Assistidos pela Cohidro propõem mais 354,2 ton. de alimentos à ‘Doação Simultânea’

Propostas de 2018 sendo aceitas pela Conab, PAA via Cohidro superará os R$ 11 milhões pagos aos irrigantes e doará quase 4 mil toneladas de alimentos à mais de 144 mil pessoas.

 

Doação de alimentos in natura é feita às famílias cadastradas pelo Cras municipal – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

Modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que faz a remuneração justa e garantida da produção rural e destina estes alimentos à famílias em situação de insegurança alimentar e instituições beneficentes; a Compra com Doação Simultânea encontra terreno fértil nos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), pela disponibilidade de água para produzir e fazer entregas de alimentos durante todo ano. Três projetos de 2017 ainda estão em execução, concluindo a entrega de 387,5 toneladas de alimentos para 14.950 pessoas, mas com a ajuda dos técnicos da empresa os agricultores irrigantes já propuseram a entrega de mais 354,2 mil quilos este ano, contemplando mais 12.730 beneficiados.

Segundo dados contabilizados Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, que se dedica ao PAA desde 2008, ocorrendo a aceitação das sete propostas que auxiliou os agricultores a fazer em 2018, serão 1.599 participações destes irrigantes em 47 projetos encaminhados à Conab nos últimos 10 anos, da mesma forma que totalizam 144.461 pessoas estarão listadas nestes projetos como beneficiadas com alimentos. Estes que somariam 3.991.027 quilos plantados e colhidos nos polos de irrigação pública do Estado e que geram, de renda bruta ao produtor, R$ 11.983.910,64, em valores corrigidos pelo IGP-M.

Sandro Prata auxilia diretamente os agricultores na organização documental e na formulação das propostas de fornecimento de alimentos ao PAA – Foto Fernando Augusto (Ascom Cohidro)

“Nosso trabalho é de primeiro mobilizar os produtores interessados em fazer entregas ao PAA a se organizarem em associações ou cooperativas, e isso inclui a orientação quanto à regularização de toda documentação necessária, como a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) física e a jurídica. Após isso, tem a parte de montar a proposta que inclui a quantidade de produtores, que baseado nos itens que eles podem oferecer, vai determinar a quantidade de alimentos que, por sua vez, vai também indicar quantas pessoas serão assistidas pelas doações. O valor do projeto vai ser baseado na tabela da Conab sobre a quantidade de alimentos. Sendo que em 2018, propostas acima de R$ 80 mil têm menos chance de serem aceitas. Por este motivo é que orientamos os produtores para que fossem feitos sete projetos menores dessa vez”, relata Sandro Prata.

Para o presidente da Cohidro, Carlos Melo, o apoio na organização do PAA, dado aos produtores que a empresa assiste, é um investimento que até agora sempre surtiu bons resultados. “São dez anos em que a irrigação que a empresa fornece já abonou mais de R$ 10 milhões que foi para o bolso do agricultor familiar que participa desses projetos. Dinheiro a mais, pois no contrato com a Conab é estabelecida uma garantia de escoamento da produção, de que aquilo que plantar vai ter destino certo e preço justo, sem contar com a sorte na especulação dos atravessadores. O melhor é que ajuda famílias sem condições de comprar alimento e instituições filantrópicas, como hospitais, asilos e creches. Até hoje, só com o alimento adquirido pela Conab nos perímetros do Governo do Estado, foram mais 130 mil pessoas que já receberam esta assistência”, informa.

As propostas enviadas à Conab passam por um ‘ranqueamento’ para determinar quais projetos terão sua parte no orçamento determinado em cada estado. Pontuam mais os projetos com os valores mais baixos; os que possuírem maior número de proponentes mulheres, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, a oferta de produtos orgânicos e ainda o grau de vulnerabilidade à insegurança alimentar do município beneficiado com a ‘doação simultânea’. Também servem de critério de desempate o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM), renda per capta do fornecedor e se a proposta foi enviada pelo sistema online do PAA. Em sergipe, associações de dentro e fora dos perímetros disputam os recursos na ordem de R$ 453.200,00, para 2018, valor bem abaixo dos R$ 625 mil que só os agricultores assistidos pela Cohidro receberam nos projetos do ano passado.

