realizando, assim como a potencialidade das plantas que estuda, a partir dos produtos feitos durante os cursos e com base nessas ervas, folhas frutos e flores.

“O mais importante foram os contatos que fiz na Exposição, muita gente quis ir conhecer o projeto lá no Perímetro Piauí.Também vendi alguns itens e recebi muitas encomendas. De medicamentos, levei lambedor de hortelã com guaco, pomadas cicatrizantes, tintura de flor da colônia para o coração e sistema nervoso central, vinagre de maçã com manipueira e ainda o óleo de arnica, para dores de pancadas. Teve ainda o sabão medicinal de aroeira e sabonetes para micose”, completou Meirinha.

Orgânicos
O aspecto que atualmente dá ao Piauí o status de referência de produção orgânica agrícola no Estado, não poderia ficar de fora do trabalho exposto no stand da Cohidro na ExpoLagarto 2015. A Empresa produziu material impresso, banners e vídeos explicando como é feito o trabalho da empresa junto dos agricultores que pertencem à Organização de Controle Social (OCS), reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Órgão Federal forneceu a eles um documento, permitindo a comercialização dos produtos sob a designação de orgânicos, diretamente ao consumidor, ou a partir dos programas de Aquisição de Alimento (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae), geridos pela Conab.

O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, expõe que não é fácil o trabalho realizado pelos produtores do Perímetro Piauí e que muito da persistência deles se deve ao esforço da Companhia. “Nossos técnicos e engenheiros agrônomos têm um papel constante de acompanhamento do desenvolvimento destes produtores que optaram por produzir alimentos sem o uso de defensivos químicos. O que é até culturalmente dificultado, pois o que não falta é exemplo de gente que acaba por preferir ter menos trabalho, optando por insumos industrializados para produzir”, relatou.

Presenças
Na abertura da ExpoLagarto, sexta, representou a diretoria executiva da Cohidro, o seu Diretor de Infraestrutura (Dinfra) e Mecanização, Paulo Henrique Machado Sobral. Ele ficou bastante impressionado pelo que foi exposto pela empresa no stand, valorizando a produção agrícola que seu departamento também ajuda a propiciar. “Estamos trabalhando aqui na reforma da estrutura do Perímetro Piauí, obra propiciada pelo Proinveste que está recuperando as duas casas de bomba, distribuidoras de água da barragem no Rio Piauí até os lotes irrigados”, atestou.

Secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri), Esmeraldo Leal reiterou a importância da realização do Evento. “Nós participamos e ajudamos a construir a 52ª Exposição de Lagarto, que na verdade é de toda a região Centro Sul. É uma forma dos produtores mostrarem a qualidade da genética, já que estamos falando de animais de porte e premiados nacionalmente.Nós temos exposições de caprinos, de ovinos, de bovinos, de equinos, sem falar da produção vinda de assentamentos de reforma agrária. Então foi um espaço de integração, de exposição, de trocas de experiências muito ricas”, relatou.

No ultimo dia, Esmeraldo participou de diversas atividades junto aos expositores, visitando cada um dos stands, inclusive o da Cohidro, Empresa Pública que é subsidiada à Seagri. Ele fez questão de chamar a atenção de que a Exposição foi fruto de uma mobilização que reuniu diversas instituições do poder público e organizações representativas. “O resultado obtido dessa exposição é graças à responsabilidade dos gestores do Estado e do Município. E dessas entidades que apoiaram, principalmente dos próprios produtores”, concluiu o Secretário, que visitou a Companhia em mais de uma ocasião durante a Feira.

 

Governo do Estado garante água para 20 mil pela Cohidro e prevê R$ 2 mi do PAA

Milho verde em Lagarto

Foram 40 novos poços na zona rural, só neste ano e junto a outras ações, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) garantiu água para mais de 20 mil pessoas neste período. Já a irrigação pública fez os perímetros irrigados produzirem de goiaba e quiabo, mais de 5 mil toneladas cada, aproximadamente 600 toneladas de milho verde e 600 mil litros de leite, no primeiro semestre. No segundo, a produção terá o incentivo de R$ 1 milhão negociado junto à Conab, mas somado a outros projetos em elaboração, é previsto o dobro deste valor.

