Presidente da Cohidro se reúne com equipe de Canindé e conhece novos plantios

Diretores Carlos Melo (presidente), João Fonseca (Irrigação) e a gerente do Califórnia Eliane Moraes – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

Em uma primeira reunião técnica no maior perímetro irrigado administrado pela Cohidro, o diretor-presidente Carlos Melo ficou a par dos detalhes do funcionamento do Califórnia, em Canindé de São Francisco, na última quinta-feira, 26. Após encontro com a gerência local, corpo de técnicos agrícolas, setor administrativo e operacional do bombeamento, o presidente percorreu os lotes dos agricultores irrigantes atendidos pela empresa, acompanhado do diretor João Fonseca. O gestor já se reuniu com a equipe do Perímetro Irrigado Jabiberi, unidade congênere da empresa em Tobias Barreto e será agendado para ocorrer essa atividade nos demais perímetros.

 

Além de produtos tradicionalmente cultivados no perímetro da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Canindé, como o quiabo, a goiaba e o milho, Carlos Melo viu de perto os novos plantios de uva e o projeto piloto do programa Balde Cheio, instalados por meio da transferência de tecnologia. No primeiro caso, fruto do convênio com a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE, já no segundo, um intercâmbio interno de saberes com o perímetro Jabiberi, onde o sistema de pastagem irrigada com rotação de piquetes foi implantado em 2010.

 

Na reunião, o presidente conheceu o cronograma de funcionamento do sistema de bombas do Califórnia e as complexidades que permeiam sua operação. “Fiquei sabendo que o bombeamento começa de madrugada, lingando a EB (estação de bombeamento) 100, levando 3 horas para encher o canal principal e o reservatório da EB-02 que, por sua vez, redistribui a água para outras cinco subestações antes de chegar à lavoura do agricultor. Isso já é bom, levando em conta que a tarifação de energia elétrica é menor durante a madrugada, mais queremos que o maior número de bombas possível passe a funcionar justamente nesse horário e então seja implantada a irrigação noturna, mais barata. O sistema estará disponível para irrigação durante o dia, mas quem optar pelo consumo extra de energia nesses horários, deverá arcar também com uma tarifação extra”, justifica Carlos Fernandes de Melo Neto.

 

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, explica que a irrigação durante o dia pode ser substituída pela noturna, com um custo de energia elétrica cerca de 80% mais barata. “É muito mais uma questão cultural e de adequar a infraestrutura existente para atender os lotes irrigados de maneira que supra as necessidades hídricas dos cultivos. Para isso será necessário a mudança do sistema de irrigação de aspersão para microaspersão ou gotejamento, além de introduzir cultivos que se adequem aos novos sistemas de irrigação. Esses sistemas seriam automatizados para poder funcionar a noite, sem precisar da intervenção humana. Estamos implantando nos nossos perímetros irrigados em Itabaiana, onde a irrigação automatizada e noturna já vai ser adotada”, afirmou.

 

Na microaspersão ou no gotejamento, que são sistemas de irrigação localizada e fixa, a economia ocorre em diversos aspectos, pois o troca-troca dos sistemas móveis exige mão de obra extra e são perdidos 15% da água depositada nos tubos a todo o momento desencaixados, sem falar que a água lançada longe pelos grandes aspersores convencionais é perdida com a ação do vento, evaporação ou molhando áreas fora do plantio. Outra economia no sistema localizado está na possibilidade de usar a fertirrigação, em que os nutrientes necessários à planta seguem diluídos na água, diminuindo mão de obra e tempo extra para aplicar o adubo manualmente. Segundo as informações dos técnicos agrícolas da Cohidro alocados no perímetro de Canindé, o quiabo e a goiaba são as culturas mais presentes no perímetro e aceitam bem a técnica de adubação.

 

Balde Cheio 2.0

Grupo da Cohidro visitando o projeto piloto do Balde Cheio implantado por Everaldo Mariano – Foto Fernando Augusto (Ascom-Cohidro)

No Jabiberi – perímetro da Cohidro onde primeiro foi implantado o sistema de produção de leite, na época espelhando no projeto da Embrapa de São Carlos-SP – a irrigação ainda ocorre com aspersores convencionais e fixos, com as tubulações enterradas sob o pasto para o gado poder circular sem danificar a rede. Já o Balde Cheio implantado no perímetro Califórnia é mais moderno e econômico. O produtor Everaldo Mariano de Souza instalou microaspersores em toda área de pastagem dos 24 piquetes. Para evitar que as vacas danifiquem os pequenos dispositivos, ele montou toda uma estrutura de suporte em madeira e tubulações, que passa por sobre os campos e em altura suficiente para a livre circulação e o pastejo dos animais.