João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, lista os grupos de produtores que, com ajuda daCohidro, propuseram projetos à Conab este ano. “Só de Lagarto são três, a Appip (Associação de Produtores do Perímetro Irrigado Piauí), o Movimento Associativista do Brejo e a Cooperappip (Cooperativa dos Produtores do Perímetro Irrigado Piauí), onde participam 66 produtores que propõem fornecer alimentos para 6 mil pessoas. De Itabaiana, no perímetro da Ribeira, temos as associações dos povoados Lagoa do Forno e São José, juntas têm 31 produtores e mais 3.650 beneficiados. Já de Canindé de São Francisco temos a Cofrucal (Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia) e a Assai (Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco), formalizando mais 41 produtores com projetos para atender outras 3.660 pessoas”.

Receptoras

Atualmente, toda ‘doação simultânea’ que sai dos perímetros irrigados tem como destino os centros de referência da assistência social (Cras). Nos novos projetos, serão atendidos os municípios aonde ocorrem às coletas, ou seja, em que os agricultores dos perímetros plantam e propõem projetos ao PAA, além da cidade de Simão Dias. Nesta, hoje ainda ocorrem entregas da Appip de Lagarto no projeto iniciado em 2017, que 18 produtores irrigantes se propuseram à doação de 37.647 quilos de alimentos, que está sendo concluída agora. No Cras simão-diense, uma parte dos alimentos é distribuída às famílias carentes cadastradas na instituição, a outra é destinada ao preparo de refeições aos internos do Asilo São Francisco de Assis, da casa de acolhimento para menores e dos pacientes da Unidade de Pronto-Atendimento de Saúde (UPA), todos administrados pela prefeitura.

 

Segunda colheita de uva amplia tempo e quantidade de produção

Convênio entre Embrapa e Cohidro possibilitou a introdução de dois campos experimentais de uva no perímetro irrigado de Canindé.

Iniciada no dia 27 de abril e tendo continuidade pelas 6 semanas seguintes, a segunda colheita comercial de uva nos campos experimentais do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, foi mais longa do que a primeira. A duração estendida se deu pela poda escalonada, 100 dias antes, de forma a fazer o parreiral amadurecer em seis parcelas diferentes, favorecendo atender o mercado, ainda em formação de consumidores, em pequenas quantidades e por mais tempo. Alcançando os 6.622,5 Kg desta vez, a safra dos dois produtores irrigantes que possuem as videiras conseguiu aumentar a produção obtida na primeira, que foi de 5,2 toneladas.

Estas duas áreas, de meio hectare cada, foram introduzidas no perímetro há 1 ano e meio, em convênio entre a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Califórnia, e a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE. A tecnologia já consolidada – na produção de uva de mesa, sucos e vinhos – no vale do Rio São Francisco e a partir da irrigação feita pela água da represa de Sobradinho, foi trazida para Sergipe, se valendo das águas do mesmo rio, mas captadas na represa de Xingó. Ainda um terceiro campo foi implantado em Canindé no perímetro Jacaré-Curituba, este administrado pela Codevasf.

Presidente da Cohidro, Carlos Melo explica que a empresa dá todo suporte necessário para que os perímetros abriguem esses experimentos. “A Embrapa, que tem seus próprios campos experimentais em Pernambuco, tem enxergado nos perímetros irrigados da nossa companhia, ambientes propícios para investir recursos federais e sua tecnologia e ampliar as áreas dos cultivos já testados por lá. Isso muito nos orgulha, acreditamos e incentivamos a viabilização deste projeto e não é só com a água da irrigação. É disponibilizada nossa estrutura e pessoal de assistência técnica para dar suporte quando os técnicos da Embrapa não estão presentes, cuidando para que o agricultor não fique desamparado”, reafirma. Ele lembra que o mesmo convênio foi viabilizado no Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, testando o caqui, a maçã e a pera e que agora, um novo campo de peras foi implantado no Califórnia também.

Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o convênio traz todo aparato necessário para a introdução da cultura nos lotes dos irrigantes. “O produtor só entra com a terra, que ainda pode ser usada para plantar outras culturas consorciadas entre os parreirais, e a mão de obra. A matriz genética, que são as mudas de uva das variedades Isabel e Violeta, o sistema de irrigação por gotejamento, o madeiramento e o arame para construção das espaldeiras, foram fornecidos pela Embrapa. Ainda, pelos 2 anos de duração do convênio, o agricultor tem o fornecimento dos nutrientes que são ministrados às plantas diluídos na água de irrigação (fertirrigação) e a assistência técnica dos engenheiros agrônomos e técnicos da empresa federal”, lista.

