Cooperativas de Lagarto e Salgado têm apoio da Cohidro para atuar na compra com doação simultânea de alimentos

Em 14 anos, 4,2 mil ton. de alimentos foram doados a 155.701 pessoas em insegurança nutricional. 1.693 participações de irrigantes dos perímetros estaduais pagaram mais de R$ 10,6 mi

[foto: Fernando Augusto]
O cooperativismo foi pauta de reunião ocorrida na última semana em Lagarto, com a participação das cooperativas dos Produtores Agrícolas do Território Sul De Sergipe (Coopatsul), dos Agricultores Rurais Banco da Terra (Coopebant); das gerências do Perímetro Irrigado Piauí, mantido pelo Governo do Estado naquele município, e de Agronegócios da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). O setor da empresa assessora os agricultores irrigantes dos perímetros irrigados do Governo do Estado a participar do Programa Alimenta Brasil (PAB), incentivando os produtores a participar de associações e cooperativas agrícolas para facilitar a comercialização e compra de insumos coletivos. De outro modo, também faz a intermediação e apoia grupos com atuação fora dos perímetros.

Quem motivou a reunião foi a Coopebant. A presidente, Isabel Cristina, entende como essencial o apoio da Cohidro para conquistar novos cooperados entre irrigantes do perímetro Piauí. “O interesse é convidar esses agricultores, para que eles participem de um plano produtivo, um calendário produtivo nas necessidades ociosas de cada produtor que já está sendo acompanhado pela Cohidro e outros, que queiram também participar do projeto da Coopebant”, explicou. Para Isabel Cristina, a participação no PAB e as vendas coletivas para compradores fora do estado são um incentivo para a cooperativa se estruturar. “Uma proposta que vai ser encaminhada à Conab, e quando tiver outro estado que tenha uma cotação melhor, que venha agregar à cooperativa valores melhores para aquele produtor”.

Em 14 anos, o saldo do PAB nos perímetros estaduais é de 4,2 mil toneladas de alimentos doados para alimentar, pelo período médio de um ano, 155.701 pessoas em insegurança nutricional, movimentando mais de R$ 10,6 milhões, pagos nas 1.693 participações de agricultores irrigantes dos perímetros. Gerente de Agronegócios na Companhia, Sandro Prata considera que a Coopebant está no caminho certo. “A proposta é boa, porém, a longo prazo. Mesmo porque a cooperativa está em um processo de renovação. A retomada requer muitas parcerias. Para participar do PAB, vamos aguardar os próximos passos; que são a regularização de DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), de pessoas físicas e jurídica; o comprometimento dos produtores; e a quantidade necessária de cooperados que queiram participar”.

Técnico da Cohidro que também participou da reunião, Valério Lafaiete avaliou positivamente o interesse das cooperativas ao expor suas demandas à equipe da empresa pública. “A parceria da Cohidro com as cooperativas dos municípios de Salgado e Lagarto, será importante no que tange a possibilidade da assistência técnica ‘in loco’, visando uma maior produtividade e diversidade de hortifrutis. Além de um melhor direcionamento aos canais de comercialização, através da orientação aos programas de aquisição de alimentos”, considerou o engenheiro agrônomo. Também funcionário da Cohidro, ainda participou da reunião o gerente do Piauí, Gildo Almeida.

Sueli Rodrigues é presidente da Coopatsul, que tem 74 cooperados; tem participação no PAB do Governo do Estado, Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e no Mesa Brasil, do SESC; e tem sede em Salgado. Na reunião, ela tanto visualizou a possibilidade de parceria entre a sua cooperativa e a Coopebant, que tem um projeto de construção de um condomínio rural em seu município; quanto reiterou a importância do apoio que recebe da Cohidro, companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri).

“Essa comunicação da Cohidro para nossa cooperativa já tem uns 5 a 6 anos. Não para fazer projetos, mas para tirar dúvidas. Em questão de projetos da Conab, a gente sempre teve apoio do pessoal da Cohidro para nos ajudar. Hoje tem esse apoio em um novo projeto, não feito por nós, mas sim por outra cooperativa, mas com a nossa pretensão de participar também, junto com essa outra cooperativa. Eu creio que o apoio da Cohidro é essencial, pelo perímetro irrigado daqui de Lagarto e a nossa parceria junto com os projetos”, concluiu a presidente Sueli Rodrigues.

Governo do Estado reforça assessoria técnica para irrigantes participarem do Alimenta Brasil

Projetos de aquisição de alimentos diminuem a vulnerabilidade social e ampliam a geração de renda no campo, comprando do produtor por preços acima do mercado

[foto: arquivo pessoal]
O saldo é de 4,2 mil toneladas de alimentos doados para alimentar, pelo período médio de um ano, 155.701 pessoas em insegurança nutricional, movimentando mais de R$ 10,6 milhões, pagos nas 1.693 participações de agricultores irrigantes dos perímetros do Governo do Estado. Isso ocorreu nos 14 anos em que eles forneceram produtos ao antigo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade ‘Doação Simultânea’. Em 2022, estes produtores rurais atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) nos perímetros, estão recebendo atenção extra da Gerência de Agronegócios da empresa para adequar e enviar novas propostas de participação ao novo programa federal Alimenta Brasil.

