Sergipe sedia encontro nacional do Programa Água Doce

Avaliação positiva feita pelos beneficiários e novos investimentos marcam primeiro dia do evento

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) escolheu Sergipe para realizar nesta quarta-feira, 13, a nona edição do Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce – Novo Ciclo. Ocorrido pela última vez no ano de 2019, o evento teve como objetivo central reunir e capacitar os técnicos envolvidos no projeto, proporcionando um espaço de debate sobre os desafios e avanços da sua implementação. Durante a abertura do encontro, em Aracaju, foram assinados termos de compromisso com os secretários dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Sergipe, visando ampliar a cobertura geográfica e fortalecer a execução do Programa Água Doce no país.

São 29 unidades instaladas, em nove municípios sergipanos, onde são produzidos 17.400 litros de água potável por dia, que atendem a um total de oito mil pessoas. O evento irá continuar em um segundo momento nesta quinta-feira, 14, quando os participantes farão uma visita ao sistema de dessalinização da comunidade Cacimba Nova, no município de Poço Verde. No local será realizada uma mesa de diálogo com o tema “Um olhar para os resultados nas comunidades e impacto na vida das pessoas”, permitindo ao público conhecer de perto os resultados do programa e realizar uma troca de experiências.

O Governo do Estado apoia a realização do encontro, por meio da Secretaria da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e de suas vinculadas – Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), empresas executoras do Programa Água Doce em Sergipe. Para o secretário da Seagri, Zeca Ramos da Silva, foi muito gratificante sediar esse importante evento, o primeiro após o período da pandemia, e fortalecer ainda mais essa parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional.

“Para nós dos estados nordestinos, que vivemos constantemente essa problemática da escassez de água, o Programa Água Doce é de suma importância por promover a dessalinização da água, dando dignidade às comunidades mais longínquas, com água potável e de qualidade tão necessária para a subsistência das pessoas e de seus animais. Hoje comemoramos aqui o retorno dessa atividade e a assinatura de R$ 100 milhões em recursos, para atender todas as regiões assistidas no país, sendo R$ 9 milhões para Sergipe, onde serão implantados 11 novos sistemas”, ressaltou.

De acordo com o secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Serra, a escolha do ministério para que Sergipe fosse sede da nona edição do encontro se deu pelo estado ser um grande parceiro. “O programa Água Doce está contemplado no novo PAC, lançado no ano passado pelo presidente Lula, e precisávamos retomar as tratativas com os estados. Escolhemos Sergipe principalmente pelo interesse demonstrado pelo secretário Zeca, que tem buscado junto ao Ministério recursos para garantir a continuidade do programa, onde já estamos com três novos sistemas prestes a serem concluídos”, destacou se referindo aos sistemas de Poço Verde, no povoado Saco do Camisa, que vai atender 200 famílias; em Porto da Folha, no povoado Bela Aurora, para 40 famílias; e no município de Carira, no assentamento Carlos Prestes, para beneficiar 50 famílias.

O subsecretário de saneamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD/MG), Anderson Diniz, também destacou a importância do “Água Doce” para as comunidades assistidas. “O Água Doce leva dignidade e ainda movimenta a economia local, à medida que algumas pessoas fazem o transporte de água para outras localidades, cobrando um valor mínimo por isso, gerando sustentabilidade e economia”, pontuou.

Comunidades assistidas

O operador de dessalinizador da comunidade de Amparo/PB, Everaldo Maciel, veio a Sergipe para contar um pouco de sua experiência. “Na zona rural coletávamos água de cacimba, nos poços, e nem sempre ela era favorável ao consumo humano e dos animais. Graças ao equipamento, hoje temos um líquido de qualidade, foi uma mudança muito grande. Quando começou o programa, em 2016, tínhamos 120 famílias cadastradas e produzíamos 800 litros de água por hora. De lá para cá a demanda aumentou muito, e hoje aumentamos para 1.400 litros/hora”, comemorou.

Ana Maria Oliveira Souza, representante do povoado Cacimba Nova, no município de Poço Verde, comemorou a assinatura dos novos sistemas de dessalinização, ao destacar a importância para as comunidades rurais. “Esse programa precisa seguir adiante pelo povo que sofre com a seca e com dificuldade de conseguir água de qualidade, como é a do programa Água Doce. Nós mesmos administramos os poços, com ajuda de voluntários que operam a máquina, que veio para melhorar a nossa qualidade de vida”, afirmou.  

Sobre o programa

O Programa Água Doce leva água potável às comunidades rurais sergipanas que não contam com sistemas de abastecimentos convencionais. Ele chegou em Sergipe no ano de 2011, sob a gestão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que após ser transformada em superintendência em 2019, passou o programa para ser administrado pela Sedurbi, e mais tarde em 2021 pela Seagri.

Em Sergipe, são 29 unidades instaladas em nove municípios: Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre de Sergipe, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória, Carira, Simão Dias, Poço Verde e Tobias Barreto.

Produção anual de maracujá na irrigação pública aumentou 161% em 2024

Agricultores são assistidos pelo Governo do Estado por todo ano, em 1.866 unidades produtivas de seis perímetros irrigados

Perímetros irrigados estaduais produtores de maracujá até setembro deste ano produziram 183 toneladas de maracujá, atingindo 161% a mais que as 70 toneladas em todo o ano de 2023. Em Lagarto, região Centro-Sul do estado, a assistência técnica dada aos irrigantes pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) superou a fusariose em pomares irrigados, e também registrou aumento de 106% na produção já nesses nove meses. Já no perímetro de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão, a produção parcial foi de mais de 45 toneladas e fez ressurgir a cultura agrícola.