 

“A vocação do homem do campo sertanejo, desde muito tempo atrás, é a da pecuária de leite. Ele pode até aderir à agricultura modernizada pela irrigação, mas têm preferência por guardar um pedaço do lote para o seu gado de leite e assim complementar a sua renda e a subsistência da família com o leite e derivados. Sabendo que em Tobias Barreto a Cohidro já tinha um programa instalado e bem-sucedido, fomos lá conhecer e fizemos o acordo para trazer o técnico agrícola que participou de todo processo de implantação do Balde Cheio lá, o José Reis Coelho. Com isso, mensalmente ele está vindo a Canindé para fazer cursos com os nossos técnicos daqui e os agricultores, mostrando na prática como se monta e como funciona o sistema. Tudo aqui nesse lote de Everaldo”, contou Eliane de Moura Moraes, gerente do perímetro Califórnia.

 

Na época da implantação dos perímetros em Sergipe, 30 anos atrás, a concessão da irrigação aos lotes sempre foi condicionada à produção direta de alimentos, mas a pecuária extensiva, sempre ocupando grandes parcelas de terra, era proibida. Isso antes de aparecer sistemas intensivos como o Balde Cheio, onde 1 hectare de capim abriga 10 animais e pode atingir produtividade acima de 150 litros de leite diários. O campo é subdividido em 24 piquetes em que as vacas pastam a cada dia em um. Ao final do ciclo, o primeiro capinzal está recuperado pela irrigação diária e adubação, pronto para receber novamente os animais.

 

“A Cohidro autorizou a gente plantar esta área de capim. Eu fiz e graças a Deus melhorou minha renda, melhorou minha dificuldade de trabalhar com os bichinhos, que eu sempre gostei de ter uma vaca, mas não tinha onde botar. E hoje, a produção aumentou 100% e o meu trabalho diminuiu 50%. Vai dar certo, apostei e apostei numa coisa certa. Quem quiser investir numa coisa certa, pode investir no Balde Cheio?, garantiu o agricultor irrigante Everaldo Mariano.

 

Transferência de tecnologia

Os parreirais de uva que o presidente Carlos Melo pôde conhecer na quinta-feira também são novidade, já que foram implantados no Califórnia há um ano e meio. Ao completar 1 ano de plantio das mudas de uva, houve a primeira colheita e no final de abril, a segunda. A Embrapa forneceu todas as mudas de variedades precoces, equipamentos de irrigação, madeiramento, insumos usados na fertirrigação e treinamento, que segue até o final do ano pela assistência técnica garantida no convênio de transferência de tecnologia da empresa de pesquisa com a Cohidro. Em Canindé são três campos experimentais com uva e um quarto e mais recente com pera, onde a colheita deve ocorrer daqui dentre 12 a 18 meses.

 

“Fiquei muito satisfeito com o que vi hoje, da modernização dos sistemas visando a economia de água e de energia, e a busca pela introdução de culturas agrícolas que possam dar maior retorno financeiro ao agricultor e assim poder arcar, coletivamente, com o custeio da irrigação em seu lote. Do mesmo modo, foi interessante ver os irrigantes de Canindé, com auxílio dos nossos técnicos, participando de programas federais de aquisição de alimentos da Conab (doação simultânea) e do FNDE (alimentação escolar), com a garantia de preço e compra durante a vigência das chamadas públicas”, avaliou Carlos Melo.

 

Fertirrigação cresce em perímetro de Lagarto ao atender diversas culturas

Tomate, milho, amendoim, pimenta, repolho, mamão e quiabo aceitam bem a técnica. Orientação dos técnicos agrícolas da Cohidro viabiliza o uso de fertilizante diluído na água de irrigação.

 

Sistema de microaspersão fertirrigada foi aplicado à banana – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

A fertirrigação é uma técnica de adubação aplicável à irrigação contínua e localizada, onde os nutrientes necessários ao crescimento das plantas seguem diluídos na canalização da água e são aplicados, geralmente através dos sistemas de irrigação por microaspersão ou gotejamento, diretamente ao solo para a absorção pelas raízes. Por obter melhor resultado e aproveitamento integral dos fertilizantes, além da diminuição de mão de obra para aplicar esses insumos, o método tem encontrado cada vez mais adeptos no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), em Lagarto.