O gerente-técnico Sandro Prata auxilia na regularização das associações e cooperativas formadas nos perímetros irrigados da Cohidro e as assessora para formular e honrar as propostas feitas ao programa federal. Mas no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, ele agora conta com o reforço dos técnicos em agropecuária Anildo Caldas e Jackson Ribeiro, com experiência nestes projetos após passagem pelas empresas de desenvolvimentos Sustentável (Pronese) e Agropecuário (Emdagro) do Estado de Sergipe, que como a Cohidro, são vinculadas à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Na última semana, eles se reuniram com toda a assistência técnica daquele perímetro de Lagarto. Lá, duas associações já forneceram alimentos ao programa federal e uma terceira associação está sendo formada para atender outra parcela dos 421 agricultores com lotes atendidos com irrigação pública.

“O objetivo da reunião foi esclarecer que o sistema CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) ainda está em período de testes e que as DAPs (Declaração de Aptidão ao Pronaf) feitas agora, ainda serão válidas por dois anos. E já que eles estão concluindo a formalização da uma nova associação, nada melhor que ter a DAP jurídica para poder participar das propostas neste ano”, argumentou Sandro Prata. Ele destaca que em Lagarto, eles têm a mobilização extra de organizar a Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP) para fornecer alimentos a partir de recursos ainda liberados em 2021, conforme os critérios propostos no ranqueamento das propostas em todo estado.

O presidente da Appip, Antônio Cirilo Amorim, considerou válido o reforço dado à assistência e assessoria técnicas nos projetos para os programas de aquisição de alimentos. “O homem do campo precisa trabalhar com a presença dos técnicos no dia a dia na sua roça. Então, precisa sim. Depois dessa pandemia, as coisas mudaram muito. Então, precisávamos de mais apoio dos técnicos da Cohidro na nossa lavoura. Em relação ao Alimenta Brasil, nós estamos tentando enviar uma proposta para ir para a Conab. Eu tenho certeza que a gente vai poder participar desse alimenta Brasil, o que para nós é uma grande alegria, poder fazer uma nova renovação na associação, junto com a Cohidro. Porque a gente tem esse apoio da Cohidro aqui, graças a Deus, e vamos colocar o agricultor para trabalhar novamente. Uma proposta sempre faz o agricultor se renovar”.

O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, orienta que o irrigante deve procurar os seus escritórios locais, para ser assessorado a participar dos programas de aquisição de alimentos. “Seja uma entidade formal, informal ou participação individual, existem técnicos aptos para orientar a regularização da documentação, que dá credencial para a participação. A elaboração das propostas, que é onde o produtor diz o quê, quando e quanto ele pode fornecer de alimentos para a ‘doação simultânea’. Em alguns desses programas, a associação também tem que dizer para que entidade irão doar; item que exige atenção redobrada ao fazer o projeto. Sendo aceita a proposta, o produtor conta com a ajuda da Cohidro para organizar a sua produção para cumprir o cronograma de entregas, na mobilização para as entidades receberem, na prestação de contas e no recebimento do pagamento pelos produtos”.

Antônio Cirilo ainda destacou que os projetos de ‘Doação Simultânea’ estimulam a atividade da Agricultura Familiar. “O agricultor não parou de trabalhar, mas não tem essa alegria que tinha antes dos projetos, porque neles a gente já trabalhava com venda garantida. É totalmente diferente, você já plantou sabendo para onde vai colocar. E outra coisa é você plantar para se aventurar no mercado, o atravessador leva tudo”, desabava o irrigante do perímetro Piauí. “Todas as propostas do ano anterior ainda estão em aguardo de recursos. Vamos insistir em elaborar mais propostas para este ano, conforme liberação do sistema e recursos do Governo Federal. Temos também uma nova associação em nosso perímetro irrigado em Malhador. Os representantes querem nossa ajuda para fazer as propostas deste ano”, completa Sandro Prata.

 

Famílias em situação de vulnerabilidade social receberão alimentos produzidos com subsídio da irrigação pública estadual

Cohidro forneceu irrigação e assistência técnica para agricultores entregarem mais de 4 mil toneladas ao Programa de Aquisição de Alimentos desde 2008

[Foto: Arquivo pessoal]
Em Canindé de São Francisco, Porto da Folha e Poço Redondo, as famílias em vulnerabilidade social por conta da pandemia da Covid-19, serão beneficiadas com os alimentos produzidos com o subsídio da irrigação pública estadual. Os produtos são adquiridos por preços justos e doados para pessoas em insegurança alimentar via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Estadual. Até no fim novembro, 14 agricultores irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia – mantido pelo Governo do Estado através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé – vão entregar mais de 40 toneladas de alimentos ao programa da Secretaria de Estado da inclusão e Assistência Social (Seias). Em todo estado, o Governo de Sergipe vai investir cerca de R$ 3 milhões na compra de alimentos.

Técnica da coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional da Seias, Tatiana Canuto explica como é definido a quantidade que cada produtor vai comercializar com o programa.  “A gente organiza de acordo com as demandas, do número de usuários que são atendidos em cada instituição. Na entrega dos alimentos é gerado um termo de doação via Sistema de Informação do Programa de Aquisição de Alimentos – Sispaa, em que a entidade recebedora vai assinar por estar recebendo e os agricultores vão gerar uma nota fiscal, que vai ser atestada pela Seias e inserida no mesmo sistema. E o pagamento é efetuado pelo Ministério da Cidadania na conta do agricultor, com o cartão”.

Diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral afirma que os irrigantes dos perímetros da companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), participam do PAA desde 2008, em edições promovidas pela Conab. “Já foram beneficiadas mais de 150 mil pessoas, entre os socialmente vulneráveis e os agricultores, estes remunerados em mais de R$ 13 milhões para entregar mais de 4 mil toneladas de alimentos à ‘Compra com Doação Simultânea’. É um programa magnífico, que adquire os produtos por preços melhores do que aqueles praticados pelo mercado para ajudar pessoas em insegurança alimentar”.

Irrigante do perímetro Califórnia que participa do PAA Estadual, Pedro Feitosa forneceu à Doação Simultânea, até a última entrega que ele fez, 539 kg de acerola e 376 kg de pimentão. “Eu acho um programa de suma importância com essas duas vertentes. Com relação ao produtor, é um preço justo. A gente vende os produtos aqui, ao atravessador, com um preço bem diferente ao do programa. Isso muito nos ajuda, nos beneficia nesse sentido e tem esse grande alcance social que eu vejo na ponta final. É justamente essas pessoas vulneráveis que estão em situação difícil e tem essa contribuição, essa participação do Estado no sentido de ajudar”. No Califórnia há 13 anos, Seu Pedro já participou de outros PAAs produzindo alimentos via irrigação pública. “Sem irrigação seria impossível falar em produção, em todas as estações do ano, no Semiárido”, complementa.

Gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes destaca que o agricultor tem a venda garantida de seus produtos via PAA Estadual. “É um programa perfeito. Ele beneficia o Agricultor Familiar numa ponta e no outra as pessoas carentes. Além de tudo isso, o produtor vai ter uma zona de escoamento certo para seu produto, com um preço justo. O PAA estabelece o preço e antes de aderir ao projeto ele já tem o valor que ele vai vender da sua produção até o final”.

Gicélio Oliveira é técnico da Prefeitura de Canindé e atua na organização do PAA Estadual naquele município. Segundo ele, os alimentos produzidos em Canindé atendem famílias cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Durvalina Rodrigues e o Centro Especializado Daniel Ricardo, em Canindé; o Cras de Poço Redondo e o Instituto Nacional de Inclusão Social (INIS), em Porto da Folha. Os irrigantes do Califórnia estão em um primeiro edital, que iniciou as entregas em abril. “No primeiro edital temos 14 agricultores familiares cadastrados, fornecendo mais de 41 toneladas dos produtos: macaxeira, coco verde, coco seco, acerola, couve, coentro, cebolinha, alface, pimentão, milho verde em espiga, melancia e mamão havaí”.

PAA: Irrigação pública estadual gera renda no campo e segurança alimentar em Itabaiana e Pedra Mole

Mais da metade do grupo do projeto dos irrigantes itabaianenses é formado por mulheres, critério classificatório ao programa

Conab fez reunião com os agricultores proponentes na semana passada [Foto: Fernando Augusto]
De Itabaiana a Pedra Mole, no Agreste Sergipano, são enviados alimentos produzidos pela Associação dos Produtores Rurais da comunidade Lagoa do Forno, adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade ‘Compra com Doação Simultânea’. Os 11 agricultores familiares produzem no Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, gerenciado pela a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), e são remunerados a preço justo, escoando sua produção agrícola pelo período de 9 meses. Ao mesmo tempo, cerca de 2 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar atendidas pelo Fundo Municipal de Assistência Social de Pedra Mole passam a ter acesso a esse alimento fresco, numa dieta saudável e balanceada. Até o momento, cerca de 7 toneladas de alimentos já chegaram em Pedra Mole, em entregas realizadas desde agosto, seguindo as recomendações preventivas demandadas pela pandemia.

As entregas seguirão quinzenalmente até os agricultores completarem o fornecimento das 22,1 toneladas de alimentos propostas no projeto, aceito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na última quinta-feira (19), os técnicos da empresa federal fizeram uma reunião de orientação com esses produtores, em Itabaiana. A Conab dispõe de quase R$ 4,5 milhões para remunerar 30 projetos do PAA em 28 municípios do estado. Ao todo, R$ 11 milhões foram liberados pelo Ministério da Cidadania ao Programa de Aquisição de Alimentos em Sergipe – distribuídos entre frentes de trabalho nas secretarias de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS) e da Agricultura (Seagri). Vinculada a esta última, a Cohidro exerce o papel de facilitador do PAA em seus perímetros irrigados, como é o caso do Poção da Ribeira, fornecendo água para irrigação, assistência técnica agrícola e assessoria na elaboração dos projetos e no planejamento das plantações, para atender os compromissos das entregas.

“Nosso papel é bastante importante, não só na elaboração do projeto, mas também no planejamento da produção por produtor. São elaborados, através da assistência técnica, cálculos para o ciclo de cada cultura. Tudo dentro do que foi estipulado no projeto. Além de tudo, damos o apoio no recolhimento das folhosas através do nosso transporte, no dia da entrega. Então, sem o apoio da Cohidro, o PAA aqui não funcionaria. A aceitação tem sido positiva dentre os agricultores”, avalia César Rocha, gerente do perímetro da Ribeira. Nos perímetros da Cohidro em Lagarto, Canindé de São Francisco e Itabaiana, 55 produtores têm participações confirmadas no programa, sendo três propostas formalizadas em grupo [PAA Conab] e 14 individuais [PAA SEIAS]. A expectativa é que, até o ano que vem, esses irrigantes sejam remunerados em cerca de R$ 550 mil, se somadas as entregas periódicas previstas.