No Perímetro Irrigado Califórnia, administrado em Canindé pela Coderse – empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) -, um dos responsáveis pelo retorno do maracujá às áreas irrigadas e nas prateleiras do comércio local foi o agricultor José dos Santos. Ele planta maracujá há pouco mais de um ano e meio, e está satisfeito com os resultados e a facilidade de escoar o produto. Em uma área de 0,75 hectares, ele colhe até 60 caixas de 30 kg por semana.

“Gostei do maracujá porque é um plantio que a gente vende diretamente para o consumidor. O pessoal compra o maracujá aqui e leva diretamente para a feira. Não tem dificuldade. A Coderse fornece água de qualidade para nós, os técnicos estão aí dando assistência, e todos estão de parabéns”, agradeceu José dos Santos, conhecido no perímetro como ‘Duda’.

No Perímetro Califórnia, o rendimento das 45 toneladas produzidas até setembro de 2024 foi de R$ 259.089,00 de renda bruta aos irrigantes. Depois de plantado no perímetro de Canindé, o maracujazeiro leva seis meses para começar a dar frutos, em colheitas que podem durar até dois meses. Daí então ele pode passar até dois anos produzindo frutos em escala comercial, com intervalos de três ou cinco meses entre as safras.

Lagarto
A maior produção, até setembro, está sendo a do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto. São 138 toneladas até agora em 2024, contra as 66,7 lá produzidas durante todo o ano de 2023, e superando as 97 toneladas de expectativa inicial para a safra anual. Nos nove primeiros meses deste ano foram R$ 393.350,00 em renda bruta para o irrigante lagartense.

Muito disso se deu pelo surto de fusariose em pomares irrigados de maracujá no início do ano. Esta doença fúngica mata as plantas infectadas e tem alta capacidade de contaminação do solo e até de outras plantações. Segundo o diretor de Irrigação da Coderse, Aldebrando Leite, a ação da assistência técnica prestada no perímetro teve influência direta no quadro positivo.

“Os técnicos agrícolas e os engenheiros agrônomos da Coderse levaram aos produtores afetados com a doença, a orientação necessária para controle, tomando medidas sanitárias com os pomares existentes e a iniciativa de só adquirir mudas ou sementes certificadas. Isso evitou tanto que a fusariose se alastrasse, como a entrada da doença vinda de outras regiões produtoras”, disse ele.

Governo do Estado entrega compressor à associação de trabalhadores das pedreiras de Tomar do Geru

Equipamento adquirido via emenda parlamentar beneficiará 250 trabalhadores da mineração
Deputado estadual autor da emenda parlamentar, Jorginho Araújo, vereador Totinha de Geru e presidentes da Aspeed, Tenisson Santos e Coderse, Paulo Sobral, acompanharam o embarque do equipamento para Tomar do Geru // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)

Um compressor de ar sobre rodas, adquirido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), foi entregue à Associação dos Pequenos Produtores e Trabalhadores das Pedreiras (Aspeed), de Tomar do Geru, no sul sergipano. A demanda teve Ordem de Licitação assinada pelo governador Fábio Mitidieri durante o 28º ‘Sergipe é aqui’, realizado naquele município, em 29 de maio. O investimento de R$ 317.333,33 foi viabilizado por emenda parlamentar do deputado estadual Jorginho Araujo (PSD).

“Estamos carregando para levar para Tomar de Geru. O governo entregou esse compressor para a Associação, que ajudará muito na produção das pedreiras. Só para ter uma noção, a produção manual para perfurar uma pedra são mais de três horas e meia usando três homens, sem contar a periculosidade, o perigo disso. Com um compressor desse, você passa cinco minutos para perfurar um metro com segurança e usando apenas duas pessoas”, comparou Jorginho Araujo.

O presidente da Aspeed, Tenisson Santos Nascimento, reforça a redução no tempo de serviço e de custo para a produção de paralelepípedos em pedreiras de Tomar do Geru. “Foi com muita alegria que recebemos este compressor. Com ele, o  trabalho é agilizado de forma fantástica. Melhora a segurança e a agilidade da perfuração nas pedreiras. Cerca de 250 trabalhadores serão beneficiados com a questão da perfuração, que se torna mais ágil. Agora, com o compressor, melhora muito. Ele será para o uso dos associados e também atenderemos a cooperativa”, informou.

Vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), a antiga Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) adquiriu a função pública de aquisição e distribuição de máquinas e equipamentos, quando foi transformada em Coderse. Por meio de seus setores de engenharia e licitação, são feitas as compras dentro das especificações e normas técnicas e nas regras legais para o setor público. “Esta é uma das novas funções da nossa companhia, com a proposta de levar o desenvolvimento regional para o interior de Sergipe. É uma satisfação enorme ajudar essa importante classe trabalhadora da mineração. São pedreiras que também contribuem com o desenvolvimento, principalmente daquelas pequenas localidades que passam a contar com o calçamento de paralelepípedo. Obras de saneamento rural que, por acaso, a nova Coderse também está fazendo”, complementou o presidente da empresa pública, Paulo Sobral. 
 