Cresce também a variedade de cultivos agrícolas em que a fertirrigação tem encontrado aceitação. Onde antes era mais aceito pelo tomateiro, principalmente quando associado ao sistema de cultivo protegido por lonas ‘mulching’, passou a ajudar às plantações de milho, do amendoim, das bananeiras, do mamão Havaí e agora até está contribuindo com o crescimento dos tradicionais quiabeiros. Por ter uma apreciação culinária mais restrita ao Norte-Nordeste brasileiro e regiões da África, continente onde teve origem, até hoje o cultivo do quiabo pouco teve relevância no campo de desenvolvimento de tecnologias agrícolas, mas a planta tem se adaptado bem ao novo sistema adotado pelos agricultores irrigantes de Lagarto.

Para Carlos Melo, diretor-presidente da Cohidro, a tendência é de que a agricultura praticada nos perímetros de irrigação pública se aprimore por conta própria, a partir das garantias oferecidas pelo Estado ao produtor. “Podendo contar com a água certa e regular em seus lotes, uma garantia de que irão colher aquilo que plantarem em qualquer tempo, só resta ao agricultor investir em tecnologias que melhorem o rendimento produtivo de suas áreas agrícolas, trazendo mais retorno financeiro, revertido em qualidade de vida para as famílias que dali dependem para o sustento. Não podemos deixar de destacar o papel dos nossos técnicos, que incentivam o uso de novos conceitos e colaboram com o agricultor na aplicação dessas tecnologias”, observa.

Segundo o técnico agrícola da Cohidro no perímetro Piauí, José Américo Alves, o segredo da fertirrigação funcionar em várias espécies vegetais está na dosagem, diferente para cada tipo de planta. “Aqui, o tomate recebe adubo foliar todo dia, já o amendoim ali, duas vezes na semana. Da mesma forma é a quantidade de água: no amendoim é uma mangueira de gotejamento que usa, no tomateiro são duas”, explicou ele, mostrando a diferença dos sistemas implantados em duas roças vizinhas no lote de Renilson de Jesus Araújo. O irrigante atendido pelo técnico plantou 0,33 hectares (ha) de tomate e a mesma área de amendoim com irrigação por gotejo.

Renilson de Jesus Araújo plantou duas áreas vizinhas, cada qual com uma tarefa, de amendoim e tomate com fertirrigação, via sistema de gotejo – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

“Na fertirrigação compensa mais, aumenta a produção, dobrou a quantidade. Aspersor convencional judia a planta e não pega em todo setor da lavoura”, considera Renilson. Sua produção é escoada para compradores em atacado e seu lote tem bastante rotatividade de culturas para sempre ter oferta dos produtos mais procurados. “Vendo por terça (um balde de 12 litros), o amendoim já despencado. Deu 200 terças em uma semana só de colheita. Se tiver área irrigada, planto o ano todo. Aonde tem amendoim, depois vou plantar milho e em outra roça de milho, vou pôr o amendoim. No tomate deu ‘broca’ (Neoleucinodes elegantalis), senão dava 600 caixas em uma tarefa”.

O produtor rural Raimundo Carvalho é outro que, em suas roças, dá preferência ao cultivo do amendoim intercalando outras culturas. “Aqui plantamos 4,5 currais (0,24 ha) do amendoim. De vez em quando planto, aqui depois vai ser repolho, mas em outra roça de milho, vai tirar e então pôr o amendoim fertirrigado, que colhe com 75 dias”, informou o proprietário de lote irrigado também assistido pela Cohidro.

Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola, o engenheiro agrônomo João Quintiliano da Fonseca Neto diz que o plantio do amendoim contribui com a renovação do solo, para aproveitamento em outras culturas. “Ajuda na manutenção do solo, na reposição de nutrientes, como o nitrogênio, muito necessário para o desenvolvimento de todo tipo de cultivo que depois venha ocupar aquela área. Mesmo havendo outras culturas capazes de fazer o mesmo trabalho de reposição, o amendoim sempre foi usado por ter boa produtividade em nosso clima, rusticidade e resistência à pragas e mercado certo em Sergipe, onde o amendoim cozido é patrimônio cultural. Agora percebemos mais esta vantagem, de ter excelentes resultados, com aumento de produtividade, utilizando a mesma fertirrigação que era antes adotada para outras culturas”, argumenta.