Por meio do Proinveste, que através da Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca) disponibilizou a Companhia R$ 11 milhões, a Cohidro busca se reestruturar. Quatro dos seis perímetros irrigados que administra estão recebendo reformas, depois de passarem mais de 25 anos sem tais investimentos. Mas os recursos que o Governo do Estado tomou de empréstimo junto à União também estão servindo para compra de equipamentos, tanto para suprir os pólos de irrigação, como também para a área de poços.

Perfuração de poços

De janeiro até julho, as equipes da Cohidro perfuraram 27 novos poços, sendo que a Empresa também determinou a locação, orientou e fiscalizou a conclusão de outros 13, consumados por licitação e que fazem parte do empenho do Governo do Estado através do “Água Para Todos”, do Ministério da Integração Nacional. É a Empresa Pública a executora dos novos sistemas de abastecimento, que o programa federal destinou à Sergipe.

O Diretor de Infraestrutura da Cohidro, Paulo Henrique Machado Sobral, informa que os novos sistemas comunitários com poço, do “Água para Todos”, beneficiarão 107 localidades rurais, em 28 municípios. “São localidades escolhidas a partir do um levantamento socioeconômico e tiveram origem numa lista de 144 pré-selecionados por prefeituras, associações comunitárias e outras entidades governamentais. Nosso trabalho consistiu em avaliar, in loco, a real necessidade destas comunidades“, relatou Paulo Sobral, acrescentando que só em 2015 são 1,9 mil pessoas beneficiadas através desses poços do programa e outras três mil, nas demais perfurações da Empresa. Suas equipes também realizaram 34 testes de vazão em novos poços e outras 55 intervenções de manutenção, instalação e recuperação, somando mais 16 mil usuários atendidos no campo.

Proinveste

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, relaciona os investimentos que a empresa está fazendo pro meio dos recursos do Proinveste. “Em equipamentos que estão sendo comprados, são R$ 119 mil em bombas submersas, para tender novos poços. R$ 385 mil em brocas tricônicas, aparelhando as novas perfuratrizes. Em uma retroescavadeira e um compressor de ar, novos, serão empenhados mais R$ 200 mil. Para novos equipamentos de bombeamento, irrigação, energia solar e veículos de transporte, serão injetados mais de R$ 2 milhões nos perímetros irrigados Califórnia, Piauí, Ribeira e Jabiberi e outros R$ 5,3 milhões, na recuperação estrutural destas mesmas instalações”, informou.

Califórnia

No Perímetro Irrigado em que se pretende investir R$ 4 milhões, em obras e equipamentos pelo Proinveste, o destaque em produção no primeiro semestre foi para a goiaba, que produziu de janeiro a junho 5.075,2 toneladas. A meta anual, para a fruta, é a de triplicar este número e então superar as 9.625 toneladas colhidas em 2014. O Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, explica o porquê do segundo semestre ser mais produtivo. “O crescimento vegetativo das plantas é reduzido no inverno, que em Sergipe é caracterizado pelo período de chuva, de maio a agosto. Depois disso e contando com a água farta e o calor, a propensão é de que a produção aumente, principalmente a das frutas”, informou.

Além da goiaba, o Perímetro Califórnia faz de Canindé de São Francisco o maior produtor de quiabo do Estado e na metade do ano, seus irrigantes já colheram 5.066 toneladas do vegetal, com meta de se equiparar às 15.600 do ano passado. Situação diferente do feijão de corda, que com suas 770 toneladas produzidas até junho, facilmente vai superar as 1.480 de todo 2014. O levantamento parcial apresenta que nesses seis meses o pólo de irrigação já produziu 21.371,76 toneladas de alimentos, o que gerou aos produtores familiares a renda de R$ 21.371,76, nos 701,56 hectares de área plantada.