Equipamento

O objeto licitado pela Coderse para a doação é um compressor de ar sobre rodas, com suspensão compatível com acoplamento a caminhões, pressão de 7 BAR, vazão de 293 PCMs e motor com potência máxima de 81,5 kW movido a diesel. O equipamento serve para acionar o martelo pneumático usado para perfurar rochas graníticas e modernizará a atividade de extração mineral nas jazidas geruenses.

Governo itinerante
Na Coderse, acompanharam o embarque do novo compressor da Aspeed, rumo a Tomar do Geru, o vereador municipal Totinha de Geru e o secretário executivo da Secretaria de Estado da Casa Civil e coordenador do ‘Sergipe é aqui’, André Clementino. No governo itinerante, o Estado e instituições parceiras têm levado mais 160 serviços à população, a entrega e autorização de obras, equipamentos e a formalização de convênios, durante um dia em que a capital do estado é transferida para um dos 75 municípios sergipanos. Com a realização da edição de Pedrinhas, no último dia 30, já são 35 edições do ‘Sergipe é aqui’ realizadas.

Coderse ouve produtores de Poço Redondo para definir traçado da Adutora do Leite

Governo do Estado está elaborando estudos e projeto da obra com canal aberto aos pecuaristas beneficiados

 Presidente da Coderse, Paulo Sobral recebeu os representantes de Poço Redondo  // Foto: Fernando Augusto (Ascom Coderse)    

Representantes dos pecuaristas da produção de leite de Poço Redondo, município do alto sertão sergipano, estiveram na sexta-feira, 11, na Companhia de Desenvolvimento de Regional (Coderse). A convite, participaram de reunião com a empresa licitada para realizar os estudos e projeto da Adutora do Leite, o corpo técnico e presidência da empresa pública, discutindo o traçado da primeira etapa da obra. Ao todo, a adutora terá cerca de 108 quilômetros de extensão para levar água bruta do Rio São Francisco até o município de Nossa Senhora da Glória. A expectativa é de que sejam beneficiadas mais de 180 mil cabeças de gado com água de beber.

A partir da assinatura da ordem de serviço para os estudos e projeto da Adutora do Leite, feita pelo governador Fábio Mitidieri no dia 21 de setembro, a Encibra Engenharia iniciou os trabalhos licitados pela Coderse, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Para o presidente da companhia estadual, Paulo Sobral, a possibilidade de trabalho conjunto entre a empresa terceirizada e o Governo do Estado está sendo produtiva; ao ouvir os beneficiários, a obra vai poder atender melhor a necessidade pela qual foi idealizada. 

“Chamamos esses representantes pecuaristas e comunitários, que conhecem a realidade da cada povoado, o coeficiente populacional, atividades e modos de organização. Foi um encontro que esclareceu muitas dúvidas de nossas equipes das engenharias civil, mecânica, eletricista, agronômica e arquitetos. A Adutora é um encurtador de distâncias, e mesmo sem poder percorrer todas as comunidades dos cinco municípios, podemos fazer um traçado que aproxime cada vez mais unidades produtivas da água, facilitando esse acesso”, pontuou Paulo Sobral. 

Conhecido pecuarista do povoado Santa Rosa do Ermírio, principal polo produtor de leite do estado, José Teles, mais conhecido como ‘Zé do Poço’, disse que a reunião foi produtiva e pôde contribuir com a realização do projeto da Adutora do Leite. “Foi mostrado onde vai passar a rede, onde vão ficar os reservatórios de água, a distância; tudo o que a gente estava em dúvida, e hoje estamos sabendo”, reforçou.

Também pecuarista de Santa Rosa do Ermírio, José Reis Alves de Souza considerou a reunião muito satisfatória e disse que a expectativa dos produtores de leite com o projeto da Adutora do Leite é positiva. “O governo está se mostrando muito esforçado pelo projeto, e eu estou vendo a coisa andar. A gente hoje tem muita dificuldade com escassez de água, e estamos vendo a possibilidade de aumentar produção e os lucros. A população está muito ansiosa com o projeto. Com a adutora, podemos investir mais, aumentar a produção, o emprego, a renda de toda comunidade e região do sertão”, analisou.

Professor da rede municipal de ensino de Poço Redondo e representante da Festa Amigos do Leite (Santa Rosa do Ermírio), Odair José de Oliveira foi convidado à reunião por trabalhar naquelas comunidades atendidas pela Adutora do Leite. “Eu gostei da maneira como está sendo a interação do produtor com o governo. Acho que a melhor maneira de servir o produtor de leite é ouvindo as necessidades, vendo a maneira de trazer a água para a produção e para o povo mais carente. É muito importante um governo participativo, que quando vai fazer a obra, chama a população”, sintetizou.

Tecnologia da agricultura regenerativa aumenta produtividade da batata-doce

Método visa a fazer crescer a produção do tubérculo em todo o estado, mas sem que haja a necessidade do aumento de área de produção. Iniciativa será aplicada em perímetro irrigados
Apesar do solo argiloso, o cultivo da batata-doce nos perímetros irrigados de Canindé tem suas vantagens diante do solo rico, insolação prolongada e baixa incidência das doenças típicas de regiões mais úmidas // Foto: Perímetro Irrigado Califórnia

Sergipe é o segundo maior produtor de batata-doce do Nordeste, conforme levantamento das safras de 2023, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram 67.049 toneladas colhidas naquele ano, só perdendo para o estado do Ceará (163.530). A produtividade, de 18 toneladas por hectare, é superior à média nacional (15), mas inferior a do Ceará (20,2). Uma iniciativa para que a produtividade cresça ainda mais e aumente a produção da raiz tuberosa em Sergipe é a implantação de quatro campos demonstrativos de aplicação da tecnologia de agricultura regenerativa em perímetros irrigados estaduais, a partir de Termo de Cooperação com empresa de consultoria sergipana e o Governo do Estado.