Antônio Almeida é presidente da associação da Lagoa do Forno e fará a entrega, durante nove meses, de tomate, pimentão e couve ao PAA. “Para nós, agricultores, está sendo ótimo, por conta do preço, que está bem melhor. Às vezes, a depender do tempo, o preço está bem baixo e assim não tem como melhorar nossa renda. No projeto há esta mudança. É muito melhor a venda pelo PAA do que nas feiras”, destaca o agricultor irrigante, que considera importante também o cunho assistencial do programa. “Ajudar o próximo é sempre bom, principalmente os mais necessitados”, afirma. Também na avaliação de Edjane do Nascimento, irrigante da Ribeira, o programa incrementa a renda do agricultor.

“É ótimo e super importante, pois da mesma forma que ajudamos as pessoas que precisam, o projeto também nos ajuda, com uma renda extra. Participo do projeto há muito tempo, sempre entregando cebolinha. Temos a segurança de entregar os produtos com um bom preço, melhor do que nas feiras”, pontua Edjane. A sua colega Elineuza Ribeiro, que entrega coentro ao PAA, cita a relevância do serviço prestado pela Cohidro tanto para o participar do programa, quanto para a irrigação. “Se não fosse a Cohidro não estaríamos fazendo isso. Eles sempre ajudam a gente aqui, sem falar da irrigação. Nós vivemos da roça e ter essas entregas ajuda muito. Vendemos para a feira e para o projeto. Acho melhor vender para o PAA, porque já entrega em casa, e na feira já tem o transporte, barraca, etc. com um custo maior. E o valor está ótimo. Já participei outras vezes do projeto e espero que não termine, porque é muito bom para todo mundo, tanto para o agricultor quanto para quem recebe”, conclui a irrigante.

 

CANINDÉ | Agricultores irrigantes escoam produção a preço fixo para o Programa de Aquisição de Alimentos

Cohidro acompanha entregas em três perímetros, que devem ultrapassar 100 T até 2021

Ozeias Beserra recebe Cohidro e CREAS em sua associação [Foto: Fernando Augusto]
Para o agricultor familiar, que produz em pequena escala e não tem facilidade logística para chegar aos mercados consumidores, o grande gargalo é escoar a produção e, com isso, gerar renda para a família. Com o uso de irrigação, que demanda maior investimento para produzir, o retorno financeiro costuma ser menor, se depender somente dos preços ofertados pelos atravessadores. Para 14 membros da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, desde julho essa dificuldade vem sendo superada. Eles passaram a entregar alimentos através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade ‘compra com doação simultânea’, por um preço fixo e considerado justo, sem a variação de mercado. O projeto-proposta do grupo foi escolhido depois de disputar, em um sistema ranqueamento feito pela Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], com propostas de todo o estado.

“Nós estamos na quarta entrega e o pessoal está satisfeito, porque entregamos os produtos por um preço justo. A outra linha que temos de vendas (as feiras livres) parou um pouco por conta da pandemia e alguns produtores estavam perdendo seus cultivos”, conta o presidente da ASSAI, Ozeias Beserra. Nesta quinta-feira (15), foram entregues mais 2.246 quilos de alimentos pelos produtores do perímetro irrigado administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Ao longo de nove meses, as entregas somarão 39.429 kg, posteriormente doados a 1.580 pessoas em situação de vulnerabilidade social e risco alimentar cadastradas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Canindé. “O CREAS tem recebido bem os alimentos, por estarem atendendo um público que realmente precisa. Muitos perderam o emprego ou não conseguem trabalhar, e o alimento chega em uma boa hora”, considera Ozeias. Os agricultores da ASSAI serão remunerados, até o final do projeto, em R$ 111.997,60.

A Cohidro, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), fornece a irrigação para estes produtores, ao mesmo tempo em que presta assistência técnica agrícola e assessoramento para participação nos programas de compra da produção rural, como o PAA. Segundo o diretor-presidente da empresa pública, Paulo Sobral, esse incentivo a mais, dado pelo Governo do Estado, está disponível para todo grupo de irrigante disposto a organizar a sua produção para uma entrega contínua de alimentos. “Contamos com um especialista na área de Agronegócios, o Sandro Prata, que desde 2008, acompanha esses irrigantes que conseguem se mobilizar, organizar suas documentações e participar destes projetos. Esses agroempreendedores já produziram e comercializaram, em nossos perímetros irrigados, 4 mil toneladas de alimentos doados, sendo remunerados em mais de R$ 13 milhões e beneficiando mais de 145 mil pessoas”, informou.

Diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca revela que, na edição 2020 do PAA, três perímetros administrados pela Companhia fornecem alimentos para doação. “Além da ASSAI de Canindé, temos o Movimento Associativista (do Povoado Brejo) no perímetro Piauí, em Lagarto; e a Associação (dos Produtores Rurais da Comunidade) Lagoa do Forno, no perímetro da Ribeira, em Itabaiana. Até 2021, mais de 100 toneladas de alimentos serão entregues por 41 irrigantes, remunerados em quase R$ 330 mil, para mais de 5 mil beneficiários”, listou o diretor. Pedro Feitosa produz há 12 anos no perímetro irrigado, e entrega pela primeira vez abóbora, acerola e pimentão para o PAA. Ele considera o programa de fundamental importância, por fomentar a geração de renda do agricultor familiar e ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade.