Piauí

Em Lagarto, o Perímetro Irrigado Piauí se destaca pela produção de diversos tipos de pimentas consumidos em indústrias de alimentos locais. Só da nova variedade jalapeño, até junho, foram colhidas 149 toneladas e 195 da malagueta. No mesmo período, esses agricultores irrigantes produziram 232 toneladas de batata-doce e 380 de milho. Nesses seis primeiros meses, pelo cultivo em 62 hectares irrigados, a rentabilização dos agricultores foi estimada em R$ 3,1 milhões.

No caso do Piauí, Mardoqueu Bodano reforça os investimentos do Proinveste, que irão ser feitos no pólo de irrigação que atende 421 famílias de agricultores. “R$ 572,5 mil estão disponíveis para a recuperação estrutural e dos dutos, nas duas Estações de Bombeamento (EB) do Perímetro, a EB-01 está quase pronta. Outros R$ 241 mil servirão para compra de novas bombas, justamente para reequipar estas EBs em reforma, dando assim mais eficiência no fornecimento de água aos produtores”, colocou o presidente da Companhia.

Jabiberi

No Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, em 2010 foi implantando o Programa Balde Cheio de produção de leite. Transferência de tecnologia da Embrapa de São Carlos-SP, via convênio com o Sebrae Sergipe e Banco do Brasil, este que propiciou linhas de financiamento para compra das vacas. Com o auxilio da irrigação fornecida pela Cohidro, os 45 produtores que aderiram ao projeto criam os animais com manejo de pastos rotativos. Nesse sistema, enquanto uma área é usada para pastagem, as outras recuperam aquele capim com a oferta constante de água, para futuramente voltar a receber o gado.

Hoje o rebanho leiteiro do Jabiberi conta com 250 vacas e depois de passar, recentemente, por melhorias na seleção genética desses animais, a produção diária só vem subindo. Nos dados acumulados, de janeiro a junho, teve uma média de produção diária de 3,3 mil litros. Ao todo, o primeiro semestre de 2015 produziu 607.591 litros de leite, o qual foi comercializado in natura ou transformado em 60,75 toneladas de queijo nos laticínios da região. Com preço médio de R$ 0,85, o leite vendido pelos produtores até o momento gerou a renda de R$ 516.452,35.

Conab

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) assiste os irrigantes da Cohidro a partir da compra da produção rural (CPR), durante o período de 12 meses, alimentos que são revertidos em doações para entidades que assistem pessoas em insegurança alimentar. Trata-se do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e as ações do Governo do Estado, que viabilizam este processo fazem parte do programa “Frutos da Terra”. A Empresa Pública atua dando assistência às associações de produtores, para formalizar os projetos-proposta.

Neste ano, são três projetos do PAA já formalizados por agricultores assistidos pela Cohidro nos perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira. São 136 produtores que só aguardam a liberação de pagamento do Governo Federal. Juntos, vão fornecer 534.875 quilos de alimento, para serem doados a 13.960 pessoas, sob uma remuneração total de R$1.087,44 para quem cultiva. São previstos outros três projetos, hoje em fase de coleta de documentação e que pretendem dobrar estes números do primeiro semestre. São outros dois na Ribeira e Piauí e um terceiro no Califórnia, só de produtos orgânicos da Associação Sergipana de Orgânicos (Bio5).

PAA – Frutos da Terra: Cohidro assessora CMDS de Lagarto em novo projeto

Alimentos são recolhidos pelas entidades proponentes e entregues às socioassistenciais

Nesta quarta-feira, 17, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Social (CMDS) de Lagarto reuniu representantes de entidades representativas, de produtores rurais, e de assistência comunitária, na intenção de discutir projeto proponente ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Frutos da Terra), administrado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) participou do encontro, onde o seu chefe da Divisão de Agronegócios, Sandro Luiz Prata, prestou uma consultoria ao grupo.

O técnico da Cohidro foi requisitado pelo CMDS devido ao seu trabalho realizado nos perímetros irrigados administrados pela Empresa. Sandro Prata é responsável pela elaboração dos projetos proponentes ao PAA – Frutos da Terra, que desde 2008 já comprou a produção de 934 agricultores irrigantes pela Cohidro, o que gerou de renda R$ 3,8 milhões para estas famílias do campo. “Fui até Lagarto prestar uma assistência que nos foi solicitada pelas associações. Levei os modelos dos formulários, documentos e até o software para simular o a formalização do projeto”, expôs.