 Esses campos demonstrativos serão montados em lotes comercialmente produtivos e que já tenham afinidade com o cultivo da batata-doce irrigada. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), fez uma avaliação técnica e escolheu quatro produtores experientes no cultivo do vegetal em três perímetros irrigados de diferentes regiões do estado: Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão; Jacarecica I e Poção da Ribeira, em Itabaiana, no agreste, região onde se concentra a maior produção do estado.

 “São perímetros que fazem uma boa amostragem de como são os principais climas e tipos de solo explorados para a produção da batata-doce irrigada. A Seagri e suas vinculadas, Coderse e Emdagro, abraçaram a ideia de um parceiro da iniciativa privada de testar a tecnologia da agricultura regenerativa com foco na produtividade. Pensando em fazer crescer a produção da batata-doce em todo estado de  Sergipe, mas sem que seja necessário o aumento de área, substituindo as outras produções agropecuárias”, pontuou o presidente da Coderse, o engenheiro agrônomo Paulo Sobral.

Termo de Cooperação
A área experimental do cultivo é viabilizado pelo Termo de Cooperação  entre a Seagri, Coderse, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e a GTerra Consultoria Agropecuária. O diretor da empresa privada sergipana, Gilberto Bruto Oliveira, esclarece que o projeto é baseado na demonstração das potencialidades da tecnologia da agricultura regenerativa no cultivo da batata-doce em Sergipe. Um conceito norte-americano, em que o equilíbrio da nutrição do solo consegue equilibrar a saúde da planta.

“O projeto tem como objetivo trazer para os perímetros irrigados, assistidos pela Coderse, técnicas agrícolas baseadas na reabilitação do solo e conservação dos sistemas produtivos e alimentares, como foco principal na regeneração, conservação do solo e segurança alimentar. É a utilização de práticas agrícolas sustentáveis com uma visão holística que, ao tempo em que promove a recuperação e a regeneração dos sistemas produtivos, estabelece novos patamares produtivos, trazendo renda para o irrigante”, detalhou Gilberto Bruto.

 O engenheiro agrônomo Gilberto Bruto informa que o agricultor que abrigar os campos demonstrativos não terá custos com os insumos necessários à introdução da agricultura regenerativa. Ele somente vai contribuir com a área e sua mão de obra. “São usados condicionadores de solo líquidos antes e durante o plantio. Depois há a utilização de produtos biológicos e químicos na plantação. O agricultor vai receber 100% dos produtos”, completa.

 Comparando técnica
Cada campo demonstrativo será implantado em uma área de cultivo do dobro do tamanho, onde metade terá a aplicação da agricultura regenerativa e a outra vai receber os tratos culturais que o agricultor, propositalmente escolhido por sua experiência no cultivo de batata-doce, está acostumado a fazer. Diante disso, será possível que bataticultores de todo o estado e profissionais do meio agrícola possam fazer um comparativo entre as duas técnicas. Irrigante do perímetro Califórnia, José Bernardino Neto hoje já dedica todo seu lote à plantação do tubérculo, de olho no mercado cada vez mais atrativo para quem produz.

“Estou pensando em expandir para outros mercados, além de Canindé. Tendo uma produção maior, é tocar o barco para frente, investir para ter resultado”, planjeou Bernardino Neto. O produtor está animado com a assistência que vai receber das empresas públicas e da consultoria privada para produzir mais em sua nova área já lavrada, comprometido em seguir as recomendações técnicas. “Vou fazer tudo. Com a ajuda, a gente faz tudo”. Sobre o tipo de batata-doce que vai usar para plantar no campo demonstrativo, Bernardino disse que será a mesma variedade que já produz: a ‘roxinha comprida’

Assistência técnica
Engenheiro agrônomo da Coderse, Paulo Feitosa considera que a aplicação da agricultura regenerativa é o desenvolvimento da cultura para obter melhor qualidade do produto. “Essa é a essência para aumentar a produtividade, promover uma nutrição vegetal com base na adubação da folha, na melhoria do solo. E, por consequência, você tem uma melhor qualidade do produto e produtividade da cultura”, avaliou. Para o especialista em irrigação, ao aumentar a produção, promove a melhoria para o produtor, que dificilmente conseguiria implantar a tecnologia sem essa assistência técnica e os insumos.

 “Quando você tem uma cultura bem colhida, bem produzida, ela tem mais resistência para algumas pragas ou doenças. Bem nutrida, ela fica mais imune. Mesmo que ela tenha alguma praga ou doença, ela tolera um pouco melhor e sem prejuízo para a produção. Estamos regenerando o solo para futuras produções e desenvolvimento de novas espécies de produção”, concluiu Paulo Feitosa.

Perímetros irrigados estaduais preveem alta de 25% na produção do feijão-de-corda em 2024

Produção irrigada da leguminosa, em pequenas áreas da agricultura familiar, é beneficiada e vendida por feirantes

Nos perímetros públicos de irrigação mantidos pelo Governo do Estado a produção de feijão-de-corda em 2024 deve aumentar quase 25%. A expectativa dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), no Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano; Jacarecica II, polo agrícola entre Areia Branca, Malhador e Riachuelo; e Piauí, em Lagarto, no centro-sul; é que a produção some 962,6 toneladas da leguminosa, quantidade superior às 772 toneladas produzidas nesses três perímetros em 2023.