“O produtor consegue agregar um preço melhor à sua mercadoria, em virtude do valor ser mais acessível comparado ao que repassamos aos atravessadores. Por outro lado, vejo também o grande alcance social em relação às pessoas que estão recebendo esses produtos a custo zero, através do poder público, programas e associações”, analisa o agricultor Pedro Feitosa. O também irrigante do Califórnia, João Aureliano, hoje participa como fornecedor do PAA e afirma que o projeto beneficia a todos da região. “Estávamos precisando. Ficamos um tempo parados por conta da pandemia e, agora, começou para ajudar tanto o pessoal mais necessitado da cidade, quanto o produtor. Hoje foi só acerola, mas vou fornecer também macaxeira, abobrinha e abóbora”, explica. Irrigantes também vinculados à Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) têm fornecido alimentos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em Canindé.

Agricultores irrigantes do Perímetro de Lagarto fornecem alimentos a famílias vulneráveis da Barra dos Coqueiros

Cohidro assessora produtores que fornecem ao Programa de Aquisição de Alimentos na modalidade Compra com Doação Simultânea

Lania Ribeiro faz entrega na residência de Ana Deise [Foto Fernando Augusto]
Mais de 300 famílias em situação de insegurança alimentar assistidas pelo Centro Comunitário Sócio-Cultural da Barra dos Coqueiros (CCSCBC) receberam alimentos da agricultura familiar adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab, na modalidade “Compra com Doação Simultânea”. Na última quinta-feira (10), os agricultores do Movimento Associativista Do Brejo, que produzem no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação (Cohidro) em Lagarto, levaram 1.848 quilos de produtos agrícolas até a Barra e, com todos os cuidados para evitar aglomerações, a equipe do Centro Comunitário entregou os kits de alimentos aos beneficiários do programa em seus respectivos bairros. Pelo fornecimento dos alimentos, os agricultores envolvidos são remunerados com recursos federais, enquanto recebem do Governo do Estado irrigação, assistência técnica rural e a assessoria necessária à atuação no programa.

Do Perímetro Irrigado Piauí, participaram dessa entrega 16 agricultores irrigantes. Segundo o presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a irrigação permite que o produtor entregue alimentos ao PAA o ano inteiro. “Por isso, a empresa incentiva o produtor a participar do ranqueamento de propostas de todo o Estado e, depois, dá o auxílio para os irrigantes realizarem a prestação de contas das entregas junto à Conab. Após a liberação de recursos, ocorreu a primeira entrega dos irrigantes ao PAA do ano, em 1º de julho, em Canindé de São Francisco”, conta Paulo. Ainda segundo ele, incluindo mais uma associação de Itabaiana, os três projetos já aprovados somam R$ 327.945,51 em remuneração a 41 produtores irrigantes. “Outras duas propostas de Canindé e Lagarto também estão pleiteando participação no programa, somando outros R$ 280 mil para mais 35 irrigantes, ainda neste ano”, completa o presidente da Cohidro.

O presidente do Movimento Associativista, Gildeon Santana, atua pela terceira vez como fornecedor de alimentos pelo PAA. “Este projeto dá alguma garantia ao agricultor, para que ele possa permanecer produzindo. Começa com o valor X e vai até o final. É um programa da Conab que lhe garante plantar e, tendo a produção, você já tem a garantia do preço. Para os agricultores, o PAA é uma forma de incentivo a produzir com mais qualidade, investir em adubação, dentre outras coisas”, considera. O produtor ressalta a importância do auxílio prestado pelos técnicos da Cohidro para que os irrigantes atuem no programa. “Tem os perímetros irrigados que atendem os agricultores, além dos técnicos que sempre nos dão apoio na nossa região, nos assessorando e dando o máximo de si para que as coisas aconteçam, e todos possam produzir mais e com melhor qualidade”, afirma o agricultor.

O Centro Comunitário da Barra dos Coqueiros irá receber, durante nove meses, quase 42 toneladas de alimentos, em entregas quinzenais feitas pelos irrigantes do perímetro Piauí. Assistente social do Centro, Lania Ribeiro conta que a instituição atua na proteção social básica no município há 40 anos. “Semanalmente, fazemos entregas de sopas e, quinzenalmente, a gente faz a entrega das cestas verdes, que são os produtos do PAA. Macaxeira, batata, maracujá, salada… produtos que geralmente eles não possuem o hábito de comprar, então, é um complemento importante à sua alimentação. São beneficiadas diretamente 306 famílias de vários bairros, não apenas do entorno da instituição. Todos os cuidados estão sendo tomados na hora das doações: máscaras, toucas, luvas, álcool a 70%. Também por isso, não podemos aglomerar aqui, então optamos por fazer a entrega nas próprias comunidades”, assinalou. O CCSCBC está aberto a receber outras doações de alimentos, embalagens e recursos, atendendo os interessados pelo telefone (79) 3262-1344.