Todo esse atendimento dado aos novos viticultores pela Embrapa é acompanhado de perto pelos técnicos agrícolas da Cohidro, a fim de poderem assimilar na prática as técnicas de manejo da uva. Desta forma, dão assistência ao irrigante nos intervalos das visitas dos colegas de Petrolina e também estão se preparando para quando o convênio terminar. “Aprendemos junto do produtor tudo que a Embrapa passa para eles, mas também fazemos nossos próprios questionamentos, nossas pesquisas, para poder dar este suporte depois que eles deixarem de vir aqui, daqui 6 meses. A partir daí, será por nossa conta toda assistência técnica”, estabelece Antônio Roberto Ramos, técnico do perímetro Califórnia.

Expansão
José Leidison dos Santos é um dos agricultores irrigantes do Califórnia que abrigou um dos campos experimentais. Ele, que convive com outros produtores do perímetro, considera ainda tímido o interesse dos demais em replicar o experimento feito em seu lote, mas o próprio está convencido da rentabilidade e pretende aumentar. “Eles ainda não acreditam que a produção de uva possa estar dando certo, mesmo eu, o Sidrack (Levi Alves Ribeiro) e o Vardo (Jacaré-Curituba) tendo bons resultados nestas duas colheitas. Eu quero expandir a produção, inclusive o pessoal da Embrapa disse que eu posso usar o espaço entre as parreiras já produzindo. Se der, quero pôr uvas diferentes, de mesa e até sem sementes”, planeja.

Opinião semelhante tem o produtor irrigante Levi Alves Ribeiro, do outro campo experimental. Enquanto Leidison reservou toda sua colheita para um só comprador, Sidrack vende ele próprio na Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na sede do perímetro Califórnia e fornece à diferentes feirantes e comerciantes locais. “Estamos satisfeitos com a segunda colheita de uva variedade Isabel e Violeta. As videiras com aspecto vegetativo excelente, justificando o aumento na produção”, confia o agricultor que também é presidente da Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal).

Novos mercados
Gerente do Califórnia, Eliane de Moura Moraes vislumbra nos campos experimentais, uma forma de diversificar a produção do perímetro. “O produtor não pode ficar preso em uma monocultura, que aqui se dá principalmente com o quiabo. Quase todos os irrigantes plantam quiabo que, mesmo sendo fácil de plantar e de colheita que dura um período de até 3 meses, a superprodução põe o preço lá embaixo e o retorno financeiro pelo uso da terra e irrigação é bem pouco. A uva, a pera que também foi introduzida pela Embrapa e agora o ‘Balde Cheio’, que estamos trazendo do perímetro da Cohidro em Tobias Barreto (Jabiberi), tem essa função de aumentar a gama de produtos que o perímetro tem a oferecer, ao conquistar novos mercados”.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Na posição de presidente da Coofrucal, Levi Alves propôs fornecer uvas no próximo projeto-proposta que a cooperativa fez para participar do PAA. Nele, agricultores organizados em entidades representativas assumem o compromisso de fazer entregas periódicas de alimentos, que serão doados a instituições beneficentes ou diretamente para famílias em situação de insegurança alimentar, sendo o produtor remunerado após a cada entrega pela Conab. A companhia federal é responsável pela execução do programa e atualmente avalia o projeto de ‘doação simultânea’ enviado pela entidade canindeense, conforme os critérios estipulados pelo Grupo Gestor do PAA.

Sandro Luiz Prata, gerente de Agronegócios da Cohidro, é quem organiza os produtores dessas associações e cooperativas formadas por irrigantes dos seis perímetros estaduais, e ainda os auxilia na formulação das propostas que serão enviadas à Conab. Para ele, a uva será um grande ganho ao projeto do PAA. “É um alimento de grande aceitação por parte dos nutricionistas. Pode ser inserido na dieta de pacientes hospitalares, de asilos e ainda é bem quisto pelas crianças, assistidas pelo programa em creches e abrigos. No caso do tipo de uva plantado em Canindé, própria também para sucos, isso permite que as instituições façam o beneficiamento transformando em polpa, que congelada dura por bem mais tempo que a fruta in natura”, conclui.