Os agricultores irrigantes atendidos pela companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), produzem o grão em qualquer época do ano, a partir do fornecimento de água de irrigação e assistência técnica oferecida em cinco perímetros de vocação agrícola. Bastante procurado para o preparo de pratos regionais, o feijão-de-corda sergipano, seja verde ou seco, tem mercado também em estados vizinhos, como Bahia e Alagoas, além de Sergipe.

“A gente leva para feira [de Canindé], para Aracaju, Salvador. Agora está tendo mercado e a gente planta o ano todo aqui, quase que tem [feijão-de-corda] direto. E sai daqui com preço”, avaliou o produtor irrigante do Califórnia, Manoel Otávio Tolentino. O agricultor, que tem 32 anos de perímetro irrigado, também planta goiaba, acerola, milho, mandioca e quiabo em seus 4 hectares do lote. O perímetro de Canindé tem a maior expectativa de alta na produção do produto para este ano, 36%, assim como a maior produção prevista para 2024, 870 toneladas.

Água e assistência

Também do Califórnia, o agricultor irrigante José dos Santos, mais conhecido como Duda, cultiva feijão-de-corda durante um período do ano, mas nas outras épocas está sempre com lavouras de maracujá, macaxeira, pimenta-de-cheiro, acerola e outros. Segundo o produtor, o Governo do Estado contribui para a diversidade e continuidade dos cultivos. “A Coderse fornece uma água de qualidade para nós e os técnicos que nos dão assistência estão de parabéns. Está tudo na mão de Deus e eles estão trabalhando certo, ajudando o produtor”.

Duda está com uma área de 0,33 hectares preparada para plantar em outubro e outra, do mesmo tamanho, em novembro. Com isso, ele tem um período prolongado de colheita entre os meses de dezembro deste ano e janeiro do próximo. “O feijão-de-corda vende por aqui também, na feira livre em Canindé e o que sobra, eu mando para Aracaju. Tanto verde quanto maduro têm uma aceitação boa. Eu vou plantar duas roças porque eu gosto de fazer um rodízio, para ter uma escala quando começar a colher”, informou.

Técnico agrícola da Coderse em Canindé, Luiz Roberto Vieira confia que a expectativa de aumento de produção será valorizada pelo bom momento do mercado para o produto. “Há a aceitação do produto no mercado e um preço convidativo, saindo entre R$ 100,00 e R$ 120,00 o saco”, revela. Conforme o profissional da Companhia, os técnicos contribuem para essa realidade positiva com a assistência criteriosa. “É preciso, por exemplo, adubação e um trato cultural bem calibrado e com assistência sanitária mais incisiva”, completou.

Feijão verde

O feijão-de-corda dos perímetros é quase sempre colhido em um estágio de maturação anterior à fase do grão seco, também utilizado para alimentação e próprio para replantio como semente. Esse ‘feijão verde’ praticamente só é comercializado em feiras livres. É quando entram em cena as tradicionais feirantes que debulham as vagens enquanto ocorre a feira e aos olhos do cliente. O produto é próprio para ser cozido no próprio caldo, refogado com carnes ou em saladas frias.

Pesquisa reforça importância da análise de solo em perímetro irrigado estadual no Alto Sertão

Administrado pela Coderse, Perímetro Irrigado Califórnia produziu quase 30 mil toneladas de alimentos em 2023
Engenheiros agrônomos do Prodema proferiram palestras para os agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia // Foto: arquivo pessoal

Desde o início de setembro, agricultores do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, território do Alto Sertão sergipano, estão participando da pesquisa de dissertação de mestrado da engenheira agrônoma Carla Tamilys Vasconcelos, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Na última sexta-feira, 20, mais produtores responderam a uma pesquisa e outros 20 fizeram a entrega de amostras de solo para análise no Laboratório de Solos do Departamento de Engenharia Agronômica da UFS. A adesão à prática da análise de solo nos lotes irrigados é uma meta da assistência técnica do Governo do Estado no local.

Esses 20 produtores já tinham participado da pesquisa e da palestra ‘Agricultura de sucesso: o básico bem feito’ no último dia 3, quando ganharam as análises de solo. Um deles foi Ozeias Beserra, agricultor irrigante e técnico agrícola. “Às vezes o produtor quer fazer a análise de solo, mas não sabe qual é o procedimento. Essa é minha experiência como produtor. Hoje como técnico sei o caminho a fazer. Essa doação ajudou bastante na economia para o produtor”, avaliou.

Na palestra, dois produtores ainda foram sorteados para receber avaliações da eficiência do sistema de irrigação dos seus lotes – uma avaliação individual que será dada por especialistas da UFS no início do mês de outubro. Todas as atividades compõem a dissertação de mestrado “Avaliação da Sustentabilidade do Perímetro Irrigado Califórnia”, da engenheira agrônoma Carla Tamilys Vasconcelos Araújo e são desenvolvidas pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) da UFS.

“Para a minha dissertação eu necessito aplicar questionários com os irrigantes e a palestra foi a maneira que encontrei para reunir o pessoal de uma vez só. Para pensar no tema, perguntei ao gerente do California qual a maior dificuldade atualmente que os produtores estavam passando. A palestra teve como objetivo mostrar os problemas nas plantas, causados por alguma deficiência de nutrientes e frisar como é importante fazer análise do solo”, pontuou Carla Tamilys.