Banana

Não é só na horticultura que a fertirrigação encontra terreno. A aposta do agricultor irrigante Rosendo José dos Santos, com o plantio inicial de 2.000 pés de banana prata anã, teve bastante repercussão pelos bons resultados que já pôde obter na primeira safra, mas o sucesso muito se valeu do uso da fertirrigação. “Toda semana põe adubo. Adubou, selecionou os filhos (da bananeira), (a cultura) dura por tempo indeterminado. Deu problema de folha secando rápido, mas Marcos Emílio (Almeida, técnico Agrícola da Cohidro) orientou acrescentar fósforo na fertirrigação, mas põe também adubação de cobertura”, assinalou o produtor que vende os cachos para os feirantes da cidade de Lagarto e do Povoado Colônia do Treze, no mesmo município.

A primeira área de bananeira de Rosendo tem 1,3 ano desde que foi introduzida e já terminou sua primeira safra. Uma segunda área, perto de completar um ano de plantio, tem cachos carregados para colher a primeira produção. Nessa outra plantação o agricultor quis melhorar a fertirrigação usada na primeira, optando desta vez pelo sistema de gotejo, para ampliar a área coberta pela água. Somados, são quase 1 ha da variedade prata anã e o produtor ainda vai investir em um terceiro lote, com mais 0,33 ha da variedade pacovam. “Rendeu bem a primeira colheita. Mas teve que aumentar o número de microaspersores. Se cuidar certinho, dura muito tempo. Tiro a primeira, depois de 4 meses dá o outro cacho em outro pé, o filho (broto) substitui o pé mãe”, informou ele, que antes plantava batata-doce e macaxeira, mas agora não volta atrás na opção pela banana.

Embora obtenha resultados que surpreendam, utilizando a fertirrigação, o principal insumo para a planta ainda é a água. A bananeira requer, segundo Marcos Emílio Almeida, uma média pluviométrica anual de 1.600mm, índice de precipitação que a maioria dos municípios sergipanos não possui. “São basicamente 5mm ao dia e então a irrigação vai suprir este déficit hídrico que a planta requer. Dessa forma, a produção plena da banana no estado requer o uso de irrigação”, destacou. O técnico agrícola da Cohidro acompanhou, no ano passado, a introdução deste campo piloto de Rosendo José e agora presta toda a orientação ao agricultor, que quer aumentar o bananal em 30%, plantando a variedade pacovan.

Quiabo

Conforme informa o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima, o cultivo do quiabo no perímetro irrigado tem aumentado de tamanho a cada ano e agora encontra na fertirrigação mais um fator positivo para continuar o crescimento. “De 2016 para 2017 a área de cultivo cresceu em torno de 20%. Por levar entre 60 e 80 dias para começar a colher e permanecer produzindo colheitas semanais por até 3 meses, os produtores têm optado bastante pelo quiabo, que também tem boa procura nos mercados de Aracaju e Salvador. Por diminuir o número de pessoas contratadas para realizar os tratos culturais, a fertirrigação tem sido uma opção bastante adotada para estas e outras plantações no perímetro”, avalia.

Gildeon Dias dos Reis tem perto de 12 mil pés de quiabo plantados há 90 dias e em plena produção, com a expectativa de chegar às 60.000 unidades colhidas semanalmente. O produtor segue um elaborado cronograma de aplicação de fertirrigação, adubação sólida e ainda plantou em uma área onde antes havia 2 mil pés de pimenta que foram incorporados ao solo. “Com 11.000 pés, tirava 55.000 em toda lavoura. Se não adoecer, espera-se 3 meses de produção. Uso a fertirrigação da fórmula 18x18x18 (nitrogênio, fósforo e potássio) duas vezes em 15 dias e 10x20x20, após 40 dias. Com 60 dias, uma mão de esterco por pé e com 75 dias o 18x18x18 de novo, essas foram as adubações. O terreno está muito adubado e cresce muito. Vai dar 50.000 quiabos selecionados, com a colheita de três meses”, visualiza.

 

Assistidos pela Cohidro propõem mais 354,2 ton. de alimentos à ‘Doação Simultânea’

Propostas de 2018 sendo aceitas pela Conab, PAA via Cohidro superará os R$ 11 milhões pagos aos irrigantes e doará quase 4 mil toneladas de alimentos à mais de 144 mil pessoas.

 

Doação de alimentos in natura é feita às famílias cadastradas pelo Cras municipal – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que faz a remuneração justa e garantida da produção rural e destina estes alimentos à famílias em situação de insegurança alimentar e instituições beneficentes; a Compra com Doação Simultânea encontra terreno fértil nos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), pela disponibilidade de água para produzir e fazer entregas de alimentos durante todo ano. Três projetos de 2017 ainda estão em execução, concluindo a entrega de 387,5 toneladas de alimentos para 14.950 pessoas, mas com a ajuda dos técnicos da empresa os agricultores irrigantes já propuseram a entrega de mais 354,2 mil quilos este ano, contemplando mais 12.730 beneficiados.