Servidores realizam confraternização junina

Nesta segunda-feira (18) de junho, mês do forró, de São João e de São Pedro, ocorreu a confraternização dos servidores da sede da Cohidro, o ‘Forró da Cohidro’. Foi a vez de curtir aquele arrasta-pé, dançar quadrilha ao som do Trio Capunga do Forró e se deliciar com as comidas típicas adquiridas pelos próprios servidores.

Presença de todos os diretores executivos da Cohidro, da Associação dos Servidores (ASC) e do Sindisan, sindicato que congrega os servidores da empresa estatal.

 

Feira da Agricultura Familiar do perímetro de Canindé no Sergipe Rural

O programa Sergipe Rural, da Aperipê TV foi até Canindé de São Francisco mostrar a Feira da Agricultura Familiar que ocorre no Perímetro Irrigado Califórnia da Cohidro. A Seidh é a secretaria de estado que organiza esta e outras 23 feiras em todo Sergipe e na parceria, a companhia fornece irrigação, assistência técnica e mobiliza os agricultores para que eles mesmos comercializem na feira.

A Feira ocorre toda quarta-feira, das 6h às 14h, com produtos naturais, recém-colhidos e no precinho de produtor. Já o Sergipe Rural, vai ao ar aos sábados, 7h30, com reprise domingo 8h30 e quarta-feira, 9h.

Califórnia inicia novo ciclo de reuniões com irrigantes atendidos pela Cohidro

Fotos: Andrea Santtos (Califórnia/Cohidro)

Quarta (6) e quinta-feira (7), o Perímetro Irrigado Califórnia promoveu os dois primeiros encontros de mais um ciclo de reuniões periódicas que a gerência local têm realizado. Desta vez, o objeto foi alertar quanto ao consumo correto da água de irrigação fornecida pela Cohidro, discutir a introdução da cultura do milho, a oferta de cursos e a proposta de formação de grupos de Horticultura e Fruticultura, e falar da importância da cooperativa e associações no processo de comercialização.

A primeira reunião reunião, na quarta-feira, ocorreu com os agricultores do Setor 6, área de atuação do técnico Tito Reis. A Segunda, na quinta, nos setores 7-1 e 7-2, onde atua o técnico agrícola Antônio Roberto Ramos. Ainda irão ocorrer mais reuniões nas próximas semanas: dia 12 no Setor 5 e dia 14, Setor 4, do técnico Edmilson Cordeiro; dia 19 no Setor 3, do técnico Joaquim Ribeiro. Dias 21 é no setor de Sequeiro Norte e 26, no Sul, área de atuação do técnico Manoel.

Ao tratar do uso correto da água, a gerente Eliane de Moura Morais se referiu ao desperdício, ocasionado quando são colocados aspersores aguando além das áreas de lavouras e os vazamentos nas tubulações dentro dos lotes. Já se tratando da introdução do milho, os técnicos da Cohidro explicaram a necessidade de adequação da irrigação para este tipo de cultivo.

Ainda foi abordado o tema do associativismo e cooperativismo, que são os meios para que os produtores possam participar dos programas governamentais da compra da produção rural, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab e o Pnae, do FNDE. O primeiro método já possui agricultores do perímetro Califórnia proponentes de projetos pela Cooperativa de Fomento e Comercialização do Perímetro Irrigado Califórnia (Coofrucal) e Associação dos Agricultores de Canindé de São Francisco (Assai), que estão buscando mais irrigantes parceiros para novos projetos.

Governo inicia plantio de 600 mil mudas para recuperação de matas ciliares da Bacia do Rio Sergipe

Perímetros irrigados da Ribeira, Jacarecica I e Jacarecica II da Cohidro também serão abrangidos pelo projeto de reflorestamento.

Fotos: Lucas Noronha e Adelvan Nascimento / Semarh

O governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), realizou um ato histórico na manhã desta quinta-feira, 7, ao dar o pontapé inicial para as ações de reflorestamento de matas ciliares que contornam os perímetros irrigados da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. E o manancial escolhido para começar esse trabalho de recuperação de áreas degradadas foi o Açude da Marcela, situado no município de Itabaiana.