Mas além de beneficiar a agricultura familiar, através da compra da produção rural, o PAA praticado nos perímetros da Cohidro – e que também será aplicado no projeto viabilizado pelo CMDS – é na modalidade “doação simultânea”, onde os alimentos são repassados a pessoas em situação de insegurança alimentar. “Durante a vigência do projeto aprovado, que geralmente é de 12 meses, a Conab paga pelos alimentos que o produtor vai entregar à sua associação representativa, que é a entidade proponente. Esta, por sua vez, vai os repassar às entidades socioassistenciais relacionadas no projeto”, completou Sandro Prata.

Para o Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o PAA – Frutos da Terra é incentivado pela Empresa devido a este benefício mútuo. “Nos perímetros irrigados da Cohidro, durante estes seis anos de aplicação do Programa, foram mais de duas mil toneladas de alimentos adquiridos pela Conab que as associações de produtores entregaram às entidades beneficiadas. Estas repassaram os alimentos às famílias ou prepararam refeições para 80 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. São assistidas associações de moradores, de portadores de necessidades especiais, asilos, hospitais e centros culturais comunitários”.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, considera valiosa esta experiência adquirida pela Companhia durante este período em que atuou no Programa. “Se temos este ‘tesouro’, que é a prática que nossos técnicos contraíram elaborando projetos para nossos agricultores irrigantes, dentro do possível, vamos compartilhar com nossos companheiros agricultores de Lagarto que não estão alocados no Perímetro Piauí. Lá, por exemplo, atualmente se conclui um projeto que vai comprar a produção de 69 irrigantes e durante 12 meses vai fornecer 296 toneladas de alimentos para seis entidades, também de Lagarto, que fornecerão alimento para 6.860 pessoas. R$ 551.450 vai pago por estes produtos pela Conab, só nesse contrato”, listou.

Proponentes

Segundo o presidente do CMDS, João (Buraco) Francisco Rodrigues, o Conselho é representado por integrantes escolhidos pelas cinco regionais que o Município é dividido, além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Prefeitura e Câmara municipais, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), associações comunitárias e de produtores rurais. Ao todo são 14 membros, em Lagarto, e para eles a reunião serviu para orientação quanto ao funcionamento do PAA-Frutos da Terra.

“Vai ser levada a proposta aos produtores rurais e vai ser feita uma reunião com o prefeito, com a participação deste mesmo grupo, para que se destravem algumas burocracias. A gente sempre vai solicitar a presença de Sandro Prata, porque é um cara que está sempre acompanhando os projetos do PAA”, relatou João Buraco, sobre a solicitação que fez à Cohidro para a presença do Técnico. Ele acredita que a proposta seja interessante para muitos agricultores familiares de Lagarto, principalmente nos assentamentos de reforma agrária assistidos pelo MST, entidade que ele representa no CMDS.

Na reunião ficou acertado que os produtores rurais, com suas Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) regularizadas, poderão ser fornecedores através da filiação à Cooperativa da Agricultura Familiar de Lagarto (Cooperaf), entidade que será a proponente e formalizadora do projeto. Presente ao encontro, o presidente e o vice da Organização, Manoel Messias do Nascimento e Manoel Messias dos Santos, aceitaram a proposta do CMDS, abrindo as portas para os novos associados, assumindo o compromisso de reunir a documentação necessária para iniciar o processo.

Sandro Prata esclareceu ao grupo que será vantagem uma cooperativa ser a entidade proponente. “Desde que se comprove que todos os fornecedores são cooperados, a Cooperativa terá de 1% a 2% em encargos federais, descontados no valor a ser pago no projeto, enquanto que em associações de produtores os encargos sobem para 5,85%. Aconselho agora é que eles fiquem bem atentos nesta fase de planejamento, não visando somente a aprovação do projeto, mas sim pensando na execução, fazendo as escolhas corretas de quem pode fornecer e quem poderão ser as entidades recebedoras”, alertou o técnico da Cohidro.