A avaliação tem a co-realização da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e administradora do Perímetro Califórnia. A palestra realizada no escritório da empresa em Canindé tratou dos temas ‘interpretação de análise de solo’ e ‘recomendações de adubação’.

“São temas de grande importância para o agricultor do perímetro irrigado e que se complementam. Nossos técnicos agrícolas sempre recomendam a análise de solo para fazer a adubação certa na hora de iniciar um novo plantio. Agindo assim, o agricultor maxibiliza os resultados que ele vai ter usando a irrigação que nós fornecemos através da infraestrutura do perímetro”, explicou o gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues.

Equipe Prodema
Além de Carla Tamilys, a equipe que está à frente das atividades realizadas no perímetro de Canindé, conta com os engenheiros agrônomos Lucas Berenger Santana, Isabela Lima de Santana e a engenheira agrícola Ketylen Vieira. Todos do PRODEMA.

Perímetro Califórnia
O Califórnia atende 373 lotes com o fornecimento de água para irrigação ou dessedentação animal, que ocupam uma área irrigável de 1.360 hectares. Juntos esses produtores irrigantes produziram 29.706 toneladas de produtos agrícolas em 2023, o que rendeu quase R$ 46 milhões, beneficiando diretamente 1.863 pessoas. A irrigação e assistência técnica agrícola da Coderse permitem a produção de feijão-de-corda, milho verde, goiaba, quiabo, acerola, aipim, hortaliças, uva e outras cultivares agrícolas.

“Pretende-se com esse estudo avaliar a aplicação do índice de sustentabilidade no projeto público de irrigação Califórnia, e contribuir com a formulação de uma base para discussões futuras abordando o desenvolvimento sustentável em perímetros irrigados. Por fim, almeja-se produzir artigos e publicá-los em uma revista científica referência da área de ciências ambientais, para que o conteúdo atinja pesquisadores de todo mundo e motive a elaboração de trabalhos similares”, finalizou Carla Tamilys.

Bacia Leiteira de Sergipe terá abastecimento de água que contribuirá com produção da região

Projeto da Adutora do Leite foi autorizado neste sábado, 21, pelo governador Fábio Mitidieri, durante visita à ExpoGlória 2024

Com agenda neste sábado, 21, no médio e alto sertão, o governador Fábio Mitidieri entregou obras e deu ordem de serviço para novos projetos de infraestrutura, como a construção de uma adutora que abastecerá com águas do Rio São Francisco a região que concentra maior produtividade de leite do estado. O projeto foi intitulado ‘Adutora do Leite’.


Ainda em Glória, em visita à ExpoGlória 2024, o governador Mitidieri autorizou os estudos do projeto de engenharia para a execução da Adutora do Leite e assinou termo de cooperação técnica para cursos voltados ao setor leiteiro. A obra tem a previsão de investimento total de aproximadamente R$ 250 milhões, e o objetivo é trazer uma solução definitiva para a dessedentação (tirar a sede) animal no trecho entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, usando a água captada no Rio São Francisco.

A obra abastecerá diversos tipos de criatórios comerciais e rebanhos, que somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 quilômetros de extensão. A região, que compreende os municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória, é uma das maiores bacias leiteiras do Nordeste, e a dessedentação animal é uma reivindicação antiga dos produtores. A expectativa é de que a produção leiteira dos cinco municípios, que hoje é de 296.062.000 litros por ano (dados referentes a 2022), dobre com a implantação da Adutora do Leite.

A técnica de enfermagem Shirley Aparecida, moradora de Nossa Senhora da Glória, destacou que as obras no município devem levar benefícios para toda a população, em especial a Adutora do Leite, que vai facilitar o abastecimento de água para a localidade. “É sempre importante ter mudanças para melhorar, valorizar a cidade, ajudar o pedestre, o trânsito. E o que a população sempre reclama é sobre a falta de água nas comunidades”, opinou.

O diretor-presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária (DER), Anderson das Neves, pontuou que as intervenções devem transformar o dia a dia da população em diferentes aspectos. “É mais uma obra e mais benefícios para a população do alto sertão, principalmente no município de Nossa Senhora da Glória, com essa nova entrada, com postes, iluminação, passeio. É uma obra que foi bastante solicitada, e o governo está pensando na qualidade de vida para toda a população do alto sertão. Com esses avanços, vamos trazer mais fábricas, mais empresários, estimular o agronegócio, melhorar o fluxo de transporte de veículos, evitando um transtorno para a população, evitando engarrafamento, evitando carros pesados na porta da população que vive aqui no município”, justificou.

ExpoGlória 2024
A  Feira do Agronegócio de Nossa Senhora da Glória teve início na última quinta-feira, 19, e vai até este domingo, 22, no Parque de Exposições Cidade do Leite. A feira multieventos do agronegócio, com foco na pecuária leiteira, conta com exposição e leilão de animais, torneio leiteiro, palestras, estandes para venda de máquinas e equipamentos, de insumos e prestação de serviços. O Governo de Sergipe é patrocinador do evento e está com estande permanente durante todos os dias.