Segundo dados contabilizados Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, que se dedica ao PAA desde 2008, ocorrendo a aceitação das sete propostas que auxiliou os agricultores a fazer em 2018, serão 1.599 participações destes irrigantes em 47 projetos encaminhados à Conab nos últimos 10 anos, da mesma forma que totalizam 144.461 pessoas estarão listadas nestes projetos como beneficiadas com alimentos. Estes que somariam 3.991.027 quilos plantados e colhidos nos polos de irrigação pública do Estado e que geram, de renda bruta ao produtor, R$ 11.983.910,64, em valores corrigidos pelo IGP-M.

Sandro Prata auxilia diretamente os agricultores na organização documental e na formulação das propostas de fornecimento de alimentos ao PAA – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

“Nosso trabalho é de primeiro mobilizar os produtores interessados em fazer entregas ao PAA a se organizarem em associações ou cooperativas, e isso inclui a orientação quanto à regularização de toda documentação necessária, como a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) física e a jurídica. Após isso, tem a parte de montar a proposta que inclui a quantidade de produtores, que baseado nos itens que eles podem oferecer, vai determinar a quantidade de alimentos que, por sua vez, vai também indicar quantas pessoas serão assistidas pelas doações. O valor do projeto vai ser baseado na tabela da Conab sobre a quantidade de alimentos. Sendo que em 2018, propostas acima de R$ 80 mil têm menos chance de serem aceitas. Por este motivo é que orientamos os produtores para que fossem feitos sete projetos menores dessa vez”, relata Sandro Prata.

Para o presidente da Cohidro, Carlos Melo, o apoio na organização do PAA, dado aos produtores que a empresa assiste, é um investimento que até agora sempre surtiu bons resultados. “São dez anos em que a irrigação que a empresa fornece já abonou mais de R$ 10 milhões que foi para o bolso do agricultor familiar que participa desses projetos. Dinheiro a mais, pois no contrato com a Conab é estabelecida uma garantia de escoamento da produção, de que aquilo que plantar vai ter destino certo e preço justo, sem contar com a sorte na especulação dos atravessadores. O melhor é que ajuda famílias sem condições de comprar alimento e instituições filantrópicas, como hospitais, asilos e creches. Até hoje, só com o alimento adquirido pela Conab nos perímetros do Governo do Estado, foram mais 130 mil pessoas que já receberam esta assistência”, informa.

As propostas enviadas à Conab passam por um ‘ranqueamento’ para determinar quais projetos terão sua parte no orçamento determinado em cada estado. Pontuam mais os projetos com os valores mais baixos; os que possuírem maior número de proponentes mulheres, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, a oferta de produtos orgânicos e ainda o grau de vulnerabilidade à insegurança alimentar do município beneficiado com a ‘doação simultânea’. Também servem de critério de desempate o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM), renda per capta do fornecedor e se a proposta foi enviada pelo sistema online do PAA. Em sergipe, associações de dentro e fora dos perímetros disputam os recursos na ordem de R$ 453.200,00, para 2018, valor bem abaixo dos R$ 625 mil que só os agricultores assistidos pela Cohidro receberam nos projetos do ano passado.

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, lista os grupos de produtores que, com ajuda daCohidro, propuseram projetos à Conab este ano. “Só de Lagarto são três, a Appip (Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí), o Movimento Associativista do Brejo e a Cooperappip (Cooperativa dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí), onde participam 66 produtores que propõem fornecer alimentos para 6 mil pessoas. De Itabaiana, no perímetro da Ribeira, temos as associações dos povoados Lagoa do Forno e São José, juntas têm 31 produtores e mais 3.650 beneficiados. Já de Canindé de São Francisco temos a Cofrucal (Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia) e a Assai (Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco), formalizando mais 41 produtores com projetos para atender outras 3.660 pessoas”.

Receptoras

Atualmente, toda ‘doação simultânea’ que sai dos perímetros irrigados tem como destino os centros de referência da assistência social (Cras). Nos novos projetos, serão atendidos os municípios aonde ocorrem às coletas, ou seja, em que os agricultores dos perímetros plantam e propõem projetos ao PAA, além da cidade de Simão Dias. Nesta, hoje ainda ocorrem entregas da Appip de Lagarto no projeto iniciado em 2017, que 18 produtores irrigantes se propuseram à doação de 37.647 quilos de alimentos, que está sendo concluída agora. No Cras simão-diense, uma parte dos alimentos é distribuída às famílias carentes cadastradas na instituição, a outra é destinada ao preparo de refeições aos internos do Asilo São Francisco de Assis, da casa de acolhimento para menores e dos pacientes da Unidade de Pronto-Atendimento de Saúde (UPA), todos administrados pela prefeitura.