Ana Deise é chefe de uma das 25 famílias assistidas no Rio das Canas, localidade onde vive com 8 pessoas, entre filhos e netos. Ela destaca a qualidade dos alimentos que recebe do CCSCBC. “Ajuda muito. Melhora a nossa condição e, por isso, agradeço muito. A macaxeira é boa, cozinha bem”, opina. Na mesma localidade vive Jucimara Cruz, com o esposo e filho, para quem a ajuda é importante para a economia do lar. “Contribui muito, porque já é um reforço na alimentação na minha casa. Principalmente porque, hoje, com essa pandemia, está tudo caro”, disse. Tatiane Pereira vive com o esposo, filho e sobrinho no loteamento Recanto das Andorinhas. Ela destaca a variedade dos alimentos fornecidos pelos produtores, que contribuem para uma dieta equilibrada, indicada por nutricionistas. “O coentro, que ajuda a temperar o almoço, a macaxeira, a cebolinha, a laranja do suco da criança, a batata-doce, o maracujá, que eu tiro a polpa e boto no congelador. A qualidade é boa”, concluiu a beneficiária.

Agricultura familiar continua como alternativa viável de atividade econômica durante a pandemia

Estimativa de safra é positiva para 2020, e poder público e agricultores unem esforços para encontrar alternativas de escoamento

O casal de agricultores de Itabaiana – Lindinalva da Silva e Odair José dos Santos [Foto: Fernando Augusto]
Neste fim de semana, se celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar (25 de Julho), atividade econômica que continua forte em Sergipe e em plena expansão, segundo avaliação da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SEAGRI). De acordo com o censo do IBGE 2017, cerca de 77% dos 93 mil estabelecimentos rurais em Sergipe são compostos por agricultores familiares. Aqui no estado, como em todo o Brasil, a atividade é a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para consumo da população. A produção de arroz no Baixo São Francisco, a laranja produzida no Sul Sergipano, a pecuária leiteira do Alto Sertão, a ovinocaprinocultura no Agreste e Sertão, e a produção de mandioca na região Centro-Sul são bons exemplos de atividades agropecuárias significativas para a economia do estado, com participação importante do agricultor familiar. Regulamentada pela Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, a atividade é constituída de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, aquicultores, extrativistas e pescadores,

As estatísticas de safra 2020 para Sergipe apresentadas no último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, publicado em junho pelo IBGE, mostram crescimento em várias culturas – em grande parte, de produção familiar. O milho, por exemplo, tem previsão de safra de 740 mil toneladas – alta de 13,9% em relação a 2019, ficando como 4º maior produtor do nordeste. O feijão tem produção estimada em 4.329 toneladas – alta de 33,9% em relação a 2019. Entre os grãos, apenas a safra de arroz apresentou queda de -5,3% em relação a 2019, mas com previsão de 32.619 toneladas, o que mantem o estado como 3º produtor do Nordeste. A safra da laranja, por sua vez, tem estimativa de 364.000 toneladas este ano, mantendo Sergipe como 5º produtor nacional e 2º do Nordeste.

Durante a pandemia, o gargalo, segundo os produtores, tem sido o escoamento da grande produção que vem contrastando com a redução da procura pelos produtos, em razão do isolamento social para enfrentamento à pandemia de Covid-19. Mesmo assim, iniciativas têm sido tomadas para incrementar as vendas. Entre elas, investimentos da Fundação Banco do Brasil que viabilizaram, por meio da Associação Camponesa de Sergipe (Accese), a compra e distribuição de 2.200 cestas de alimentos da agricultura familiar. Outra ação importante é o início da entrega dos alimentos produzidos nos perímetros púbicos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Conab. Segundo a Cohidro, o Califórnia e outros dois projetos similares estão autorizados a iniciar entregas e outros dois estão em processo de ranqueamento para participação. As cinco propostas, se aceitas, poderão injetar em torno de R$ 600 mil nos perímetros irrigados do estado e destinar mais de 200 toneladas de alimentos à doação. Ainda sobre o escoamento da produção, a Seagri afirma que já foram aprovados R$ 700 mil do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Funcep) para a compra de alimentos da agricultura familiar via chamada pública neste segundo semestre, com investimento de R$ 130 mil do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), parceiro do Governo do Estado.

Políticas Públicas e bons resultados
O secretário de estado da Agricultura, André Luiz Bomfim Ferreira, destaca que os agricultores familiares têm acesso a políticas públicas que vêm contribuindo para manutenção e expansão das atividades produtivas. “As políticas do Estado têm priorizado as atividades da agricultura familiar, seja via Seagri, Emdagro, Cohidro ou Pronese. A Emdagro, com escritórios por todo o estado, presta assistência técnica rural e fomento à produção. Exemplos são o programa de Distribuição de Sementes – só este ano, foram 43,6 toneladas entregues, em parceria com Embrapa, FIDA e empresa Di Solo; o programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro (IATF); o Programa de Regularização Fundiária; e o apoio à regularização das queijarias – só para citar algumas. Não se pode negar também o valioso trabalho da Cohidro na modernização e gestão dos perímetros públicos irrigados. Para se ter ideia, em 2019, os perímetros produziram 39 mil toneladas de alimentos, além das centenas de poços perfurados ou recuperados, assim como as barragens. Através do Pronese, o governo estadual vem implementando o Programa Nacional de Crédito Fundiário/Terra Brasil em parceria com o Ministério da Agricultura, que já possibilitou o acesso à terra para mais de 2 mil famílias. Tem também as políticas feitas em parcerias nacionais e internacionais  com Embrapa, Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, Incra , FIDA, PNUD, voltadas para o pequeno produtor ”, relacionou André.