A Associação Comunitária do Povoado Quilombo se fez presente à reunião pelo seu presidente, Carlos José Santana dos Santos. A intenção do representante era a de pleitear a participação dos agricultores da localidade como fornecedores do projeto ao PAA que será proposto à Conab pelo grupo. “Lagarto tem uma população em que 49% reside no campo e é preciso ações como essa, voltadas para estas pessoas”, considerou o jovem líder comunitário. O primeiro projeto pretende reunir 49 produtores fornecedores, a serem remunerados por um valor total de projeto estimando em R$ 400 mil.

Recebedoras

Representando o MST, esteve o diretor estadual da entidade em Lagarto, Joaldo Vieira dos Santos. Segundo ele são 13 assentamentos de reforma agrária no município em que a Entidade tem atuação direta e a intenção é fazer com que todas as associações tenham participação ativa no projeto do PAA. “Uma parte vai participar como fornecedora, como proponente, e as outras queremos cadastrar como receptoras”, colocou ele, levando em conta o tempo de formação dessas colônias agrícolas e da situação social das suas populações.

Outro representante comunitário presente na reunião foi José Alfredo Vieira Santos, do Povoado Pocinhos, uma localidade onde os produtores rurais concentram suas atividades na pecuária de corte e leite, mas há uma parcela da população que ainda carece de atenção. “Queremos que participem, como beneficiária a nossa Associação, pois temos lá 19 famílias em situação de insegurança alimentar. Nossas entidade está regulamentada e estamos correndo atrás destas melhorias”, constatou ele que considera de grande importância a iniciativa do CMDS.

O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (CMSAN), foi representado pelo seu presidente, Augifranco Patrick, que expôs o quadro do município quanto o acesso à alimentação. “Hoje se estima uma faixa de cinco mil famílias em situação de insegurança alimentar em Lagarto. Nosso conselho acompanha e viabiliza soluções para os agricultores, no sentido de que eles possam fornecer seus produtos, sem que venham perder a sua produção. Assim como assistimos e acompanhamos os trabalhos desenvolvidos pelas entidades assistenciais em suas comunidades”, relatou ele sobre a intenção do grupo, que pretende suprir uma dieta diária para cinco mil pessoas com o novo projeto.

Cohidro supera 2 mil toneladas de alimentos doados pelo Frutos da Terra

Irrigação na Cohidro

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acaba de superar as duas toneladas de alimentos comprados da agricultura familiar e repassados a entidades beneficentes, pelo método de “Doação Simultânea”. Só neste ano foram 447 toneladas, que beneficiaram mais de 15 mil pessoas em insegurança alimentar e geraram renda de R$ 1 milhão para 156 produtores. Estes números, que em 2015 têm a possibilidade de dobrar, são exclusivos aos projetos assistidos pelos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro).

No Governo do Estado este trabalho de acompanhamento do PAA é feito pelo “Programa Frutos da Terra” e através dele a Cohidro, desde 2008, auxilia os seus produtores irrigantes a formalizarem os contratos com a Conab. Na “Doação Simultânea” a Conab remunera o agricultor para que este repasse sua produção agrícola diretamente às entidades beneficentes por um período de 12 meses. Consiste em um acordo entre as associações de produtores dos perímetros e as instituições que atendem famílias carentes, seja pela doação de cestas de alimentos, como acontece em associações de moradores, ou pelo fornecimento de refeições diárias, como em creches, asilos ou hospitais.

Atualmente são quatro projetos de PAA – Frutos da Terra em vigência por intermédio da Cohidro e que vigoram até 2015. Em Lagarto, 50 agricultores da Cooperativa de Comércio e Produção dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí, durante o período do contrato, vão receber o total de R$ 324,4 mil para fornecer mais de 160 toneladas de alimentos a seis entidades receptoras, uma delas é a Associação de Sócio Desenvolvimento Artur Reis, instalada no próprio município. Já em Itabaiana serão R$ 678,4 mil de remuneração aos 106 irrigantes – do Perímetro Poção da Ribeira e inseridos em outros três projetos – que abastecem seis entidades locais e também ao Centro Comunitário Socio-cultural de Barra dos Coqueiros, com quase 286 toneladas de produtos.