 

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Servidores realizam confraternização junina

Nesta segunda-feira (18) de junho, mês do forró, de São João e de São Pedro, ocorreu a confraternização dos servidores da sede da Cohidro, o ‘Forró da Cohidro’. Foi a vez de curtir aquele arrasta-pé, dançar quadrilha ao som do Trio Capunga do Forró e se deliciar com as comidas típicas adquiridas pelos próprios servidores.

Presença de todos os diretores executivos da Cohidro, da Associação dos Servidores (ASC) e do Sindisan, sindicato que congrega os servidores da empresa estatal.

 

Feira da Agricultura Familiar do perímetro de Canindé no Sergipe Rural

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV foi até Canindé de São Francisco mostrar a Feira da Agricultura Familiar que ocorre no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro. A Seidh é a secretaria de estado que organiza esta e outras 23 feiras em todo Sergipe e na parceria, a companhia fornece irrigação, assistência técnica e mobiliza os agricultores para que eles mesmos comercializem na feira.

A Feira ocorre toda quarta-feira, das 6h às 14h, com produtos naturais, recém-colhidos e no precinho de produtor. Já o Sergipe Rural, vai ao ar aos sábados, 7h30, com reprise domingo 8h30 e quarta-feira, 9h.

Califórnia inicia novo ciclo de reuniões com irrigantes atendidos pela Cohidro

Fotos: Andrea Santtos (Califórnia/Cohidro)

Quarta (6) e quinta-feira (7), o Perímetro Irrigado Califórnia promoveu os dois primeiros encontros de mais um ciclo de reuniões periódicas que a gerência local têm realizado. Desta vez, o objeto foi alertar quanto ao consumo correto da água de irrigação fornecida pela Cohidro, discutir a introdução da cultura do milho, a oferta de cursos e a proposta de formação de grupos de Horticultura e Fruticultura, e falar da importância da cooperativa e associações no processo de comercialização.

A primeira reunião reunião, na quarta-feira, ocorreu com os agricultores do Setor 6, área de atuação do técnico Tito Reis. A Segunda, na quinta, nos setores 7-1 e 7-2, onde atua o técnico agrícola Antônio Roberto Ramos. Ainda irão ocorrer mais reuniões nas próximas semanas: dia 12 no Setor 5 e dia 14, Setor 4, do técnico Edmilson Cordeiro; dia 19 no Setor 3, do técnico Joaquim Ribeiro. Dias 21 é no setor de Sequeiro Norte e 26, no Sul, área de atuação do técnico Manoel.

Ao tratar do uso correto da água, a gerente Eliane de Moura Morais se referiu ao desperdício, ocasionado quando são colocados aspersores aguando além das áreas de lavouras e os vazamentos nas tubulações dentro dos lotes. Já se tratando da introdução do milho, os técnicos da Cohidro explicaram a necessidade de adequação da irrigação para este tipo de cultivo.

Ainda foi abordado o tema do associativismo e cooperativismo, que são os meios para que os produtores possam participar dos programas governamentais da compra da produção rural, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab e o Pnae, do FNDE. O primeiro método já possui agricultores do perímetro Califórnia proponentes de projetos pela Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) e Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai), que estão buscando mais irrigantes parceiros para novos projetos.

Governo inicia plantio de 600 mil mudas para recuperação de matas ciliares da Bacia do Rio Sergipe

Perímetros irrigados da Ribeira, Jacarecica I e Jacarecica II da Cohidro também serão abrangidos pelo projeto de reflorestamento.

Fotos: Lucas Noronha e Adelvan Nascimento / Semarh

O governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), realizou um ato histórico na manhã desta quinta-feira, 7, ao dar o pontapé inicial para as ações de reflorestamento de matas ciliares que contornam os perímetros irrigados da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. E o manancial escolhido para começar esse trabalho de recuperação de áreas degradadas foi o Açude da Marcela, situado no município de Itabaiana.

Lá, o gestor da Semarh, Olivier Chagas, acompanhado por diversas autoridades, a exemplo da procuradora da República, Lívia Tinôco, e por alunos de escolas estaduais, moradores, agricultores e empresários da região, explicou que a ação de reflorestamento dessas matas ciliares está sendo possível graças ao Programa Águas de Sergipe, e contempla, além do Açude da Marcela, outros quatros sistemas de irrigação: Poção da Ribeira, Jacarecica I e II e Poxim.