Lá, o gestor da Semarh, Olivier Chagas, acompanhado por diversas autoridades, a exemplo da procuradora da República, Lívia Tinôco, e por alunos de escolas estaduais, moradores, agricultores e empresários da região, explicou que a ação de reflorestamento dessas matas ciliares está sendo possível graças ao Programa Águas de Sergipe, e contempla, além do Açude da Marcela, outros quatros sistemas de irrigação: Poção da Ribeira, Jacarecica I e II e Poxim.

O investimento total, segundo Olivier Chagas, é de R$ 14,8 milhões, via operação de crédito com o Banco Mundial, e serão plantadas 600 mil mudas no entorno desses mananciais.

A ação também objetiva atender a demanda crescente por água, garantindo o aumento da quantidade e da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, contribuindo, inclusive, com o abastecimento hídrico nos municípios de Areia Branca, Itabaiana, Malhador, Campo do Brito, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda e Riachuelo.

No entorno do Açude da Marcela, por exemplo, serão plantadas 17 mil mudas de árvores nativas do bioma Mata Atlântica. Na solenidade de hoje, foram cultivadas, simbolicamente, 50 mudas.

“Esse ato é de uma importância histórica. Nós estamos hoje trazendo para a região mais de 600 mil mudas de Mata Atlântica. As nossas matas e águas estão acabando. Se a gente continuar com esse processo de degradação, teremos uma crise hídrica em breve. Precisamos de água para tudo. Estamos fazendo uma ação hoje para proteger o futuro. Isso tem uma simbologia muito grande e é importante que os alunos aqui presentes, com seus professores, se conscientizem. Esse exemplo precisa ser seguido pelas futuras gerações”, destacou Olivier Chagas.

O secretário, que também é itabaianense, disse ainda que a Bacia do Rio Sergipe está bastante degradada e, por meio do Programa Águas de Sergipe, a Semarh executa cerca de 80 ações voltadas para proteger esse corpo d’água. “São obras estruturantes as quais visam promover o uso eficiente das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, aperfeiçoando práticas de manejo do solo e da qualidade do sistema fluvial. Com o Programa, são realizados investimentos especialmente em esgoto, irrigação, drenagem e resíduos sólidos em diversos municípios, despontando como um dos mais importantes projetos desenvolvidos pelo Estado. O programa é fruto de acordo de empréstimo concedido pelo Banco Mundial, avaliado em R$ 117 milhões, sendo R$ 47 milhões em contrapartida já honrados pelo Estado”, frisou o gestor da Semarh.

A procuradora Lívia Tinôco fez questão de participar da solenidade, a qual classificou de “essencial”. “A bacia do rio Sergipe vem sofrendo um processo de degradação e o Programa Águas de Sergipe busca revitalizar e combater esses efeitos. É muito importante que todos os órgãos estejam envolvidos. A bacia do rio Sergipe é federal e o Açude da Marcela é federal também, o qual é gerido pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Ao mesmo tempo, com o apoio do governo do Estado, os ministérios públicos Federal e Estadual vêm acompanhando o desenrolar disso, devido à importância de se fazer a recuperação dessas áreas degradadas. Então, vejo esse tipo de ato como essencial”.

Opinião semelhante tem o prefeito Valmir de Francisquinho. “Eu vejo de fundamental importância fazer esse tipo de ação. Tive a oportunidade de viver a minha infância, ali vizinho, porque meu pai tinha um terreno e nós tomávamos banho lá. Hoje, por conta dos esgotos, que eu sei que está havendo tratamento, está sendo feito o reflorestamento de suas margens. Quero parabenizar o governo do Estado e a Semarh. Isso é importante para a qualidade de vida não apenas daqueles que vivem em Itabaiana, mas daqueles que visitam nossa cidade. É um dever nosso, enquanto seres humanos, recuperar os nossos mananciais. É uma atitude não somente da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, mas também da procuradora da República, Lívia Tinôco, que está aqui acompanhando esse trabalho”.

Entusiastas
O superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Aílton Rocha, entusiasta do Águas de Sergipe, também esteve presente durante a solenidade. Para ele, é mais uma ação profícua do Governo, que investe no tratamento e coleta do esgoto de Itabaiana, na drenagem, na modernização dos sistemas dos perímetros irrigados e, agora, com essa ação de reflorestamento da mata ciliar. “Tenho dito que, em regiões tropicais como a nossa, não podemos ter corpos hídricos sem cobertura vegetal. Precisamos dessa cobertura para preservar esses corpos hídricos. Esse ato simbólico e educativo tem uma importância muito grande para a manutenção dos espelhos d’água urbanos. O itabaianense deve se orgulhar desse açude. Parabenizo a Semarh pela iniciativa”, elogiou.