Segundo Sandro Luiz Prata, chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, “nestes sete anos em que são formalizados os contratos do PAA – Frutos da Terra nos perímetros da Empesa, além das 2 mil toneladas comercializadas, foram 934 agricultores beneficiados com a compra da produção que, por sua vez, beneficiou quase 80 mil pessoas em insegurança alimentar. Ao todo, foram investidos – só nestes projetos elaborados por intermédio de nossa Companhia – R$ 3,8 milhões em recursos do Governo Federal, através da Conab e oriundos do ‘Fome Zero’, para a aquisição dos alimentos”, informou.

Ele prevê que em 2015 os novos projetos atinjam a meta de R$ 2 milhões negociados durante o ano pelo PAA – Frutos da Terra, aumentando o volume de alimentos, assim como a quantidade de pessoas atendidas com as doações. “Estes números tendem a aumentar quando os outros perímetros vierem também a participar formalizando novos projetos. O aumento do teto máximo do que pode ser gasto em cada projeto – agora em R$ 2 milhões – e a vinda da Superintendência da Conab para Sergipe, que começou a operar em definitivo agora em janeiro, são outros dois fatores que só vem a contribuir com isso, sem falar da nova norma que permite agora que os projetos em vigência sejam prorrogáveis por mais um ano”, relacionou o chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro.

Sandro Prata ainda explica que existem regras a serem consideraras na formalização de novos projetos. “Primeiro é preciso que as entidades a serem beneficiadas atendam aos requisitos das normativas em vigência, aprovadas pelo Grupo Gestor do PAA (GGPAA) e façam parte da rede socioassistencial municipal. Do outro lado, são somente as associações e cooperativas de produtores formalizadas e que possuam sua Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) – Jurídica que poderão participar como proponentes e fornecer os alimentos”, completou.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, o PAA – Frutos da terra, além do caráter assistencial, auxilia o agricultor na formação de renda. “O produtor vende seus produtos à Conab obedecendo a uma tabela fornecida pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), com valores alheios às variações geralmente provocadas pela especulação dos atravessadores. Assim, quem planta e faz parte de um projeto, não só tem a certeza de comercialização dos seus produtos, como também será remunerado por um preço justo. Isso virá por repercutir na sustentação de preços nas vendas particulares, firmadas pelos agricultores dos perímetros irrigados e pelos de fora deles também”, reforçou.

Orgânicos

São aceitos pelo PAA produtos alimentícios para o consumo humano in natura da safra vigente, alimentos processados ou industrializados na própria unidade produtora e ainda sementes e mudas. De cada agricultor familiar a Conab, por norma, adquire até R$ 8 mil pela “Doação Simultânea” ao ano, isso quando a produção agrícola é convencional. Já quando se trata de produtos orgânicos, esse limite sobe para R$ 12 mil. O diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, destaca que o produtor orgânico não gera excedentes ao mercado e principalmente obtém preços mais competitivos para sua produção através do Frutos da Terra, que ainda orienta que se busquem entidades beneficentes próximas ao agricultor na hora de formalizar projetos, facilitando a entrega.

“Para o produtor rural do interior, longe das feiras orgânicas da capital, fica difícil escoar a produção. O Frutos da Terra facilita e garante o retorno do investimento para aqueles que fizeram a conversão de sua produção para o método orgânico. Tanto tem um teto para a compra da produção orgânica maior, como também a Conab paga mais pelo produto, pois há o acréscimo de 30% acima do valor do convencional”, expôs João Quintiliano, relembrando que “o primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ de orgânicos, assistido pela Cohidro no Estado, foi proposto em 2011 no Perímetro Piauí, pela Associação de Produtores dos Orgânicos de Lagarto, sendo aceito desta vez e nos dois anos subsequentes”, acrescentou.