“É um evento muito grandioso, onde há diversos expositores gerando emprego e renda. Glória vem crescendo muito ao longo dos últimos dez anos, e a gente vê a força do povo sertanejo e do povo gloriense em produzir, em criar seu gado. Temos a indústria de laticínios, a grande maioria instalada aqui no município de Glória. Então essa feira vem consolidar toda essa gama de investimentos, mostrar não só para os sergipanos, mas para os produtores nordestinos, também, a qualidade do nosso rebanho e a resiliência do povo sertanejo. Sergipe, mesmo pequeno geograficamente, é o segundo produtor de leite aqui do Nordeste, e isso mostra a força da bacia leiteira sergipana”, sintetizou o secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, Zeca da Silva.

Produção de leite em SE
Sergipe aparece como destaque nacional quanto à aquisição e industrialização de leite. No primeiro trimestre de 2024, o estado chegou a 118.399 milhões de litros, uma alta de 6% em relação ao primeiro trimestre de 2023. No ano passado, Sergipe chegou a produzir 435.577 milhões de litros, um crescimento de 50 milhões de litros em relação a 2022. De acordo com a Diretoria de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, a tendência é que o resultado do ano de 2024 continue em alta, chegando a percentuais entre 9% a 10% maior que o ano passado.

Com esse resultado, Sergipe continua como o segundo estado do Nordeste em relação à aquisição e industrialização de leite cru, atrás apenas da Bahia, com 149.145 milhões de litros, e o 10º lugar no ranking nacional. Os dados levam em consideração a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos, sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal).

Fonte: Agência Sergipe de Notícias

Governo do Estado dá mais um passo para a construção da Adutora do Leite

Com mais de 100 quilômetros de extensão, a obra vai desenvolver a pecuária leiteira a partir do abastecimento de água para a dessedentação animal

Em mais um passo para a construção da Adutora do Leite, o Governo de Sergipe anunciou que a empresa Encibra S/A foi vencedora da licitação e deu ordem de serviço para a realização de estudos e projetos para a execução da obra. O ato fez parte das políticas públicas anunciadas durante a Expo Glória, no sábado, 21, pelo governador Fábio Mitidieri. Na ocasião, também foi assinado Termo de Cooperação Técnica entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Sergipe (Sescoop-SE) para atividades de formação em cooperativismo.

A Adutora do Leite é um projeto do governo conduzido pela Seagri que trará a solução definitiva para a dessedentação animal em um longo trajeto. Com mais de 100 quilômetros de extensão, abrangendo os municípios de Canindé de São Francisco a Nossa Senhora da Glória, a obra vai desenvolver a pecuária leiteira a partir do abastecimento de água, que será captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no rio São Francisco.

A adutora vai levar água aos diversos tipos de criatórios comerciais. Os rebanhos somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, nos cinco municípios situados no trajeto de 108,60 quilômetros de extensão – Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória.

Como a produção de leite é a principal atividade econômica da região do alto sertão sergipano, a expectativa do Governo do Estado é de que a Adutora do Leite melhore a qualidade de vida das 23 mil famílias dos municípios assistidos, com o aumento da geração de renda e abertura de novos postos de trabalho. “Estamos começando a cumprir esse compromisso que assumi no início da minha administração e que é tão importante para o povo sertanejo. O sertão é uma região que merece e precisa muito dessa obra, que vai mudar a vida das pessoas de Nossa Senhora da Glória, essa importante bacia leiteira”, enfatizou o governador Fábio Mitidieri durante a assinatura da ordem de serviço para contratação da empresa Encibra S/A.

O secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, chamou a atenção os futuros impactos que virão a partir da construção da Adutora do Leite. “Acredito que esse seja o maior projeto da história da Secretaria da Agricultura. Uma ação que há muito vem sendo aguardada pelo povo sertanejo, especialmente aqui de Glória. Agora o governo cumpre mais um de seus compromissos com o povo sergipano. A previsão é de que, daqui a cinco anos, a produção de leite dobre na região”, destacou o gestor.

Produtor rural no município, Fábio Henrique Batista de Souza comemorou a notícia anunciada na ocasião. “A construção dessa adutora vai nos ajudar muito, porque a deficiência de água é muito grande aqui na região de Glória. Assim, vamos ter água em abundância para nossos animais e conseguiremos investir mais, com a garantia que teremos água para nosso rebanho”, colocou. 

Para o produtor de leite Marcelo Barreto, cooperado na Cooperativa Sertaneja de Agronegócio (Coopesea), o momento também foi de celebração. “A nossa principal necessidade era água para matar a sede dos animais, e hoje se concretiza aqui um sonho, que é a assinatura da licitação do projeto. Com essa adutora sendo concretizada, o alto sertão será o maior produtor de leite do Nordeste”, prospectou.

Cooperação técnica
Também durante a Expo Glória, o secretário Zeca da Silva assinou, por meio das empresas vinculadas à Seagri – Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) -, Termo de Cooperação Técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Sergipe (Sescoop/Se). O objetivo é a realização de cursos, palestras, seminários, workshops e atividades de formação em cooperativismo para colaboradores, produtores rurais e profissionais que atuam ou queiram constituir cooperativas, com os propósitos de capacitar, difundir e ampliar o conhecimento sobre o modelo de negócio cooperativo.

A Seagri, a Coderse e a Emdagro se comprometem a ofertar a estrutura física para a realização de palestras, cursos e treinamentos; a participar de eventos promovidos pelo Sescoop/SE em temas de interesse do ramo agropecuário e incluir informações sobre essa parceria, bem como divulgar os eventos, cursos e ações em todas as mídias sociais e redes de relacionamento da pasta, visando atingir os objetivos do presente acordo. Já o Sescoop/SE fica responsável por disponibilizar profissionais para a realização de palestras, cursos e treinamentos gratuitos que visem à capacitação em cooperativismo de profissionais e grupos interessados em constituir cooperativas em Sergipe.