Já o superintendente de Biodiversidade e Florestas da Semarh, Elísio Marinho, lembrou que, no entorno do Açude, serão plantadas mais de 40 espécies de árvores. “Estamos fazendo a retomada da revitalização desse açude. Foram plantadas simbolicamente, 50 mudas hoje, mas a meta é plantar mais de 17 mil mudas nativas da Mata Atlântica, a exemplo de aroeira, cajueiro, pitanga, craibeira, jenipapo. O plantio dessas mudas é o primeiro passo para deixar esse ambiente mais equilibrado”.

Aval técnico
O plantio das mudas está sedo feito pela empresa STPC, que também realiza medidas de mobilização, sensibilização e cercamento das áreas, como explica o diretor da empresa, Aguimar Ferreira.

“No nosso entendimento, é uma ação muito concreta e de grande importância para a população de Sergipe. Estamos trabalhando efetivamente na proteção dos recursos hídricos, recursos esses que são cabais para a qualidade de vida das pessoas. Sinto-me orgulhoso de fazer parte desse projeto e contribuir com o estado para esse avanço na questão da preservação ambiental. Quero ressaltar que contamos muito com a colaboração de todos os produtores dessa área, para que a gente possa, efetivamente, construir um processo positivo, onde, plantar árvores não é reduzir área de produção, plantar árvores é garantir qualidade de água para o futuro. A Semarh está conduzindo isso muito bem, sem prejudicar os agricultores”.

Na torcida
A professora Verena Conceição, da escola estadual Padre Mendonça, levou uma turma de 30 alunos para o plantio das árvores. Segundo ela, o Açude não pode ser desprezado. “Tem muita importância para a gente, porque muitos agricultores acabam plantando aqui perto. Hoje, esse açude está poluído e essa ação vai ajudar na sua revitalização. É importante que os alunos participem desses eventos”.

E o alunado parece que aprendeu a lição. “É muito importante fazer o reflorestamento. Tenho apenas 14 anos e já tenho essa consciência. Vou levar para a vida toda”, afirma Yasmim Varjão, estudante da escola estadual Padre Mendonça e que realizou, ao lado de Olivier e Lívia Tinôco, o primeiro plantio, no caso, de uma aroeira.

Maria José Rezende, 62 anos, professora aposentada, nasceu aos pés do Açude, construído na década de 50. “Nos 60 e 70 era um açude limpo, as pessoas iam pescar sem medo. Confio no Governo para salvar esse nosso patrimônio. Vou ajudar a fiscalizar, pelo menos a parte de sítio que pertence a meu pai, estarei de olho”.

Presenças
Além de alunos e professores das Escolas César Leite, Murilo Braga, Airton Teles, Nestor Carvalho, Rotary, Eduardo Silveira, Padre Mendonça, também prestigiaram o evento o vice-prefeito de Areia Branca, Francisco Chagas; o prefeito de Macambira, Luciano Machado; o secretário de Cultura de Macambira, José Fernando; o professor Marcelo Mendes, diretor do campus da UFS de Itabaiana, Alberto Carvalho; o presidente da Associação Atlética de Itabaiana, Nando; o representante da Acese de Itabaiana, Luiz Bispo; o presidente do Rotary, Carlos Bolero; o representante das Casas Maçônicas, Edivaldo Oliveira; os superintendentes dos Consórcios Públicos de Resíduos Sólidos do Agreste e Centro-Sul, Caio Marcelo e Edivaldo Ribeiro; entre outros.

Fonte: Ascom/Semarh

 

 

Cohidro vai até a Sefaz tratar da liberação de recursos

O diretor Administrativo e Financeiro (Diraf) Diogo Menezes Machado e o assessor financeiro Carlos Alberto Coutinho, da Cohidro, estiveram hoje (6) pela manhã na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), reunidos com o assessor da pasta de Márcio Rodrigues. Foi tratada a liberação de recursos para se fazer cumprir as obrigações da empresa com os seus servidores, fornecedores e prestadores de serviços.