O investimento total, segundo Olivier Chagas, é de R$ 14,8 milhões, via operação de crédito com o Banco Mundial, e serão plantadas 600 mil mudas no entorno desses mananciais.

A ação também objetiva atender a demanda crescente por água, garantindo o aumento da quantidade e da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, contribuindo, inclusive, com o abastecimento hídrico nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador, Campo do Brito, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda e Riachuelo.

No entorno do Açude da Marcela, por exemplo, serão plantadas 17 mil mudas de árvores nativas do bioma Mata Atlântica. Na solenidade de hoje, foram cultivadas, simbolicamente, 50 mudas.

“Esse ato é de uma importância histórica. Nós estamos hoje trazendo para a região mais de 600 mil mudas de Mata Atlântica. As nossas matas e águas estão acabando. Se a gente continuar com esse processo de degradação, teremos uma crise hídrica em breve. Precisamos de água para tudo. Estamos fazendo uma ação hoje para proteger o futuro. Isso tem uma simbologia muito grande e é importante que os alunos aqui presentes, com seus professores, se conscientizem. Esse exemplo precisa ser seguido pelas futuras gerações”, destacou Olivier Chagas.

O secretário, que também é itabaianense, disse ainda que a Bacia do Rio Sergipe está bastante degradada e, por meio do Programa Águas de Sergipe, a Semarh executa cerca de 80 ações voltadas para proteger esse corpo d’água. “São obras estruturantes as quais visam promover o uso eficiente das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, aperfeiçoando práticas de manejo do solo e da qualidade do sistema fluvial. Com o Programa, são realizados investimentos especialmente em esgoto, irrigação, drenagem e resíduos sólidos em diversos municípios, despontando como um dos mais importantes projetos desenvolvidos pelo Estado. O programa é fruto de acordo de empréstimo concedido pelo Banco Mundial, avaliado em R$ 117 milhões, sendo R$ 47 milhões em contrapartida já honrados pelo Estado”, frisou o gestor da Semarh.

A procuradora Lívia Tinôco fez questão de participar da solenidade, a qual classificou de “essencial”. “A bacia do rio Sergipe vem sofrendo um processo de degradação e o Programa Águas de Sergipe busca revitalizar e combater esses efeitos. É muito importante que todos os órgãos estejam envolvidos. A bacia do rio Sergipe é federal e o Açude da Marcela é federal também, o qual é gerido pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Ao mesmo tempo, com o apoio do governo do Estado, os ministérios públicos Federal e Estadual vêm acompanhando o desenrolar disso, devido à importância de se fazer a recuperação dessas áreas degradadas. Então, vejo esse tipo de ato como essencial”.

Opinião semelhante tem o prefeito Valmir de Francisquinho. “Eu vejo de fundamental importância fazer esse tipo de ação. Tive a oportunidade de viver a minha infância, ali vizinho, porque meu pai tinha um terreno e nós tomávamos banho lá. Hoje, por conta dos esgotos, que eu sei que está havendo tratamento, está sendo feito o reflorestamento de suas margens. Quero parabenizar o governo do Estado e a Semarh. Isso é importante para a qualidade de vida não apenas daqueles que vivem em Itabaiana, mas daqueles que visitam nossa cidade. É um dever nosso, enquanto seres humanos, recuperar os nossos mananciais. É uma atitude não somente da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, mas também da procuradora da República, Lívia Tinôco, que está aqui acompanhando esse trabalho”.

Entusiastas
O superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Aílton Rocha, entusiasta do Águas de Sergipe, também esteve presente durante a solenidade. Para ele, é mais uma ação profícua do Governo, que investe no tratamento e coleta do esgoto de Itabaiana, na drenagem, na modernização dos sistemas dos perímetros irrigados e, agora, com essa ação de reflorestamento da mata ciliar. “Tenho dito que, em regiões tropicais como a nossa, não podemos ter corpos hídricos sem cobertura vegetal. Precisamos dessa cobertura para preservar esses corpos hídricos. Esse ato simbólico e educativo tem uma importância muito grande para a manutenção dos espelhos d’água urbanos. O itabaianense deve se orgulhar desse açude. Parabenizo a Semarh pela iniciativa”, elogiou.