O presidente do grupo, João Teles de Melo Filho, destacou a importância da parceria com a Seagri. “A Sescoop/SE tem tudo que é necessário para tornar um grupo de pessoas bem intencionadas, que representa o cooperativismo, para fazer com que essa cooperativa progrida, tenha perenidade, com capacitações exclusivas para conselheiros, diretores, cooperados, ou seja, tudo que o grupo necessite, sem custo para seus integrantes, e por meio dessa parceria com o Governo do Estado e a Seagri, nós vamos fazer acontecer”, pontuou.

Tecnologia da Embrapa incentiva cultivo de goiaba em perímetro irrigado do Governo do Estado

Porta-enxerto de Goiabeira BRS Guaraçá permite conviver com o nematóide, principal praga da goiabeira no Brasil.

Técnico agrícola da Coderse alocado no Perímetro irrigado Califórnia, Joaquim Ribeiro – Foto Coderse

Irrigantes do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, território do alto sertão sergipano, recebem novo estímulo ao cultivo da goiaba. Uma nova tecnologia desenvolvida pela Embrapa Semiárido (Petrolina/PE) está sendo introduzida a partir de projeto intersetorial e apoio do Governo do Estado. O nematoide prejudicou fruticultores do Califórnia e influenciou na substituição de 32% das áreas de pomares de goiaba por outros cultivos agrícolas nos últimos quatro anos. O porta-enxerto de goiabeira BRS Guaraçá  permite conviver com o nematóide sem perder o potencial de produtividade de cultivares comerciais.

Dois pomares, com 200 goiabeiras cada, foram introduzidos em lotes irrigados do perímetro por meio do projeto Lagos do São Francisco há dois anos e estão servindo de área demonstrativa da nova variedade. A Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), administra o Perímetro Califórnia.

Técnico agrícola da empresa pública, Joaquim Ribeiro atua no Lagos do São Francisco e orienta um dos irrigantes que está fazendo a segunda colheita comercial da BRS Guaraçá. “O produtor Valmir Matos do Nascimento, do Setor 07, do Califórnia, iniciou a segunda colheita em 14 de agosto. Vai passar 30 dias colhendo neste talhão com 100 plantas e outro talhão, com mais 100, começa a colheita aos 30 dias. Que dura mais 30 dias colhendo. A previsão de colheita nos dois talhões é de 250 caixas de 25 quilos cada”, relata o técnico da Coderse.

Irrigante do Califórnia, Valmir Matos diz estar muito feliz de ter recebido as mudas de goiabeira enxertadas em BRS Guaraçá. “A principal mudança é que elas são muito resistentes às pragas e doenças. Então, me sinto muito grato por esse apoio da Embrapa e da Coderse. Foi muito importante, é uma tecnologia eficiente e que permite uma produção boa. Essa já é a segunda safra. Essas goiabeiras fizeram dois anos [de plantio] em março”, pontuou.

No perímetro irrigado de Canindé, de janeiro de 2020 a janeiro de 2024, a área ocupada com goiabeiras reduziu de 114,17 hectares para 77,20 ha. Passando esses quase 37 hectares a serem ocupados por outras produções agrícolas irrigadas. Essa situação foi influenciada pela incidência do nematoide-das-galhas, o que aumenta os custos de produção ao irrigante e até causa a perda de plantas. 

A Coderse atua na assistência técnica aos 373 lotes produtivos do perímetro e a água de irrigação, para garantir que as goiabeiras e uma outra infinidade de cultivos agrícolas, produzam no clima do semiárido. “Damos suporte e a assistência técnica. A manutenção do perímetro, na questão de adutoras, bombeamento dos motores e fornecimento de água, nos horários, para a devida irrigação e tudo mais que for necessário”, explica o gerente do Califórnia, Anderson Rodrigues.

Pesquisa
José Egídio Flori é pesquisador da Embrapa de Petrolina, em Pernambuco, e acompanhou de perto a introdução do BRS Guaraçá também no Perímetro Califórnia. Segundo ele, essa pesquisa vem sendo trabalhada pela Embrapa desde que o nematoide-das-galhas surgiu como problemas fitossanitário de salto impacto na goiabeira. A solução foi encontrada na realização de cruzamentos entre goiabeira e araçazeiro, que são espécies da mesma família botânica (Myrtaceae), para o desenvolvimento de novos porta-enxertos. A seleção realizada a partir destes cruzamentos gerou o porta-enxerto BRS Guaraçá no

Lagos do São Francisco
O projeto Lagos do São Francisco é uma parceria que envolve Eletrobras, Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Embrapa e Seagri e já beneficiou aproximadamente 100 agricultores de Canindé, com o fornecimento de insumos, sementes, matrizes e ração para criatórios da galinha Canela-Preta. 

Por meio desse esforço conjunto, o perímetro da Coderse recebeu as mudas de goiabeira enxertadas na cultivar BRS Guaraçá. Também foi realizado um dia de campo da Embrapa no último mês de julho, como complementação da introdução das suas tecnologias de produção. O evento reuniu outros agricultores irrigantes e estudantes de Sergipe e Alagoas.

Última atualização: 14 de outubro de 2024 10:10.

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