Márcio Rodrigues assessora diretamente o secretário da Fazenda Ademario Alves, integrando à equipe de gestão que há dois meses desenvolve o plano de ações do Governo do Estado que visa garantir ao Estado de Sergipe sustentabilidade econômico-financeira para devolver a capacidade de investimentos com recursos próprios e acima de tudo a colocação dos pagamentos em dia, principalmente da folha salarial dos servidores estaduais.

Diogo Machado, que assumiu a Diraf da Cohidro no último dia 18 de maio, faz as tratativas de como a empresa pode se alinhar às novas diretrizes da Sefaz, com foco na racionalização das despesas através da implementação de uma política de governança que garanta o fortalecimento estrutural da administração pública estadual.

Estudantes do IFS aplicam resultados de pesquisa com solos no perímetro da Cohidro em Lagarto

Agricultores orgânicos são foco da atividade acadêmica promovida pela disciplina de Extensão Rural do curso de Agroecologia.

Retornaram ao Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, os alunos da disciplina Extensão Rural do curso Tecnológico de Agroecologia do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão. Desta vez, para a apresentação de seus trabalhos de pesquisa realizados a partir das análises do solo coletado lá, em 6 março, somente em lotes de agricultores orgânicos. Os mesmos produtores são o foco da atividade acadêmica que ocorreu dia 18 de maio, recebendo as orientações de como proceder com a correção de solos baseada na metodologia agroecológica, ou seja, sem o uso de agroquímicos.

O perímetro Piauí, há 75 km de Aracaju, é uma das seis unidades de irrigação pública estaduais administradas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), a qual fornece água bruta para irrigação dos cultivos nos lotes e também assistência técnica rural. Nesse trabalho de orientar o produtor, segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da empresa, João Quintiliano da Fonseca Neto, já se passaram 18 anos desde que os técnicos e engenheiros agrônomos da Cohidro começaram a influenciar a conversão à agricultura orgânica.

“Hoje temos um grupo consolidado de 10 produtores orgânicos, assistidos pela Cohidro em Lagarto, que fazem parte de uma Organização de Controle Social (OCS) e outros cerca de cinco que querem entrar. São inscritos no Ministério da Agricultura (MAPA), que os autorizam a venda desses alimentos sob a denominação de orgânicos. Isso para eles é um diferencial de mercado, pois o orgânico vale cerca de 40% a mais do que o produto convencional. São mais difíceis de produzir, requerem bem mais mão de obra e ainda existe pouca concorrência, é o que torna o orgânico mais valorizado ”, argumenta João Fonseca.

Após estes mesmos estudantes terem feito a coleta nos lotes dos agricultores do perímetro Piauí, as amostras de solo foram encaminhadas ao Laboratório de Solos do IFS, onde a professora e doutora em Solos, Liamara Perin, fez a análise da composição e a orientação correta de como proceder com a correção. Ela estabelece que a coleta, a análise laboratorial e a interpretação dos resultados, sempre será a mesma, se tratando da agricultura orgânica ou convencional. O que realmente muda é a orientação a ser feita para a adubação.

“O objetivo da análise dos solos é avaliar o teor dos nutrientes que tem no solo, a avaliação de pH (acidez/alcalinidade), de teor de matéria orgânica e dos nutrientes em geral que tem naquele solo. Baseado nisso será feita a interpretação. Nós avaliamos e sempre perguntamos ao produtor o que ele tem na sua propriedade para fazer a adubação. Geralmente são compostos de estercos, torta de mamona, e baseado no que tem disponível, nós fizemos os cálculos para recomendar a quantidade daquele adubo para atender as necessidades da cultura que ele tá plantando”, orienta a Drª. Liamara.

Marcio Erick Figueira dos Santos é estudante do sétimo período de Agroecologia no IFS. Neste trabalho, ele teve como interesse o maior à interação entre os saberes, da teoria e da prática. “Ver esse conhecimento que os produtores têm nas produções de hortaliças e levando um pouquinho da academia do IFS, sempre vai ter essa troca, justamente ter essa ponte e suporte da Cohidro, essa parceria. Fizemos a primeira parte na demonstração de como coletar o solo e levamos para o laboratório de solos. E com todo suporte da professora, nós trabalhamos a interpretação e análise de solo, já para trazer de acordo com as culturas que eles desejariam plantar, e a partir daí ter toda essa recomendação de adubo. E é bem particular, pois cada solo é diferente, e cada produtor é diferente”, analisa.