Canindé

Em outubro, Cohidro e Conab foram até Canindé de São Francisco para se reunir com os produtores irrigantes do Perímetro Califórnia, na intenção de apresentar as opções e vantagens ao agricultor em participar do PAA – Frutos da Terra. Na ocasião, o superintende em Sergipe da Estatal Federal, Emanuel Carneiro, informou que existem outros métodos de compra da produção rural, em que a Companhia Federal atua, as quais possuem seus próprios limites de valores para compras por produtor, não cumulativos ao da “Doação Simultânea”.

“A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente são doados em cestas básicas ou na venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, explicou o Superintende Emanuel Carneiro, que quer voltar à Canindé no início de 2015 à espera de que, na próxima reunião, se inicie um novo projeto do PAA – Frutos da Terra. Tudo indica que a primeira compra com “Doação Simultânea”, no Perímetro Califórnia, será de produtos orgânicos, diante do interesse da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5).

“Encontramos mais dificuldades do que quem produz os convencionais, principalmente no inverno, em que a chuva e o frio causam a perda de muitos produtos. O nosso custo é maior e na feira nem todo cliente sabe valorizar o orgânico. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco, por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo ainda a valorização por ser orgânico, será um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares, presidente da BIO5, entidade constituída por 10 produtores orgânicos do Califórnia. Seis deles já integram uma Organização de Controle Social (OCS), a qual atesta a venda direta de orgânicos ao consumidor e também é aceita no PAA – Frutos da Terra.

Cohidro e Conab querem levar o ‘PAA – Frutos da Terra’ aos irrigantes de Canindé

Reunião

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) se reuniram, nesta terça-feira, 21, com irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco. A intenção foi apresentar a estes produtores agrícolas os programas federais, administrados pela Estatal Federal, voltados à aquisição de alimentos da agricultura familiar e que tem no Estado a Empresa Sergipana como colaboradora e parceira na formalização de projetos de garantia de comercialização da produção.

Desde 2008, só nos projetos implantados por intermédio da Cohidro, os agricultores dos seus perímetros irrigados Piauí, Jacarecica II e Ribeira venderam para Conab mais de 2 mil toneladas de alimentos, gerando R$ 3,8 milhões em renda para estes produtores. Um montante de R$ 1 milhão está sendo comercializado somente em 2014, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Frutos da Terra, no método de “Doação Simultânea”, onde a Estatal Federal adquire esses alimentos para serem encaminhados a instituições que beneficiam populações em situação de insegurança alimentar. Nisso, estes projetos acompanhados pelo Governo de Sergipe já beneficiaram 79.471 pessoas carentes, com a comida produzida por 934 dos seus irrigantes.

Conforme listou o superintendente da Conab em Sergipe, Emanuel Carneiro, o PAA – Frutos da Terra dispõe de mais métodos de compra da produção rural além da “Doação Simultânea”. “A Conab também faz a compra direta de milho, feijão, farinha de mandioca e outros não-perecíveis. Alimentos que posteriormente ou são doados em cestas básicas ou para venda em balcão para fabricar a ração animal. Ainda há a ‘Formação de Estoque’, onde a Conab paga pela produção do agricultor no momento de plantar, que em um ano devolve este valor com acréscimo de 3% de juros”, informou ele, ao explicar aos irrigantes que a Companhia Federal pode contribuir com a comercialização de suas produções por meio dessas modalidades.

Doação Simultânea

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que os projetos de “Doação Simultânea” são celebrados por duas classes de entidades, onde a Conab entra como financiadora e a Cohidro presta o serviço de assistência técnica na elaboração e acompanhamento aos agricultores assistidos dos perímetros irrigados. “Para cada contrato, há a entidade proponente, a associação ou cooperativa de produtores rurais que propõem o projeto, do outro lado há as entidades filantrópicas receptoras, que vão informar a quantidade de pessoas que serão atendidas pelas doações, tanto para o preparo de refeições diárias, quanto para distribuição às famílias que a entidade atende”, revelou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, reconhece que são muitos os esforços realizados pela Companhia para favorecer a produtividade e recompensação do trabalho dos irrigantes. “Nos perímetros irrigados são várias as ações que superam o simples fornecimento de água para irrigação e para isso optamos por parcerias como esta com a Conab. Cumprindo nosso papel, procuramos detectar tanto os produtores que se encontram aptos para fornecer o alimento durante os 12 meses de vigência dos projetos, como também as associações de produtores regularizadas para participar do PAA. Por outro lado, é preocupação vigente nossa e das comissões de segurança alimentar, atender entidades receptoras que realmente vão levar este alimento até a quem necessite”, completou.