O testemunho dos agricultores é a maior prova da força deste setor. Dá gosto de ver, por exemplo, a horta na propriedade de Davi Matos Cirilo, no povoado Apertado de Pedras, município de Simão Dias (SE). Tudo orgânico: alface, tomate, repolho, coentro, pimentão. “A gente tem de tudo um pouco e serve tanto para o consumo da família como para vender aqui na vizinhança”, explica o agricultor. A família do senhor Davi e mais 21 famílias deste povoado receberam apoio financeiro do Projeto Dom Távora para produção de ovinos, aves, horta comunitária e sistema de abastecimento de água. Outro produtor, Ranulfo Moura, em Capela, em menos de três anos, adquiriu um pedaço de terra por meio do Crédito Fundiário, e tem na fruticultura sua principal atividade. “Hoje, mesmo com a pandemia, estou com 25 mil pés de abacaxi, 200 bananeiras, 60 laranjeiras, 10 mangueiras e outras culturas menores. Faço a venda direta das frutas nas feiras aqui da região e envio também para a Central de Abastecimento de Aracaju – CEASA”, pontuou.

 

Fonte: Ascom/Seagri

[vídeo] Produtores do perímetro irrigado de Canindé iniciam entregas ao PAA

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O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV, no último sábado (18) mostrou reportagem que acompanhou a primeira entrega de alimentos feita pela Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), formada por irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab. Os alimentos adquiridos dos agricultores na modalidade “Compra com Doação Simultânea”, estão sendo doados para 316 famílias em situação de insegurança alimentar naquele município. Em perímetros irrigados da Cohidro, como o Califórnia, outros três projetos similares estão autorizados para iniciar entregas e outros dois estão em processo de ranqueamento para também participar. Às cinco propostas, se aceitas, poderão injetar em torno de R$ 600 mil nos perímetros irrigados do estado e destinar mais de 200 toneladas de alimentos à doação.

Produtores rurais irrigantes iniciam entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos

Cohidro fornece irrigação e assistência técnica para agricultores participarem do programa, que beneficia população em situação de insegurança alimentar no estado

Durante toda manhã do dia 1º de julho, agricultores levavam suas entregas à sede da ASSAI [Foto: Fernando Augusto]
Já começaram as primeiras entregas para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 2020, em Sergipe. Através da modalidade “Compra com Doação Simultânea”, o Governo Federal adquire alimentos de cooperativas ou associações de agricultores familiares e realiza a doação para pessoas atendidas por equipamentos da rede socioassistencial do estado. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) administra os perímetros irrigados onde produzem agricultores que participam do programa. A Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (ASSAI), no Perímetro Califórnia, fez a primeira entrega deste ano, correspondente a 2.504 kgs de alimentos destinados a 316 famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional de Canindé. Também participam do programa agricultores de Itabaiana e Lagarto.

Os 14 irrigantes do Perímetro Califórnia que também são associados à ASSAI serão remunerados em R$ 111.997,60 com a venda de alimentos para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), gestora do PAA, durante nove meses. “Com a pandemia de coronavírus, as vendas ficaram difíceis. O programa só veio para ajudar. Primeiro, porque não precisamos de atravessador, a gente faz a venda diretamente. Além disso, o programa foi muito bom, pois conseguimos uma renda melhor”, contou José Teodoro, um dos produtores rurais que recebem a irrigação pública do perímetro mantido pelo Governo de Sergipe, através da Cohidro. “No primeiro dia, entreguei dez caixas de 30 kgs de goiaba, vendendo o quilo por R$ 2,10. É uma iniciativa boa, o Governo comprar alimentos para a população carente”, destacou Cícero Gouveia, também irrigante do Califórnia.

Ao total, o programa poderá investir mais de R$ 600 mil na compra de alimentos dos perímetros para a população em situação de insegurança alimentar. O gerente de Agronegócios da Cohidro, Sandro Prata, destaca que, além de Canindé, os irrigantes dos municípios de Itabaiana e Lagarto também farão a entrega de alimentos para equipamentos socioassistencias. “Os produtores do Perímetro Califórnia, em Canindé, farão entregas semanais ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que fará a distribuição das quase 40 toneladas de alimentos. Em Itabaiana, a Associação dos Produtores Rurais da Comunidade Lagoa do Forno, do Perímetro da Ribeira, já está autorizada a entregar 22 toneladas de alimentos para 1.900 assistidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Já em Lagarto, o Movimento Associativista do Brejo, do Perímetro Piauí, fará a entrega de 42 toneladas ao Centro Comunitário Sociocultural de Barra dos Coqueiros, que tem 1.530 atendidos”, listou.

A assistente social do CREAS de Canindé, Andressa Salvador, ressalta que as entregas beneficiam o público do Cadastro Único para Programas Sociais  (CadÚnico). “Através desse sistema a gente puxa o cadastro das famílias que estão em vulnerabilidade social e, consequentemente, sofrem insegurança alimentar e nutricional. Por lei, é aquela família que está em situação de pobreza ou extrema pobreza. Nessa pandemia, a condição dessas famílias piorou e, com certeza, elas se sentem gratas pela atuação do PAA. Chegou em boa hora aqui para o município”, considerou. Ela explica que a distribuição está ocorrendo sem aglomeração, por senhas, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outras duas associações formadas por irrigantes têm propostas remetidas à Conab para participar do programa. “Com as propostas aceitas, mais 38 produtores – oriundos da Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí (APPIP), em Lagarto, e da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal), em Canindé – serão remunerados em mais de R$ 280 mil para entregar cerca de 103 toneladas de alimentos, que serão doados a 3.400 pessoas atendidas pelos CRAS dos municípios de Santa Rosa de Lima, Simão Dias, Canindé e também para a Associação São Francisco de Assis, em Riachão do Dantas. Durante a pandemia, serão diretamente beneficiadas, aproximadamente, 1.800 famílias do campo e da cidade, entre agricultores que vendem sua produção rural e pessoas em situação de vulnerabilidade social que recebem os alimentos”, avaliou o presidente da Cohidro, Paulo Sobral.