Na mesma linha pensa Gleise Prado da Rocha Passos, que é a professora e doutora em Ciências Sociais que leciona disciplina de Extensão Rural e que levou os alunos até o perímetro irrigado. “Nós temos essa preocupação de, pegar aquele conhecimento que nós recebemos e que aprendemos em pesquisas e estudos científicos e poder trocar experiência com os produtores e agricultores também, ter o conhecimento prático deles. Pensar como eles e pensar como nós, a partir do estudo, que eles também necessitam e podem estar usufruindo do conhecimento que é produzido nesse instituto. Então, fizemos umas coletas dos solos daqueles que estão aqui hoje, e nós fizemos uma análise gratuita no IFS para eles. E agora o instituto retorna trazendo resultados de como melhorar o solo e sugestões para que a produção deles sejam mais eficaz”.

Do outro lado está o produtor rural, como João Pacheco da Silva, agricultor orgânico há bastante tempo no perímetro Piauí, que acredita só ter a ganhar com mais conhecimento, aprendendo coisas diferentes. “A gente sempre aprende coisa melhor, como no caso do bórax. É obrigatório a gente usar nesse solo que a gente fez análise, diziam até ser proibido. Então, já que é recomendado, já não tem mais perigo. Muita coisa na agricultura se aprende na prática mesmo, mas tinha coisas que você fazia e que não era adequado. Mas que através das palestras, você pôde corrigir, evitar desperdícios e má produção. Aprende a conviver com o solo sem judiar muito”, acredita ele, que abrigou em seu lote a apresentação dos alunos do IFS.

“O objetivo da adubação orgânica é sempre melhorar o solo, é para ter um solo vivo, um solo com vida, um solo com matéria orgânica que aí vai ter retenção de nutrientes e a partir disso, produzir plantas saudáveis e bonitas. A partir do momento que melhora o solo, consegue produzir bem. É diferente do objetivo da agricultura convencional, onde o foco é a planta,” justifica Liamara Perin. Para ela, a produção agroecológica abandona a visão de que o solo é somente um suporte para as plantas. “Nós adubamos com produtos orgânicos de lenta disponibilidade, para melhorar o solo a longo prazo e com o passar do tempo, a quantidade de adubo usada é menor, porque ele vai conservando esses nutrientes e aí nós teremos plantas se desenvolvendo bem”.

Agricultura sem solo
O ex-aluno do IFS, o hoje agroecólogo Denisson Rozendo atua na produção orgânica no perímetro da Cohidro da forma tradicional, em canteiros e usando o solo para plantar. Mas também aprendeu na academia e hoje desenvolve comercialmente um modelo que dispensa o solo para a agricultura: a Hidroponia. A tecnologia se baseia em plantar os alimentos dentro de calhas, onde correm água e fertilizantes para alimentar as plantas. Mesmo tendo concluído os estudos acadêmicos, ele ainda pesquisa meios de tornar esse sistema de plantio, longe do chão, totalmente orgânico, sem os hoje indispensáveis nutrientes industrializados.

Denisson considerou bastante válida a atividade dos ex-colegas e conta que aliar prática e teoria só tende a beneficiar tanto o aluno quanto o agricultor. “Muita coisa, tudo que a gente vê no campo, é o que a gente aprende no curso. Mas só que a gente aprende a teoria né, aqui a gente tem a prática e alguns erros cometidos pela gente, por nós agricultores. Então, com a ajuda da teoria, a gente vai corrigir esses erros. Eu como aluno e agricultor, corrigi meus erros através da teoria, porque a prática já sabia de algumas coisas, só vêm a complementar”.

Presenças
Estiveram presentes, na atividade que ocorreu no lote de João Pacheco, o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida Lima e os também servidores e técnicos agrícolas da Cohidro Willian Domingos e José Américo. Além do produtor-agroecólogo Denisson, compareceram os agricultores orgânicos de longa data e integrantes da OCS como Delfino Batista, José Edmilson dos Santos (Tal), Raimundo Batista do Nascimento e Josevan Lisboa Batista.

Última atualização: 10 de novembro de 2018 15:07.

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