Orgânicos

Tanto no PAA como no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o produto agrícola produzido de forma orgânica é adquirido por valor 30% superior ao similar produzido por método convencional. A presidente da Associação Sergipana de Orgânicos (BIO5), Marli Soares dos Santos Pereira, está a frente da entidade criada no Califórnia, mas que pelos esforços demonstrados neste primeiro ano de fundação, já proporcionou aos seus seis integrantes iniciais cadastro de uma Organização de Controle Social (OCS) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um documento que lhes atestam vender, inclusive pela Conab, com a autenticidade de alimentos livres do uso de agrotóxicos. Para a também, poder participar destes programas federais trará mais incentivo à agroecologia no Perímetro.

“Encontramos mais dificuldade do quem produz os convencionais, principalmente no inverno em que a chuva e o frio faz perder muitos produtos, por isso o nosso custo é maior. Mas quando chega na feira, nem todo cliente sabe valorizar o orgânico, não está disposto a pagar mais caro por um produto de maior qualidade, ainda mais se ele for de tamanho menor. Temos condição de produzir verduras semanalmente, mas ainda plantamos pouco por termos um mercado pequeno, que só atende a feira de Canindé. Se a Conab puder comprar da gente por estes programas, garantindo a valorização por ser orgânico, vai ser um ótimo incentivo para a gente”, colocou Marli Soares.

Já para Quitéria da Silva Araújo, outra irrigante orgânica da BIO5, o que mais pesa é não poder atender outros mercados consumidores pela dificuldade geográfica de Canindé, 207 quilômetros distante da capital de Sergipe, Aracaju. “Só vendo na feira aqui, não tenho condição financeira para levar para fora da cidade. Produzo quiabo, pimentão, alface, coentro e outras verduras, sem usar agrotóxicos. Se tivermos esta ajuda de uma venda garantida toda semana vai melhorar muito”, considerou.

Gerente do Perímetro Califórnia, Edmilson Cordeiro Bezerra, esclarece que a Cohidro vem buscando meios de garantir que seja mais bem valorizada a produção dos irrigantes. “Já tem a iniciativa garantida pela Prefeitura de Canindé para incluir parte da feira como exclusiva dos orgânicos como incentivo à comercialização diferenciada para estes produtos. O PAA será uma alternativa para o agricultor, não só para o orgânico, como para quem produz de maneira convencional. O produtor assim não fica refém do preço estipulado pelo atravessador, podendo negociar um melhor preço, já que tem a venda garantida para a Conab de parte de sua produção e por preços de mercado”, reforçou.

Novas reuniões

O Chefe da Divisão de Agronegócios da Cohidro, Sandro Luiz Prata, explica os próximos passos a serem tomados para a inserção do PAA em Canindé. “Depois de ouvir as necessidades dos agricultores familiares, ficou definido que será marcada uma outra reunião, como uma quantidade maior de produtores – tanto convencionais como orgânicos – e também nesta teremos a participação do Conselho Regional de Segurança Alimentar, Centro Referência de Assistência Social (CRAS), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) – para discutir emissão da DAP jurídica – e representantes de outras associações e cooperativas. O objetivo para o próximo encontro é de já iniciar a formalização primeiro projeto de ‘Doação Simultânea’ do Califórnia”, concluiu ele que, junto do engenheiro agrônomo José Claudegio Messias, coordenam as ações do PAA na Empresa Sergipana.

Última atualização: 6 de maio de 2021 19:06.

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