Já o superintendente de Biodiversidade e Florestas da Semarh, Elísio Marinho, lembrou que, no entorno do Açude, serão plantadas mais de 40 espécies de árvores. “Estamos fazendo a retomada da revitalização desse açude. Foram plantadas simbolicamente, 50 mudas hoje, mas a meta é plantar mais de 17 mil mudas nativas da Mata Atlântica, a exemplo de aroeira, cajueiro, pitanga, craibeira, jenipapo. O plantio dessas mudas é o primeiro passo para deixar esse ambiente mais equilibrado”.

Aval técnico
O plantio das mudas está sedo feito pela empresa STPC, que também realiza medidas de mobilização, sensibilização e cercamento das áreas, como explica o diretor da empresa, Aguimar Ferreira.

“No nosso entendimento, é uma ação muito concreta e de grande importância para a população de Sergipe. Estamos trabalhando efetivamente na proteção dos recursos hídricos, recursos esses que são cabais para a qualidade de vida das pessoas. Sinto-me orgulhoso de fazer parte desse projeto e contribuir com o estado para esse avanço na questão da preservação ambiental. Quero ressaltar que contamos muito com a colaboração de todos os produtores dessa área, para que a gente possa, efetivamente, construir um processo positivo, onde, plantar árvores não é reduzir área de produção, plantar árvores é garantir qualidade de água para o futuro. A Semarh está conduzindo isso muito bem, sem prejudicar os agricultores”.

Na torcida
A professora Verena Conceição, da escola estadual Padre Mendonça, levou uma turma de 30 alunos para o plantio das árvores. Segundo ela, o Açude não pode ser desprezado. “Tem muita importância para a gente, porque muitos agricultores acabam plantando aqui perto. Hoje, esse açude está poluído e essa ação vai ajudar na sua revitalização. É importante que os alunos participem desses eventos”.

E o alunado parece que aprendeu a lição. “É muito importante fazer o reflorestamento. Tenho apenas 14 anos e já tenho essa consciência. Vou levar para a vida toda”, afirma Yasmim Varjão, estudante da escola estadual Padre Mendonça e que realizou, ao lado de Olivier e Lívia Tinôco, o primeiro plantio, no caso, de uma aroeira.

Maria José Rezende, 62 anos, professora aposentada, nasceu aos pés do Açude, construído na década de 50. “Nos 60 e 70 era um açude limpo, as pessoas iam pescar sem medo. Confio no Governo para salvar esse nosso patrimônio. Vou ajudar a fiscalizar, pelo menos a parte de sítio que pertence a meu pai, estarei de olho”.

Presenças
Além de alunos e professores das Escolas César Leite, Murilo Braga, Airton Teles, Nestor Carvalho, Rotary, Eduardo Silveira, Padre Mendonça, também prestigiaram o evento o vice-prefeito de Areia Branca, Francisco Chagas; o prefeito de Macambira, Luciano Machado; o secretário de Cultura de Macambira, José Fernando; o professor Marcelo Mendes, diretor do campus da UFS de Itabaiana, Alberto Carvalho; o presidente da Associação Atlética de Itabaiana, Nando; o representante da Acese de Itabaiana, Luiz Bispo; o presidente do Rotary, Carlos Bolero; o representante das Casas Maçônicas, Edivaldo Oliveira; os superintendentes dos Consórcios Públicos de Resíduos Sólidos do Agreste e Centro-Sul, Caio Marcelo e Edivaldo Ribeiro; entre outros.

Fonte: Ascom/Semarh

 

 

Cohidro vai até a Sefaz tratar da liberação de recursos

O diretor Administrativo e Financeiro (Diraf) Diogo Menezes Machado e o assessor financeiro Carlos Alberto Coutinho, da Cohidro, estiveram hoje (6) pela manhã na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), reunidos com o assessor da pasta de Márcio Rodrigues. Foi tratada a liberação de recursos para se fazer cumprir as obrigações da empresa com os seus servidores, fornecedores e prestadores de serviços.

Márcio Rodrigues assessora diretamente o secretário da Fazenda Ademario Alves, integrando à equipe de gestão que há dois meses desenvolve o plano de ações do Governo do Estado que visa garantir ao Estado de Sergipe sustentabilidade econômico-financeira para devolver a capacidade de investimentos com recursos próprios e acima de tudo a colocação dos pagamentos em dia, principalmente da folha salarial dos servidores estaduais.

Diogo Machado, que assumiu a Diraf da Cohidro no último dia 18 de maio, faz as tratativas de como a empresa pode se alinhar às novas diretrizes da Sefaz, com foco na racionalização das despesas através da implementação de uma política de governança que garanta o fortalecimento estrutural da administração pública estadual.

Última atualização: 21 de junho de 2018 09:52.

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