O presidente da Associação ASSAI e irrigante do Perímetro Califórnia, Ozeias Beserra, considera o benefício mútuo, pois ajuda aos socialmente vulneráveis e também aos agricultores. “Nós estávamos sem conseguir escoar os produtos, porque diminuiu o fluxo de pessoas em feiras livres e a procura de alimentos na roça. Já estávamos perdendo alguns produtos sem conseguir vender. Os produtos que estão sendo entregues ao programa têm um preço bom e auxiliam a comunidade que não tem recursos para comprar alimentos”. O presidente da Coofrucal, Levi Ribeiro, acredita que sua cooperativa deve iniciar a entrega de produtos nos próximos 60 dias. “Negociamos uma pendência que tínhamos e nosso projeto está em andamento. A expectativa é positiva, os produtores estão engajados. Até mesmo porque, nessa fase de pandemia, a situação de alguns ficou mais difícil para escoar a produção”, avalia.

Orientação técnica ajuda a elevar produtividade da abóbora irrigada no Alto Sertão

De janeiro a maio, foram produzidas 270 toneladas de abóbora no perímetro irrigado da Cohidro em Canindé

Produção de abóbora entregue para o PAA, no primeiro dia, foi de 287kgs [Foto: Fernando Augusto]
A produção de abóbora no Alto Sertão Sergipano é feita há quase dez anos em Canindé de São Francisco, a partir da irrigação fornecida pelo Governo do Estado no Perímetro Irrigado Califórnia. Além da água do Rio São Francisco, que a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro faz chegar aos lotes agrícolas, os agricultores familiares têm também assistência técnica agrícola fornecida pela empresa. Indicado por nutricionistas por ser alimento saudável e nutritivo, o fruto já faz parte da culinária sergipana. Não por acaso, alguns dos produtores de abóbora irrigada estão participando do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e sua produção será entregue, via projeto na Conab, à doação simultânea para pessoas em insegurança alimentar naquele município.

Na proposta da Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco – ASSAI ao PAA, os irrigantes se propuseram a entregar até 1.000kgs de abóbora à ‘doação simultânea’, entregues para pessoas vulnerabilidade social cadastradas no Centro de Referência Especializado Assistência Social – CREAS, pelo período de nove meses. Na primeira entrega, que ocorreu na última quarta-feira (01), a abóbora lá esteve presente, com 287kgs que foram no mesmo dia para a mesa dos canindeenses. O preço pago pela Conab à abóbora fornecida aos projetos de doação simultânea no PAA em Sergipe é considerado excelente (R$ 3,43 o quilo), incentivando os produtores a cultivá-la ainda mais.

No período de janeiro a maio deste ano, os agricultores irrigantes no Califórnia colheram 270 toneladas de abóbora em 13 ha enquanto, no mesmo período, outros 17,7 ha foram semeados com o cultivo, indicando que, até o fim do ano, a colheita deva ser ainda maior. As abóboras cultivadas no perímetro variam de formatos e tamanhos, podendo uma só peça chegar a até 8kgs. A principal variedade é a abóbora jerimum ou de leite, também conhecida por abóbora ‘sergipana’ ou ‘maranhão’. O agricultor Samuel de Oliveira conta que está investindo pela primeira vez na cultura, apostando 2 ha do lote no cultivo da abóbora. “Primeira vez que investimos na abóbora, mas vários agricultores já plantavam antes. Esperamos uma boa colheita e um bom preço do mercado”, relata Samuel.

A depender da produtividade, se promissora, o rendimento pode ser superior a 25 toneladas por hectare, mas isso só ocorre graças à irrigação fornecida e orientada pela Cohidro. O técnico agrícola da empresa, Luís Roberto, explica como foram feitas as orientações para o bom cultivo no lote do agricultor. “O Samuel cumpriu exatamente a orientação técnica. Foram feitas análises de solo e, baseado nisso, ele pôde fazer a adubação de fundação e, depois, as três adubações de cobertura. Uma aos 25 dias, outra próxima da florada, e outra próxima da fortificação, cumprindo assim o ciclo técnico da cultura da abóbora”, explica.

O técnico alerta também sobre os riscos de desperdícios e mal uso de adubos por parte dos agricultores em suas áreas e aponta a necessidade do uso correto dos mesmos. “Por mais orientações que demos, alguns produtores insistem em recorrer a meios diferentes dos que recomendamos, baseados em experiências de outros produtores, que podem dar certo ou não, às vezes configurando erro no processo de adubação. Já verificamos casos de agricultor utilizar dois sacos de adubo, totalizando 100kg por tarefa (0,33 ha), quando na verdade, a recomendação que se use apenas 17kg por tarefa”, conta Luís Roberto.

Última atualização: 25 de julho de 2020 13:08.

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